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Plano Parcial de Urbanização | Baixa de Maputo

Relatório Final
Janeiro 2015

Conselho Municipal de Maputo


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Plano Parcial de Urbanização | Baixa de Maputo

Relatório Final
Janeiro 2015
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Índice
Lista de Abreviaturas  6 3. Aspectos do PPU  88 6.2. Escala metropolitana  185 10.3. Opções de Parcerias de Implementação  259

List of figures  7 6.3. Transporte público  186 10.4. Uma abordagem passo a passo  261
3.1. Organização do Plano  89
Lista de Tabelas  11 6.4. Estação Intermodal da Baixa Oeste  188 10.5. Parcerias recomendadas para implementação dos
3.2. Sete estratégias para gerir a transformação  90
elementos fundamentais do Plano Parcial de Urbanização  263
Lista de notas em caixa  13 6.5. Configuração e segurança das ruas  193
10.6. Planos de Pormenor  269
Agradecimentos  16 4. Resultado Esperado do Plano  108
10.7. Áreas não vinculativas  270
7. Infraestrutura Pública  212
4.1. Zoneamento de uso do solo  109
Sumário Executivo  18 7.1. Abordagem geral  213
4.2. Espaço público  118 Anexos  272
4.3. Directrizes para o controle da forma urbana  130
Membros da Comissão de Acompanhamento  273
1. Contexto  32 8. Estimativa do Custo do Projecto  226
4.4. Habitação e assentamentos informais  138
Comentários Registados na Segunda Consulta Pública e
1.1. Caracterização geral da Baixa  33 4.5. Economia local e mercados  140 8.1. Geral  227 Resposta do PPU  274
1.2. Aspectos chave do Diagnóstico  36 8.2. Pressupostos e hipóteses  227 Projectos considerados Aprovados pelo Departamento de
1.3. Metodologia para a recolha de dados  57 5. Bens Históricos e Culturais  150 8.3. Custo total do projecto  234 Infraestruturas até Novembro de 2013  288

Acta do Charrette de Adopção da Visão  292


5.1. Uma visão geral do património edificado da Baixa  151
2. Uma abordagem participativa para estabelecer uma 9. Enquadramento Legal  238 Acta do Charrette de Opções Espaciais  295
5.2. Legislação e política de património existente  152
visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial 9.1. Regulamento Urbano  239 Acta da Primeira Audiência Pública  300
5.3. Caracterização e mapeamento de bens patrimoniais individuais  153
para a Baixa  64 9.2. Legislação ambiental  242 Acta da Segunda Audiência Pública  303
5.4. Proposta de sistema de classificação patrimonial e sua justificativa  160
2.1. Charrette de Adopção da Visão  69 9.3. Aquisição de terras e reassentamento  246 Termos de Referência para constituição do Gabinete de
5.5. Fichas individuais de bens patrimoniais  172
Desenvolvimento da Baixa  308
2.2. Charrette de Opções Espaciais  76
5.6. Valoração do património  172
Racional para o cálculo da taxa de crescimento do tráfego
2.3. Realizando Audiências Públicas  80 10. Implementação do Plano  250 em Maputo (inglês)  316
2.4. Resultado do processo participativo: intervenções que 6. Mobilidade  184 10.1. Análise qualitativa de risco  251
materializam os princípios  82
6.1. Criação de melhores condições de mobilidade  185 10.2. Financiamento de Projectos de Desenvolvimento Urbano  255
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Lista de Abreviaturas Lista de Figuras


PPU Partial Urbanization Plan Sumário Executivo 18 Baixa actual 37 Figura 38. Estudantes da faculdade de arquitectura da UEM durante levantamentos de
campo (cima)58
AADT Annual Average daily Traffic Figura 20. Foto dos pântanos da Baixa antes do 2º aterro (1915) no actualmente
Figura 1. Google Earth imagem 200419
chamado Aterro da Maxaquene38 Figura 39. Tecnologia de levantamento para upload em tempo real dos dados levanta-
PEUMM Structure Plan for the Municipality of Maputo
Figura 2. Google Earth imagem 201420 dos (baixo)58
CMM City Council of Maputo Figura 21. Mapa histórico representando a Baía de Maputo e a ilha original da Baixa
Figura 3. Vista aérea da visão do PPU após implementação (2025)21 (cima)39 Figura 40. Amostra da sub-divisão das ruas em porções de eixo, para levantamento de
SC Supervision Commission
infraestrutura (cima)58
Figura 4. Plano de Lourenço Marques no início do século XX22 Figura 22. Plano Urbano de expansão da ilha original subindo a encosta com as
DPMUA Directorate for Urban Planning and Environment
grandes avenidas (baixo)39 Figura 41. Amostra da sub-divisão em quarteirões, para levantamento de uso do solo e
AM Municipal Assembly Figura 5. Activo histórico delapidado23 património (baixo)58
Figura 24. Uso do Solo proposto pelo PEUMM41
CFM Mozambican Ports & Rail Company Figura 6. Waterfront actual23 Figura 42. Amostra de cruzamentos seleccionados, para levantamento de trânsito
Assotsi Informal Sector Workers' Association of Mozambique Figura 25. Distribuição do Uso do Solo actual segundo as categorias do PEUMM42
(cima)58
Figura 7. Congestionamento na Baixa24
FIPAG Water Supply Investment and Assets Fund Figura 26. Vistas de rua dos diferentes usos de solo:44
Figura 43. Grupos focais com Secretários de Bairro e Chefes de Quarteirão (baixo)58
Figura 8. Impressão artística do Elevador da Maxaquene25
CTA Confederation The Economic Associations of Mozambique Figura 27. Distribuição actual de vendedores informais por cada rua46
TDM Telecommunications of Mozambique Figura 9. Impressão artística da frente marítima26
Figura 28. Espécies arbóreas predominantes: Acácias em Parques (esq.), Eucaliptos
MPDC Maputo Port Development Company
2. Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão,
Figura 10. Impressão artística da Estação Intermodal 27 nas áreas aterradas (cent.) e Palmeiras na frente marítima (dir.) 47
WHO World Health Organisation princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa 64
Figura 11. Predio Pott, meados séc. XX (cima)28 Figura 30. Percentagem dos produtos vendidos48
RAP Resettlement Action Plan Figura 44. Primeiro e Segundo Charrette, Maputo, 2013-201465
Figura 12. Prédio Pott, vista actual (baixo)28 Figura 29. Condições de comércio informal48
EIA Environmental Impact Assessment
Figura 45. Desenhos da Baixa feitos por crianças do ensino primário 67
Figura 13. Impressão artística de um possível restauro do Prédio Pott29 Figura 31. Distribuição e do comércio informal pelas ruas da Baixa49
USD United States Dollars
Figura 47. Planta de Maputo no início do século XX 70
MZN New Mozambican Metical Figura 14. Resultados esperados30 Figura 32. Mapa de espaço aberto na Baixa (ruas, reservas verdes e espaços públicos)
50 Figura 48. Mapa de condições bioclimáticas 70
ZAR South African Rand Figura 15. Diagrama do Processo de Elaboração do PPU31
GFA Gross Floor Area Figura 33. Congestionamento e fraco transporte público51 Figura 49. Matriz de Cenários 71
CAS Land Use Coefficient (Coeficiente de afectação do solo)
1. Contexto 32 Figura 34. Condições do Arquivo do CMM para projectos submetidos e aprovados53 Figura 50. Imagens de Xintiandi 72
COS Coefficient of Land Occupation (Coeficiente de ocupação do solo) Figura 35. Ficha-exemplo do levantamento cadastral actualmente em curso em Maputo Figura 51. Imagens de Hong Kong 72
Figura 16. Fotgrafia aérea da área de invervenção34 53
CPI Consumer Price Index
Figura 52. Imagens de Chattanooga 73
LT Lei de Terras Figura 17. lustração do risco de subida do nível das águas do mar na Baixa e em Ma- Figura 36. Exemplo de projectos em carteira (aprovados; com aprovação pendente; em
puto, como resultado do aquecimento global35 construção)54 Figura 53. Images of Macau, Quito 73
LOT Lei do Ordenamento do Território
DUAT Direito de Uso e Aproveitamento da Terra Figura 18. Áreas da Baixa susceptíveis de erosão e inundações35 Figura 37. PEUMM - Mapa de Zoneamento Síntese56 Figura 54. Manuscrito da visão produzido durante a Charrette  75
Figura 19. Mapa de Lourenço Marques em 1876 sobreposto à foto aérea da
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Figura 55. Gestos de mão ilustradores das Opções Conceptuais 77 4. Resultado Esperado do Plano 108 querda em baixo) e parque linear com elevador (direita em baixo)134 Figura 122. Classificação de Activos Patrimoniais por Categoria 161

Figura 56. Votação dos três conceitos 78 Figura 101. Secções das Reserva Verde da Baixa Este (topo) e Reserva Verde da Figura 123. Activos por categoria ao longo da área do PPU 165
Figura 77. Uso do solo actual vs. uso do solo do PPU 109
Baixa Oeste (baixo)135
Figura 57. Esquema metodológico desde Visão ao PPU Final 78 Figura 124. Activos de Categoria A166
Figura 78. Mapa de Zona Mista Tipo I111
Figura 102. Amostra de uma Ficha de Zoneamento por Bloco136
Figura 58. Opção preferida 79 Figura 125. Activos de Categoria B 167
Figura 79. Mapa de Zona Mista Tipo II112
Figura 103. Distribuição Habitacional por cada área característica 137
Figura 59. Imagens da Primeira Audiência Pública80 Figura 126. Activos de Categoria C168
Figura 80. Mapa de Zona Mista Tipo III113
Figura 104. Mapa de aglomerados de comércio em espaço aberto 141
Figura 60. Imagens da Segunda Audiência Pública81 Figura 127. Activos de Categoria D169
Figura 81. Mapa de Zona Multifuncional Tipo I e II 114
Figura 105. Impressão artística do Mercado da Ponte143
Figura 128. Zona A1 na Baixa Central e Zona A2 na Baixa Oeste  170
Figura 82. Mapa de Zona de Serviço Público115
Figura 106. Impressão artística do Mercado de Artistas145
3. Aspectos do PPU 88 Figura 129. Elementos especiais dentro da zona A1: vistas importantes e traçado origi-
Figura 83. Mapa de Zona residencial 116
nal das ruas  171
Figura 61. Mapa 3D da visão do PPU89 Figura 84. Mapa de Zona de Estacionamento  117 5. Bens Históricos e Culturais 150 Figura 130. Conexões Especiais 172
Figura 62. Áreas Características da Baixa91 Figura 85. Estratégia “caminhada de 15 minutos”118
Figura 107. Activos propostos para classificação como activos patrimoniais 154 Figura 131. Componentes do valor económico total  176
Figura 63. Área Característica: Baixa Central92 Figura 86. Mapa de Componentes do Espaço Público119
Figura 108. Activos patrimoniais anteriores ao período colonial de planeamento da Figura 132. Estudo de Caso 1: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa -
Figura 64. Área Característica: Baixa Este 94 Figura 87. Parques e Jardins da Baixa 120 cidade de 1877-87 (topo)155 condição actual 181
Figura 65. Área Característica: Baixa Oeste 96 Figura 88. Ruas pedonais ancorando monumentos e pontos de referência123 Figura 109. Edifícios em colunata (centro e baixo)155 Figura 133. Estudo de Caso 1: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa -
condição actual 181
Figura 66. Ponte da KaTembe – Modelo 3D (Fonte: Atlantico Weekly)98 Figura 89. Impressão artística do Passeio à Beira-Mar124 Figura 110. Edifícios em colunata155
Figura 134. Estudo de Caso 2: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa – todos
Figura 67. Ponte do Bósforo (Fonte: Wikimedia – Commons)99 Figura 90. Detalhe do Parque Linear125 Figura 111. Estruturas individuais inspiradas no Art Déco 156 edifícios em condição reabilitada 182
Figura 68. Ponte de Lisboa (Fonte: Wikimedia – Commons)99 Figura 91. Impressão artística da Rua do Bagamoyo vista em direcção a estação dos Figura 112. Estruturas individuais inspiradas no Art Déco (topo e centro) e zona indus- Figura 135. Estudo de Caso 1: Valor dos Activos Patrimoniais (Gráfico)182
Figura 69. Clarke Quay, Singapura101 CFM 126 trial/armazenagem planificada (baixo)156
Figura 136. Estudo de Caso 3: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa – áreas
Figura 70. Frente-do-mar em Seattle, sobre palafitas 102 Figura 92. Detalhe do Mercado de Turistas  127 Figura 113. Zona industrial/armazenagem planificada  157 protegidas e vistas chaves não conservadas 183

