Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila de Eco
Apostila de Eco
(ODUM, 1988)
O Termo ecologia foi criado por Haeckel em 1866, em seu livro “Generalle Morphologie der
Organism”, onde é tratado como a “ciência do habitat”, que estuda as condições de existência dos
organismos vivos e as interações de qualquer natureza entre os seres vivos e o seu meio ambiente. A
palavra deriva do grego oikos que quer dizer casa e logus - estudo.
Em 1972 este campo de pesquisa foi definido por Krebs como o estudo científico das
interações que determinam a distribuição e abundância dos organismos. A definição de Krebs não
utiliza a palavra ambiente e para percebermos porque é necessário defini-la: o ambiente de um
organismo consiste em todos os fatores e fenômenos fora do organismo que o influenciam, sejam estes
fatores físicos ou químicos (abióticos) ou outros organismos (bióticos). Logo se infere que as
“interações” propostas por Krebs estão relacionadas com estes fatores.
A ecologia interage com outras disciplinas no campo da biologia, como a genética, evolução,
etologia e fisiologia. Talvez em função deste fato tenha recebido inúmeras definições: “história natural
científica”, ”história natural quantitativa”, “estudo da estrutura e função da natureza”, “sociologia e
economia em animais”, “bionomia”, “estudo da distribuição e abundância de organismos”.
Como a ecologia utiliza métodos, conceitos e resultados de outras ciências biológicas e da
matemática, da física e da química, alguns autores levantaram a questão de que a ecologia não é uma
ciência distinta, mas somente um ponto de vista. No entanto, muitos métodos, conceitos e problemas
são próprios da ecologia. Quando se trata de níveis superiores de organização, como populações e
comunidades, surgem novas propriedades que não existem nos animais isolados. O ecologista não
separa o ser vivo do seu contexto, mas o estuda em sua totalidade, caracterizando uma ciência do real
(Labeyrie, 1961). No entanto, a simplificação efetuada pela criação de modelos matemáticos à partir
de um pequeno número de parâmetros conduz muitas vezes a resultados que têm longínqua relação
com a realidade. Este fato pode ser inferido pela discrepância, muitas vezes obtida em laboratório, onde
as condições são controladas e no meio ambiente, onde estão em ação forças, incessantemente
variáveis.
A ecologia se traduz em um vasto campo do conhecimento. Os ecologistas não são meros
observadores - procuram padrões e explicações para os fenômenos. Além disso, testam as idéias por
experimentação e armazenagem de dados, bem como procuram fazer previsões baseadas nestes dados.
Já desde muito cedo na história humana a ecologia era de interesse prático. Para sobreviver em
sociedades primitivas todo indivíduo precisava conhecer o seu ambiente. O início da nossa civilização
coincidiu com o uso do fogo e outros instrumentos para modificar o ambiente. O estabelecimento da
ecologia como um campo distinto da ciência data de 1900. No início dividia-se claramente em ecologia
animal e vegetal. Mais o conceito de comunidade biótica de Clements e Shelford e os conceitos de
ciclagem de materiais e cadeia alimentar de Lindemann e Huctchinson contribuíram para o
estabelecimento de uma teoria básica e unificada de ecologia geral.
Existe uma hierarquização nos estudos ecológicos uma vez que esta ciência trata dos níveis de
sistema além do organismo. Pode-se definir um sistema como um conjunto de componentes
independentes que interagem regularmente e formam um todo unificado, determinando um conjunto de
relações mútuas que constituem uma entidade identificável seja real ou postulada. Logo, pode-se
deduzir que propriedades emergentes, ou propriedades não reduzíveis não podem ser previstas a partir
do estudo dos componentes de um determinado nível. Propriedades do todo não podem ser reduzidas à
soma das propriedades das partes.
Embora as descobertas sobre um determinado nível ajudem no entendimento de um nível
seguinte, elas nunca explicam a totalidade dos fenômenos que lá ocorrem. Ex. As propriedades
emergentes de um recife de corais, uma união de algas e celenterados que evoluíram em conjunto (co-
evolução) criando um mecanismo eficiente de ciclagem de nutrientes que permite ao sistema conjugado
manter uma alta taxa de produtividade e uma grande diversidade em águas com baixíssimo conteúdo de
nutrientes.
É importante ressaltar ainda a diferença entre propriedade emergente e propriedade coletiva
(com a taxa de natalidade). A definição de propriedade emergente não significa que as partes foram
homogeneizadas. Estas estão integradas de tal maneira que produzem propriedades novas e distintas.
