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II SEMINÁRIO “CONVERSAS COM O CAÊ”

TEMA: PRODUÇÃO DE CONNHECIMENTO NA EDUCAÇÃO


COMO ATITUDE POLÍTICA DE FORMAÇÃO PARA A
APROPRIAÇÃO DE DIREITOS.

“DIÁLOGOS ENTRE CORPO,


C PRÁTICAS CORPORAIS E
EPISTEMOLOGIAS NA EF”

Professor Gabriel Paes Neto


Mestre PPGED/UFPA - Doutorando PPGECM/UFPA

Belém/Pará
2019
Problematizações
• O corpo é uma construção social?
• Como a educação física brasileira tem tratado a categoria corpo?
• O que é a cultura corporal de movimento?
• Analise as tendências (esporte de alto rendimento, fitness, wellness) de atuação
contemporâneas no campo educação física e como estas tratam o corpo.
• O que é habitus e dominação simbólica?
• Como se dá a relação entre estas categorias em torno do corpo?
• O corpo é como lugar de investimento e princípio de eficácia?
• Como lhe dar com isso?
EDUARDO GALAK

O novo estatuto corporal alimentou os processos de reinvenção discursiva da


Educação Física.

Reordenação no estatuto epistemológico/ontológico do corpo que


possibilitou questionar sua tradicional interpretação como anatomia e
biologia para compreendê-lo como uma “construção social”.
A análise da produção de conhecimento
• FENSTERSEIFER, PITHAN E GONZÁLEZ
• Abrem a possibilidade de identificar pressupostos filosóficos.
• Que permitem a identificação de perspectivas que relacionam a prática da pesquisa e a prática
profissional com visões de mundo e os interesses humanos.

Eduardo Galak
As análises realizadas nas revistas brasileiras indicam o forte questionamento
da tradição biologicista da disciplina e seus reflexos na educação do corpo.

Por educação do corpo aqui entendemos as técnicas e práticas corporais


transmitidas culturalmente cuja razão se explica por significações sociais que
representam suas incorporações; assim, educar os corpos implica transmitir
discursos políticos e sentidos estéticos – seja de forma explicita ou de modo
indireto (Galak, 2017)
•Problemas enfrentados no campo:
• Para Fensterseifer
• A frágil herança epistemológica da Educação Física.
• O pensamento tradicional (paradigma empírico analítico e dos seus desdobramentos no espaço da intervenção ou
prática pedagógica)
• Base da formação inicial dos professores do campo ao longo do século XX/ racionalidade instrumental e orientou-
se, basicamente, pela ótica do paradigma das ciências naturais.
Ainda,
1. a formação inicial balizada apenas em aspectos biológicos e fisiológicos, deixando de lado orientações
históricas, políticas e sociais da Educação Física;

Eduardo Galak
“os estudos descrevem e problematizam como a Educação Física tem incidido nos corpos
como objeto de processos históricos-políticos que se institucionalizaram ao redor de
estabelecimentos pedagógicos, os quais intervêm e condicionam nas conformações de
corpos e identidades”.
UMA PERCEPÇÃO SOCIAL DO CORPO
• Pierre Bourdieu. Importa analisar:
• as disposições incorporadas,
• os usos do corpo como princípios ordenáveis, capazes de orientar as práticas de
maneira inconsciente e sistemática.

Eduardo Galak
“Desta maneira se produz um disciplinamento dos corpos, a partir de um
modelo racional de demarcação de tempos e espaços, de esquadrinhamento
do sensível entre outros dispositivos que regulam as condutas sociais que
respondem a interesses legitimados”.
• Ainda,
• O esquema corporal se constitui apropriando-se dos principais instrumentos culturais.
• O corpo esta no mundo.

Eduardo Galak

Outros textos das revistas apresentam o corpo


em propostas pedagógicas, especialmente em
torno do currículo e da formação em Educação
Física e especialistas em diversas práticas
corporais, como os esportes, as danças, as
lutas, os jogos e as ginásticas.
Portanto: Todavia,
Possibilidade (Eduardo Galak):
A dimensão corpórea foi desnaturalizada (corpo biológico)
para ser culturalizada e entendida como vetor identitário das
pessoas.
Assim, a “virada culturalista do corpo” (Galak, 2018;
Almeida et al., 2018).
“Retorno ao corpo” como lugar das experiências
primordiais/processos de subjetivação.
Inserido na própria cultura e à linguagem instituída.