Figura 71. Porção de Long Street 103 Figura 93. Detalhe dos Restaurantes à Beira-Mar 127 Figura 115. Edifícios altos modernistas  157

Figura 72. Estação Intermodal de São Paulo 105 Figura 95. Espaço público de propriedade privada 129 Figura 114. Edifícios altos modernistas  157 6. Mobilidade 184
Figura 73. Estação Intermodal de Hong Kong 105 Figura 94. Secção de edifício de estacionamento automóvel 129 Figura 116. Grupos característicos de bairros locais 158 Figura 137. Plano Pormenor da área de acesso à Ponte da KaTembe e Praça 16 de
Figura 96. Bloco perimetral130 Figura 117. Grupos característicos de bairros locais 158 Junho 185
Figura 74. Transmilenio, Bogotá 106
Figura 98. Bloco perimetral com edifícios no núcleo132 Figura 119. Activos individuais com valor patrimonial 159 Figura 138. Mapa de modalidades de transporte público 186
Figura 75. Elevador proposto106
Figura 97. Bloco perimetral com estacionamento 132 Figura 120. Activos individuais com valor patrimonial 159 Figura 139. Mapa de modalidades de transporte público integradas188
Figura 76. Elevador Lacerda, Salvador 107
Figura 99. Pódios 133 Figura 118. Espaços públicos 159 Figura 140. Impressão artística do Elevador190

Figura 100. Secções por entre restaurantes a beira-mar (topo), centro histórico (es- Figura 121. Monumentos e estátuas 160 Figura 141. Impressão artística da Estação Intermodal191
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Figura 142. Quota das modalidades actuais193 7. Infraestrutura Pública 212


Figura 143. Localização dos volumes de tráfego 194 Figura 164. Rede de abastecimento de água necessária após implementação do PPU – Lista de Tabelas
Figura 144. Desenho esquemático do ponto de aterragem da ponte da KaTembe e mapa sinóptico 219
conexão com a Av. 24 de Julho 196 Figura 165. Rede de esgotos necessária após implementação do PPU – mapa sinóp-
Figura 145. Corte transversal do modelo 3D ao longo da Av. Marien Nguabi / Avenida tico220 1. Contexto 32 Tabela 13. Aglomerados de comércio em espaço aberto142
da Tanzânia 196 Figura 166. Rede eléctrica necessária após implementação do PPU – mapa sinóptico Tabela 1. Resumo dos aspectos chave do diagnóstico36
Figura 146. Extensão da Av. Marien Nguabi / Avenida da Tanzânia196 221 5. Bens Históricos e Culturais 150
Tabela 2. Distribuição do Uso do Solo actual segundo as categorias do PEUMM42
Figura 147. Entroncamento da Avenida das Estancias e Avenida Organização das Figura 167. Zonas de captação222
Tabela 3. Espécies arbóreas predominantes 47 Tabela 14. Critérios de classificação dos activos patrimoniaiss162
Nações Unidas  197
Figura 168. Rede de drenagem necessária – mapa sinóptico223
Tabela 4. Lista de relatórios, apresentações e outra documentação relevante Tabela 15. Suposições de Valor de Uso Directo 177
Figura 148. Disposição esquemática das ruas198
Figura 169. Exemplo de válvulas de maré (fonte: tideflex)224 recolhida60 Tabela 16. Zona de influência para estimar o Valor de Uso Indirecto 177
Figura 149. Corte Transversal Tipo A 199
Tabela 17. Factores de ajuste para o Valor Dinâmico de Não-Uso 178
Figura 150. Corte Transversal Tipo B199 8. Estimativa do Custo do Projecto 226 2. Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, Tabela 18. Factores de ajuste da condição dos edifícios 179
Figura 152. Corte Transversal Tipo C200 princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa 64
Figura 170. Detalhe de despesas públicas para a implementação do PPU (estimativa)
Tabela 19. Valor médio das propriedades para Valoração de Não-Uso 179
Figura 151. Corte Transversal Tipo D2200 236
Tabela 5. Resumo dos aspectos chave do diagnóstico 70 Tabela 20. Factores de ajuste para o Valor Patrimonial de Não-Uso180
Figura 153. Corte Transversal Tipo D201
Tabela 6. Análise de Riscos e Benefícios dos cenários 74 Tabela 21. Factores de ajuste para o Valor de Identidade de Não-Uso 180
Figura 154. Corte Transversal Tipo E201 9. Enquadramento Legal 238
Figura 155. Corte Transversal Tipo F (esquerda) e F2 202 Figura 171. Cronograma de acção, assuntos ambientais243 3. Aspectos do PPU 88 6. Mobilidade 184
Figura 156. Corte Transversal Tipo G203
Tabela 22. Crescimento populacional na cidade de Maputo 193
Figura 157. Corte Transversal Tipo G2203 10. Implementação do Plano 250
4. Resultado Esperado do Plano 108 Tabela 23. Veículos na área de estudo193
Figura 158. Corte Transversal Tipo H204 Figura 172. Esquema organizativo do Gabinete de Desenvolvimento da Baixa258
Tabela 7. Zonas do PPU110 Tabela 24. Volumes Diários de Tráfego 194
Figura 159. Corte Transversal Tipo Z205 Figura 173. Áreas para os Planos de Pormenor sugeridos 269
Tabela 8. Sistema de Espaço Público118 Tabela 25. Resultados de desenvolvimento195
Figura 160. Corte Transversal Tipo J 206 Figura 174. Áreas não vinculativas do Plano 270
Tabela 9. Indicadores de Espaço Público 129 Tabela 26. Viagem de um veículo195
Figura 161. Distribuição actual dos modos 207
Tabela 10. Unidades habitacionais de custo acessível a Tabela 27. Estimativa da demanda por estacionamento a hora de ponta 209
Figura 162. Sistema de estacionamento “caminhada de 15 minutos”208 Anexos272 serem promovidas pelo CMM139
Tabela 28. Estimativa da demanda diária por estacionamento209
Figura 163. Trajectos existentes por finalidade (Fonte: JICA, 2013)209 Figura 175. Mapa esquemático dos pedidos de construção ao CMM-DCU (até Novem- Tabela 11. Unidades habitacionais de custo acessível a
bro de 2013)288 serem promovidas pelo sector privado139 Tabela 29. Parques de estacionamento adicionais não nas bermas das estradas210

Tabela 12. Actividade por aglomerado de comércio em espaço aberto142 Tabela 30. Lugares de estacionamento adicionais dentro de novas parcelas 210
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Tabela 31. Demanda vs. oferta do estacionamento 211 Tabela 51. Preços de propriedades e terra na Baixa, em USD/m2233
Tabela 52. Necessidades de aquisição de propriedade e
terra para o Conselho Municipal233
Lista de notas em caixa
7. Infraestrutura Pública 212
Tabela 53. Estimativa do Custo do Projecto234
Tabela 32. Estimativa da demanda por infra-estrutura – Taxas Unitárias214 Resumo das condicionantes naturais da Baixa35
Tabela 33. Superfície do edifício no quarteirão por uso do solo 215 Limitações e Suposições do Plano53
9. Enquadramento Legal 238
Tabela 34. Comprimento total da rede principal de abastecimento de água218 A Comissão de Acompanhamento68
Tabela 54. Leis e Regulamentos relacionados com a
Tabela 35. Comprimento total da rede de abastecimento de água existente O que é um Charrette?69
Planificação Urbana em Moçambique239
reutilizada 218
Tabela 55. Procedimento para licenciamento ambiental de Edifícios únicos ajudam a aumentar o valor do solo:
Tabela 36. Comprimento total da nova rede de abastecimento de água218 projectos da Categoria A243 Xintiandi, Xangai 72
Tabela 37. Comprimento total da rede principal de esgotos necessária 220
Uma estrutura e funções urbanas bem planificadas possibilitam
Tabela 38. Comprimento total da rede eléctrica necessária221 10. Implementação do Plano 250 uma diversa e forte actividade económica: Hong Kong 72

Tabela 39. Comprimento total da rede eléctrica necessária 222 Diversidade de funções económicas para regeneração urbana:
Tabela 56. Tabela resumo de riscos e medidas de mitigação254
Chattanooga (USA) 73
Tabela 40. Comprimento total da rede de drenagem223
Tabela 57. Novo estacionamento, espaço público e comércio de retalho266
Benefícios económicos da conservação 73

A necessidade de ter ruas limpas na Baixa 87


8. Estimativa do Custo do Projecto 226
A Ponte Maputo-KaTembe98
Tabela 41. CPI - Cidade de Maputo (fonte: Instituto Nacional de Estatistica) 227
Vida sob pontes icónicas99
Tabela 42. Lista de preços unitários de construção228
Chinatown, Singapura101
Tabela 43. Superfície de novos edifícios a serem financiados pelo CMM229
Frente-do-mar de Seattle, sobre palafitas102
Tabela 44. Instalações de comércio em espaço aberto229
Long Street, Cidade do Cabo103
Tabela 45. Instalações de comércio em espaço aberto -
quantidades e preços unitários230 Estações intermodais105

Tabela 46. Condição dos bens patrimoniais na Baixa230 O factor chave para o sucesso do Bus Rapid Transit de Bogotá106

Tabela 47. Custos unitários de reabilitação de edifícios patrimoniais231 Elevador Lacerda 107

Tabela 48. Quantidade de obras de estrada231 Princípios de Design de Praças Públicas128


Tabela 49. Quantidades de obras de Abastecimento de Água, BRT e a localização da Estação Intermodal190
Saneamento e Drenagem232
Instituição para renovação266
Tabela 50. Espaços Abertos – Áreas e custos unitários233
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Agradecimentos
EQUIPA TÉCNICA
O Conselho Municipal De Maputo
Pablo Vaggione
Chefe de Equipa, Urbanista
O Honorável David Simango
Presidente do Conselho Municipal de Maputo Tim Daugherty
Gestor Técnico
Luís Nhaca
Vereador de Planeamento Urbano e Ambiente Pierre Sarrat
Ana Costa Cardno Emerging Markets
Gestor do Projecto
Idálio Juvane Especialista em Sociologia www.cardno.com
Director Adjunto, Direcção Municipal de Remígio Chilaule
5415 SW Westgate Drive, Ste. 100
Planeamento Urbano e Ambiente (DMPUA) Gestor Local do Projecto
Ana Anjo Portland, Oregon, 97221
Coordenadora Local do Projecto
Sara Candiracci Design Convergence Urbanism
Luis Lage www.designconvergence.org
Assessora de Planeamento Urbano e Ambiente Steven Segerlin
Especialista em Arquitectura e Planeamento Urbano t Paseo del Rey 10 | Madrid 28008 | Spain
Gestor do Projecto
Elónio Inácio Cossa
João Tique Centro de Estudos e Desenvolvimento do Habitat
Chefe de Repartição - Planeamento Urbano, DMPUA EQUIPA DE APOIO
Especialista em Arquitectura e Planeamento Urbano www.architecture.uem.mz
Miguel Harsone Kangoma Rua da Argélia 38 | Maputo 35 | Mozambique
Tatch Moyle
Chefe de Repartição – Cadastro, DMPUA Julio Carrilho
Especialista técnico
Especialista em Património Histórico e Cultural
César Cunguara Kwasi Agbley
Chefe de Repartição – Assentamentos Informais, DMPUA Borja López
Especialista em Finanças
Especialista em Arquitectura e Planeamento Urbano
Olinda Namburete
Henrique Bettencourt
Estatística, DMPUA Stephen Bond
Especialista em Imobiliária
Especialista em Património Histórico e Cultural

