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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO

Disciplina de Metrologia

Aluno: Igor Davi Almeida Carlos


CPF: 129.075.354 - 71

Esquadro e balança

1.Introdução

Antes de analisar as particularidades desses instrumentos se faz


necessário entender o seu contexto histórico e para qual finalidade foram
criados ou adaptados com isso desenvolveu-se uma breve contextualização
dos instrumentos de medição que será exposto abaixo:

1.1 Contexto histórico da Balança

De acordo com Schneider (2012) as balanças foram desenvolvidas nos


tempos da antiga civilização egípcia na qual o equipamento usava-se para medir
a massa de um objeto a partir de uma massa padrão. Como podemos observar
na Figura 1, as primeiras balanças eram formadas por um travessão e um eixo
central, o qual possuía um prato em suas extremidades. Quando o travessão se
encontrava equilibrado, era possível saber o peso do objeto

Figura 1- Primeiras balanças da história

Fonte: Albuquerque (2019)


Ao passar dos anos as balanças foram se modernizando buscando sua
maior eficiência e precisão nos resultados, com isso atualmente as balanças são
classificadas de acordo com seu funcionamento podendo ser definidas como
mecânicas e eletrônicas. As mecânicas por sua vez seguem o mesmo princípio
que o inventado pelos egípcios, porém com outros modelos que buscaram
aperfeiçoar o funcionamento, já as eletrônicas de acordo com as notas de aula
do departamento de engenharia mecânica da UFPR (2015) surgiram em
decorrência de elementos e circuitos eletrônicos, na qual foi possível aperfeiçoar
os diversos tipos de balanças, além do desenvolvimento de novos sistemas de
pesagem.

Na atualidade as balanças mecânicas estão ficando cada vez mais em


desuso, isso porque as eletrônicas permitem uma precisão maior nos resultados
diminuindo os erros possíveis. Para atender as diversas áreas que as balanças
são utilizadas alguns tipos foram desenvolvidos como a balança analítica, a
balança de precisão, a balança industrial, a balança rodoviária e a
antropométrica.

1.2 Contexto histórico do esquadro


O desenvolvimento do esquadro se deu na Inglaterra quando grandes
monarcas durante o século XVI precisava de conhecimentos matemáticos para
auxiliar na expansão de territórios, isso porque os donos de terras procuravam
cada vez mais maneiras de medir e demarcar suas propriedades. Foi nesse
contexto que o matemático Leonard Digges desenvolveu um documento no qual
apresentou esse instrumento de medição que possibilitava ser um objeto de
estudo e interface entre história e ensino da matemática (PAULINO, 2020).

Porém em seu tratado Digges não ensina a fabricação desse instrumento


isso porque já era muito comum na época sua utilização, mas não de forma mais
sofisticada. Ele apenas apresenta as particularidades desse instrumento e
nomeia cada componente como podemos analisar na Figura 2.
Figura 2- Esquadro L

Fonte: Digges (1605,XX, p.1)

2. Objetivo
O referente relatório tem por objetivo apresentar as principais
particularidades da balança e do esquadro que são instrumentos de medição
bastantes comuns no nosso cotidiano, porém as vezes pouco bem interpretado
quando é feito a leitura o resultado obtido.

3. Desenvolvimento

3.1 Balança

As balanças tem seus funcionamentos diferentes de acordo com seu tipo,


porém nesse relatório vamos focar apenas nas balanças mecânicas e
eletrônicas mais comuns apresentando seu funcionamento para obtenção dos
resultados apropriados.

3.1.1 Balança de dois pratos

Esse tipo de balança se classifica como mecânica e pode ser considerada


um dos primeiros modelos de balança desenvolvido. Seu principio de
funcionamento é baseado na comparação entre dois objetos, um deles sendo
uma massa conhecida.

A balança de dois pratos é composta por uma base, um sistema de trava


ou destrava, uma escala de fundo na qual pode-se observar no meio dessa
escala a ponta do fiel da balança, as hastes, os pratos e seus respectivos
suportes, o travessão que é dividido em partes iguais definidos como braços,
barra amortecedora do travessão, os prismas que seguram os pratos e a marca
do centro da balança onde se apoia o travessão.

Podemos observar de forma ilustrativa todos os componentes citados


acima na Figura 3 e sua respectiva legenda.

Figura 3- Componentes da balança de dois pratos

Fonte: Adaptado de Afonso (2004)

LEGENDA

A Base da balança

B Sistema de trava ou destrava

C Escala de fundo

D Haste da balança

E Pratos

F Suportes de pratos

G Travessão

H Barra amortecedora do travessão

I Prismas dos suportes dos pratos

J Marca de localização do apoio central

Para a obtenção dos resultados nesse tipo de balança, é necessário


estabelecer uma condição de equilíbrio nas alavancas. Esse estado de
equilíbrio mecânico é obedecido devido as seguintes condições: a resultante
das forças que agem sobre o corpo deve ser nula e o momento resultante das
forças que agem sobre o corpo também deve ser nulo.

