Você está na página 1de 135

Cuidados Farmacêuticos na

Dispensação de Suplementos
Alimentares

Hellen Dea Barros Maluly


Hellen Dea Barros Maluly

Possui Graduação em Farmácia e Bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e


Bioquímicas Oswaldo Cruz (2002), Especialização em Toxicologia Analítica pelo Hospital das
Clínicas - Unicamp (2004), Mestrado em Farmacologia pela Faculdade de Ciências Médicas -
Unicamp (2005) e Doutorado em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Engenharia de
Alimentos - Unicamp (2011). Também é Consultora Técnica para Aditivos e Ingredientes
Alimentares; Professora e Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Segurança e
Qualidade de Alimentos das Faculdades Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Ciência de
Alimentos, com ênfase em aditivos e ingredientes que conferem aroma e gosto aos alimentos,
tanto no âmbito da segurança como na sua aplicação.

2
Objetivo do curso
Demonstrar aos farmacêuticos a importância de
orientar a população no uso adequado de
suplementos alimentares em diferentes grupos
populacionais e estilos de vida, respeitando
suas diversidades étnicas e culturais.
Conteúdo programático
1. Introdução
1.1. Definições
1.1.1. Suplementos Alimentares
1.1.2. Alimentos com Alegação de Propriedade Funcional
1.1.3. Alimentos para fins especiais
1.1.4. Novos Alimentos/Ingredientes
1.2. Apresentação de referências (sites e livros)
2. Suplementação Alimentar para Gestantes
2.1. Ômega-3, Ácido fólico, Ferro e outros.
3. Suplementos para lactentes e lactantes
3.1. Principais vitaminas e minerais
3.2. Leite materno x Leite formulado: recomendações
Conteúdo programático

4. Crianças e adolescentes
4.1. Vitaminas A, D, E e K, Vitaminas do complexo B, cálcio, ferro e outras.
4.2. Recomendações
5. As fórmulas da beleza da mulher e do homem contemporâneo
5.1. Nutricosméticos
5.2. Cuidados e suplementos recomendados na cirurgia bariátrica
5.3. Fibras
Conteúdo programático
6. Atletas
6.1. RDC nº18 de 2010
6.2. Macronutrientes - carboidratos (maltodextrina); proteínas (proteínas do
soro do leite); lipídeos (vitaminas lipossolúveis; ácidos graxos
poliinsaturados)
6.3. Aminoácidos (glutamina e BCAAs), creatina e L-carnitina: usar ou não
usar?
6.4. Estudo de caso: suplementos proibidos pela ANVISA em 17/02/2014.
7. Fórmulas para Melhor Idade
7.1. Principais ingredientes: fibras, ômega-3 e outras vitaminas e minerais
7.2. Recomendações para fins especiais: diabetes, hipertensão, insuficiência
cardíaca e renal
1. INTRODUÇÃO

1.1. Definições
Segurança Alimentar e Nutricional

A segurança alimentar e nutricional consiste na


realização do direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso
a outras necessidades essenciais, tendo como base
práticas alimentares saudáveis que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental,
cultural, econômica e socialmente sustentáveis.

Cúpula Mundial da Alimentação - FAO, 1996


Segurança alimentar?
Sebastião Salgado

Edward Hopper (1930)


Suplementos vitamínicos e ou minerais
São os alimentos, compostos exclusivamente por nutrientes
vitamínicos e/ou minerais, que servem para complementar a
dieta diária de uma pessoa saudável, em casos em que sua
ingestão a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando
a dieta requiser algum suplemento.

Devem conter um mínimo de 25%, e no máximo até 100% da


Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e/ou
minerais, não podendo substituir os alimentos nem serem
considerados dieta exclusiva.

Ouvidoria/anvisa e dpdc/senacon – ano 5 n.30, março de 2013


Alimentos com alegação de propriedade
funcional e ou de saúde
São os alimentos que apresentam em seus dizeres de
rotulagem e/ ou material publicitário a alegação de
propriedade funcional relativa ao papel metabólico ou
fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no
crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções
normais do organismo humano, ou alegação de saúde, aquela
que afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o
alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada
à saúde.

