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I.

INTRODUÇÃO

Trata-se de um Trabalho de Conclusão de Curso, sob o tema Avaliação do


nível de conhecimento dos técnicos da Maternidade Municipal do Uíge sobre os
cuidados ao RN , realizado na Mater nidade Municipal do Uíge durante o segundo
semestre de 2019.

O periodo neonatal é definido como os primeiros 28 dias de vida. É de


fundamental importância o conhecimentos e a realização dos cuidados de
enfermagem aos R/N pois estes facilitam a sua adaptação a vida extrauterina que
é um meio desconheido para o mesmo (Lowdermilk & Perry, 2008)

Os cuidados ao Recém-Nascido inicia-se com o nascimento do bebê. Dados


do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2009) indicam que mais
de um milhão de recém-nascidos morrem por ano nas primeiras 24 horas de vida,
por falta de assistência qualificada. Dessa forma, há uma necessidade de uma
assistência eficaz, exigindo do enfermeiro e sua equipe um conhecimento e
habilidades técnico-científicas. Os cuidados ao recém nascido são divididos em
imediatos e gerais (Orlandi & Sabrá, 2005).

A assistêncial neonatal na antiguidade caracteriza-se pela seleção natural,


pela qual os RN com anomalias ou muito débeis eram abandonados até a morte
como acontecia em Esparta, entre outros locais. Em Roma, no tempo de Rómulo,
ao pai era concebido o direito de matar o filho que tinha malformações. Não
existia até ao século XVII qualquer estrutura organizada para prestação de
cuidados quer aos RN quer às crianças crescidas (Batista & Marques, 2009)

Os Cuidados ao RN constituiam já uma preocupação muito antiga. Sorando


de Éfeso (98-117 D.C), na sua obra “Doençasda Mulher”, dedica 23 capítulos à
infância onde aborda entre outros aspectos, o modo de cortar o cordão umbilical,
de prevenir a conjutivite neonatal pela lavagem dos olhos e a administração de
uma mistura de água e mel antes do aleitamento materno (Idem).

O objetivo deste estudo é sensibilizar os profissionais de enfermagem


sobre a importância de um cuidado simples e eficiente ao recém-nascido.

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1.1. Problema Científico

Trata-se de um problema onde o conhecimento dos técnicos sobre os


cuidados ao RN e sua realiazação é de fundamental importância, isto porque, o
recém-nascido (RN) é um ser vulnerável a traumas, infecções e outros
desequilíbrios, relacionados com a imaturidade dos seus órgãos e sistemas; o seu
organismo estará na fase de adaptação ao novo meio, e, é exactamente nesta
fase em que ocorre o maior índice de morbilidade e mortalidade neonatal; para
tal, a atenção integrada de enfermagem ao RN logo ao nascimento, exige que o
profissional tenha conhecimentos e habilidades para o efeito.

Para nortear a referida pesquisa, centramo-la nas seguintes questões:

1. Qual é a importância de avaliar o nível de conhecimentos dos técnicos?

2. Qual é o nível de conhecimento dos técnicos de saúde da Maternidade


Municipal do Uíge, sobre os cuidados ao Recém Nascido?

1.2. Justificação

Durante a nossa formação, ao longo dos estágios hospitalar e curricular


respectivamente, nos deparamos com situações em que observamos a prestação
dos cuidados ao R/N por parte dos técnicos nas salas de parto, puerpério e
neonatologia, nem sempre se cumpria de forma integral a atenção ao RN com
cuidados que são indispensáveis para o seu bem-estar.

O grau de conhecimento dos técnicos é reflectido na assistência prestada


aos RNs e na avaliação inicial para identificação das necessidades afectadas e
sua intervenção, visam a garantir qualidade de vida do RN. Facto que motivou, o
grupo decidir desenvolver a referida pesquisa, com vista a despertar o interesse e
a atenção dos profissionais na prestação de cuidados ao RN, e,
consequentemente contribuir para redução da morbilidade e mortalidade
neonatal.

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1.3. Objectivos do Trabalho

1.3.1. Geral:

 Avaliar o nível de conhecimento dos técnicos da Maternidade Municipal


do Uíge sobre os Cuidados ao Recém-Nascido

1.3.2. Específicos:

 Identificar a faixa etária e o género dos técnicos;

 Conhecer o tempo de serviço dos técnicos;

 Saber dos técnicos sobre a participação em formações de actualização;

 Caracterizar o perfil técnico-profissional dos técnicos;

 Determinar o nível de conhecimento dos técnicos sobre os cuidados ao


RN;

 Saber dos técnicos os cuidados de enfermagem prestados ao RN;

 Saber dos técnicos o grau de cumprimento dos cuidados ao RN;

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II - FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
2.1. Generalidade

Acreditamos que o parto é um momento especial para a parturiente e que os


profissionais de saúde devem actuar como facilitadores desse processo,
prestando apoio emocional e segurança para a mulher e seus familiares,
contribuindo para que tenha um parto seguro e saudável.É exactamente neste
momento em que o foco de atenção (dos cuidados) ao RN inicia na sala de
parto,proporcionando acções que promovam a saúde e bem-estar (Oliveira e
Rodrigues, 2003).

Os profissionais de saúde dos serviços de obstetrícia e de neonatologia


prestam assistênciaaos pacientes com características e peculiaridades especiais,
no caso a parturiente e ao recém-nascido, num momento e em ambiente de
grande tensão e vulnerabilidade, que exige dos profissionais conhecimentos e
habilidades específicas para prestar-lhes uma assistência condigna (Idem).

O recém-nascido necessita de cuidados que possibilitem sua adaptação ao


mundo exterior, pois, os cuidados que devem ser prestados na unidade de
neonatologia nos primeiros momentos, são decisivos para a sua saúde, seu bem-
estar e sua vida futura (Idem).

2.2. Conceitos sobre Recém-Nascido e Período Neonatal.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), toda criança até o


28º dia de vida é considerada recém-nascido (RN).

Segundo Orlandi e Sabrá, 2005 – consideram o período neonatal, como o


tempo que transcorre desde o nascimento até o final da 4ª semana de vida
(subsequentes ao nascimento).

O periodo neonatal é definido como os primeiros 28 dias de vida; a medida


que o recém-nascido se adapta a vida após o nascimento, ocorrem muitas
alterações fisológicas (Lowdermilk & Perry, 2008).

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2.3. Classificação do Recém-Nascido (RN)

O recém-nascido, pode ser classificado de acordo peso ao nascer (PN),


Idade Gestacional (IG) e quanto à Relação PN e IG (Cabral, 2009).

a)- Classificação do RN quanto ao peso ao nascer (PN):

 RN de baixo peso: peso entre 1.500 g à < 2.500 g;


 RN de peso muito baixo: peso ao nascer entre 1000 g à < 1.500 g;
 RN de peso extremamente baixo: peso ao nascer < 1000 g;
 RN de tamanho excessivamente grande: peso ao nascer ≥4.500 g.

b)- Classificação do RN quando a Idade Gestacional (IG):

 RN Pré-termo (prematuro): até 36 semanas de gestação;


 RN a Termo: nascido entre 37 e 41 semanas + 6 dias;
 RN Pós-maturo: nascido após 42 semanas de gestação.
 Período Neonatal: do nascimento ao 28º dia de vida extra-uterina.

2.4. Cuidados ao Recém-Nascido

Trata-se de um conjunto de ações e procedimentos que o profissional de


saúde desenvolve ou presta na assistência ao recém-nascido, desde o primeiro
minuto de vida de forma holística e integral, devendo ser observado com extremo
cuidado, pois, trata-se de um ser particularmente sensível principalmente por
traumas, infecções, fatores ambientais e nutricionais, por não apresentar
maturidade e resistência perante agressões físicas, químicas, biológicas e outras
(Oliveira e Rodrigues, 2003; at all).

Os cuidados ao recém-nascido, são divididos em imediatos, gerais e


mediatos; estes, têm como finalidade de garantir ao recém-nascido uma
adaptação satisfatória à vida extra-uterina, torna-se necessário, entre outros
procedimentos, uma observação cuidadosa que compreende: avaliação inicial
realizada através do Índice de Apgar; avaliação transicional durante o período da
reatividade; e, avaliação periódica efetiva por meio do exame físico sistemático
(Idem).

