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CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DISCIPLINA: CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA


TEMA: 5 - Unidade 5 – Operações com COFINS

TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO

5.1– COFINS

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social foi criada no final de 1991, com objetivo de tributar o
faturamento mensal das empresas para Financiamento da Seguridade Social.

5.2 - Cálculo DA COFINS


A empresa tributada pelo lucro real será obrigada a utilizar o método não cumulativo, com um cálculo bem mais
complexo em relação às empresas tributadas pelo lucro presumido ou que tenham seu lucro arbitrado.

As empresas obrigadas ao cálculo da COFINS pelo método não cumulativo pagam as contribuições com alíquotas de
1,65% e 7,6%, respectivamente. Mas, estas empresas podem deduzir créditos permitidos expressamente em lei.

O sistema de registro de créditos da COFINS inicialmente parecia guardar similaridade com o modelo adotado para
o ICMS e IPI. Mas, não foi o que aconteceu na regulamentação feita através das Leis que instituíram o método não
cumulativo para COFINS.

O legislador citou expressamente os itens que permitem crédito na COFINS, definindo claramente em alguns casos,
os itens que não permitem crédito, como por exemplo, os gastos com mão de obra.

O cálculo da COFINS nas empresas tributadas pelo lucro real tem a base inicial igual ao cálculo das empresas
tributadas pelo lucro presumido, ou seja, a totalidade das receitas da empresa. Basta considerar no balancete o
grupo RECEITAS e informar seu total.

Contudo, existem algumas receitas não tributadas pelas contribuições para a COFINS e que são apresentadas a
seguir:

- Vendas de mercadorias ao exterior, qualquer que seja a moeda recebida;

- Prestação de serviços ao exterior, se representar entrada de divisas;

- Reversões de provisões operacionais, como por exemplo, as reversões de PDD, de provisões para perdas em
processos cíveis, trabalhistas, fiscais, dentre outras;

- Receitas com venda de bens pertencentes ao ativo permanente;

- Receitas com lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição; Receitas com
revenda de produtos com tributação monofásica, como gasolina, óleo diesel, perfumes, cosméticos, cervejas,
refrigerantes, pneus, medicamentos e outros; e
- Resultado positivo da avaliação de investimentos em controladas e coligadas pelo método de equivalência
patrimonial obtido no país;

- IPI e ICMS cobrado como substituição tributária, quando registrados em receita.

- Recuperação de créditos já baixados como perda (registrados inicialmente em conta de receita e lançado em
despesa posteriormente, quando considerado incobrável), até o valor desta;

- Receitas Financeiras.

Após considerar todas as receitas tributadas por PIS e COFINS, a empresa poderá deduzir da base algumas
despesas, especificamente aquelas apresentadas como deduções da receita bruta na demonstração do resultado.
São elas:

- Vendas canceladas;

- Devolução de vendas; e

- Descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações.

A base de cálculo das empresas tributadas pelo lucro real, regra geral, será apurada através do somatório das
receitas menos as deduções permitidas pelo legislador. Sobre esta base, são aplicadas as alíquotas de 7,6% COFINS.

Mas, as empresas não precisarão pagar exatamente o valor apurado pela aplicação das alíquotas mais elevadas
criadas para o método não cumulativo. O legislador define nos normativos um conjunto de itens que estas
empresas podem utilizar como crédito para diminuir o valor das contribuições a pagar. Para fins de simplificação,
veja a explicação:

RECEITAS ilustrada
TOTAIS da empresa,
a seguir:

exceto as NÃO TRIBUTADAS, COFINS = 7,6%


(x) (=) DESPESA DE
MENOS AS DEDUÇÕES COFINS

PERMITIDAS
(-) MENOS

COFINS A

CRÉDITOS PERMITIDOS EM LEI COFINS = 7,6%


(x) (=) RECUPERAR

(= ) IGUAL

COFINS DEVIDO

PELA EMPRESA
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE OS MÉTODOS CUMULATIVOS E NÃO CUMULATIVOS
CALCULO DO DA COFINS
1.º) CONSIDERA O TOTAL DE RECEITAS DA EMPRESA
2.º) A SEGUIR INFORMA TODAS AS EXCLUSÕES PERMITIDAS
3.º) BASE DE CÁLCULO: TOTAL DE RECEITAS MENOS AS EXCLUSÕES
MÉTODO CUMULATIVO MÉTODO NÃO CUMULATIVO
EXCLUI AS RECEITAS FINANCEIRAS
3% PARA A COFINS 7,6% PARA A COFINS
O VALOR RECOLHIDO SERÁ A DESPESA A EMPRESA PODERÁ DEDUZIR CRÉDITOS
ENCONTRADA NO ITEM ACIMA. DEFINIDOS EM LEI.
NÃO PODERÁ DEDUZIR NENHUM VALOR O RECOLHIMENTO SERÁ A DESPESA DE PIS E
COMO CRÉDITO. COFINS MENOS OS CRÉDITOS PERMITIDOS
PELA LEGISLAÇÃO NO MÊS

A forma de tributação da COFINS está atrelada à forma de tributação sobre o lucro. Regra geral, a empresa
que estiver no lucro real pagará COFINS pelo método não cumulativo e quem estiver no lucro presumido, pagará
COFINS no método cumulativo.