Ouvidoria/anvisa e dpdc/senacon – ano 5 n.30, março de 2013


Novos alimentos / ingredientes:
São os alimentos ou substâncias sem histórico de consumo no País, ou
alimentos com substâncias que já são consumidas, que, entretanto,
venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos
atualmente observados nos alimentos utilizados na dieta regular.
Alguns exemplos de novos alimentos são:
Alimento consumido por pequeno grupo de indivíduos ou durante
curtos períodos de tempo, por exemplo, a palma forrageira
consumida em períodos de seca;
Ingrediente obtido por síntese ou a partir de fontes alimentares,
cuja adição em alimentos resulte em aumento do seu consumo, por
exemplo: ômega 3 proveniente do óleo de peixe, resveratrol
sintético ou extraído da uva, licopeno sintético ou extraído de
tomate e fitoesteróis de óleos vegetais.
Ouvidoria/anvisa e dpdc/senacon – ano 5 n.30, março de 2013
Alimentos para fins especiais
São os alimentos processados especialmente para satisfazer
necessidades particulares de alimentação determinadas por condições
físicas ou fisiológicas particulares e ou transtornos do metabolismo e
que se apresentem como tais. Incluí-se os alimentos destinados aos
lactentes e crianças de primeira infância. A composição desses
alimentos deverá ser essencialmente diferente da composição dos
alimentos convencionais de natureza similar, caso existam.

RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003


Alimentos para fins especiais
Alimentos para dietas com restrição de nutrientes
a) alimentos para dietas com restrição de carboidratos
b) alimentos para dietas com restrição de gorduras
c) alimentos para dietas com restrição de proteínas
d) alimentos para dietas com restrição de sódio
e) outros alimentos destinados a fins específicos.

Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998


Alimentos para fins especiais

Alimentos para ingestão controlada de nutrientes


a) alimentos para controle de peso
b) alimentos para praticantes de atividade física
c) alimentos para dietas para nutrição enteral
d) alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares
e) outros alimentos destinados a fins específicos

Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998


Alimentos para fins especiais
Alimentos para grupos populacionais específicos
a) alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância
b) alimentos para gestantes e nutrizes
c) alimentos à base de cereais para alimentação infantil
d) fórmulas infantis
e) alimentos para idosos
f) outros alimentos destinados aos demais grupos populacionais
específicos.

Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998


Alimentos para Atletas
Os alimentos formulados para auxiliar os atletas a atender suas
necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho
do exercício também são denominados suplementos e podem
ser classificados, de acordo com a finalidade a que se destinam,
em:
suplemento hidroeletrolítico para atletas;
suplemento energético para atletas;
suplemento protéico para atletas;
suplemento para substituição parcial de refeições de atletas;
suplemento de creatina para atletas
suplemento de cafeína para atletas.
Ouvidoria/anvisa e dpdc/senacon – ano 5 n.30, março de 2013
1. INTRODUÇÃO

1.2. Referências
2. Gestantes

2.1. Ômega-3; Ácido


fólico, ferro e
outros.
Principais suplementos
Ômega 3

Ácido fólico e
Cobalamina
Vitamina A, D, E, K
Ferro Vitamina C + outras do
complexo B
Fibras e outros
Cálcio, Fósforo, Zinco,
macronutrientes...
Selênio...
Doyle W, Srivastava A, Crawford MA, Bhatti R, Brooke Z, Costeloe KL
Inter-pregnancy folate and iron status of women in an inner-city
population
Brit J Nutr, 86 (2001), pp. 81–87

Hackney, London: study showed that 78% mothers had


an inadequate diet, meeting fewer than four of
sixteen dietary reference intake values
Complexo B – Ácido Fólico
Forma estável (ácido pteroilglutâmico) e forma ativa O

(tetra-hidrofolato após processamento hepático). O NH


N O
N NH
Funciona como coenzima, principalmente no O OH
metabolismo de aminoácidos (serina e H2N N
H
N
OH
homocisteína), metilação de aminas biogênicas e
síntese proteica da metionina (5-metil-THF converte
homocisteína em metionina).
B9- Ácido fólico
O quadro clínico da deficiência inclui anorexia,
náuseas, vômitos, diarreia, ulcerações orais e
alopecia.