Virada, que poderíamos chamar


de “corporalista” e/ou
“materialista”.
Habitus e corpo em Bourdieu

• O corpo social é o corpo do individuo portador do habitus


• O habitus como um sistema de disposições duradoras que geram e estruturam práticas reguladas que são
incorporadas e reproduzidas.
• As disposições incorporadas moldam o corpo a partir das condições materiais e culturais, tornando-o em
um corpo social.
Somatização progressiva das relações fundamentais
• Somatização progressiva das relações fundamentais que são constitutivas da
ordem social.

• Induz a maneira de agir, sentir e pensar. O CORPO E A CULTURA “DO


MOVIMENTO”

• PORTANTO,

• Essas viradas trouxeram implicações para o entendimento do que seria o


objeto de estudo da Educação Física, que cada vez mais passou a ser
vinculado à cultura.

• cultura corporal, cultura corporal de movimento, cultura de movimento,


motricidade humana, corporeidade, corporalidade etc.
APONTAMENTOS SOBRE TEORIAS E AUTORES
• Eduardo Galak

• Entre o final dos anos 1980 e a década de 1990 apareceram com muita força, no Brasil, estudos marxistas
(especialmente influenciados por sua recepção no campo da educação) e fenomenológicos (principalmente
centrados na ideia de corpo de Merleau-Ponty) que foram importantes para a crítica ao corpo biológico e sua
redescoberta na área.

• O campo também incorporou, nessa crítica/redescoberta, os autores da escola de Frankfurt (teoria crítica), os
estudos foucaultianos e deleuzianos, teóricas do gênero, como Judith Butlher, além da muito evidente utilização de
sociólogos que se dedicaram “ao corpo” (Pierre Bourdieu, Norbert Elias, David Le Breton etc).

• Sem dúvida esses autores contribuíram para um novo status do corpo no âmbito da disciplina.
APONTAMENTOS SOBRE TEORIAS E AUTORES

• Eduardo Galak

• Esboçando uma leitura cruzada, dentro dos autores brasileiros mais citados na revista argentina estão
Valter Bracht e Alexandre Fernandez Vaz, os quais também publicaram artigos, e secundariamente
Cynthia Farinha, Paulo Fensterseifer, Santiago Pich, Alex Branco Fraga.

• No caso inverso, nas revistas brasileiras aparecem como autores nomeados Ricardo Crisorio, Pablo
Scharagrodsky, Ángela Aisenstein e Eduardo Galak.
FENSTERSEIFER/GALAK/PITHAN
Proposições para “solucionar” problemas que afetam a Educação Física:

• Encaminhamentos
• Pensar a educação física a partir da superação de um modelo de razão
monológica/Limitada ao aspecto cognitivo-instrumental,
• Para um modelo e razão dialógica que compreende também os aspectos prático-
político e estético-expressivo,
• Rompimento com um tipo de formação inicial e continuada tradicional.
• Repensar as relações abre a possibilidade do diálogo também sobre a tarefa educativa,
da educação escolar, de introduzir as novas gerações à cultura,
• Repensar a Educação Física.
DESAFIOS/INOVAÇÕES/RESGATE - TEÓRICO-PRÁTICOS

• Faz sentido falar em culturas corporais/culturas corporais do movimento?


• Entende-se a necessidade de perceber as manifestações da cultura corporal amazônica?

a) Eminente desafio e uma necessidade de resgate de elementos da identidade cultural,


b) Compreender as estéticas amazônicas, sua forma, aquilo que emerge dela, o ethos amazônico, sua
“amazonicidade”,
c) Formação inicial e continuada,
d) Criar pontes com a pesquisa, a Educação Básica, a Educação Física.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• O diálogo e a proposição devem estar sintonizados com o sentido de contribuir para a continuidade dos
enfrentamentos e avanços teórico-práticos do campo.
• Acreditando no potencial humanista do mesmo, o que pode ser pertinente à vida em sociedade.
• Possibilidades de uma racionalidade humanista, crítica, reflexiva, que dê ênfase à aspectos ético-
normativos e estético-expressivos.

• VIDA LONGA À EDUCAÇÃO FÍSICA.

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