Existem algumas exceções, onde mesmo que a empresa esteja no REAL, terá que se submeter a COFINS
pelo método cumulativo. Veja os casos:

a) Instituições Financeiras e Equiparadas, Seguradoras, Securitizadoras de Créditos, Empresas de


Capitalização e Previdência Privada;
b) Empresas tributadas pelo lucro presumido ou que tenham seu lucro arbitrado;
c) Pessoas jurídicas que importem mercadorias do exterior e as vendam no varejo, diretamente aos
consumidores finais, relativamente ao faturamento oriundo dessas vendas diretas;
d) Operadoras de planos de saúde; e
e) Empresas de serviços de vigilância, segurança e transporte de valores;

Além disso, algumas atividades permanecem no método cumulativo apenas para uma parte de suas
receitas. Veja alguns casos:

a) Receitas de serviços telecomunicações;


b) Serviços de Receitas de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de
sons e imagens;
c) Receitas Decorrentes de Prestação de Serviços de Transporte Coletivo Rodoviário, Metroviário,
Ferroviário e Aquaviário de passageiros.
d) Receitas Decorrentes do Serviço Prestado por Hospital, Pronto-Socorro, Casa de Saúde e de
Recuperação sob Orientação Médica e por Banco de Sangue;
e) Receitas Decorrentes de Prestação de Serviços de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio
e Educação Superior;
f) Receitas auferidas por pessoas jurídicas pela edição de periódicos e sobre informações neles contidas,
que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia;
g) Receitas decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no registro
Aeronáutico Brasileiro (RAB);
h) Receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, tele
cobrança e de tele atendimento em geral;
i) Receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou sub empreitada, de obras de
construção civil, até 31 de dezembro de 2006; e
j) Receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de organização de
feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e do Turismo.

Se a empresa tiver qualquer uma das receitas descritas acima, deverá tributá-la separadamente das demais
receitas obtidas, como, por exemplo, as vendas de aparelhos, no caso das empresas de telecomunicações. O
importante é compreender que a tributação de PIS e COFINS está diretamente vinculada à forma de tributação
sobre o lucro.

5.3 - COFINS das entidades imunes e isentas

As entidades imunes e isentas possuem isenção de COFINS apenas para as receitas da atividade própria. As demais
receitas que não forem incluídas nas atividades essenciais devem ser tributadas. Por exemplo, um clube recreativo
que alugue sua sede para uma festa, deve tributar a COFINS sobre a receita obtida com o aluguel, já que este não
se enquadra nas atividades isentas. Qualquer aplicação financeira desta empresa sofrerá tributação da COFINS.

5.4 –COFINS

Exemplo de cálculo de COFINS para empresas tributadas pelo Lucro Presumido (método cumulativo)

A Cia Caiçara, que é uma empresa comercial, tributada pelo lucro presumido apresentou em janeiro de 2007, as
seguintes contas de resultado:

Receita com revenda de mercadorias R$ 500.000

Devolução de vendas R$ 10.000

Descontos Incondicionais Concedidos R$ 25.000

Descontos Financeiros Concedidos R$ 5.000

Receitas Financeiras R$ 3.000

Ganho na venda de imobilizado R$ 6.000

Total da Receita Tributada R$ 466.000

Revendas R$ 500.000

(-) Devoluções de Vendas (R$ 10.000)


(-) Descontos Incondicionais (R$ 25.000)

Financeiras R$ 3.000

Aluguel de espaço R$ 1.000

Ganho na Venda de Imobilizado R$ 6.000

COFINS – 3% X R$ 466.000 - R$ 13.980,00

Exemplo de cálculo de COFINS para empresas tributadas pelo Lucro Real (método não-cumulativo).

A Cia Toda Poderosa S/A, que é uma indústria tributada pelo Lucro Real, apresentou em janeiro de 2007, as
seguintes contas de resultado:

Apuração do Débito

Receita Bruta – Vendas Nacionais 990.000,00

Receitas não operacionais 10.000,00

A – Receita Total 1.000.000,00

Receitas com alíquota zero 120.000,00

Receitas Isentas 80.000,00

B – Total das Deduções (200.000,00)

Base de Cálculo (A-B)

COFINS 7,6% X R$ 800.000,00 60.800,00

Total

Apuração do Crédito

Insumos 270.000,00

Despesas gerais de fabricação, Energia


elétrica, aluguéis, depreciação etc.
30.000,00

Total 300.000,00

COFINS = 7,6% X 300.000,00 22.800,00

Total do Crédito 22.800,00

Apuração dos valores a recolher


COFINS

Débito 60.800,00

Crédito (22.800,00)

A = Total a recolher 38.000,00

AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL DE APOIO AO ESTUDO FORAM EXTRAÍDAS DAS SEGUINTES
PUBLICAÇÕES:

Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Centro Gráfico Senado Federal, 1988.
OLIVEIRA, G. P. D. Contabilidade tributária. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
PEGÂS, P.H. Manual de Contabilidade Tributária. 7. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Planejamento Tributário. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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