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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

MARIA LUIZA DOS ANJOS DUTRA

AP2 – ANTROPOLOGIA: CORPO, SEXO E GÊNERO

MANAUS / AM
2024
SER E EXISTIR MEDIANTE SEUS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NA
DISCIPLINA E EXPERIÊNCIAS DE VIDA SOBRE O CORPO, SEXO E
GÊNEROR ARTICULANDO-A À SUA POSSÍVEL INSERÇÃO NO SISTEMA
ESCOLAR.

O corpo é a base de percepção e organização da vida humana nos


sentidos biológico, antropológico, psicológico e social. Entretanto, desde o
século XVII e XIX ganha força a ideia de uma separação entre mente e corpo, a
sociedade de hoje é fundamentada na ciência, racionalidade e no trabalho, e
tudo isso buscando suprimir os conhecimentos carnais existentes no ser
humano: sentimentos, imaginação, intuição, conhecimento sensual e
experiência. Hoje é comum a concepção de que a escola não é nada mais nada
menos do que apenas transmissão de conteúdos e conhecimentos, e essa
transmissão precisa, por tanto, de mentes e corpos paralisados. Historicamente,
a escola é vista assim, ela assume a tarefa de “higienizar” o corpo, ou seja,
qualificá-lo, corrigi-lo e formá-lo. Então, o corpo ele nunca foi deixado de fora na
escola, mas ele sempre foi depravado para que assim os modos,
comportamentos, paixões e desejos fossem controlados e modelados.

Não é apenas o corpo que está ligado a escola, mas a questão sobre
gênero e sexualidade também. A escola é um espaço de formação humana,
humanização, transmissão de conhecimentos que possibilitam a compreensão
e transformação da realidade. É fundamental a abordagem de sexualidade e
gênero na escola para a contribuição no processo de humanização. Guacira
Lopes diz em uma de suas obras, a importância de reconhecer e valorizar as
múltiplas identidades e experiências presentes na sociedade contemporânea,
promovendo assim uma educação que respeite e inclua a diversidade
sociocultural.

A sexualidade é, complexo e contínuo, uma construção pessoal e social


que se forma ao longo da vida, e articula vários aspectos, sejam eles, biológicos,
fisiológicos, culturais, históricos e etc., e pode ser vivenciada de diversas
maneiras em relação às orientações sexuais e identidades de gênero. E esse
tipo de tema, sexualidade e gênero, quando abordados de forma reducionista na
escola, acaba se naturalizando essas questões sociais, colocando padrões e
deixando mais difícil o problema dos preconceitos e o respeito da diversidade
cultural.

Diante de tudo isso, é importante que haja uma compreensão acerca do


nosso estilo de educar, porque a nossa educação desconsidera a integral
existência da criança. Precisamos de uma educação onde os corpos se sentem
a vontade para se expressar e construir sua identidade de gênero e sexualidade,
porque a escola é o primeiro lugar em que a criança se depara com as
indiferenças, principalmente as de gênero. Então é importante que tenha essa
conscientização crítica e de práticas relacionadas no que diz respeito à
diversidade e aos direitos humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOURO, Guacira Lopes. Corpo, escola e identidade. Educação & Realidade, v. 25, n. 2, 2000.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Autêntica, 2018.

NOGUEIRA, Pedro Ribeiro. Por que a educação deve discutir gênero e sexualidade?
Listamos 7 razões. Disponível em: <http://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/06/25/por-que-
a-educacao-deve-discutir-genero-e-sexualidade-listamos-7-razoes/>. Acesso em:15 fev 24.

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