Fernando Mazuze
Nicholas You
Engenheiro Civil
Especialista Institucional
 | 19
Figura 1. Google Earth imagem 2004

Sumário
Executivo
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Figura 2. Google Earth imagem 2014 Figura 3. Vista aérea da visão do PPU após implementação (2025)
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Figura 4. Plano de Lourenço Marques no início do século XX Figura 5. Activo histórico delapidado Figura 6. Waterfront actual

A Baixa de ter trabalhadores e habitação. O No entanto, construção em excesso e


primeiro desenvolvimento organizado, descoordenada poderá fazer da Baixa
Cidades de renome têm um bairro especial planejado em 1851, contou com seis ruas outra área não descritiva, prejudicando
que lhes dá visibilidade e reputação paralelas. O plano de 1892 estabeleceu seu potencial. A ausência de critérios
internacional. Em Maputo, esse bairro a continuidade da malha ortogonal da de unificação resulta numa insuficiente
seria a Baixa, bairro histórico de frente do Baixa, que definiu a estrutura urbana consideração da forma urbana como
mar. A Baixa, que tem o potencial de ser por décadas. Hoje, a Baixa serve como um todo, o que prejudica o valor da área
um dos bairros mais singulares da África, zona central de Maputo para negócios a longo prazo. A falta de directrizes de
é caracterizada por uma variedade de e para fins administrativos. Ela é o zoneamento, um cadastro e estudos de
valiosos edifícios e espaços históricos, local de vários edifícios de instituições viabilidade obstrui uma imagem clara
em estilos arquitectónicos que referem ao governamentais e um destino para fazer dos órgãos reguladores e investidores
colonial Português, períodos decorativos compras com empreendimentos formais sobre o que está em curso, o que pode
e modernistas vernaculares. Cada activo e informais. Cerca de 150.000 a 250.000 levar a um excesso de oferta. No Jardim
tem seu próprio significado particular, e pessoas trabalham na área. Durante o dos Professores, no cume acima da
todos se juntam de forma notável na área dia, a população trabalhadora da Baixa parte oriental da Baixa, a construção de
compacto à beira-mar. supera significativamente a população Porquê é necessário um constrangimento para oportunidades edifícios altos está a comprometer uma vistas-chave, mas estes ocupam apenas Não se presta atenção suficiente aos as modalidades, o que é fundamental
residencial actual, que dificilmente chega Plano Parcial de Urbanização comerciais a curto prazo, através vista deslumbrante da Baía de Maputo. 4,79% da área do plano. O marginal, transportes públicos, especialmente se para um sistema de transporte público
a 12.000 pessoas. da reutilização de locais para novas A Baixa precisa de aumentar o número ao longo da frente do mar, pode ser se toma em conta o número elevado eficiente. Na parte leste da Baixa, onde se
A Baixa foi a localização do assentamento
A diferenciação é uma das estratégias construções. Assim, áreas históricas de residentes para evitar a depopulação. um instrumento poderoso para Maputo, de pessoas que vêm e vão da Baixa localiza um número significativo de postos
original numa pequena ilha perto da foz
mais eficazes para a competitividade correm o risco de serem demolidas, e A Baixa precisa de intensificar a mas ele está subutilizado. Os espaços todos os dias. O congestionamento do de trabalho, a diferença de elevação com
do rio na Delagoa Bay. Após a fundação
urbana, e a longo prazo, o património isso é importante uma vez que o tecido densidade, que actualmente é muito públicos não são planejados como um tráfego na área central é agravado pelo a zona mais alto de Polana Cimento,
de Lourenço Marques em 1544, a área
construído é um bem insubstituível para de ruas residenciais, edifícios e espaços baixa, para tornar os serviços urbanos sistema, e em geral a importância do elevado número de veículos particulares uma área de uso misto equipado com
serviu como abrigo para a reparação
a diferenciação de uma cidade. Em públicos históricos, dão a Maputo seu mais viáveis. No entanto, a maioria dos domínio público é subestimado. Para que entram, criando demandas de transporte e outros serviços urbanos,
naval, e mais tarde como uma base de
Maputo, como em muitas cidades com carácter distintivo. projectos recentemente aprovados são cumprir o seu potencial como um destino estacionamento que são difíceis de cria uma lacuna de acessibilidade. Os
abastecimento para as operações de
crescimento rápido, não se estabeleceu de escritório e edifícios comerciais. urbano, o espaço público na Baixa encontrar. Níveis de serviço de transporte passeios são estreitos e necessitam de
companhias comerciais. Com o aumento
uma agenda de preservação. A A Baixa tem uma atracção significativa A Baixa contém uma série de parques precisa de uma reabilitação significativa. público de qualidade são limitados manutenção. Não há ruas de pedestres
do comércio, cresceu a necessidade
preservação histórica é vista como um para o desenvolvimento de propriedade. e espaços abertos, paisagens de rua e e não há interconexão (e nenhuma numa área particularmente adequada
facilidade para esta finalidade) entre para tal, como a zona da frente marítima
e o bairro nuclear histórico.
24 |   | 25

Figura 7. Congestionamento na Baixa Figura 8. Impressão artística do Elevador da Maxaquene

inclusiva e vibrante, limpo e verde, onde Estratégias para gerir a para a Preservação do Património,
os visitantes e moradores desfrutam do transição até 2025 comunicação usando os mídia sociais
património histórico e cultural, do mar e através de um site em português e inglês,
do espaço público. O Plano foi desenhado fazendo uso de vídeos e a organização de três concursos
sete estratégias-chave: públicos de desenho.
O PPU é um plano de 10 anos para a
gestão da mudança. No entanto, seria Trabalhar em conjunto: Fazer do Tomar como base os pontos fortes
irrealista pensar que um conjunto de futuro da Baixa uma oportunidade das áreas características: O Plano
desenhos pode dirigir tal mudança. Um compartilhada é uma prioridade. Uma propõe estratégias de desenvolvimento
plano por si só não garante a execução, abordagem participativa prolongada, urbano específicas para três subáreas
e o município não deve ser visto como a que foi para além do que é legalmente identificadas: as zonas Ocidental,
única entidade responsável de executá- exigido, foi conduzida para gerar Central e Oriental da Baixa. Na zona
lo. Nenhuma pessoa ou organização propriedade de residentes e visitantes, oeste de Baixa, actualmente uma área
singular está em condições de fazer apoio do sector privado e coordenação industrial, o PPU criará oportunidades
Para superar esses problemas, a criação de um espaço que pode ser
essas mudanças acontecer. Por esta entre as instâncias governamentais. significativas de desenvolvimento de
o Governo Municipal de Maputo usado por todos e onde há oportunidades
razão, muitos moradores, agências Além das duas audiências públicas propriedade para uso misto e de uma
encomendou a elaboração de um Plano para todos. Aumentar a acessibilidade
governamentais, empresas, instituições e exigidas por lei, o processo participativo estação intermodal, que servirá como
Parcial de Urbanização (PPU) para e habitabilidade, e proporcionar as
líderes têm ajudado a moldar o PPU. Seu incluiu entrevistas de campo entre os 500 um catalisador para o desenvolvimento
Baixa, financiado ao abrigo do programa condições para o desenvolvimento
compromisso continuado será necessário residentes e empresários da zona, grupos e ajudará a reduzir o congestionamento
PROMAPUTO do Banco Mundial. O PPU económico para um amplo espectro
para levar a cabo a implementação deste focais com várias partes interessadas, da área central. Para Baixa Central, a
pretende resolver problemas e maximizar da comunidade, incluindo aqueles que pedestres. No leste da Baixa, uma área para que a vista para a Baía de Maputo
Plano nos próximos anos. dois charrettes com a Comissão de área consolidada onde se encontra a
as condições da Baixa num momento- ganham o pão no comércio informal, são maioritariamente ocupada por escritórios não seja perturbada. O Plano também
Supervisão, reuniões de grupos temáticos maioria dos activos históricos, a intenção
chave para o desenvolvimento urbano elementos construtivos indispensáveis e usos comerciais, o PPU acrescenta propõe um quadro lógico e um princípio
com profissionais de desenvolvimento, é de preservar esses activos enquanto se
de Maputo. Um futuro de sucesso para para um crescimento equilibrado. O usos residenciais e promove a conexão organizador para os projectos aprovados
planificação, desenho e engenharia, cria condições para novas ocupações, o
a Baixa não é apenas uma função de plano visa fornecer orientações sobre entre a parte inferior e superior do cume. mas ainda não construídos.
académicos, associações informais, mais compatível possível em termos de
orientar a construção e o investimento as escolhas necessárias para tornar Também limita construção em alturas na
representantes da Comissão Nacional forma e função, abrindo a frente marítima
em infra-estruturas; é sobretudo sobre a Baixa um destino multifuncional, área próxima do Jardim dos Professores
para uso público e criando espaço para
26 |   | 27

Figura 9. Impressão artística da frente marítima Figura 10. Impressão artística da Estação Intermodal

Criar uma Baixa compacta de uso realocados. Diferentes modalidades de Padrões de planeamento procurarão espaços públicos da frente marítima.
misto: ao tornar a Baixa um destino transporte público estarão disponíveis integrar, de forma atencioso, novos
multifuncional, evita-se que o uso das nas proximidades, incluindo o ferryboat, desenvolvimentos no tecido histórico Criar condições para uma
propriedades da zona se limita ao horário o autocarro e um elevador que vai ligar existente. Alturas, FAR, recuos e outras melhor mobilidade: A estratégia
comercial, como seria o caso se a Baixa a Baixa com a parte norte de Maputo. medidas pretendem induzir uma forma de estacionamento é baseada
se tornaria predominantemente um Um ponto-chave para a revitalização da urbana coesa. na implantação de parques de
espaço para escritórios. Proporcionar frente marítima será a criação de um estacionamento para permitir que se
actividades durante 24 horas é uma “colar” de amenidades e actividades. O Organizar mercados de rua e pode atingir a maior parte de Baixa
das melhores receitas para uma fonte plano também cria caminhos pedestres comércio: a visão de Baixa coloca dentro de uma caminhada de 15 minutos.
saudável e diversificada de renda, e propõe novas secções de rua com ênfase na criação de uma área urbana Em linha com o Plano Director Global
tanto para os investidores como para o maior espaço para passeios. Os espaços que pode ser usado por todos. Um ponto- de Transporte Urbano para o Grande
município. Uma Baixa com um uso único públicos são definidos de maneira que chave para alcançar este objectivos está Maputo 2014, propõe-se também uma
pode trazer vantagens a curto prazo para os moradores da Baixa estarão a uma na organização do comércio informal de política comprometida com a priorização
alguns promotores de projectos; uma distância máxima de 15 minutos. uma forma que o torna mais um recurso do transporte público ou a indicação
Baixa multi-funcional permite também Proteger e reutilizar os bens do para uma Baixa vibrante, em vez de ser de estradas ou faixas de prioridade.
aumentar a população residencial, traz património: Através de políticas de uma perturbação para peões e tráfego de Um dos principais objectivos do plano
habitabilidade e inclusão social e cria protecção e reutilização adaptativa, o veículos. O Plano cria locais de comércio de transporte é permitir a rápida e fácil
vantagens sustentadas por uma parte Plano cria condições para um bairro para vendedores cadastrados, que mudança de modalidade do meio de
mais ampla da sociedade. histórico vibrante na orla marítima. providenciem mais espaço para comércio transporte utilizado. Finalmente, o plano
Na área central, bens patrimoniais de rua comparado com o que existe agora. propõe no Este da Baixa um sistema de
Reconectar Maputo com o mar e criar específicos podem ser reutilizados para Os locais de comércio são emparelhados transporte público para se conectar as
um sistema de espaço aberto: O Plano serviços relacionados com o turismo, a produtos para maximizar a força do parte alta e baixa da serra, para permitir
prevê uma frente marítima onde se tais como hotéis, lojas e restaurantes. mercado e minimizar incompatibilidades um melhor acesso aos serviços, locais
pode passear ao longo de um caminho A área industrial e de armazéns na e externalidades. Eles estão localizados de trabalho e comodidades na frente
contínuo de 3 quilómetros. Áreas parte Oeste da Baixa seria reutilizado junto de áreas de alto uso por peões, marítima para aqueles que vivem a
anteriormente inacessíveis serão abertas através da transformação de edifícios tais como nós de transportes, parques norte da Baixa. Esta necessidade seria
ao público quando usos industriais forem em espaços para indústrias criativas. de estacionamento, eixos pedonais e respondida através da introdução de um
28 |   | 29
Figura 13. Impressão artística de um possível restauro do Prédio Pott