A leitura do resultado se faz da seguinte maneira em um dos pratos da


balança se coloca massas conhecidas chamadas de pesos padrão (Figura 4) e
no outro prato é colocado o objeto que será pesado, com isso assim que a
alavanca se encontra em estado de equilíbrio soma-se os pesos padrões
adicionados.

Figura 4- Pesos Padrão

Fonte: Confiantec, (2022)

Podemos fazer um exemplo de leitura através da figura 5 na qual três


pacotes de farinha precisam ser pesados então usou-se dois pesos padrão um
com 500g e outro com 100g com isso através de uma equação simples
determinamos que o peso dos três pacotes é de:

𝑋 = 𝑃𝐸𝑆𝑂 1 + 𝑃𝐸𝑆𝑂 2

𝑋 = 500𝑔 + 100𝑔

𝑋 = 600𝑔
Figura 5- Exemplo de pesagem em uma balança

Fonte: CECIERJ (2022)

3.1.2 Balança de um prato

A balança de um prato conhecidas também como balanças de um prato e


dois cutelos ou eletromecânicas, é um instrumento derivado da balança de dois
pratos desenvolvida em 1946 por Erhart Mettler o seu primeiro modelo. Mesmo
com o preço elevado das primeiras unidades o instrumento começou a se
popularizar por ser mais conveniente e substituiu rapidamente os modelos de
dois pratos ao decorrer dos anos 60 (AFONSO, 2004).

O equipamento é composto por um sistema de trava-destrava, freio


amortecedor do prato, prato da balança, pesos cutelo do jogo de pesos e do
prato, travessão, cutelo central, contrapeso e escala ótica graduada. Podemos
observar todos esses componentes na Figura 6 abaixo que representa o
esquema de funcionamento do instrumento e sua respectiva legenda.

Figura 6- Componentes da balança de um prato

Fonte: Adaptado de Afonso (2004)


Legenda
A Sistema de trava-destrava
B Freio amortecedor do prato
C Prato da balança
D Pesos
E Cutelo do jogo de pesos e do prato
F Travessão
G Cutelo central
H Contrapesos
I Escala ótica graduada

De acordo com Afonso (2004), o que difere esse tipo de balança da


anterior é a substituição de um dos pratos e sua suspensão por um contrapeso,
no qual estão suspensos sobre um eixo preso ao suporte do outro prato, são
manipulados por um botão. Quando a balança está em repouso, todos os pesos
estão colocados em posição no eixo. Ao se colocar um objeto sobre o prato da
balança, os pesos são removidos do eixo para compensar a massa do objeto. A
pesagem completa-se quando o travessão estiver novamente na posição de
repouso. A leitura do deslocamento do travessão é feita em uma escala ótica
calibrada para a leitura de valores inferiores a 100 mg. A pesagem, portanto, é
feita por substituição (método de Borda) em balança de carga constante (por
conseguinte, a sensibilidade não varia). Esta balança ainda está em uso em
muitos laboratórios.

3.1.3 Balança Eletrônica

Diante do avanço tecnológico as balanças não ficaram de fora, a


modernização do mecanismo no qual saiu do mecânico e passou a utilizar um
sistema eletrônico. O funcionamento mais eficaz, a minimização de erros de
medição e a menor sensibilidade à vibração fez-se o equipamento disseminar.

Um dos benefícios relacionados a esse equipamento é o menor número


de componentes que a compõe, isso porque a balança eletrônica é composta
pelo prato da balança, corrente, processador, sensor, bobina, visor digital, peso
interno para calibração. Podemos observar como esses componentes se
comportam na montagem da balança na Figura 7 e sua respectiva legenda.
Figura 7- Componentes da balança digital

Fonte: Adaptado de Afonso (2004)

Legenda
A Prato da balança
B Peso interno para calibração
C Corrente
D Processador
E Visor digital
F Sensor
G Bobina

Para utilização desse equipamento é muito simples de acordo com Afonso


(2004) a operação é realizada em uma única etapa permite a leitura no resultado
no visor digital, da massa do objeto colocado no prato. Para obter ainda mais
precisão e diminuir o contato do objeto com o instrumento para não o danificar
as balanças possui o recurso da tara, que permite compensar a massa do
recipiente, permitindo a leitura direta da massa do material adicionado.

Nos laboratórios houve uma necessidade de possuir uma balança com


uma precisão ainda mais consistente que as balanças digitais utilizadas no
cotidiano. Com isso foi desenvolvido as balanças analíticas na qual cobre faixas
de leitura da ordem de 0,1 μg a 0,1 mg, algumas já estão bastante aperfeiçoadas
que até dispensam o uso de salas especiais para a pesagem (ANDRADE e
CUSTODIO, 2000).

Por motivos de ser mais especifica e mais desenvolvida esse instrumento


possui alguns componentes a mais que os componentes das balanças
eletrônicas eventuais. Podemos observar na figura 8 e sua legenda dos
principais itens que compõe esse tipo de balança.
Figura 8- Componentes da balança analítica

Fonte: Biovera (2019)

LEGENDA
1 Balança Analítica completa
2 Nível bolha
3 Protetor contra vento
4 Display LCD
5 Teclas funções
6 Pés reguláveis

Portanto, são utilizadas para ensaios que requerem uma pesagem mais
precisa, estas balanças possuem capelas de proteção de ventos para evitar que
haja interferência durante a pesagem. São ideais para uso em laboratórios de
farmácia de manipulação e indústria farmacêutica, análises clínicas e institutos
de pesquisas.

