Você está na página 1de 162

Todo o conteúdo deste ebook foi desenvolvido pela

Descola em parceria com a professora do curso.


OLÁ!
Você já viu ou provavelmente está vendo o curso
Facilitação de times - Descomplique processos e dê
caminhos para solucionar problemas complexos.
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo
e que tenha aprendido a facilitar processos para a
resolução de problemas complexos, além de construir
experiências de facilitação para tornar o dia a dia mais
ágil e que consiga atingir objetivos de negócios mais
rapidamente e com mais assertividade.
Neste ebook, falamos mais dos conceitos apresentados
e relacionamos filmes e livros complementares, para
que você siga aprofundando os conceitos abordados
nas videoaulas e aprenda mais. Abraços,

Equipe Descola

Aprendizados para toda a vida.


Power Skills para o mundo de hoje.
01 Quem ministra o curso

06 Planejando uma
experiência incrível
02 A competência do
presente e do futuro
07 Recursos para
facilitadores
03 Descomplique!

08 Técnicas de divergência

04 Uma tecnologia
humana?
09 Técnicas de convergência

05 Essenciais ao facilitador
Feedforward:
10 melhorando as relações
no trabalho
15 Para a cabeceira

11 Reconhecendo diferentes
perfis
16 Tá na tela!

12 O corpo também fala

17 Podcasts

13 Saia justa

18 Referências

14 Manual de boas
práticas
01
Larissa Cruz
Quem
ministra
o curso
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Com o mercado de trabalho mudando cada vez mais


rápido, perfis flexíveis e que respondem mais rapidamente
às mudanças, são mais valorizados. Por isso que,
muito além das habilidades técnicas, de especialistas,
as empresas vêm notando a importância de analisar
competências comportamentais e relacionais - as
chamadas soft skills.
A facilitação de times aplicada a abordagens
contemporâneas como o design thinking (que auxilia na
resolução de problemas complexos considerando os perfis
de usuários), atrelada ao o lean inception e também ao
método de design sprint, é uma dessas habilidades.
A técnica que estimula a visão holística na gestão de
pessoas e projetos, ensina a orquestrar diferentes
pontos de vista e proporciona experiências de trabalhos
motivadoras, com real engajamento do time é o que você
vai aprender neste curso.
Você vai aprender o que é facilitação, o que não é, quais as
boas práticas para facilitar de modo propositivo, antecipando
e removendo obstáculos, rumo ao objetivo do time. Também
vai conhecer situações extremas em que a facilitação foi
chave para resolução de problemas complexos.

7
descola.org | Facilitação de Times

Larissa Cruz é a professora que irá te guiar nesta jornada produtos e serviços, dentre eles mobiliários de alto padrão,
de aprendizagem. Formada em Design de Produto pela produtos cerâmicos e uma composteira doméstica que
Universidade Federal de Santa Catarina, com MBA lhe rendeu o prêmio Brasil Design Award - principal do
em Gestão de Negócios, ela percebeu que pessoas com segmento.
diferentes especialidades tinham dificuldade de se
comunicar. Foi então que ela passou a aprimorar sua Aqui na Descola ela compartilha seu vasto conhecimento
habilidade de facilitação. em liderança de design para contribuir com a criação
de experiências físicas e digitais que mudam a vida das
Hoje, ela já acumula mais de 10 anos de experiência pessoas para melhor.
em utilizar o design para facilitar, além de desenvolver

https://w w w.linkedin.com/in/larissa-cruz/

oilarissacruz@ gmail.com

@ larifcruz

8
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

02 A competência
do presente e
do futuro
A transformação do mundo VUCA para o BANI
demanda novas habilidades ao mercado de trabalho e
a facilitação é uma delas

9
descola.org | Facilitação de Times

“ Eu prefiro ser essa metamorfose


ambulante

Do que ter aquela velha opinião formada


sobre tudo
Raul Seixas

10
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Vamos começar nosso papo aqui no e-book te fazendo


uma pergunta: quais atributos, na sua opinião, definem
uma pessoa inteligente, culta e bem sucedida? Se a
sua resposta partiu do volume de informações, dados
e conhecimentos que um indivíduo pode acumular ao
longo da vida, possivelmente, seu background escolar e
acadêmico vem de uma época um pouco distante, em que
o professor era autoridade em sala de aula.
Fracionado em várias disciplinas, o conteúdo era
transmitido pelo professor e quanto mais o aluno
absorvesse e lhe devolvesse durante as aulas, provas e
seminários, mais inteligente seria considerado.
No modelo tradicional, que fazia sentido até meados
de 1990, uma pessoa culta era aquela capaz de reter
e dominar grande volume de informação. O que
diferenciava um engenheiro de um profissional que havia
cursado somente o técnico, por exemplo? O volume de
conhecimento e experiência também, claro.

11
descola.org | Facilitação de Times

Assim como educar era transmitir e conduzir os alunos a


devolverem esse conhecimento como forma de avaliação,
o saber era cumulativo e a repetição desse saber meio que
nivelava o grau de sabedoria do indivíduo.
Essa conta parecia fechar e ser simples de resolver até a
internet chegar e encurtar distâncias e modificar as regras
em todos os sentidos. Tanto das relações, como do acesso
e disseminação de informações. O ritmo do mundo, do
ensino e consequentemente do mercado de trabalho e
suas exigências começavam a mudar, acelerar, ou - como
definiu o filósofo polonês Zygmunt Bauman - passou a
ser líquido.
Por conta desse cenário altamente tecnológico e
interativo, as regras mudaram e passamos a pensar em
um saber que não tem mais forma definida, porque ele
se transforma a todo instante.

12
MUNDO VUCA
Por isso, a partir da década 1990, mais precisamente, durante a Guerra Fria, os
pensadores constituíram o acróstico VUCA visando explicar as incertezas do
contexto geopolítico mundial da época. O acrônimo se refere aos seguintes
termos:

V volatility - volatilidade

U uncertainty - incerteza

C complex ity - complex idade

a ambiguity - ambiguidade

Até 2020, falar em VUCA fazia sentido para descrever tamanha volatilidade de
um mundo que tinha aumentado enormemente sua capacidade de produzir
conhecimento. Isso até 2020, após o colapso mundial causado pela pandemia
do Coronavírus. A partir de então estava claro que o mundo passou a não apenas
ser complexo, mas incompreensível, pois estava marcado pela ambiguidade e,
sobretudo, pela fragilidade.
“Era preciso uma definição que explicitasse ainda mais rapidez e dinamismo
para falar sobre um mundo que tinha se fechado, se sentia frágil e estava fora de
qualquer controle”, explicou o historiador Leandro Karnal em uma de suas aulas
para a PUC - RS, veiculada no YouTube.
O mundo VUCA evoluiria, então, para o BANI, como definiram os experts
americanos do Vale do Silício:

MUNDO bani
b brittle - frágil

a anx ious - ansioso

n nonlinear - não linear

i incomprehensible - incompreensível

Diante de tantas mortes e um cenário que permaneceu incontrolável meses a fio,


todos os países fecharam fronteiras como forma de única proteção possível, e
todos sofreram o baque político, econômico e social.
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Não havia ninguém que dominasse todas as variáveis.


Isso porque, mesmo diante de todo avanço médico e
tecnológico, por um tempo, fomos vencidos por um
inimigo invisível que simplesmente fez o planeta se fechar.
“Aquela ideia de que um professor há de transmitir o
mesmo conteúdo que aprendeu não tem mais sentido.
Houve uma aceleração da produção tecnológica, mas não
falamos mais daqueles avanços que passam de geração
em geração. Hoje, quase todos os principais produtos que
utilizamos têm validade de, no máximo, 15 anos”, afirma
Karnal.
O filósofo elege o smartphone como um dos marcos de
transição do VUCA para o BANI, porém, em seu estágio
mais avançado de uso - quando reúne muitas máquinas
em uma só, tornando cada um de nós conectados ao saber
humano acumulado.

“ Isso é uma revolução quanto à recepção, produção


e uso do conhecimento.
Karnal
15
descola.org | Facilitação de Times

De um dia para o outro, potencializamos


e tivemos que restringir reuniões, aulas,
encontros… Por muito tempo, a nossa presença
ficou restrita ao ambiente virtual.

“ Eliminamos a questão do físico como


espaço único e atualizamos a questão do
tempo para um presente contínuo, que
elimina a ideia de passado. Por isso, há
confusões na internet em que, vez ou
outra, alguém abre uma postagem e não
se dá conta de que aquilo ocorreu há
10 anos. Hoje o que estiver na internet
pertence ao campo da perenidade.

Karnal

16
O profissional do presente e do
futuro
Mas como isso tudo impacta as demandas e
exigências do mercado de trabalho?
Em um mundo em que a tecnologia imprime velocidade
e liquidez às relações, em meio a uma série de tarefas
automatizadas, atividades que dependem exclusivamente
da mão de obra humana e não podem ser substituídas por
máquinas ou tecnologias, é essencial para a sobrevivência
no mercado de trabalho.
Para as empresas, avaliar candidatos sob o aspecto
técnico, exclusivamente, há anos já não é o bastante. Isso
porque a inteligência não está mais atrelada somente
ao acúmulo de informações e dados. Informações estão
disponíveis ao alcance de um clique àquele que estiver
conectado.
Karnal explica que o paradigma da criação, autonomia
e criatividade mudou. E porque não complementar
esse senso de mudança para questões como hierarquia
empresarial e modelos de liderança.
No entanto, é importante ponderar que o saber não
perdeu sua importância. É claro que o conhecimento
do especialista é bem-vindo e necessário aos postos
de trabalho. Porém, profissionais que agreguem suas
expertises à habilidades comportamentais e relacionais
despontam à frente.
Inteligência emocional, dinamismo, adaptabilidade,
flexibilidade para lidar com a pressão e agilidade de
retorno às respostas nos são cobradas hoje em dia é pré-
requisito para administrar a imprevisibilidade do mundo.
Ao longo do curso vamos demonstrar como essas
competências estão inseridas e se fazem necessárias
ao universo da facilitação. No entanto, a habilidade em
conduzir equipes diversas e, em muitos momentos,
divergentes, de maneira propositiva, eliminando bloqueios,
rumo a um consenso saudável e benéfico para o objetivo
comum do time ou do projeto, é uma arte que, por si só,
já enquadra o profissional em um patamar altamente
competitivo para o mercado de trabalho atual e para as
exigências do futuro.
Vem com a gente entender o que é facilitação (e também
o que não é), suas boas práticas, recursos e aplicações e
destaque-se você também!
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

03 Descomplique!

Entenda o que é facilitação e reconheça situações


em que o conceito não é aplicado

19
descola.org | Facilitação de Times

O ato de facilitar significa que você, como professor ou


gestor de equipes, precisa organizar as conversas e aulas
de maneira mais engajadora. E o que fazer para que isso
aconteça? Fazendo perguntas, estimulando diálogos,
escutando ativamente e com empatia e pensando e
desenvolvendo atividades que estimulem a reflexão do
time para que eles mesmos cocriem as respostas.
Ao longo da videoaula a Lari compartilhou contigo alguns
conceitos para o termo, e este é mais um que gostaríamos de
acrescentar ao seu repertório. Ele foi grafado pela Manifesto
55 - uma organização catarinense fundada em 2015 por
facilitadores com o objetivo de atuar com treinamento
e facilitação de grupos, inicialmente com oficinas e
experiências abertas para os mais diversos públicos.

20
“ Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas
conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De
fato, sempre foi assim que o mundo mudou.
Margaret Mead
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

A ideia central deste capítulo é te mostrar que,


diferentemente dos termos técnicos, conceitos exatos e
cartesianos, a facilitação pode ser descrita de várias formas.
O que deve ser unânime entre as definições é a ideia de
cocriação coletiva de soluções para problemas complexos.
E quando falamos em cocriação, a ideia de quebra
de hierarquia também se faz presente, uma vez que,
independentemente do cargo, todos os presentes
nas dinâmicas de facilitação serão ouvidos e terão
oportunidade de colaborar e agregar ao objetivo final ao
qual o encontro se destina.
O conceito que ronda o ambiente corporativo há algum
tempo vem preencher uma lacuna necessária para uma
nova liderança que está emergindo: muito mais propositiva
do que impositiva, que não tem todas as respostas. Pelo
contrário: uma liderança que reconhece o potencial de
repertório e conhecimento de seus pares e convida a todos
a contribuírem para as tomadas de decisão.
Neste sentido, vale ressaltar que o desenvolvimento dessa
habilidade é bastante agregador não apenas para o âmbito
corporativo, mas também para passar a encarar os dilemas
da vida por uma outra perspectiva. Por isso, a forma como
o conceito é definido pela organização mundial Art of
hosting também merece nossa atenção:
21

Seja no ambiente corporativo, entre amigos ou em família,
para a real compreensão do que pretendemos evoluir nos
próximos capítulos, é importante lidarmos com o oposto
de ambientes que colhem os benefícios das técnicas de
A Arte de Anfitriar é uma forma muito facilitação. Veja, então, situações em que ela não se aplica.
eficaz de aproveitar a sabedoria coletiva
e a capacidade de auto-organização de
grupos de qualquer tamanho. Partindo
do pressuposto de que as pessoas dão O que NÃO é facilitação?
a sua energia e disponibilizam seus
recursos para o que mais importa para - Um grupo em que todas as pessoas estão facilitando
elas – tanto no trabalho como na vida – o tempo todo e não há um responsável por liderar a
a Arte de Anfitriar combina um conjunto sessão.
de poderosos processos conversacionais
para convidar as pessoas a agir e lidar - Reuniões muito longas, com mais de uma hora de
com os desafios que encontram. duração em que somente uma ou duas pessoas falam
e os demais somente tomam nota ou acompanham o
diálogo, sem participação de fala.
- Reuniões rápidas, em que você consegue resolver
facilmente uma situação também não é facilitação.
Lembra do quadro comparativo que a professora apresentou durante a aula?