400-800ug/dia em mulheres grávidas


Complexo B – Cobalamina (B12)
H2N O
H2N O

H3C CH3
O NH2
H2N N
H3C O
N N
H3C +
Co
N N
O CH3

NH2H C CH3
3 CH3

H3C O NH2
NH O
O N CH3
O
P
- O HO N
O
H CH3
H H

HO O H

B12- Cobalamina
Ferro – Estrutura
Em sistemas biológicos encontra-se em dois
estados de oxidação:

Fe2+ Fe3+

ferroso férrico
Minerais
Ferro – Fontes
Degradação da hemoglobina

Ferro dietético (alimentos e suplementos)

Liberação de estoques
Ferro – Funções
Catalisador de reações de oxiredução como doador ou
receptor de elétrons.

Transporte de oxigênio (Hemoglobina e Mioglobina)

Desempenha papel central na eritropoiese (deficiência


associada à anemia ferropriva).

Função imune (atividade bactericida dos neutrofilos, resposta


celular mediada por linfócitos T, produção de anticorpos etc...)

Desempenho cognitivo
Ácidos graxos essenciais
Ácido linolênico - ω-3
Lipídeos
Composição – Ácidos graxos insaturados ω-3

Ácido linolênico – C18:3 (9, 12, 15)


Lipídeos
Composição – Ácidos graxos insaturados da família ω-3

Ácido eicosapentaenóico (EPA) – C20:5 (5, 8, 11, 14, 17)


Lipídeos
Composição – Ácidos graxos insaturados da família ω-3

Ácido docosahexaenóico (DHA) – C22:6 (4, 7, 10, 13, 16, 19)


Ácido linoleico - ω-6 Ácido α-linolênico - ω-3
18:2 18:3
∆-6-dessaturase

Ácido γ-linolênico 18:3 ω-6 Ácido esteridônico 18:4 ω-3


elongase
Ácido dihomo-γ-linolênico 20:3 Ácido eicosatetraenoico 20:4
ω-6 ω-3
∆-5-dessaturase

Ácido eicosapentaenoico 20:5


cicloxigenase
Ácido aracdônico (ARA) 20:4 ω-6 ω-3
elongase

Ácido docosapentaenoico lipoxigenase


lipoxigenase Ácido adrênico
22:5 ω-3
22:4 ω-6
Leucotrienos da
série 4 Leucotrienos da
∆-4-dessaturase série 5
LTB4, LTC4, TDB4
Prostanoides:
Prostaglandinas PG’E2, Ácido -Prostaciclinas
docosapentaenoico Ácido -Tromboxanas
PG’F2
docosapentaenoico -Prostaglandinas
22:5 ω-6
Tromboxana TXA2 22:6 ω-3
3. Lactentes e lactantes

3.1. Principais vitaminas e minerais


3.2. Leite materno x Leite formulado:
recomendações
RESOLUÇÃO N° 222/2002 ANVISA
Regulamento Técnico para Promoção Comercial de
Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância
Oswaldo Guayasamin
4. Crianças e adolescentes

4.1. Vitaminas A e D, cálcio, fósforo, outras


Vitaminas do complexo B.
4.2. Recomendações
Vitamina A
H3C CH3 CH3 CH3

OH

CH3
retinol
Anel β-ionona

H3C 4'
H3C CH3 CH3 CH3 18' 5' 3'
17 16 19 20
1 7 9 11 13 15 14' 12' 10' 8' 6' 2'
2 6 8 10 12 14 15' 13' 11' 9' 7' 1'

3 5 CH3 CH3 H3C CH3


4 CH3 20' 19' 16' 17'
18

β-caroteno (pró-vitamina A)
Vitamina A - Principais reações químicas e efeitos do
processamento

ISOMERIZAÇÃO ( COR E ATIVIDADE VITAMÍNICA)

ÁCIDOS
TRANS CIS
ORGÂNICOS

LUZ, , AÇÃO MECÂNICA

54
Vitamina A - Principais reações químicas e efeitos do
processamento

OXIDAÇÃO - O2, Luz e Metais

OU PERDA DA ATIVIDADE VITAMÍNICA

COR

GOSTO E AROMAS DESAGRADÁVEIS

55
Vitamina A – Atividade biológica

Pode reduzir o risco de algumas doenças crônicas, tais


como câncer, doença cardiovascular, degeneração
macular relacionada à idade e cataratas e xeroftalmia.