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Para a realização dessas atividades, é necessário que o enfermeiro tenha
conhecimento dos dados normais esperados em cada fase do período pós-natal,
para que possa reconhecer qualquer intercorrência e intervir, adequadamente,
para que o neonato tenha desenvolvimento satisfatório.

2.4.1. Cuidados Imediatos ao Recém-Nascido

Os cuidados imediatos são todos cuidados prestados logo após o parto na


sala de parto, isto é, durantes os primeiros 45 minutos, para manter a vida do RN
e evitar futuras sequelas (Olandi & Sabrá, 2005; at all).

Os cuidados prestados ao RN imediatamente após o parto são essenciais


para a adaptação do bebê diminuindo a morbi-mortalidade neonatal. O delicado
momento de transição do meio intra para o extra-uterino é marcado por inúmeras
mudanças para a criança. O meio intra-uterino proporciona um ambiente de
aconchego, de temperatura e luminosidade constantes, os ruídos são ouvidos
suavemente, não necessitando de esforço para realizar as funções vitais. Com o
nascimento o bebê vai se adaptando gradualmente ao meio extra-uterino
superando as dificuldades inerentes ao seu desenvolvimento (Idem).

A primeira hora de vida de um bebê é um período denominado de


inatividade alerta do RN que dura em média trinta (30) minutos. Esses momentos
iniciais são uma fase sensível, precursora de apego e a primeira oportunidade da
mãe ser sensibilizada pelo seu bebê, nesse contexto destaca-se a importância
que a realização de procedimentos assume na sala de parto(Idem).

Os Principais Cuidados Imediatos ao Recém-Nascido são:

1. Desobstrução ou permeabilização das vías aéreas respiratórias.

2. Aspiração das secreções, primero cavidade oral, de seguida nas fossas


nasais.

3. Enxugar ou secar o RN – seca-se a pele do RN com panos secos


/estéris;

4. Pinçar e seccionar o cordão umbilical – fixar o nó à base do anel do


cordão entre 2 – 3 cm no primeiro minuto de vida.

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5. Tomar de amostra de sangue a partir do cordão umbilical, para
determinar Grupo sanguíneo, VDRL e PCD.

6. Passar a sonda orogástrica para detectar a passagem livre pelo


esófago à cámara gástrica.

7. Avaliar o Índice de APGAR no 1º e 5º minuto após o nascimento; as


outras medidas, é em função a pontuação.

8. Identificação do recém-nascido – pulseira em ambos punhos com o


nome da mãe, data e hora de nascimento.

9. Manutenção da temperatura adecuada do RN – secar, manter o


contacto físico com mãe, cobrir com vestes, panos, lençois ou cobertas.

10. Para o parto normal, colocar o RN sobre o abdomen da mãe, e, em


caso de cesariana, coloca-se o RN na incubadora fechada ou aberta,
num ambiente com calor radiante.

2.4.2. Cuidados Mediatos ao Recém-Nascido


São os cuidados subsequentes aos cuidados imediados, são prestados aos
RNnas primeiras duas horas de vida. Constam os seguintes cuidados: (Idem)
1. Higiene corporal;
2. Exame físico completo;
3. Avaliação das capacidades de alimentação;
4. Avaliação da perda ponderal.
5. Colocar o recém-nascido na incubadora aberta
6. Aplicar álcool de 70% no cordão umbilical;
7. Avaliar as medidas antropométricas do RN: peso, altura e perímetros
(cefático, toráxico e abdominal);
8. Medir e interpretar sinais vitais (temperatura, pulso e respiração);
9. Profilaxia oftálmica;
10. Aplicar vitamina K 1 mg/IM
11. Identificação do recém-nascido e preencher todos dados relacionados;
12. Anexar e reportar os resultados de exames e qualquer alteração sobre
o seu estado;
13. Orientar o aleitamento materno, posicionamente, alojamento conjunto;

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14. Administrar as vacinas de Hepatite B, Pólio 0, BCG
15. Realizar avaliação e exame físico geral

2.4.3. Procedimentos e Organização dos Serviços

Em toda sala de parto deve estar presente pelo menos umprofissional


capacitado a reanimar de maneira rápida e efetiva, mesmo quando se espera um
RN saudável; pois, esses cuidados são indispensáveis para todos os recém-
nascidos. Para a assistência ao recém-nascido normal, que constitui a maioria
dassituações, deverá se enxugar, aquecer, posicionar, avaliar, efectuar a
profilaxia eentregar à mãe para um contato íntimo e precoce (Oliveira e
Rodrigues, 2003).

A recepção do RN deve ter normas estabelecidas com as diferentes


atribuições constituídas para a equipe profissional, objetivando prestaruma
assistência de qualidade à mãe e ao RN. Portanto, a equipe deverá realizar os
seguintes procedimentos:

- Garrantir a higiene, assépsia e antissépsiana sala de parto, dos materiais


e equipamentos.

- Lavagem das mãos sempre que fôr necessário.

- Preparação e arrumaração do material para assistência ao parto (mãe e


RN) antes do parto.

- Preencher a ficha do RN com dados da história familiar e materna,


pregressos e actuais, e do trabalho de parto.

- Dispor sobre a mesa de atendimento do RN o seguinte material:sonda de


aspiração traqueal para cada RN; soro fisiológico; luvas; gaze
esterilizado, anel de borracha e/ou de plástico (dispositivo específico) e
material para ligadura de cordão (pinças e tesoura); e, manter disponível,
para qualquer emergência, o material e medicação para reanimação.

- Receber o RN, secá-lo e colocar em campo estéril e aquecido, sob o


calor radiante;

- Levar o RN à mãe;

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- Identificar o RN com uma braçadeira, com o nome da mãe, noantebraço
e tornozelo;em partos múltiplos, a ordem de nascimento deverá
serespecificada nas pulseiras através de números, apóso nome da mãe;

- Posicionar e aspirar as secreções na boca e de seguida das narinas;

- Passar a sonda nasogástrica para excluir atresia de coanas eesôfago;

- Avaliar a vitalidade do RN atavés do Índice de Apgar no 1° e 5°minutos,


e, daí em diante, de 5 em 5 minutos, até que o Apgar sejamaior que 7;

- Laquear o cordão a uma distância de 2cm do anel umbilical,usando


álcool etílico a 70%. Verificar a presença de uma veia eduas artérias;

- Pingar nitrato de prata a 1% (preparar diariamente em frascoescuro),


uma gota em cada olho;

- Lavar o estomago, se o líquido amniótico for meconial,sanguinolento ou


purulento, com água destilada ou soro fisiológico;

- Colocar o RN para mamar, tão logo que finalizar as medidas


deatendimento após o nascimento;

- Prescrever Vitamina K, 1 mg IM;

- Registrar, na ficha do RN, sua impressão plantar e digital dopolegar


direito e do polegar direito da mãe;

- Explorar (avaliar) a placenta;

- Colher amostras de sangue de cordão para tipagem sangüíneae


sorologias; e

- Colher sangue da mãe para determiner o grupo sanguínea e


reaçãosorológica para sífilis, quando indicado.

- Aferir as medidas antropométricas: peso, altura, perímetro cefálico,


torácico e abdominal;

- Durante a administração do Kanakion que será administrado via IM no


vasto lateral da coxa esquerda do RN, algumas maternidades aplicam a
vacina hepatite B que será IM no vasto lateral da coxa direita.

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2.4.4. Cuidados Gerais ao Recém-Nascido

Os cuidados gerais, são os cuidados durante o período de neonatal, onde a


criança estará se adaptando a vida extra-uterina (Olandi & Sabrá, 2005).

Os cuidados gerais são aqueles que o enfermeiro deve incluir em sua


assistência diária ao bebê, desde a observação cuidadosa, o banho, a
alimentação, a profilaxia das infecções, o preenchimento das necessidades do
bebê, a facilitação do processo de relacionamento materno-infantil e a instrução
materna na assistência ao bebê. Em função ao estado e vitalidade do bebé, os
cuidados gerais podem ser classificados em cuidados diretos básicos, cuidados
diretos específicos e cuidados inderetos (Ziegel & Mecca,1985)

1) Os cuidados diretos básicos são: higiene corporal; cuidado com o coto


umbilical; verificação do peso e sinais vitais; alimentação e hidratação;
observação das eliminações e orientações aos pais.
2) Os cuidados diretos específicos são: isolamento; complicações do trato
gastrointestinal e do tegumento; prematuridade; infecções e síndromes
respiratórias; pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca; e osteogênese
imperfecta.
3) Os cuidados indiretos são: cuidados relacionados com o ambiente do
berçário, materiais, equipamentos e pessoal.

