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GEOGRAFIA DO

BRASIL
O Processo de Industrialização e suas
Repercussões na Organização do
Espaço

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GEOGRAFIA DO BRASIL
O Processo de Industrialização e suas Repercussões na Organização do Espaço
Júlio Santos

O Processo de Industrialização e suas Repercussões na Organização do Espaço............5


Considerações Iniciais. .....................................................................................................5
1ª Revolução Industrial – XVIII. .........................................................................................5
2ª Revolução Industrial – XIX...........................................................................................6
3ª Revolução Industrial – XX. ...........................................................................................6
Os Modelos de Industrialização: Contextualização...........................................................8
Taylorismo (Final do Século XIX - 1880)..........................................................................8
Fordismo – (Início do Século XX – 1913)...........................................................................9
Toyotismo – (Segunda Metade do Século XX – 1970)..................................................... 10
Contextualização Histórica............................................................................................ 12
Industrialização Brasileira – 1ª Fase............................................................................... 18
Industrialização Brasileira – 2ª Fase.............................................................................. 18
Tratados de 1810........................................................................................................... 21
Primeiro Império: 1822 a 1831.......................................................................................26
Período Regencial: 1831 a 1840..................................................................................... 28
Segundo Império: 1840 a 1889..................................................................................... 28
Tarifa Alves Branco (1844)........................................................................................... 28
O Fim da Guerra do Paraguai – 1870............................................................................ 30
Industrialização Brasileira – 3ª Fase.............................................................................. 31
Industrialização Brasileira – 4ª Fase..............................................................................34
Transporte Ferroviário..................................................................................................42
Transporte Rodoviário...................................................................................................43
Transporte Hidroviário..................................................................................................43

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Principais Hidrovias Brasileiras. .....................................................................................44


Transporte Aéreo..........................................................................................................45
Exercícios...................................................................................................................... 47
Gabarito....................................................................................................................... 69
Questões Comentadas. ..................................................................................................70

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O Processo de Industrialização e suas Repercussões na Organização do Espaço
Júlio Santos

Olá, caro(a) aluno(a)!


É com enorme alegria que o recebo, o  convido, melhor, o convoco para entranharmos
neste encontro para debatermos sobre o processo de industrialização e suas repercussões
na organização do espaço onde o entendimento será fundamental para compreendermos a
respeito da atual condição econômica do país e sua dependência tão acentuada de investi-
dores externos. A industrialização é um tema bastante cativante e tem uma intima relação
com o processo de formação territorial do Brasil e a vinda da família real em 22 de janeiro de
1808 fruto do bloqueio napoleônico. É significativo realçar nesse instante as quatro fases da
industrialização brasileira e a correlação existente entre o setor industrial, agropecuário e de
transporte, afinal a expansão dos dois últimos setores somente é possível com o desenvolvi-
mento do primeiro.
Enfim, devemos manter o foco, disciplina, motivação e cada vez treinar com mais afinco
como parte da rotina diária para a busca do sucesso tão almejado. O tempo urge, mas esta-
mos no caminho certo e temos a seguir a nossa quarta aula que representa mais uma etapa
a ser vencida. Espero que a aula seja proveitosa, esclarecedora, cativante e já antecipo meus
votos de sucesso em sua longa empreitada.
Vamos ao que interessa!
Júlio Santos

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O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E SUAS


REPERCUSSÕES NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
Considerações Iniciais

Caro(a) estudante, antes de iniciarmos o nosso estudo a respeito da industrialização bra-


sileira, acredito ser de suma importância a apresentação de algumas ideias que se referem
ao estudo da industrialização mundial que podem ser bastante uteis no estudo a respeito de
industrialização brasileira.
Em um primeiro momento é importante diferenciarmos a produção artesanal e manufatu-
reira deixando bem claro que em nosso país prevaleceu a manufatureira.
Vamos lá!
• Produção Artesanal (XIV – XV): é uma produção rudimentar, sem divisão do trabalho
com intensa relação entre mestre e aprendiz (corporações de ofício).
• Produção Manufatureira (XV – XVII): é uma produção que surge a partir da falência do
sistema feudal por meio da valorização da classe burguesa, introduzindo uma maior
divisão do trabalho, o assalariamento e a expropriação da classe trabalhadora.

Caro(a) estudante, façamos uma comparação:

Artesanal Manufatureira
A produção artesanal consiste na fabricação da A produção manufatureira consiste na acumulação
matéria-prima até o produto final com uma divisão do de capitais e promove a 1ª Revolução Industrial e o
trabalho quase inexistente. surgimento da maquinofatura.

Mas o que foi a primeira Revolução Industrial? Quantas revoluções industriais já ocorreram?

1ª Revolução Industrial – XVIII

São característica da 1ª revolução industrial:


Período de ocorrência: 2ª metade do século XVIII (1750).

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• O pioneirismo inglês ocorre em função das enormes reservas de carvão e de uma bur-
guesia rica e atuante através do mecenato, além da prática dos cercamentos ou enclo-
sures (expulsão dos trabalhadores rurais que seriam a mão de obra das fábricas e no
campo aconteceria a criação de ovinos como fonte de matéria prima).
• É o momento da descoberta das máquinas a vapor movidas por carvão mineral, em que
apenas uma pequena parcela dos comerciantes tem acesso a tal tecnologia.
• É o período do surgimento da indústria têxtil (lã produzida no meio rural) e da substitui-
ção do trabalho braçal pela energia a vapor.
• Os produtos ingleses entram no Brasil por meio de acordos comerciais e com a vinda
da família real portuguesa em 1808, em decorrência do bloqueio napoleônico, ocorre a
intensificação da relação entre Portugal e Inglaterra onde os últimos gozam de privilé-
gios comerciais quanto aos impostos.

2ª Revolução Industrial – XIX

São característica da 2ª revolução industrial:


Período de ocorrência: 2ª metade do século XIX (1850).
• Grande expansão para Europa principalmente na França, Holanda, Alemanha, EUA, Japão.
• A burguesia comanda o sistema financeiro objetivando o lucro.
• É o período de forte introdução do petróleo e da eletricidade.
• É o momento do surgimento do telégrafo, elevador e automóvel.
• Ocorre a consolidação do meio técnico onde o objetivo da classe burguesa é sempre o
lucro, mas, durante a 2ª Revolução Industrial, o lucro se torna mais consciente e con-
solidado em face de um planejamento mais aprimorado.

3ª Revolução Industrial – XX

São característica da 3ª revolução industrial:


• Período de ocorrência: a  Terceira Revolução Industrial, ou  Revolução Tecnocientífica
teve seu início na metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Essa fase

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constitui uma revolução não somente no setor industrial, uma vez que passou a asso-
ciar o desenvolvimento tecnológico voltado ao processo produtivo ao avanço científico,
deixando de se limitar a somente alguns países e se alastrando por todo o mundo.
• As transformações possibilitadas pelos avanços tecnocientíficos são vivenciadas até
os dias atuais, sendo que cada nova descoberta representa um novo patamar alcança-
do dentro dessa fase da revolução, consolidando o que ficou conhecido como Capita-
lismo Financeiro.
• A introdução da biotecnologia, robótica, avanços na área da genética, telecomunica-
ções, eletrônica, transporte transformaram não somente a produção, como também as
relações sociais, o modo de vida da sociedade e o espaço geográfico.

Segue um comparativo das revoluções industriais:

1ª R.I 2ª R.I 3ª R.I


Quando Final do século XVIII Segunda metade do Segunda metade do
século XIX século XX
Quem Inglaterra EUA/FRANÇA/JAPÃO/ EUA/JAPÃO
ALEMANHA
Energia CARVÃO MINERAL PETRÓLEO/HIDROELÉ- NUCLEAR
TRICA
Setores TÊXTIL/ PETROQUÍMICA/ AEROESPACIAL/
SIDERÚRGICA (VAPOR) AUTOMOBILÍSTICA (COM- ROBÓTICA/
BUSTÃO) TRANSPORTES (TOYO-
TISMO)

A 1ª Revolução Industrial ocorreu por volta de 1750 com o pioneirismo inglês e a utilização
de carvão mineral como principal fonte da energia das máquinas a vapor. A 2ª Revolução In-
dustrial ocorreu em 1850 e se expandiu pela Europa (Alemanha), pelos Estados Unidos e pelo
Japão, com a introdução do petróleo e da eletricidade, elementos que impactam constante-
mente o dia a dia na atualidade.

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A 3ª Revolução Industrial ocorreu na segunda metade do século XX e se relaciona ao uso da


biotecnologia com a implantação das fontes alternativas de energia (solar, biomassa, mare-
motriz).
Caro(a) estudante, durante a introdução das máquinas surgiram diversos modelos de produ-
ção tais como o taylorismo, fordismo e toyotismo. Vamos analisar cada um desses modelos.

Os Modelos de Industrialização: Contextualização

O processo de desenvolvimento industrial começou no fim do século XVIII e início do XIX.


A partir daí, houve necessidade de controlar gastos, a produtividade, o trabalhador e o retorno
financeiro. A 1ª Revolução Industrial também visava ao lucro, mas não de uma maneira por-
menorizada, como na 2ª Revolução Industrial. Assim, no decorrer do tempo, surgiram diver-
sos tipos de modelos e sistemas de produção industrial. Um tipo sempre superava o outro de
acordo com o momento histórico e suas respectivas necessidades.

Taylorismo (Final do Século XIX - 1880).

• Caracteriza-se por técnica de administração (científica).


• Objetivo: dinamização do trabalho na indústria e otimização da produção, de modo a se
aumentar a racionalização do movimento e evitar a ociosidade operária.
• Rígida separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos.
• Racionalização da produção e controle do tempo (cronometrar).

Para melhor compreender o Taylorismo, o filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin,


aborda a situação da cronometragem do tempo, enfatizando a ideia de que “tempo é dinhei-
ro”, “com o tempo se ganha ou se perde”, o tempo não é passível de resgate.

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https://www.todamateria.com.br/tempos-modernos-filme-chaplin/

Fordismo – (Início do Século XX – 1913)

• As fábricas ocupam grandes espaços que exigiam um complexo sistema de controle.


• Produção em série e consumo em massa.
• Linha de montagem (produção em esteira).
• Grandes estoques.
• Rígida padronização da produção (exemplificando podemos destacar a produção do
calhambeque preto da década de 1930).
• Extrema especialização do trabalho (cada trabalhador realiza uma tarefa específica).
• Contribui para a crise de 1929 (crise de superprodução).

A produção em massa está associada à política de redução de preços. A extrema espe-


cialização cria a alienação da classe trabalhadora. No Fordismo, aumenta-se a produtividade,

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a especialização diminuindo o desperdício, aumenta-se o lucro e aliena-se a classe trabalha-


dora. A alienação significa que o trabalhador desconhece todo o processo produtivo e, quan-
do for excluído do grupo de funcionários de determinada fábrica, não conseguirá efetivar uma
concorrência. A alienação da classe trabalhadora é de fundamental importância para manter
o controle desses empreendimentos nas mãos do grande empresariado.
• Os EUA adotaram esse sistema para abastecer a Europa após a 1ª Guerra Mundial.
A propriedade econômica entre 1918 a 1928 gerou o “modo de vida americano” (em-
pregos, preços baixos, produção agrícola, expansão do crédito e parcelamento do pa-
gamento).
• A economia europeia se reergueu, diminuiu o consumo de mercadorias dos EUA, levan-
do a uma superprodução (mais mercadorias que a capacidade do consumo). Os preços
caíam, a produção diminuía e o desemprego aumentava. A queda dos lucros, a retração
da produção industrial e a paralisação do comércio resultaram na quebra da bolsa de
valores de Nova York, em 1929. A crise de 1929 também repercutiu no Brasil, quando
Getúlio Vargas assumiu a presidência. Ocorreu, então, o processo de industrialização
no Brasil por meio da suspensão das importações.
• Houve o estabelecimento de níveis mínimos de produtividade (premiação àqueles que
tivessem um grande rendimento em seu trabalho – meritocracia).
• Ocorreu a especialização de tarefas (o trabalhador desenvolve uma única atividade).

Toyotismo – (Segunda Metade do Século XX – 1970)

• Origem: década de 1970 na fábrica da Toyota.


• A base é a tecnologia como a informática e a robótica (automação).
• Foi inserido no contexto da 3ª Revolução industrial (globalização).
• Havia diversas estratégias para produção e consumo em escala global.
• Enorme pesquisa cientifica e novas tecnologias.
• Intensa flexibilidade dos contratos de trabalho.
• O produto é customizado.
• As atividades são reguladas por tarefas diárias.

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• Grande terceirização do trabalho.


• O espaço industrial é descentralizado (DIT – divisão internacional do trabalho), as pe-
ças são entregues diariamente (pequenos estoques) e o controle sob todo o processo
é mais dinâmico e simplificado.
• O operário desenvolve diversas atividades na produção prevalecendo o Just-in-time
que é uma produção por demanda, onde primeiramente se vende o produto para depois
comprar a matéria-prima e posteriormente fabricá-lo, montá-lo, levando à diminuição
do desperdício.

