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Angelise Fagundes; Cleusa Inês Ziesmann (org.

) 237

AMBIENTES PESSOAIS DE APRENDIZAGEM E


COLABORAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Vanessa Ribas Fialho1
Vilson José Leffa2
Alan Ricardo Costa3
André Firpo Beviláqua4

INTRODUÇÃO

A cada dia que passa, temos - o grupo de autores deste


trabalho - a impressão de que os alunos, definitiva e desejavelmente,
aprendem muito mais e além do que “ensinamos”. Certamente esse
“nós”, representado por este grupo, não se limita a estes quatro
autores, mas inclui o conjunto de professores que atuam em cursos
de licenciatura em Letras de Línguas Estrangeiras (LEs), tanto na
modalidade presencial quanto a distância. Ou seja, algo acontece,
felizmente, no processo de formação desses novos professores, que
ajuda, e muito, nos conhecimentos e habilidades desenvolvidos ao
longo do curso, mas que parece escapar ao alcance do professor.
1 Pós-Doutorado em Letras (UCPel - 2016). Doutorado em Linguística Aplicada
(2011). Mestrado em Linguística Aplicada (2005). Graduação em Letras Língua
Espanhola e respectivas Literaturas (UFSM - 2003). Foi professora da Faculdade
Metodista de Santa Maria (FAMES). Atualmente é professora Adjunto da UFSM.
E-mail: vanessafialho@gmail.com
2 Professor Titular da UCPel e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do
CNPq - Nível 1C. Doutorou-se em Linguística Aplicada pela Universidade do
Texas (1984). Mestrado em Letras Inglês e Literatura Correspondente (UFSC
- 1979). Graduação em Licenciatura Português Inglês pela UNISINOS (1976).
Coordenador do GT de Linguística Aplicada da ANPOLL, líder de grupo de
pesquisa do CNPq. E-mail: leffav@gmail.com
3 Mestre em Linguística Aplicada, especialista em Educação a Distância e
Tecnologias Educacionais, graduado em Letras – licenciatura em Espanhol e literaturas
de língua espanhola. Docente no curso de Letras Português/Espanhol e respectivas
literaturas da UFFS - Campus Cerro Largo -RS. E-mail: alan.dan.ricardo@gmail.com
4 Mestrando em Letras (UCPel). Licenciado em Letras Espanhol e Literaturas
Espanholas (UFSM). Tutor a distância no curso Letras Espanhol e Literaturas
Espanholas da UFSM (UaB). E-mail:andre.firpo@gmail.com
238 Construindo a profissão: a formação de professores de línguas e literaturas

Em contrapartida, quando nos colocamos no papel de


alunos, somos extremamente gratos aos professores que tivemos,
por tudo aquilo que eles nos “ensinaram”. E um dos ensinamentos
mais importantes que tivemos foi o de sermos autônomos e de
procurarmos por perguntas e respostas fora da sala de aula, para
depois compartilhá-las com os colegas e professores, em sala de aula,
em orientações ou outros espaços.
Talvez seja isso, com sorte, o que tenhamos feito até o dia
de hoje pelos nossos alunos: ensinar a aprender em outros lugares,
com outras pessoas, ensinar a serem independentes da informação
e do conhecimento que circula nas nossas importantes salas de
aula. Não temos a intenção de advogar pelo fim da sala de aula,
seja ela presencial ou virtual, mas gostaríamos de refletir sobre a
importância de mostrarmos a riqueza e os potenciais que existem fora
dela e de como é importante conhecermos (nós, os professores) as
possibilidades e potencialidades que estão disponíveis a eles (nossos
alunos).
Neste capítulo, então, temos como objetivo tratar dos conceitos
de Ambientes Pessoais de Aprendizagem (APA) e Colaboração em
Massa, assim como propor uma reflexão sobre como esses conceitos
se conectam e retratam a realidade da aprendizagem de quem rompe
as barreiras físicas da aprendizagem limitante da sala de aula. Para
tanto, vamos começar com a abordagem dos sistemas complexos, na
tentativa de contextualizar nossas concepções sobre aprendizagem,
não apenas de forma geral, mas principalmente de forma específica no
que tange à aprendizagem de LEs, com ênfase no ensino de Espanhol
como Língua Estrangeira (E/LE). Vale lembrar, já nestas primeiras
linhas de nossa discussão, que as limitações de espaço deste capítulo
limitam as discussões exaustivas dos temas aqui tratados.

