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Resenha do livro Da cultura do corpo

“Da cultura do corpo”( Jocimar Daolio. Campinas: Papirus, 1995). Esta obra era a
princípio uma dissertação de mestrado do próprio Jocimar Daolio, defendida em
dezembro de 1992 na Escola de Educação Física da USP. Por apresentar um tema
interessante e altamente discursivo, nos faz questionar e refletir a respeito da atuação
de professores de Educação Física nas escolas de rede pública, enfoque principal
citado pelo autor da obra. Aborda o estudo da análise do corpo sendo determinado
através da cultura, um corpo construído culturalmente através de suas relações sociais
considerando a sociedade em que se encontra, tempo, espaço, a situação política,
econômica, suas crenças e diversidade cultural. 
O livro é dividido em quatro capítulos sendo o primeiro, “ 1- Antropologia: UM
DESLOCAMENTO DO OLHAR.”, que busca resgatar no contexto histórico as bases, o
começo de todo estudo  voltado para a metodologia, que deu suporte para construção
da área da Educação Física. “A Antropologia nos ensina a evitar qualquer tipo de
preconceito, uma vez que todo comportamento humano, por possuir uma dimensão
pública, não pode ser julgado por meio de conceitos implacáveis como bom/mau ou
certo/errado... Essa contribuição da Antropologia, por si só, é útil para qualquer área
do conhecimento e também para a Educação Física, que não tem o hábito de
considerar as diferenças existentes entre alunos e grupos de alunos de forma não-
preconceituosa”- (Da cultura do Corpo – pág.30).

Apesar de parecer desinteressante e monótono, o primeiro capítulo é de grande


relevância para compreensão dos capítulos subsequentes, pois, trata-se da explicação
da originalidade deste conteúdo abordado. O segundo capítulo, “ 2- A CONSTRUÇÃO
CULTURAL DO CORPO HUMANO”, mostra que o corpo humano é construído
culturalmente, sua natureza não se restringe somente ao nível biológico, mas também
cultural, considerando assim, que a natureza humana é fruto da relação entre
natureza/cultura. As ideias e pensamentos apresentados são usados como forma de
fazer o leitor e autor terem esse momento de discussão e reflexão a fim de
entenderem o real significado e reforçar a noção dos conhecimentos da área.

O terceiro capítulo, “ 3 - O TRABALHO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA.


“, fala do começo dos estudos, onde o assunto é colocado em discussão junto a
opinião de profissionais da área . É feito um levantamento de dados através de
entrevistas  com 10 homens e 10 mulheres, todos eram  professores de Educação
Física em atividade para assim, poder entender o comportamento, a relação com os
alunos, a forma como as aulas eram ministradas, o ambiente e recursos que eram
oferecidos aos alunos. Foi desenvolvido também junto a 14° Delegacia de Ensino, um
trabalho onde 12 escolas foram escolhidas para ajudar na pesquisa quanto ao senso
relacionado ao local de trabalho. Logo, percebeu-se que havia diferença entra escolas
sendo consideradas “ de classe média ” ou “ de classe baixa “ pelo tipo de construção
e organização espacial. Das 12 escolas relacionadas, apenas uma, que atendia a 
“classe baixa”, tinha uma organização que poderia ser comparada com uma de “classe
média”. Os professores foram ouvidos e convidados a compartilhar suas histórias de
vida, a relação com a Educação Física desde criança e quanto a resposta e opinião
deles a respeito da definição de Educação Física. A maioria encontrou dificuldades
para definir.
O quarto e último capítulo, “ DO CORPO MATÉRIA-PRIMA AO CORPO CIDADÃO”,
retrata as mudanças ocorridas ao longo do tempo para o desenvolvimento do corpo
humano tanto físico quanto intelectual , essa passagem retrata bem e resume o ponto
principal deste capítulo:  “O controle sobre o corpo faz-se necessário para a existência
da cultura, apesar de ser absolutamente variável entre as sociedades e ao longo do
tempo. Esse controle não se dá apenas por meio da imposição de regras sobre os
instintos naturais, mas também por meio da construção da própria noção de corpo e
de natureza, variável tanto de uma sociedade para outra como de uma época para
outra. Assim, o mesmo corpo que torna os homens iguais e membros da mesma
espécie também os torna diferentes, e não há nisso qualquer paradoxo, porque a
igualdade e a diferenciação são dois aspectos de uma mesma questão. Na medida cm
que a igualdade é tomada como critério, é possível perceber a diferenciação e vice-
versa “-(Da cultura do Corpo – pág.79;80).

Deixo como conclusão as seguintes perguntas que foram feitas em sala: 


1-Qual será nossa contribuição para área, quando estivermos atuando como futuros
profissionais e enquanto somos estudantes do curso de Ed. Física? 
2- Vocês acreditam que da mesma forma que existem professores(as) que nos
motivam , nos inspiram, também existem aqueles no qual não queremos nos
espelhar?
3- A leitura desse livro apesar dele ser complexo, despertou ainda mais meu interesse
pela área. De que 

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