Workshops
Características Reuniões tradicionais
colaborativos
Número de pessoas Mínimo 2 Mínimo 3

Desenhos, post-its, conversas, apresentações,


Formato de comunicação Visualização de apresentações, conversas
painéis visuais, cartas, artefatos

Nível de hierarquia presente Alto, quem é o dono do projeto Baixo ou nenhum

Liberdade de fala De acordo com cargo ou papel no projeto De acordo com surgimento de ideias

Alinhamento entre pessoas Baseado em cargos Baseado em empatia

Encorajamento para expor ideias Baixo, se for solicitado Alto, espontâneo

“ É importante observar quando se faz necessária


a utilização das técnicas de facilitação para
determinado objetivo. Existem casos em que
é fácil perceber que as pessoas não estão
conseguindo chegar a lugar nenhum, e aí a
facilitação é bem vinda.
lari
Para seguir destrinchando a fala da professora e a
compreensão do termo, no próximo capítulo, você confere
como a facilitação contribui para o ambiente corporativo.
descola.org | Facilitação de Times

04 A importância da facilitação no
ambiente corporativo
Uma
tecnologia
humana?

24
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos


O facilitador se reconhece como um
material de apoio para o educando. (...)
Cria condições de interação pessoal com
os educandos, prepara um ambiente
psicologicamente favorável para recebê-
los, proporciona aos alunos materiais de
pesquisa, instiga a curiosidade - que é
inerente ao ser humano para promover a
aprendizagem significativa

Carl Rogers, autor da


Teoria da Facilitação

25
descola.org | Facilitação de Times

Como falamos anteriormente, as técnicas de facilitação do curso com a fala de Carl Rogers. Ele foi um influente
podem ser aplicadas em cenários corporativos e pessoais psicólogo americano que, na década de 1980, elaborou a
de ordens e objetivos diversos. Ainda na introdução do Teoria da Facilitação.
e-book relatamos como o sistema de ensino mudou ao
longo do tempo. Agora é o momento de demonstrarmos Seu estudo consistiu em demonstrar como uma pessoa
como essas duas instâncias se fundem em um cenário não pode ensinar outra diretamente (ou seja, não pode
corporativo que demanda nova postura às lideranças. haver transferência de informação ou conhecimento de um
para o outro).
Se podemos nos basear na Educação como conceito
para redefinir o papel do líder, demos início a este trecho

26
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

A teoria de Rogers vê o professor como o papel


fundamental no processo de aprendizagem, não como um
livro didático ambulante que transmite seus conteúdos,
mas como o facilitador da aprendizagem - o que é
entendido em termos da qualidade da relação pessoal
entre professor e aluno. O professor / facilitador é visto
como quem desempenha o papel-chave no processo de
aprendizagem, e esse papel depende de três condições
básicas: realidade (o professor é autêntico); valorização,
aceitação, confiança (o professor se preocupa e o aluno
tem consciência disso); empatia (o professor pode
entender as perspectivas do aluno, sem julgamento).
Extraímos a fala de Rogers que dá início ao capítulo do
prefácio do livro “Facilitação: um jeito de ser. Educação
corporativa pela abordagem centrada na pessoa”. Isso
porque, muitas vezes, facilitar vai muito além de um jeito
de fazer, ou como bem definiu Wellington Nogueira
(fundador do Doutores da Alegria e empreendedor
social):

27
descola.org | Facilitação de Times


Não se trata de uma fórmula, de um
jeito de aplicar, porque estamos falando
da tecnologia que vai se desenvolver
e nos demandar cada vez mais nos
próximos anos: a TH, ou Tecnologia
Humana - expressa por meio da nossa
capacidade de acolher, olhar, integrar,
perguntar, interagir, dialogar, ou seja,
estar presente.

28
Por se tratar, portanto, de uma habilidade
comportamental, quando bem exercida, a facilitação
Potencializar capacidades
promove ambientes de colaboração muito mais férteis
e harmônicos. Confira os benefícios que podem ser
individuais e de grupos: criar ambientes
observados quando temos esse cenário, de acordo com a em que as pessoas consigam expor suas ideias e opiniões
explanação da Lari: sem medo de julgamentos.

Ganho de tempo: tempo conta no sucesso Promover inclusão e


das empresas. Eis o famoso “time to market”, que nada
mais é do que o tempo certo para o lançamento de colaboração das pessoas: minimiza
soluções realmente inovadoras, antes que alguém já tenha riscos, garante o alinhamento de todos do time sobre
feito isso. o tema em questão, desenvolve o sentimento de
pertencimento para engajar os funcionários no desafio.
Assertividade no processo: não
existe certo ou errado, existe assertivo - característica Estímulo à escuta e
que se aproxima de algo certo, do sucesso de alguma
coisa. Ser assertivo é considerar diferentes visões e testar criatividade: entrar num estado de curiosidade
rapidamente uma nova ideia com quem vai utilizá-la para ouvir diferentes pontos de vista, mudança na forma
para colher feedbacks que ajudarão a sermos precisos na como se comunica com outras pessoas. Quando um
inovação. time escuta mais um ao outro, cria-se um ambiente
com empatia e desenvolve-se confiança entre os pares,
conseguindo um ambiente de confiança criativa, terreno
fértil para o surgimento de ideias nunca antes pensadas.
Pensamento visual e espacial: com o rápido
alinhamento entre pessoas, a sala se torna o cérebro coletivo.

Quebrar com preconceitos e hierarquias pré


existentes culturalmente: criar um ambiente mais livre
para receber ideias diferentes, o que ajuda na assertividade da solução.

Desenvolver e inspirar novas formas de


trabalho em equipe: ajuda na mudança de mindset e
oxigenação para novas abordagens.

O facilitador é um representante da
mudança cultural: como ele é neutro, as pessoas deixam de
lado o julgamento pessoal ou de áreas existentes na empresa e passam a olhar
juntas para a mesma direção, alterando a forma como elas interagem entre si. Um
importante passo para a mudança cultural de uma empresa.
Em seu canal no Youtube, o empreendedor, consultor e facilitador Gui Viegas
acrescenta, em outras palavras, situações que podem ser beneficiadas quando
calcadas em técnicas de facilitação:
- O facilitador apoia tomadas de decisão complex as estimulando a cocriação
em equipe de soluções de desafios para os quais não temos respostas prontas;
- Diversos tipos de planejamento como o estratégico ou Plano Diretor
podem se beneficiar das técnicas de facilitação, já que estas promovem
a participação de todos os envolvidos com mais engajamento e proposições
assertivas;
- Uma vez que o conceito está calcado nos ensinamentos do Design Thinking
e Lean inception (workshop colaborativo para alinhar um grupo de pessoas
sobre o produto mínimo viável a ser construído), a facilitação norteia o
desenho e criação de novos produtos e serv iços condizentes com a real
necessidade e desejo de seus usuários;
- As técnicas promovem espaço para conversas difíceis, porém, necessárias,
objetivando a mediação e resolução de conflitos de diversas ordens - não
apenas corporativas, mas também no âmbito pessoal.

Viu só como o ambiente corporativo só tem a ganhar com o incremento de


técnicas de facilitação bem executadas? Bem, mas para que toda essa mágica
aconteça, é preciso que o profissional que esteja à frente dessa orquestra
de novas lideranças tenha (ou esteja aberto a desenvolver) determinadas
habilidades. É o que veremos a seguir!
descola.org | Facilitação de Times

05 Essenciais ao
facilitador

Conheça as habilidades fundamentais ao


exercício da função

32
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Muito além dos conhecimentos em gestão e capacidade


estratégica, bons líderes são admirados e se tornam
exemplo para os seus pares quando se destacam pelo
olhar humano, inclusivo e empático.
Por mais que não existam fórmulas para designar relações
humanas perfeitas, existem características comuns entre
bons facilitadores. Como a Lari explicou no vídeo, algumas
delas são consideradas básicas, como um alicerce que
não pode faltar para o profissional - que a professora
chama de pilar. Outras são habilidades passíveis de serem
aprimoradas ou desenvolvidas.

“ Cada reunião ou processo facilitado tem um


impacto nas pessoas e nos grupos dos quais
fazem parte. Uma boa facilitação pode mudar
a maneira como os indivíduos pensam e agem
e, por fim, apoiá-las para mudar positivamente
o mundo ao seu redor.
IAF

33
descola.org | Facilitação de Times

Este é um trecho da definição do trabalho do facilitador, A seguir, para retomar os pilares e habilidades descritas
de acordo com a Associação Internacional de no vídeo, vamos nos respaldar em parte do material
Facilitadores (IAF) - uma organização participativa com descrito como Competências Básicas do Facilitador
membros em mais de 65 países. Como uma associação para construir a partir da fala da Lari. O documento foi
profissional, seus integrantes atuam definindo padrões constituído pela IAF, com o apoio de seus membros e
da indústria internacionalmente aceitos, fornecem facilitadores de todo o mundo.
credenciamento, apoiam uma comunidade de prática,
defendem e educam sobre o poder da facilitação e
abraçam a diversidade de facilitadores.

34
PILARES DO BOM FACILITADOR
1 - Imparcialidade:
O facilitador confia no potencial do grupo, modela a
neutralidade, encoraja a confiança na capacidade e nas
experiências dos outros. Está alerta para minimizar a sua
influência nos resultados do grupo, mantém uma postura
objetiva, não defensiva e livre de juízos de valor.
2- Alta capacidade de observação:
Um bom facilitador não deixa passar um detalhe sequer.
Ele olha para todos os artefatos presentes, cuida de cada
elemento visual, é seletivo nas palavras que vai escolher
para se comunicar. É um exercício constante estar atento
aos detalhes, escutando o time, observando tudo que
acontece no palco do facilitador. Você deve perceber
coisas que outros não percebem.
O profissional deve estar capacitado para desenhar e
customizar intervenções para satisfazer as necessidades do
cliente. Desse modo, espera-se que ele faça uma análise do
contexto organizacional, diagnóstico das necessidades do
cliente, além de criar propostas adequadas para obter os
resultados pretendidos.
3 - Gostar de detalhes:
Facilite a autoconsciência dos envolvidos perante as
tarefas. Quando necessário, modifique e ajuste o ritmo
das atividades de acordo com as necessidades do grupo.
Cabe ao facilitador identificar informações necessárias
ao projeto e integrar os conhecimentos e as percepções
do grupo. Além de ajudá-los a identificar e a resumir
padrões, tendências, causas e marcos para a ação,
e apoiá-los na reflex ão sobre as suas próprias
ex periências.
Neste aspecto, você vai precisar exercitar uma visão
mais micro, procurar por detalhes que fazem a diferença
em uma boa experiência. Cogite colocar música em
momentos de concentração, criar uma playlist com gosto
musical dos participantes para poder tocar ao longo das
experiências, reparar em detalhes tanto físicos como não
físicos. Pense nos intervalos, em experiências com tempo
maior de duração e providencie alimentação para as
pessoas durante workshops presenciais ou até remotos. Os
detalhes fazem toda a diferença quando falamos em uma
experiência incrível.
4 - Organização e raciocínio lógico:
Para a Associação Internacional de Facilitadores (IAF) é
importante selecionar métodos e processos claros que
estimulem a participação aberta, respeitando a cultura
do cliente, as normas e a diversidade dos participantes,
promovendo a participação de todos os estilos de
pensamento e aprendizagem diferentes.
Um facilitador inspira o time com suas atitudes. Ele
ou ela deve ser uma pessoa organizada, que sabe dispor
elementos em ordem que faça sentido para a equipe. Esses
elementos podem ser posts-its com conteúdos, palavras,
frases, imagens ou simplesmente conceitos.
Deve também antever situações em que vai precisar se
comunicar de forma escrita com os participantes, enviando
um e-mail ou mensagem para instruir sobre algo ou
resumir um dia de trabalho. Recursos de escrita como
negrito, sublinhado, itálico, tamanho de fonte, aspas,
asteriscos ou bullets points são elementos que ajudam a
formatar conteúdos escritos e fazem com que as pessoas
consigam ler com rapidez. É preciso saber sintetizar.
5 - Coerência:
O facilitador deve organizar de forma coerente os
elementos para proporcionar sensação de conforto para as
pessoas do time.
Cabe ao facilitador organizar os recursos – tempo e
espaço – para as atividades do grupo. Assim, o profissional
identifica e organiza o espaço físico, em linha com o
propósito da sessão, criando um ambiente adequado e
distribuindo o tempo de maneira eficaz entre as atividades.
6 - Improviso e criatividade:
Bons facilitadores sabem improvisar, porque vão se
deparar constantemente com situações inesperadas e,
para isso, eles precisam de criatividade.
O profissional aproveita os estilos de aprendizagem
e de pensamento de todos os participantes, encoraja
o pensamento criativo, aceita todas as ideias, utiliza
abordagens que melhor se adequam às necessidades e
capacidades e energiza continuamente o grupo.
Essas foram algumas características básicas que todo
profissional deve desenvolver e aplicar em momentos
de facilitação. Mas, como a Lari pontuou, cada pessoa
tem suas características individuais e saberá lidar com
diferentes contextos utilizando uma ou outra característica
que possui. Não existe certo ou errado.
Agora vamos às habilidades complementares ao exercício
da função desse líder.
HABILIDADES DO BOM FACILITADOR
Pode ser que você identifique que já tem algumas delas,
mas se não tem, você pode desenvolver.

1 - Remover obstáculos:
Uma pessoa boa em facilitação é uma verdadeira
removedora de obstáculos. Lembra que o trabalho de um
facilitador é descomplicar, evitar barreiras para conseguir
atingir objetivos, é ser fluido. Então, uma pessoa que
tem aquele comportamento de “Ah, mas isso não vai
dar”, “Pode fazer, desde que...”, “Eu não posso liberar
isso...”, “Isso não é permitido...”, “O sistema não permite...”,
“Antes de fazer isso é preciso ter aquilo...” são frases que
normalmente uma pessoa criadora de obstáculos está
habituada a utilizar.
É preciso ser a pessoa que torna tudo fluido para o
objetivo em comum, que promove as facilidades, que
antecipa possíveis obstáculos que podem ex istir e já
pensa em como removê-los.

