O documento discute os principais objetivos da macroeconomia e as hipóteses das teorias neoclássica e keynesiana. Os três principais objetivos da macroeconomia são: taxa de crescimento do produto, taxa de desemprego, e estabilidade de preços. A teoria neoclássica pressupõe que a oferta cria sua própria demanda, equilíbrios parciais são compatíveis, e o equilíbrio é sempre de pleno emprego. Já a teoria keynesiana rejeita a lei de Say, considera
O documento discute os principais objetivos da macroeconomia e as hipóteses das teorias neoclássica e keynesiana. Os três principais objetivos da macroeconomia são: taxa de crescimento do produto, taxa de desemprego, e estabilidade de preços. A teoria neoclássica pressupõe que a oferta cria sua própria demanda, equilíbrios parciais são compatíveis, e o equilíbrio é sempre de pleno emprego. Já a teoria keynesiana rejeita a lei de Say, considera
O documento discute os principais objetivos da macroeconomia e as hipóteses das teorias neoclássica e keynesiana. Os três principais objetivos da macroeconomia são: taxa de crescimento do produto, taxa de desemprego, e estabilidade de preços. A teoria neoclássica pressupõe que a oferta cria sua própria demanda, equilíbrios parciais são compatíveis, e o equilíbrio é sempre de pleno emprego. Já a teoria keynesiana rejeita a lei de Say, considera
1. Quais os três principais objetivos da macroeconomia?
Usualmente, os objetivos da macroeconomia são agrupados em torno de três grandes temas:
Taxa de crescimento do produto, Taxa de desemprego (nível de emprego elevado) e Índice de preços.
Taxa de crescimento do produto: um dos objetivos da política macroeconómica é tentar
alcançar essa produção máxima. Mais ainda, a taxa de crescimento do produto deve ser elevada, por forma a se alcançar o rendimento de pleno emprego num espaço de tempo, o mais reduzido possível.
Taxa de desemprego: Relacionado com este objetivo, surge o segundo objetivo
macroeconómico: nível de emprego elevado, ou seja, taxa de desemprego baixa. A análise keynesiana é, basicamente, uma análise de curto prazo. Como tal, podemos afirmar que há uma relação direta entre crescimento do produto e crescimento do emprego, ou seja, redução do desemprego. De facto, no curto prazo, nem os recursos, nem a tecnologia sofrem alteração, pelo que, um nível de produto mais elevado significa que, para a mesma tecnologia, se estão a utilizar mais recursos; de entre eles, está o fator trabalho, o que nos leva a concluir que o emprego aumenta. Assim, o objetivo é reduzir a taxa de desemprego até ao mínimo possível, que é a taxa natural de desemprego (taxa de desemprego correspondente ao rendimento de pleno emprego, como iremos analisar em capítulos posteriores).
Índice de preços: O terceiro objetivo macroeconómico é a estabilidade do índice de preços.
Por outras palavras, pretende-se que a taxa de inflação (medida pela taxa de crescimento do Índice de Preços no Consumidor – IPC) seja baixa. Com efeito, a inflação gera desigualdades sociais, já que não afeta de igual modo toda a população. Por exemplo, os indivíduos que têm rendimentos fixos (como os reformados) ficam mais prejudicados, porque o valor real desses rendimentos diminui. Deste modo, a estabilidade do nível de preços é um objetivo a atingir, já que isso faz com que o sistema de mercado funcione com maior transparência e maior eficiência.
2. Enuncie e analise algumas das hipóteses da teoria neoclássica.
A aceitação da lei de Say que diz que "a oferta cria a sua própria procura", isto é, a análise é feita pelo lado da oferta, da produção. As empresas não necessitam de planear o que produzir; basta produzirem que o mercado irá absorver toda a sua produção. Os equilíbrios nos três mercados da economia são parciais e totalmente compatíveis. O equilíbrio era sempre de pleno emprego. Preconizavam a não intervenção governamental.
3. Enuncie e analise algumas das hipóteses da teoria keynesiana.
Rejeição da lei de Say Keynes alterou o eixo da análise, considerando que esta tem de ser feita do lado da procura, através do ajustamento da produção à procura planeada dos consumidores. Surge, então, o conceito de procura agregada planeada. a valorização do consumo: a denominada lei psicológica de Keynes considera que, para além da análise dever ser feita do lado da procura, deve ser dada particular relevância a uma das suas componentes: o consumo. Deste modo, as empresas, antes de produzirem, devem estimar qual o consumo 9 das famílias para o próximo período, produzindo em conformidade com essa previsão feita. Os equilíbrios nos três mercados não são automaticamente compatíveis; têm de ser compatibilizados ao contrário dos neoclássicos, Keynes considerava que os equilíbrios nos mercados real, monetário e de trabalho tinham de ser compatibilizados. Deste modo, o equilíbrio no mercado de bens e serviços, traduzido pela função IS, conjuntamente com o equilíbrio no mercado monetário, traduzido pela função LM, permitiam a definição da curva de procura agregada (AD). A conjugação do equilíbrio no mercado de trabalho com a função de produção, permitia a definição da curva de oferta agregada (AS). O equilíbrio da economia (a preços variáveis) resultava da conjugação das funções procura e oferta agregadas. No entanto, podia haver uma compatibilização, a preços constantes, somente com a consideração dos mercados real e monetário: é o denominado modelo IS-LM ou modelo a preços constantes que permite fazer análises sobre a variação da taxa de juro de equilíbrio. Equilíbrio não era necessariamente de pleno emprego Keynes considerava que as economias se situavam em equilíbrio abaixo do pleno emprego, à semelhança do que ocorria nos EUA na década de 30 do século passado. Deste modo, o governo tinha um papel determinante na economia, pois, através da manobra de variáveis de política orçamental, iria gerar um aumento do produto, aproximando-o dos níveis de pleno emprego (esta temática será várias vezes abordada ao longo do programa como, por exemplo, aquando da análise da eficácia das políticas orçamental e monetária). Havia desemprego uma vez que não se estava a trabalhar em pleno emprego, significava que os fatores produtivos não estavam totalmente utilizados e, em particular, o fator trabalho. Havia desemprego involuntário, para além do desemprego voluntário, que é usual em qualquer economia. Defesa da intervenção governamental Keynes considera que a intervenção do governo na economia é fundamental, sobretudo em períodos de recessão, já que os agentes económicos, por si só, não conseguem encontrar soluções para ultrapassar as crises económicas. O governo deverá ter um papel determinante e efetivo na resolução dos grandes problemas macroeconómicos, como o desemprego e a inflação, ou seja, a teoria keynesiana defende o forte papel interventivo do governo.
Evidências empíricas sobre a relação entre crescimento econômico e desigualdade de renda: análise para os casos do Brasil, dos estados brasileiros e da América Latina