1. OS SISTEMAS COMPLEXOS E A APRENDIZAGEM



Antes de falarmos, efetivamente, sobre os APA, é importante
contextualizar nosso lugar de fala, isto é, a perspectiva teórica que
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nos remete ao uso de APA e que nos faz acreditar na sabedoria das
multidões.
Como muitas pesquisas vêm demonstrando, a aprendizagem
de LEs, bem como a sala de aula, pode ser vista como um sistema
complexo (Larsen-Freeman, 1997; Parreiras, 2005; Braga, 2007;
Vetromille-Castro, 2007; Paiva, 2005, 2006a, 2008, 2009; Leffa, 2009;
Sade, 2009).
Larsen-Freeman (1997), segundo Paiva (2005), foi a primeira
pessoa a tratar da complexidade da aquisição de uma segunda língua
na perspectiva dos sistemas Complexos/Teoria do Caos. A autora
(Larsen-Freeman, 1997) acredita que seja possível acabar com a
visão reducionista dos pesquisadores e das pesquisas feitas sobre
aquisição de segundas línguas se entendermos a dinâmica dos sistemas
complexos, não lineares.
Nessa linha, Paiva (2005) propõe um modelo de aquisição de
segunda língua fundamentado na Teoria dos Sistemas Complexos/
Teoria do Caos, pois defende que os modelos de aquisição até então
debatidos não consideravam a totalidade dos processos envolvidos
na aquisição de uma língua (materna ou estrangeira). Esses modelos
anteriores possuem uma visão fragmentada, que não contempla
a enorme variedade de fatores (biológicos, afetivos, contextuais e
outros) envolvidos no processo de aquisição de línguas. A variação e
a combinação dos fatores não são deterministas, como aponta Paiva
(2005). Aliás, a variação e a combinação desses e de outros fatores é
imprevisível. Sobre a imprevisibilidade, a pesquisadora aponta que

Há evidências suficientes para se advogar que a aprendizagem de


línguas parece ser realmente um sistema complexo adaptativo
– complexo pela dificuldade de descrição e adaptativo pela
capacidade de adaptação às diferentes condições que lhe são
impostas pelo ambiente. A passagem de falante de uma língua
materna para falante de uma segunda língua, ou língua estrangeira,
é algo complexo que acontece entre a ordem total e o caos, ou
seja, a imprevisibilidade. (Paiva, 2005, online).
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Observar a aprendizagem como um sistema complexo


significa abandonar as ideias de algumas teorias anteriores que
possuem hipóteses de que é possível antecipar o resultado da
aquisição, como coloca a professora, já que
Nunca podemos afirmar, com segurança, o que vai acontecer
em um processo de aprendizagem, pois o que funciona para
um aprendiz não é produtivo para outro. Há um conjunto
imprevisível de comportamentos dinâmicos possíveis no contexto
da aprendizagem, pois a criatividade é uma característica dos
sistemas complexos. (Paiva, 2005, online).

Sobre as características dos sistemas complexos, Larsen-


Freeman (1997) assinala que eles são dinâmicos, caóticos, não lineares,
imprevisíveis, sensíveis a condições iniciais, abertos, auto-organizáveis,
sensíveis a feedback e adaptáveis. Além dessas características, os
sistemas complexos possuem atratores estranhos que são fractais
em sua forma. Os atratores, dentro de um sistema complexo, são
aqueles elementos responsáveis pelos comportamentos repetitivos
e periódicos. Por conseguinte, com base em Larsen-Freeman (1997),
consideramos que um atrator é “estranho” em um sistema complexo
porque mesmo que seu ciclo se repita, nunca a repetição se dá da
mesma maneira. Por essa razão, Paiva (2005) não só entende que, no
processo de aprendizagem de línguas, “atratores estranhos” seriam
os diversos fatores que interferem na aprendizagem (interação,
input, materiais, etc.), mas também que os fractais representam
adequadamente tais fenômenos, tendo em vista que eles possuem
padrões complexos, que se repetem e são caracterizados por uma
irregularidade regular, sendo um exemplo clássico de fractal a Curva
de Koch (Gleick, 1990), que remete ao floco de neve.
Os sistemas complexos se comportam de forma diferente
segundo as variedades de condições iniciais e divergem
espontaneamente com o tempo, mesmo que sejam similares. Portanto,
uma pequena alteração nas condições iniciais de um sistema complexo
pode ocasionar grandes consequências no seu comportamento futuro
(Larsen-Freeman, 1997). No caso da aquisição de línguas estrangeiras,
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[...] podemos prever que em contextos formais de aprendizagem