Estudos demonstraram que a biodisponibilidade dos β-


carotenos e outros carotenóides pode melhorar com a
administração de óleos digeríveis.

56
Vitamina D
CH3 H3C CH3
H3C CH3 CH3 H
CH3
H3C
CH3

H
H
H

CH2
CH2

HO
HO

D2: Ergocalciferol D3: Colecalciferol


Vitamina D – Metabolismo e ação

pele

D3: Colecalciferol 7-dehidrocolesterol

Ingestão alimentar
D3: Colecalciferol
D2: Ergocalciferol
fígado

25-hidroxivitamina D3
(calcidiol)

intestino
1,25-dihidroxivitamina D3
(calcitriol)

rins
Fonte: Peters & Martini (2008)
Vitamina D – Utilização de cálcio e fósforo

↓ Cálcio sérico ↑PTH


(hormônio da paratireóide)

↑25(OH)D3-1α α-
↑ 1,25-dihidroxivitamina D3
hidroxilase
(calcitriol)

rins

↑ reabsorção de cálcio ↑ Absorção de cálcio e ↑ Mobilização de


fósforo cálcio dos ossos

Fonte: Peters & Martini (2008)


Vitamina D – Funções
Local de ação Mecanismo

Inibe a proliferação celular descontrolada e estimula a diferenciação


Divisão celular
das células

Ossos Mantém o metabolismo de cálcio

Pele Inibe a proliferação e estimula a diferenciação de queratinócitos

O calcitriol pode aumentar a imunidade natural e inibir o


Sistema imune
desenvolvimento de auto-imunidade
Na célula muscular esquelética, atua sobre receptores específicos
Neuromuscular exercendo ações desde a síntese proteica até a cinética de contração
muscular
Receptores podem ser expressos em células secretores de insulina no
Secreção de insulina
pâncreas
Reduz o risco de pressão sanguínea elevada por ação no sistema
Regulação da pressão arterial
renina-angiotensina

Fonte: Peters & Martini (2008)


Grupos Grupos
µg/dia µg/dia
populacionais populacionais
Gestantes
Bebês
14-18 anos 15
0-6 meses 10
19-30 anos 15
6-12 meses 10
Vitamina D 31-50 anos 15
Recomendações Lactantes
Crianças
14-18 anos 15
1-3 anos 15
19-30 anos 15
4-8 anos 15
31-50 anos 15
Homens Mulheres
9-13 anos 15 9-13 anos 15
14-18 anos 15 14-18 anos 15
19-30 anos 15 19-30 anos 15
Fonte: Food and Nutrition Information Center - USDA
31-50 anos 15 31-50 anos 15
Como colecalciferol: 1 µg/dia = 40 UI de vit. D 51-70 anos 15 51-70 anos 15
Sobre avaliação de exposição solar mínima
˃ 70 anos 20 ˃ 70 anos 20
Vitamina D – Deficiência
Fatores de risco Mecanismo

Pele escura Sintetizam menos vitamina D quando se expõe à luz solar

Idade Idosos tentem a sintetizar menos vitamina D (↑ risco de osteoporose)

Pouca exposição à luz solar Não estimula a síntese de vitamina D

Síndrome da má absorção Indivíduos com fibrose cística reduzem a absorção de vitamina D pelo
intestinal intestino
Indivíduos com doença de Crohn apresentam aumento do risco de
Doença inflamatória intestinal deficiência de vitamina D, principalmente os que possuem ressecção
do intestino curto
A vitamina D pode ser depositada no tecido adiposo, fazendo com
Obesidade que estes indivíduos tenham pouca vitamina D disponível na corrente
sanguínea

Fonte: Peters & Martini (2008)


Vitamina D – Toxicidade

A hipervitaminose pode levar a altos níveis séricos de cálcio


(hipercalcemia)

Perda óssea, litíase renal (pedra nos rins) e calcificação de órgãos


como coração e rins.