2.5. Descrição dos Cuidados Imediatos e Mediatos ao RN Saudável

Após a assistência imediata ao recém-nascido, quando não foi possível


antes do nascimento, deve-se realizar anamnese detalhada abordando a
identificação, todos os antecedents familiares e maternos, da gestação, do
trabalho de parto eparto (Oliveira e Rodrigues, 2003; at all).

O exame do RN deve ser minucioso, feito em local econdições satisfatórias,


incluindo todos os órgãos e sistemas passíveis de serem avaliados clinicamente.

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Os cuidados imediatos podem ser efetivados de diferentes formas de acordo
com o tipo de modelo de assistência adotado. Após o nascimento, sempre que for
possível, o bebê deverá ser encaminhado para sua mãe (contacto físico).

Outro tipo de contacto importante que se estabelece entre a mãe e o RN é o


visual. Estudos demonstram que, a existência de movimentos oculares de bebês
de zero a seis meses verificando-se a existência de uma fixação rudimentar
desde o primeiro dia de vida que se estabilizava em torno do quinto dia.Os
cuidados maternos formam a base da vida emocional e de relacionamento do RN.

A vertente humanizadora de assistência ao parto e nascimento, preconiza


que os profissionais devem estimular a aproximação entre a mãe e o bebê no
pós-parto imediato, no contacto pele-a-pele. Os cuidados podem ser prestados
mantendo-se e respeitando este momento de interação para que se favoreça o
estabelecimento precoce do vínculo.

Outros benefícios deste contato inicial incluem o facto de a amamentação


ocorrer mais cedo e o estreitamento da atração emocional (Idem).

a)- Desobstrução das vias aéreas respirtórias

Os fluidos e muco, às vezes sangue, mecônio e vernix caseoso, podem


estar presentes na boca, nariz e faringe do bebê por ocasião do nascimento. É
da maior importância que o bebê náo expire esse material com a primeira
respiração. Um RN que não ficou asfixiado durante um parto e um processo de
nascimento normais provavelmente não aspirará com a inspiração. É possível
que um bebê asfixiado aspire as secreções presentes em sua boca e orofarine
ao respirar pela primeira vez (Ziegel & Cranley, 2011)

O primeiro objectivo na sala de parto é estabelecer uma via aérea


desobstruida. Quando o RN está em decúbito dorsal é importante manter uma
posição neutro do pescoço (evitando a flexão ou a hiperextensão) para conseguir
estabelecer e manter as vias aéreas desobstruidas (Hockenberry & Wilson, 2011)

A American Academy of Pediatrics, recomenda o decúbito dorsal durante o


sono para todos os RN. As peras de aspiração usadas nos Hospitais devem ser
substituidas a cada 24 horas; em casa devem ser fervidas durante 10 minutos
para prevenir a contaminação bacteriana (Idem)

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Quando é necessária uma aspiração mais forte, utiliza-se a aspiração
mecânica com aspirador. Utilizar um cateter de calibre adequado e uma técnica
correcta para prevenir a lesão da mucosa e o edema.

Para prevenir o laringeospasmo, a bradicárdia reflexa e outras arritmias


cardiacas provocadas por estimulação vagal, é essencial uma aspiração suave.

A aspiração orofaríngea é realizada até 5 segundos com tempo suficiente


entre cada tentatia, para permitir ao bebê restabelecer os níveis de O 2 (Ricci,
2013).

b)- Cuidados ao corte umbilical

A secção do cordão umbilical imediatamente após o nascimento ocasiona a


separação do binômio e impede o contato e aproximação precoce de ambos.
(Oliveira e Rodrigues, 2003; at all)

No modelo de assistência humanizada observa-se que apesar da secção do


cordão umbilical ser um cuidado imediato, desde que mãe e bebê estejam em
boas condições, não necessita ser realizado logo após o nascimento, podendo-se
preservar o contato precoce entre a mãe e o RN. (Idem)

O cordão umbilical é comprimido a uns poucos centímetros da parede


abdominal do bebé com duas pinças hemostáticas sendo cortado entre as
mesmas. O cordão umbilical pode ser clampeado imediatamente após o
nascimento, ou o pinçamento pode ser adiado por uns poucos minutos, até
cessarem suas pulsações. Uma pequena demora no pinçamento do cordão
permite a estabilização da quantidade de sangue que flui entre a placenta e o
bebê. Em geral, os grampos são deixados no cordão umbilical por 12 a 24 horas,
e são removidos quando os vasos estão esmagados e trombosados. Os vasos
sanguíneos são claramente visíveis nas extremidades do cordão umbilical úmido
e recém-cortado. As duas artérias podem ser vizualizadas como dois pequenos
vasos de tamanho igual e a veia umbilical como um vaso maior (Ziegel &
Cranley, 2011).

Segundo Lowdermilk e Perry (2008), após o clampeamento do cordão, o RN


poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe

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como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita
movimentos respiratórios efetivos.

c)- Secagem do Recém-Nascido

Enxuga-se o corpo do RN imediatamente, incluindo a cabeça. Esfregue as


costas do bebé de cima para baixo, usando um pano limpo e quente; tente ao
máximo possível não remover o vernix (a substância cremosa e branca que pode
estar na pele do bebé), pois ele protege a pele e pode ajudar a previnir infecção
(Beck, Gange, Goldman & Long, 2004)

d)- Avaliação do Índice de APGAR

O índice de Apgar, foi proposto pela primeira vez em 1952 pela Médica
Virgínia Apgar, é usado para avaliar a vitalidade do recém-nascido no 1º minuto,
logo a seguir no 5º minuto após o nascimento. No 5º minutos caso o valor do
apgar fôr inferior a 7 pontos, deverá ser reavaliado em 10 minuntos (Ricci, 2013).

Observa-se que a sigla “APGAR” é uma espécie de acróstico relacionando o


nome da neonatologista que propôs tal sistematização da avaliação clínica
(Virginia Apgar) e o seu sobrenome: Appearance, Pulse, Grimace, Activity,
Respiration.

Em os sinais avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tónus muscular,


irritabilidade reflexa e cor da pele. Ou ainda:

1. A = Aspecto /Aparência (Cor);


2. P = Pulso (Frequência cardiaca);
3. G = Grito /choro /Gesto;
4. A = Atividade (Tônus musculares);
5. R = Respiração (Frequência respiratória);

A avaliação do neonato no 1º minuto, fornece informações indicativas da


adaptação inicial do recém-nascido à vida extra-uterina; a avaliação com 5
minutos prevê uma indicação mais clara do estado geral do sistema nervoso
central (SNC) do recém nascido(Idem).

Constam do índice de Apgar, cinco parâmetros, cada um corresponde em


uma das letras do termo (APGAR); para cada um dos 5 itens é atribuída uma nota

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de 0 a 2. Somando-se as notas de cada item, teremos o total, que pode variar de
0 à 10. Observa-se que:

 Uma nota de 8 a 10, isto significa que o bebê nasceu em ótimas


condições;
 Uma nota 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve;
 De 4 a 6, traduz uma dificuldade de grau moderado;
 De 0 a 3 uma dificuldade de ordem grave (asfixia).

No caso de problemas ou valores abaixo, deve-se fazer uma investigação,


avaliação clínica geral e intervir rapidmente. Se estas dificuldades persistirem
durante alguns minutos sem tratamento, pode levar a alterações metabólicas no
organismo do neonato, gerando uma situação potencialmente perigosa, a
chamada anóxia (falta de oxigenação) (Idem).

O Apgar de primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da situação


presente, índice que pode traduzir sinal de asfixia e da necessidade de ventilação
mecânica.