os alunos vão ser capazes de memorizar regras e vocabulário,
mas não podemos prever se todos eles vão adquirir a língua,
isto é, se eles vão se engajar em práticas sociais da linguagem
mediadas pela língua estrangeira. Embora não possamos prever a
quantidade de SL que um aprendiz vai adquirir durante sua vida,
nós podemos prever que, em média, ele será mais proficiente se
tiver a oportunidade de usar a língua em contextos autênticos. O
índice de mudanças, isto é, de aquisição, não é previsível e varia
de acordo com a natureza das interações entre todos os elementos
do sistema de aquisição desse aprendiz [...] (Paiva, 2009, p. 5).

Sobre o fato de os sistemas de aprendizagem serem


dependentes das condições iniciais - ou seja, quando se diz
que o sistema poderá tomar rumos diferentes se as condições
forem diferentes -, Paiva (2009) ressalta que essa característica
também é conhecida como efeito borboleta, no qual “pequenos
comportamentos podem gerar efeitos enormes” (Paiva 2009, p. 6).
O feedback que um aluno recebe pelo seu desempenho (regular)
de um professor, a paixão pelo idioma, os limites do aprendiz, etc.,
são alguns dos muitos aspectos elencados por Paiva (2006a), os
quais podem levar o sistema a caminhos imprevisíveis em efeito
borboleta.
Em suma, a perspectiva que adotamos neste texto é a de
que, para aprender uma LE, não basta estar em sala de aula. É
preciso esquecer a relação linear, direta, cartesiana, de causa-
consequência, entre o ensinar e o aprender. E, para tanto, é preciso
que saibamos, professores e alunos, da riqueza e dos potenciais
que existem fora das quatro paredes da sala de aula. O objetivo
não é desmoralizar a sala de aula, mas ampliá-la e, dessa forma,
expandirmos as possibilidades de aprendizagem de nossos alunos.
É sobre isso que vamos discorrer nas próximas linhas, apresentado
o conceito de Ambientes Pessoais de Aprendizagem.
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2. OS AMBIENTES PESSOAIS DE APRENDIZAGEM (APA)



De acordo com Buchem, Attwell e Torres (2011), o conceito de
APA surgiu com discussões sobre Ambientes virtuais de Aprendizagem
(AVA) e ganhou atenção considerável com a publicação de um
diagrama de Scott Wilson que delineava uma visão futura de AVA.
Desde então, diferentes teorizações, bem como diferentes diagramas
sobre APA foram apresentados.
Buchem, Attwell e Torres (2011) também comentam que
o verbete da Wikipédia sobre a história dos APA data da pesquisa
sobre Inteligência Artificial (AI), em 1976. No entanto, ainda que
essa referência não esteja claramente ligada aos conceitos atuais do
APA, podemos supor, segundo os autores, que os primórdios de tais
ambientes estão nos primeiros anos do século XXI, inspirados nos
trabalhos de Oleg Liber, Dave Tosh, Scott Wilson, Graham Attwell
e Stephen Downes. Além disso, os autores alegam que a primeira
menção registrada de APA como conceito é encontrada em um
artigo de Olivier e Liber, em 2001.
As diferentes concepções de APA se refletem na variedade
de siglas e termos para descrever ambientes de aprendizagem
pessoal ou personalizado, entre eles: APA adaptável, APA móveis,
APA institucionais, Trabalho Pessoal e Ambiente de Aprendizagem,
Portal de Pesquisa Pessoal, etc. (Buchem, Attwell e Torres, 2011).
O que se pode afirmar sobre um APA é que, devido a ele
ser pessoal, variando de pessoa para pessoa, é difícil se ter uma
definição universal. Embora não exista um consenso, há elementos
ou características que são comuns aos APA, como o controle da
aprendizagem pelo aluno, a variedade de recursos digitais e o fato
de os APA servirem de suporte para a aprendizagem ao longo da
vida (Skrabut, 2009).
Um conceito chave nos APA é o de Web 2.0, uma segunda
era da web, mais colaborativa, em que os usuários podem ser mais
ativos. Skrabut (2009) comenta que o advento da Web 2.0 dá o
controle de tarefas para o indivíduo, ou seja, desde o advento de
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sites mais participativos, os usuários ficaram mais independentes,