Figura 11. Predio Pott, meados séc. XX


(cima)

Figura 12. Prédio Pott, vista actual (baixo)

elevador público que conecta a estação a construção de novos edifícios (estação • Carácter histórico da Baixa
de autocarros na parte alta do cume com intermodal, contribuição para habitação a protegido através da elaboração
a zona de negócios que está abaixo. preços acessíveis, etc.). dum inventário de 330 bens
patrimoniais, muitos dos quais
Várias soluções são propostas para podem ser adaptados para
Catalisadores fundamentais apoiar este esforço, com ênfase na reutilização,
participação do sector privado, através • Aumento da população residencial
O plano cobre as necessidades em de uma ampla gama de opções de para 60 mil habitantes através de
termos de novas infra-estruturas para financiamento do projecto. Também 15.000 novas habitações, o que
apoiar o desenvolvimento proposto para a foi considerado a aplicação de uma produz uma densidade de 206p/ha,
Baixa. A principal rede de abastecimento taxa de desenvolvimento para todos os acima dos actuais 40 p/ha,
de água, de esgotos e de distribuição de empreendedores. O plano finalmente
• Melhoria da quantidade e qualidade
energia vai precisar de uma reabilitação recomenda a criação de uma “Agência
do espaço público através da
significativa. Também propõe-se um novo de Execução da Baixa”, a fim de facilitar
alocação de 22% da área de terra,
sistema de drenagem de águas pluviais, a comunicação entre os serviços dentro
que produz um espaço público de
composto por galerias de drenagem do município, e para disponibilizar ao
11 metros quadrados per capita,
feitas de betão armada, para resolver público e ao sector privado uma entidade
• O espaço para actividades
o grande problema das inundações na responsável e identificada, no intuito de
manter a transparência. económicas reforçado, com 1,7
área.
milhões de metros quadrados
de escritórios e 600.000 metros
O custo total para o município da
quadrados de espaço comercial.
implementação do plano é estimado Resultados esperados
em mais de USD 230 milhões, incluindo
94 milhões para o desenvolvimento O plano tem um horizonte de execução
de infra-estruturas, 24 milhões para a de dez anos; alguns dos principais
reabilitação de edifícios do património, resultados esperados – após a
incluindo incentivos, e 35 milhões para implementação total do Plano – são:
30 |   | 31

Figura 14. Resultados esperados Figura 15. Diagrama do Processo de Elaboração do PPU

Agosto 2013 Novembro 2014


1
Contexto | 33

1. Contexto

Contexto Foi preparado e submetido ao CMM um


Relatório de Diagnóstico analisando o
contexto, as condições físicas e sociais
na Baixa, para estabelecer uma linha de
Maputo exceda os 4 milhões de habitantes
até 2025. Uma parte considerável destas
pessoas depende das actividades e
serviços providenciados no centro de
1.
2.
Ponto de Referência
Escola Náutica
Praça Travessa do Zambeze (Hotel Cardoso/
Latitude
25º58’54.83”S
Longitude
32º35’09.79”E

25º58’47.72”S 32º35’12.45”E
base para o PPU. Estes resultados foram Maputo e especialmente na zona da Museu)
discutidos em diversos eventos durante o Baixa. A Baixa situa-se na extremidade 3. Edifício do Conselho Municipal 25º58’04.43”S 32º34’25.55”E
processo de planeamento participativo e Sul da cidade e abrangendo parte dos 4. Praça 16 de Junho 25º57’12.67”S 32º33’09.82”E
ajudou a identificar e modelar as acções Distritos Administrativos de KaMpfumu e
5. Estação dos CFM 25º58’15.95”S 32º33’52.12”E
principais do plano. Esta secção resume os KaLhamankulo.
resultados mais relevantes constantes no 6. Terminal do Batelão 25º58’46.40”S 32º34’26.76”E
Relatório de Diagnóstico. 1.1.2. Limites da área de
intervenção
A área da Baixa pertence a dois
1. 1. Caracterização geral da A Área de Intervenção demarcada para distritos municipais, KaMpfumu (DM1) e
Nlhamankulu (DM2), e tem um total de
Baixa o PPU localiza-se maioritariamente na
2,9 km², ou 0,94% da área total da cidade.
Baixa de Maputo, mas inclui também as
propriedades localizadas ao longo do Dentro destas unidades administrativas há
1.1.1. Contexto na região subunidades, os bairros. Um deles, o bairro
rebordo superior das barreiras, na Av.
metropolitana Central C, está na sua totalidade dentro da
Patrice Lumumba, Av. Josina Machel e Rua
Com. Beata Neves. Baixa, e dois outros apenas parcialmente se
A Baixa está situada na cidade de Maputo,
localizam na Baixa (Alto Maé B e Malanga).
capital de Moçambique, e a maior cidade
Os pontos-limite da área de intervenção
do país, tanto em termos de população
mais importantes encontram-se na tabela
como em volume da economia. Maputo
abaixo:
é parte de uma região metropolitana em
rápido crescimento extendendo-se para
as jurisdições administrativas vizinhas de
Matola, Marracuene e Boane e contando
com uma população de mais de 2 milhões
de pessoas. Espera-se que a Grande
34 | Contexto Contexto | 35

Figura 16. Fotgrafia aérea da área de invervenção

Resumo das condicionantes


naturais da Baixa
Dinâmicas dos factores climáticos

Devido à evolução das condições climáticas,


as temperaturas em Maputo estão a subir,
bem como a frequência dos períodos de
seca e inundações.
O “Maplecroft Climate Change Vulnerability
Index” classifica Moçambique como o
quinto país mais vulnerável às mudanças
climáticas. A nível sub-nacional, a
pesquisa recente sugere que cidades
altamente povoadas como Maputo estão Figura 17. lustração do risco de subida do nível das águas do mar na Baixa e Figura 18. Áreas da Baixa susceptíveis de erosão e
particularmente em risco e que os impactos em Maputo, como resultado do aquecimento global inundações
da mudança climática recaem de maneira
desproporcionada sobre os mais pobres. Geologia Hidrologia separados por uma camada semi-
Maputo tem um clima de savana tropical permeável. Uma camada impermeável
que faz fronteira com um clima subtropical Devido às origens pantanosas da Baixa, Na sequência das origens da Baixa como adicional está presente na base do sistema.
húmido. Maputo é uma cidade relativamente existem condições geológicas complexas um pântano junto duma encosta, é comum O aquífero freático ou “aquífero das dunas”
seca, com uma média de 814 milímetros de que aumentam as exigências de engenharia acontecerem, com uma regularidade anual, compreende areia das dunas interiores,
precipitação por ano. A cidade tem uma da área, a fim de manter a sua qualidade. enchentes e erosão em certas zonas da que está por cima de uma camada semi-
estação chuvosa relativamente curta, de 61. A formação geológica na cidade região. permeável de argila arenosa.
Novembro a Março. Maputo possui também de Maputo que merece maior atenção é a
estações marcadamente mais quentes e Ponta Vermelha. É a zona onde ocorrem Hidrogeologia
mais frias, sendo o seu mês mais quente grande parte dos acidentes, em particular,
Janeiro (média 30ºC) e o mais frio Julho colapso geológico do solo, erosão e danos O regime hidrogeológico da Cidade de
(23ºC) em edifícios. Maputo é caracterizado por dois aquíferos
36 | Contexto Contexto | 37

Tabela 1. Resumo dos aspectos chave do diagnóstico

1. 2. Aspectos chave do Aspecto Principal conclusão 1.2.1. Contexto Histórico


Diagnóstico
1 Contexto Histórico A Baixa, origem de Maputo, foi o centro comercial e a porta Maputo chamava-se originalmente
de entrada para a sua região. Lourenço Marques, nome do navegador
Esta secção apresenta um resumo dos
aspectos mais essenciais do diagnóstico 2 Património Importante massa crítica de património histórico, ameaçada que foi enviado em viagem de exploração
(Table 1) seguido de uma descrição mais em 1544 pelo governador da colónia
3 Uso de Solo Hoje, a Baixa tem uma concentração significativa de Portuguesa na Ilha da Moçambique.
elaborada de cada aspecto. O Relatório
prédios com escritórios governamentais e privados, muitos O primeiro assentamento, na Baixa de
de Diagnóstico completo foi submetido ao
prédios comerciais mas poucas áreas residenciais. A hoje, foi então uma pequena ilha no De
CMM em Maio de 2013 e constitui-se parte
quantidade de espaço público é subóptima. lagoa Bay. Ele serviu como abrigo para a
integrante deste PPU.
4 Espaço Público Potencialmente valiosos espaços públicos. No entanto, a reparação naval, e mais tarde como uma
quantidade e interligação dos espaços é sub-óptima. base de fornecimento para as operações
5 Sócio-económico A população é muito baixa e há uma alta taxa de das companhias comerciais. A construção
desigualdade de renda . da Fortaleza de Nossa Senhora da
Conceição (localizada no mesmo lugar
6 Comércio informal Há uma alta concentração de comércio informal nas
onde a actual Fortaleza foi reconstruído
principais artérias e nós de transporte.
durante os anos 1940-50s) permitiu uma
7 Transporte O congestionamento não é causado pela capacidade presença permanente. Com o crescimento
das estradas, mas pela ausência de gestão do tráfego, do comércio, aumentou a necessidade de
incluindo estacionamento, e falta de transporte público. trabalhadores e habitação.
8 Infra-estrutura Dificilmente lidará com o esperado crescimento; drenagem
inadequada e limpeza de rua insuficiente. O primeiro desenvolvimento organizado,
9 Projectos aprovados Número significativo de projectos imobiliários e de planificado em 1851, contou com seis ruas
investimentos em infra-estrutura aprovados ou em paralelas. Embora nenhum edifício - na
processo de aprovação antes do início da preparação da sua maioria cabanas de junco - sobreviveu
PPU; esta situação foi tomada como facto consumado. ao incêndio de 1875, o padrão de ruas
da Baixa foi consolidada durante este
10 Contexto de Várias entidades estatais e relacionadas com o Estado período. Em 1876, após a sentença de
planeamento urbano ao nível supra municipal, controlam áreas chave para a Mac-Mahon, que terminou o litígio entre
e coordenação implementação do plano; a coordenação institucional é
institucional essencial e sem ela o plano ficará comprometido.