Estatisticamente a variância do todo é menor que a soma das variâncias das partes. Considerando-se as
propriedades emergentes e o aumento da homeostase que se desenvolve a cada nível, não é necessário
conhecer todas as partes componentes antes que o todo possa ser compreendido. Neste sentido pode-se
trabalhar com modelos e formulações que imitam um fenômeno real e pela qual se podem fazer
previsões. Logo, um modelo ecológico funcional deve conter uma função motriz externa (ex. fonte de
energia); variáveis de estado (propriedades); vias de fluxo (como os fluxos de energia ou transferências
de matéria que ligam as propriedades umas com as outras e com as forças) e as funções interativas
(forças e propriedades interagem para modificar, amplificar ou controlar os fluxos ou criar novas
propriedades emergentes).
A ecologia lida com três níveis de concentração: o organismo considerado individualmente, as
populações e as comunidades.
A auto-ecologia abrange o primeiro nível e considera como os organismos são afetados e
afetam os fatores bióticos e abióticos, estudando as relações de uma única espécie com o seu meio
definindo essencialmente os seus limites de tolerância e as preferências das espécies em face de
diversos fatores ecológicos. Bem como examina a ação do meio sobre a morfologia, a fisiologia e o
comportamento. Desprezam-se a interações de uma espécie com as outras, mas freqüentemente se
ganha na precisão das informações. Este campo guarda grande relação com a fisiologia e a morfologia,
mas também tem seus próprios problemas: A determinação das preferências térmicas de uma espécie
permitirá explicar (ao menos em parte) sua localização em diversos meios, sua repartição geográfica,
abundância e atividade.
A dinâmica de populações descreve as variações de abundância das diversas espécies e busca a
causa destas variações. Há, no entanto, duas técnicas neste nível. Uma lida com os atributos dos
organismos individualmente e então considera o modo em que estes combinam para determinar as
características de uma população. O outro lida diretamente com as características da população e tenta
relacioná-las com os aspectos ambientais.
No terceiro nível a sinecologia analisa as interações entre os indivíduos pertencentes a
diferentes espécies de um grupo e seu meio sob dois pontos de vista: o estático e o dinâmico.
No primeiro (sinecologia descritiva) estuda-se a composição específica, abundância, freqüência,
constância e distribuição espacial dos organismos.
No segundo (sinecologia funcional), descrevem-se mecanismos evolutivos e transporte de
matéria e energia considerando as cadeias alimentares, pirâmides ecológicas e a produtividade de uma
comunidade.
A caixa central não é a única parte importante do ecossistema, porque se fosse um recipiente
impermeável o seu conteúdo vivo não resistiria a tal fechamento. Um ecossistema funcional, ou do
mundo real, precisa de uma entrada para manter os processos vitais e na maioria dos casos um meio
para exportar energia e materiais já processados. O tamanho do ambiente de entrada e saída varia muito
em função de certos parâmetros tais como:
Uma estrutura trófica também pode ser identificada nos ecossistemas. Um estrato autotrófico
que corresponde geralmente a uma faixa superior verde, de utilização de energia luminosa e
substâncias inorgânicas simples e construção de substâncias complexas. Um estrato heterotrófico, uma
faixa inferior marrom de solos, sedimentos, materiais em decomposição, raízes, etc..., na qual
predomina a utilização rearranjo e decomposição de materiais complexos.
Do ponto de vista biológico, os componentes do ecossistema são:
A decomposição atravessa três fases: a formação de detritos particulados por ação física ou
biológica, acompanhada por liberação de matéria orgânica dissolvida; a formação do húmus; a
mineralização do húmus.
Húmus é uma condensação de compostos aromáticos (fenóis) combinados com os produtos da
decomposição de proteínas e polissacarídeos.
Embora muitos animais que se alimentam de detritos, na verdade não digiram os substratos de
lignocelulose, obtendo sua energia alimentar principalmente da microflora contida no material, eles
aceleram a decomposição da serrapilheira de várias maneiras indiretas.
O ambiente energético
Os organismos sobre a superfície terrestre ou perto dela recebem constantemente a radiação
solar e o fluxo de radiação térmica, de grande comprimento de onda das superfícies próximas. Os dois
tipos contribuem para o ambiente climático (temperatura, evaporação da água, movimento de ar e
água), mas uma pequena fração da energia solar pode ser convertida pela fotossíntese em energia para
os componentes do ecossistema.