comprando ingressos online, organizando as próprias viagens,
buscando informações e publicando seus próprios conteúdos em sites
como YouTube, blogs, etc. Castañeda e Adell (2013) lembram que,
num primeiro momento, aprendíamos na tribo ou com familiares,
depois com um professor, com os livros e, a seguir, com a escola.
Esse era nosso APA, do qual não éramos conscientes, segundo os
autores, pela carência de fontes de informação e conhecimento, já
que nossa aprendizagem era centrada no professor. A chegada da
Web 2.0 muda esse cenário, conforme vimos.
Segundo Skrabut (2009), a educação será afetada pelos APA,
pois os aprendizes poderão controlar sua própria aprendizagem.
O autor afirma que um APA está ancorado no construtivismo
e nas teorias de aprendizagem do conectivismo, bem como da
aprendizagem autodirigida, e pode ser uma poderosa ferramenta
se usada da forma correta.
Skrabut (2009) aponta que os APA não são algo em particular,
mas um conceito de usar a tecnologia na aprendizagem. Segundo
ele, cada aluno pode criar o seu ambiente personalizado de forma
a atender suas necessidades. Embora não exista uma definição ou
uma caracterização, há certos elementos que são comuns aos APA.
Segundo o autor, os elementos básicos de um APA são:

um sistema controlado pelo aprendiz; recursos digitais e diversos;


recursos que são agregados em uma área; sistema integrado com
serviços de assinatura; sistema apoiado em aprendizagem ao
longo da vida; sistema que cresce e evolui conforme necessidade
(Lubensky, 2006); e um sistema que permite a interação com outros
(Johnson &Brierley, 2007). De acordo com Downes (2007), APA
e Web 2.0 são para criar conexões, criar conteúdo e disseminar
o controle de recursos. APA requerem duas ações primárias;
manutenção da organização dos recursos e comunicação com
outros aprendizes e comunidades (Johnson & Brierley, 2007)
(Skrabut, 2009, p.4)5.

5 Tradução livre.
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Atwell (2007) considera que os APA podem ser úteis para


a aprendizagem no futuro em função de possíveis mudanças nos
sistemas educacionais atuais e por reconhecer o papel do indivíduo na
organização de sua própria aprendizagem. O autor acredita que um APA
se baseia na ideia de que a aprendizagem poderá ocorrer em diferentes
contextos e situações e não será fornecida de forma unilateral. A
aprendizagem informal ganha destaque nos APA proporcionada
pelas tecnologias emergentes como as advindas do software social.
O autor relaciona em seu texto o termo Lifelong Learning
(Aprendizagem ao longo da vida) aos APA, pois, segundo ele, a
perspectiva dos APA reconhece que a aprendizagem é contínua e
que eles fornecem ferramentas para apoiar essa aprendizagem.
Além disso, nos APA, o papel do indivíduo na organização de sua
própria aprendizagem é fundamental, bem como a ideia de que
a aprendizagem pode e deve ocorrer em diferentes contextos e
situações, ao que o autor chama de aprendizagem informal.
No que tange às tecnologias educacionais, a aprendizagem
informal, segundo Atwell (2007), tem sido deixada de lado se
comparada à aprendizagem formal e a ideia dos APA poderia incluir
todas as aprendizagens (a informal, a que se dá no local de trabalho ou
nas casas, a aprendizagem orientada para a resolução de problemas e
a aprendizagem motivada pelo interesse pessoal e pela aprendizagem
através do envolvimento em programas educativos formais).
Os APA também podem facilitar diferentes estilos de
aprendizagem, conforme Atwell (2007). Ainda que a máxima de
que cada pessoa aprende de uma forma, o autor coloca que as
tentativas de teorizar e classificar tais estilos de aprendizagem não
são muito convincentes. O autor comenta que não acha que possui
um estilo de aprendizagem específico, mas que usa diferentes estilos
de aprendizagem e diferentes inteligências em diferentes contextos,
em diferentes assuntos e em diferentes conhecimentos.
Para o autor (Atwell, 2007), os softwares educacionais, por
exemplo, de forma implícita ou não, aumentam ou restringem
certas abordagens pedagógicas à aprendizagem, pois não existe um
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software pedagogicamente neutro. Assim, um APA pode permitir