MAPUTO 1876 de Lourenço


19. Mapa

¯
Figura
Marques em 1876 sobreposto
à foto aérea da Baixa actual
1:2.500
38 | Contexto Contexto | 39

Figura 21. Mapa histórico representando a Baía de Maputo e a ilha original da Baixa (cima)
Figura 22. Plano Urbano de expansão da ilha original subindo a encosta com as grandes
Figura 20. Foto dos pântanos da Baixa antes do 2º aterro (1915) no actualmente chamado Aterro da Maxaquene
avenidas (baixo)
Portugal e Inglaterra, o acampamento foi alguns dos muitos edifícios importantes que informais na vasta área peri-urbana. Esse
elevada à categoria de vila. Em 1887, o datam deste período e que ainda existem padrão foi amplamente exacerbado nos
assentamento foi elevada ao estatuto de na Baixa. primeiros anos após a independência e no
cidade. As áreas pantanosas que cercavam período da Guerra Civil, quando ocorreu
a zona do pequeno povoado na ilha foram Durante o período colonial (1915-1955) os uma intensa migração do resto do país para
recuperadas, ligando-a ao continente. O moradores começaram a transferir-se para a capital.
plano de 1892 definiu a estrutura urbana novas áreas habitacionais construídas fora
da cidade por décadas. Ele estabeleceu a do núcleo da cidade, mas a Baixa continua
continuidade da malha ortogonal da Baixa, a ser o centro de actividade de Maputo,
e contou com três grandes avenidas e com importantes casas comerciais, bancos,
praças, que compreendem uma área de 57 restaurantes, cafés, cinemas e hotéis. Nos
quarteirões. primeiros anos do século 20, a cidade viu
a conclusão de edifícios de alta qualidade.
A Sede da capital colonial foi transferida Um número de edifícios em Art Déco,
da Ilha do Moçambique, e no mesmo juntamente com o Conselho Municipal e a
ano, o caminho-de-ferro para Pretória Catedral são alguns dos remanescentes
foi inaugurado. A riqueza trazida pelo deste período, ainda existentes na Baixa.
comércio de minérios levou a um período
de grande expansão, com a implantação de O plano mestre de 1952 esboçou uma
infra-estruturas, tais como o abastecimento extensão de malha radial ao longo da
de água, a telegrafia e o sistema de costa num estilo “cidade-jardim”, com
iluminação. O transporte público (eléctrico) avenidas largas, grandes rotundas e
foi inaugurado em 1904. Em 1905, o porto espaços públicos maiores. Ele também
foi ampliado, aumentando assim a sua estabeleceu novas unidades residenciais
operacionalidade. Em 1912, a população para a chamada população indígena e
chegou a 26.000 habitantes. A área da uma política de segregação com a “cidade
cidade foi estendido a partir da Baixa de cimento” ocupado principalmente por
original para uma nova estrada circular colonos. Entre 1950 e 1960, a taxa de
no perímetro. O Prédio Pott, a estação de crescimento da população quadruplicou,
comboios, a Biblioteca e os Correios são principalmente devido aos assentamentos
40 | Contexto Contexto | 41

Figura 24. Uso do Solo proposto pelo PEUMM

Hoje, a Baixa serve como o bairro central acessíveis com infra-estruturas básicas e à 1.2.2. Bens Patrimoniais risco de ser demolidas; isso é importante 1.2.3. Uso do Solo
de Maputo para comércio e administração. baixa ocupação de áreas onde existe infra- uma vez que o tecido de ruas residenciais
É o local de vários escritórios do governo estrutura, como a Baixa. A diferenciação é uma das estratégias mais históricas, edifícios e espaços públicos cria O PEUMM (2008) fornece os sistemas de
que empregam cerca de 30.000 indivíduos. eficazes para a competitividade urbana e a massa crítica que é fundamental para a classificação existentes e propostas para o
É também um destino para compras, Todas as cidades têm um bairro que a longo prazo, o património construído é diferenciação de uma cidade. Cada um Uso do Solo na região metropolitana, bem
tanto de comércio formal como informal. lhes dá reputação internacional. A Baixa um bem insubstituível para a diferenciação destes activos patrimoniais simples, que por como na Baixa.
A Baixa gera mais de US $500 milhões é caracterizada por uma variedade de de uma cidade. No entanto, em Maputo, si só talvez não merecem ser listados, criam
por ano na actividade económica e edifícios e espaços valiosos, em estilos como em muitas cidades com crescimento em conjunto um carácter urbano distinto.
aproximadamente 150.000 a 250.000 arquitectónicos que características do rápido, a agenda de preservação é Embora as pressões para a substituição
pessoas trabalham nessa área. Durante colonial Português, períodos decorativos e um tema conflituoso. Alguns vêem na estão a aumentar, o público em geral ainda
o dia, a população trabalhadora da Baixa modernistas vernaculares. Cada activo tem preservação histórica uma ameaça para não está ciente dos benefícios económicos
supera significativamente a população seu próprio significado particular, e eles se o desenvolvimento de locais com novas duráveis que a manutenção dum carácter
residente da área, que é inferior a 12.000 juntam de forma notável na área da orla construções que trazem oportunidades diferenciado poderia trazer para Maputo.
pessoas. O número de habitantes na Baixa marítima. Tirar o máximo partido destas comerciais no curto prazo. A Legislação
de facto diminuiu em 15% entre 1997 e condições favoráveis é uma oportunidade geral sobre o património está em vigor Uma avaliação exaustiva do património da
2007. Com cerca de 70 habitantes por única para Maputo. A Baixa pode ser um desde 1988. Adicionalmente, em 2010 Baixa é apresentado no capítulo 5 deste
hectare, a densidade residencial é baixa trunfo para o desenvolvimento do turismo, preparou-se uma versão provisória de uma relatório (Historic and Cultural Assets).
para uma área urbana consolidada. que está crescendo, mas tem um potencial Directiva para a protecção de propriedade
não realizado. De acordo com dados de patrimonial cultural, mas essa directiva
O padrão de crescimento alastrado na 2004, o turismo representa 2,5% do PIB em ainda tem de ser aprovada e adoptada.
área peri-urbana, com grande número de Moçambique, o que é bastante baixo em No entanto, o conceito de património
assentamentos informais, continua até comparação com a taxa de África do Sul nestes instrumentos é refere antes a um
hoje embora seja um legado de períodos que é de 8% do PIB. monumento ou um edifício específico.
anteriores de rápida urbanização. Apenas
9% da área residencial de Maputo é A protecção dos monumentos proeminentes
totalmente urbanizada, em termos de infra- e edifícios institucionais ou religiosos
estrutura e habitação (Jenkins 2012). Este pode ser considerado adequada, mas a
padrão de crescimento coloca um alto preservação da paisagem histórica não é.
grau de stresse sobre a cidade, devido Isso expõe ainda mais áreas históricas ao
à falta de terrenos residenciais a preços
42 | Contexto Contexto | 43

Seguindo o sistema de classificação do A partir desses dados, é notório que a Baixa


PEUMM, a pesquisa para o PPU encontrou concentra muitas funções tipicamente
dentro da Baixa as seguintes cinco associadas com áreas de negócios, mas,
categorias e o uso dentro deles: pelo contrário, tem um uso residencial
baixo, com apenas 12.000 habitantes,
levando a uma densidade de cerca de 40
Tabela 2. Distribuição do Uso do Solo actual segundo as categorias do PEUMM Figura 25. Distribuição do Uso do Solo actual segundo as categorias do PEUMM p/ha.

Área (ha) % do total Outras conclusões relevantes são: a


1. Urbanizada 138.36 63.77% presença notória de actividades industriais,
principalmente armazéns, relacionados
Multifuncional (habitação, comércio e serviços) 40.57 14.35%
com a presença histórica do porto (16,9%
Uso misto 1 (Residencial e comercial) 22.87 8.09%
da área); a quantidade considerável de
Uso misto 2 (Comercial e serviços) 61.94 21.91% áreas verdes e parques naturais instalados
Residencial – Alta Densidade 4.4 1.56% pelo homem, jardins e espaços públicos
Residencial – Densidade média 8.58 3.03% (21,9%), que perfazem um importante
activo da Baixa; e a grande quantidade de
Infra-estruturas de Serviços públicos 41.94 14.83%
prédios governamentais, tanto do Município
2. Urbanizável 8.77 3.10% como do governo Central (14,8%), atraindo
Residencial não planificado – Densidade média (>20 <60 8.77 3.10% muitos viajantes para a Baixa.
casas por ha)
Os usos e categorias acima mencionados
3. Industrial 47.87 16.93%
são explicados com mais detalha no
Manufacturação e armazenamento 47.87 16.93% capítulo 5 do presente relatório (Resultado
4. Estrutura Ecológica 38.19 13.51% final esperado do Plano) e o mapa de uso
Zonas verdes de protecção 13.55 4.79% actual da terra. Abaixo está uma paisagem
Parques e jardins 24.64 8.71% urbana, descrevendo cada área.

5. Uso especial (por exemplo Instalações militares) 7,61 2.69%


44 | Contexto Contexto | 45

Figura 26. Vistas de rua dos diferentes usos de solo:


(cima) Multifuncional (habitação, comércio e serviços) (cima) Uso misto 2 Baixa Este (Comercial e serviços) (cima) Uso Residencial (alta densidade) (cima) Equipamento de Utilidade Pública (cima) Manufacturação e armazenamento (cima) Parques e Jardins
(baixo) Mixed Use 1 (residential and commercial) (baixo) Uso misto 2 Baixa Oeste (Comercial e serviços) (baixo) Uso Residencial (média densidade) (baixo) Residencial não planificado (média densidade) (baixo) Zonas verdes de protecção (baixo) Uso especial (por exemplo instalações militares)
46 | Contexto Contexto | 47

Figura 27. Distribuição actual de vendedores informais por cada rua Tabela 3. Espécies arbóreas predominantes

1.2.4. Espaço Público área do PPU. O Jardim Tunduru é um dos verdes, como o Jardim Tunduro, e nas ruas
Espécie Áreas de maior concentração
mais importantes jardins da cidade e ocupa e praças. Esta flora requer um elevado grau
Acácia Avenidas maiores (Av. Vladimir Lenine, Av. Karl Marx, Av. Filipe
A Baixa contém uma série de parques e uma extensão de cerca de 6 hectares. Nos de manutenção.
Samuel Magaia, Av. Guerra Popular, Av. 25 de Setembro, Av. Mártires
espaços abertos, paisagens urbanas e últimos anos, a falta de manutenção levou
de Inhaminga)
vistas-chave. Estes são contribuintes vitais à degradação notável, com iluminação As acácias, plantadas pelas ruas alinhadas
Parques e praças (Jardim Tunduro, Praça 25 de Junho)
para o carácter físico do lugar. No entanto, e algumas instalações num estado de ao estilo Português, são uma importante
Ruas mais pequenas na área residencial da Marinha
os espaços públicos não são planeadas completo abandono. marca histórica e cultural da “Cidade de
como um sistema, e em geral a importância Cimento”. No entanto, elas estão sob Eucaliptos Faixa oriental da Baixa, onde ocorreu o segundo aterro do pântano.
do domínio público é subestimado. Para Em termos de paisagens urbanas, ameaça dos novos desenvolvimentos, Palmeiras Frente-do-mar (Av. 10 de Novembro)
cumprir o seu potencial como um destino enquanto as estradas são geralmente bem poluição e falta de manutenção. As árvores
urbano, o espaço público na Baixa precisa cuidados, os passeios são estreitas e 75% ao longo das ruas de Maputo fornecem
de uma reabilitação significativa. deles estão desmoronando e necessitam uma valiosa fonte de sombra em espaços
de manutenção. Há muito poucas ruas públicos, tais como os passeios.
A promenade ao longo da frente marítima na Baixa onde há bancos para sentar Figura 28. Espécies arbóreas predominantes: Acácias em Parques (esq.), Eucaliptos nas
pode ser um activo formidável para Maputo, nos passeios e a iluminação pública é áreas aterradas (cent.) e Palmeiras na frente marítima (dir.)
mas ela é subutilizada. A parte acessível limitada. Não há ruas de peões numa
da orla na área do plano está localizada área particularmente bem adaptado para
ao longo da Avenida 10 de Novembro, no tal como a orla marítima. No Jardim dos
leste da Baixa. Nos fins-de-semana, os Professores, no alto do cume em acima
carros estacionados ocupam os passeios da parte Leste da Baixa, a construção de
deixando quase nenhum espaço para edifícios altos está a comprometer uma
peões e ciclistas, para além de danificar vista deslumbrante da Baía de Maputo.
a superfície dos passeios. A área é mal
iluminada à noite e há muitos vendedores
informais que vendem álcool, que dificulta 1.2.4.1. Vegetação de valor
o seu potencial de se tornar uma área de particular
lazer preferida para toda a cidade.
A vegetação terrena na Baixa é limitada
As áreas verdes ocupam apenas 4,79% da a que existe nas encostas e a vegetação
plantada pela acção humana em espaços
48 | Contexto Contexto | 49

Figura 30. Percentagem dos produtos vendidos Figura 31. Distribuição e do comércio informal pelas ruas da Baixa