 Obs.: A crise do Fordismo e o Keynesianismo

Caro(a) estudante, nos anos 60/70 ocorre o aumento no déficit público dos EUA (guer-
ras), crise do petróleo, quebra de Bretton Woods (nasce o neoliberalismo e a globalização)
provocando a ocorrência de uma crise fordismo-keynesianismo, ressurgindo o liberalismo
em função da queda no lucro das empresas, aumento da inflação, endividamento estatal na
montagem do Estado do Bem-Estar. É durante o movimento de globalização (iniciado na ex-
pansão ultramarina) que se torna necessário a integração entre os países na procura de ma-
téria-prima e mercados consumidores. O Fordismo é associado ao Keynesianismo (cobrança
de elevadas taxas de impostos para proporcionar um melhor bem-estar social) onde o último
não aconteceu de maneira igual em todos os países. Alguns, como os países nórdicos, têm
uma carga tributária de 30% a 40%, mas há uma reversão na prestação de serviços por parte
do Estado. A sociedade não reclama porque vê a aplicação dos seus impostos. No Fordismo,
a população não aceitava o pagamento de altas taxas tributárias porque não via a reversão
dos serviços em qualidade. A década de 80 é chamada de “década morta”.
A guerra do Vietnã está entre as causas do déficit público americano. A primeira grande
crise do petróleo ocorre entre 1970/1973, e a segunda em 1979. A primeira grande política
econômica foi o mercantilismo (plena intervenção do Estado na economia), a seguir o libera-
lismo econômico (sem intervenção do Estado – a teoria da mão invisível de Bretton Woods
de que o mercado se autorregularia) e, nos dias de hoje, é o neoliberalismo (a não intervenção
do Estado na economia, que somente acontece em momentos de crise). A crise do Fordismo
está, portanto, associada a:

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• a globalização.
• o déficit público.
• a política de Keynes, que era inadequada para uma sociedade globalizada.
• o neoliberalismo.

Os grandes beneficiados, tanto no modelo fordista quanto no neoliberal, são as multi-


nacionais. As multinacionais adaptam o modelo do Fordismo às necessidades do mercado
e migram para várias regiões, principalmente para aquelas que têm abundância de maté-
ria-prima, um mercado consumidor e mão de obra barata. Esses países periféricos acabam
promovendo o enriquecimento dessas multinacionais, que mandam grande parte dos seus
lucros para os seus países de origem, países desenvolvidos que aplicam esses lucros nos
seus próprios Estados, criando, assim, o Estado de Bem-Estar social.

Contextualização Histórica
Caro(a) estudante, agora que fizemos um breve estudo sobre as diversas revoluções in-
dustriais e os modelos de desenvolvimento fabril, é importante contextualizar a industrializa-
ção brasileira que se iniciou de forma tardia, já que somente na primeira metade do século XIX
o país alcançou sua autonomia politica (sendo mais especifico em 07 de setembro de 1822).
A história brasileira (diante de uma visão eurocêntrica) tem seu prelúdio a partir das grandes
navegações do século XVI quando o governo português e espanhol saem para o mar em bus-
ca de novas terras e de um caminho alternativo as índias.
Em um rápido contexto o intervalo entre a “descoberta do país” (olha de novo a visão euro-
cêntrica) no ano de 1500 a 1530 denominamos de período pré-colonial que é o instante de im-
plantação do ciclo do pau-brasil (ciclo exploratório, não é um ciclo colonizador) visando en-
caminhar recursos da terra recém-descoberta como meio de acalmar a nobreza e burguesia
portuguesa que custearam suntuosos investimento no fenômeno das grandes navegações.
A colonização de fato somente tem início a partir de 1530, fruto da decadência do comér-
cio oriental devido a participação de outras nações europeias e a ideia presente no imaginário
popular que afirmava que somente seria proprietário de uma terra descoberta a nação que a
mesma povoá-la (concepção ratificada no Tratado de Madri em 1750).

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A colonização se dá através do cultivo da cana-de-açúcar que tinha um elevado valor no


mercado europeu, atrelado a disponibilidade de mão de obra (primeiro os índios, posterior-
mente os negros vindos da África), solo e clima favoráveis e uma posição geográfica estraté-
gica que beneficiava o escoamento dos excedentes para a metrópole lusitana. O ciclo comer-
cial do açúcar tem forte atuação entre os séculos XVI e XVII quando no ano de 1578 morre o
rei de Portugal D. Sebastião assumindo seu tio D. Henrique, já com 70 anos e saúde debilitada
indo a óbito no inicio do ano de 1580 deixando o trono português nas mãos de Filipe II (cha-
mado de Filipe I em Portugal) rei da Espanha.
Durante seu reinado, Filipe II manteve os portugueses nos cargos relacionados à adminis-
tração de Portugal e das colônias portuguesas, sobretudo no Brasil para evitar qualquer tipo
de desgaste com os portugueses, assim, minimizando o risco de que rebeliões acontecessem
em Portugal. É muito importante destacar que a Espanha não assumiu um pleno controle so-
bre a colônia brasileira, deixando-a a cargo dos portugueses.

A grande consequência da União Ibérica (Portugal e Espanha nas mãos de Filipe II) relacio-
na-se com a invasão holandesa no nordeste que possuía grande participação na produção do
açúcar brasileiro (engenhos também) por causa de sua relação amistosa com Portugal, toda-
via, a Espanha estava em guerra aberta contra a Holanda e o domínio espanhol ampliado sobre
terras brasileiras instiga os holandeses que decidem atacar o nordeste brasileiro para garantir
seu controle sobre a produção e comercialização do açúcar. É imputado aos holandeses a in-

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vestida sobre diversas possessões portuguesas entre elas aquelas situadas na costa africana
(1595) e Salvador (1604) a última devido a criação da Companhia Holandesa das Índias Oci-
dentais ocorrendo êxito em sua investidura dominando a cidade entre os anos de 1624 a 1625.
Posteriormente os holandeses adentraram em Pernambuco (1630) dominando parte da costa
do nordeste brasileiro. A permanência dos holandeses distendeu durante 24 anos com Maurício
de Nassau à frente da administração colonial holandesa. O fim da União Ibérica, com o surgimento
da Dinastia de Bragança em 1640, não levou ao fim do domínio holandês. Os holandeses só foram
expulsos do nordeste brasileiro pelos portugueses em 1654 deslocando-se para as Antilhas onde
encontram as mesmas condições que no Brasil e resolvem investir maciçamente na produção do
açúcar de melhor qualidade, já que guardavam a ‘sete chaves’’ as técnicas do refino.
A transferência dos investimentos holandeses para a América Central leva a decadência
do açúcar brasileiro (o holandês era de melhor qualidade atraindo o consumidor europeu)
ocasionando a busca da coroa lusitana de uma nova atividade que lhe desse lucro, uma vez
que o papel da colônia é ser uma economia complementar de sua metrópole.
O movimento das entradas e bandeiras se fortalecem com o intuito de captura de escra-
vos e a busca de metais preciosos acarretando a descoberta de ouro no fim do século XVII
na região do rio das Velhas (cidade de Caetés) próximo a capital mineira. Entretanto, o ouro
encontrado era de aluvião (superficial) esgotando-se rapidamente, pois não havia técnicas
mais apuradas para exploração em maiores profundidades.

Observe a Produção do Ouro no Brasil:

https://slideplayer.com.br/slide/352471/

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Caro(a) estudante, é notório que no fim do século XVIII havia uma enorme dificuldade para
extração do ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam
ouro deviam pagar o quinto (20% do ouro encontrado caberia aos cofres lusitanos) e os indi-
víduos que eram retidos com ouro “ilegal” (sem o pagamento de tributos) poderia sofrer duras
penas e até ser degredado (enviado a força para o território africano). A medida que diminui o
volume do ouro extraído aumentavam as pressões das autoridades portuguesas criando-se
a Derrama que operava de forma que cada REGIÃO DE EXPLORAÇÃO tinha o compromisso de
contribuir com 100 arrobas de ouro (1500 quilos) anuais a coroa lusitana. Caso não alcanças-
se sua meta ocorria a DERRAMA, que consiste em um processo de pilhagem dos pertences
de maiores valores nas casas das famílias até completar o valor devido. As atitudes da coroa
lusitana provocam além da insatisfação popular, dos fazendeiros rurais e donos de minas que
reivindicavam o pagamento de menos tributos e maior participação na vida política do país.
Surge um movimento elitista influenciado por ideias de emancipação política inspirada nos
ideais do iluminismo europeu. É o pontapé inicial para a conquista da independência do Bra-
sil. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes (movimento elitista) foi adotada pelo estado de
Minas Gerais com os dizeres: “liberdade ainda que tardia”

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_de_Minas_Gerais

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Durante anos ocorreram reuniões secretas que organizavam e divulgavam os princípios


dessa revolta contra Portugal, contudo  o movimento não foi nem deflagrado já que antes
que ocorresse seu desencadeamento inúmeras denúncias levam ao conhecimento da Coroa
lusitana a existência de um conluio. O dia 18 de maio de 1789 é marcante pois alguns dos
inconfidentes haviam sido comunicados de que a conspiração contra Portugal tinha sido evi-
denciada. O Visconde de Barbacena recebeu seis denúncias a respeito do movimento sendo
a denúncia mais importante realizada por Joaquim Silvério dos Reis.
O denunciante (Joaquim Silvério dos Reis) participava da conspiração e devia grandes
somas de dinheiro à Coroa portuguesa e denunciou o movimento organizado pelos incon-
fidentes como uma forma de ter as suas dívidas perdoadas (seria uma delação premiada...
rsss). O relato de Silvério dos Reis detalhou as estratégias do movimento e permitiu as auto-
ridades coloniais uma organização necessária para promover a repressão contra os envolvi-
dos. O Visconde de Barbacena suspendeu a derrama e deu início às prisões e interrogatórios.
O processo de julgamento dos presos por envolvimento no movimento estendeu-se durante
três anos como meio de desencorajar outras conspirações. As  condenações  foram díspa-
res com penas como degredo (expulsão para a África), prisão perpétua, condenação à forca
onde vários dos envolvidos foram condenados a morte, contudo D. Maria, rainha de Portugal,
perdoou todos os condenados, menos um: Tiradentes (propagandista do movimento e não
pertencia a elite).
Tiradentes é preso no Rio de Janeiro, em maio de 1789 e sua morte seria o instrumento
operado pela coroa lusitana para ser um exemplo de intimidação e ocorreu porque Tiradentes
era o grande propagandista do movimento.
Tiradentes foi enforcado e esquartejado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro e
seus restos mortais pulverizados na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. A ca-
beça foi colocada em exposição na praça central de Vila Rica e lá permaneceria até apodrecer,
mas acabou desaparecendo e não se sabe o seu paradeiro até hoje. A Conjuração Mineira foi
uma das mais importantes revoltas organizadas contra a Coroa portuguesa e mostrou a dis-
posição dos colonos em romper o laço colonial e a existência de ideais republicanos no seio
da principal capitania brasileira. Poucos anos depois foi a vez da Bahia rebelar-se contra o
domínio português na conjuração baiana.

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O início do século XIX é de suma importância para a autonomia brasileira a partir da che-
gada da família real em 22 de janeiro de 1808 que irá proporcionar o começo do desenvol-
vimento industrial do país a partir da ruptura com o pacto colonial e a abertura dos portos
as nações amigas. A  industrialização brasileira começa a adquirir corpo somente em sua
terceira fase.

Mas como assim, terceira fase?

Caro(a) concurseiro(a), a industrialização brasileira é caracterizada por ser tardia e ganha


impulso com a chegada da família real que proporciona a abertura dos portos as nações ami-
gas. Contudo é importante salientar que quando destacamos o processo industrial brasileiro
esse está dividido em quatro momentos. Segue as fases da divisão brasileira:

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• 1ª fase: 1500 a 1808 – “Proibição”.


• 2ª fase: 1808 a1930 – “Implantação”.
• 3ª fase: 1930 a 1956 – Revolução Industrial Brasileira.
• 4ª fase: após 1956 – Internacionalização da economia brasileira.

Industrialização Brasileira – 1ª Fase

A percepção europeia de descobrimento do Brasil em 1500 é inverídica, uma vez que di-
versas comunidades indígenas viviam no continente americano. A 1ª fase da industrialização
brasileira é denominada de “proibição” por ser o auge colonial cabendo ao brasil ser uma eco-
nomia voltada ao enriquecimento de sua metrópole. É verdade que existiam inúmeras restri-
ções ao desenvolvimento de atividades industriais no Brasil, destacando-se apenas algumas
fábricas de fiação e calçados voltadas ao consumo interno devido as enormes distâncias en-
tre a metrópole e a colônia. Volto a destacar que a metrópole lusitana via na colônia brasileira
apenas uma economia complementar, fornecedora de matéria-prima em estado primitivo ou
semi-industrializado (atualmente denominamos de commodities). A oposição ao surgimento
de fábricas visa assegurar a manutenção do pacto colonial, e como já dito, existiam pequenas
manufaturas suficientes para manter o mercado interno.
A partir da primeira metade do século XVIII (1750) diversas fábricas, como a têxtil e a do
mármore, começaram a crescer o que provoca forte intervenção metropolitana com implan-
tação em 5 de janeiro de 1785, por D. Maria I, de um alvará extinguindo todas as manufaturas
têxteis da colônia, exceto a dos panos grossos para uso dos escravos e trabalhadores. A co-
roa buscava evitar uma concorrência ao comércio da corte que poderia tornar a colônia in-
dependente financeiramente, criando um sentimento nacionalista podendo instigar o desejo
popular a emancipação política.