O facilitador precisa saber trabalhar de
forma ágil, que não necessariamente é ser
mais rápido e veloz, mas saber identificar
os obstáculos. Ser uma pessoa propositiva
em solução e não aquela pessoa que só vê
problemas, lado negativo ou obstáculos para
realização das atividades.
Lari
2 - Escuta ativa:
Mantenha a atenção plena no time e em quem está
falando. No ambiente remoto, a escuta ativa se dá também
prestando atenção no silêncio de alguns participantes - o
que pode denunciar pessoas pouco participativas.
O facilitador escuta ativamente, questiona e resume por
forma a extrair a essência do que o grupo expressa. Assim,
ele é capaz de identificar desvios e pontos de interseção,
direcionando para a tarefa.
3 - Gestão de projetos:
Você precisará exercitar sua visão macro do projeto.
Conseguir visualizar as etapas, o cronograma e momentos
de tomada de decisão com os patrocinadores ou líderes do
projeto.
Além disso, a gente já sabe que o trabalho não se resume
ao workshop, certo? Para gerir as sessões de modo eficaz
cabe a você acordar os objetivos e os entregáveis com o
cliente, elaborar o plano da sessão, conduzir as dinâmicas
com sucesso e avaliar a satisfação do cliente em todas as
etapas da sessão ou projeto.
4 - Pensamento visual:
Utilize formas, cores e elementos visuais a favor da
organização. Lembra o exemplo que a Lari demonstrou
no vídeo em que ela recorreu à técnica de clusterização,
pedindo para que as pessoas separassem os conceitos por
afinidade? Ou seja, conceitos que tivessem algo parecido
deveriam formar um grupo. Vamos relembrar?
Na primeira foto que ela mostrou era impossível identificar
esses grupos ou clusters porque não foi utilizado nenhum
critério para organização. Perceba que as cores foram
usadas de forma aleatória, e os post-its estão colados
na parede sem seguir uma lógica ou linha de raciocínio
coerente.
Clusterização 1: Clusterização 2:

Já na imagem 2, não só é possível identificar grupos diferentes como perceber que há um post-it azul acima de cada
grupo dos amarelos indicando o título de cada um dos clusters.
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos


Quando feito em ambiente físico, a sala e as
paredes de um projeto representam o cérebro
coletivo do time do projeto. Já no ambiente
on-line, esse cérebro coletivo acontece nas
plataformas de colaboração remota. Ambos
precisam estar organizados visualmente e é
preciso utilizar a cor a favor da organização.

Lari

47
5 - Saber fazer perguntas certas e no
momento apropriado:
Faça questionamentos quando sentir que deve aprofundar
em algum assunto. Se precisar, utilize a técnica dos 5
porquês para chegar à raiz do problema.
A Lari explica que, para usar a técnica, você pode fazer a
primeira pergunta utilizando o porquê. Ao fazer a segunda
pergunta, copie a resposta da primeira pergunta para
construir a segunda e assim por diante até chegar à real
causa que está atravancando o projeto.
6 - Negociação:
Existem situações em que pessoas apresentam a
necessidade de serem ouvidas o tempo todo ou sentem
necessidade de saber que estão influenciando o time. Você
vai precisar fazer acordos e negociar com essas pessoas.
Da mesma forma, é seu papel gerenciar conflitos. De
acordo com o documento formatado pela AIF, cabe ao
facilitador apoiar os indivíduos na descoberta e adequação
de pressupostos e preconceitos, reconhecer o conflito
e seu papel na aprendizagem e maturidade do grupo,
criar um ambiente seguro à vivência do conflito, além de
gerenciar comportamentos disfuncionais ou provocatórios.
7 - Saber identificar linguagem corporal:
Quando as pessoas estão cansadas, exaustas, com
problemas pessoais ou falta de concentração, o corpo
denuncia. Mais para frente aqui no e-book vamos dedicar
um capítulo só para falar sobre o que é possível perceber
por meio da linguagem do corpo.
Assim, ainda que você não conheça todos os presentes,
saberá reconhecer certas reações dos participantes. Essa
percepção há de ser muito útil em momentos em que você
precise tomar uma decisão ou recalcular a rota no meio de
uma atividade do workshop, por exemplo.
8 - Visão holística:
Para conseguir enxergar o todo, faça o exercício de zoom
out proposto pela professora:
Pense que você está olhando para o desafio de cima, do
ponto mais alto e está tendo visão de outros elementos,
áreas, pessoas, problemas ou fatores que estão
interligados ao objetivo inicial do projeto. Isso vai te ajudar
a conectar com pontos que o time não está considerando.
O exercício pode te ajudar também a fazer as perguntas
certas para estimular debates necessários para o time.

“ Considere extrapolar o limite do desafio e


estimular as pessoas a fazerem o mesmo,
sempre procurando entender o desafio de
forma sistêmica. E lembre-se de orquestrar
as respostas e organizar o que foi discutido,
entrar em um consenso ou visualizar a tomada
de decisão com o time.
Lari
descola.org | Facilitação de Times

06
Planejando
uma experiência
incrível
Retome as ações necessárias para cada etapa de
condução de workshops

52
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

O planejamento de uma experiência incrível começa no


entendimento do propósito e objetivo que motivou o grupo
a realizar o workshop. Só então o facilitador vai conseguir
prever que tipos de dinâmicas são oportunas. Se você
compreende, por exemplo, que o time está cheio de ideias,
mas não consegue filtrar, seu foco principal será desenvolver
dinâmicas de síntese para contribuir com esse funil.
O contrário também vale quando o projeto precisa de
proposições inovadoras. Neste caso, estimule a criatividade
e cocriação do grupo por meio de atividades de ideação.
Assim, você vai desenhando os tempos também entre
as atividades. Sempre considerando se as pessoas vão
ficar muito tempo divergindo, pode ser cansativo, além
de pouco conclusivo também. O ideal é intercalar com
atividades que levem à síntese de informações, tomada
de decisão. Mais para frente aqui no e-book traremos
capítulos inteiros dedicados às técnicas de convergência e
divergência para você se inspirar.

53
Todos na mesma página
Numa experiência de workshop todos precisam entender
qual o papel das ferramentas e dinâmicas propostas.
Então, é interessante que você intercale momentos
de divergência e convergência para, aos poucos, ir
construindo o alinhamento entre pessoas, a tomada de
decisão. À medida que tudo vai fazendo sentido a todos os
presentes e isso vai trazendo mais conforto, as pessoas vão
se sentindo melhor, porque percebem que algo está sendo
resolvido ali.
RECEBA BEM PARA RECEBER SEMPRE
Faça com que todos se sintam bem-vindos ao chegar ao workshop
Uma vez desenhada a jornada completa considerando o
objetivo do encontro, você vai pensar em uma dinâmica de
recepção.
Você pode estar diante de um projeto no qual nem
todos se conhecem ou porque envolvem diferentes
áreas, especialistas externos ou até mesmo indivíduos
que trabalham na mesma equipe, mas não tiveram
oportunidade de trocar no âmbito pessoal.
Neste caso, a Lari recomenda dinâmicas de team
building para receber, seja no ambiente físico ou virtual, é
interessante deixar rolar uma música de abertura como “I’m
glad you came” (Estou feliz que você veio), por exemplo.
Monte uma playlist para te apoiar em vários momentos
durante o workshop ou inspire-se nas que nós criamos para
te ajudar. Aperte o play e confira!
Se o workshop for realizado presencialmente, faça uma
ambientação. Mostre para as pessoas onde fica o banheiro
e demais instalações que possam interessar. Se for online,
mencione boas práticas:
- Peça a gentileza de manter as câmeras ligadas, se
todos estiverem à vontade para tal;
- Peça para que todos chequem se os computadores
estão devidamente carregados, caso contrário, para
mantê-los conectados à tomada;
- Peça que evitem o uso de celular, informando que
haverá intervalos, caso haja necessidade de responder
alguma mensagem ou e-mail.
COMO VOCÊ DEVE SE PREPARAR
PARA O WORKSHOP
Lembra como é importante estar atento
aos detalhes?
Então, providencie os materiais necessários com
antecedência e disponibilize a cada participante, se
possível, identificado com o nome de cada um. Assim, você
demonstra que pensou e os considerou, individualmente,
para o workshop.

Saber gerenciar a ansiedade das pessoas


também faz parte de promover uma
experiência incrível.
Elas precisam saber o que está planejado para elas,
quanto tempo vão permanecer sentadas em frente ao
computador, se vai haver pausa, etc. Então, é essencial
apresentar a agenda do dia e repassar os combinados.
Veja o nosso exemplo de agenda:

Workshop Website
Duração Início Fim Atividades Responsável
Chegada + Apresentação (alinhamento inicial: objetivos, agenda
20’ 10:30 10:50 Consultoria
do dia)

10’ 10:50 11:00 Visualização do protótipo navegável do aplicativo Todos

30’ 11:00 11:30 Diagrama da estratégia Todos

20’ 11:30 11:50 Mapa de stakeholders Todos

60’ 11:50 12:50 Almoço Todos

30’ 12:50 13:20 Jornada do usuário Todos

30’ 13:20 13:50 Storyboards Todos

30’ 13:50 14:20 Crazy 8's Todos

20’ 14:20 14:40 Priorização Todos

10’ 14:40 15:00 Finalização Consultoria


objetivo do workshop: Stakeholders do cliente
1) Identificação dos usuários do produto
2) Identificação de necessidades dos usuários
participantes do workshop:
3) Desenho de experiência do produto Investidora, consultor de inovação, UX designer, service designer
4) Levantamento de possíveis funcionalidades
5) Agrupamento das funcionalidades
6) Insumos para criação de protótipo navegável

entregáveis do workshop: Observações:


Fluxo contendo telas priorizadas Verificar em quantos dias o UX consegue desenvolver o
protótipo de X telas
Proporcione atendimento personalizado
Como facilitador ou facilitadora, você deve sempre chamar
as pessoas pelo nome delas. Para te ajudar, se estiver no
contexto on-line, faça uma lista escrita em papel mesmo,
para não se esquecer. No presencial, sempre que possível,
prepare crachás com antecedência ou peça para que cada
um anote seu nome em um post-it e cole na roupa de
forma que fique visível.
Em casos mais extremos, quando você está facilitando
on-line e projetando a sua tela, quando você ouvir alguém
falando pode não associar a voz à pessoa. Nesse caso, até
você se acostumar com a voz e associar ao nome, pode
pedir para a pessoa dizer quem está falando, pois você não
estaria vendo os participantes, somente os ouvindo.
Uma dica sobre as recompensas
Presentear os participantes com brindes ou até mesmo
com um valor em dinheiro ajuda a garantir a presença e
estimula o engajamento. Então, se for preciso, prepare
brindes ou artefatos necessários para a dinâmica e envie
para as casas das pessoas, antecipadamente. Atente-se
para incluir uma mensagem pedindo para os participantes
abrirem o pacote somente no momento do workshop, se
assim for necessário.
Defina papéis
Lembre-se de que o ideal é analisar o tamanho do time
para prever a atuação de um facilitador a cada cinco
participantes. Por isso, quando você conduzir a equipe com
ajuda de outro facilitador, é importante esclarecer qual o
papel de cada um de vocês para não sobrepor as ações e
confundir o time.
Repare em quantas pessoas estão presentes ali no
encontro e, se preciso, reorganize os times. Não deixe
para fazer essa atividade depois ou com as pessoas ali, pois
pode demonstrar desorganização e gerar uma experiência
ruim.
AGRADECEMOS A PREFERÊNCIA
Como conduzir o desfecho do
encontro
O bom e velho feedback
Ao final de cada sessão de facilitação, você pode colher um
feedback rápido para poder agir a tempo de melhorar o
próximo encontro com o time.
Dinâmicas como “ I Like/I w ish” ou “ Eu gostei/eu
gostaria” são opções bastante ágeis em que as pessoas
externalizam em grupo o que gostaram e o que sentiram
falta, que gostaria de ter, mas não tiveram.
Você pode optar também pelo “ que bom” , “ que tal” e
“ que pena” em que as pessoas vão escrevendo e colando
no mural o que gostaram ou não do encontro.
Atente-se aos registros
Tire foto de tudo ou faça downloads dos murais e miros
gerados. Depois, reserve um tempo para consolidar as
informações que o grupo levantou, sintetize de forma clara
e depois envie a consolidação para as pessoas verem o
resultado do encontro, sentirem a conclusão do trabalho.

Deixe claro os próximos passos


Se houver necessidade de promover encontros futuros
para um mesmo projeto, relembre as datas e horários e
se não houver, mostre quais são os seus próximos passos
enquanto facilitador para dar um status e deixar as pessoas
mais tranquilas.
Aprimore suas experiências
O NPS (Net Promoter Score), que é uma forma de saber se
a pessoa recomendaria ou não o serviço que ela acabou
de experienciar. Você já deve ter respondido algo assim:
“ De 0 a 10 o quanto você recomendaria um workshop
da empresa X para outra pessoa?” É uma maneira de
fazer um follow up bem breve com os participantes.
Para ir mais a fundo, a Lari gosta de deixar um campo
em branco perguntando o que poderia melhorar na
experiência e o que mais gostou. Faça a comunicação por
e-mail ou outro meio de comunicação, mas não deixe
de enviar uma mensagem agradecendo pelo tempo e
participação.