1.2.5. Sócio-economia Há uma grande desigualdade entre essas componentes de telefones móveis e
duas áreas e seus grupos de população, lembranças estão concentrados nas áreas
Tradicionalmente, o centro de Maputo em todos os aspectos do desenvolvimento onde há uma concentração de peões e
tem sido conhecido como a “Cidade de urbano e das condições económicas da tráfego de veículos. Em muitos casos,
Cimento”. Isto abrange uma zona de alta população, e particularmente no nível de eles ocupam totalmente os passeios e
densidade populacional, com edifícios renda. criam gargalos de tráfego. Em áreas com
altos, instalações comerciais e numerosas vendedores informais de alimentos, lixo
áreas de emprego e de trabalho. Há uma 1.2.6. Comércio Informal orgânico se acumula criando riscos para
parte da cidade de cimento que está fora a saúde. Drenos de águas pluviais sobre
da área do PPU, que consiste em grande As actividades da economia informal estas ruas estão cheios de lixo, aumentando
parte de áreas residenciais ou bairros com são críticas para a maioria das famílias. o risco de inundações.
casas individuais, jardins e avenidas que Estima-se que a economia informal na
demonstra uma densidade populacional Baixa emprega entre 2.000 a 5.000 Embora o comércio informal é um sector
baixa e um alto nível socioeconómico (por vendedores na rua e possivelmente muitos importante da economia, os vendedores
exemplo Sommerschield). mais, se incluímos os negócios informais operam em condições precárias, sem
ambulantes. Em toda cidade de Maputo protecção contra as intempéries e sem
Em contrapartida, as outras áreas de Maputo estima-se que o sector informal emprega instalações sanitárias. Esses grupos de
são caracterizadas como suburbanas, 64,4 % da população. A contribuição anual interessados, bem como a economia de
suburbana/rural e informal. Estas áreas, estimada da economia informal para o PIB Maputo, iriam beneficiar de condições
Figura 29. Condições de comércio informal
cujo desenvolvimento e expansão não da Baixa é quase 60 milhões dólares; o regularizadas e um melhor ambiente de
foram planeados, têm pouco ou nenhum tamanho da economia formal em Maputo é trabalho.
sector comercial ou industrial, excepto os de aproximadamente US$ 2 bilhões.
pequenos bens domésticos que podem
ser encontrados junto dos vendedores Vendedores ambulantes informais são
informais. Estes são importantes, pois omnipresentes na parte central da Baixa.
são, junto com a zona residencial da A pesquisa revelou que, em média,
cidade de cimento que se encontra fora da existem cerca de 20 fornecedores por
Baixa, os locais onde reside a maioria dos segmento de rua na Baixa. Vendedores de
trabalhadores e visitantes/compradores. electrodomésticos, vestuário, alimentos,
50 | Contexto Contexto | 51

Figura 32. Mapa de espaço aberto na Baixa (ruas, reservas verdes e espaços públicos) Figura 33. Congestionamento e fraco transporte público

1.2.7. Transporte municipal ou sem licenças, fornecem cerca A Baixa tem um potencial não utilizada para 1.2.8. Infra-estrutura
de 80% a 90% do transporte. outras formas de transporte. As ferrovias
Os problemas de congestionamento de superfície existentes são actualmente A infra-estrutura existente não é capaz de
na Baixa surgem de transporte público Chapas são propriedade de privados, usadas por apenas 1000 pessoas por dia; e responder às necessidades actuais e a
inadequado e má gestão do tráfego, muitos dos quais possuem apenas um os cerca de 4 km da orla marítima oferecem pressão está aumentando como resultado
incluindo estacionamento, e não da veículo. A maioria dos veículos são velhos a possibilidade para o desenvolvimento de do novo desenvolvimento. Quase todos
capacidade e condições das estradas, e mal conservados; muitos não oferecem uma rede de transporte à base de água, os sistemas estão num nível crítico, com
que são bastante bom. A quantidade de segurança. A aplicação das normas de que será especialmente relevante dado o destaque para:
espaço dedicado à rede de estradas é mais controlo técnico é fraco, embora tenha desenvolvimento futuro da KaTembe, do
de 40% da área total de solo; quase todas havido melhorias recentemente. Chapas outro lado da Baía de Maputo. 1.2.8.1. Abastecimento de água
as estradas têm asfalto, e na pesquisa, a são operados no sistema de “encher e ir”,
maior parte foi caracterizada como tendo elas esperam nos terminais até que as Há ameaças substanciais para a
um pavimento liso e com poucos buracos. passageiras completam a lotação antes da sustentabilidade dos serviços de
partida. abastecimento de água para Maputo e na
O nível de serviços e a qualidade do Baixa. Cerca de 75% da capacidade actual
transporte público são inadequadas, Como a demanda por estacionamento de produção e abastecimento de água
especialmente tendo em conta que a excede em muito a oferta, a capacidade de para a Região Metropolitana de Maputo
Baixa é o objectivo da maior parte das ruas é comprometida por estacionamento vem quase exclusivamente da Barragem
viagens. Questões gerais do transporte em áreas não desenhadas para tal. Há dos Pequenos Libombos no rio Umbelúzi.
público dizem respeito à falta de fiabilidade, 5.000 vagas de estacionamento designado, No entanto, este recurso está totalmente
longa espera e tempos de viagem, a mas durante as horas de trabalho, comprometido e há um deficit hídrico
superlotação, questões de segurança observou-se que 18.500 carros estavam crescente, o que exigirá o desenvolvimento
e rotas inconvenientes. O transporte é estacionados. A falta de regulamentação de fontes alternativas para garantir um
fornecido por uma mistura de operadores específica sobre os requisitos para o fornecimento confiável para a cidade.
formais e informais. Enquanto a Empresa estacionamento em edifícios e o alto custo Prevê-se que a demanda de consumo para
de Transportes Públicos de Maputo de construção subterrânea, visto que a 2035 será de 560.000 m3 por dia e as fontes
(TPM) opera em rotas definidas, com uma maior parte da Baixa é construído em solos existentes estarão esgotados até 2015.
capacidade máxima de 70 mil passageiros recuperados, têm contribuído para limitar a
por dia, uma rede privada de “chapas”, disponibilidade de estacionamento fora das
mini-bus, que operam com autorização ruas.
52 | Contexto Contexto | 53

1.2.8.2. Drenagem e Saneamento em busca de uma área de 1 hectare na 1.2.9. Projectos Aprovados Esta lista terá de ser tomada em conta pelo Limitações e Suposições do utilizadas na elaboração do Plano Parcial ruas e terrenos com as propriedades
Baixa para construir uma nova subestação PPU para equilibrar uma possível tendência de Urbanização. Essas suposições são da terra e a informação sobre o
Plano
O sistema de saneamento e drenagem de grande poder, particularmente para Um dos principais desafios na preparação de distanciamento de uma Baixa de uso baseadas numa revisão de estudos de imposto à propriedade. Portanto, a
tem muitos desafios que afectam mitigar os riscos de apagões durante os do PPU da Baixa é lidar com uma série misto e inclusiva. planeamento, relatórios operacionais, Equipa Consultora utilizou taxas de
Limitações do Plano
significativamente o seu desempenho picos de verão. de empreendimentos imobiliários e documentos e dados recolhidos junto do referência de outras cidades africanas
operacional. Há problemas com a gestão projectos de infra-estrutura (isto é, a ponte A falta de estudos de viabilidade financeira CMM e fontes externas e ainda por meio comparáveis, como sua linha de base
O Plano de Urbanização parcial baseou-
(manutenção de rotina pouco organizada 1.2.8.4. Recolha, tratamento e Maputo-KaTembe) que foram iniciados ou sólidos e uma imagem clara do que está na de entrevistas e consultas com autoridades para o cálculo do potencial fiscal do
se numa avaliação global, que foi
ou de limpeza de sistemas de saneamento remoção de Resíduos Sólidos aprovados antes de sua preparação. Estes lista de espera pode causar um excesso de municipais, investidores em propriedades Plano.
projectada para caracterizar, com a maior
e drenagem); baixo nível educacional dos projectos, patrocinados por instituições oferta, o que trará a depreciação do valor privados e do público.
precisão possível a situação actual na
habitantes que frequentemente depositam O estado actual da gestão de resíduos públicas e privadas separadamente, e às da terra e da propriedade; e uma pressão Limitação de responsabilidade
Baixa. No entanto, havia limitações no
resíduos sólidos nas infra-estruturas de sólidos é resumido no quadro “The need vezes em parcerias, poderiam ter efeitos sobre a infra-estrutura existente, limitando a Condições de desenvolvimento
processo. Por exemplo, não foi possível
drenagem existentes; pontos de entrada de for clean streets in Baixa” (página 87) do transformadores para os padrões urbanos disponibilidade e desempenho dos serviços imobiliário e pedidos de licença de A equipa consultora não se responsabiliza
conciliar as lacunas ou inconsistências
água da chuva (calhas) estão bloqueados presente relatório. de Baixa. Isso destaca a necessidade públicos essenciais, tais como estradas, construção na Baixa por eventual falta de exactidão na
nos dados fornecidos pelo CMM ou Figura 34. Condições do Arquivo do CMM
por lixo, resíduos sólidos e sacos plásticos, de uma comunicação sólida entre os estacionamento, água, electricidade, informação sobre as condições actuais.
pelas partes externas interessadas. Não para projectos submetidos e aprovados
o que faz com que o sistema não consegue governos central e local e também esgotos, ou recolha de lixo. • A Equipa Técnica considerou que Isto inclui os detalhes de projectos de
era financeiramente sensata envolver
usar os limites de sua capacidade, causando entre departamentos a nível local para os 6 projectos de escala urbana e desenvolvimento imobiliário que possam Figura 35. Ficha-exemplo do levantamento
directamente cada cidadão ou lidar com
inundações recorrentes das artérias estabelecer critérios unificadores que A lista e descrição dos projectos aprovados, os 43 projectos de escala de talhão ter obtido licenças de construção do CMM cadastral actualmente em curso em Maputo
cada investidor em terras privadas com
principais, quase em cada temporada de consideram a forma urbana como um todo. tal como fornecida pelo CMM em Novembro listados no Relatório de Diagnóstico no período antes e durante o Plano Parcial
interesses em Maputo e na Baixa. A este
chuvas. de 2013 pode ser encontrada no APPENDIX estão ou serão aprovados pelo CMM de Urbanização. Se houver quaisquer
respeito, a equipa de consultores utilizou
Pelo menos 43 projectos de desenvolvimento C do presente Relatório. e depois construídos. Portanto, eles inconsistência tal deverá ser apresentada
técnicas de envolvimento que contribuíram
1.2.8.3. Fornecimento de energia imobiliário, totalizando cerca de 1,5 milhões significativa e razoavelmente para reunir as foram considerados no Plano como ao CMM.
de metros quadrados de área construída informações necessárias para estabelecer elementos existentes.
O consumo de energia em Maputo cresce havia sido aprovado pelo Departamento uma informação de dados de base
em média com 8% ao ano. Dentro da Baixa de Infra-estrutura antes do início da PPU. Mapas de Cadastro e Dados de
adequada sobre a situação actual na Baixa.
há uma cobertura de energia eléctrica O processo de aprovação e a quantidade Finanças
em quase 100%, o que é uma condição de documentação submetida varia de Suposições do Plano
privilegiada em relação a outras áreas da caso para caso; no entanto, a maioria dos • Não foi disponibilizada à Equipa
cidade e do país. Ainda assim, a fim de projectos aprovados são para edifícios de Como resultado da fase de Avaliação Técnica nenhum mapa cadastral que
atender à crescente demanda, a EDM está escritório e comerciais de alta qualidade. Preliminar, as seguintes premissas foram reconciliaria a disposição física de
54 | Contexto Contexto | 55

Figura 36. Exemplo de projectos em carteira (aprovados; com aprovação pendente; em construção)

