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DESIGN DE ANIMAÇÃO

Introdução à Linguagem Audiovisual


Aula 02 - O Primeiro Cinema: do registro da imagem em movimento ao cinema de atrações

O PRIMEIRO CINEMA
do registro da imagem em movimento ao cinema de atrações
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Homens de ciência, positivistas de formação, Marey e Londe só


conseguiram se interessar pela primeira parte do processo
cinematográfico, a análise/decomposição dos movimentos em instantes
congelados, não vendo qualquer interesse científico no estágio seguinte, a
síntese/reconstituição dos movimentos pela projeção na sala escura.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 17)
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Por outro lado, porém, ilusionistas como Reynaud e Melies e


industriais ansiosos por tirar proveito comercial da “fotografia animada”,
como Edison e Lumiere, estavam mais interessados no estágio da síntese
efetuada pelo projetor, pois era somente aí que se podia criar uma nova
modalidade de espetáculo, capaz de penetrar fundo na alma do
espectador, mexer com seus fantasmas e interpelá-lo como sujeito.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 18)
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KINETÓGRAFO E KINETOSCÓPIO
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Kinetógrafo, de Willian Dickson, 1891


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Kinetoscópio, de Willian Dickson, 1891


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Estúdio Black Maria, Thomas Edison, 1891


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Sandow (The Strong Man), de William Dickson (Edison Kinetoscope Film), 1894
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Glenroy Brothers (Comic Boxing), de William Dickson e William Heise (Edison Kinetoscope Film), 1894
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Serpentine Dances, de William Dickson (Edison Kinetoscope Film), 1895


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Execution of Mary Queens of Scots, de Alfred Clark (Edison Kinetoscope Film), 1895
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The Kiss, de William Heise (Edison Kinetoscope Film), 1896


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Seminary Girls, de James H. White (Edison Kinetoscope Film), 1897


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CINEMATÓGRAFO
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Cinematógrafo, de August e Louis Lumiére, 1895


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Cinetoscópio, de August e Louis Lumiére, 1895


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La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Irmãos Lumière, 1895


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Swimming in the Sea, Irmãos Lumière, 1896


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L'Arrivée d'un train en gare de Ciotat, Irmãos Lumière, 1896


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New York, Brooklyn Bridge, Irmãos Lumière, 1896


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Photographer, Irmãos Lumière, 1896


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L'Arroseur Arrosé, Louis Lumière, 1896


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A SALA ESCURA
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A história técnica do cinema, ou seja, a história de sua


produtividade industrial, pouco tem a oferecer a uma compreensão ampla
do nascimento e do desenvolvimento do cinema. As pessoas que
contribuíram de alguma forma para o sucesso disso que acabou sendo
batizado de “cinematógrafo” eram, em sua maioria, curiosos, bricoleurs,
ilusionistas profissionais e oportunistas em busca de um bom negócio.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 15)
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Certamente, o que atraía essas massas às salas escuras não era


qualquer promessa de conhecimento, mas a possibilidade de realizar
nelas alguma espécie de regressão, de reconciliar-se com os fantasmas
interiores e de colocar em operação a máquina do imaginário.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 19)
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A história efetiva do cinema deu preferência à ilusão em


detrimento do desvelamento, à regressão onírica em detrimento da
consciência analítica, à impressão de realidade em detrimento da
transgressão do real. O poder da sala escura de revolver e invocar nossos
fantasmas interiores repercutiu fundo no espírito do homem de nosso
tempo, este homem paradoxalmente esmagado pelo peso da positividade
dos sistemas, das máquinas e das técnicas.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 24/25)
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The Vanishing Lady, de George Méliès, 1896


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Le Squelette Joyeux, Irmãos Lumiére, 1897


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Un Homme de têtes, de George Méliès, 1898


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L'homme de orchestra, de George Méliès, 1900


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A SITUAÇÃO CINEMA
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O dispositivo cinematográfico exige dos espectadores uma total


disponibilidade, um certo entorpecimento dos corpos que beira o sono ou
a hipnose. Barthes (1975, p. 105) fala, a esse respeito, da prostração das
posturas, os corpos se deixando escorregar nas poltronas como se
estivessem na cama, os casacos caídos e os pés jogados sobre o assento
anterior.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 43)
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Há, de qualquer maneira, uma grande diferença entre a atividade


psíquica de um indivíduo em estado de alerta, em ação na vida corrente,
ou mesmo compenetrado na leitura de um livro ou na escuta de um
concerto, e aquele gesto de entrega e regressão que se verifica na sala de
cinema.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 43)
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Essa situação particular que ocorre no interior da sala de projeção


Hugo Mauerhofer (1983, p. 373) chama situação cinema. Ela se
caracteriza, antes de mais nada, pelo completo isolamento do mundo
exterior e de todas as suas fontes de perturbação visual e auditiva.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 44)
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Uma sala de cinema ideal deveria ser inteiramente vedada, para


impedir qualquer entrada de luz ou de ruídos do exterior. Qualquer outro
ponto luminoso que não a tela, mesmo que se trate apenas do letreiro
com a indicação de saída de emergência, já é suficiente para distrair a
atenção e perturbar esse estado de disponibilidade em que se acham os
espectadores.

ARLINDO MACHADO
(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 44)
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The Enchanted Drawing, James Stuart Blackton, 1900


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The Countryman and the Cinematograph, Robert William Paul, 1901


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From Show Girl to Burlesque Queen, Autor Desconhecido, 1903


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Humorous Phases of Funny Faces, James Stuart Blackton, 1906


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O cinema que se constitui a partir do cinematógrafo de LeRoy,


Edison, Paul, Skladanowsky e dos Lumiére, não era ainda, nos seus
primórdios, o que hoje chamamos de cinema. Ele reunia, na sua base de
celulóide, várias modalidades de espetáculos derivadas das formas
populares de cultura, como o circo, o carnaval, a magia e a
prestidigitação, a pantomima, a feira de atrações e aberrações etc.

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(Pré-cinemas & pós-cinemas, p. 44)
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