O Apgar de quinto minuto e o de décimo minuto são considerados mais


acurados, levando ao prognóstico da saúde neurológica da criança (sequela
neurológica ou morte)

Quadro nº 01 – Índice de APGAR

Pontuação
Sinais
0 1 2

Frequência cardiaca Ausente <100/min >100/min

Respiração Ausente Irregular/Bradipnéia Forte/Choro

Actividade /Tônus Movimento


Flácido Flexão de pernas e braços
musculares Activo /boa flexão
Cianose
Aspecto ou Cor Cianose de extremidades Rosada
Central /Palidez
Gritos ou Choros
Ausente Algum movimento/Careta Espirros/choro
(reflexos)

e)- Comprimento e Peso

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Deve-se medir o peso, a altura e osperímetros cefálico, toráxico e
abdominal, para avaliar o crescimento e desenvolvimento intrauterino.Após o
nascimento, é essencial colocá-lo em decúbito dorsal e estender a sua perna por
completo ao medir o seu comprimento. Os achados esperados para o
comprimento em neonatos a termo geral variam de 48 a 53 cm. A moldagem pode
influenciar essas medidas (Dillon, 2003).

Quase sempre, no neonato a termo, o peso varia entre 2.700 a 4.000 g. Um


peso ao nascimento inferior a 10% ou acima de 90% em relação a um gráfico de
nascimento, está fora da variação normal e precisa ser investigado
cuidadosamente. Os pesos medidos subsequentemente são comparados com os
pesos pregressos e registados com relação ao ganho ou a perda em uma
planinha de fluxo de enfermagem. Os neonatos tipicamente perdem cerca de 10%
do seu peso inicial ao nascimento aos 3 a 4 dias de idade devido a perca de
mecônio, do líquido extra-celular e ingestão limitada de alimentos. Essas perdas
de peso em geral é recuperada até 0 10º dia de vida (Hockenberry, 2005)

2.5.1. Intervenções de Enfermagem ao Recém-Nascido

Durante o periodo neonatal imediato, dois medicamentoscomumente são


prescritos: a Vitamina K e profilaxia oftálmica com pomada à base de eritromicina
ou tetraciclina.

a)- Administração de Vitamina K

Durante os primeiros dias após o nascimento, o recém nascido está em risco


de alteração na coagulação sanguínea e hemorragia prolongada, devido ao défice
de vitamina K. Esta, é transferida em quantidade reduzida através da placenta ou
do aleitamento materno e os intestinos do bebé não estão ainda colonizados pela
microfolra que a sintetiza. A administração intramusculares de vitamina K é um
procedimento de rotina no periodo neonatal, numa única dose, de 0,5 a 1 mg, por
via parentérica, logo após o nascimento, para prevenção de distúrbios
hemorrágicos. Pelo oitavo dia, os RN de termo estão habilitados a produzir a sua
própria vitamina K (Lowdermilk & Perry, 2008).

b)- Profilaxia Oftálmica

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Recomenda-se que todos os recém nascidos nos EUA, por parto vaginal ou
por cesariana, recebam a instilação de um agente profilático, como pomada
oftálmica à base de eritromicina ou de tetraciclina, nos olhos dentro de uma ou
duas horas de nascidos. Esse procedimento é obrigatório em todos 50 estados
norte americamos para prevenir a oftalmianeonatal, que pode causar cegueira
neonatal.A oftalmia neonatal é uma conjuntivite purulenta hiperaguda que ocorre
durante os primeiros 10 dias de vida, em gerla é contraída durante o parto a
partir do corrimento vaginal infectado da mãe (O’Toole, 2003).

Com frequência, as duas pálpebras tornam-se intumescidas e vermelha com


secreção purulenta.. Os agentes profiláticos recomendados atualmente incluem a
pomada oftálmica a base de eritromicina 0,5% ou de tetraciclina a 1% em
aplicação única. Apesar de recomendada no passado, a solução de nitrato de
prata tem pouca eficácia na prevenção de doença oftálmica por clamídia (CDC,
2002).

Independentemnte do agente empregado, a instilação deve ser realizada o


mais rapidamente possível após o nascimento. Se a instilação não for realizada
logo após o nascimento para permitir que o bebê seja visto e ocorra a atração
emocional com ele, a equipa de enfermagem deve assegurar que o agente seja
administrado quando o recém nascido chegar ao berçário para observação e
avaliação. Informe aos pais sobre o tratamento ocular, inclusive o motivo pelo
qual este é recomendado, que vantagens devem ser previstas devido ao
tratamento, que problemas podem surgir se o tratamento não for realizado e
quais os efeitos colaterais que podem advir do tratamento (Ricci, 2013)

c)- Profilaxia Genital

Faz-se com introdução de nitrato de prata – 1% no intróito vaginal (IMS,


2007).

d)- Manter a termorreguação

Em relação à manutenção da temperatura corporal, no modelo humanista


prioriza-se o aquecimento do RN, no contato pele a pele com a mãe em um
quarto aquecido e, se necessário, cobri-lo com um cobertor, na assistência inter-
vencionista é preconizado que a perda calórica é minimizada secando-se

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rapidamente a pele e o cabelo do RN colocando-o em ambiente aquecido (Ricci,
2013).

O contacto pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura


ambiente de 26ºC, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que nascem com
respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos
com campos pré-aquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação.

Os neonatos apresentam problemas na regulação da temperatura,


principalmente durante as primeiras horas após o parto. Assim, é crucial manter a
temperatura corporal (Idem)

Na sala de parto a equipe deve ter a sua disposição um berço de calor


irradiante, para onde a criança deve ser conduzida logo depois do
desmembramento da placenta onde todos os procedimentos realizados no RN
serão sobre o berço onde terá manutenção de temperatura. A criança tem que
manter a temperatura axilar por volta de 36 a 37ºC, caso isso não ocorra à
temperatura do RN baixa faz com que o organismo tenha um maior consumo de
O2 levando a uma hipóxia ocasionando uma acidose, ou seja, diminuição do pH
sanguíneo (Gerk, 2006).

Avalie a temperatura corporal com frequência durante o periodo neonatal


imediato. Recomenda-se que a temperatura seja medida a cada 30 min. nas
primeiras 2h ou até que a estabilização seja alcançada e, a seguir, a cada 8h até
a alta (AAP/ACOG, 2002).

Com frequência, o termistor (sensor térmico) é aderido ao neonato para


registar a temperatura corporal em um dispositivo de monitoração. O termistor é
prezo ao abdomen do neonato com fita adesiva, em geral no hipocôndrio diretio, o
que permite mudanças de posição sem ter de reajustar a sonda. A outra
extremidade do termistor é inserida em um painel de controle de calor radiante.
Os parâmetros de temperatura são ajustados em um parâmetro de temperatura
ajustados em um sistema de alarme concectado a um painel de calor, que dispara
se a temperatura do RN cair a níveis inferiores da variação estabelecida. Verifique
a conexão periodicamente para assegurar que esta permaneça presa. Esteja
sempre atenta a perda potencial de calor nos neoanatos, assegurando-se de que

26
todas as intervenções de enfermagem sejam realizadas para minimizar a perda
de calor e evitar hipotermia (Ricci, 2013)

As intervenções de enfermagem que ajudam a manter a temperatuara


corporal incluem:

 Secar os neonatos imediatamente após o nascimento, afim de evitar


perda de calor por evaporação;
 Envolvê-los em cobertóis pré-aquecidos afim de reduzir a perda de calor
por convecção;
 Usar cobertores aquecidos nas balanças a pesar o neonato sem roupa
 Aquecer estetoscópios e as mãos antes de examinar ou cuidar dos
neonatos;
 Não expôr os neonatos a correntes de ar nem colocá-los perto de saídas
de ar para evitar perda de calor por conveçcão;
 Esperar dar o primeiro banho depois que a temperatura do bebê estiver
estabilizada afim de evitar perda de calor por evaporação;
 Não colocar o berço perto de paredes externas frias afim de evitar perda
de calor por radiação
 Colocar uma toca na cabeça do RN após este ter sido completamente
seco após o nascimento.
 Colocar o neonato sob um aquecedor radiante com a temperatura
controlada.

2.6. Cuidados ao Recém-Nascido Patológico

Existem muitas patologias que alteram os cuidados prestados ao RN,


dificultam sua adaptação ao novo meio e aumentam consideravelmente a taxa de
morbidade e mortalidade neonatal. Dentre os principais problemas, destacamos
os mais frequentes, como: Asfixia, Recém-Nascido Pré-termo, de Baixo Peso ao
Nascer e com Icterícia.