que um aprendiz configure e desenvolva seu ambiente personalizado
de aprendizagem que atenda às suas necessidades de acordo com
seu próprio estilo de aprendizagem.
Atwell (2007) também comenta sobre dois desenvolvimentos
em tecnologia que, para ele, são de particular importância para o
desenvolvimento de APA: a computação ubíqua e o desenvolvimento
de software social. Sobre a computação ubíqua, Atwell (2007)
afirma que o termo refere-se a dois desenvolvimentos tecnológicos.
O primeiro é com relação à crescente natureza universal da
conectividade através da Internet com o desenvolvimento de redes
sem fio, bem como a disseminação da banda larga, que deriva em
conectividade, tornando-se disponível em todos os lugares com
conexão. Também se espera que os dispositivos sejam capazes de
procurar e alternar a conexão com redes disponíveis. O segundo
é com relação ao fato de que muitos dispositivos são capazes de
acessar a internet, incluindo dispositivos de comunicação móvel,
como smartphones, mas também vários outros eletrônicos,
eletrodomésticos, ferramentas e máquinas industriais. É preciso
lembrar que o texto de Atwell foi escrito há 10 anos, quando, pelo
menos no Brasil, a realidade era bastante diferente da que temos
hoje com relação à quantidade de aparelhos conectáveis à internet.
Mas, se em 2007 o autor já relacionava que o desenvolvimento
da computação ubíqua poderia oferecer novas oportunidades
para o uso das TIC para a aprendizagem, imaginamos que 10 anos
depois essas oportunidades tenham, pelo menos, se mantido,
mas certamente, crescido em termos de ofertas aos aprendizes.
Atwell (2007) acredita que, com o uso de dispositivos móveis e a
disseminação da conectividade, é possível participar de comunidades
prática (Wenger, White e Smith, 2009), por exemplo.
O autor também comenta que, com o advento da internet,
foi possível desenvolvermos a sala de aula virtual, assim como a
universidade virtual, ancoradas, principalmente, nos Ambientes
Virtuais de Aprendizagem (AVA). Esses ambientes não podem
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reproduzir formas de aprendizagem pautadas na sala de aula


presencial. É preciso, segundo Atwell (2007), usar as potencialidades
do meio eletrônico e criar uma forma específica de aprendizagem
virtual, ou seja, permitindo e incentivando ações como criar,
compartilhar, participar de grupos online, publicar. Sobre esse tema,
o autor antecipa uma possível pergunta dos leitores: O que isso tem
a ver com a aprendizagem? E responde: depende das definições de
aprendizagem que temos. Se cremos que a aprendizagem ocorre
apenas dentro de uma instituição e é conduzida por professores
qualificados, então, tem pouca relação. Mas, por outro lado, se
entendermos que a aprendizagem é uma atividade intencional que
leva a mudanças, então, tem muita relação.
Antes de seguirmos com o tema, dando exemplos de como
é um APA e de que forma podemos tirar proveito deles, parece-
nos importante falarmos sobre a colaboração em massa, tema já
apresentado e debatido em Fialho (2008) e que legitimam o uso
dos APA.

3. COLABORAÇÃO EM MASSA

Paiva (2006b) traz a tona o conceito de inteligência coletiva,


cunhado por Lévy em 1998, quando fala sobre comunidades virtuais,
e afirma que tal conceito “está assentado no princípio de que o saber
está contido na humanidade e não nos indivíduos, pois ninguém
sabe tudo, mas todos sabem alguma coisa” (Paiva, 2006b, p. 2). Um
dos exemplos apresentados pela autora é o da Wikipédia, produto
digital e fruto da inteligência coletiva, constantemente em processo
de construção colaborativa por internautas do mundo todo.
Wenger, White e Smith (2009) apontam que o uso das
tecnologias beneficia não só a formação de comunidades, mas
também o relacionamento entre elas. Tais autores apontam que é
possível que o conceito de comunidade esteja mudando exatamente
em função do uso da tecnologia, isto é, as comunidades estão
conhecendo uma tecnologia mais complexa e, assim, criando um
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habitat digital. Em comunidade, segundo os autores, as pessoas