Tabela 1- Dissipação energética de radiação solar como percentagem de entrada anual na biosfera
REFLETIDA 30%
CONVERSÃO DIRETA EM CALOR 46%
EVAPORAÇÃO E PRECIPITAÇÃO 23%
VENTOS, ONDAS, CORRENTES 0,2%
FOTOSSÍNTESE 0,8%
O destino da energia solar que entra na biosfera está resumido no quadro acima. Embora
somente 1% (aproximadamente) seja convertida em alimento e outras formas de biomassa, os 70% ou
mais, que produzem calor, evaporação precipitação vento, etc. não se perdem, porque estas energias
criam uma temperatura apropriada para a vida além de impulsionar os sistemas meteorológicos e os
ciclos da água, todos necessários para a vida na Terra.
O conceito de produtividade
Define-se produtividade primária de um sistema ecológico, de uma comunidade ou de qualquer
parte deles, como a taxa na qual a energia radiante é convertida, pela atividade fotossintética ou
quimiossintética de organismos produtores (na sua maioria as plantas), em substâncias orgânicas.
Naturais - que dependem da energia solar sem outros subsídios de energia - módulo
básico de sustentação da vida;
Naturais que dependam de energia solar com subsídios de outras fontes naturais de
energia;
Os dependentes de energia solar com subsídios antropogênicos;
Sistemas urbano-industriais movidos a combustível.
CICOLS BIOGEOQUÍMICOS
(ODUM, 1988)
O nitrogênio do protoplasma é decomposto passando de uma forma orgânica para uma forma
inorgânica por ação de uma série de bactérias decompositoras, cada uma delas especializada em
realizar uma parte do processo. Parte desse nitrogênio se transforma em amônia e nitrato, as formas
mais facilmente utilizadas pelas plantas verdes. A atmosfera, que contém 80% de nitrogênio, é o maior
reservatório e a válvula de escape do sistema. O nitrogênio entra continuamente no sistema pela ação
das bactérias desnitrificantes e continuamente retorna ao ciclo pela ação das bactérias ou algas
fixadoras de nitrogênio (biofixação), por meio da radiação e por outras formas de fixação física.
As etapas desde as proteínas até os nitratos fornecem energia para os organismos que realizam
essa decomposição. As transformações no sentido inverso requerem energia de outras fontes, tais como
da matéria orgânica e luz solar. As bactérias quimiossintéticas, Nitrosomonas (que convertem a amônia
em nitrito) e Nitrobacter (que convertem o nitrito em nitrato) obtêm energia da decomposição química,
enquanto que as bactérias desnitrificantes e fixadoras de nitrogênio precisam de energia de outras
fontes para realizarem suas respectivas transformações.
Fixação
O ciclo do fósforo parece ser algo mais simples do que o ciclo do nitrogênio porque o fósforo
ocorre em poucas formas químicas. O grande reservatório do fósforo não é o ar, mas são as rochas e
outros depósitos formados em idades geológicas passadas. Esses depósitos sofrem gradualmente erosão
e liberam fosfatos para os ecossistemas. As aves marinhas desempenham um papel importante na
devolução do fósforo para o ciclo. De todos os macronutrientes (ou elementos vitais requeridos em
grandes quantidades pela vida), o fósforo é um dos mais escassos em termos de abundância relativa em
pools disponíveis na superfície da Terra.
O Ciclo do Enxofre
A ciclagem global do Carbono e da Água
Conceitos:
As massas de água são sistemas fechados, antes, precisam ser considerados como partes de
maiores bacias de drenagem ou sistema hidrográfico. Os sistemas de bacias hidrográficas fornecem um
tipo de unidade mínima de um ecossistema em relação ao gerenciamento prático.
A ciclagem de nutrientes nos trópicos
O padrão de ciclagem de nutrientes nos trópicos, em especial nos trópicos úmidos, é diferente
de várias maneiras importantes. Nas regiões frias, uma grande parcela da matéria orgânica e dos
nutrientes disponíveis permanece o tempo todo no solo ou no sedimento. Nos trópicos, uma
porcentagem muito maior está na biomassa, sendo reciclada dentro de uma estrutura orgânica do
sistema, com o auxílio de várias adaptações biológicas que conservam os nutrientes, inclusive
mutualismos entre microrganismos e plantas. Ao remover-se essa estrutura biótica evoluída e bem
organizada, os nutrientes perdem-se rapidamente por lixiviação sob condições de altas temperaturas e
chuvas intensas.