3.1.4 Cuidados e conservação

O uso da balança, independente do modelo, exige uma série de cuidados


para que o resultado seja confiável e a durabilidade do instrumento seja elevada;
isto inclui a eliminação de possíveis fontes de erros nas pesagens empuxo, efeito
de temperatura, eletricidade estática.

3.2 Esquadros

É um instrumento em forma de ângulo reto, construído de aço, ou granito.


Usa-se para verificação de superfícies em ângulo de 90º, esse instrumento é
muito comum assim como a balança citada nos tópicos acima, isso por que
muitas profissões utiliza-o para desenvolvimento de objetos que necessitam de
medições mais precisas.
Os esquadros podem ser classificados pelo seu formato como:

• Esquadro simples;

Figura 9 - Esquadro simples

Fonte: Antenor (2017)

• De base com lâmina lisa;

Figura 10- Esquadro De base com lâmina lisa

Fonte: Antenor (2017)

• Com lâmina biselada

Figura 11- Esquadro com lâmina biselada

Fonte: Antenor (2017)

Mas também podem ser classificadas pelo seu formato:

• Esquadros em L
São esquadro que como o próprio define possui um formato de uma letra
L como podemos observar na Figura 9. Conhecido como esquadro de
carpinteiro o esquadro possui uma angulação de 90° podendo ser fabricado
de diversos materiais e tamanhos sendo utilizados na carpintaria e também
no âmbito de construções civis.

• Esquadro em T

É um instrumento utilizado para o traçado de retas paralelas,


perpendiculares e oblíquas. É utilizada com o apoio para o par de esquadros
para o traçado destas linhas (MONTENEGRO, 2001). É utilizado
principalmente em desenho técnico.

Feita em material industrializado, as réguas T possuem cabeçote em


plástico resistente. Atualmente são pouco utilizadas pelos profissionais e
estudantes de engenharia em função do avanço da informatização na
realização dos diversos tipos de projetos.

• Par de esquadros

O par de esquadros é um instrumento que permite traçar retas com ângulos de


30º, 45º, 60º, 90º. Podemos ainda desenhar e construir outros ângulos pela
combinação dos esquadros que compõem o par de esquadros. Esse par de
esquadros é também conhecido como um “jogo de esquadros” e é composto por
dois esquadros diferentes com os seguintes ângulos: um de 45°/45°/90° e outro de
30°/60°/90° como podemos verificar na Figura 10.

Figura 12 - Par de esquadros

Assim como nas réguas, os esquadros podem ter ou não graduação de


medidas. para o desenho técnico de edificações é preferível que utilizemos
os esquadros sem graduação, pois as medidas serão lidas e transferidas com
o auxílio do escalímetro, conforme veremos adiante.

3.2.1 Cuidados e conservação

Para maior durabilidade do equipamento é necessário manter os esquadros


livres de batidas, conservá-los sem rebarbas, limpos, também é importante
lubrificá-los (exceto o esquadro de granito) e guardá-los em lugar onde não haja
atrito com outras ferramentas.

4. Conclusão
Ao decorrer dos anos o avanço da metrologia trouxe também
instrumentos que já eram utilizados na antiguidade para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento. Com o avanço tecnológico a padronização dos instrumentos e
as mudanças nos materiais foram implementados ganhando cada vez mais
espaço no mercado. Mesmo a balança e o esquadro sendo bastante comum no
cotidiano da sociedade ainda acontece alguns erros ocasionados pelo mal uso
dos equipamentos ou por não saber fazer as leituras adequadas.

Portanto vale ressaltar a importância desses instrumentos para a


sociedade contemporânea cada um com suas particularidades, seja a balança
sendo a mais utilizada como instrumento de medição de massas na sociedade
ou o esquadro como o instrumento que entra nos principais instrumentos do
desenho técnico.

5. Referências
SCHNEIDER, Cristian Luis. Desenvolvimento de um sistema de pesagem na
expedição a granel. 2012
Medidas das massas, 2015. Notas de Aula. Digital
DE SOUSA PAULINO, Sabrina; ARGEMIRO FILHO, Carlos Ferreira; PEREIRA,
Ana Carolina Costa. Alguns aspectos contextuais da régua e do esquadro de
carpinteiro no tratado A Booke Named Tectonicon (1556) de Leonard Digges.
Boletim Cearense de Educação e História da Matemática, v. 7, n. 20, p. 170-
180, 2020.
AFONSO, Júlio Carlos; SILVA, Raquel Medeiros da. A evolução da balança
analítica. Química Nova, v. 27, p. 1021-1027, 2004.
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgar Blucher,
2001.
ANDRADE, J.C; CUSTODIO, R. O Uso da Balança Analítica. Revista
Chemkeys, (3), 1-3, 2000.

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