2.6.1.Cuidados ao Recém-Nascidocom Asfixia

Os neonatos normalmente começam a respirar sem ajuda e, com


frequência choram logo após o nascimento. Com 1 minuto de vida, a maioria dos
neonatos respira bem. Diz-se que o neonato que não consegue estabelecer

27
respiração sustentada adequada após o nascimento apresenta asfixia. Em nível
fisiológico, a asfixia pode ser definida como comprometimento da troca gasosa
que resulta em diminuição dos níveis sanguíneos de oxigénio (hipoxemia) e
excesso de dióxido de carbono (hipercapnia) que leva à acidose (Ricci, 2013).

2.6.2. Avaliação do RN asfixiado

O RN com asfixia pode apresentar hipotermia, apneía ou angústia


respiratória que se manifesta como respirações com arfados, grunhidos, dilatação
das narinas, retração esternal, taquipneía, hipotonia, palidez e bradicardia
(Verklan & Walden, 2004).

Se o neonato não respirar bem ao nascimento, desenvolverá hipóxia (pouco


oxigénio nas células do corpo). Como consequência, a frequência cardiaca cai,
desenvolve-se cianose e o neonato se torna hipotónico e não-responsivo. Além
dos sinais clínicos, os índices de Apgar com 1 minutos e 5minutos de vida
proporcionam informações valiosas. Se o índice estiver abaixo de 7 em uma das
duas leituras, há necessidade de reanimação (Ricci, 2013).

2.6.3. Conduta de Enfermagem ao RN com Asfixia

A conduta quando o RN apresenta asfixia inclui avaliação clínica imediata e


reanimação. Assegure-se de que o material necessário para reanimação
encontra-se à mão e funciona adequadamente. Seque o neonato com rapidez
com uma toalha aquecida e, a seguir, coloque-o sob um aquecedor radiante para
evitar perda rápida de calor por evaporação. Em geral, manipular e friccionar o
neonato com uma toalha é suficiente para estimular o início da respiração. Se o
neonato não conseguir responder ao estímulom então há necessidade de
reanimação. O material necessário inclui um aspirador de parede, uma fonte de
oxigénio, uma bolsa de ventilação neonatal, tubos endotraqueais (2 a 3 mm),
laringoscópio e ampolas de naloxona com seringas e agulhaspara administração
(Tanez, 2013).

2.7. Reanimação do Recém-Nascido

28
A reanimação neonatal é um conjunto de medidas com o objectivo de
estabelecer e manter a ventilação/oxigenação e circulação quando o RN nasce
apneíco ou bradicárdico (Idem).

Continue a reanimação até o RN apresentar frequência cardiaca de pulso


superior a 100 bpm, choro forte ou bom esforço respiratório e língua rosada. Esse
último sinal indica bom suprimento de oxigénio ao cérebro (Woods, 2004).

Segundo Tanez (2013), Recomenda a presença da equipe de reanimação


neonatal nos partos de alto rísco com as seguintes características:

 Idade gestacional < 34 semanas;


 Diminuição dos movimentos fetais;
 Bradicardia e taquicardia fetal;
 Placenta prévia;
 Descolamento prematuro da placenta;
 Mecônio no líquido amniótico;
 Partos cesarianos;
 Poli-hidrâmnios e oligoidrâmnios;
 Abuso de drogas ilícitas durante a gravidez;
 Diminuição da atividade fetal;
 Idade materna ≤ anos ou ≥ 35 anos;
 Interrupção da circulação fetal (prolapso do cordão umbilical);
 Partos fóceps ou vácuo.

Cada hospital deve desenvolver um protocolo com seu comitê de ética para
determinar os critérios de reanimação ou não na sala de parto em casos
específicos de acordo a região e a disponibilidade de recursos. Segundo
(Kattwinkel et al. (2011) propõe as seguintes recomendações:Não reanimar nos
seguintes casos:

 Idade gestacional < 23 semanas e peso < 400g;


 Anenceflia;

29
 Anormalidades cromossómicas incompatíveis com a vida, como
trissomia 13 e 18;
 Descontinuar a reanimação se o recém-nascido não apresentar
frequência cardiaca e esforço respiratório após 10 min. de
reanimação contínua e adequada.

2.7.1. ABCD da reanimação neonatal

a)- Vias respiratórias:

 Desobstrua as vias respiratórias colocando a cabeça do recém-


nascido na posição neutra.
 Limpe a garganta por meio da aspiração delicada com uma seringa
com bulbo ou cateter macio 10F.
b)- Respiração:

 Segure a máscara de ventilação (ligada a fonte de oxigénio) sobre o


nariz e a boca do neonato;
 Se não for observada melhora da respiração do neonato, então intube
 Intubar com tubo endotraqueal (ET) e ventilar com saco de ventilação
com pressão positiva

c)- Circulação

 Aplicar compressões torácicas (cerca de 80 vezes por minuto);


 Colocar a mão ao redor do tórax do lactente com o polegar sobre a
porção inferior do esterno;
 Comprimir o tórax duas vezes, a seguir ventilar.
d)- Fármacos

 Se a depressão for decorrente de narcóticos, prepare-se para


administrar naloxona;

30
 Se houver acidose metabólica, prepare-se para administrar
bicarbonato de sódio;
 Para melhorar a frequência cardiaca, prepare-se para administrar
epinefrina (adrenalina) pelo tubo ET ou por via IV rapidamente;

2.8.Cuidados ao RN Prematuro

Recém-Nascido prematuro ou pré-termo é aquele que nasce antes de


completar 37 semanas de gestação. Aproximadamente 1 em 8 bebés, ou 12%
nascem antes de 37 semanas de gestação. Atualmente, a prematuridade é a
principal causa de morte no primeiro mês de vida e a segunda principal causa de
todas as mortes de lactentes. Embora determinados factores de rísco tenham sido
identificados (p.ex., parto pré-termo pregresso, baixo nível socioeconómico, pré-
eclâmpsia, hipertensão arterial, nutrição materna ruim, tabagismo, gestação
múltipla, infeção, idade materna avançada e uso abusivo de substâncias
psicoativas), a etiologia de metade de todos os nascimentos pré-termo não é
conhecida (Damus, 2005).

Suporte respiratório

É necessário após a aspiração o estabelecimento e manunteção da função


respiratória; iniciar oxigenoterapia pois é comum o recém-nascido prematuro
desenvolver dificuldades respiratórias com longos periodos de apneía. A atenção
e os cuidados com a sua respiração devem ser contínuos (Lima e Matão, 2010).

Termorregulação

Imediatamente após o nascimento, seque o neonato com uma toalha


aquecida e a seguir coloque-o em uma segunda toalha seca e aquecida antes de
realizar a avaliação. Essa secagem previne a perda rápida de calor secundária à
evaporação. Os neonatos ativos, que respiram bem e choram, encontram-se
estáveis e podem ser colocados sobre o tórax da mãe (técnica canguru) a fim de
proporcionar calor e prevenir hipotermia. Os recém nascidos pré-termo podem
estar estáveis o suficiente para permanecer com a mãe e, por isso, precisam ser
colocados sob um aquecedor radiante ou uma incubadora aquecida após serem
secados com uma toalha aquecida (Ricci, 2013)

31
Para retardar ou evitar os efeitos do estresse ao frio, os recém-nascidos são
colocados em ambiente aquecido imediatamente imediatamente até que
consigam manter estabilidade térmica (equilíbrio entre a produção e a
conservação com dissipação de calor). Isso tem especial importância no recém-
nascido pré-termo cuja superfície cutânea muito elevada com relação à massa
corporal promove perda de calor (Whaley & Wong, 1999). Um ambiente térmico
neutro é aquele que permite que o recém-nascido mantenha temperatura interna
normal, como consumo mínimo de oxigénio e energia. O recém-nascido muito
pequeno, especialmente aquele com uma camada de gordura subcutânea
mínima, pode controlar a perda ou ganho de calor corporal somente dentro de
uma faixa muito limitada de temperatura ambiente. Estudos recentes indicam que
a termoneutralidade ideal não pode ser prevista para as necessidades de todos
os recém-nascidos de alto risco. Diretrizes para oferecer um ambiente térmico
ideal sugerem manter a temperatura axilar do RN dentro de uma faixa de 36,5 a
37,5ºC (Thomas, 1994).