Fonte: Peters & Martini (2008)


Cálcio - Estrutura
Componente mineral estrutural de ossos e dentes.
Consiste principalmente em cristais de hidroxiapatita
[Ca10(PO4)6(OH)2]
50%: forma ionizada
40% ligado a proteínas
10% complexadas fosfato, bicarbonato e citrato
Cálcio - Biodisponibilidade

Ácido oxálico, ácido • Reduzem a absorção de cálcio pelo intestino


fítico e fósforo

• São fibras não digeríveis e tendem a


Inulina e oligofrutose aumentar a absorção de cálcio

• Sais utilizados na suplementação


Carbonato de cálcio e
• Carbonato de cálcio está biodisponível em
citrato de cálcio até 40% e o citrato (24,1%)
Cálcio - Metabolismo
Depende do metabolismo da Vitamina D

↓ Cálcio sérico ↑PTH


(hormônio da paratireóide)

↑25(OH)D3-1α α-
↑ 1,25-dihidroxivitamina D3
hidroxilase
(calcitriol)
rins
Após regulação
a glândula tireóide
secreta calcitonina

↑ reabsorção de ↑ Absorção de cálcio ↑ Mobilização de


cálcio e fósforo cálcio dos ossos

Fonte: Peters & Martini (2008)


Cálcio - Funções

Local de ação Mecanismo

Ossos Formação óssea (sangue → ossos) e reabsorção óssea (ossos → sangue)

Neuromuscular Contração muscular

Ativa 7 fatores de coagulação dependentes de vit. K como os fatores II –


Coagulação protrombina, VII, IX, proteína Z) que estimula a ação da trombina e as
proteínas C e S, que controlam o balanço da cascata.
Manutenção da permeabilidade das membranas; responsável pela
Transmissão nervosa secreção de hormônios esteroides pelas células adrenais; co-fator de
proteases, fosfolipases e nucleases.

Pressão arterial Regulação da pressão arterial


Grupos Grupos
mg/dia mg/dia
populacionais populacionais
Gestantes
Bebês
14-18 anos 1.300
Cálcio 0-6 meses 200
19-30 anos 1.000
6-12 meses 260
Recomendações 31-50 anos 1.000
Lactantes
Crianças
14-18 anos 1.300
1-3 anos 700
19-30 anos 1.000
4-8 anos 1.000
31-50 anos 1.000
Homens Mulheres
9-13 anos 1.300 9-13 anos 1.300
14-18 anos 1.300 14-18 anos 1.300
19-30 anos 1.000 19-30 anos 1.000
Fonte: Food and Nutrition Information Center - USDA 31-50 anos 1.000 31-50 anos 1.000
51-70 anos 1.000 51-70 anos 1.200
˃ 70 anos 1.200 ˃ 70 anos 1.200
Cálcio - Deficiência
Raquitismo em crianças
Osteomalácia: enfraquecimento e desmineralização
de ossos maduros (↓ vit. D).
Osteoporose: distúrbio metabólico caracterizado por
perda de tecido ósseo e deterioração da estrutura
óssea (diminuição da densidade óssea).
Hipoparatireoidismo

Fonte: Profa. Ana Beatriz Pinn


Cálcio - Toxicidade

• Hipercalcemia: ingestão excessiva,


principalmente pelo uso de suplementos.
• Pode causar náuseas, perda de apetite,
vômito, constipação, dor abdominal, sensação
de boca seca, sede.
• Formação de cálculo renal (hipercalciúria)

Fonte: Food and Nutrition Information Center - USDA


Fósforo (P) – Estrutura e fontes
Não metal, pertencente à série do
nitrogênio.

Sólido à temperatura ambiente e não


encontrado no estado nativo por ser muito
reativo, oxidando-se espontaneamente.

Encontra-se na forma de fosfato (PO4-3)

No organismo encontra-se na forma de


fosfato inorgânico, forma livre, ou orgânico,
ou covalentemente ligado à açúcares,
proteínas e outros componentes celulares. Carnes magras, aves,
pescados, cereais integrais,
laticínios, leguminosas.
Fósforo (P) - Biodisponibilidade
85% presente em ossos e dentes junto com o cálcio e o restante em
tecidos moles e fluido extracelular.