Mecanismos adaptativos de florestas pluviais tropicais:
a) Emaranhado de raízes, que consistem de raízes finas e absorventes que penetram na
serrapilheira superficial, recuperam rapidamente os nutrientes das folhas caídas e das
chuvas antes que possam se lixiviados. Esses emaranhados, aparentemente inibem
também as atividades de bactérias desnitrificantes, dessa forma impedindo a perda de
nitrogênio;
b) Micorrizas associadas com sistemas radiculares agem aprisionando nutrientes,
facilitando muito a sua recuperação e retenção dentro da biomassa (essa simbiose para
benefício mútuo ocorre largamente em locais oligotróficos da zona temperada, também);
c) Folhas perenes com cutícula grossa e cerosa retardam a perda de água e de nutrientes
pelas árvores e também resistem a herbívoros e parasitas;
d) Pontas foliares longas e pontudas drenam a água da chuva, dessa forma reduzindo a
lixiviação de nutrientes foliares;
e) As algas e os líquens que cobrem a superfície de muitas folhas utilizam nutrientes da
chuva, alguns dos quais se tornam imediatamente, alguns dos quais se tornam
imediatamente disponíveis para absorção pelas folhas. Os liquens também podem fixar o
nitrogênio;
f) A cortiça grossa inibe a difusão de nutrientes do floema para a superfície e sua perda
subseqüente por fluxo caulinar (pela chuva escoando pelos troncos).
INTRODUÇÃO
Todas as entidades biológicas requerem matéria para a sua constituição e energia para as suas
atividades. Isso é verdadeiro não apenas para organismos considerados individualmente, porém
também para as populações e comunidades que eles formam na natureza. A importância intrínseca dos
fluxos de energia significa que os processos nas comunidades bióticas são fortemente ligados com os
fatores abióticos. O termo ecossistema é usado para denotar que essa comunidade funciona em
conjunto com o ambiente abiótico na qual está estabelecida. Assim, os ecossistemas normalmente
incluem os produtores primários, decompositores e detritívoros, um reservatório de matéria orgânica
morta, herbívoros, carnívoros e parasitas, mais o ambiente físico-químico que provê as condições de
vida e age como uma fonte e sumidouro de energia.
Um artigo clássico de Lindemann de 1942 traz os fundamentos da ciência dos fluxos
ecológicos de energia. Ele tentou quantificar os conceitos de cadeia e teia ecológica, considerando a
eficiência de transferência entre os níveis tróficos. Da radiação incidente recebida pela comunidade,
pela sua captura pelos fotossintetizantes, até seu uso subseqüente pelos herbívoros, carnívoros e
decompositores. Esse artigo foi um grande catalisador para o International Biological Programme
(Programa Internacional de Biologia), que com uma visão do bem estar humano, objetivou o
entendimento das bases biológicas da produtividade de áreas terrestres e aquáticas. Esse programa
representou a primeira ocasião em que os biólogos ao longo do globo foram desafiados a trabalhar em
conjunto com uma única finalidade. Mais recentemente, um novo assunto galvanizou a ação dos
ecólogos. A derrubada de florestas, a queima de combustíveis fósseis e outras influências humanas têm
causado mudanças dramáticas no clima global e composição atmosférica, com esperadas alterações nos
padrões de produtividade em uma escala global. Muito do trabalho atual sobre produtividade tem como
objetivo primário o estabelecimento das bases de predição das mudanças no clima e ecossistemas.
As décadas, desde o trabalho clássico de Lindemann, viram um progressivo desenvolvimento
da tecnologia para acessar a produtividade. Os primeiros cálculos em ecossistemas terrestres
envolveram medidas seqüenciais de biomassa em plantas (geralmente as partes sobre o solo) e
estimativas de transferência de energia entre os níveis tróficos. Em ecossistemas aquáticos a produção
era calculada pelas mudanças de concentração de oxigênio e dióxido de carbono em recipientes
experimentais. O aumento de sofisticação das medidas in situ das concentrações de clorofila e dos
gases envolvidos na fotossíntese, acopladas com o desenvolvimento das técnicas de sensoriamento
remoto por satélite, agora permite o extrapolamento de resultados locais para a escala global. Assim, os
sensores dos satélites podem medir a cobertura da vegetação na terra e as concentrações de clorofila
nas águas, das quais as taxas de absorção de luz são calculadas e, baseados no nosso entendimento de
fotossíntese, as estimativas de produtividade são calculadas.