aprendem sobre pessoas e com as pessoas. Há, então, uma influência
da tecnologia nas comunidades e das comunidades na tecnologia,
pois necessidades geram tecnologias, que guiam novas práticas.
A perspectiva apontada por Wenger, White e Smith (2009)
sobre “aprender de forma coletiva” é uma das muitas que estão
sendo usadas para relacionar o conhecimento criado por um grupo
de pessoas em redes sociais ou em comunidades virtuais, formando
um coletivo inteligente. Outros autores seguem na mesma linha,
como Tapscott e Williams (2007), que defendem a existência de uma
“colaboração em massa”, Surowiecki (2006) que argumenta que
temos uma “Sabedoria das multidões”, e Lévy (2010) que discute
a “Inteligência coletiva”. De forma mais completa, Fialho (2008)
faz um levantamento dos conceitos de sabedoria das multidões e
de colaboração em massa, para apresentar o blog e o wiki como
ferramentas úteis para a formação continuada de professores de
línguas estrangeiras.
Um dos pontos destacadas por Fialho (2008) é o defendido
por Surowiecki (2006) sobre a “Sabedoria das multidões”. A esse
respeito, o autor narra a história de Francis Galton, cientista britânico
que fez uma experiência de improviso em uma feira rural na cidade
de Plymouth. Na experiência, como parte de uma das atrações da
feira, os participantes deveriam arriscar a estimativa do peso de
um boi. De acordo com Surowiecki (2006), as oitocentas pessoas
que apostaram eram de diversas profissões e idades, alguns com
algum conhecimento sobre gado e outros sem conhecimento algum.
Galton pegou as 800 estimativas sobre o peso do animal e fez testes
estatísticos, descartando 13 estimativas com letra ilegível. Um dos
testes foi o de somar as estimativas com relação ao peso e dividir
pelo número de pessoas, chegando à média que representava a
sabedoria coletiva das pessoas que estavam na feira de Plymouth.
Essa sabedoria coletiva errou o peso do gado em apenas meio quilo
para menos do que o animal realmente pesava. Nesse contexto,
Surowiecki (2006) afirma que “sob as circunstâncias corretas,
248 Construindo a profissão: a formação de professores de línguas e literaturas

grupos são impressionantemente inteligentes, e frequentemente


são mais inteligentes que a pessoa mais inteligente em seu interior”
(Surowiecki, 2006, p. 12). E ainda coloca que, “Na maioria das coisas,
a média é mediocridade. Na tomada de decisões, frequentemente,
é excelência. Você poderia dizer que é como se tivéssemos sido
programados para ser coletivamente inteligentes” (Surowiecki,
2006, p. 32).
A perspectiva de Surowiecki (2006) relaciona-se com a
proposta de Tapscott e Williams (2007) sobre a colaboração em
massa. Com relação à internet, tais autores afirmam que “[...]
mudanças profundas na natureza da tecnologia, da demografia
e da economia global estão fazendo emergir novos e poderosos
modelos de produção baseados em comunidade, colaboração
e auto-organização, e não em hierarquia e controle” (Tapscott e
Williams, 2007, p. 9). Reunir o conhecimento “de milhões (se não
bilhões) de usuários de maneira auto-organizável demonstra como
a colaboração em massa está transformando a nova web em algo
que não difere muito de um cérebro global” (Tapscott e Williams,
2007, p. 57).
Exemplos reais e atuais de colaboração em massa destacados
pelos autores são Myspace, YouTube, Linux, Wikipédia. Nas palavras
dos autores,

o simples fato de participar de uma comunidade online é uma


contribuição para os espaços digitais públicos – seja fazendo
negócio com a Amazon, produzindo um vídeo para o YouTube,
criando uma comunidade em torno da sua coleção de fotos no
flickr ou editando o verbete sobre astronomia na Wikipédia.
(Tapscott e Williams, 2007, p. 30)

