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“Introdução à Macroeconomia”

Exercícios de Revisão:

1. Quais os três principais objetivos da macroeconomia?

Usualmente, os objetivos da macroeconomia são agrupados em torno de três grandes temas:


Taxa de crescimento do produto, Taxa de desemprego (nível de emprego elevado) e Índice de
preços.

Taxa de crescimento do produto: um dos objetivos da política macroeconómica é tentar


alcançar essa produção máxima. Mais ainda, a taxa de crescimento do produto deve ser
elevada, por forma a se alcançar o rendimento de pleno emprego num espaço de tempo, o
mais reduzido possível.

Taxa de desemprego: Relacionado com este objetivo, surge o segundo objetivo


macroeconómico: nível de emprego elevado, ou seja, taxa de desemprego baixa. A análise
keynesiana é, basicamente, uma análise de curto prazo. Como tal, podemos afirmar que há
uma relação direta entre crescimento do produto e crescimento do emprego, ou seja, redução
do desemprego. De facto, no curto prazo, nem os recursos, nem a tecnologia sofrem alteração,
pelo que, um nível de produto mais elevado significa que, para a mesma tecnologia, se estão a
utilizar mais recursos; de entre eles, está o fator trabalho, o que nos leva a concluir que o
emprego aumenta. Assim, o objetivo é reduzir a taxa de desemprego até ao mínimo possível,
que é a taxa natural de desemprego (taxa de desemprego correspondente ao rendimento de
pleno emprego, como iremos analisar em capítulos posteriores).

Índice de preços: O terceiro objetivo macroeconómico é a estabilidade do índice de preços.


Por outras palavras, pretende-se que a taxa de inflação (medida pela taxa de crescimento do
Índice de Preços no Consumidor – IPC) seja baixa. Com efeito, a inflação gera desigualdades
sociais, já que não afeta de igual modo toda a população. Por exemplo, os indivíduos que têm
rendimentos fixos (como os reformados) ficam mais prejudicados, porque o valor real desses
rendimentos diminui. Deste modo, a estabilidade do nível de preços é um objetivo a atingir, já
que isso faz com que o sistema de mercado funcione com maior transparência e maior
eficiência.

2. Enuncie e analise algumas das hipóteses da teoria neoclássica.


A aceitação da lei de Say que diz que "a oferta cria a sua própria procura", isto é, a
análise é feita pelo lado da oferta, da produção. As empresas não necessitam de
planear o que produzir; basta produzirem que o mercado irá absorver toda a sua
produção.
Os equilíbrios nos três mercados da economia são parciais e totalmente compatíveis.
O equilíbrio era sempre de pleno emprego.
Preconizavam a não intervenção governamental.

3. Enuncie e analise algumas das hipóteses da teoria keynesiana.


Rejeição da lei de Say Keynes alterou o eixo da análise, considerando que esta tem de
ser feita do lado da procura, através do ajustamento da produção à procura planeada
dos consumidores. Surge, então, o conceito de procura agregada planeada.
a valorização do consumo: a denominada lei psicológica de Keynes considera que, para
além da análise dever ser feita do lado da procura, deve ser dada particular relevância
a uma das suas componentes: o consumo. Deste modo, as empresas, antes de
produzirem, devem estimar qual o consumo 9 das famílias para o próximo período,
produzindo em conformidade com essa previsão feita.
Os equilíbrios nos três mercados não são automaticamente compatíveis; têm de ser
compatibilizados ao contrário dos neoclássicos, Keynes considerava que os equilíbrios
nos mercados real, monetário e de trabalho tinham de ser compatibilizados. Deste
modo, o equilíbrio no mercado de bens e serviços, traduzido pela função IS,
conjuntamente com o equilíbrio no mercado monetário, traduzido pela função LM,
permitiam a definição da curva de procura agregada (AD). A conjugação do equilíbrio
no mercado de trabalho com a função de produção, permitia a definição da curva de
oferta agregada (AS). O equilíbrio da economia (a preços variáveis) resultava da
conjugação das funções procura e oferta agregadas. No entanto, podia haver uma
compatibilização, a preços constantes, somente com a consideração dos mercados real
e monetário: é o denominado modelo IS-LM ou modelo a preços constantes que
permite fazer análises sobre a variação da taxa de juro de equilíbrio.
Equilíbrio não era necessariamente de pleno emprego Keynes considerava que as
economias se situavam em equilíbrio abaixo do pleno emprego, à semelhança do que
ocorria nos EUA na década de 30 do século passado. Deste modo, o governo tinha um
papel determinante na economia, pois, através da manobra de variáveis de política
orçamental, iria gerar um aumento do produto, aproximando-o dos níveis de pleno
emprego (esta temática será várias vezes abordada ao longo do programa como, por
exemplo, aquando da análise da eficácia das políticas orçamental e monetária).
Havia desemprego uma vez que não se estava a trabalhar em pleno emprego,
significava que os fatores produtivos não estavam totalmente utilizados e, em
particular, o fator trabalho. Havia desemprego involuntário, para além do desemprego
voluntário, que é usual em qualquer economia.
Defesa da intervenção governamental Keynes considera que a intervenção do governo
na economia é fundamental, sobretudo em períodos de recessão, já que os agentes
económicos, por si só, não conseguem encontrar soluções para ultrapassar as crises
económicas. O governo deverá ter um papel determinante e efetivo na resolução dos
grandes problemas macroeconómicos, como o desemprego e a inflação, ou seja, a
teoria keynesiana defende o forte papel interventivo do governo.

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