Antes de seguir adiante, se faz necessária a definição de alguns termos. Os corpos dos
organismos vivos em uma determinada área constituem uma medida de biomassa. Esse termo significa
a massa de organismos por unidade de área do solo (ou por unidade de área ou volume de água) é
usualmente expressado em unidades de energia (ex. J/m2) ou matéria orgânica seca (ex. t/ha) ou
carbono (ex. gC/m2). O grande volume de biomassa nas comunidades é quase sempre formado pelos
fotossintetizantes, que são os produtores primários de biomassa, devido a sua habilidade de fixar
carbono (que também pode ser realizada pela quimiossíntese). A biomassa inclui o corpo dos
organismos mesmo que partes deles estejam mortas. Isso tem que estar em mente, particularmente
quando se consideram as comunidades florestais, em que o grande volume de biomassa encontra-se na
madeira (Xilema) e casca das árvores. A fração viva da biomassa representa o capital ativo capaz de
gerar juros na forma de novo crescimento. Na prática nós incluímos na biomassa todas essas partes
(vivas e mortas), que estão ligadas ao organismo vivo. Elas deixam de ser biomassa quando caem e
tornam-se serrapilheira (litter), húmus ou turfa.
A produtividade primária da comunidade é a taxa na qual a biomassa é produzida pelas plantas
(ou produtores primários), por unidade de área. Pode ser expressa em unidades de energia (J/m2/dia),
matéria orgânica seca (Kg/ha/ano) ou Carbono (gC/m2/ano). A fixação total de energia pela
fotossíntese é chamada de Produtividade Primária Bruta – PPB (GPP - gross primary productivity).
Uma proporção dessa é respirada pelas plantas (autótrofos) e é perdida pela comunidade como calor
respiratório, na respiração autotrófica (RA - autotrophic respiration). A diferença entre PPB e a
Respiração autotrófica é conhecida como Produtividade Primária Líquida - PPL (NPP - net primary
productivity) e representa a taxa de produção de nova biomassa que está disponível para o consumo de
organismos heterotróficos (bactérias, fungos e animais). A taxa de produção de biomassa pelos
heterotróficos é chamada de Produtividade Secundária (secondary productivity).
Uma outra maneira de observar o fluxo de energia em ecossistemas envolve o conceito de
Produtividade Líquida da Comunidade – PLC (net ecosystem productivity), que usa as mesmas
unidades da PPB e PPL. Isso reconhece que o carbono fixado na PPB pode deixar o sistema como
carbono inorgânico (usualmente CO2), via respiração autotrófica ou, depois do consumo dos
heterótrofos, via respiração heterotrófica (RH - heterotrophic respiration). Essa última consistindo de
respiração pelas bactérias, fungos e animais. A respiração ecossistêmica total (RE - ecosystem
respiration) e a soma da respiração autotrófica e heterotrófica. A PPL por sua vez, é igual à diferença
entre PPB e respiração ecossistêmica total. Quando a PPB excede a respiração de toda a comunidade, o
ecossistema está fixando carbono mais rapidamente do que esse está sendo liberado e assim age como
um “sumidouro de carbono”. Quando essa respiração extrapola a PPB, carbono é liberado mais rápido
do que é fixado e assim o ecossistema atua como uma fonte de carbono. Isso pode parecer paradoxal,
entretanto é importante notar que um ecossistema pode receber matéria orgânica de outras fontes, além
da sua própria fotossíntese, pela importação de matéria orgânica morta, que foi produzida me outro
lugar. A matéria orgânica produzida pela fotossíntese dentro dos limites do ecossistema é conhecida
como autóctone. Quando importada de outro lugar é chamada de alóctone.
PADRÕES NA PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA
A Produtividade Secundária é definida pela taxa de produção de nova biomassa por organismos
heterotróficos. Diferentemente das plantas, os heterótrofos (bactérias, fungos e animais) não podem
manufaturar compostos ricos em energia a partir de moléculas simples. Eles derivam sua matéria e
energia diretamente, consumindo material vegetal, dos produtores primários, ou indiretamente das
plantas, ao comerem outros heterótrofos. Os produtores representam o primeiro nível trófico em uma
comunidade. Os consumidores primários, o segundo nível trófico e os consumidores secundários
(carnívoros), o terceiro...
a) Relações entre produtividade primária e secundária
b) Possíveis caminhos do fluxo de energia em uma cadeia alimentar
A IMPORTÂNCIA DA EFICIÊNCIA DE TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
A proporção de PPL que flui ao longo de cada um dos caminhos possíveis da energia depende
das eficiências de transferência quando a energia é usada e passada de uma etapa a outra. O
conhecimento dos valores de apenas três categorias de eficiência é tudo o que é requerido para prever
os padrões de fluxo de energia. Essas são a eficiência de consumo (EC), eficiência de assimilação
(EA) e eficiência de produção (EP).
