Você está na página 1de 2

Economia Monetária - Teste 5

Isabelly da Silva Passos

Questão 1. Keynes, ao formular sua teoria dos preços, procurou superar determinados
aspectos da Teoria Neoclássica quanto à determinação dos preços. Ele demonstrou que -
diferentemente da Teoria Quantitativa da Moeda - nem todo aumento da quantidade de
moeda se converte em aumento dos preços. Para tanto, Keynes afirmou que, dado as
condições técnicas dos equipamentos, o nível geral de preços dependerá da escala de
produção global e da unidade de custo ao mesmo tempo que “o nível geral dos preços
dependerá [...], em parte, da unidade de salários, e, em parte, do volume de emprego”
(KEYNES, 1996, p.279). Nessa ótica, Keynes concluiu que a ação conjunta das forças
de oferta e de demanda são responsáveis pela determinação do nível geral de preços.
Dado o pressuposto de que a remuneração dos fatores de produção variam de acordo
com a unidade de salário, Keynes afirma que o aumento da quantidade de moeda
divide-se entre emprego e preço. Enquanto a economia não estiver no nível do pleno
emprego o aumento da quantidade de moeda se traduz em aumento do nível de
emprego, por outro lado, ao atingir o pleno emprego o aumento na quantidade de moeda
passa a afetar o nível de preços da economia. Entretanto, a economia não funciona com
pleno emprego, o que provoca a existência de “complicações”. Keynes descreve cinco:
(i) “A demanda efetiva não variará em proporção exata à quantidade da moeda”
(KEYNES, 1996, p.280); (ii) haverá rendimentos decrescentes de escala; (iii) a oferta de
certos bens serão inelásticas; (iv) “a taxa de salários tenderá a subir antes que o pleno
emprego seja alcançado” (KEYNES, 1996, p.280); e (v) as remunerações dos fatores
não variam na mesma proporção.

Questão 2. Segundo Marx, o ponto de partida para a determinação dos preços é o valor,
ou seja, a quantidade de trabalho socialmente necessária para a produção de uma
mercadoria. A segunda determinação dos preços é a formação da taxa média de lucro -
que está diretamente relacionada com a massa de mais-valia produzida pelo conjunto
dos trabalhadores. Sob esta ótica, a formação dos preços das mercadorias não é
determinada pela oferta e procura, mas pela lei do valor e formação da taxa média de
lucro. Sobre isto, Marx (1984, p. 138) afirma: “onde o tempo de trabalho exigido para
produzi-las (as mercadorias) diminui, os preços caem; onde ele sobe, sobem os preços,
com as demais circunstâncias constantes”.
À medida que a procura se generaliza, os diferentes valores individuais tendem a se
equalizar em um valor social ou valor de mercado. Posteriormente, com o
desenvolvimento do capitalismo, o valor de mercado será substituído pelo preço de
produção, sendo este “o centro em torno do qual giram os preços cotidianos de
mercado” (Marx, 1984, p.139). Assim, Marx (1984) define que a oferta e a procura
regulam os desvios dos preços de mercado em relação ao valor de mercado. A
coincidência entre oferta e procura é apenas uma causalidade, sendo a equivalência
entre valor de mercado e preço de mercado sujeita a essa causalidade.
Ademais, oferta e procura são reguladas pela necessidade social pelo bem. Caso o
quantum de mercadoria produzido coincida com a necessidade social, então preço de
mercado e valor de mercado serão iguais. Por outro lado, caso o quantum de mercadoria
seja inferior ou superior a necessidade social, então as condições de oferta e procura
regularão o desvio dos preços de mercado em relação aos valores de mercado. Portanto,
Marx discorre que a formação dos preços de equilíbrio é regulada pela lei do valor,
enquanto a oferta e procura regulam apenas os desvios dos preços de mercado em
relação ao valor de mercado.
Referências Bibliográficas:
KEYNES, John. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo:
Editora Nova Cultural Ltda, 1996.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro III: o processo global de
produção capitalista. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1984, v.3.

Você também pode gostar