Industrialização Brasileira – 2ª Fase

A implantação do processo industrial brasileiro inicializa a partir da chegada da família


real no Brasil em 22 de janeiro de 1808, onde em torno de 15 mil pessoas são transportadas

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em 14 navios (a doutrina não é passiva) entre Lisboa e a cidade do Rio de Janeiro. O desloca-
mento da família real para o Brasil tem como justificativa diversas ameaças proferidas pelo
governo francês afirmando veementemente que invadiriam Lisboa caso Portugal não sus-
pendesse o comércio até então praticado com os ingleses (a França era inimiga histórica dos
ingleses). Por outro lado, existe uma pressão inglesa que da mesma forma ameaçava uma in-
vasão através de sua marinha mercante caso Portugal não cumprisse os acordos comerciais
assinados anteriormente. Portugal está entre a “cruz e a espada’ devendo escolher um lado
o que faz quando pede apoio aos ingleses e no fim de novembro de 1807 parte de seu litoral
adentrando em terras brasileiras somente em janeiro de 1808. A opção de vir para o Brasil faz
com que Portugal inviabilize a possibilidade de invasão francesa. A chegada da família real
é conhecida como o dia do “mude-se” onde 10 a 15 mil casas foram pintadas com as letras
“PR”, de Príncipe Regente, abreviatura que significava na prática que o morador teria que sair
de sua casa para dar lugar à realeza. Logo, a sigla “PR” ficou popularmente conhecida como
“Ponha-se na Rua” ou “Prédio Roubado”.
Após a chegada da família real ocorreram inúmeras transformações sempre visando me-
lhores condições de conforto e salubridade para os membros da nobreza real e para isso
foram criados:
• A criação do Museu Nacional.
• A criação da Biblioteca Real.
• A criação da Escola Real de Artes.
• A criação do Teatro Real de São João.
• A criação do Observatório Astronômico.
• A criação do Jardim Botânico.
• A Missão Artística Francesa, que incentivou o desenvolvimento das artes.
• A criação do Banco do Brasil.
• A criação da imprensa régia.
• A criação da faculdade do Rio de Janeiro.

Segue imagem do observatório Nacional do Rio de Janeiro (1827):

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https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?view=detalhes&id=439810

Entretanto a principal medida promovida pela família real foi a revogação, ao chegar no
Brasil, do alvará de D. Maria (1785), abrindo os portos ao comércio exterior e fixando as se-
guintes taxas para países que desejasse comercializar com o Brasil:
• 24% para produtos importados.
• 15% para os ingleses.

A entrada de produtos britânicos dificultou a abertura de indústrias brasileiras, pois estas


teriam que concorrer com os produtos britânicos que possuíam vantagens alfandegárias.
Houve a entrada no Brasil de diversos tipos de produtos britânicos, muitos deles sem relação
com as necessidades dos consumidores brasileiros.
Caro(a) estudante, a análise dessa medida é de suma importância uma vez que tem início
a ruptura com Portugal colocando fim ao pacto colonial e estabelecendo os pilares para uma
emancipação futura que ocorrerá no ano de 1822.

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Entre os tratados de 1810 podemos destacar o de comércio e navegação e de aliança e


amizade.
Vamos em frente!

Tratados de 1810

Tratado de Comércio e Navegação

Foi o golpe final para controle inglês sobre o mercado brasileiro quase que inviabilizando
o processo industrial e consistiu na realização de um contrato com a Inglaterra, pelo prazo
de 15 anos, fixando uma taxa de 15% para suas mercadorias (o desenvolvimento industrial
brasileiro foi mínimo devido à forte concorrência dos produtos ingleses). A Inglaterra possuía
quase o monopólio das manufaturas que chegavam ao Brasil porque o seu custo de produ-
ção era menor (resultado do processo da 1ª Revolução Industrial e porque, com os impostos
baixos, os seus produtos eram mais competitivos que o similar nacional).
O Tratado ficou definido assim:
• 24% para produtos importados.
• 15% para os ingleses.
• 16% para os portugueses.

Tratado de Aliança e Amizade

É um tratado assinado entre Portugal e Inglaterra em 1810 para extinguir o tráfico negreiro.
O tratado estabelecia que:
• Os dois reinos (Portugal e Inglaterra) seriam fiéis aliados nos planos político e militar e
a Inglaterra renovaria seus direitos sobre a Ilha da Madeira.
• Os ingleses que viviam no Brasil teriam ampla liberdade.
• A Inglaterra teria o direito de cortar madeiras e construir navios, bem como o de manter
uma esquadra de guerra no litoral brasileiro.

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• Os ingleses pagariam tarifas alfandegárias preferenciais.


• A Inglaterra passou a distribuir, na Europa, os produtos tropicais.
• Cedendo à pressão dos ingleses, a Coroa Portuguesa comprometia-se a extinguir gra-
dativamente o trabalho escravo.

O Brasil é elevado a condição de Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815, ordenado


pelo príncipe regente Dom João Maria de Bragança em função da transferência da família
real e dos nobres portugueses para o Brasil. O translado gerou enorme descontentamento em
Portugal, pois a partir da elevação do Brasil acreditava-se que D. João ficaria no país tornan-
do-o centro do império português. O ano seguinte culmina com a morte da rainha D. Maria
aclamando D. João como rei do império português. O ano seguinte a subida ao comando do
império português por D. João é emblemático pelo estabelecimento de um movimento de
emancipação política em Pernambuco (Revolução Pernambucana) que se justificava pelos
seguintes fatores:
• A insatisfação com a cobrança de pesados impostos.
• Abusos administrativos.
• Arbitrárias e opressiva administração militar.
• Insatisfação popular.
• Os ideais nativistas.

A Revolução Pernambucana tem origem com a vinda da família real em 1808 em função
do Bloqueio Continental que provocou um excessivo aumento de gastos com a construção
de fábricas e outras estruturas no Brasil, elevando substancialmente os tributos devido a
enormes investimentos em infraestrutura e principalmente para manutenção dos gastos exa-
gerados da corte e ocupação de cargos públicos pelos portugueses em vez de serem dispo-
nibilizados a brasileiros.
A exagerada cobrança de tributos e o grave problema com a seca levando centenas de
pessoas à morte, provocou uma inquietação em Pernambuco com os amotinados liderados
por Domingos José Martins e José de Barros Lima (conhecido como o “Leão Coroado”) que

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planejaram um movimento que se inicializa com a ocupação de Recife e a prisão do governa-


dor do estado - Caetano Pinto de Miranda Montenegro.
Segue imagem de Domingos José Martins:

https://jc.ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2017/03/05/os-personagens-que-fizeram-a-revolucao-
-de-1817-272971.php

É implantado um governo provisório instituindo como medidas a libertação de presos po-


líticos, a redução de impostos e a liberdade de imprensa. As ações visavam a tornar o Brasil
independente de Portugal e implantar a república.
A reação imediata  de D. João VI  é conter os revoltosos instaurando um combate com
duração de 75 dias levando a derrota dos rebelados onde muitos são condenados a morte.
A revolta é também conhecida como a Revolta dos Padres devido ao número considerável de
padres que nela tomaram lugar, onde um dos mais conhecidos foi Frei Caneca.
Segue imagem de Frei Caneca:

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https://pejornal.com.br/frei-caneca-os-esquecidos-no-tempo-prof-valdir/

A vinda da família real e a elevação do país a condição de Reino Unido a Portugal e Algar-
ves é responsável também pela Revolução do Porto (1820) que estimula a independência do
Brasil.

Mas como isso ocorre?

Os representantes europeus durante o congresso de Viena ocorrido anos antes (1814 –


1815) não acatavam os pedidos dos embaixadores portugueses alegando que não seriam
ouvidos, já que o rei governava de uma de suas colônias. Diante do ocorrido D. João VI eleva o
Brasil à categoria de Reino Unido rompendo com o pacto colonial e proporcionando a isono-
mia entre portugueses e brasileiros. O adiamento quanto à volta de D. João VI (livre das pres-
sões europeias e corte) cria uma insatisfação na cidade do Porto, onde redigiram um “Mani-
festo da Nação Portuguesa aos Soberanos e Povos da Europa” o qual reafirmava a fidelidade
ao Rei, mas exigiam a promulgação de uma Constituição que limitasse o poder do soberano
e que exigisse a imediata volta do Brasil à condição de Colônia e a restauração do monopólio
comercial português. Diante da conturbação social, D. João VI opta pela volta a Portugal com

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parte da sua família e da nobreza, mas permanecendo D. Pedro I como príncipe-Regente (filho
mais velho) do Brasil.
D. Pedro I analisa a possibilidade de se tornar imperador do país e no dia 9 de janeiro de
1822 decide permanecer no Brasil (Dia do Fico). O desejo da permanência do Príncipe-Re-
gente D. Pedro I no Brasil se inicia com o temor de que Portugal retirasse do Brasil os direitos
adquiridos com a elevação do Brasil a Reino Unido. Caso isso acontecesse, o Brasil voltaria
novamente à condição de colônia e perderia o direito de comercializar com as demais nações,
surgindo a ideia entre a elite rural e política brasileira de formar um “Reino do Brasil” indepen-
dente de Portugal.
D. Pedro I não acatou ordens das Cortes Portuguesas para que deixasse imediatamente o
Brasil e retornasse a Portugal.
Na ocasião, proferiu a frase que se tornaria célebre: “Se é para o bem de todos e felicidade
geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico.” Esse episódio passaria à história co-
nhecido como o “Dia do Fico”.
Segue o paço imperial onde ocorreu o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822).

https://www.museusdorio.com.br/joomla/index.php?option=com_k2&view=item&id=121:pa%C3%A7º-impe-
rial-%E2%80%93-centro-cultural-do-iphan/minc-pa%C3%A7º-imperial-the-cultural-center-of-iphan/minc&I-
temid=579

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Oito meses depois, apoiado pelas elites agrárias e a população livre, declara a indepen-
dência do Brasil
São causa da independência do Brasil:
• A situação econômica era precária.
• Na agricultura, a produção do tabaco e do algodão foram reduzidas e a cultura cana-
vieira estava em fase de decadência.
• A pecuária se restringia à produção de charque no Rio Grande do Sul ou de subsistência.
• A mineração apresentava baixo rendimento, pois as jazidas estavam esgotadas (o ouro
era de aluvião).
• A indústria não se desenvolvia, por conta das proibições da metrópole.
• O comércio no Brasil era limitado pelas restrições impostas pelo monopólio, pois a co-
lônia podia comercializar apenas com a metrópole.

Caro(a) estudante, a independência do Brasil ocorre no dia 07 de setembro de 1822 ini-


ciando o primeiro império até o ano de 1831, quando D. Pedro I retorna a Portugal por ques-
tões sucessórias.

Primeiro Império: 1822 a 1831

No mês de maio, o  governo brasileiro estabelecia que qualquer determinação vinda de


Portugal só poderia ser acatada após a aprovação de D. Pedro. Enquanto isso, desencade-
ava-se uma luta na Bahia entre tropas portuguesas e brasileiras. Em desespero, as Cortes
tomaram medidas radicais declarando ilegítima a Assembleia Constituinte reunida no Brasil.
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro se encontrava às margens do riacho Ipiranga em São
Paulo, quando recebeu os últimos decretos de Lisboa, um dos quais o transformava num sim-
ples governador, sujeito às autoridades das Cortes.
Essa atitude o conduziu a dizer que estavam cortados os laços que uniam o Brasil a Portu-
gal. Daquele momento em diante, Independência ou Morte seria o lema de todos os brasileiros.
No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do
Brasil, com o título de D. Pedro I sendo coroado em 1º de dezembro de 1822.

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Em 1822 D. Pedro I convocou uma assembleia constituinte com a tarefa de elaborar uma


Constituição para o Brasil, entretanto foi dissolvida pelo próprio imperador em 12 de novem-
bro de 1823 devido ao descontentamento de D. Pedro I com as propostas de limitação de seus
poderes e de definição das atribuições do Poder Executivo. A tarefa de elaborar uma consti-
tuição para o Brasil foi conferida, então, ao Conselho de Estado, tomando por base o projeto
que esteve em discussão na assembleia constituinte que fora dissolvida.
Em 1828 quatro anos após a constituição outorgada (também denominada de “constitui-
ção da mandioca”) ocorre a renovação do protecionismo econômico, cobrando-se uma taxa
de 16% sobre os produtos estrangeiros para todos os países. A taxa era insuficiente para pro-
mover algum desenvolvimento industrial no País.

 Obs.: O nome de “Constituição da Mandioca”, com que veio a ser conhecida pela sociedade,
deveu-se ao modo com que instituiu o voto indireto censitário, em que os eleitores
tinham que provar uma quantidade mínima de alqueires de plantação de mandioca de
acordo com o cargo político.

O período entre 1825 a 1828 durante o primeiro reinado ocorre a Guerra da Cisplatina,
quando uruguaios apoiados pelo governo argentino ocuparam toda a Província Cisplatina e
um governo provisório uruguaio decidiu a incorporação da Cisplatina à República das Pro-
víncias Unidas do Rio da Prata. Em razão da Guerra da Cisplatina houve a perda da Província
Cisplatina e a consequente independência com o nome de  República Oriental do Uruguai,
agravando os problemas de D. Pedro I (crises políticas, crise econômica). Outro fato que ge-
rou descontentamento foi a desenfreada emissão de papel-moeda por D. Pedro I, visando
sanar os déficits surgidos com a derrota na Guerra da Cisplatina.
D. João VI e a ala absolutista procuravam reaver o território brasileiro (1825) e na iminên-
cia de uma guerra, decide por nomear D. Pedro I (Portugal ficaria com o Brasil na ausência
do imperador) seu sucessor em Portugal (ignorando a deserção em 1822). D. Pedro I aceita a
proposta e retorna a Portugal para sagrar-se Pedro IV de Portugal em maio de 1826 (após a
abdicação de seu pai). Entretanto devido a constituição brasileira recém-aprovada, era proibi-
do ao imperador brasileiro deter paralelamente o título de regente de Portugal. Assim, apenas

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um mês depois de coroado rei português, Pedro abdica ao trono, todavia garantido a suces-
são à sua primogênita, D. Maria II (momentaneamente não assumiria devido à sua idade e
entregando a regência do reino português a D. Miguel I). D. Miguel, irmão de D. Pedro I, fez-se
proclamar rei em lugar da filha do imperador brasileiro. Em 7 de abril de 1831, depois de uma
grande manifestação popular no Rio de Janeiro, ocorria a abdicação de D. Pedro I e o trono
brasileiro passava a seu filho de cinco anos, Pedro de Alcântara.