Eficiências Explicação
Eficiência de consume (EC) – é a porcentagem da
produtividade total disponível em um nível trófico (Pn-1)
que é realmente consumida (ingerida) no compartimento
trófico “um nível acima” (In).
Eficiência de assimilação é a porcentagem de energia
alimentar no intestino dos consumidores em um
compartimento trófico (In) que é assimilada pela parede
intestinal (An) e torna-se disponível para ser incorporada
no crescimento ou trabalho celular.
Eficiência de produção é a percentagem de energia
assimilada (An) que é incorporada em nova biomassa
(Pn).
a) As entradas
b) As entradas e saídas de Carbono podem variar com a idade da floresta
c) A importância de entradas e saídas em relação a ciclagem de nutrientes
TROCAS DE NUTRIENTES EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
a) Rios
b) Lagos
c) Estuários
]
d) Plataformas continentais
e) Oceanos abertos
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS GLOBAIS
a) O Ciclo hidrológico
b) Modelo global para a ciclagem de nutrientes
RESUMO
Os organismos vivos gastam energia para extrair compostos químicos do ambiente para usá-los
por um período e então perdê-los novamente. Nós consideramos os caminhos em que a biota numa área
de terra ou em um volume de água acumula, transforma e move matéria entre os vários componentes
vivos e abióticos do ecossistema. Alguns compartimentos abióticos ocorrem na atmosfera (carbono no
dióxido de carbono e nitrogênio como nitrogênio gasoso), outros em rochas da litosfera (cálcio,
potássio) e outros na hidrosfera, a água dos solos, rios, lagos e oceanos (nitrogênio dissolvido como
nitratos, fósforo como fosfato).
Os elementos nutrientes estão disponíveis para as plantas como simples moléculas inorgânicas
ou íons e podem ser incorporados na biomassa na forma de complexos compostos orgânicos de
carbono. Em última instância, entretanto, quando os compostos carbônicos são metabolizados em CO2,
os nutrientes minerais são liberados novamente sob formas inorgânicas simples. Outra planta pode
assim absorvê-lo e assim um átomo individual de um nutriente pode passar repetidas vezes por uma
cadeia alimentar. Pela sua natureza, cada joule de energia em um composto rico de energia pode ser
usado uma única vez, enquanto que os nutrientes químicos podem ser usados novamente e
repetidamente reciclados. (embora a ciclagem de nutrientes nunca seja perfeita). Discutiram-se os
caminhos em que os nutrientes são ganhos e perdidos nos ecossistemas. As entradas e saídas desses
nutrientes são balanceadas. Entretanto, isso não acontece sempre, quando o ecossistema atua como uma
fonte ou sumidouro do nutriente.
A principal fonte de água nos ciclos hidrológicos são os oceanos. Energia radiante provoca a
evaporação da água para a atmosfera, os ventos a distribuem sobre a superfície do globo e a
precipitação a traz de volta a terra. O fósforo deriva principalmente da erosão de rochas (litosfera) e o
seu ciclo pode ser descrito como sedimentar devido a tendência geral do fósforo mineral ser carreado
inexoravelmente da terra para os oceanos onde ele incorpora-se aos sedimentos. O ciclo do enxofre tem
uma fase atmosférica e uma litosférica de magnitudes similares. Em contraste, a fase atmosférica é
predominante nos ciclos do carbono e do nitrogênio. A fotossíntese e respiração são os dois processos
opostos que direcionam o ciclo do carbono enquanto que a fixação e desnitrificação de nitrogênio por
organismos microbianos têm particular importância no ciclo do nitrogênio.As atividades humanas
contribuem significativamente com a entrada de nutrientes nos ecossistemas e podem romper ciclos
biogeoquímicos localmente e globalmente.
Referência
BEGON, M.; TOWNSEND, C.R.; HARPER, J. Ecology: from individuals to ecosystems. Malden:
Blackwel Publishing. 4.ed. 2006. 738p.