Acreditamos que esta seção, brevemente dedicada a


apresentar o conceito de colaboração em massa, é importante para
entendermos os potenciais dos APA e da relevância de incluirmos, nos
ambientes de aprendizagem personalizados, as instâncias coletivas de
interação, sejam elas as redes sociais ou projetos como a Wikipédia.
Angelise Fagundes; Cleusa Inês Ziesmann (org.) 249

4. COMO É UM AMBIENTE PESSOAL DE APRENDIZAGEM?

Especificamente sobre esse tema, Atwell (2007), em seu


texto, abre uma seção exatamente com a pergunta “Como é um
Ambiente Pessoal de Aprendizagem?”. Nossa intenção, nesta
seção, será a de expor as características de um APA e relacioná-las
à aprendizagem de línguas estrangeiras.
Um APA, segundo as definições que vimos ao longo das
páginas deste capítulo, é um ambiente formado por diferentes
ferramentas que usamos cotidianamente para a aprendizagem,
e muitas dessas ferramentas são baseadas em software social,
potencialmente inteligentes, como vimos nas ideias defendidas
anteriormente sobre a colaboração em massa.
O software social, para Atwell (2007), proporciona conexão
e colaboração entre os usuários. A conexão se dá entre redes de
pessoas, de conteúdos e de serviços, ou seja, é, afinal de contas, o
que conhecemos como Web 2.0 (esse tema, relacionado às línguas
estrangeiras, já foi amplamente debatido em Fialho, 2008 e 2009
e em Costa e Fialho, 2011 e 2017).
Atwell (2007) defende que a ideia de um APA é a de que ele
deve agregar diferentes serviços. Nesse conceito, o autor apresenta
uma lista de softwares que ele usa em seu APA: Processador de
textos; e-mail; Diário para gerenciar o trabalho e compartilhar com
outros, conectado ao seu site; Áudio para fazer podcasts; Editor de
vídeo para fazer apresentações multimídia; Weblog para vários blogs
com os quais contribui; Sistema de gerenciamento de conteúdo
para a criação de sites, Weblog Pessoal; Programa de edição de
foto; Serviço de compartilhamento de fotos; Navegador Web;
Serviço de compartilhamento de favoritos; Serviço de Publicação de
podcast; Software de apresentação; Página de notícias; Programas
de mensagens instantâneas e VOIP; Buscadores; Cliente FTP para
compartilhamento de arquivos multimídia.
Além desses, o autor também relaciona outros aplicativos
de edição de gráficos e uma série de outros serviços de diferentes
250 Construindo a profissão: a formação de professores de línguas e literaturas

empresas de software social, bem como o próprio sistema


operacional para gerenciar e armazenar arquivos.
Sobre os componentes de um APA, de forma um pouco mais
sistematizada que a de Atwell (2007), Castañeda e Adell (2013)
afirmam que os primeiros componentes são de consumo e são
as ferramentas (newsletters, blogs, canais de vídeo, lista de RSS,
etc.), os mecanismos (buscas, curiosidades, iniciativa, etc.) e as
atividades para ler (apresentações, leitura, revisão de manchetes,
acessar audiovisuais). Em segundo lugar, integramos às primeiras
atividades as atividades de modificar a informação. Assim, entram
as Ferramentas (blogs, caderno de anotações, canal de vídeo, site
de publicação de apresentações visuais, páginas web), mecanismos
(síntese, reflexão, organização, estruturação, etc.) e atividades para
fazer/refletir fazendo (criação de um diário de trabalho, fazer um
mapa conceitual, publicar um vídeo próprio, etc.). Em terceiro
lugar, com foco na ação social, entram as ferramentas (fermentas
de software social, atividades em rede, páginas de redes sociais, ou
seja, ferramentas com uma rede social subjacente), mecanismos
(assertividade, capacidade de consenso, diálogo, decisão, etc.) e
atividades para compartilhar e refletir em comunidade (encontros,
reuniões, fóruns, discussões, congressos, etc.)
O que se percebe com estas colocações é que lidamos
diariamente com várias fontes, mecanismos e atitudes para
aprender relacionadas anteriormente. Além disso, vemos o foco
na parte social do ambiente de aprendizagem e na importância
de aprendermos com os outros, na direção do que se propõe
a colaboração em massa. Mas, agora, vejamos como isso pode
ocorrer na aprendizagem de línguas.
Marzari (2014), em sua tese, defende que a língua
que se aprende em um Curso de Licenciatura em Letras, por
exemplo, não decorre apenas do ensino que professor/instituição
proporcionam. A autora defende que várias tecnologias digitais
influenciam a formação indenitária de professores, bem como
sua aprendizagem. Nessa perspectiva, então, podemos relacionar
Angelise Fagundes; Cleusa Inês Ziesmann (org.) 251