1.2.10. Contexto do • Acessibilidade melhorada para 1.2.10.2. Principais Iniciativas do para o processo de elaboração do actualmente está em um nível
Planeamento e coordenação todas as áreas, os centros da PEUMM Impactando o PPU PPU. bastante baixo de 70 hab / ha, sem
institucional cidade e suas conexões com a • O PEUMM formaliza o carácter considerar as terras desocupadas
região e países vizinhos; O PEUMM definiu 9 amplas orientações da Baixa como principal centro como o aeroporto, parques, ilhas,
1.2.10.1. O Processo de estratégicas para estabelecer a estrutura urbano de Maputo. Maputo seria etc. e apenas 37 hab / ha, se aquelas
• Equilíbrio ecológico, qualidade e
Planeamento Urbano em forem consideradas) ao mesmo
sustentabilidade ambiental; urbana de Maputo e concretizar os estruturada como uma e rede
Moçambique objectivos acima referidos. Dessas, integrada e bem interligada de tempo preservando as riquezas
• Densificação do tecido urbano naturais que a cidade possui (terra
três directivas chaves estavam mais centros de actividade, organizados
Após a guerra civil, a estabilidade política possibilitando rentabilização e fértil para a agricultura urbana,
directamente relacionadas com a área de acordo com a sua importância
e o estabelecimento de um quadro racionalização de infra-estruturas grandes áreas verdes protegidas,
da Baixa da cidade, a saber: hierárquica segundo vários critérios.
legal devolveu a atenção a gestão e e serviços urbanos e uma maior áreas costeiras vulneráveis,
Nesta rede, a Baixa seria formalizada
planeamento urbano. Os planos iniciais interacção social entre todos os entre outras). O PPU seguiu esta
como o maior centro, ou o “centro de
residentes do Município de Maputo; • O PEUMM advoga por um recomendação procurando formas de
focaram na definição de parcelas centros”, com uma rede de centros
reconhecimento mais formal da fornecer uma Baixa mais compacta e
de cadastro para assentamentos • Construção de habitação social; e menores na “periferia”. Duas das
Baixa como a raiz histórica de densa enquanto, ao mesmo tempo,
informais e semi-rurais, e consistiram • Conservação do património consequências intrínsecas desta
Maputo. Em uma visão mais ampla, preserva e aumenta a quantidade
no desenho de uma grelha sobre a terra histórico, cultural e monumental abordagem são: a necessidade de
o PEUMM visa garantir a preservação total de espaços naturais e abertos.
informalmente ocupada. Através desta que enriquece e materializa a um sistema funcional de ligação entre
das qualidades monumentais e do O objectivo do PEUMM de aumentar
prática percebeu-se que o planeamento memória colectiva da cidade. os centros e o carácter multifuncional
património histórico e cultural que a densidade aplica-se especialmente
abrangente era indispensável. Este de uso dos centros. Ambos os
enriquecem a memória colectiva da ao aumento da população residente,
esforço foi impulsionado pelo ProMaputo, aspectos constituíram directrizes
O nível seguinte de planeamento é o cidade. A área de Baixa concentra como forma de criar comunidades
um programa de assistência técnica, iniciais para o PPU da Baixa a sua
Plano Parcial de Urbanização (PPU), dos uma massa crítica de património, e o mais vibrantes, e isto também foi
financiado pelo Banco Mundial. concepção está patente nas secções
quais pelo menos cinco foram elaborados PEUMM clama por acções urgentes levado em conta na Baixa, onde
sobre mobilidade e uso do solo.
ou iniciados; o plano da Baixa é um para formalizar a sua protecção o risco do predomínio do uso
Existem, para Maputo, três níveis de destes. É um instrumento intermediário em um quadro jurídico, bem como exclusivamente comercial e para
planeamento urbano. No nível mais alto maximizar o seu potencial enquanto • O PEUMM promove uma escritórios é maior.
que traduz os objectivos em directrizes
está o Plano de Estrutura Urbana do oportunidade socioeconómica. A densificação racionalizada de
concretas. O Plano de Pormenor iria
Município de Maputo (PEUMM) que foi comissão do PPU da Baixa pelo CMM todas as áreas de Maputo, em
definir padrões de planeamento a escala
produzido em 2008. O PEUMM definiu é uma expressão dessas intenções, busca de maneiras de aumentar
do talhão, incluindo o projecto detalhado
como objectivos: e o componente patrimonial é o eixo a densidade populacional (que
para espaços públicos.
56 | Contexto Contexto | 57

Figura 37. PEUMM - Mapa de Zoneamento Síntese

1.2.10.3. Coordenação Institucional sustentáveis. Produzir um cadastro não 1. 3. Metodologia para a rede de esgotos e drenagem, sistemas de
é uma questão técnica ou financeira, resíduos sólidos, etc. - e sua condição. O
recolha de dados
Os riscos e desafios existentes a nível mas sim, uma questão de liderança comprimento total das ruas pesquisadas foi
institucional são discutidos detalhadamente e compromisso demonstrável dos de aproximadamente 36 km, divididos em
Na pesquisa e recolha de dados e
no capítulo 10 do presente Relatório (Plan responsáveis pelas decisões. A aberta e muitas pequenas secções, distribuídas a
informações foram utilizadas as seguintes
Implementation). transparente disponibilidade de informação grupos de dois estudantes.
4 abordagens:
pode ser percebida no curto prazo como
Sem uma forte vontade política e uma bem uma diluição da autoridade; é contudo um 1.3.1.2. Levantamento do Uso do
1.3.1. Levantamentos de campo
coordenada abordagem institucional ao primeiro passo crítico em direcção a um Solo e do Património
licenciamento de projectos, que inclui todos modelo baseado em receitas recorrentes e
Os levantamentos de campo abrangeram
os níveis de governo, a Baixa corre o risco diversificados para o município. Este levantamento centrou-se na avaliação
infra-estruturas civis, uso de solo e
de tomar um caminho de desenvolvimento das infra-estruturas verticais existentes -
património, espaço para peões e transporte.
sub-óptimo. Uma vez que actualmente relacionadas com o tipo de construção, uso
Os dados foram recolhidos através de
não há regras estabelecidas em um plano por piso e os aspectos históricos relevantes
dispositivos tablete electrónico e facilitada
detalhado, o critério pelo qual projectos dessas estruturas, se houver. Mais de 50
pelos alunos de graduação da Faculdade
imobiliários são aprovados é desconhecido. quarteirões foram pesquisados e uma foto
de Arquitectura e Planeamento Urbano da
Além disso, é evidente que projectos foi tirada de cada edifício da Baixa.
Universidade de Eduardo Mondlane. As
individuais foram concebidos na ausência
pesquisas observaram mais de 50 km de
de um quadro coerente. As Implicações 1.3.1.3. Levantamento de espaço
estrada, 788 edifícios e 16 direcções do
incluem a capacidade da infra-estrutura público e uso pedonal
tráfico dentro da Baixa.
existente de lidar com o aumento da
demanda e do impacto visual negativo de Este levantamento analisou como os
1.3.1.1. Levantamento de Infra-
uma miscelânea de edifícios altos. passeios da rua são utilizados tanto por
estruturas
pessoas e como por carros estacionados
Orientações claras, sob a forma de um um pouco por toda a Baixa. A unidade de
Este levantamento centrou-se na
cadastro e códigos de construção que inquérito de base era a mesma que para
disponibilidade de equipamentos -
especificam o que pode ser feito, onde e fez o levantamento das infra-estruturas,
relacionados às classes de estradas,
para cada parcela de terra são uma pré- abrangendo um total de 36 quilómetros de
transporte público, disponibilidade de
condição para parcerias e investimentos ruas.
espaço para estacionamento, passeios,
58 | Contexto Contexto | 59

Figura 38. Estudantes da faculdade de Figura 40. Amostra da sub-divisão das ruas Figura 42. Amostra de cruzamentos
arquitectura da UEM durante levantamentos em porções de eixo, para levantamento de seleccionados, para levantamento de
de campo (cima) infraestrutura (cima) trânsito (cima)
Figura 39. Tecnologia de levantamento para Figura 41. Amostra da sub-divisão em Figura 43. Grupos focais com Secretários de
upload em tempo real dos dados levantados quarteirões, para levantamento de uso do Bairro e Chefes de Quarteirão (baixo)
(baixo) solo e património (baixo)

VV..))
((AA
1.3.1.4. Levantamento do trânsito 1.3.2. Entrevistas pessoais 1.3.3. Grupos focais 1.3.4. Recolha de dados e

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GGAA
2255

MAA
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documentação municipal

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VV..))
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TTEE Sources: Esri, DeLorme, NAVTEQ,

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MMB

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USGS, Intermap, iPC, NRCAN, Esri
BR

M
RO Japan, METI, Esri China (Hong Kong),

SSAA
Este foi um levantamento complementar O

UULL
The personal interviews covered The focus groups covered the social and
Esri (Thailand), TomTom, 2013
((A
AVV

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..))

PPO

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FFIILL
à recolha de dados de tráfego extensa demographics, conditions and usage economic situation within the Baixa, its A recolha de dados foi facilitada por

RRAA
EERR
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realizada no âmbito do Plano Director of public services and the environment, challenges, and the potential solutions to relatórios produzidos pelos principais

G
sobre a Mobilidade e os Transportes no US9-1 communication, civic participation, and their improve its state. The disucssions were intervenientes - como CMM, CFM, o
Grande Maputo. Ele analisou os principais opinions about the Baixa. The data was facilitated by the team’s sociology expert Governo de Moçambique e os seus

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cruzamentos de estradas dentro e à volta LIE
gathered using paper questionnaires, which and the statements were recorded and ministérios, agências doadoras e outros.

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da Baixa, tentando determinar o número were later digitized, and facilitated by the transcribed by the undergraduate students Adicionalmente, esta recolha utilizou

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médio de veículos entrando ou saindo GÁ
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undergraduate students from the Sociology from the Sociology Department at the métodos de pesquisa on-line para estudo
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da Baixa no horário de pico através das A)
Department at the University of Eduardo University of Eduardo Mondlane. The de bibliografia publcamente disponível.
diferentes avenidas principais. U Mondlane. The interviews reviewed 500 focus groups gathered individuals who
U
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S9-2
S9-7
S9-7
BA
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MO individuals from five (5) socio-economic represented the general public, which
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categories: Heads of Households, were divided into five (5) categories:
UA
DO
)

Businessmen, Formal Vendors (Retail), Representatives of CMM, Secretaries from


Source: Esri, DigitalGlobe, GeoEye, i-cubed, USDA, USGS, AEX, Getmapping, Aerogrid, IGN, IGP, swisstopo, and the GIS User Community

Informal Vendors, and Tourists. the Baixa and surrouding areas, Heads of
D29-58
D29-58 D29-59
D29-59 D29-60
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Blocks and Neighborhood Committees,
D29-57

and Representatives of civic NGOs and


D29-57 ! !
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Scale 1:1.500 Meters
0 30 60

BAIXA PPU - Survey location map

Sheet nº 1 ¯
60 | Contexto Contexto | 61

Tabela 4. Lista de relatórios, apresentações e outra documentação relevante recolhida