Pronto! Neste capítulo reunimos várias dicas aqui para te


auxiliar na condução do encontro antes, durante e depois
da experiência de facilitação. Mas você pode usar a sua
imaginação e criatividade: você pode ainda enviar mimos
para a casa das pessoas, proporcionar vouchers de café
da manhã para recebê-los e incorporar uma dinâmica de
quebra gelo ou boas vindas, como vamos demonstrar um
pouco mais adiante.
São várias as possibilidades de
proporcionar uma ex periência
boa para as pessoas, basta usar a
imaginação! Na nossa plataforma
online, disponibilizamos o checklist
que a Lari preparou para te ajudar a
lembrar do que fazer antes e depois
do workshop.
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

07 Recursos para
facilitadores
Siga conhecendo instrumentos de apoio ao seu
trabalho frente à equipe

67
descola.org | Facilitação de Times

Quer sejam dinâmicas, boas práticas ou ferramentas, tudo É extremamente importante apresentar a agenda do dia
que apoia o facilitador na condução do workshop pode ser contendo o horário, a duração e o nome da atividade (ou
considerado recurso. Neste capítulo, vamos dar continuidade intervalos, pausas) que vão acontecer no encontro. Além
aos instrumentos essenciais à sua jornada e você pode utilizá- de diminuir a ansiedade das pessoas, como mencionamos
los conforme sentir necessidade ao longo da facilitação. anteriormente, demonstra que você, como facilitador,
planejou como utilizar o tempo das pessoas ali presentes.
Começamos retomando um item já mencionado no É uma forma de demonstrar o seu respeito pelo tempo de
capítulo anterior, que é a agenda do dia. Trata-se do cada um.
planejamento das atividades que serão realizadas naquele
workshop, que deve ser preparado antes.
68
Adote ferramentas de Urgência:
priorização de ideias como forma Qual o prazo? Quanto mais urgente, menor será o tempo
disponível para trabalhar na resolução do problema.
de fazer escolhas em grupo. Tendência:
Vamos te mostrar duas formas simples para ajudar na sua
priorização. A Matriz GUT e a Matriz de priorização. mede o potencial de crescimento do problema ao longo
do tempo.

Matriz GUT (Gravidade, Urgência


e Tempo) Cada um desses fatores são separados por meio de notas
de avaliação do problema a ser observado, e a partir disso
o que é? você terá controle sobre o que deve priorizar em dado
momento.
Essa é uma matriz que vai te ajudar a priorizar situações
como a alocação de recursos, a priorização de tarefas,
tomada de decisões estratégicas, e a definição de
objetivos. Vamos ver como ela funciona:

Gravidade:
Representa o impacto do problema na sua organização.
Aqui é o momento de analisar o quão grave é o problema
para a empresa, pessoas ou processos.
G u t
gravidade urgência tendência
5 - extremamente grave 5 - precisa de atenção imediata 5 - irá piorar rapidamente se nada
for feito
4 - muito grave 4 - é urgente
4 -irá piorar em pouco tempo se
3 - grave 3 - o mais rápido possível
nada for feito
2 - pouco grave 2 - pouco urgente
3 - irá piorar
1 - sem gravidade 1 - pode esperar
2 - irá piorar a longo prazo
1 - não irá mudar
Como usar?
Reúna seu time e descreva os problemas que precisam ser resolvidos. Para cada
problema atribua as notas para a gravidade, urgência e tendência de acordo com
o gráfico que acabamos de mostrar.
Ao multiplicar os valores desses três campos você vai chegar no resultado da sua
priorização. Comece pelo maior número na sua tabela.

Aqui deix amos dois exemplos para


você:
Matriz de Priorização: Como usar:
Você pode priorizar ideias por meio da votação, em que Vamos imaginar um exemplo bem simples. Você está
você estipula um número de votos por participante e atrasado e tem apenas 30 minutos para almoçar antes de
mostra qual critério eles devem seguir ou constrói o critério sair para o trabalho. A Matriz de Priorização pode ajudar na
da votação junto ao time. tomada de decisão entre o custo de determinada refeição
x tempo de preparo, por exemplo. Desenhe um gráfico em
o que é? que o eixo x representa o tempo e o eixo y o custo.

Essencial no mundo dos negócios, a dinâmica permite


focar e utilizar os recursos de forma mais efetiva, uma vez
que os recursos normalmente são escassos. A priorização
inicia sempre por meio de um comparativo entre as ideias.
É criada uma matriz contendo eixo X e Y, em que X pode ser
um critério como “tempo de desenvolvimento” e Y pode
ser “custo de implementação’’. A ideia é ir separando nos
quadrantes os elementos de acordo com a percepção dos
critérios tempo e custo.
Matriz de Priorização:
custo (R$)

R$60 Sair para


comer fora

R$30 Preparar
comida
congelada

R$20 Preparar
refeição
em casa

Preparar
um miojo
R$5
tempo (min)
5 min 10 min 15 min 20 min
Mantenha um relógio visível
Assim, as pessoas têm controle do tempo, focando no que
é necessário e exercitam a capacidade de síntese, porque
conseguem visualizar quanto tempo falta para a atividade
acabar. Como a Lari sugeriu, você pode até oferecer mais
uns minutinhos se perceber que o pessoal ainda está
trabalhando, mas o mínimo controle é indispensável.
Formate um glossário
Pode parecer óbvio, mas, em muitos contextos,
especialmente aqueles em que temos diferentes línguas
ou pessoas especialistas em assuntos diversos, o glossário
é uma ferramenta para entendimento do grupo ou
alinhamento inicial de um projeto. Por exemplo, você
pode decidir com o time se eles querem utilizar os termos
“tabelas excel” ou “planilhas”. O que não pode acontecer
é ficar utilizando esses 2 termos diferentes para a mesma
coisa.
Recorra à clusterização para sintetizar
A expressão “clusterização” foi emprestada do inglês
e quer dizer “aglomerar”. No processo de facilitação,
a clusterização é mais uma opção de síntese para dar
sentido a todas as informações levantadas por meio
das entrevistas, pesquisas e brainstorms. Trata-se de um
ótimo método para te apoiar sempre que você precisar
organizar as opiniões e necessidades do usuário, insights e
problemas de design.

Veja como é simples:


1 - Disponha as informações levantadas nas dinâmicas
e cole em um quadro ou parede branca. Se estiver
reunido em ambiente online, você pode recorrer a
aplicativos como o Miro, Asana ou outros sistemas
de Kanban (ferramentas digitais que facilitam o
gerenciamento de processos e tarefas).
2 - Separe os registros por grupos de afinidade, de
modo a reconhecer temas e padrões semelhantes.
3 - Vá agrupando os registros, à medida que for
visualizando cada post-it, sempre se perguntando se
o registro da vez tem similaridade com os demais que
já foram agrupados. Assim, você verá os grupos se
formando e crescendo de acordo com semelhanças e
padrões que se repetirem entre cada um deles.
4 - Quando todos os registros já estiverem agrupados,
atribua títulos que sintetizem o padrão identificado em
cada um. Para isso, use uma cor diferente de post-it
para os títulos, como no exemplo que demonstramos
no capítulo 5. Olha só como ficou o mural da Lari na
foto ao lado.
5 - Para concluir, você pode descreva o que você
sintetizou, como por exemplo, insights, necessidades
do usuário, pontos problemáticos ou procure lacunas
que você ainda não abordou durante o workshop.
Explore ferramentas para encontros online

Mural ou Miro: plataformas


colaborativas online que
viabilizam a participação de
todo o time em processos
estratégicos, planejamento de
produto, além da facilitação
de workshops imersivos
usando metodologias ágeis e o
pensamento de design.
Trello: Com visualização fácil e
intuitiva, dentre as funcionalidades
do Trello está o gerenciamento de
processos de Kanban.
Powerpoint ou Google Slides:
ferramenta para apresentações.
Proponha dinâmicas variadas
Também podem ser conhecidas como quebra-gelos, as
atividades têm propostas diferentes, dependendo do
objetivo que reuniu o time. Nos dois capítulos que seguem,
vamos demonstrar algumas delas enquanto descrevemos
técnicas de divergência (quando a finalidade principal é
geração de ideias) e de divergência (para sintetizar).
Mas, só para dar um pequeno overview, as dinâmicas vão
te apoiar desde a recepção dos presentes até o desfecho
do workshop. Elas podem ter a finalidade de auxiliar
no processo de construção de time (team building),
engajamento ou quebra de hierarquia no time.
O importante é transmitir os comandos de forma clara
e também fazer o que chamamos de devolutiva após a
dinâmica: que é explicar o porquê do grupo ter feito aquela
atividade. Ao devolver respostas para o grupo, todos se
sentem pertencentes à solução que está sendo criada,
além de ficarem “na mesma página”.
Reserve um espaço para estacionar ideias
Muitas vezes, as pessoas que participam do workshop
estão se vendo pela primeira vez ou então só tem essa
oportunidade de se encontrarem na empresa. Por isso, é
bem comum e recorrente que queiram discutir ou resolver
outros assuntos que acabam aparecendo durante a
facilitação e você deve entender essa necessidade. Porém,
há o risco de desviar o foco do objetivo proposto à reunião
ou tomar um tempo que você não estava esperando.
De qualquer forma, partimos sempre do pressuposto de
que toda ideia é bem-vinda, então, o parking lot ajuda a
organizá-las e reservar determinados desdobramentos
para outro momento.
Parking lot vem do inglês “Estacionamento” e representa
um canvas que ficará fixo ao longo das atividades. Um
espaço com dúvidas do time que poderão ser descobertas
no futuro ou podem ser exploradas pelo time fora do
projeto. É um recurso para vocês não esquecerem de
temas importantes, além de te ajudar a manter o tempo
planejado na agenda.
A ideia é que você revisite ao final das sessões o parking lot
ou vá consolidando o que aparece no final do projeto no
relatório, ou envie para o time como forma de proporcionar
visualização de pontos tão importantes para eles.
Como prometido, a seguir, você confere técnicas e
dinâmicas para te respaldar nos diversos momentos
do workshop. Começamos pelas atividades cujo foco é
ampliar o repertório coletivo e impulsionar a geração de
ideias.
descola.org | Facilitação de Times

08 Técnicas de
divergência
Conheça atividades que explorem a criatividade
do grupo em momentos em que tudo o que vocês
precisam são boas ideias

84
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Como a Lari explicou nas vídeo aulas, durante a jornada


de facilitação, existem momentos de divergência e
convergência. O que isso quer dizer na prática é que,
dependendo do objetivo que reuniu o time naquele
workshop, você vai precisar planejar mais ou menos
dinâmicas que preconizem a ampla geração de ideias.
Vamos imaginar que você foi contratado por uma empresa
de eletrodomésticos que pretende inovar disponibilizando
uma nova linha de produtos para casa. Depois de fazer
um levantamento de dados por meio de pesquisas e
entrevistas que identificaram que os usuários buscam por
praticidade na cozinha.
Os dados demonstraram que os entrevistados já utilizam
eletrodomésticos como processador de alimentos e
fritadeira elétrica, por exemplo, e certamente investiriam
em outros equipamentos que proporcionassem mais
praticidade e agilidade no dia a dia.

85
descola.org | Facilitação de Times

Foi então que o cliente te contratou para conduzir uma


sessão de facilitação para propor novas soluções para
uma nova linha de cozinha. Estão presentes no workshop:
representantes de desenvolvimento de produto, da
comunicação e marketing, da diretoria e de logística e um
consultor de tecnologia que veio de fora. Nem todos se
conhecem, mas estão bastante interessados em colaborar.
Tudo certo, todos reunidos. Por onde começar?
Quebrando o gelo. Para isso, seguem duas dinâmicas que
podem te ajudar a conduzir a integração, para que todos
possam se conhecer melhor.

86
JOGO DA PALMA
Tempo: 5 minutos de
Propósito: propor um clima descontraído
duração

Como fazer: peça aos participantes para formarem duplas. Cada um Participantes: acima
ficará de frente para o outro. Os participantes devem começar o jogo de 2 pessoas
ao mesmo tempo, batendo as duas mãos nas coxas. Depois cada um
é livre para fazer um desses três movimentos: mover as duas mãos
para a esquerda, direita ou para cima. Toda a vez que a dupla mover
as mãos para a mesma direção eles devem bater as mãos nas coxas
e depois dar um duplo high five(aquele cumprimento com as mãos
abertas).
Continue aumentando a velocidade para aumentar a dificuldade.
A dinâmica traz leveza e diversão para o trabalho em conjunto.
ENTREVISTA EM SILÊNCIO
Tempo: entre 3 a 6
Propósito: conhecer o outro sem falar
minutos de duração

Como fazer: peça para os grupos formarem duplas e se Participantes: acima


apresentarem. Cada um deve contar 3 coisas sobre si, usando apenas de 4 pessoas
gestos, sem dizer nada, incluindo sussurros ou qualquer tipo de
som. Não podem ser características físicas. Quando terminarem de
fazer mímica, peça para as pessoas apresentarem os seus parceiros
verbalmente para os grupos.
A dinâmica ensina sobre a necessidade de encontrar descobertas,
particularmente quando se trata da importância da linguagem
corporal e de dicas não-verbais.
Agora que todos já foram apresentados, é chegado o momento de estimular a criatividade e geração de ideias
você pode colocar em prática as seguintes dinâmicas:

PÁSSARO DE RABISCO
Tempo: entre 2 a 5
Propósito: exercitar a criatividade
minutos de duração

Como fazer: peça para os participantes fazerem pequenos rabiscos Participantes: livre
em uma folha. Depois, peça que eles utilizem os rabiscos para
desenhar um passarinho a partir de cada um deles.
O ponto dessa atividade é demonstrar que não é necessário uma
grande habilidade para demonstrar visualmente uma ideia. A nossa
mente é uma máquina formadora de padrões, basta um rabisco e ela
preenche o resto.
TORRE DE PAPEL
Tempo: entre 5 a 10
Propósito: trabalho colaborativo e mão na massa
minutos de duração

Como fazer: divida os participantes em grupos e disponibilize folhas Participantes: acima


de papel (pode ser A4, A3, sulfite ou cartolina). de 5 pessoas
Os grupos devem elaborar uma torre utilizando apenas as folhas
de papel. Quem conseguir construir a torre mais alta no período
estipulado, vence!
Divida os participantes em grupos e disponibilize folhas de papel.
A dinâmica estimula o trabalho em grupo e a realização de tarefas.
UM AVIÃO EM GRUPO
Tempo: de 5 a 10
Propósito: trabalho colaborativo e mão na massa
minutos

Como fazer: os participantes devem colocar a mão que mais usa Participantes: acima
(mão que escreve) atrás das costas e usar apenas a outra mão. O de 3 pessoas
desafio é o grupo montar um avião de papel, e quem fizer o avião
voar mais longe vence.
Essa dinâmica tira o nosso conforto em fazer as coisas do jeito
que sabemos, ou usar as ferramentas com as quais estamos
acostumados.
BRAINSTORM
Ah, a tempestade de ideias! A velha conhecida praticamente acompanha o café
nas reuniões da maioria dos times corporativos, seja para começar um projeto ou
promover melhorias em sistemas e atividades que já estão em andamento.