A absorção depende do pH intestinal (↑pH ácido)

A combinação com cálcio e sódio, ácido fítico e ingestão de alumínio


podem reduzir a biodisponibilidade.

A vitamina D pode aumentar seu transporte no intestino.

No plasma é transportado unido ao cálcio, magnésio, sódio e proteínas.

Regulado pelo PTH (retira fósforo dos ossos).

Se há ↑ de cálcio, há estímulo da liberação de calcitonina que reduz o


cálcio e também o fósforo
Fósforo (P) - Funções
Local de ação Mecanismo

Estrutura celular Formação de fosfolipídeos de membrana

Participa do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas através da


Metabolismo intermediário
fosforilação, que ativa enzimas
Formação de ácidos
Constituinte estrutural do DNA e RNA
nucleicos
Formação de compostos ATP (composto rico em energia); AMP cíclico; 2,3-DPG;
fosforilados creatinofosfoquinase e o fosfoenolpirúvico.
Manutenção do equilíbrio
Formação de tampão intracelular de fosfato (manutenção do pH).
ácido-base

Mineralização de tecidos Interage com o cálcio formando a hidroxiapatita - [Ca10(PO4)6(OH)2].


Fósforo (P) - Distúrbios
Hipofosfatemia (rara): elitistas crônicos;
hiperparatireoidismo (>excreção); acidose diabética.

Hiperfosfatemia: geralmente associado à


insuficiência renal crônica → ↑P (calcificação de
tecidos moles, falência renal, câimbras musculares).
Complexo B – Tiamina (B1)
H3C N S OH
As principais fontes de tiamina são carnes magras, N N
+
-
gérmen de trigo, peixes, gema de ovo, leguminosas, pães Cl
CH3
integrais, laticínios, folhas verdes. NH2

Atua como coenzima no metabolismo dos carboidratos B1 - Tiamina


(Tiamina Pirofosfato (TPP)– que atua na descarboxilação
do piruvato formando acetil Co-A que entra no ciclo de
krebs);
Fornece ribose pela via das pentoses para a síntese de
nucleotídeos e ácidos nucleicos e participa na transmissão
do impulso nervoso. Doença associada à deficiência: beri-
béri que resulta em fraqueza muscular, problemas
gastintestinais e respiratórios.
Complexo B – Niacina B3 O
A niacina é um termo genérico que engloba o ácido nicotínico e a
NH2
nicotinamida, dois nucleotídeos piramidínicos que atuam como
precursores da coenzima nicotinamida-adenina nucleotídeo (NAD, N
coenzima 1) e sua forma fosforilada (NADP, coenzima II), que B3- Niacina (ácido
participam do ciclo do ácido cítrico para geração de energia. O NAD nicotínico e nicotinamida)
participa também do reparo do DNA e na transcrição, e o NADH,
forma reduzida do NAD, é substrato para NADH desidrogenase na
cadeia respiratória mitocondrial.

Pode ser sintetizada in vivo a partir do triptofano.

Sua deficiência leva o nome de pelagra (dermatites, esofagite e


alguns quadros neuropsiquiátricos).

Suas principais fontes são carne vermelha, leite e derivados, ovos,


fígado, abacate e batata doce.
Complexo B
Ácido pantotênico: é componente da coenzima A,
assumindo um papel central nas reações de liberação de OH
energia a partir de carboidratos. Também está envolvido H3C
NH O
no metabolismo de ácidos graxos, como na síntese de HO
hormônios esteroides, colesterol e fosfolipídios. Suas CH3 O OH
principais fontes são carnes de vaca e frango, gema de ovo
e brócolis. Sua deficiência é rara, mas se houver os
sintomas característicos são fraqueza muscular, desordens B5- Ácido pantotênico
motoras, entre outras.