Nutrição

Os recém-nascidos pré-termo apresentam perda de proteína e balanço


nitrogenado negativo logo após o nascimento. Deve-se iniciar com nutrição
parenteral assim que as condições metabólicas sejam estáveis. Os aminoácidos
são iniciados na dose de 1,5 g/kg/ dia e aumentados até 3,5 g/kg/dia. Os lipídeos
são iniciados no 2º dia e aumentados até 3 g/kg/dia. Quando houver condições
clínicas, inicia-se dieta enteral mínima, preferencialmente com leite materno, na
quantidade de 10-20 mL/kg/dia, em intervalos de 3-6 horas. Cateteres arteriais
umbilicais não são contraindicação para a dieta trófica (Friedrich & Costa, 2014).

O volume é aumentado até atingir uma oferta calórica de 120-140 kcal/kg/dia


e proteica de 3-4 gramas de aminoácidos/kg/dia. A dieta deve ser administrada
via sonda gástrica, de modo intermitente e por gavagem, em intervalos de 2-
3 horas. Crianças com idade gestacional > 34 semanas e peso > 1.500 g com boa
vitalidade estão aptas para receber dieta via oral. A nutrição parenteral deve ser
suspensa quando o volume enteral alcançar 100 mL/kg/dia (Idem).

Manejo de fluidos e eletrólitos

32
A necessidade de fluidos aumenta quanto menor for a idade gestacional. As
perdas insensíveis são aumentadas devido à grande superfície corporal relativa e
à imaturidade da barreira cutânea, e a imaturidade renal leva a uma perda grande
de líquidos e eletrólitos. Esses fatores provocam um maior risco de desidratação e
hipertonicidade, que podem causar hemorragia intracraniana. No entanto, a
sobrecarga hídrica pode ter repercussões graves. A hipoglicemia é frequente
devido às baixas reservas de glicogênio. A hiperglicemia também é comum,
sobretudo nos pré-termos extremos (Friedrich & Costa, 2014)

2.8.1.Cuidados ao RN com Baixo Peso ao Nascer

Segundo a OMS, o recém-nascido de baixo peso é aquele que apresenta ao


nascer um peso inferior a 2.500 g. Os neonatos podem ser classificados de
acordo com o peso e as semanas de gestação, e é importante conhecer o grupo
em que um neonato se classifica:

- Apropriado para a idade gestacional (AIG) é o termo que descreve


aproximadamente 80% dos recém-nascidos com altura, peso, circuferência da
cabeça e índice de massa corporal (IMC) normais (Venes, 2005).

-Pequenos para idade gestacional (PIG) descreve os recém-naascidos


que pesam menos de 2.500 g a termo em decorrência de menor crescimento in
utero (Ricci, 2013)

- Grande para a idade gestacional (GIG) descreve recém-nascidos com o


peso acima do 90º percentil em um gráfico de crescimento, ou seja, mais de 4.000
g a termo devido ao crescimento acelerado em relação à duração da gravidez
(Cheffer & Rannalli, 2004).

Prevenção e tratamento da Hipoglicemia

A hipoglicemia pode ocorrer em 67% das crianças com crescimento uterino


retardado e 15% dos pré-termo. A amamentação precoce e frequente pode
reduzir a incidência a menos de 5% (IMS, 2007)

33
A hipoglicemia é prevalente em neonatos de baixo peso nas primeiras horas
e nos primeiros dias de vida, em decorrência do aumento do índice metabólico e
da falta de reservas adequadas de glicogênio que satisfaçam às necessidades
metabólicas neonatais. Contudo, os sinais e sintomas de hipoglicemia podem
facilemente passar despercebidos porque são muito sutis. Tipicamente, os sinais
e sintomas são letargia, taquicardia, angústia respiratória, inquietação,
alimentação ruim, hipotermia, sudorese, choro fraco, convulsões e hipotonia. Os
níveis sanguíneos de glicose encontram-se abaixo de 40 mg/dl em neonatos a
termo e abaixo de 20 mg/dl em neonatos pré-termo (Kenner & Lott, 2004).

Os cuidados encontram-se na monitorização da glicemia, na manunteção


do equilíbrio hidreletrolítico, na observação de alterações no estado do neonato,
assim como no aumento da irritabilidade ou da angústia respiratória e na
implementação precoce da alimentação oral, se aplicável. Se alimentação oral
não for aceita, poderá ser necessária infusão intravenosa de soro glicosado a
10% a fim de manter a glicemia acima de 40 mg/dl (Honckeberry & Wilson, 2011).

Se a glicemia do neonato for inferior a 25 mg/dl, institua tratamento imediato


com glicose IV, independentemente dos sinais clínicos (Thureen, et al., 2005).

2.8.2. Cuidados ao RN com Icterícia

A icterícia é definida como coloração amarelada da pele, escleróticas e


membranas mucosas conseqüente à deposição, nesses locais, de pigmento biliar
(bilirrubina), o qual se encontra em níveis elevados no plasma
(hiperbilirrubinemia) (Martineli, 2004).

É muito comum que, após o nascimento do bebê, ele apresente uma


coloração amarelada na pele. Essa condição é conhecida como icterícia do
recém-nascido ou icterícia neonatal e atinge cerca de 50% de todos os recém-
nascidos. A ocorrência é maior em prematuros, nos quais a condição atinge
quase 90% dos bebês. A icterícia pode ser definida como o amarelamento de pele
e alguns outros órgãos.Esse amarelamento ocorre como consequência do
acúmulo de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia) (Santos, 2019)

A bilirrubina é um produto de coloração amarelada proveniente da


degradação da hemoglobina. Quando degradada, a hemoglobina quebra-se em

34
duas porções: heme e globina. A porção heme forma a bilirrubina não conjugada.
No fígado, a bile é conjugada com ácido glicurônico, formando a bilirrubina
conjugada. A bilirrubina conjugada é excretada na bile ou então é reduzida, no
intestino, em urobilinogênio e estercobilina, que dá cor às fezes (Idem)

III. METODOLOGIA

Trata-se do conjunto de métodos, técnicas e meios utilizados na realização


da pesquisa e organização do referido trabalho.

3.1. Tipo de Estudo

Para o referido trabalho, utilizou-se um estudo “descritivo transversal e


observacional”, através do qual se desenvolveu a pesquisa. Este tipo de estudo, é
feito para investigar ou recolher dados sobre um determinado sujeito, no momento
em que o fenómeno acontece (presente); os dados são adquiridos directamente
da fonte primária.

3.2. Métodos de Estudo

Os métodos e técnicas utilizados, com base a ficha de recolha de dados


elaborada previamente pelo grupo, consistem em:
Entrevista, por meio do diálogo;
Observação e exploração;
Análise e selecção dos dados, e outros.

3.3. Local e Período de Pesquisa

A pesquisa dos dados, foi feita aos profissionais de saúde (enfermeiras e


médicas) na Maternidade Municipal do Uíge.

35
A Maternidade Municipal do Uíge, é a unidade de prestação de cuidados de
saúde especializada as mulheres com problemas do fôrum genicológico,
obstêtrico (CPN), assistência ao parto e ao RN, planeamento familiar, e outros
serviços. Situa-se na sede da Província (Uíge), mais a Oeste do Centro da cidade
e do HGU, concretamente no bairro Popular nº 02 (Dunga).

3.4. Procedimentos Éticos

Para a pesquisa dos dados, a direcção da escola emitiu uma solicitação


naquela instituição, e, conferiu-nos o credencial que serviu-nos a legalidade para
o efeito.

3.5. População e amostra


a)- Universo: trata-se do número total dos profissionais de saúde
(enfermeiros e médicos) que trabalham na Maternidade Municipal do Uíge. São
cerca de 49 técnicos dentre enfermeiros e médicos, isto, segundo dados
estatísticos daquela instituição.

b)- Amostra: trata-se do número de sujeitos na qual se desenvolveu a


pesquisa; são 18 profissionais que trabalham nas serviços de obstetrícia e
neonatologia (15 enfermeiras e 3 médicas) que participaram na entrevista.