“Preciso de ideias. Bora fazer


um brainstorm?”

Quem nunca, não é mesmo?


E aí é o momento em que o time se reúne, normalmente, com uma pauta em
mãos, e começa a troca de ideias. A coisa vai indo bem até que fulano atropela
a fala de ciclano. Isso quando não acontece de determinado insight gerar
discordância. Aí o que era brainstorm vira debate e… alguns minutos depois, lá se
foi o foco da turma toda!
Todos nós já estivemos em sessões de brainstorming que não levaram a lugar
nenhum. Para que a prática idealizada por Alex Osborn seja frutífera e eficiente,
é preciso pôr ordem no time. Uma coisa de cada vez, senão vira bagunça. Veja
como conduzir a prática de forma organizada para que renda bons frutos e todos
participem:
1 - Afaste os julgamentos - Você nunca sabe 5 - Respeite a vez do colega - É muito mais
de onde virá uma boa ideia. A chave é fazer com que provável que sua equipe desenvolva uma ideia e dê um
todos sintam que podem expressar a ideia em sua salto criativo se todos estiverem prestando atenção em
mente e permitir que outros a desenvolvam. quem está compartilhando uma nova ideia.

2 - Incentive ideias malucas - Muitas vezes, 6 - Seja visual - Em brainstorms ao vivo,


ideias selvagens podem dar origem a saltos criativos. escrevemos post-its e os colocamos na parede. Nada
Ao pensar em ideias malucas ou exageradas, tendemos transmite uma ideia mais rápido do que desenhá-la.
a pensar no que realmente queremos sem as restrições Não importa se você não é Rembrandt!
de tecnologia ou materiais.
7 - Aposte em quantidade - Busque o
3 - Construa a partir das ideias de máximo de novas ideias possíveis. Em uma boa sessão,
outras pessoas - Ser positivo e basear-se nas ideias até 100 ideias são geradas em 60 minutos. Ponha em
dos outros exige alguma habilidade. Na conversa, prática as ideias rapidamente e aproveite as melhores.
tentamos usar “e” em vez de “mas”.

4 - Mantenha o foco no assunto - Tente Ah! Para encerrar, lembramos uma dica importante da
manter a discussão no alvo, caso contrário, você pode Lari: Ao final de uma dinâmica, seja de convergência ou
divergir além do escopo para o qual está tentando divergência, não se esqueça de dar uma devolutiva para o
projetar. time, explicando o porquê o time realizou a atividade. Isso
demonstra respeito com o tempo das pessoas e faz com
que elas vejam sentido no que está sendo colocado para
elas, ou seja, interfere diretamente no engajamento das
pessoas.
descola.org | Facilitação de Times

“ Além disso, conscientize o time sobre a


importância de não colocar impeditivos ou
obstáculos quando alguém estiver trazendo
seu ponto de vista. Combine com eles de
manter a escuta ativa, sempre respeitando
o momento de fala do colega. Fale sobre a
importância de construir a partir das ideias
que forem apresentadas com expressões
como “e se” em vez de “mas e”.

Lembre-os também de que o propósito


do encontro é a geração de ideias livre de
julgamentos, e que, portanto, é hora de soltar
a criatividade, porque quantidade importa!

Lari

94
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

09 Técnicas de
convergência

É chegado o momento de organizar, analisar e


sintetizar as propostas que surgiram durante as
dinâmicas de ideação

95
descola.org | Facilitação de Times

Depois de executar as dinâmicas de divergência como as


que descrevemos no capítulo anterior, a sensação que dá
é que o time está diante de um quebra-cabeças, tamanha
a quantidade de informações e dados obtidos. E tá tudo
bem, porque a premissa das atividades de geração de
ideias é essa mesmo - QUANTIDADE.
Mas, para seguir adiante no projeto é preciso
organizar, analisar e sintetizar. De todo o material
levantado, quais informações se repetem? O que te
chamou mais atenção? Algum aspecto pesquisado te
fez mudar de opinião em relação a algum conhecimento
prévio?
Nos capítulos 6 e 7 antecipamos a clusterização,
trouxemos a matriz de priorização e explicamos como
conduzir uma votação. Tudo isso ajuda a responder
a essas perguntas e definir os próximos passos para o
projeto.
Agora, a Lari indica outras dinâmicas de convergência
para envolver o time todo na organização dessa porção de
dados. Dá só uma olhada!

96
Método MoSCoW
Elaborada pelo expert em desenvolvimento de software
Dai Clegg, a técnica foi criada para dar suporte ao método
chamado DSDM, também conhecido como Metodologia
de Desenvolv imento de Sistemas Dinâmicos.
O acrônimo (MoSCoW) é representado pelas letras M,
S, C e W, escritas em letra maiúscula, que equivalem às
categorias de importâncias que classificam as tarefas em
um projeto. E as letras minúsculas só estão lá para tornar o
nome mais fácil de pronunciar.
A técnica apoia o time envolvido na facilitação a priorizar
informações seguindo uma ordem de importância. Assim,
facilita o consenso e as expectativas são ajustadas ao que
será entregue como Mínimo Produto Viável (MVP) e quais
atividades serão entregues posteriormente ou, até mesmo,
que deixarão de ser entregues. Veja como conduzir a
dinâmica:
Para formatar o canvas, divida-o em quatro quadrantes:
1. Tenho que fazer (Must have) 3. Poderia fazer (Could have)
Essa classificação compreende os requisitos que são As tarefas desse tipo são as desejáveis, mas também não
indispensáveis para a entrega. Portanto, neste campo, essenciais do ponto de vista estratégico da entrega e da
você deve incluir aquelas tarefas que vão agregar valor satisfação do cliente. Então, são as atividades que podem
ao produto final, ao atendimento de requisitos, ou ainda, ser atendidas quando houver tempo e recursos disponíveis
garantir o compliance da empresa. Sem contar que esses para tal.
itens são os que, se forem atrasados, todo o processo
envolvendo o produto final também vai sofrer atraso como 4. Não será feito (por enquanto) (Won’t
consequência. have)
2. Devo fazer (Should have) Relacione neste campo as demandas menos críticas que
foram acordadas entre o time e os stakeholders - aquelas
Os itens que recebem esse rótulo são os que são com menor retorno do investimento do produto final. Além
importantes, mas não vitais do ponto de vista estratégico disso, essas tarefas podem ser também vistas como não
para o produto final. Isso significa dizer que eles não sendo adequadas para serem realizadas por algum tempo.
são críticos e que as necessidades do cliente podem ser
atendidas de outra maneira, ou ainda, que é possível
esperar um pouco mais para fazer essa entrega.
Por meio do Método MoSCoW, é possível evitar o
crescimento desorganizado do escopo do projeto, além de
priorizar o que é mais importante.
Ice Score
Trata-se de uma metodologia voltada para associar pontuações a demandas e
apontar qual delas é prioritária na rotina dos times de Marketing Digital. Por meio
de parâmetros consistentes e relevantes, é possível garantir uma tomada de
decisão feita em conjunto, com participação dos profissionais que atuam nessas
tarefas da rotina da empresa.
O acrônimo ICE se refere a três bases de avaliação:

Impact (Impacto);
Confidence (Confiança);
Ease (Facilidade).

Como funciona:
Cada membro da equipe deve pontuar a tarefa, teste, projeto, ou o que for, com
uma nota de 0 a 10 em nível de relevância em cada um dos parâmetros (impacto,
confiança e facilidade, sendo 0 o mínimo de relevância e 10, o máximo).
Em seguida, o cálculo aplicado é o seguinte: É fundamental entender que esses parâmetros são
pensados para priorizar as tarefas que são importantes e
não exijam esforços excessivos para serem executadas. O
ICE Score leva em consideração, além de desempenho,
também a produtividade nessa avaliação. Por isso, a
Impacto x Confiança x Facilidade = priorização precisa ser avaliada a partir dessas três bases.
ICE Score Muito da metodologia é focada em produtividade, já que
esse é um fator essencial na rotina do Marketing Digital.
Garantir que colaboradores tenham foco total em uma
demanda, em meio a tantas que surgem, é o caminho não
Basta multiplicar as três notas uma pela outra e, no fim, só para cumprir obrigações, mas também para que elas
o valor obtido é o score encontrado para a demanda em sejam feitas com qualidade, gerando bons resultados.
questão.
Você pode aplicar a técnica quando estiver diante de um
Cada um dos parâmetros, no entanto, precisa ser teste A/B (para envolver todo o time na decisão de qual
devidamente compreendido antes de essas notas serem teste deve ser rodado primeiro), em planejamentos de
dadas. Eles são entendidos da seguinte maneira: tarefas que envolvam prazos, assim como para otimizar
demandas rotineiras.
- Impacto: o impacto esperado para aquela demanda
em questão é alto?
- Confiança: o membro tem qual nível de confiança na
demanda em questão?
- Facilidade: será fácil executar a ação?
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

“ Seja qual for a dinâmica que você escolher


para momentos de convergência, é importante
deixar claro qual é o output, o objetivo
esperado para o time. Por outro lado, em
momentos de divergência, talvez não seja
necessário deixar claro o output, exatamente
para dar liberdade para as pessoas pensarem
de forma livre e exercitarem o modo
divergente.
Lari

101
descola.org | Facilitação de Times

10
Feedforward:
melhorando
as relações
no trabalho
Por Larissa Cruz

102
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

E a gente não para de sugerir novas ferramentas e técnicas


que facilitem a sua jornada como facilitador. Ou melhor,
o texto a seguir é de autoria da Lari. Ela desenvolveu este
artigo especialmente para o curso.

Com a palav ra, a sua professora!


Pouco conhecido e utilizado em rituais organizacionais,
o feedforward é uma ferramenta importante para
alinhamentos e melhoria de relacionamentos no contexto
profissional. Por ser uma alternativa ao feedback, esse
modelo de troca de informações convida a todos e todas a
experimentarem novas formas de comunicação no dia a dia
do trabalho.
Até hoje, foram mais 50 feedforwards praticados com
pessoas de diferentes posições ao longo da minha jornada
profissional. O conteúdo deste artigo se propõe, portanto,
a trazer informações sobre como utilizar essa ferramenta,
além de trazer os aprendizados que fui adquirindo ao longo
de todo esse tempo utilizando os feedforwards. O objetivo
aqui é tornar a ferramenta mais conhecida e praticada,
transbordar as boas práticas e colaborar para que ela
seja mais uma escolha para os que desejam testar novos
modelos de comunicação em ambientes de trabalho.

103
Começando pelo começo: o que é o feedforward e porque é
diferente do feedback?
Na tradução literária, feedforward significa alimentar para frente. É um formato de
comunicação e troca de informações, como se fosse uma conversa ou bate-papo,
que tem como objetivo melhorar o relacionamento entre duas ou mais pessoas,
procurando praticar essa melhoria no futuro.
O feedforward procura observar características, práticas e comportamentos do
presente que podem ser mantidos no futuro ou que podem melhorar ou evoluir.
Essa é a principal diferença com relação ao feedback, que traz situações do
passado para a conversa.

Como fazer
Diferentemente do feedback, é um momento para olhar juntos para o futuro,
melhorar a relação para o que está por vir. Existem algumas formas de fazer, mas
eu gosto de colocar 3 colunas: GOSTO, GOSTARIA e E SE… Como no exemplo a
seguir:
GOSTO: GOSTARIA: E SE...:
tudo aquilo que deve nesse espaço, é interessante A ideia da terceira coluna é que
permanecer, que você gosta e colocar o que sentimos falta sejamos propositivos ao sugerir
deve ser mantido, valorizado. na nossa relação, aquilo que ideias para a pessoa trazer um
Tudo que já funciona muito bem gostaríamos que estivesse “GOSTARIA”. Assim, para todo
e deve continuar acontecendo acontecendo mas não está, algo item que você colocar no campo
na relação de vocês. Podem que poderia acontecer ou ser “GOSTARIA”, procure trazer
ser coisas relacionadas à boas melhorado ou até alguma meta uma ideia, uma sugestão de
práticas, atitudes, habilidades, a ser atingida, por exemplo: caminho para a pessoa conseguir
comportamentos da pessoa. “Gostaria que você fizesse 10 conquistar o “GOSTARIA” que
reuniões de prospecção com esperamos. É uma forma de
clientes diferentes”, “Gostaria sermos propositivos com nossas
de me sentir mais conectada à demandas, de não deixar a
você”, “Gostaria que pudéssemos pessoa sem saber por onde
estar mais alinhadas sobre os começar. Pode até ser que ela
projetos e temas que estamos não siga o “E se...” que você
olhando juntas” propôs e que encontre seu
próprio jeito de concluir um
“gostaria”, mas ela não fica sem
amparo quando algo receber um
pedido sobre algo que ela pode
melhorar.
Uma sessão de feedforward dura 30 minutos. Esse espaço de tempo é proposital e pode
parecer curto, mas estimula a objetividade das pessoas e faz com que elas foquem no que é
importante para aquele momento.