Piridoxina: é encontrada nas formas de piridoxina,


piridoxal e piridoxamina. Está envolvida no metabolismo de
aminoácidos, na gliconeogênese, conversão de triptofano a
niacina, síntese de neurotransmissores, metabolismo da
homocisteína e função imune. Suas principais fontes são
levedura de cerveja, fígado, galinha, cereais integrais, soja,
castanha, leite, ovos. Sua deficiência é rara, mas se houver
há sintomas de insônia e quadros convulsivos, além de B6 - Piridoxina
estomatite, glossite.
Vitaminas lipossolúveis
Vitamina E - Estrutura

78
Vitamina E - Funções
Previne doenças crônicas não transmissíveis
Estimula o sistema imune
Modula processos degenerativos associados ao
envelhecimento
Ação antioxidante: a deficiência pode aumentar a
suscetibilidade dos eritrócitos à hemólise.
Protege a vitamina A da oxidação.
Inibe o crescimento de células malignas
CH
(câncer)
3
HO
CH3 CH3 CH3

H3C O CH3
CH3
CH3
α-Tocoferol
Vitamina E – Mecanismo de ação antioxidante

TH2 + ROOº ROOH + THº

THº + ROOº ROOH + Tº

THº + THº TH2 + Tº


Vitamina K
O CH3 CH3 CH3

CH3
O
H3C CH3

K1 - 2-metil-3-fitil-1,4-naftoquinona (filoquinona)
+ comum na dieta

O
CH3

K3 – Menadiona (2-metil-1,4 naftoquinona) - sintética


O
Vitamina K – Reação de carboxilação

82
Vitamina K – Ciclo

83
Vitamina K – Funções

Coagulação
Integridade óssea
Crescimento
Aterosclerose
Vitaminas lipossolúveis
Vitamina K – Deficiência

Deficiência de coagulação
Aumento da velocidade de perda óssea
(descarboxilação parcial de osteocalcina,
que aumenta o risco de fraturas no
quadril.

84
5. As fórmulas da beleza da mulher e do
homem contemporâneo

5.1. Nutricosméticos
5.2. Cuidados e suplementos
recomendados na cirurgia
bariátrica
5.3. Fibras
Nutricosméticos
São assim chamado por serem obrigatoriamente administrados por via
oral.
Podem ser agregados à alimentos propriamente ditos como sucos, barras
de cereal ou iogurtes ou estar presente em formas farmacêuticas, como
cápsulas ou comprimidos.

Os componentes presentes nas formas farmacêuticas são


nutrientes presentes em alimentos comuns na dieta humana,
dos quais algumas vezes não se considera possível a ingestão
de quantidades recomendadas por órgãos governamentais
para que se atinja os benefícios esperados, sendo estes
nutricionais ou estéticos.

Fonte: MARINI A. Beauty from the inside. Does it really work? Hautarzt, v. 62, n. 8, p. 614-7, 2011.
Carotenóides - Licopeno
Antocianinas – Estrutura básica
C6C3C6

Antocianidina R1 R2
Pelargonidina -H -H
Cianidina - OH -H

Peonidina - OCH3 -H

Delfinidina - OH - OH

Petunidina - OH - OCH3

Cátion flavylium (2-fenilbenzopirona) Malvidina - OCH3 - OCH3


As antocianinas diferem na substituição dos anéis A e B
Farris P, Krutmann J, Li YH, McDaniel D, Krol YResveratrol: a unique antioxidant offering a multi-mechanistic
approach for treating aging skin. J Drugs Dermatol. 2013 Dec;12(12):1389-94.
Vitamina C – Estrutura

Ácido ascórbico Ácido dehidroascórbico


Vitamina C – Funções
1. Doadora de H em reações redox e de hidroxilação
2. Síntese de colágeno (pró-colágeno → colágeno)
3. Síntese de carnitina (hidroxilação de metionina e lisina)
4. Absorção e metabolização de ferro (Fe3+ → Fe2+)
5. Formação de norepinefrina
6. Síntese de serotonina
Vitamina C – Deficiência
1. e 2. Escorbuto; fragilidade dos capilares sanguíneos; alterações
ósseas; perda dos dentes; risco de infecção (pela def. de
colágeno).
3. Deficiência de carnitina: fadiga e lassitude (cansaço)
4. Anemia ferropriva
5. Redução da síntese de norepinefrina a partir da tirosina (tirosina
C C
→L-dopa →dopamina →norepinefrina)
6. Redução da síntese de serotonina a partir do triptofano
Grupos Grupos
mg/dia mg/dia
populacionais populacionais