3.6. Selecção da População

Para referida pesquisa, foram selecionados, os técnicos obedecendo os


critérios de inclusão e exclusão.

1). Critério de Inclusão: foram incluídos na pesquisa os profissionais de


enfermagem e médicos que trabalham nos serviços de obstetrícia e neonatologia,
presentes e disponíveis em participar na entrevista, no momento da pesquisa.

2). Critério de Exclusão: foram excluídos, os todos profissionais de saúde


que não trabalham nos serviços acima citados, como aqueles se encontravam em
gozo de férias e aqueles que não mostram-se disponíveis em participar.

3.7. Variáveis em Estudo

36
 Faixa etária dos técnicos;
 Género dos técnicos;
 Tempo de serviço dos técnicos;
 Participação em formações de actualização de conhecimento;
 Perfil técnico profissional;
 Cuidados de enfermagem prestados ao RN;
 Nível de conhecimento;
 Grau de cumprimento dos cuidados ao RN;

3.8. Tratamento e Análise dos Dados


Para o tratamento, análise e selecção dos dados, utilizou-se as plataformas
da Microsoft Word, Excel e Power Point e outros meios para o efeito.

IV. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tabela nº 01 – Distribuição dos técnicos segundo a Faixa Etária

Faixa Etária Nº de Técnicos %

20 aos 29 4 22,22

30 aos 39 7 38,88

40 aos 49 3 16,66

≥ 50 4 22,22

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

Segundo os dados da tabela nº 01, sobre a distribuição dos técnicos de


saúde (enfermeiras e médicas) que participaram da entrevista segundo a faixa
etária, cuja amostra em estudo foi de 18 técnicas. Dos quais 4 (equivalente a
22,22%) estão entre 20 aos 29 anos de idade; dos 30 aos 39 anos foi a faixa
etária que apresentou maior número, com7 técnicas (38,88%); o número
corresponde a faixa dos 40 aos 49 ansos com 3 técnicas (16,66%); e, com ≥
50anos, equivalente a 22,22%.

37
Olhando para os resultados da tabela acima referenciada, afirma-se que, a
faixa etária dos 30 aos 39 anos, apresentou com maior número de técnicos
(38,88%), pois que, considera-se a fase activa dos indívíduos; e, para as faixas
etárias, menores de 30 e maiores de 40 anos respectivamente, serem fases da
vida escolar e idade adulta para reforma, apresentarem-se com as menores
percentagens.

Tabela nº 02 – Distribuição dos dos técnicos segundo o Género

Frequência Nº de Técnicos %

Masculino - -

Femenino 18 100

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

A tabela em destaque, mostra-nos a distribuição dos técnicos segundo o


género. Conforme se vê os resultados, participaram do estudo 18 técnicas (todas
do género feminino), equivalente a 100%.

Dá-nos a entender, e tal como se tem acompanhado, geralmente os


profissionais da Maternidade Municipal do Uíge, assim como de outros pontos do
País, são maioritariamente do género feminino, tendo em conta a especificidade
dos serviços.

38
Tabela nº 03 – Distribuição dos técnicos segundo o Tempo de Serviço

Frequência Nº de Técnicos %

≤ 5 A. 3 16,66

6 à 10 A. 3 16,66

11 à 15 A. 4 22,22

16 à 20 A. 3 16,77

≥ 21 A. 5 27,77

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

Tal como se vê na tabela nº 03, os resultados segundo o tempo de serviço


dos técnicos que participaram da entrevista, mostra-nos que, 3 técnicas (16,66%)
referiram ter menos de 5 anos de serviço; igual percentagem para os técnicos que
trabalham entre 6 à 10 anos e 16 à 20 anos respectivamente; 4 técnicas que

39
afirmaram o tempo de serviço entre 11 à 15 anos; e, com maior número (5
técnicas) equivalente a 27,77% com o tempo de serviço maior de 21 anos.

Afirma-se que, maior parte dos técnicos apresentam um tempo de serviço


com mais de seis anos, e, particularmente a 27,77% constituido pelos técnicos
com um tempo de serviço ≥ 21anos. Entretanto, quanto maior for o tempo de
serviço melhor é o nível de conhecimento e das habilidades técnico-profissional.

Tabela nº 04 – Distribuição dos técnicos segundo a Participação em


formações de capacitação e actualização

Frequência Nº de Técnicos %

Sim 16 88,88

Não 2 11,11

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

A tabela nº 04 mostra-nos os dados segundo a participação dos técnicos em


formações capacitação e atualização. Da amostra em estudo (18 técnicas), 16
dos quais (equivalente a 88,88%) afirmaram ter participados numa ou noutra
formação de capacitação; e, 2 técnicas (equivalente a 11,11%) nunca tinham
participado.

Segundo os resultados da tabela em referência, percebe-se que maior


percentagem das técnicas que participaram na pesquisa (88,88%) das quais,

40
afirmaram ter participado em formações de actualização; 11,11% das técnicas
nunca tinham participado em alguma formação do género.

Portanto, afirma-se que os resultados em causa, trazem reflexões na


qualidade da assistência que os técnicos prestam aos utentes (RN), pois, investir
na formação é primar na melhoria da qualidade da assistência prestada ao RN.
As técnicas que nunca tinham participado em alguma formação de capacitação,
11,11% no caso, deve-se ao pouco tempo de serviço (são recentes no sector).

Tabela Nº 05 – Distribuição dos técnicos segundo o perfil técnico-


profissional.

Frequência Nº de Técnicos %

Auxiliares de Enfermagem 4 22,22

Técnicos de Enfermagem 4 22,22

Técnicos de Enfermagem Espec. em


2 11,11
Genico-obstetrícia
Técnicos de Enfermagem Espec. em
3 16,66
Neonatologia

Enfermeiros 2 11,11

Médicos 3 16,66

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

41
Para o tabela nº 05, mostra-nos os resultados sobre o perfil dos técnicos que
trabalham nos serviços de Obstetrícia e Neonatologia. Da amostra em estudo (18
técnicas), 4 das quais (22,22%) são auxiliares de enfermagem; igual número dos
técnicos de enfermagem; 2 técnicas de enfermagem especializadas em genico-
obstetrícia, igual número das enfermeiras licenciadas com 11,11%; técnicas de
enfermagem especializadas em neonatologia 3 (equivalente a 16,66%); 3
médicas (equivalente a 16,66%).

Portanto, analisando os resultados da tabela em referência, uma vez que se


trata de profissionais que prestam cuidados especializados, e, a Maternidade
Municipal do Uíge ser a unidade de referência a nível da Província, achamos nós
que, ainda muito se deveria fazer em termos do perfil apresentado pelos técnicos
de saúde da referida unidade hospitalar.

Tabela nº 06 – Distribuição dos técnicos segundo a Prestação dos


Cuidados ao Recém-Nascido (RN).
Frequência
Cuidados de Enfermagem Total %
Sim % Não %
Desobstrução das vias
13 72,22 5 27,77 18 100
respiratórias

Cordão umbilical 15 83,33 3 16,66 18 100

Indice de Apgar 17 94,44 1 5,55 18 100

Secagem do RN 14 77,77 4 22,22 18 100

Pesagem do RN 15 83,33 3 16,66 18 100

Profilaxia oftálmica 16 88,88 2 11,11 18 100

Administração de Vit. K 11 61,11 7 38,88 18 100

Profilaxia genital 13 72,22 5 27,77 18 100

Total Médio 14,25 79,16 3,75 20,82 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

42
A tabela nº 06 mostra-nos a distribuição dos resultados segundo a afirmação
das técnicas entrevistados, em relação a realização dos principais cuidados ao
RN, de uma forma geral, cerca de 14,25 (equivalente a 79,16%) corresponde o
total médio das técnicas que afirmaram cumprir com a prestação de cuidados ao
RN; 3,75 (equivalente a 20,82%) corresponde ao total médio das técnicas que
afirmaram não cumprirem com prestação dos cuidados ao RN.

Portanto, os resultas falam por si, tal como podemos, da mesma forma,
analizar e comparar estes dados, com os resultados da tabela nº 05; é de extrema
importância a atenção ao RN, por meio da prestação de todos cuidados imediatos
e mediatos, com vista a garantir a boa qualidade de vida, preveir e reduzir o
índice de morbilidade e mortalidade neonatal.