Como conduzir?
Utilize os 5 primeiros minutos para explicar a ferramenta e como preenchê-la e tirar possíveis
dúvidas. Em seguida, coloque o relógio para contar 5 minutos. Deixe rolar uma música calma
em um volume agradável para servir de inspiração. Ao final, pergunte se a pessoa gostaria de
mais alguns minutos para terminar de escrever.
Ao final do preenchimento, é o momento para compartilhar o que foi escrito, “e se...”. O ideal
é que cada pessoa possa fazer em 5 minutos e o relógio ajuda no controle desse tempo.
O template para realizar o feedforward pode ser algo assim:

GOSTO: GOSTARIA: E SE...:


O que fazer ao final da sessão de
feedforward
Agradeça a pessoa pelas palavras trocadas, esclareça
pontualmente alguma dúvida, mas sem justificar ou
estimular discussões mais fervorosas. O objetivo é muito
mais uma troca de informações e alinhamentos de
expectativas para o futuro do que justificar ou esclarecer
algo do passado.

O que não fazer


Como precisamos trazer os fatos sem julgamento, uma
dica que trago é evitar o uso da palavra “deveria”. Assim
como diz Marshall Rosenberg em seu livro Comunicação
Não Violenta, “para que possamos fazer observações sem
julgamento, precisamos trazer os fatos como ocorreram,
sem dar nossa opinião ou fazer juízo de valor. Quando
usamos a palavra “deveria” estamos automaticamente
manifestando um desejo nosso sobre uma ação de dever
da outra pessoa, transformando o fato/observação em
julgamento. Evite dizer “você deveria ter feito assim” ou
“aquilo não deveria ter acontecido” ou então “você poderia
ter feito assim”.
Dúvidas que podem aparecer no momento do feedforward
Ao longo dos anos em que apliquei os feedforwards, algumas questões
começaram a se repetir. Dá uma olhada nas dúvidas que já apareceram:
1) “ Podemos trazer questões relacionadas à empresa que trabalhamos?
Eu costumo responder que, se for relevante para o momento ou se tivermos como
interferir na observação, pode trazer. Mas o foco da atividade é olharmos para a
nossa relação. Lari e Fulano, Fulano e Lari.
2) Eu posso responder as dúv idas ou ideias que você está trazendo?
Para esse ponto, costumo esclarecer que o feedforward é como um presente que
ganhamos em ocasiões especiais como aniversários ou datas comemorativas.
Pode ser que a gente não goste muito quando ganhamos. Então, doamos, ou
vendemos para alguém ou até resolvemos ficar com ele. Em outras ocasiões,
podemos gostar muito daquele presente. O fato é: só você sabe o que fazer com
os presentes que ganha. Com o feedforward não é diferente: você pode aderir
às sugestões que lhe foram propostas, pode discordar ou simplesmente relevar.
Então, a indicação é agradecer ao final do feedforward, assim como agradecemos
quando somos presenteados.
7 motivos para começar a fazer feedforwards
1) Podemos mudar o futuro, não o passado
2) É mais produtivo ajudar as pessoas a aprenderem a fazer o “certo” do que
mostrar-lhes que estavam fazendo “errado”

3) Feedforward pode vir de qualquer pessoa que conheça a ferramenta em


questão

4) Feedforward pode reforçar possibilidades de mudança


5) As pessoas tendem a ouvir mais atentamente um feedforward do que um
feedback

6) É uma ferramenta para exercitar a Comunicação Não Violenta


7) Mais do que uma ferramenta, o feedforward promove conversas
propositivas e leves para reforçar boas atitudes e comportamentos e trazer
visibilidade para temas que podem ser evoluídos, sempre com o objetivo de
melhorar as relações entre pessoas no ambiente de trabalho.
descola.org | Facilitação de Times

11 Reconhecendo
diferentes
perfis
Esteja atento às cinco personalidades que podem
empacar o desenvolvimento de soluções em grupo

110
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Sabe aquele cara sabichão, que te interrompe a todo o de proposições como momentos em que será preciso ser
momento, que não para de falar? Também tem aquela moça assertivo e filtrar, fazer a síntese dessas ideias, certo?
que vai ficar quietinha num canto, introspectiva e pouco
colaborativa. Em um processo de facilitação, é natural que Dessa forma, cabe ao facilitador administrar tanto o objetivo
você se depare com diversas personalidades. Seu papel é de cada dinâmica como as reações diversas que podem
saber lidar e extrair o melhor de cada uma delas. pipocar e atrapalhar o desenvolvimento do projeto. Você
frequentemente está entrando em territórios desconhecidos,
Sem contar que, como mostramos nos capítulos anteriores, nos quais você desconhece a maioria dos presentes.
os encontros podem envolver diferentes etapas: tanto de
geração de ideias, nos quais você deve estimular quantidade

111
descola.org | Facilitação de Times

Por isso, a seguir trazemos uma analogia do mundo


dos negócios que compara algumas personalidades
“perigosas” para o bom encaminhamento dos workshops
de facilitação. São elas: o HIPPO, o RINOCERONTE, o
LOBO, o ZEBRA e o GERENTE GAIVOTA. Embora muitas
dessas criaturas existam na maior parte dos ambientes
corporativos, elas podem ser especialmente perturbadoras
para as equipes.
É importante frisar, no entanto, que agir como um hippo
ou uma zebra não torna ninguém uma pessoa má. Cabe
a você reconhecê-los e administrar a intervenção de cada
um deles. Porque eles podem, até estar certos, mas com o
estilo de comunicação errado.
O fato é que, seguindo a analogia da selva, quando
damos aos animais muito poder, perdemos de vista nossa
estratégia e abordagem de priorização, por exemplo.
Como resultado, acabamos tomando decisões erradas e,
em última análise, comprometendo a direção de nosso
produto ou solução. A seguir vamos explicar melhor do que
se trata esse comparativo com o mundo animal e trazer
algumas dicas para lidar melhor com eles.

112
HIPPO (Highest Paid Person’s
Opinion ou Opinião da Pessoa
Mais Bem Paga)
O HIPPO, geralmente, é um executivo ou cofundador que
quer dar as cartas. E embora eles certamente tenham
experiência e conhecimento, isso não substitui os dados
reais e as contribuições de todos os envolvidos no projeto.
O perigo do HIPPO é que suas ações podem ser
desmoralizantes e enfraquecedoras. Imagine só uma
situação em que seu time fez todo um levantamento de
dados por meio de entrevistas, pesquisas etc e, de repente,
por conta da intervenção de um HIPPO perder todo o
trabalho?
Por outro lado, por uma questão hierárquica, alguns
participantes podem se sentir constrangidos em
questionar os argumentos do HIPPO, enfrentá-lo ou até
mesmo para esclarecer se estão simplesmente oferecendo
uma opinião ou definindo uma nova direção.
Então, como você doma o HIPPO? Essa dica ajuda a
despersonalizar a discussão. Traga-o de volta aos dados.
Mostre ao HIPPO as métricas e as informações que você
usou para chegar à sua prioridade atual e pergunte se
isso muda sua recomendação. Eles têm acesso a outras
informações que você deve conhecer? Nesse caso, isso
pode muito bem mudar seu curso. Mas se não, você
pode convencê-los de que sua abordagem atual faz mais
sentido.
WOLF (LOBO) (Working on latest
fire ou trabalhando no último
incêndio)
O LOBO tem um período de atenção curta e a tentação de
pular de um problema para o outro. Eles tendem a gostar
apenas de combater incêndios. Essas particularidades
tendem a atrapalhar o foco e a eficácia de sua equipe.
Quando você negligencia dúvidas e questões como
segurança e funcionalidade do produto para se concentrar
exclusivamente em novos recursos, pode acabar tendo
que apagar incêndios que exigem sua atenção imediata e
completa. O ciclo de reatividade do LOBO exige todos os
seus recursos, prejudicando seriamente a produtividade e
a inovação.
O problema em seguir a personalidade do LOBO
é que você pode facilmente perder o controle de
sua estratégia. Se você apenas passa de um incêndio
para o outro, não está avançando em direção às metas
estabelecidas.
Como você doma o LOBO: A dica é estar aberto para a
coletânea de feedback sobre eventuais problemas durante
o período em que estiver com o grupo e administrá-
los à medida que forem surgindo para evitar que esses
“incêndios” tomem proporções incontroláveis.
RHINO (RINOCERONTE) ​(Really
High-Value New Opportunity
- Realmente Valoriza a Nova
Oportunidade)
O RINOCERONTE tende a ser obcecado demais por uma
ideia em particular. Frequentemente, eles vão se mostrar
como vendedores convencidos de que construir essa única
ideia é a chave para fechar um negócio importante. Eles
não são nada flexíveis, não se adaptam, temem a mudança
e, às vezes, tentam impor a sua opinião por cima das dos
demais.
Se você ouvir o RINOCERONTE e criar o recurso que eles
solicitaram, eles podem ficar temporariamente satisfeitos.
Mas, é claro, para essa personalidade, sempre haverá
outra nova oportunidade de alto valor que eles desejam
perseguir. Assim, você pode rapidamente se ver em uma
situação em que todos os recursos que construiu não estão
conectados aos seus objetivos ou estratégia gerais.
Como você doma o RINOCERONTE: Ter uma estrutura de
priorização clara pode realmente ajudar. Pegue a opinião
do RINOCERONTE, aplique-a à sua estrutura e mostre onde
ela se encaixa e quando. Isso mostrará a eles que você não
está apenas dizendo não (ou sim) aleatoriamente - você
toma todas as suas decisões da mesma maneira.
ZEBRA (Zero Evidence But
Really Arrogant - Zero
Evidência, Mas Realmente
Arrogante)
Zebras pensam que sabem tudo, mas confiam em seus
instintos ao invés de qualquer evidência real. A Zebra pode
ter sorte e, ocasionalmente, acertar as coisas - mas, aqui
a gente já sabe que nada é tão preciso quanto o processo
de testar suposições e coletar dados para apoiar suas
decisões.
Como os colaboradores zebra tendem a se manifestar?
Eles confiam em seu instinto para determinar o que é
importante. Vão expressar suas opiniões com firmeza,
mas se você pressioná-los, não serão capazes de oferecer
evidências de como chegaram a essa conclusão específica.
Em vez de passar pelo processo todo de design de
apresentar uma hipótese, testar e validar e, em seguida,
usar isso para informar as decisões futuras, eles vão direto
da ideia à construção.
O perigo de deixar o zebra dominar o projeto é construir
sem pesquisa de cliente ou validação de mercado. E
quanto menos você testar suas ideias, mais risco estará
assumindo.
A melhor maneira de domar um zebra é “ conv idá-lo
para o passeio” . Convide-os a participar de sua pesquisa.
Você pode assumir essa suposição e encontrar uma
maneira de testá-la com algum protótipo de baixo risco.
Diga a eles que você está disposto a realizar pequenos
experimentos, mas não vai investir significativamente na
ideia deles até que tenha uma solução mais tangível.
GERENTE GAIVOTA
Durante o dia a dia normal de trabalho, ele é o cara que
tende a tende a ficar um pouco afastado do projeto.
No entanto, eles ocasionalmente entram, causam uma
confusão e saem novamente, deixando a equipe para
limpar a bagunça. Suas intenções são boas, mas nem
sempre estão cientes dos efeitos de longo prazo de suas
soluções propostas.
Portanto, para domar o GAIVOTA vale trazê-lo também
para os dados obtidos durante as pesquisas e entrevistas e
assim fazê-lo tomar pé das consequências das soluções.
Mesmo tendo conhecimento dos diferentes perfis de
pessoas e sabendo dicas de como lidar e conduzir essas
pessoas, a Lari gosta de sempre fazer o alerta de que um
novo perfil pode surgir ou não se encaixa nos listados
acima. Nestes casos, você pode mesclar técnicas ou
improvisar para melhorar a experiência da pessoa ou do
time.
Para te ajudar nesse trabalho, a seguir, vamos te mostrar o
que os participantes podem estar querendo demonstrar de
acordo com determinados gestos ou posturas corporais.
Fique com a gente!
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

12 O corpo
também fala

Ansiedade, insegurança? Medo ou empolgação?


Aprenda a identificar as mensagens que os
participantes podem estar transmitindo com a
linguagem corporal durante o workshop

123
descola.org | Facilitação de Times

Durante uma sessão de facilitação você não estará livre de


se deparar com reações de ansiedade, medo, impaciência
ou até mesmo entusiasmo e participação excessiva. Como
vimos no capítulo anterior, gerir pessoas é estar diante e
saber administrar os mais diversos perfis - o que é muito
mais fácil quando você se relaciona com as pessoas com
certa frequência, conhece os comportamentos e pode até
prever certas reações.
O fato é que nesse tipo de encontro é muito comum
participarem pessoas de diversas áreas e funções. Também
há muitos casos em que é preciso recrutar especialistas
que vão contribuir, sobretudo, com os aspectos técnicos
que surgirem ao longo do encontro.
Pode ser que você também seja contratado por uma
consultoria e que nunca tenha visto aquelas pessoas. Seja
qual for a circunstância, o fato é que dificilmente, todos os
profissionais presentes se conhecem. E você também não é
conhecido por todos.

124
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Ao longo do curso municiamos você com técnicas e


recursos para convidar todos a contribuir, dinâmicas
de engajamento, etc. Tudo isso não apenas estrutura a
jornada e te conduz para chegar ao objetivo pretendido
pela reunião, mas também se torna instrumento para
reverter situações adversas. Mais para frente a gente
vai dedicar um espaço para falar somente sobre casos
complexos em facilitação. No entanto, como identificar
quando alguém não está a fim de participar? Ou quem
esteja demonstrando nervosismo, ansiedade?
Nem sempre as pessoas vão verbalizar como estão se
sentindo. E tá tudo bem. Porque o corpo delas vai falar.
Sabe aquela história de que gestos dizem mais do que
palavras? Pois é. Não é um mero ditado.

125
descola.org | Facilitação de Times

A linguagem verbal
representa apenas 7%
da nossa comunicação
interpessoal.