Período Regencial: 1831 a 1840

É o período da ocorrência do coronelismo no Brasil havendo diversos conflitos de caráter


separatista tais como a Cabanagem, Sabinada e Farroupilha e movimentos populares como
a Balaiada e a abolição da escravidão.
Os Progressistas passaram a defender que os males do país estavam ligados à falta da
figura do imperador (Campanha da Maioridade, na intenção de antecipar a coroação de Dom
Pedro II). A Campanha da Maioridade acabou por ganhar o apoio das elites com a coroação
de Dom Pedro II como imperador com 14 anos, em 1840.

Segundo Império: 1840 a 1889

A subida de D. Pedro II ao comando do país promove uma série de transformações,


tais como:

Tarifa Alves Branco (1844)

Imposto que aumentou as taxas de importação para a casa dos 20%, quando não havia
similar nacional, e para a casa dos 60%, quando havia produto similar nacional. É por volta de
1844 que ocorre o Decreto da Lei Alves Branco, que ampliava as taxas de importação:
• 20% sobre produtos sem similar nacional.
• 60% sobre aqueles com similar nacional (proteção de algumas atividades industriais
do país).

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Em 1846 incentivos fiscais à indústria têxtil e às matérias-primas são insuficientes para


alavancar o desenvolvimento industrial brasileiro devido à presença da escravidão que invia-
bilizava um mercado consumidor. O ano de 1850 é emblemático em função da Lei Eusébio
de Queirós que proíbe o tráfico intercontinental de escravos (o tráfico interprovincial continua
transferindo escravos do Nordeste para a cafeicultura do Oeste Paulista). Os  capitais que
eram aplicados na compra de escravos ficaram disponíveis e parte dele foi aplicado no setor
industrial. A necessidade de mão de obra especializada estimulou a entrada de imigrantes,
sendo a primeira mão de obra assalariada no Brasil. Assim, constituíram um mercado consu-
midor e uma força de trabalho especializada.
Caro(a) aluno(a), é nesse período que a estrutura fundiária brasileira é consolidada com
muitas terras nas mãos de poucos e poucas terras nas mãos de muitos. Tal consolidação
ganha suporte através da lei de terras (1850) que estabelecia a compra como a única forma
de acesso à terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias.
É durante a segunda metade do século XIX, entre os anos de 1861 e 1865, que acontece
forte crescimento do setor têxtil brasileiro em razão da Guerra de Secessão dos Estados Uni-

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dos. O algodão começava a ser produzido em larga escala no Brasil e a indústria do setor têxtil
iniciava o seu desenvolvimento. Mas se por um lado ocorre um grande desenvolvimento pro-
movendo prosperidade a comunidade local, por outro ocorre um dos episódios mais sangren-
tos da história do país. A Guerra do Paraguai (1864) foi o maior conflito armado internacional
ocorrido na América do Sul sendo travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo
Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870 e o
conflito iniciou com o aprisionamento no porto de Assunção, em 11 de novembro de 1864,
do barco a vapor brasileiro Marquês de Olinda que transportava o presidente da província de
Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, que nunca chegou a Cuiabá, morrendo em uma
prisão paraguaia.

O Fim da Guerra do Paraguai – 1870

Em 1870 as tropas do general José Antônio Correia da Câmara (1824-1893) surpreende-


ram o último acampamento paraguaio, em Cerro Corá onde Solano López foi ferido a lança
pelo cabo Chico Diabo, morrendo em seguida.
O período entre 1870 a 1880 é caraterizado pela construção em larga escala das estradas
de ferro visando mobilizar um fluxo mais eficiente de bens de consumo e a interiorização do
país, além da introdução dos telégrafos elétricos que interligavam as províncias brasileiras e
demais países sul-americanos.
Mas é somente no ano de 1880 que ocorre o primeiro surto industrial, inaugurando o
processo de substituição de importações devido à dificuldade de se importar os bens indus-
trializados. A exportação do café foi prejudicada, estimulando, dessa forma, os investimentos
e a produção interna, basicamente indústria de bens de consumo. A substituição das impor-
tações ocorre devido às dificuldades de importar bens industrializados e devido ao prejuízo
na exportação do café. A criação de indústrias é estimulada principalmente no que se refere
a bens de consumo. A acumulação de capital advindo da economia cafeeira começou a ser
investida em produtos industrializados, já que o café não dava mais os dividendos almejados
e alguns “barões do café” começaram a diversificar suas aplicações.

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É nesse contexto que surge a figura de Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá 1813
– 1889) que desenvolveu ainda mais as estradas de ferro, parte da infraestrutura necessária
para o crescimento do país. O Brasil até hoje é ineficiente no processo de escoamento. Por
exemplo, para escoar uma tonelada de soja desde a sua zona rural até o mercado europeu,
o  Brasil gasta 84 dólares. A  mesma tonelada de soja nos Estados Unidos custa 21 dóla-
res porque possuem uma infraestrutura de transporte muito mais adequada que a do Brasil.
O  Brasil praticamente tem a mesma estrutura de transporte ferroviário do tempo de Irineu
Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. No período de JK investiu-se na malha rodoviária
dentro do território brasileiro, contudo não é um transporte de massa interessante quando
pensamos em volume e as grandes distâncias do território nacional, já que possui elevados
custos operacionais e de implantação.
O início do século XX durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) favoreceu o cres-
cimento industrial brasileiro com a predominância da indústria de bens de consumo. O setor
alimentício cresceu bastante, principalmente a exportação de carne, ultrapassando o setor
têxtil. A economia do país continuava, no entanto, dependente do setor agroexportador, espe-
cialmente o café, que respondia por aproximadamente 70% das exportações brasileiras.

 Obs.: Indústrias de base x bens de consumo x bens duráveis

As indústrias de base são indústrias que surgem para que outras possam se instalar a
partir delas (indústrias de matéria prima, como siderurgia, metalurgia, cimento). As indústrias
de bens duráveis são indústrias com produtos de longa duração e as indústrias de bens não
duráveis ou de consumo são aquelas de produtos de baixa longevidade, de consumo rápido
(medicamentos e alimentos).

Industrialização Brasileira – 3ª Fase

A dependência do café foi a “mola propulsora” durante o governo Vargas para promover o
processo de industrialização. Os “barões do café” experimentavam uma crise de superprodu-
ção, que se originou na 1ª Revolução Industrial quando vários países europeus produziam de
maneira desenfreada, sem a preocupação de analisar se existia um mercado para absorver as

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mercadorias e fontes de matéria-prima para aquisição. Em determinado momento, houve ex-


cesso de mercadorias e falta de mercado consumidor culminando na crise de 1929. No caso
do Brasil, isso ocorreu com o café, e os “barões do café” resolveram diversificar as suas ati-
vidades nos moldes do ocorrido em 1880. O café deixou de ser viável e teve início o processo
da industrialização, com o apoio do governo Vargas no sentido de substituir as importações.
O contexto que se insere na terceira fase da industrialização brasileira relaciona-se com a
Revolução de 30 quando Vargas afastou do poder as oligarquias tradicionais que representa-
vam os interesses agrários-comerciais (ruptura com a política do café com leite). Vargas ado-
tou uma política industrializante e intervencionista, a substituição de mão de obra imigrante
pela nacional (formada pelo RJ/SP/NE). Vargas investiu na criação da indústria de base e
energia. Entre seus feitos podemos destacar:
• Conselho Nacional do Petróleo – 1938.
• Companhia Siderúrgica Nacional – 1941.
• Companhia Vale do Rio Doce – 1945.
• Companhia Hidroelétrica do São Francisco – 1945.

O mercado interno tem uma forte expansão com o êxodo rural fruto da crise do café ex-
pandindo a população urbana, responsável por constituir um mercado consumidor e ofertar
mão de obra.
A “substituição das importações”, devido à crise de 1929 favoreceu o desenvolvimento
industrial, livre de concorrência estrangeira e a 2ª Guerra Mundial promove o aumento das
exportações. Vale lembrar que as indústrias que foram criadas desde a 1ª Guerra Mundial re-
alizavam apenas a montagem de peças produzidas e importadas do exterior e eram subsidiá-
rias das matrizes estrangeiras. No início da 2ª Guerra Mundial, o crescimento diminuiu porque
o Brasil não conseguia importar os equipamentos e máquinas de que precisava ressaltando
a importância de se possuir uma Indústria de Bens de Capital, contudo ao final da guerra já
existiam indústrias com capital e tecnologias nacionais como a indústria de autopeças.
Segundo governo Vargas (1951-1954) os projetos de desenvolvimento eram baseados no
capitalismo de Estado, através de investimentos públicos, tais como:

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• Instituto Brasileiro do Café (IBC, em 1951).


• BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento social) – subsídios para JK lançar seu Plano
de Metas, ainda que a um elevado custo de internacionalização da economia brasileira.
• Criação da Petrobras (1953).

O período da 2ª Guerra Mundial é caracterizado por um superávit que promoveu um cres-


cimento de 8,9% de 1946 a 1978. É somente em 1946 que tem início a produção de aço da
CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em Volta Redonda. E em 1950 é feito um diagnóstico
de alguns problemas de grande importância que dificultaram o desenvolvimento industrial:
• Falta de energia elétrica.
• Baixa produção de petróleo.
• Rede de transporte e comunicação deficientes.

A solução encontrada por Vargas quanto a disponibilidade energética foi a inauguração


da Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco, Usina de Paulo Afonso e a Petrobrás.
Na madrugada de 5 de agosto de 1954, ocorre um atentado com tiros em frente a resi-
dência de Carlos Lacerda (RJ) matando o major Rubens Florentino Vaz (FAB – Força Área
Brasileira) e atinge o pé de Lacerda (jornalista e o futuro deputado federal e governador da
Guanabara) e membro da UDN partido que fazia oposição a Vargas. O atentado foi outorgado
a Alcino João e Climério Euribes membros da guarda pessoal de Vargas. Getúlio assim se
manifestou no atentado a rua Tonelero:

Carlos Lacerda levou um tiro no pé. Eu levei dois tiros nas costas!

Getúlio foi pressionado pela imprensa e por militares a renunciar ou licenciar-se da presi-
dência. O Manifesto dos Generais, de 22 de agosto de 1954, pede a renúncia de Getúlio e foi
assinado por 19 generais de exército, entre eles, Castelo Branco, Juarez Távora, Henrique Lott.
A crise levou Vargas ao suicídio na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954 registrando
em sua agenda de compromissos, na página do dia 23 de agosto de 1954, segunda-feira:

Já que o ministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir: determino que os ministros milita-
res mantenham a ordem pública. Se a ordem for mantida, entrarei com pedido de licença. Em caso
contrário, os revoltosos encontrarão aqui o meu cadáver.

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Com o suicídio de Vargas assumiu a presidência Café Filho exercendo o cargo até novem-
bro de 1955 quando foi afastado da presidência por motivos de saúde, assumindo em seu
lugar o presidente da Câmara, Carlos Luz que foi deposto logo em seguida por tentar impedir
a posse do presidente eleito (JK). Coube a Nereu Ramos, em sua breve passagem pela presi-
dência do dia 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, sob estado de sítio, completar
o quinquênio presidencial.
Juscelino Kubitschek disputou uma acirrada eleição com a apuração dos votos em 3
de outubro de 1955, sendo eleito com 35,68% dos votos, o  general  Juarez Távora recebeu
30,27%, Ademar de Barros conseguiu 25,77% e Plínio Salgado conquistou 8,28%.

Industrialização Brasileira – 4ª Fase

JK governou o país entre 1956 a 1961 e estabeleceu no campo econômico o Plano de Me-
tas que dedicou mais de 2/3 de seus recursos para estimular o setor de energia e transporte
fundamentais para a industrialização. Houve um grande crescimento da indústria de bens
de produção, que cresceu 370% contra 63% da indústria de bens de consumo. É notório por
esses números que, na década de 50, alterou-se a orientação da industrialização do Brasil
contribuindo para isso a Instrução 113 (governo Café Filho), que permitia a entrada de má-
quinas e equipamentos sem cobertura cambial (sem depósito de dólares para a aquisição no
Banco do Brasil). O crescimento da indústria de bens de produção refletiu-se principalmente
nos seguintes setores:
• Siderúrgico e metalúrgico (automóveis).
• Químico e farmacêutico.
• Construção naval.

O desenvolvimento industrial foi alicerçado com capital estrangeiro, atraído por incentivos
cambiais, tarifários e fiscais oferecidos pelo governo. Nesse período, teve início em maior es-
cala a internacionalização da economia brasileira, através das multinacionais. São medidas
adotadas durante esse período:

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• Aumento da produção de energia elétrica, aço, ferro-gusa, cimento.


• Incentivo a indústria petroquímica.
• Abertura de rodovias (atração das multinacionais através do rodoviarismo de Jk).
• Expansão da indústria de bens de consumo não duráveis e duráveis com a produção,
inclusive, de artigos sofisticados.

É durante o governo de Juscelino Kubitschek pelo decreto-lei número 3.173 de 6 de junho


de 1957 que é instituindo o Porto Livre de Manaus que somente dez anos depois houve de
fato sua criação pelo decreto-lei 288 de 28 de fevereiro de 1967 da Zona Franca de Manaus
durante o governo de Castelo Branco com o propósito de impulsionar o desenvolvimento eco-
nômico da Amazônia Ocidental.
O fim do governo de JK coincide com a subida ao comando do país de Jânio Quadros que
tem um governo extremamente conturbado que após 7 meses renuncia assumindo o país
João Goulart (Jango), graças ao movimento de legalidade encabeçado por Leonel Brizola e
Mauro Borges. É um período de forte declínio no crescimento econômico e industrial.
O ano de 1967 é simbólico com a criação da zona Franca de Manaus que (ZFM) que con-
siste é uma área isenta de impostos em troca da implantação de indústrias. É um modelo de
desenvolvimento econômico implantado pelo governo brasileiro objetivando viabilizar uma
base econômica na Amazônia Ocidental, promover a melhor integração produtiva e social
dessa região ao país, garantindo a soberania nacional sobre suas fronteiras. A ZFM compre-
ende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário.
• Comercial – ascensão até o final da década de 80, quando o Brasil adotava o regime de
economia fechada.
• Industrial – é considerado a base de sustentação da ZFM. O  polo Industrial de Ma-
naus possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio
milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroele-
trônicos, duas rodas e químico (destaque para aparelhos celulares e de áudio e vídeo,
televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes).
• Agropecuário – abriga projetos voltados a atividades de produção de alimentos, agroin-
dústria, piscicultura, turismo, beneficiamento de madeira, entre outras.