Gestantes
Vitamina C Bebês
14-18 anos 80
0-6 meses 40
Recomendações 6-12 meses 50
19-30 anos 85
31-50 anos 85
Lactantes
Crianças
14-18 anos 115
1-3 anos 15
19-30 anos 120
4-8 anos 25
31-50 anos 120
Homens Mulheres
9-13 anos 45 9-13 anos 45
14-18 anos 75 14-18 anos 65
19-30 anos 90 19-30 anos 75
Fonte: Food and Nutrition Information Center - USDA
31-50 anos 90 31-50 anos 75
51-70 anos 90 51-70 anos 75
˃ 70 anos 90 ˃ 70 anos 75
Composição – Fitosteróis

colesterol

β-sitosterol

campesterol
estigmasterol
Fitosterol
Composição –Fitoestanóis

colesterol
β-sitostanol

campestanol
Fibras
Cirurgia bariátrica

Fernando Botero
Fernando Botero
6. Atletas

6.1. RDC nº18 de 2010


6.2. Macronutrientes - carboidratos
(maltodextrina); proteínas (proteínas do soro do
leite); lipídeos (vitaminas lipossolúveis; ácidos
graxos poliinsaturados)
6.3. Aminoácidos (glutamina e BCAAs), creatina e
L-carnitina: usar ou não usar?
6.4. Estudo de caso: suplementos proibidos pela
ANVISA em 17/02/2014.
Portaria 222/1998 e RDC 18/2010

• Portaria 222/1998 Alimentos para Praticantes de


Atividade Física

• RDC 18/2010 – Alimentos para Atletas


Fatores para bom desempenho do atleta
• Programa de treinamento,
• Dieta
• Fatores psicológicos
• Uso de substâncias ergogênicas

Genética
SUPLEMENTAÇÃO DE CARBOIDRATOS

Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)


MALTODEXTRINA
• Polímero de glicose;

• Velocidade intermediária de absorção

• Eficiente durante atividades de longa duração

• Fornecimento de energia por um período intermediário;

• Inclusão como componente da dieta habitual;

• Substituto a outras fontes alimentares

Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)


Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)
AMIDO DE MILHO CEROSO (WAXY MAIZE) 100%

Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)


Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)
Prof. Cláudio Chináglia (Nutricionista Esportivo)
Proteínas
SUPLEMENTAÇÃO DE WHEY PROTEIN AUMENTA A
PERDA DE GORDURA E MANTEM A MASSA
MUSCULAR EM OBESOS
In conclusion, whey and casein intake immediately
after resistance exercise results in an overall equal
MPS response despite temporal differences in insulin
and amino acid concentrations.
AMINOÁCIDOS
Hipertrofia muscular
7. Fórmulas para Melhor Idade

7.1. Principais ingredientes: fibras, ômega-3 e


outras vitaminas e minerais
7.2. Recomendações para fins especiais: diabetes,
hipertensão, insuficiência cardíaca e renal
Caso clínico – Insuficiência Renal
• Paciente, sexo feminino, 50 anos, com diagnóstico de DOENÇA
RENAL CRÔNICA decorrente de DOENÇA RENAL POLICÍSTICA,
em estágio 4, em tratamento conservador.

• Vem utilizando há 6 meses KETOSTERIL (FRESENIUS), 11


cp/dia, associado à uma dieta vegetariana de 0,3 g/Kg/dia de
proteína.
Caso clínico – Insuficiência Renal
Caso clínico – Insuficiência Renal
Exames Sem ketosteril Com ketosteril

16/09/13 11/10/13 01/11/13 11/12/13 15/01/14 27/02/14

Clearance (mL/min.1,73 m2) 14 15 15 16 17 16

Creatinina (mg/dL) 3,51 3,34 3,31 3,07 2,95 3,08

Ureia (mg/dL) 98 94 64 67 61 61

Fósforo (mg/dL) 4,8 4,4 3,0 3,0

PTH (pg/mL) - 141,4 82,81


OBRIGADA!!!

hdbmaluly@gmail.com

Você também pode gostar