126
O tom de voz, a velocidade, ritmo e entonação que usamos
para emitir as mensagens representam 38%, enquanto os
gestos, expressões faciais, posturas e outras informações
expressas sem sequer pronunciarmos uma palavra
corresponde a 55% da mensagem que pretendemos emitir.
A constatação é de Albert Mehrabian, um dos pioneiros nos
estudos da comunicação não verbal e professor emérito de
Psicologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
O livro “ O corpo fala - a linguagem silenciosa da
comunicação não verbal” , de Pierre Weil e Roland
Tompakow , traz uma série de contribuições para que
possamos interpretar posturas e sinais corporais que podem
estar sendo transmitidos pelos participantes (ainda que sem
querer) durante o workshop. Dá só uma olhada:
Pernas agitadas ou batidas frenéticas com o Mãos inquietas: pode apostar que é um sinal de
pé: sinal de impaciência ansiedade quando a pessoa rói as unhas, mexe com
frequência no celular, morder a tampa da caneta ou brinca
Braços cruzados: seu interlocutor está demonstrando com colar, anéis ou outros acessórios.
não estar muito receptivo para conversar.
Cabeça erguida e olho no olho: não se trata
Mãos fechadas em punhos: pode ser indicativo de de encarar o interlocutor nem de demonstrar petulância,
frustração e nervosismo. mas sim de estabelecer contato visual amigável durante a
conversa para demonstrar interesse e participação.
Tórax projetado para frente: demonstra
vaidade, egocentrismo ou que a pessoa, naquele Corpo tão inclinado a ponto de quase se dobrar
momento, está tentando se impor. é sinal de insegurança, submissão. Ao tocar o pescoço a
demonstração de vulnerabilidade é ainda mais evidente
Tórax retraído: ao contrário, pode sinalizar timidez
e até certa submissão. A pessoa que se retrai pode estar se Mãos na cintura: essa pose é a clássica que muitos
sentindo dominada pela situação estudiosos da cinesiologia (ciência que estuda a linguagem
corporal) denominam como “pose do super-herói”,
Postura ereta: sinal de equilíbrio. justamente por transmitir segurança e autoconfiança.
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

13 Saia justa

Aprenda a reconhecer e lidar com situações


complexas em facilitação

129
descola.org | Facilitação de Times

Facilitar processos inovadores é saber reconhecer e lidar


com imprevistos. Mas o fato é que você só estará apto a
improvisar se estiver munido de recursos e ferramentas
para tal, certo? Sim, porque você sabe que nem sempre vai
ter todo o tempo do mundo e nem o orçamento ideal para
viabilizar aquela solução dos sonhos do seu time.
E por falar em soluções dos sonhos, como contornar uma
situação em que as pessoas parecem estar inflexíveis e
já vem com uma ideia pronta? Dá só uma olhada nessa
história que aconteceu com um colega da Lari:
O especialista em UX Fransuel Nascimento conta
que participou de algumas sessões de facilitação para
um projeto em uma consultoria, cujo cliente era uma
instituição bancária.
Tratava-se de um projeto na área de dados para otimização
de processos durante a verificação das bases de data lake
- uma espécie de repositório que armazena conjuntos
grandes e variados de dados brutos, em formato nativo.

130
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Entre as várias pesquisas e entrevistas que já tinham sido “No meio da facilitação vimos que eles estavam
realizadas, a squad definiu um hall de oportunidades de completamente perdidos sobre o porquê eles estavam ali.
inovação para ajudá-los a cumprir esse objetivo. Sem contar que era a primeira vez que eles participavam
de uma sessão de facilitação. Então, embora eles tivessem
Ocorre que o banco havia recrutado o time de dados para gostado do exercício, não conseguimos sair com o que
participar das dinâmicas de facilitação somente depois que esperávamos.
o projeto já estava em andamento. Então, além das sessões
envolverem pessoas desconhecidas, o time de dados não Para que todos ficassem na mesma página, demos um
estava a par dos frutos das etapas anteriores e o quanto as passo para trás após a primeira cocriação. Elaboramos um
equipes já tinham caminhado até então. material em ppt pra eles para que eles pudessem estudar
sobre o tema e se inteirar do projeto”, explica Fransuel.
131
Em seguida, Fransuel optou por quebrar a cocriação em “Em princípio, pode parecer que enviesamos as propostas
duas etapas com a matriz de Resolução de Problemas de soluções para só então reunir o time de dados
(Solv ing Problems). Com os stakeholders foram novamente. Mas, no início da facilitação, os participantes
abordados os seguintes pontos: foram muito literais. Normalmente, profissionais
que atuam com dados têm a característica de não
What is (descrição do problema) conseguir abstrair informações. Eles tendem a focar o
pensamento em coisas muito específicas e diretas e,
What if (sugestões de solução) consequentemente, muito enviesadas para uma solução
mais tecnológica. Por isso, o primeiro encontro foi
What Wow’s (que output queremos) muito ruim, porque o time de dados estava encarando a
facilitação como um jeito de colocar em prática as ideias
E com o time de dados: que eles já tinham em mente, que já estavam enraizadas,
sem antes focar no problema em si”, conta Fransuel.
What works (como viabilizar
tecnologicamente)
Assim, os stakeholders iriam delimitar o que era possível
ser feito no tempo determinado em contrato. E no segundo
momento, o time técnico desdobraria as possibilidades
pré-definidas em soluções possíveis de serem executadas
em tempo também.
PARA RESUMIR... Então, como tínhamos um prazo para entregarmos algo
factível, isso estava completamente fora de cogitação.
Tínhamos que trabalhar com as ferramentas já existentes e
Quais foram as dificuldades como era difícil convencê-los disso. Então,após essa dinâmica de
facilitador: cocriação em duas etapas, afunilamos para uma solução
que foi entregue, mas não sem antes uma nova rodada
- As pessoas convidadas para cocriar não tinham de entrevistas para entender os diferentes casos de uso
informações suficientes sobre o projeto no banco. O martelo foi batido nas especificidades após
- A experiência de cocriação era completamente nova prototipação, lembra Fransuel.
para o time de dados O especialista encerra contando que os feedbacks foram
- Pouco tempo disponível para que todos estivessem na muito bons, porque eles nunca tinham trabalhado dessa
mesma página e até para a condução das dinâmicas até forma e gostaram bastante. “Inclusive, os membros do
o objetivo final. banco foram presenteados com um playbook ao final do
contrato com outras soluções que cocriamos ao longo do
projeto para que eles pudessem usar posteriormente.”
E por falar em objetivo final...
“O grande entrave é que os membros do banco queriam
trabalhar com serviço de computação em nuvem confiável,
escalável e acessível. Mas o banco não iria priorizar esse
tipo de solução, porque não havia tempo hábil para
implementação naquele quarter.
descola.org | Facilitação de Times

14 Manual de
boas práticas

Retome as dicas de ouro e o que não fazer ao


facilitar

134
“Começaremos juntos, vamos terminar juntos”. “Preciso de vocês comigo pra gente terminar
no horário”. “Estamos com nosso horário apertado para essa atividade, então, conto com
vocês para sermos objetivos aqui”. Frases como estas ajudam a delimitar alguns limites, de
maneira educada, mas sem deixar de exercer o controle diante do workshop.
Algumas práticas são muito bem-vindas para te apoiar nessa função, ao passo que você
também deve estar atento a algumas condutas que é melhor evitar. É o que vamos ver a seguir!

DIGA NÃO A ESSAS PRÁTICAS DURANTE A FACILITAÇÃO:


- Dar as costas para o seu time - A gente já aprendeu aqui que a nossa
comunicação não está restrita às nossas palavras. O nosso gestual e comportamento
também comunicam e a linguagem corporal é uma das formas que o cérebro analisa
mais rapidamente a informação que está sendo transmitida.
Então, quando estiver facilitando presencialmente, jamais dê as costas à alguém ou
ao time. Alguns facilitadores tendem a se virar de costas para escrever algo na lousa,
mas evite ao máximo ficar nessa posição porque isso desestimula o time. Você precisa
demonstrar o tempo todo interesse pelas pessoas que estão presentes ali.

- Não disponibilizar a agenda do dia - Lembre-se de que quando


mostramos que planejamos um encontro, demonstramos respeito pelo tempo das
pessoas.
- Deixar os frames próximos no mural - Facilitar com câmera fechada - Aos olhos
ou miro quando ao facilitar dois grupos do time, você é a personificação da experiência e além
disso inspira a todos pela atitude. Poder enxergar todos
- Deixar os frames próximos no mural ou miro quando os presentes é uma forma de melhorar a conexão
ao facilitar dois grupos - A Lari contou que, quando entre todos, além de reparar nos detalhes e no que a
ela participava de um workshops como membro do linguagem corporal deles pode estar sugerindo. Jamais
time, já aconteceu de os colegas terem que preencher deixe a câmera fechada.
informações e a ferramenta do outro grupo estar muito
próxima. Dessa forma todos podiam observar o que o - Facilitar com barulhos e ruídos de
outro grupo estava fazendo e isso acabava inibindo um
pouco a criatividade. A dica é: se você precisa separar fundo - Antes de iniciar o workshop, sobretudo,
em grupos, prepare as ferramentas no Miro e disponha os que ocorrerem remotamente, avalie se haverá
de forma que elas não fiquem de fácil visualização para interferências ou ruídos que possam atrapalhar as
outras pessoas de outros times. dinâmicas.

- Deixar as ferramentas visíveis - Deixar as - Ficar lendo slides - Se tiver que ler, vá
próximas etapas visíveis tira todo o encantamento da alternando entre as pessoas ali presentes e peça para
experiência. Quando o time chegar, vai ler tudo. Então, que cada uma leia uma pasta. Assim fica mais dinâmico.
vá liberando conforme você facilita.

Não precisa estudar muito sobre o assunto
que você vai trabalhar, pois o seu papel não é
entender a fundo sobre algum tema, mas sim
orquestrar o conhecimento dos envolvidos.
Algumas pessoas estudam muito algum tema,
mas a dica que eu daria é que você conheça
o contexto de forma macro, mas não precisa
virar um especialista do assunto.
Lari
DICAS DE OURO
- Antes de dar início à sessão, reserve um tempo para fazer uma leitura dos
participantes. Lembre-se de que você é referência para o time, então, transmita
segurança, estipule o tempo com eles e, sempre que perceber que há necessidade de
prolongar uma atividade, conceda mais alguns minutinhos até que todos concluam o
que estiverem fazendo. Assim, você demonstra acolhimento.
- Elogie atitudes positivas das pessoas, para que elas continuem participando
ativamente. Da mesma forma, cuide para que você mantenha a sua atitude positiva,
pois, seu papel também será estimular os demais quando a energia do grupo baixar.
- Se sentir que as pessoas estão com sono, que pode ser muito frequente em
momentos de volta do almoço, proponha atividades mais práticas e que mexam o
corpo. Isso ajuda a acordar!
- Seja firme com o time: seja um guardião do foco do projeto e do tempo proposto para
as atividades.
- Por fim, tenha em mente que você é a pessoa que mais entende da facilitação ali.
Então, confie em você e no seu potencial de execução e confie nas pessoas que
participarem contigo da experiência.
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

15 Para a
cabeceira

9 indicações de leitura para você


Continue sua jornada de aprendizado
com nossa curadoria especial sobre
Facilitação e outros temas abordados no
curso

139
descola.org | Facilitação de Times

Facilitação: um jeito de ser Confiança criativa


Alexandre Moreno Tom & David Kelley
Esta é a primeira obra no Brasil que aborda a questão da Sabemos que exercitar a criatividade é essencial à prática
Educação Corporativa pela Abordagem Centrada na Pessoa. da facilitação. Por isso, indicamos esta obra de duas
A abordagem da Tecnologia Humana, que mais vai crescer grandes referências do Design Thinking que, inspirados
nos próximos anos, expressa por meio da nossa capacidade em casos da IDEO e da Stanford d.school, nos estimulam a
de acolher, olhar, escutar, ouvir, incluir, integrar, perguntar, beber da nascente da criatividade e da imaginação ao lidar
interagir, dialogar, ou seja, estar presente. com problemas. Em “Confiança Criativa”, os irmãos Kelley
revelam estratégias específicas para libertar a inventividade
O autor traz cases concretos, exercícios, além recorrer a de cada um, pois, segundo eles, a criatividade e a
diversas técnicas e ferramentas para construir um arcabouço capacidade de inovação são como os músculos: quanto
para usar a Facilitação na aprendizagem corporativa. mais você usa, mais fortes ficam.

140
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Arquitetar a colaboração - Facilitar grupos e liderar pela


facilitação
Paulo Nunes de Abreu
Em uma organização colaborativa, o trabalho requerido para
a resolução de problemas complexos é desenhado e decidido
em grupo. A facilitação contribui, então, para fazer emergir uma
visão inspiradora para as tarefas coletivas, abrindo um espaço
para a participação genuína, por meio da qual o grupo assume
responsabilidades e se organiza para concluí-las com sucesso.
Hoje em dia, partilhar conhecimento é um dos fatores mais
importantes para aumentar a produtividade de uma organização.
A contribuição fundamental de um arquiteto da colaboração
centra-se no domínio das pessoas – peopleware – onde ela ou ele
será essencialmente um líder facilitador que adota os valores e os
princípios da facilitação de grupos para criar uma cultura de reuniões
mais colaborativas e poder obter os melhores desempenhos nas
organizações que dirige.