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Mas a retomada do desenvolvimento industrial ocorre somente em 1968 durante os go-


vernos militares por meio do milagre econômico, ocorrendo uma maior diversificação da pro-
dução industrial.
O Milagre econômico brasileiro é o nome dado à época de crescimento econômico ele-
vado durante os anos de 1969 e 1973, também conhecido como “anos de chumbo”. É  um
intervalo de grande crescimento econômico brasileiro onde o PIB saltou de 9,8% a.a. (1968)
para 14% a.a. (1973). A inflação passou de 19,46% (1968) para 15,6% (1973). Delfim Netto era
o Ministro da Fazenda e indicou a privatização da Petrobras como solução durante a primeira
grande crise do petróleo em 1973, contudo Geisel, presidente da Petrobras, não levou adiante
tal proposta já que possuía muitos ideais vinculados a política de Vargas. Diante da falta de
apoio do presidente Médici, Delfim Netto entregou o cargo.
A solução para a crise do petróleo levou ao desenvolvimento do Proálcool (Programa Na-
cional do Álcool) que consistiu em uma iniciativa do governo brasileiro de intensificar a pro-
dução de álcool combustível (etanol) para substituir a gasolina. Essa atitude teve como fator
determinante a crise mundial do petróleo, durante a década de 1970, pois o preço do produto
estava muito elevado e passou a ter grande peso nas importações do país. Logo, em 1975,
foi ofertado diversos incentivos fiscais e empréstimos bancários com juros abaixo da taxa
de mercado para os produtores de cana-de-açúcar e para as indústrias automobilísticas que
desenvolvessem carros movidos a álcool.
Na primeira década do Proálcool, os resultados foram positivos, visto que os consumi-
dores priorizavam os automóveis movidos a álcool e, em 1983, as vendas desses veículos
dominaram o mercado brasileiro. Em 1991, aproximadamente 60% dos carros do país (cerca
de 6 milhões) eram movidos por essa fonte energética.
Porém, apesar de substituir parcialmente o petróleo, o Programa Nacional do Álcool pro-
moveu uma série de problemas: elevação da dívida pública em consequência dos benefícios
concedidos, aumento dos latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, elevação dos preços
de alguns gêneros alimentícios (pois ocorreu a redução do cultivo de alimentos em substitui-
ção à cana-de-açúcar).
O fim dos governos militares coincide com a subida de José Sarney ao comando do país e
lança o Plano Cruzado que busca promover o crescimento industrial sem a posterior austeri-

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dade fiscal e monetária do Plano Real de 1994. Contudo, o desabastecimento, principalmente


de produtos de primeira necessidade, promovido por setores oligopolizados da economia,
condenou o plano econômico ao fracasso. O  Plano Cruzado surge no sentido de conter o
processo inflacionário com o tabelamento de produtos, não sempre de maneira oficial, mas
de maneira oficiosa.
O comerciante que vivia da especulação econômica retirava alguns produtos do mercado
e aguardava a subida dos preços para, em seguida, disponibilizá-los. A adoção de medidas,
tanto políticas quanto jurídicas, de apoio à micro e pequena indústria, bem como a entrada
de capital estrangeiro atraído pelos programas de privatizações de estatais, tornaram o in-
vestimento do capital de risco em setor industrial atraente, tanto no mandato de FHC (1994 –
2002) quanto de seu sucessor Luís Inácio Lula da Silva, eleito em 2002. A partir do governo de
Fernando Collor de Melo (1990-1992) e nos governos posteriores ganha espaço uma política
econômica baseada na livre concorrência somente havendo intervenção em momentos de
crises. Tal fenômeno é denominado de neoliberalismo.
Além de uma política neoliberal o Brasil está em um processo de desconcentração indus-
trial. Observe que antes as indústrias se instalavam nas grandes metrópoles pela proximida-
de com o mercado consumidor que absorvia os seus produtos. Hoje, com os custos eleva-
dos nessas metrópoles, ocorre o processo inverso - a desconcentração industrial - com as
grandes indústrias se instalando no interior onde existe a matéria-prima disponível, o acesso
é mais facilitado, a mão de obra é mais barata e existe a possibilidade de expansão de mer-
cados. Colocados na ponta do lápis, os ganhos com matéria-prima, o aumento de mercado e
a mão de obra mais barata compensam a ineficiência no transporte.
A industrialização possui diversos fatores locacionais, entre eles podemos destacar:
• Mão de obra ampla e com qualificação profissional.
• Disponibilidade de matérias-primas.
• Incentivos fiscais.
• Existência de infraestrutura logística (transportes).
• Infraestrutura energética favorável.

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• Amplo e ativo mercado consumidor.


• Presença de empresas afins e redes de serviços correspondentes.
• Existência de instituições de ciência e tecnologia.

Caro(a) estudante, as indústrias podem ser organizar de modo a monopolizar ou oligopo-


lizar o mercado.

Mas o que são monopólios? E oligopólios?

Monopólio

É o controle da quase totalidade do mercado de um determinado produto por uma grande


empresa que estabelece a fixação do preço sem concorrência (controlando o preço do produ-
to). O monopólio pode ser:
• Natural: altos investimentos e baixo retorno regulamentados pelo governo. Por exem-
plo, aqueles relacionados aos setores estratégicos da economia.
• Artificial: o governo garante direito de propriedade autoral, distribuição de produtos.
Por exemplo, os promovidos por empresas de natureza privada que buscam eliminar a
concorrência.

Oligopólio

É um conjunto de empresas que monopolizam o mercado. O mercado se caracteriza por


um número de compradores e um reduzido número de empresas controlando-o. Por exemplo,
farmácias, bancos, concessionárias e mídia. Os preços são abusivos e eliminam a possibili-
dade de concorrência.
• EUA (1923) – 88 fábricas de veículos – GM lança um modelo a cada ano.
• EUA (1935) – 10 fábricas de veículos.

O oligopólio pode gerar truste (permitido no Brasil) ou cartel (considerado ilícito no Brasil
porque tira do consumidor o direito de escolha).

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• Truste – permitido por lei.


• Cartel – não permitido por lei.
• Holding – permitido por lei.

Conglomerado

É uma associação que tem por objetivo monopolizar a produção de mercadorias indus-
trializadas e serviços. Vai da extração da matéria-prima ao produto final (truste vertical). Por
exemplo, General Eletric (eletrodomésticos, lâmpadas, móveis), Mitsubishi (produz carros e
canetas) e LG (produz eletrônicos, eletrodomésticos, produtos petroquímicos).

Truste

É uma associação financeira, constituindo uma única empresa resultante da fusão de vá-
rias outras do mesmo ramo ou de ramos diversos. A origem do truste foi nos EUA, em 1882,
com a Standart Oil, Coca-Cola e Rockfeller.
Objetivo: controlar o mercado e acabar com a livre concorrência (dominar todas as etapas
de produção formando monopólios). Para obter preços mais atraentes, é necessário o contro-
le de todas as etapas de produção, visando o barateamento.
Táticas: guerra comercial (baixa artificial do preço da mercadoria, derrotando firmas con-
correntes, incorporando e fixando preços). No Brasil, não é considerada ilegal a prática de
guerra comercial, a qual, em diversos países, é assim considerada.

Classificação dos Trustes

• Truste vertical: visa controlar, de forma sequencial, determinado gênero industrial (ma-
téria-prima até o produto acabado, sendo as empresas de diversos ramos). Por exem-
plo, uma empresa que produz aço se funde a uma empresa que produz minério de ferro
usado na produção de aço.
• Truste horizontal: constituído por empresas que trabalham com o mesmo ramo da eco-
nomia. Por exemplo, a Brasil Foods, resultante da união entre a Sadia e a Perdigão.

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Holding

É uma organização econômica (S.A) que tem sob seu controle as atividades de empre-
sas através da aquisição parcial ou total de suas ações. Holding é a empresa central (admi-
nistra) e temos a Petrobras como um exemplo. Há uma aparente autonomia das empresas
que são controladas pelo holding. O Grupo Silvio Santos controla mais de 40 empresas (Te-
le-Sena, SBT, Baú da Felicidade, Hotel Jequitimar, cosméticos Jequiti, Braspag Transações
Online).

Joint-venture

É uma associação de empresas do mesmo ramo com o objetivo de ampliar o mercado.


Desfeita a parceria, as empresas continuam com seus projetos, não sendo necessária a fusão
entre elas. No Brasil, foi bastante intensa no governo de JK. O Estado pode incentivar a vinda
de multinacionais, desde que as empresas nacionais utilizem sua tecnologia. Por exemplo,
a Playtronic/Nintendo.

Cartel

É um acordo comercial não formal entre empresas produtoras (geralmente do mesmo


ramo), apresentando as seguintes características:
• Conservam sua autonomia interna.
• Buscam monopolizar o mercado.
• Organizam-se distribuindo as cotas de produção e mercado e determinam o preço, su-
primindo a livre concorrência.

 Obs.: O cartel é considerado crime no Brasil. É ilícito.

Por exemplo: a combinação de preços entre Shell, Petrobras, Ipiranga e Esso em relação à
gasolina. O consumidor teria dificuldade de encontrar preços mais baixos retirando o direito
nato a livre concorrência.

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Dumping

É uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas do país venderem seus
produtos por preços extraordinariamente abaixo do seu valor justo (preço que geralmente se
considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador). Visa prejudicar e
eliminar os fabricantes de produtos similares, concorrentes no local, dominando o mercado e
impondo preços altos. Reprimido pelos governos nacionais, quando comprovado. É utilizado
como forma de ganhar cotas de mercado. Trata-se de uma concorrência desleal, caracteriza-
da pelo monopólio localista de grandes corporações que visa eliminar a concorrência. É muito
difícil provar essa ilegalidade.

A Relação Campo x Cidade

Embora componham meios considerados distintos, suas inter-relações são bastante


complexas. Por isso, muitas vezes é difícil separar ou compreender a especificidade de cada
um desses conceitos.
• Espaço urbano: designa a área de elevado adensamento populacional com formação
de habitações justapostas entre si, o que chamamos de cidade.
• Espaço rural: refere-se ao conjunto de atividades primárias praticadas em áreas não
ocupadas por cidades ou grandes adensamentos populacionais.

O espaço rural e urbano coexiste práticas interconectadas. Ex.: um cultivo de hortaliças


dentro do espaço de uma cidade é um caso de prática rural no meio urbano. Da mesma forma,
a existência de um hotel fazenda ou um resort em uma zona afastada da cidade é um exemplo
de prática urbana no meio rural.
Uma das principais diferenças entre urbano e rural está, assim, nas práticas socioeco-
nômicas. O espaço rural é um setor predominantemente de atividades vinculadas ao setor
primário (extrativismo, agricultura e pecuária), ao passo que o espaço urbano costuma reunir
atividades vinculadas ao setor secundário (indústria e produção de energia) e terciário (co-
mércio e serviços). Em termos de hierarquia econômica, podemos dizer que, originalmente,
o campo exercia um papel preponderante sobre as cidades (agricultura e a pecuária permitiu

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a formação das primeiras civilizações). O avanço da Revolução Industrial e as transforma-


ções técnicas por ela produzidas, o meio rural viu-se cada vez mais subordinado ao urbano,
uma vez que as práticas agropecuárias e extrativistas passaram a depender cada vez mais
das técnicas, tecnologias e conhecimentos produzidos nas cidades. Atualmente, o urbano e o
rural formam uma relação socioeconômica muitas vezes se apresentando de forma não coe-
sa e profundamente marcada pelo avanço das técnicas e pelas transformações produzidas a
partir dessa conjuntura. É importante salientar que atualmente a produção do meio rural não
é realizada de acordo com as características do clima e solo, mas de acordo com as necessi-
dades do mercado. É o que chamamos de agricultura comercial ou especulativa.
Caro(a) concurseiro(a), existe uma forte integração entre campo e cidade, mas essa co-
nexão somente é executável quando existe uma logística que favoreça o escoamento da pro-
dução. O desenvolvimento econômico dos países relaciona-se ao seu sistema de transporte,
ou seja, quanto mais desenvolvido, diversificado e eficiente o sistema de transportes, maiores
são as possibilidades de circulação rápida de pessoas e mercadorias, o que implica maiores
ganhos para produtores e consumidores. Para isso destacamos alguns sistemas de trans-
porte, tais como:

Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário no Brasil começou a se expandir durante o Segundo Império, no


final do século XIX, associado à expansão do café. É normalmente 50% mais barato que o
transporte rodoviário e uma característica importante da malha ferroviária brasileira é sua pe-
quena conectividade, ou seja, em geral, as ferrovias brasileiras foram construídas interligando
as áreas produtoras aos portos, para facilitar a exportação das mercadorias. O maior adensa-
mento dessa rede de transporte também coincide com a principal região brasileira produtora
de café no início do século XX: o Estado de São Paulo.
As atuais ferrovias construídas mantêm essa característica de não se integrarem umas às
outras, ligando apenas as áreas produtoras aos portos. A partir de 1996, as ferrovias brasilei-
ras, sob o controle da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), estão sendo privatizadas.