a tese de Marzari com a formação de APA para a aprendizagem


de LE. Como professores de línguas e, como já registrado nas
linhas introdutórias deste capítulo, entendemos que algo ocorre
na aprendizagem de nossos alunos e que isso acontece, muitas
vezes, fora da sala de aula.
Nós, professores e aprendizes, precisamos pensar na
riqueza dos materiais que existem nos componentes elencados
por Atwell (2007) e Castañeda e Adell (2013) para aprender
línguas estrangeiras. As possibilidades e as potencialidades são
inúmeras: blogs, ferramentas de web conferência, canais de
vídeos como o YouTube, sites de publicação de arquivos, redes
sociais, dicionários colaborativos, enciclopédias colaborativas,
podcasts, portais educacionais, etc.
Os APA, tal e como os defendemos aqui, como um espaço
pessoal mediado por ferramentas tecnológicas que exteriorizam
e relacionam conhecimento com outros pares conectados
por meio da Web 2.0, acompanham a aprendizagem formal e
informal. Assim, precisamos estimular nossos alunos a aprender
em outros lugares, com outras pessoas, a serem independentes
da informação e do conhecimento que circula nas nossas
importantes, mas limitadas salas de aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O espaço para nossas discussões chegou ao fim, mas muita
coisa ainda precisa ser pesquisada, registrada, avaliada, analisada,
enfim. Esta é a nossa primeira tentativa de sistematizar, em um
capítulo, os APA e tentar direcioná-los à aprendizagem de línguas
estrangeiras.
Ao apresentar este capítulo, tínhamos como objetivo abordar
os conceitos de APA e de Colaboração em Massa na tentativa de
ponderarmos como esses conceitos se cruzam e simbolizam a
aprendizagem de muitos aprendizes. Para tanto, contextualizamos,
252 Construindo a profissão: a formação de professores de línguas e literaturas

em nossa abordagem aos sistemas complexos, nossas concepções


sobre aprendizagem de línguas estrangeiras.
Ao finalizar nossas reflexões, nesta etapa da pesquisa sobre
APA, demo-nos conta de que ainda temos de focar nossa observação
na importância da autonomia do aluno. O que refletimos por aqui é
que o aluno autônomo, guiado pelo professor, tem grandes chances
de construir um APA que o direcione a uma aprendizagem complexa,
com características de um sistema complexo, como apresentamos
anteriormente.
O conceito de autonomia relacionado ao conceito de
aprendizagem também é fortalecido nas práticas da Web 2.0 quando
temos espaços democráticos de colaboração e a possibilidade de
aprendermos com recursos gratuitos e que atendam às nossas
necessidades. Assim, vemos a importância das práticas da Web 2.0,
as quais permitem que a Internet seja usada para criar e compartilhar
informações e conhecimentos e não apenas para acessá-los. Na
educação também se reduz a divisão estática entre produtores e
consumidores de informações e conhecimentos, prática essa tão
desejada por professores que gostariam de ter em seus alunos
produções cada vez mais autênticas e cada vez menos copiadas.
Nesse sentido, como vimos nas ideias apresentadas sobre a
aprendizagem como um sistema complexo, não há aprendizagem
unilateral, vinda apenas do professor, assim como é possível aprender
com coletivos inteligentes, pensando no que foi apresentado sobre
a colaboração em massa.
O desenvolvimento e o apoio a APA implicam uma mudança
radical, não apenas na forma como utilizamos a tecnologia educativa,
mas também na organização e no ethos da educação (Atwell, 2007).
Um APA proporciona mais responsabilidade e mais independência
para os alunos. Temos como tarefa essencial redesenhar o equilíbrio
entre aprendizagem institucional e aprendizagem informal, para
além das quatro paredes da sala de aula.
Angelise Fagundes; Cleusa Inês Ziesmann (org.) 253

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