141
descola.org | Facilitação de Times

O corpo não mente Isto é Design de Serviço na Prática: Como Aplicar o Design de
Joe Navarro Serviço no Mundo Real: Manual do Praticante
Marc Stickdorn & outros
Continue os estudos sobre comunicação não verbal com os
ensinamentos de Joe Navarro. O ex-agente do FBI mostra O design de serviço proporciona um modelo e um
como interpretar o que os clientes, colegas, entrevistados e conjunto de ferramentas consistentes visando à ótima
entrevistadores por meio dos gestos, expressões e postura. experiência do cliente. Com um capítulo inteiro dedicado
Aprenda a reconhecer hábitos que enviam mensagens à facilitação, este livro faz uma introdução abrangente ao
erradas e ver o que a postura, os locais de trabalho e até design de serviço (e de qualquer produto), descreve as
mesmo os hábitos eletrônicos dizem acerca das pessoas. principais atividades, apresenta instruções para o uso das
ferramentas e os métodos mais importantes. Aborda a
condução de workshops, a implementação dos conceitos,
o design de serviço em organizações, além de trazer
estudos de caso do mundo inteiro.
142
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Business Model You - O modelo de negócios pessoal


Tim Clark
O best-seller global Business Model Generation introduziu uma
maneira visual única de resumir e fazer um brainstorming criativo de
qualquer ideia de negócio ou produto em uma única folha de papel.
Business Model You usa a mesma ferramenta poderosa de uma
página para ensinar os leitores a desenhar “modelos de negócios
pessoais”, que revelam novas maneiras como suas habilidades podem
ser adaptadas às necessidades de mudança do mercado para revelar
novas e mais satisfatórias possibilidades de carreira e vida. O livro é
baseado na metodologia Business Model Canvas, que rapidamente
emergiu como a principal técnica de descrição e inovação de
modelos de negócios do mundo.
Este livro mostra aos leitores como:
• Compreender o pensamento do modelo de negócios e diagramar
o seu próprio
• Reconhecer o valor de suas habilidades no mercado e definir seu
propósito
• Articular uma visão de mudança
• Criar um modelo de negócio pessoal harmonizado com essa visão
e, o mais importante: como testar e implementar o novo modelo.
143
descola.org | Facilitação de Times

Sprint: o método usado no google para testar e aplicar novas


ideias em apenas cinco dias
Jake Knapp
Desenvolvido pelo designer Jake Knapp, quando ainda trabalhava no
Google, o método foi utilizado no aperfeiçoamento do mecanismo
de busca e no desenvolvimento do Google Hangouts. Tempos mais
tarde, Knapp se uniu a Braden Kowitz e John Zeratsky no Google
Ventures e completaram mais de cem sprints em empresas de
telefonia, e-commerce, saúde, finanças e muito mais.
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, o livro não possui
uma linguagem técnica e difícil. Muito pelo contrário! Você terá em
mãos um guia dinâmico, moderno e funcional cheio de detalhes, que
irá te orientar na prototipação do produto e teste com clientes reais
antes de lançá-lo.

144
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Se a leitura em inglês for confortável para você, vale conferir essas referências:

Facilitator's Guide to Participatory Decision-Making


Sam Kaner
Reuniões podem ser muito mais do que apenas uma ocasião
para resolver um problema ou criar um plano. Cada reunião bem
facilitada é também uma oportunidade para ampliar e desenvolver as
perspectivas dos membros individuais, construindo assim a força e a
capacidade do grupo como um todo.
O “Guia do Facilitador para a Tomada de Decisão Participativa”
orienta os leitores por meio da luta e da satisfação de colocar os
valores participativos em prática, ajudando-os a cumprir a promessa
de uma tomada de decisão em grupo eficaz.

145
descola.org | Facilitação de Times

Facilitator's Guide to Participatory Decision-Making


Sam Kaner
Confira alguns tópicos que foram aprimorados:
• 60 páginas de novas habilidades e ferramentas
• Muitos novos exemplos de casos
• Grande expansão e reorganização das seções avançadas do livro.
• Novo capítulo: Ensinando um Grupo sobre Dinâmica de Grupo
• Dobrado de tamanho: Desafios do Facilitador Clássico.
• Melhorado substancialmente: Projetando Agendas Realistas -
agora três capítulos, com respostas sábias e perspicazes para as
perguntas mais incômodas sobre design de reuniões.

146
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Finding our way: leadership for an uncertain time


Margareth J. Wheatley

Margaret Wheatley é uma das pensadoras organizacionais mais


inovadoras e influentes de nosso tempo, e “Finding Our Way” representa
dez anos de trabalho, de como ela transformou suas teorias em prática
em muitas situações diferentes.
Provocativo, desafiador, às vezes poético e muitas vezes profundamente
comovente, “Finding Our Way” resume o pensamento de Wheatley em
um escopo diversificado de tópicos de liderança e gestão à educação
e criação dos filhos em tempos turbulentos; de comentários sociais a
técnicas organizacionais específicas e muito mais.

147
descola.org | Facilitação de Times

16 Tá na
tela!

Separamos também alguns filmes e séries


que vão te mostrar como as práticas
de liderança podem impactar o mundo
em outros cenários análogos, trazendo
insights sobre seus aprendizados ao
longo do curso.

148
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

De porta em porta (2002) Lincoln (2012)


Quando a escuta ativa e o poder de negociação estão entre O presidente americano precisa lidar com a guerra civil,
as principais habilidades do profissional que se propõe a enquanto uma batalha se trava dentro do seu próprio
facilitar times, este filme tem muito a agregar. O longa conta gabinete sobre a delicada decisão de pôr fim à escravidão.
a história de Bill Porter, um homem com paralisia cerebral, O filme apresenta cenas incríveis de grandes negociações
condição que o submete a limitações de movimentos e de entre políticos da época, cada um com seu ponto de vista
capacidade de fala. Mesmo com estes enormes obstáculos, defendido com unhas e dentes. Lincoln tenta conciliar
ele se torna o melhor vendedor do ano. e dialogar com pessoas que não estão prontas para a
mudança, se tornando um exemplo singular de como
Ao longo de seu trabalho, Bill vai conquistando os clientes aprender a negociar.
e atendendo suas necessidades por meio de sua incrível
persistência. Dessa forma, ele consegue fechar diversos
negócios. A lição que fica é que é importante saber ouvir,
observar seu time quando for necessário negociar ou
sintetizar para tomar decisões.
149
descola.org | Facilitação de Times

Sim Senhor (2008)


Carl Allen é um homem que perdeu muitas
oportunidades por causa da palavra “não” e
depois de ir a um encontro maluco ele decide
- ou é forçado - a somente dizer “sim”.
Esta comédia coloca em destaque os
benefícios que se pode colher quando o
facilitador assume um dos seus principais
papéis - o de remover obstáculos. O longa
metragem nos ensina como o “sim” abre
portas, permite estar aberto a coisas novas,
ainda que tenhamos que testar, errar e testar
novamente.

150
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Brené Brown - The call to courage (20019 Spotlight: Segredos revelados (2015)
“O medo de arriscar mata a criatividade e a inovação. Saber fazer as perguntas certas, no momento oportuno.
Ousar ser vulnerável e topar falhar leva a resultados muito Investigar e filtrar dados para melhor condução do projeto.
melhores”. Esta é uma das falas de Brown que vão te Essa história real tem muito a te ensinar sobre essas e outras
inspirar a assistir ou a rever este campeão de audiência habilidades de um bom facilitador.
disponível na Netflix.
O filme, que despertou bastante polêmica na ocasião do
Entre tantas lições presentes neste documentário, a seu lançamento, mostra a atuação profissional irretocável
pesquisadora norte-americana fala sobre o papel da de um grupo de jornalistas norte-americanos, ao reunir
vulnerabilidade no ambiente de trabalho. Em vez de fingir documentos capazes de provar diversos casos de abuso de
perfeição e se fechar em uma armadura, ela sugere que crianças, causados por padres católicos. Eles poderiam ser
colegas e líderes estejam abertos para o risco de errar, para comparados a um grupo de inovação dada a coordenação
as conversas difíceis. estratégica com que todos trabalham, como um time
empático, colaborativo e assertivo.

151
descola.org | Facilitação de Times

Coach Carter - um treino para a vida (2005)


Baseado em fatos reais, o filme conta a história do
técnico de basquete Ken Carter (Samuel L. Jackson), que,
em 1999, retorna para sua antiga escola em Richmond,
Califórnia, aceitando se tornar o treinador do time de
basquete para colocá-lo em forma.
Com muita disciplina e regras duras, ele consegue fazer
a equipe vencer. Mas quando as notas dos jogadores
começam a baixar, Carter fecha o ginásio e interrompe
o campeonato. O treinador é criticado pelos jogadores
e seus pais, mas está determinado a fazer com que os
jovens sejam vencedores tanto na escola quanto na
quadra.
Como líder, o facilitador é, obrigatoriamente, um grande
estrategista, capaz de definir objetivos e as melhores
táticas para atingi-los. Por isso, sua primeira tarefa é
diagnosticar a situação atual da equipe e definir objetivos
realistas, tangíveis e mensuráveis a serem atingidos.
Além disso, o facilitador deve trabalhar as competências
comportamentais como resiliência, foco e autoconfiança
para que os subordinados deem o seu melhor ao
perseguir as metas.
152
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos
SÉRIE
Engana-me se puder (Lie to me) (2009)
Continue a aprender sobre interpretação da linguagem
não verbal com esta série que traz as investigações de
uma equipe formada por especialistas em detectar
mentiras.
As mínimas expressões e gestos são interpretados por
esses cientistas do comportamento, que prestam seus
serviços para diversas entidades, como o FBI, a polícia,
empresas particulares ou mesmo pessoas que estejam
dispostas a descobrir a verdade que alguém pode estar
escondendo.
O grupo é liderado pelo Dr. Cal Lightman, um
cientista que dedicou toda a sua vida ao estudo do
comportamento humano. Lightman ainda conta com
a ajuda da sua parceira e psicóloga Gillian Foster, além
do pesquisador Eli Locker, de Ria Torres, uma mulher
com o talento natural de interpretar as expressões
humanas e de Ben Reynolds, um agente do FBI que é
designado para dar assistência ao Grupo Lightman em
suas investigações. O personagem Dr. Cal Lightman é
inspirado no psicólogo e expert em linguagem corporal,
Paul Ekman, que inclusive prestou consultoria para o
desenvolvimento do seriado.
153
descola.org | Facilitação de Times
SÉRIE
A Segunda Guerra em cores (2009)
Imagens dos momentos mais dramáticos da Segunda
Guerra Mundial foram restauradas em cores e alta
definição para esta série documental disponível na
Netflix. Além de retomar o contexto de um dos principais
confrontos históricos sob uma nova ótica, a série
proporciona uma reflexão análoga sobre a relação entre
estratégias falhas de guerra e um planejamento mal
elaborado mostrando como ambos comprometem todo
o percurso rumo às metas e soluções.

154
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

17 Podcasts

Fique de ouvido atento a esses canais


que selecionamos para você continuar a
aprender sobre facilitação

155
descola.org | Facilitação de Times

Facilitando a vida e nossa conversa Agile Girls Seja ágil


Aprenda mais sobre métodos ágeis
Linguagem da facilitação, saias justas, Thaís Rigolon entrevista mulheres e como eles podem dar um boost na
como receber críticas como facilitador agilistas engajadas em tornar a sua carreira. O canal traz discussões
são apenas alguns dos episódios comunidade mais diversa, acolhedora variadas sobre o tema incluindo
disponíveis neste canal. Conduzido e melhor para todas as pessoas. “Como aplicar gestão visual com
por Luciana Alencar, Thiago Salvador Em um dos programas, Maíra Kanban”, “Inteligência emocional -
e Myrian Castello, os programas Blasi convida os ouvintes para um melhor caminho para a liderança”,
promovem conversas instigantes mergulho no universo da facilitação, “O melhor método ágil para a sua
sobre o exercício da profissão. mas o canal traz diversos temas realidade”, etc.
correlatos como evento ágil, liderança
de agilistas, engajamento de times e
muito mais!

156
Descomplique processos e dê caminhos para solucionar problemas complexos

Love the problem Braincast Design Matters


Estratégia de negócio, alta performance Produzido pela B9 Criado por Debbie Millman em
organizacional e mudança cultural. Mais Company, maior 2005, o primeiro podcast sobre
do que ferramentas e métodos, o canal se produtora especializada design apresenta conversas
propõe a disseminar uma nova cultura nas em podcasts do Brasil, informais entre designers
quais os negócios e pessoas entreguem Braincast é o seu posto gráficos, educadores, autores e
valor continuamente, experimentando, avançado no futuro, que diversos empreendedores. Com
aprendendo e aprimorando a cada dia. debate a intersecção uma pegada mais objetiva, cada
entre a criatividade, episódio dura em torno de 25 a
Caso não saiba por onde começar, eles tecnologia, cultura 60 minutos — e sempre termina
indicam o episódio 11 - “Pensamento digital, inovação e com a assinatura “e lembre-
Sistêmico’’. O episódio 47 - “Estratégia” negócios. se: podemos falar sobre fazer
também é uma boa opção. Se quiser a diferença, podemos fazer a
ir além e pensar sobre a vida além do diferença ou podemos fazer as
trabalho, o episódio 24 - “O último dos duas coisas”.
problemas” é perfeito.
157
descola.org | Facilitação de Times

18 Referências

Concentramos neste capítulo todos


os links que utilizamos como fonte de
informação

158
YouTube - Leandro Karnal explica os Mundos Vuca e Bani
Link: https://www.youtube.com/watch?v=MBGOCXxVYzg

Art of Hosting - A arte de anfitriar


Link: www.artofhosting.org

YouTube - O que é facilitação: 10 formas de aplicar na prática


Link: https://www.youtube.com/watch?v=H3is_r5iElA&t=70s

Learning Theories - Facilitation Theory


Link: https://www.learning-theories.org/doku.php?id=instructional_design:facilitation_theory

Síntese - Educação corporativa - Facilitação


Link: https://www.syntese.com.br/facilitacao/

Associação Internacional de Facilitadores - Competências Básicas do Facilitador


Link: https://www.iaf-world.org/site/sites/default/files/Competencias%20IAF%20Portugues_PT_FINAL.pdf
Customerthink - The dangerous animals of product management and how to tame them
Link: https://customerthink.com/the-dangerous-animals-of-product-management-and-how-to-tame-them/

Leadership garden - The four dangerous animals of product development


Link: https://leadership.garden/articles/four-dangerous-animals-of-product-development/

Grupo Voitto - Aprenda como o método MoSCoW poderá ajudá-lo a priorizar as tarefas da sua empresa
Link: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/metodo-moscow

Rock content - ICE score: o que é, como funciona e como aplicar para melhorar os resultados da sua equipe
Link: https://rockcontent.com/br/blog/ice-score/

Interaction Design Foundation - What is brainstorming?


Link: https://www.interaction-design.org/literature/topics/brainstorming

Você também pode gostar