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Transporte Rodoviário
As rodovias constituem o principal meio de transporte utilizado no Brasil, correspondendo
a 60,5% de toda movimentação de cargas, apesar de seus elevados custos de manutenção
(período JK – 1956 a 1961). A implantação das rodovias teve por objetivo integrar rapida-
mente o vasto território brasileiro, com o intuito de consolidar o mercado consumidor interno,
base para o modelo de industrialização adotado em nosso país (substituição de importa-
ções). Atualmente, são inúmeros os problemas enfrentados pelos trabalhadores do transpor-
te rodoviário:
• roubos constantes de carga, violência, estradas mal conservadas e mal sinalizadas,
baixo preço do frete.

Os prejuízos, às vezes, também são elevados e estão associados às longas distâncias a


serem percorridas, ao péssimo estado de conservação das vias, que, por sua vez, geram au-
mento do consumo de óleo diesel, gastos com consertos dos veículos danificados em função
de buracos e elevado número de acidentes.

Transporte Hidroviário
O transporte hidroviário (cabotagem) é o que apresenta menores custos, desde que exis-
tam condições favoráveis à sua implantação, como:
• Rios potencialmente navegáveis.
• Relevo mais ou menos plano e condições de navegabilidade nos rios.
• Caso essas condições não existam, é  possível estabelecer a navegação a partir da
construção de eclusas, como em Jupiá (SP) e Bom Retiro (RS).
• O Brasil possui cerca de 42.000 Km de rios navegáveis, localizados, sobretudo, na Re-
gião Norte.

São vantagens do transporte hidroviário


• Transportar grandes volumes a grandes distâncias.
• Preservar o meio ambiente.
• Implantação e frete mais baratos que os de outros meios de transportes.

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Principais Hidrovias Brasileiras

Hidrovia do Madeira

• Localizada no Corredor Oeste-Norte, é navegável numa extensão de aproximadamente


1.056 Km, entre Porto Velho e sua foz, no Rio Amazonas, permitindo, mesmo na época
de estiagem, a navegação de grandes comboios, com até 28.000 toneladas.
• Atualmente transporta cerca de 2 milhões de toneladas ao ano.

Hidrovia do Guamá-Capim

• Localizada no Corredor Araguaia-Tocantins, transportando principalmente minérios.


• Hoje observa-se a formação de relevantes polos agropecuários, especialmente na re-
gião de Paragominas.

Hidrovia do São Francisco

• Localizada no Corredor São Francisco, o Rio São Francisco é totalmente navegável em


1.371 Km, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE).
• A partir da implantação do sistema multimodal, o escoamento da produção agrícola do
oeste da Bahia, com foco na cidade de Barreiras, banhada por um dos seus principais
afluentes, o Rio Grande, é realizado por rodovia até a cidade de Ibotirama.
• No quilômetro 42 acima de Juazeiro/Petrolina situa-se a barragem de Sobradinho, cuja
transposição é realizada através de eclusa.
• A movimentação anual fica em torno de 60.000 toneladas por ano.

Hidrovia Tietê-Paraná

• Localizada nos Corredores Transmetropolitano do Mercosul e do Sudoeste, a hidrovia


Tietê-Paraná permite a navegação numa extensão de 1.100 Km entre Conchas, no rio

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Tietê (SP), e São Simão (GO), no rio Paranaíba, até Itaipu, atingindo 2.400 Km de via
navegável. Ela já movimenta mais de um milhão de toneladas de grãos/ano, a  uma
distância média de 700 Km.
• Se computarmos as cargas de pequena distância como areia, cascalho e cana-de-açú-
car, a movimentação no rio Tietê aproxima-se de dois milhões de toneladas.

Hidrovia do Paraguai

• Localizada no Corredor do Sudoeste, essa hidrovia compõe um sistema de transporte


fluvial de utilização tradicional, em condições naturais, que conecta o interior da Amé-
rica do Sul com os portos de águas profundas no curso inferior do Rio Paraná e no Rio
da Prata.
• As principais cargas transportadas no trecho brasileiro são: minério de ferro, minério
de manganês e soja.
• Os fluxos de carga na hidrovia vêm crescendo nos últimos anos, respondendo à ex-
pectativa de interação comercial na região. No território brasileiro, a hidrovia percorre
1.278 Km e tem como principais portos: Cáceres, Corumbá e Ladário, além de três ter-
minais privados com expressiva movimentação de carga.
• Entre 1998 e 2000, foram movimentadas mais de seis milhões de toneladas de cargas
no trecho brasileiro.

Hidrovias do Tocantins-Araguaia e do Tapajós.

• Importantíssimas para a viabilização da produção agrícola da região Centro-Oeste, que


será encaminhada aos portos do Norte do país, com grandes reduções de custos.
• As hidrovias, apesar de apresentarem um impacto ambiental menor que outros meios
de transporte, também afetam o meio ambiente.

Transporte Aéreo
Implantado no Brasil em 1927, o transporte aéreo é realizado por companhias particula-
res sob o controle do Ministério da Aeronáutica no que diz respeito ao equipamento utilizado,

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abertura de novas linhas. A rede brasileira, que cresceu muito até a década de 1980, sofreu as
consequências da crise mundial que afetou o setor nos primeiros anos da década de 1990.
Há dez anos, o Brasil vive uma verdadeira revolução no setor da aviação popularizando esse
meio que levou à redução de 48% do custo da passagem aérea doméstica. A média anual de
crescimento do setor foi três vezes o crescimento médio do PIB – Produto Interno Bruto –
para o mesmo período (3,4%). O número de passageiros cresceu 170%, alcançando 117 mi-
lhões em 2014. O índice de atrasos nos aeroportos brasileiros, por exemplo, caiu 62% de 2007
a 2014, passando de 29,84% para 11,3% (demanda de passageiros cresceu 88%).
Caro (a) concurseiro (a), conforme já é de costume segue as questões comentadas, ques-
tões de fixação e questões de concurso que são muito importantes para verificação se os
conteúdos vistos em aula foram ou não de fato apreendidos.

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EXERCÍCIOS
Questão 1 A industrialização é um dos principais agentes de transformação do meio e de
construção das bases da sociedade. Entre os efeitos desse processo sobre o espaço geográ-
fico, podemos assinalar:
a) a ruralização das sociedades.
b) a contenção da migração pendular.
c) o recuo na oferta de matérias-primas.
d) o aumento da migração campo-cidade.
e) a descaracterização da hierarquia urbana.

Questão 2 A partir da Revolução Industrial, cada vez mais, o processo de acumulação de


capital se internacionaliza. Ao longo do século XX, esse processo se caracterizou, principal-
mente, por:
a) Alianças bem-sucedidas entre países de pequena dimensão territorial, para proteger-se do
comércio com os países capitalistas desenvolvidos.
b) Dependência vital dos países desenvolvidos em relação aos países subdesenvolvidos,
cujas matérias-primas são a única sustentação da industrialização dos primeiros.
c) Solidariedade entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, cabendo aos primeiros su-
prir os demais em matérias-primas raras e programas de educação e saúde das populações
pobres.
d) Aprofundamento da divisão do trabalho entre países e no interior dos próprios países depen-
dentes, com o crescimento da industrialização associada ao grande endividamento externo.
e) Democratização dos mecanismos de troca internacional, premida pela elevação constante
dos preços das matérias-primas em níveis superiores aos dos produtos industrializados.

Questão 3 Observa-se, atualmente, certa mobilidade da atividade industrial no território


brasileiro. Antes muito concentradas em alguns poucos pontos, as indústrias vêm buscando
novas áreas, antes pouco industrializadas, no território nacional a fim de obter maiores van-
tagens que auxiliem na obtenção de maiores lucros.

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Esse processo é chamado de:


a) migração fabril
b) desconcentração industrial
c) redistribuição produtiva
d) secundarização da economia
e) expansão da fronteira industrial.

Questão 4 Tanto se analisarmos o território brasileiro quanto se levarmos em conta as


configurações espaciais do mundo, podemos perceber que a industrialização não se distribui
de forma homogênea. Os fatores locacionais, que direcionam e redirecionam a atividade in-
dustrial pelas diferentes localidades, são os principais responsáveis por essa dinâmica.
Entre esses fatores, podemos considerar:
I – Proximidade dos grandes centros administrativos globais;
II – Presença de mão de obra barata;
III – Existência de infraestruturas e meios de transporte;
IV – Fornecimento de incentivos fiscais por parte do governo.

Estão corretas as afirmativas


a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) II e III
e) II, III e IV

Questão 5 Assinale a alternativa que melhor caracteriza o atual momento da atividade in-
dustrial no Brasil.
a) investimentos nacionais e predominância de empresas estatais.
b) investimentos estrangeiros e desconcentração industrial.
c) instalação de indústrias em regiões densamente urbanizadas e concentração da mão
de obra.
d) predomínio de fábricas tecnológicas de origem brasileira, com evasão de capital externo.

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Questão 6 Observe o mapa abaixo:

Distribuição espacial da indústria no Brasil (Adaptado de: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2012.p.136)

Assinale a alternativa que indica corretamente as causas para a atual disposição industrial
apresentada no mapa.
a) Desenvolvimento industrial têxtil na região Nordeste no século XIX.
b) Herança das infraestruturas geradas pelo café na política industrial do Brasil durante o
século XX.
c) Guerra fiscal brasileira, que beneficiou os investidores da região Sul do Brasil.
d) Resistência da região Centro-oeste do Brasil que se recusou a passar pela industrialização
por sucessivas vezes.

Questão 7 (FUVEST) A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década,


decorre, entre outros fatores, da:
a) ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a  exemplo da Zona
Franca de Manaus.

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b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o território nacional atraente para
novos investimentos industriais.
c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos
investimentos nessas regiões.
d) isenção fiscal oferecida por vários estados, o  que impede novos investimentos nessas
regiões.
e) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da
atividade industrial em todo o território.

Questão 8 (UFRS) Sobre o processo de industrialização brasileiro, são feitas as seguintes


afirmações.
I – A partir de 1930, começa um importante projeto de criação de infraestrutura para o
desenvolvimento do parque industrial.
II – A partir da Segunda Guerra Mundial, acentua-se o processo de estatização das indús-
trias na Região Sudeste.
III – A partir de 1964, amplia-se o parque industrial para atender à demanda da moderniza-
ção da agricultura.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

Questão 9 (UECE) Sobre o crescimento da exploração do café no século XIX no Brasil, as-
sinale o correto.
a) Essa fase coincide com uma fase de vitalidade e expansão dos mercados europeus e com
o desenvolvimento dos Estados Unidos.

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b) O café era produzido em larga escala, porém a preços baixos e com baixa rentabilidade.
c) Desde o período colonial que a produção cafeeira competia no mercado internacional com
a produção açucareira brasileira.
d) O norte do Brasil era, por excelência, a  região produtora de café, pois podia contar com
vasta mão de obra escrava.

Questão 10 (IFMT) Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espa-


cial, a alternativa correta é:
a) A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na região
Sudeste do Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas.
b) No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a
indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo
de Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.
c) A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão
de obra barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com
destaque para o setor têxtil e produção de alimentos.
d) A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a des-
concentração industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e de-
senvolvimento técnico- científico.
e) Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou
por grandes mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração
industrial, posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro.

Questão 11 “A Idade da Pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petró-
leo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo.” (Xeque Yamani, Ex-ministro do
petróleo da Arábia Saudita – O Estado de S. Paulo, 20 ago. 2001.)
Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no
texto em diferentes contextos histórico geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o
autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do petróleo estaria rela-
cionado:

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a) à redução e esgotamento das reservas de petróleo.


b) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de energia.
c) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento do consumo de energia.
d) ao excesso de produção e consequente desvalorização do barril de petróleo.
e) a diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.

Questão 12 Um dos maiores problemas da atualidade é o aumento desenfreado do desem-


prego. O texto abaixo destaca essa situação.
“O desemprego é hoje um fenômeno que atinge e preocupa o mundo todo. […] A onda de de-
semprego recente não é conjuntural, ou seja, provocada por crises localizadas e temporárias.
Está associada a mudanças estruturais na economia, daí o nome de desemprego estrutural.
O  desemprego manifesta-se hoje na maioria das economias, incluindo a dos países ricos.
A OIT estimava em um bilhão – um terço da força de trabalho mundial – o número de desem-
pregados em todo o mundo em 1988. Desse total, 150 milhões encontram-se abertamente
desempregados e entre 750 e 900 milhões estão subempregados.”

(ALMANAQUE Abril 1999 [CD-ROM]. São Paulo: Abril.)

Pode-se compreender o desemprego estrutural em termos da internacionalização da econo-


mia associada:
a) a uma economia desaquecida que provoca  ondas gigantescas de desemprego, gerando
revoltas e crises institucionais.
b) ao setor de serviços que se expande provocando ondas de desemprego no setor industrial,
atraindo essa mão de obra para este novo setor.
c) ao setor industrial que passa a produzir menos, buscando enxugar custos, provocando,
com isso, demissões em larga escala.
d) às novas formas de gerenciamento de produção e novas tecnologias que são inseridas no
processo produtivo, eliminando empregos que não voltam.
e) ao emprego informal que cresce, já que uma parcela da população não tem condições de
regularizar o seu comércio.

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Questão 13 Os  textos abaixo relacionam-se, em momentos distintos da nossa história:


“A integração regional é um instrumento fundamental para que um número cada vez maior de
países possa melhorar a sua inserção num mundo globalizado, já que eleva seu nível de com-
petitividade, aumenta as trocas comerciais, permite o aumento da produtividade, cria con-
dições para um maior crescimento econômico e favorece o aprofundamento de processos
democráticos. A integração regional e a globalização surgem assim como processos com-
plementares e vantajosos.”