Tabela nº 07 – Distribuição dos técnicos segundo o nível de conhecimento


sobre os cuidados prestados aos RN.

Frequêm Nº %

Conhecem 18 100

Não Conhecem - -

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

O resultados da presente tabela, mostra-nos que todas técnicas


(enfermeiras e médicas) da Maternidade Municipal do Uíge, afirmam conhecer os
cuidados que devem ser prestados aos RN (100%).

Portanto, analisando os resultados da referida tabela, contrariam os


resultados da tabelas 06 e 08 (sobre a prestação dos cuidados ao RN e do grau
de cumprimento dos mesmos cuidados). Isso demonstra que, tem havido

43
negligência por parte das técnicas na realização dos mesmos cuidados, uma vez
que conhecem.

Tabela nº 08 – Distribuição dos técnicos segundo o Grau de


cumprimento da prestação dos cuidados ao RN.

Frequência Nº dos Técnicos %

Cumprem 14 77,77

Nem sempre 4 22,22

Não cumprem - -

Total 18 100

Fonte: Maternidade Municipal do Uíge – 2019.

A tabela em referência, mostra-nos os dados sobre o grau de cumprimento


dos técnicos a prestação dos cuidados ao RN. Afirmaram cumprir de forma
integral 14 técnicas (equivalente a 77,77%); outras 4 técnicas (22,22%) afirmaram
que nem sempre cumprem; em relação ao incumprimento, nenhuma afirmou.

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Para 22,22% das técnicas que nem sempre cumprem com a prestação
integral dos cuidados ao RN, alegaram razões como, excesso de trabalho, poucos
efectivos, a falta de materiais por vezes, são tidas como os principais motivos.

Entretanto, o não cumprimento, uma vez que esses cuidados são


fundamentais para garantir o bem-estar do RN e consequentemente a redução da
taxa de morbilidade e mortalidade neonatal.

4.1. Considerações Finais

O referido trabalho, foi feito através de um estudo descritivo transversal e


observacional”, por meio de uma ficha de recolha de dados, apoiado pelos
métodos e técnicas de entrevista e observação, análise de dados e outros. Em
função aos objectivos e resultados da pesquisa, o grupo tomou as seguintes
considerações finais:

 Quanto a faixa etária das técnicas, afirma-se que, a faixa etária dos 30 aos
39 anos, foi a que apresentou maior número com 38,88% dos técnicos, e,
com menor número, os menores de 30 e maiores de 40 anos
respectivamente, serem fases da vida escolar e idade adulta para reforma.

 Quanto ao género, participaram no estudo todas técnicas (enfermeiras


médicas) do género feminino.

 Quanto ao tempo de serviço, 16,66% referiram ter menos de 5 anos de


serviço, e, 27,77% dos técnicos afirmaram mais de 21anos de serviço.

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 Quanto a participação dos técnicos em formações de capacitaçaõ e
actualização, 11,11% dos técnicos afirmaram nunca terem participado.

 Quanto ao perfil técnico-profissional, apenas 11,11% são técnicas de


enfermagem especializadas em genico-obstetrícia e 16,66% são téncicas
de enfermagem especializadas em neonatologia.

 Quanto a prestação dos cuidados ao RN, cerca de 79,16% é o total médio


das técnicas afirmaram que têm cumprido com a prestação de cuidados ao
RN; 20,82% é o total médio das técnicas que não cumprem com prestação
dos cuidados ao RN.

 Quanto ao nível de conhecimento dos técnicos sobre os cuidados ao RN,


todos afirmaram ter conhecimento (100%); mas, quanto ao cumprimento de
relização de tais cuidados, apenas 77,77% das técnicas afirmaram ter
cumprido com frequência e regularidade.

Entretanto, apesar de várias dificuldades, podemos afirmar que os nossos


objectivos foram alcançados com muitos êxitos, tendo em consideração aos
resultados da pesquisa.

4.2. Dificuldades

Na realização deste trabalho, o grupo passau por várias dificulades, tais


como:

 Início tardio do estágio, distribuição dos grupos, temas e tutores;

 Pouco tempo para realização do TCC;

 Pouco tempo das aulas de orientações medológicas (MIC);

 Falta de sinal de internet na escola;

 Dificulades na psquisa dos dados, pois que, algumas técnicas


regeitavam ou recusavam em participar da entrevista.

 Elevado número de colegas na biblioteca, e pouco domínios dos


manuais ou materiais para pesquisas por parte dos bibliotecários;

 Falta de sinal de internet na instituição para pesquisa;

4.3. Sugestões

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Mediante as várias dificuldades vividas, as nossas sugestões são destinadas
à direcção da EFTS, ao GPS e à MMU.

1)- Para EFTS /Uíge, sugerimos o seguinte:

 Nos próximos anos, que o estágio comece logo no princípio do ano, de


igual modo a distribuição dos grupos, temas e tutores;

 Que as aulas de metodologia ou a disciplina de MIC seja inserida na 12ª


classe e em mais tempo possível;

 Que os técnicos, nas unidades a onde são dirigidas as pesquisas, sejam


mobilizados quanto antes, para facilitar as pesquisas;

 Que o acervo na biblioteca seja aumentado, e que, os bibliotecários


sejam capacitados e dominem os matérias existentes, para o efeito;

 Que seja restabelecido o sinal de internet na escola, para facilitar as


pesquisas;

2)- Ao GPS e à MMU, sugerimos o seguinte:

 Que sejam contemplados os técnicos de saúde da MMU, nos planos de


formações de capacitação e especialização, no sentido de se melhorar a
qualidade de assistência ao RN e não só;

 Que os técnicos, nas unidades a onde são dirigidas as pesquisas, sejam


mobilizados quanto antes, para facilitar as pesquisas;

 Que sejam abastecidos os meios e materiais essenciais para assistência


aos RN, bem como o aumento de técnicos no sector e nos turnos.

 Que sejam construidas e equipadas mais unidades de especialidades


para prestação de cuidados ao RN, tendo em conta a demanda de
trabalho;

 Que sejam mobilizados os técnicos de saúde, nas várias unidades


sanitárias, com vista a facilitar as pesquisas para realização dos TCC.

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5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CABRAL, António Carlos Vieira – Fundamentos e Prática de Obstetrícia.


Editora Atheneu, 2009.
2. FERNANDA, Fonseca; at all. Dicionário Médico. Editora Climepsi, Lisboa,
2012.
3. FRIEDRICH, Luciana; COSTA, Cristine Sortica da. Recém-Nascido
prematuro. Disponível em: https://www.Mundoeducação.com– Acesso
aos: 04/11/2019 às 17h23minutos
4. GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário de Termos Médicos e
Enfermagem. 1ªEdição, Rideel, 2002.
5. HOCKENBERRY, Marilyn J.; WILSON, David – Enfermagem da Criança e
do Adolescente. Vol.1, 9ª Edição. Editora Lusociência, 2011.
6. LOWDERMILK, Deitra Leonard; PERRY, Shanon E. – Enfermagem na
Maternidade. 7ªEdição, Editora Lusodidata, 2006.
7. MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa; FILHO, Jorge de Rezende.
Obstetrícia Fundamental. 11ª edição, Editora: Guanabara Koogan, 2008.

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8. OLIVEIRA, Isabel Cristina dos Santos e RODRIGUES, Renata Gomes.
Assistência ao Recém-Nascido. Rio de Janeiro, 2004.
9. ORLANDI, Orlando V.; SABRÁ, Aderbal – Obstetrícia. 10ª Edição, Editora:
Guanabara Koogan, 2005.
10. RICCI, Susan Scott – Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da
Mulher. Editora Guanabara Koogan, 2013.
11. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Icterícianeonatal – Disponível em:
https://www.MedicinaNet.com. Acesso aos: 04/11/2019 às 17h:21minutos.
12. TANEZ, Raquel Nascimento – Enfermagem na UTI Neonatal.
Assistência ao RN de Alto Rísco – 5ª Edição, Editora Guanabara
Koogan, 2013.
13. ZIEGEL, Erna E.; CRANLEY, Mecca S. – Enfermagem Obstétrica. 8ª
Edição, Editora Guanabara Koogan, 2011.

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