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GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada aos itens A e B.
A
Leia o soneto de Antero de Quental.
Na mão de Deus
À Exm.a Sr.a D. Vitória de O. M.
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
1. Esclareça o conteúdo dos seguintes versos, tendo em conta o sentido global daestrofe em que estão
inseridos.
[20 pontos]
a. “Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita.” (vv. 3-4)
3. Justifique o uso da apóstrofe e do imperativo no último terceto, explicitando a ideia que veiculam.
1
[20 pontos]
2
GRUPO II
[50 pontos: 10 itens x 5 pontos cada]
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione, no seu caderno, a opção correta.
A economia da felicidade
Vivemos numa época de muita ansiedade. Apesar de uma riqueza total sem precedentes, existe uma
enorme insegurança, agitação e insatisfação. […]
Para contrariar este cenário, chegou a altura de repensar as origens básicas da felicidade na nossa vida
económica. A implacável procura de rendimentos mais elevados está a provocar uma desigualdade e
ansiedade sem precedentes, em vez de gerar mais felicidade e satisfação. O progresso económico é
importante e pode melhorar, de forma significativa, a qualidade de vida mas apenas se for acompanhado
pela busca de outros objetivos.
Neste aspeto, o Reino do Butão tem vindo a destacar-se. Há quarenta anos, o quarto rei do Butão, novo e
acabado de chegar, fez uma escolha notável: o Butão deve preocupar-se com a "felicidade nacional bruta"
e não com o produto interno bruto (PIB). Desde aí o país tem seguido uma visão alternativa e holística do
desenvolvimento que dá ênfase não apenas ao crescimento económico mas também à cultura, à saúde
mental, à compaixão e à comunidade.
Recentemente, dezenas de especialistas reuniram-se na capital do Butão, Thimphu, para analisar a
experiência do país. […] O encontro teve lugar após a Assembleia-Geral das Nações Unidas ter emitido uma
declaração em que pedia aos países que analisassem de que forma as políticas nacionais podem promover
a felicidade nas suas sociedades.[…]
Aqui estão algumas conclusões iniciais. Primeiro, não devemos denegrir o valor do progresso económico.
Quando as pessoas têm fome, não têm acesso às necessidades básicas, como água potável, cuidados de
saúde e educação e não têm um emprego digno, sofrem. O desenvolvimento económico que alivia a
pobreza é um passo vital para fomentar a felicidade.
Em segundo lugar, a busca incessante do PIB sem ter em conta outros objetivos não conduz à felicidade.
[…]
Em terceiro, a felicidade é alcançada através de uma estratégia equilibrada perante a vida, tanto dos
indivíduos como das sociedades. Como indivíduos, somos infelizes se nos forem negadas as nossas
necessidades básicas. Mas também somos infelizes se a nossa busca por maiores rendimentos substituir a
nossa dedicação à família, amigos, comunidade, compaixão e equilíbrio interno. […]
Em quarto lugar, o capitalismo global representa diversas ameaças diretas à felicidade. Está a destruir o
ambiente através das alterações climáticas e outros tipos de poluição, enquanto uma corrente implacável
de propaganda da indústria petrolífera permite que muitas pessoas desconheçam esta situação. Está a
enfraquecer a confiança social e a estabilidade mental, com a prevalência de depressões clínicas,
aparentemente, a aumentar. […]
A procura louca pelos lucros empresariais está a ameaçar-nos a todos. Não há dúvida que devemos
apoiar o crescimento económico e o desenvolvimento, mas apenas num contexto mais alargado que
promova a sustentabilidade ambiental e os valores da compaixão e da honestidade necessários para a
confiança social. A procura pela felicidade não deve ficar confinada ao belo reino montanhoso do Butão.
3
Jeffrey D. Sachs, Jornal de Negócios, edição online de 5 de setembro de 2001
(consultado em agosto de 2015).
2. “Desde aí o país tem seguido uma visão alternativa e holística do desenvolvimento” (ll. 10-11) significa que o
Butão
[A] tem manifestado uma preocupação inédita com o crescimento económico interno.
[B] encara o desenvolvimento numa perspetiva global e integrada.
[C] aumentou o PIB elevando os rendimentos da população.
[D] dinamizou atividades voltadas para a comunidade.
3. “A procura pela felicidade não deve ficar confinada ao belo reino montanhoso do Butão” (ll. 39-40) significa
que
[A] a experiência do Butão é um exemplo a seguir por outros países.
[B] a procura da felicidade neste país gerou desigualdades e angústias.
[C] a procura de felicidade não pode ser desprezada, pois é facilitada pela beleza natural.
[D] a experiência do Butão não pode ser imitada.
4. No segmento frásico “O encontro teve lugar após a Assembleia-Geral das Nações Unidas
ter emitido uma declaração em que pedia aos países […]” (ll. 15-16), a expressão sublinhada
retoma
[A] “o encontro”. [C] “uma declaração”.
[B] “a Assembleia-Geral”. [D] “lugar”.
5. Na expressão “Aqui estão algumas conclusões iniciais.” (l. 18), a palavra sublinhada desempenha a função
sintática de
[A] sujeito. [C] complemento direto.
[B] modificador. [D] predicativo do sujeito.
6. A frase “Como indivíduos, somos infelizes se nos forem negadas as nossas necessidades
básicas.” (ll. 26-27) contém
[A] uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial condicional.
[B] uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial comparativa.
[C] duas orações subordinadas adverbiais, uma comparativa e uma condicional.
[D] uma oração subordinada e uma oração subordinada adverbial causal.
4
9. Indique a função sintática desempenhada pelas expressões sublinhadas em “O desenvolvimento
económico que alivia a pobreza é um passo vital para fomentar a felicidade.” (ll. 21-22)
10. Classifique a oração “que muitas pessoas desconheçam esta situação.” (ll. 32-33)
GRUPO III
[50 pontos]
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 170 e um máximo de 200 palavras,
defenda um ponto de vista pessoal sobre a importância de cada ser humano procurar ser feliz,
não apenas numa perspetiva individual mas também contribuindo para o bem-estar universal.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada
um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.