(“Declaração de Porto”, VIII Cimeira Iberoamericana, Porto, Portugal, 17 e 18 de outubro de 1998.)

“Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no Brasil, substituindo o


que não era possível ou era muito caro importar. Foi assim que a crise econômica mundial e
o encarecimento das importações levaram o governo Vargas a criar as bases para o cresci-
mento industrial brasileiro.”

(POMAR, W. Era Vargas – a modernização conservadora.)

É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:


a) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as exportações e, no se-
gundo, as importações.
b) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista.
c) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração regional e, para o
segundo, a política de substituição de importações.
d) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao desenvolvimento
econômico.
e) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o aprofundamento democrático
e, para o segundo, a globalização é geradora de crise econômica.

Questão 14 O setor residencial brasileiro é, depois da indústria, o que mais consome energia
elétrica. A participação do setor residencial no consumo total de energia cresceu de forma
bastante acelerada nos últimos anos.

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Esse crescimento pode ser explicado:


I – Pelo processo de urbanização no país, com a migração da população rural para as
cidades.
II – Pela busca por melhor qualidade de vida com a maior utilização de sistemas de refri-
geração, iluminação e aquecimento.
III – Pela substituição de determinadas fontes de energia – a lenha, por exemplo – pela
energia elétrica.

Dentre as explicações apresentadas:


a) apenas III é correta.
b) apenas I e II são corretas.
c) apenas I e III são corretas.
d) apenas II e III são corretas.
e) I, II e III são corretas.

Questão 15 “Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primá-


rios à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil es-
pecializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para
a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo
menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado
por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros
instrumentos de produção que os mais toscos e baratos.
O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens
de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as
classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (…) E de fora

vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de ser-

viços urbanos, de energia, transportes e comunicações.”


(Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.).
Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.)

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Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil


por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país
a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no traba-
lho livre.
c) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização
em relação a outros países.
d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos
para a infraestrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários
setores produtivos.

Questão 16

Disneylândia
“Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong
E produzem com matéria-prima brasileira
Para competir no mercado americano
[…]
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul
[…]
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia”

(ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013- fragmento).

Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes situações:


a) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo.
b) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais.

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c) Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias.


d) Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro.
e) Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais.

Questão 17 A  evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos


acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura.
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada.
b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção
em série.
c) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas.
d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado.
e) faziam interferência do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar
o ritmo de produção.

Questão 18 Observe o esquema abaixo:

Modelo 1

Fornecedor Estoque Produção Estoque Cliente


Modelo 2

Cliente Produção Fornecedor

Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma crise de


superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:

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a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor

Questão 19 “A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro.


As  cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua
desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os
novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que
seu poder.”

(DEANE. P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 -adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto


da Revolução Industrial Inglesa
e as características das cidades industriais no início do século XIX?
a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços
privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do traba-
lho industrial.
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o desloca-
mento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da en-
genharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação
estética e artística.
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglo-
merados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.

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Questão 20 Industrialização:  Os meios de comunicação funcionam como um elo entre os


diferentes segmentos de uma sociedade. Nas últimas décadas, acompanhamos a inserção de
um novo meio de comunicação que supera em muito outros já existentes, visto que pode con-
tribuir para a democratização da vida social e política da sociedade à medida que possibilita
a instituição de mecanismos eletrônicos para a efetiva participação política e disseminação
de informações.
Constitui o exemplo mais expressivo desse novo conjunto de redes informacionais a:
a) Internet.
b) fibra ótica.
c) TV digital.
d) telefonia móvel.
e) portabilidade telefônica.

Questão 21 “A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já
eram largamente notadas no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E  a
própria chegada ao campo das estradas de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinis-
ta, protagonizada pelos diversos ludismos, antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esse
era, então, o combate social contra os miasmas urbanos.”

(SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002 – adaptado).

O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos ob-


jetos culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais
movimentos sociais emergiram e se expressaram por meio:
a) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano.
b) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais.
c) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza.
d) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes.
e) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza.

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Questão 22 “Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na
miséria?
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas
ingratos que exploram vosso suor
— ah, que bebem vosso sangue?”

(SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro:
Zahar, 1982.)

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou
uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa
durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada:
a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada na riqueza dos patrões.
b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

Questão 23 “Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que re-
corressem aos funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não que-
rem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com
que os clientes usem as máquinas automáticas em todo tipo de transações. Em suma, eles
querem se livrar de seus funcionários.”

(HOBSBAWM, E. O novo século. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 – adaptado).

O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na


economia capitalista contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma conse-
quência social de tal aspecto estão em:
a) qualidade total e estabilidade no trabalho.
b) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos.

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c) diminuição dos custos e insegurança no emprego.


d) responsabilidade social e redução do desemprego.
e) maximização dos lucros e aparecimento de empregos.

Questão 24 “A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais


que afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a dimi-
nuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma
vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos
coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.”

(Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. No 170 – 9. 1 ago. 2004.)

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho.


Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado
a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personali-
zados.
b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.
c) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualifi-
cação laboral.
d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas.
e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.

Questão 25 “Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do


trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial.
A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à ad-
ministração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados.
As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das
tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre
continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício.”

(CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 – adaptado).

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No contexto descrito, as  sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de


comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais
mudanças têm provocado
a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência
dos modelos orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do
desemprego crônico.
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação
e com vistas à mobilidade dos investimentos.
d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho
dos especialistas técnicos e gestores.
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia
de harmonização das relações de trabalho.

Questão 26 (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) Considerando esse texto, julgue os itens a


seguir.
Um dos efeitos da internacionalização da economia brasileira é a perda de competitividade da
indústria nacional, com a transferência de fábricas da região concentrada do país para outros
países da América Latina e da Ásia. A desindustrialização do Brasil é comprovada por meio da
queda da participação da indústria e dos serviços no PIB nacional neste século.

Questão 27 (CESPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/2019) Com re-


lação a impactos sociais e econômicos decorrentes da implantação de grandes empreendi-
mentos em diversos setores das atividades produtivas no Brasil, julgue os próximos itens.

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Os impactos sociais, econômicos e ambientais gerados pela implantação de shoppings cen-


ters, hipermercados e empreendimentos verticais de moradia, comércio e serviços incluem a
geração de emprego e renda, a intensificação de fluxos e a saturação da infraestrutura local.

Questão 28 (CESPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/2019) Com re-


lação a impactos sociais e econômicos decorrentes da implantação de grandes empreendi-
mentos em diversos setores das atividades produtivas no Brasil, julgue os próximos itens. Na
atualidade, o know-how das empresas do setor energético brasileiro permite a construção de
grandes empreendimentos hidroelétricos com baixo impacto no meio ambiente e nas comu-
nidades envolvidas.

Questão 29 (CESPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/2019) Com re-


lação a impactos sociais e econômicos decorrentes da implantação de grandes empreendi-
mentos em diversos setores das atividades produtivas no Brasil, julgue os próximos itens.
Grandes empreendimentos instalados em pequenas cidades promovem a economia local e
contribuem para o aumento da oferta e da qualidade dos serviços públicos locais.

Questão 30 (CESPE/MPOG/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/2012) Sabe-se que, atualmente,


mais da metade da população mundial vive nas cidades, o que é fator decisivo para a ampliação
dos desafios sociais e ambientais, como a pobreza, a fome e as mudanças climáticas. No Brasil,
o processo de urbanização da sociedade, impulsionado pela Segunda Guerra e pela industria-
lização que avança celeremente desde a Era Vargas, fez-se de forma rápida e não planejada.
A despeito dos enormes problemas daí decorrentes, o certo é que o país chegou ao século XXI
profundamente alterado, sobretudo quando confrontado com a realidade histórica que o carac-
terizou desde o período colonial. A respeito dessa situação, julgue os itens que se seguem.
Atualmente, está em marcha um processo de desconcentração econômica que se dissemina
pelo país afora, o que acarreta mudanças significativas na participação das diversas regiões
na composição do produto interno bruto brasileiro e no próprio fluxo migratório.

Questão 31 (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Com referência à divisão inter-


-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue os itens a seguir. A  Zona Franca de

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Manaus é uma concentração industrial que, apesar de distar dos grandes centros urbanos e
consumidores do centro-sul do país, se articula a praticamente todo o território nacional, ilus-
trando o processo de privatização do território por meio do uso privado de recursos públicos.

Questão 32 (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Acerca da integração da indús-


tria à estrutura urbana no Brasil, julgue os próximos itens. A especialização das cidades acen-
tua a divisão interurbana do trabalho; por isso, no estado de São Paulo, encontram-se cidades
em que prevalecem empresas globais ligadas à produção de matérias-primas regionais, ci-
dades especializadas em novas tecnologias, bem como cidades universitárias, locais onde as
instituições de ensino superior direcionam o desenvolvimento local.

Questão 33 (CESPE/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO/2018) Analisando questões relacio-


nadas à urbanização, à população e à industrialização brasileiras, julgue o próximo item.

Os problemas de abastecimento causados pela crise de 1929 provocaram, no Brasil, a adoção


do modelo de “industrialização para substituição de importações”, especialmente de bens de
consumo não duráveis.

Questão 34 (CESPE/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO/2018) Após a Segunda Guerra, o go-


verno JK implementou o Plano de Metas, medida nacional-desenvolvimentista que priorizava
o capital nacional em detrimento do capital estrangeiro.

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Analisando questões relacionadas à urbanização, à população e à industrialização brasilei-


ras, julgue os próximos itens.

Questão 35 (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2017) Jul-


gue (C ou E) os itens subsequentes, a respeito da economia espacial brasileira ao longo dos
séculos XX e XXI. A construção de Brasília como nova capital brasileira, a partir de 1956, foi
motivada, entre outros aspectos, pelo crescimento da indústria automobilística, pelo protago-
nismo do capital financeiro na economia e pela emergência das cidades do campo na região
Centro-Oeste.

Questão 36 (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2017) Jul-


gue (C ou E) os itens subsequentes, a respeito da economia espacial brasileira ao longo dos
séculos XX e XXI. As cidades médias têm apresentado, na atualidade, retração dos índices
econômico e tecnológico em decorrência do poder de atração e concentração exercido pelas
metrópoles nacionais e regionais.

Questão 37 (CESPE/PREFEITURA DE SÃO LUÍS/PROFESSOR DE NÍVEL SUPERIOR/PNS-


-A/2017) Nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, o processo de desconcen-
tração da indústria brasileira se acelerou em decorrência do(a)
a) política fiscal instituída sobretudo pelos estados do Sudeste, com maiores condições de im-
por aumentos fiscais, estimulando a transferência da indústria nacional para as demais regiões.

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b) processo de privatização, que restringiu a industrialização às atividades tradicionais de


investimento, por meio da redução da intervenção do Estado na economia.
c) elevado nível de escolaridade dos trabalhadores brasileiros, o que tornou o território nacio-
nal atraente, em sua totalidade, para investimentos nos setores industriais.
d) política de desenvolvimento regional instituída pelo Estado, exemplificada pela criação da
Zona Franca de Manaus.
e) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Norte e Nordeste, o que expulsou o
capital dessas regiões para estados e cidades tradicionalmente desindustrializados.

Questão 38 (CESPE/SEDU-ES/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/2016) O texto a seguir é do geó-


grafo Rui Moreira descrevendo o modelo industrial aplicado no Brasil.

O modelo descrito denomina-se


a) industrialização tardia de ponta.
b) matriz espacial da indústria nacional.
c) industrialização planificada.
d) industrialização clássica.
e) substituição das importações.

Questão 39 (CESPE/SEDU-ES/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/2016) Dentre os fatores que ex-


plicam a perda do mercado externo pode-se destacar

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a) as políticas do Estado brasileiro, geralmente destinadas ao protecionismo e ao fechamento

dos mercados.

b) a dispersão das atividades industriais ocorrida na última década, devido à guerra fiscal.

c) a baixa competitividade, geralmente associada à alta carga tributária e à logística de trans-

portes.

d) a dificuldade para aumentar a produção, em razão da escassez da mão de obra industrial.

e) a  baixa qualidade dos produtos, devido ao processo de sucateamento do maquinário

industrial.

Questão 40 (CESPE/PM-SP/ALUNO OFICIAL/ASPIRANTE A SOLDADO/2015) Um dos seto-

res industriais mais beneficiados pela guerra fiscal foi o

a) de papel e celulose.

b) automobilístico.

c) metalúrgico.

d) eletroeletrônico.

e) agroalimentício.

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Questão 41 O sistema de transporte é um elemento determinante da competitividade das


mercadorias produzidas por um país nos mercados internos e externos, uma vez que os cus-
tos de transporte incidem sobre os custos das matérias-primas e dos produtos.
Sobre os diferentes modais de transporte no Brasil, pode-se afirmar que
I – O modal hidroviário é o que apresenta o menor consumo de combustível por tonelada
transportada, contudo a implantação de hidrovias no País envolve obras civis de forte
impacto ambiental e de elevado custo.
II – Em virtude do predomínio do modal rodoviário no transporte de carga e da sua maior
flexibilidade nos percursos, a política de transporte brasileira continua, quase que ex-
clusivamente, baseada na expansão e modernização das rodovias.
III – no que se refere ao modal ferroviário, a  Ferronorte é um empreendimento que visa
facilitar o escoamento da produção agrícola do Mato Grosso e Rondônia, tanto pelos
portos de São Paulo como pelos da Região Norte do País.
IV – a implantação e a expansão das redes intermodais, principalmente no que diz respei-
to à conexão de infraestruturas entre os diferentes modais de transporte, ampliarão
a fluidez dos fluxos de bens e de pessoas, ao mesmo tempo que contribuirão para a
desconcentração das atividades econômicas no País.
V – O transporte aéreo de carga suplanta o transporte de passageiro em termos de impor-
tância para a aviação comercial no Brasil e no mundo, haja vista o significativo valor
monetário das mercadorias que circulam pelas vias aéreas.

Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.


a) I, II e III
b) I, III e IV
c) II, III e V
d) I, IV e V
e) II, IV e V

Questão 42 Considerando o processo de industrialização no Brasil, é correto afirmar que

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a) a  recente organização do espaço industrial configura um novo mapa locacional, onde a


instalação da indústria de bens de capital em regiões periféricas compromete a centralidade
econômica de antigos polos, como o estado de São Paulo.
b) a opção por um desenvolvimento subordinado à penetração de investimentos internacio-
nais, com pouca intervenção econômica do Estado, marcou a estrutura produtiva industrial
brasileira nos governos da ditadura militar.
c) os  distritos industriais são, atualmente, a  base da acumulação industrial brasileira, en-
gendrando uma competição positiva, na qual a concentração geográfica das empresas e as
relações de cooperação entre elas proporcionam uma eficiência coletiva.
d) um dos aspectos da nova economia industrial brasileira é a capacidade com que circuitos
da produção inteiros sofrem processos de disjunção funcional, combinando estratégias pro-
dutivas e territoriais a fim de atingirem alta produtividade.

Questão 43 O modelo industrial que perdurou no século XIX vem passando por declínio, em
decorrência da Revolução Técnico Cientifica Informacional, ocorrendo grandes mudanças.
Essa revolução se caracteriza
a) pelo uso intensivo de matérias primas.
b) pelo crescimento da população de bens equipamentos.
c) pelo excessivo uso de carvão como fonte de energia.
d) pelo aumento da produção de bens e serviços baseados na flexibilização produtiva e se-
gregação de conhecimentos.
e) pelas atividades industriais de alta tecnologia, não dispondo de nova rede de infraestrutura.

Questão 44 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) A respeito


da geografia humana e econômica brasileira entre o século XX e a primeira década do século
XXI, julgue os itens a seguir. A  desconcentração da indústria paulista favoreceu a difusão
equânime de setores ligados às telecomunicações e à informática no território brasileiro.

Questão 45 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) A respeito


da geografia humana e econômica brasileira entre o século XX e a primeira década do século
XXI, julgue os itens a seguir. A nacionalização da economia, no segundo e terceiro quartéis do
século XX, não teve apoio direto do Estado.

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GABARITO
1. d 28. E
2. d 29. C
3. b 30. C
4. e 31. C
5. b 32. C
6. b 33. C
7. a 34. E
8. d 35. E
9. a 36. E
10. b 37. d
11. b 38. E
12. d 39. C
13. c 40. b
14. e 41. b
15. c 42. d
16. b 43. d
17. b 44. E
18. d 45. E
19. e
20. a
21. e
22. e
23. c
24. c
25. c
26. E
27. C

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 A industrialização é um dos principais agentes de transformação do meio e de
construção das bases da sociedade. Entre os efeitos desse processo sobre o espaço geográ-
fico, podemos assinalar:
a) a ruralização das sociedades.
b) a contenção da migração pendular.
c) o recuo na oferta de matérias-primas.
d) o aumento da migração campo-cidade.
e) a descaracterização da hierarquia urbana.

Letra d.
A industrialização é um fenômeno atrelado a urbanização, sobretudo quando a demanda por
emprego se eleva com o aumento da migração da população rural para as cidades, fenômeno
chamado de êxodo rural.

Questão 2 A partir da Revolução Industrial, cada vez mais, o processo de acumulação de


capital se internacionaliza. Ao longo do século XX, esse processo se caracterizou, principal-
mente, por:
a) Alianças bem-sucedidas entre países de pequena dimensão territorial, para proteger-se do
comércio com os países capitalistas desenvolvidos.
b) Dependência vital dos países desenvolvidos em relação aos países subdesenvolvidos,
cujas matérias-primas são a única sustentação da industrialização dos primeiros.
c) Solidariedade entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, cabendo aos primeiros su-
prir os demais em matérias-primas raras e programas de educação e saúde das populações
pobres.
d) Aprofundamento da divisão do trabalho entre países e no interior dos próprios países depen-
dentes, com o crescimento da industrialização associada ao grande endividamento externo.
e) Democratização dos mecanismos de troca internacional, premida pela elevação constante
dos preços das matérias-primas em níveis superiores aos dos produtos industrializados.

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Letra d.
A 3ª Revolução Industrial proporcionou inúmeras transformações destacando aquelas as-
sociadas ao escoamento da produção e no setor de telecomunicação, permitindo uma maior
disseminação do capital pelo globo. Tal fator, segundo as análises mais frequentes, contri-
buiu para o acirramento da divisão internacional do trabalho, haja vista que os países periféri-
cos se industrializaram sob forte endividamento e com a presença de indústrias estrangeiras.

Questão 3 Observa-se, atualmente, certa mobilidade da atividade industrial no território


brasileiro. Antes muito concentradas em alguns poucos pontos, as indústrias vêm buscando
novas áreas, antes pouco industrializadas, no território nacional a fim de obter maiores van-
tagens que auxiliem na obtenção de maiores lucros.
Esse processo é chamado de:
a) migração fabril
b) desconcentração industrial
c) redistribuição produtiva
d) secundarização da economia
e) expansão da fronteira industrial.

Letra b.
O fenômeno do deslocamento das indústrias pelo território, causado principalmente pela
“guerra fiscal”, é chamado de desconcentração industrial onde o principal objetivo vincula-se
a redução dos custos operacionais para uma maior competitividade no mercado global.

Questão 4 Tanto se analisarmos o território brasileiro quanto se levarmos em conta as


configurações espaciais do mundo, podemos perceber que a industrialização não se distribui
de forma homogênea. Os fatores locacionais, que direcionam e redirecionam a atividade in-
dustrial pelas diferentes localidades, são os principais responsáveis por essa dinâmica.
Entre esses fatores, podemos considerar:

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I – Proximidade dos grandes centros administrativos globais;


II – Presença de mão de obra barata;
III – Existência de infraestruturas e meios de transporte;
IV – Fornecimento de incentivos fiscais por parte do governo.

Estão corretas as afirmativas


a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) II e III
e) II, III e IV

Letra e.
I – Errado. Atualmente, as indústrias não necessitam estar próximas dos centros administra-
tivos, pois o processo de globalização vem facilitando a sua descentralização produtiva.
II – Certo. A presença de mão de obra farta, barata e qualificada é um dos objetivos das indús-
trias, que visam à maximização dos lucros.
III – Certo. É necessário, para a instalação de indústrias em uma determinada área, a presença
de uma rede de infraestruturas adequada para a produção e o escoamento das mercadorias.
IV – Certo. Geralmente, as empresas buscam por lugares onde os impostos e os custos são
menores, recebendo, assim, muitos incentivos nesse sentido por parte dos governos, que vi-
sam industrializar suas respectivas regiões.

Questão 5 Assinale a alternativa que melhor caracteriza o atual momento da atividade in-
dustrial no Brasil.
a) investimentos nacionais e predominância de empresas estatais.
b) investimentos estrangeiros e desconcentração industrial.
c) instalação de indústrias em regiões densamente urbanizadas e concentração da mão
de obra.
d) predomínio de fábricas tecnológicas de origem brasileira, com evasão de capital externo.

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Letra b.
O atual momento da industrialização do Brasil vem se manifestando desde o final da Segun-
da Guerra Mundial, quando a política de substituição de importações foi deixada de lado em
benefício dos estímulos para a entrada de capital estrangeiro, com a instalação das empre-
sas multinacionais no país. Além disso, apesar de a maior parte das indústrias do país con-
centrar-se no Centro-sul do Brasil, há em curso um processo de desconcentração industrial,
o que se intensifica com a chamada “Guerra Fiscal”.

Questão 6 Observe o mapa abaixo:

Distribuição espacial da indústria no Brasil (Adaptado de: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2012.p.136)

Assinale a alternativa que indica corretamente as causas para a atual disposição industrial
apresentada no mapa.
a) Desenvolvimento industrial têxtil na região Nordeste no século XIX.
b) Herança das infraestruturas geradas pelo café na política industrial do Brasil durante o
século XX.

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c) Guerra fiscal brasileira, que beneficiou os investidores da região Sul do Brasil.


d) Resistência da região Centro-oeste do Brasil que se recusou a passar pela industrialização
por sucessivas vezes.

Letra b.
No mapa presente na questão, podemos visualizar a concentração industrial brasileira nas
regiões Sudeste e Sul do país. Essa configuração deve-se, em grande parte, ao desenvolvi-
mento da política nacional de substituição de importações ao longo da primeira metade do
século XX, que se sucedeu nessas regiões em função das estruturas herdadas pela produção
cafeeira, sobretudo na cidade de São Paulo que, ainda hoje, abriga mais de 40% das indústrias
brasileiras.

Questão 7 (FUVEST) A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década,


decorre, entre outros fatores, da:
a) ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a  exemplo da Zona
Franca de Manaus.
b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o território nacional atraente para
novos investimentos industriais.
c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos
investimentos nessas regiões.
d) isenção fiscal oferecida por vários estados, o  que impede novos investimentos nessas
regiões.
e) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da
atividade industrial em todo o território.

Letra a.
O processo de desconcentração industrial atualmente em voga no Brasil deve-se muito à
política de ações públicas que envolve o Estado em suas esferas municipal, estadual e fe-
deral. A primeira questão é a política de implantação de zonas e parques industriais no país,

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a exemplo da criação da Zona Franca de Manaus. Além disso, há uma guerra fiscal em curso,
em que as diferentes unidades federativas e suas cidades lutam, cada vez mais, para atrair as
fábricas para o seu território.

Questão 8 (UFRS) Sobre o processo de industrialização brasileiro, são feitas as seguintes


afirmações.
I – A partir de 1930, começa um importante projeto de criação de infraestrutura para o
desenvolvimento do parque industrial.
II – A partir da Segunda Guerra Mundial, acentua-se o processo de estatização das indús-
trias na Região Sudeste.
III – A partir de 1964, amplia-se o parque industrial para atender à demanda da moderniza-
ção da agricultura.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

Letra d.
I – Certo. A partir da década de 1930, o Governo Vargas acelera o processo industrial no país
como resposta à crise de 1929 que afetou em muito a atividade cafeeira então predominante
no país.
II – Errado. Nunca houve um processo de estatização das indústrias do Sudeste no Brasil.
III – Certo. Na segunda metade do século XX, o parque industrial brasileiro ampliou-se signi-
ficativamente, estando ligado, entre outros fatores, à modernização agrícola com a mecani-
zação de sua produção.

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Questão 9 (UECE) Sobre o crescimento da exploração do café no século XIX no Brasil, as-
sinale o correto.
a) Essa fase coincide com uma fase de vitalidade e expansão dos mercados europeus e com
o desenvolvimento dos Estados Unidos.
b) O café era produzido em larga escala, porém a preços baixos e com baixa rentabilidade.
c) Desde o período colonial que a produção cafeeira competia no mercado internacional com
a produção açucareira brasileira.
d) O norte do Brasil era, por excelência, a  região produtora de café, pois podia contar com
vasta mão de obra escrava.

Letra a.
O Café era produzido em larga escala, porém os preços eram controlados pelo mercado bra-
sileiro, que dominava a produção mundial e a rentabilidade também era boa, até a crise de
29, que derrubou os preços e gerou a quebra da economia cafeeira. A produção Açucareira
e a produção do café não competiram entre si, pois, enquanto o ciclo do açúcar vai ocorrer
entre os Séculos XVI e XVII, o ciclo do café surge no início do séc. XVIII, mas apresenta a sua
força entre meados do Século XIX até 1930, com a crise de 29. A região que ficou marcada
pela grande produção do café foi a região sudeste, que inclusive se beneficiou do crescimento
econômico a partir da economia cafeeira, para ser a pioneira no processo de industrialização
do Brasil.

Questão 10 (IFMT) Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espa-


cial, a alternativa correta é:
a) A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na região
Sudeste do Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas.
b) No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a
indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo
de Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.

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c) A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão


de obra barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com
destaque para o setor têxtil e produção de alimentos.
d) A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a des-
concentração industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e de-
senvolvimento técnico- científico.
e) Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou
por grandes mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração
industrial, posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro.

Letra b.
A industrialização ocorreu no século XIX, e na verdade ela vai se iniciar no século XX, prin-
cipalmente a partir do governo de Getúlio Vargas. O governo Vargas foi marcado pela forte
preocupação com a industrialização brasileira, e para isso investiu muito na indústria de base,
um exemplo disso foi a criação da Petrobrás, explicitando o foco no setor de energia. Jus-
celino Kubitschek realmente mudou o foco para o setor automobilístico, atraindo empresas
estrangeiras e abrindo novas rodovias. As características indicadas no texto sobre substitui-
ção de importações e capital estatal são verdadeiras, mas as indústrias têxtil e de produtos
alimentícios não são indústrias de base, nem de produtos duráveis. O processo de descon-
centração industrial não se inicia na década de 50. Esse processo se inicia durante os anos 70
e vai se consolidar na década de 90, com a abertura econômica e o desenvolvimento técnico-
-científico. Apesar do processo de desconcentração industrial iniciado na década de 90, São
Paulo ainda apresenta o maior parque industrial do país, e a região sudeste ainda é a região
com maior número de indústrias do país, apesar do crescimento das outras regiões, como a
nordeste, citada na questão.

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Caro(a) concurseiro(a), estamos encerrando mais uma aula e reitero meus agradecimen-
tos, meu muito-obrigado pela confiança depositada na equipe do Gran Cursos Online e deixo
um abraço fraterno e um sentimento cada vez mais forte que estamos no caminho certo em
busca da aprovação.
Sucesso e até o próximo encontro.
Júlio Santos.

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