Pasta Conteúdo Data Legislação do Lei de Terras e Regulamento 1997, 1998, Outra Legislação Regulamento dos Sistemas Públicos de Transporte e Plano Director do Porto de Maputo
ProMaputo ProMaputo II Manual Operacoes 2010 território 2000, 2003 relevante Distribuição Água e de Drenagem de Águas Mobilidade Área de jurisdição do Porto de Maputo 2013
Lei Autarquias Locais 1997 Residuais
Aspectos do Plano Quinquenal do CMM 2009-2013 Plano Director de Mobilidade e Transportes, 2014
funcionamento Lei de Ambiente e Quadro gestao ambiental 1997, 2010 Lei e Regulamento de Parcerias Público- 2011 Relatório Final. Parceria JICA
Manual de Processos e Procedimentos 2009
administrativo do e social Privadas (PPP)
DMPUA Apresentação do Plano Director e do Estudo 2014
CMM Postura de DUAT 2003, 2011 Projectos relevantes Protecao costeira 2010, 2011 de Viabilidade da primeira linha de BRT
Mapa da Divisão Administrativa do Município
executados ou em AECID/Las Ramblas 2009
de Maputo Regulamento do Solo Urbano 2006 Lista de edificios com parqueamento e silos 2013
execução e Projectos
PEUMM 2008 Plano de Estrutura Urbana do Município de 2008 Ordenamento do Territorio 2007, 2008 Bridge Maputo-Katembe na Baixa
não-executados
Maputo - conteúdo documental completo Estrategia Municipal de Intervençaõ nos Ais 2010 Ring Road Odebrecht BRT project 2013
(escrito e desenhado) Projecto Reabilitação do Jardim Tunduro Presentation about Maputo-Matola metro line
Quadro da Politica de Reassentamento 2010
Cartografia base da Baixa Info 2011 Projecto para FACIM Apresentação da Proposta do Sistema de
Estrategia Habitacao 2011
Baixa Baixa CAD 2011 Gestão da Mobilidade e do Estacionamento
Report Card - Satisfacao dos municipes 2010, 2011, Projecto Feira Popular
Shape Baixa 2011 2012 Ideias turísticas para Baixa e Marginal, Infraestruturas / Mapa de drenagem de Maputo
Posturas Camararias 1998 parceria Odebrecht, PPT impresso Serviços Mapa de zonas inundáveis/inundadas
Legislação do Lei do patrimonio cultural 1988 Projectos em Carteira Presentations of various projects in the 2013 Planos para subestação eléctrica da EDM
Património Cultural (aprovados, em pipeline for Baixa and Marginal areas
Legislacao cultural 2007
consideração para Approved projects over 2008-2013 period as 2013 Formulation of an Outline Strategy
Classificacao Patrimonio Nacional 2008
aprovação, ou em registered by Department of Infrastructure for Maputo City Citywide Sanitation Planning.
Politica de Monumentos 2009 vários estágios de Constellation site drawings Parceria WSUP & SEED (DHV)
Procedimentos Patrimonio Edificado 2009 elaboração)
Ramblas project for Av. Samora Machel Improvement of Sewerage System for Maputo 2011
Plano Baixa Historica (Feasibility Study Report Summary)
Projecto de novas instalações da TVM 2014
FAPF/UEM Inventario Patrimonio Edificado 2010 Katembe Bridge Various not-final documents of Katembe
Maputo Waterfront Development, Promontorio 2012
Proposta de Regulamento Patrimonio 2010 Bridge Project
Lista de projectos em elaboração pelos CFM
Edificado
Informação de Ficha actual de cadastro, DUATs, 2010
Cadastro Infraestruturas/serviços
62 | Contexto Contexto | 63

PPUs e outros Planos Plano Parcial Urbano da Avenida Marginal de 2014


para áreas vizinhas à Maputo - Avaliação da Situação Actual
Baixa Plano Parcial de Urbanização da Katembe 2012

Estudo de Zonamento e Protecção do 2011


Pântano/Mangal da Costa do Sol. Parceria
UN-Habitat
Plano de Zoneamento Ecológico do Mangal do 2012
Costa do Sol – Proposta
Estudos diversos e Estudo de valorização da Baixa 1984
Literatura
Master Willeumier 2012

Mapucimaia Links 2012

Mapas Históricos da Baixa e de Maputo

Workshops / Seminarios FAPF/UEM 2010


Seminários
CMM Workshop PPU Baixa 2012

Outros documentos Pam Golding Real Estate Conference 2014. 2014


relevantes Todas 27 apresentações feitas
Apresentação do Presidente do CMM no
Fórum de Turismo de Luanda
2
Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 65

2. Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão,


Uma abordagem princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa

participativa para
Tornar o futuro da Baixa uma oportunidade contribuir com competências em gestão e
compartilhada é uma prioridade. Um futuro capital; e coordenação entre as instâncias
de sucesso para a Baixa não depende governamentais para que todas as
somente de orientar o investimento na iniciativas do erário público se alinhem na

estabelecer uma
construção e em infra-estrutura; trata-se mesma direcção.
da criação de um espaço que possa ser
usado por todos, onde há oportunidades No início do processo de preparação do
para todos. Melhorar a acessibilidade e PPU, o CMM estabeleceu uma Comissão

visão, princípios
habitabilidade, e proporcionar as condições de Acompanhamento (CA) para promover
para o desenvolvimento económico de a coordenação interdepartamental durante
um amplo espectro da comunidade, todo processo e garantir que o Plano
incluindo aqueles que ganham uma estivesse em acordo com todos aspectos

orientadores e uma
vida pelo comércio informal, são peças relevantes a nível técnico, legal e de
indispensáveis para construção de um planeamento de modo a que fosse um
crescimento equilibrado. instrumento válido e vinculativo a aprovar.
Além disso, a CA foi constituída como um
Seria irrealista pensar que um conjunto de veículo para facilitar a participação dos

estratégia espacial
desenhos pode conduzir à mudança. Um intervenientes mais importantes na Baixa.
plano por si só não garante a execução,
e o município não deve ser visto como Além das duas audiências públicas exigidas
a única entidade responsável por ela. A por lei, o processo participativo incluiu os

para a Baixa
elaboração do plano é uma ferramenta seguintes componentes:
de valor inestimável para a criação de
parcerias com os cidadãos, o sector privado • Entrevistas de campo com mais de
e com outras instâncias governamentais, o 500 residentes e empresários
que irá aumentar a exequibilidade. Uma • Grupos focais com as partes
extensa abordagem participativa, para além interessadas desde arquitectos, a
do que é legalmente exigido, pode gerar o construtores e mídia
sentido de propriedade nos residentes e • Um charrette com a comissão
visitantes; apoio do sector privado para supervisora para estabelecer a visão
e princípios, Figura 44. Primeiro e Segundo Charrette, Maputo, 2013-2014
66 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 67

(Cont.) Primeiro e Segundo Charrette, Maputo, 2013-2014 Figura 45. Desenhos da Baixa feitos por crianças do ensino primário

• Um charrette com a comissão


supervisora para discutir as opções de
planeamento espacial e escolher uma
direcção preferida
• Reuniões de grupos temáticos com
investidores, profissionais da área de
planeamento urbano, arquitectura e
engenharia, associações informais,
representantes da Comissão Nacional
para a Preservação do Património,
• Comunicação na mídia social através
de uma página na internet em Inglês
e Português (www.minha-baixa.com),
uma página no Facebook, artigos em
jornais locais e um video.
• A organização de 3 concursos
públicos de ideias e desenho: para
crianças, estudantes de arquitectura
e novos empresários. A cerimónia
de premiação decorreu durante a
segunda audiência pública e algumas
ideias e conceitos dos candidatos
foram tomadas em consideração na
preparação da versão final do Plano.
68 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 69

A Comissão de A Comissão Supervisora (CS) foi criada


pelo CMM no início do processo de
de Moçambique (CFM) e a Empresa de
Desenvolvimento de Maputo Sul que
• Garantir a continuidade do processo
em todos os canais relevantes
2. 1. Charrette de Adopção Planeamento Urbano e Ambiente (DMPUA),
participaram da charrette 34 representantes
objectivos de curto e longo prazo. O que é um Charrette?
da Visão
Acompanhamento elaboração do plano para promover a
coordenação interdepartamental durante o
têm interesses e activos territoriais e
infra-estruturais na área; associações
durante a fase de aprovação pela
Assembleia Municipal (AM).
da Comissão Supervisora. O Vereador do
Planeamento abriu e fechou as sessões e
A metodologia de trabalho da charrette
consistiu em uma mistura de apresentações
Um charrette é uma sessão intensiva de
O sucesso da requalificação da Baixa planeamento em que diferentes instituições
processo e assegurar que o plano esteja em de trabalhadores informais, como a • Emissão de parecer sobre o processo participou activamente, juntamente com o em plenárias e debates; uma pesquisa de e partes interessadas trabalham juntos
começa com uma visão inspiradora – uma
conformidade com os aspectos técnicos, Associação dos Trabalhadores do Sector de consulta e acções subsequentes. Vereador de Infra-estruturas, o Vereador preferências visuais; e grupos de trabalho de forma colaborativa. O aspecto mais
visão que é partilhada pelo conjunto. A
jurídicos e de planeamento relevantes para Informal (ASSOTSI); fornecedores de de Actividades Económica e o Vereador compostos por uma mistura das diferentes importante de uma charrette é que
• Emissão de parecer sobre a visão é uma mensagem clara e simples que
que ela conduza a sua aprovação como um serviços e infra-estrutura básica, como de Transporte. A charrette Visão foi partes interessadas. Ferramentas e ela termina com um resultado que é
conformidade do Plano com as expressa aquilo que é a vontade da Baixa
instrumento vinculativo. Além disso, a CS o Fundo de Investimento e Património marcada para coincidir com a conclusão métodos de planeamento participativo compartilhado por todos, ou ao menos a
disposições legais e do quadro de e os valores que representa. É um guia
foi concebida como um veículo para facilitar do Abastecimento de Água (FIPAG), da fase preliminar de recolha de dados e foram utilizados durante toda a charrette maioria dos membros do grupo. A charrette
planeamento existente (PEUMM). para uma mudança positiva, uma vez que
a participação dos principais interessados Telecomunicações de Moçambique (TDM), entrevistas de campo e antes da conclusão incluindo exercícios de trabalho em equipa, proporciona uma direcção comum e um
estabelece uma aspiração de longo prazo;
na Baixa. Electricidade de Moçambique-Cidade de do diagnóstico. Seus objectivos eram: planeamento de cenários, gráficos de entendimento partilhado de prioridades
Os membros da CS participaram uma base para a definição de políticas e
Maputo (EDM) e Águas da Região de votação visuais e interactivos, pequenos quando se preparam planos urbanos
activamente nas duas charrettes. Na estratégias para lá chegar; e um sinal de
A Comissão Supervisora reúne em um Maputo (ADEM); e agentes económicos • P
artilhar as conclusões preliminares grupos de trabalho, construção de consenso complexos. Isto tem importantes benefícios
primeira, a CS articulou em conjunto a visão boa liderança.
espaço de diálogo vários departamentos como a Confederação das Associações da recolha de dados e pesquisas e ciclos de feedback. na medida em que coloca ênfase no lado da
para a Baixa; na segunda, os membros
do governo local, incluindo, ao nível de Económicas (CTA), e AVITUR; e a com os membros da Comissão demanda, o que para muitas cidades abriu
avaliaram alternativas de ordenamento A visão para Baixa é o resultado de um
Vereação, as direcções de Urbanismo Universidade Eduardo Mondlane.
processo inclusivo, em que os principais Supervisora de uma forma fácil de 2.1.1.1. Resultados Preliminares do o caminho para a implementação mais
espacial e escolheram a opção preferida.
e Meio Ambiente; Infra-estrutura;
atores foram todos convidados a participar recordar; Diagnóstico eficaz, rápida e de risco controlado.
Membros da CS também participaram nas
Desenvolvimento Económico; Mercados As tarefas específicas da Comissão • Engajar os membros da Comissão
Consultas Públicas e grupos temáticos. através da Comissão de Acompanhamento,
e Feiras; Educação, Cultura e Assuntos Supervisora foram: Supervisora em diferentes Os resultados preliminares resultantes da
que foi criada para supervisionar a produção
Sociais; e Transportes, bem como os abordagens sobre o planeamento recolha de dados e pesquisas no local foram
do PPU e dar contribuições. O processo
Vereadores do Município de KaMpfumo e • Validar a metodologia e o produto participativo; apresentados por componente temático
incluiu as seguintes actividades:
Nlhamankulu. O Secretários dos Bairros de trabalho da equipa consultora utilizando meios visuais de comunicação
• Em conjunto produzir e adoptar uma
Central C, Alto Maé B e Malanga também em todas as fases do processo de (GIS e mapeamento de imagem) para
2.1.1. Estabelecendo uma Visão declaração da visão para orientar os
são membros da Comissão. elaboração do plano. facilitar a compreensão e debate. Ao invés
e Princípios Orientadores preparativos do PPU; e
• Coordenar o fluxo de informação com de apresentar um extenso relatório técnico,
Entre as entidades representadas temos • Com base na declaração da visão, o objectivo destas apresentações foi de
a Direcção de Planeamento Urbano O Charrette de Adopção da Visão foi
o Ministério da Cultura, que salvaguarda o proceder a uma reflexão sobre “quem comunicar à Comissão Supervisora com
e Ambiente (DMPUA) e a gestão realizada a 6 e 7 de Novembro de 2013.
património edificado e promove a agenda deve fazer o quê?” para começar a que mensagem ficar para cada um dos
do CMM durante o processo de Convocada pela Direcção Municipal de
da conservação; Caminhos de Ferro traduzir a declaração da visão em
elaboração do plano
70 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 71

Tabela 5. Resumo dos aspectos chave do diagnóstico

Figura 47. Planta de Maputo no início do século XX componentes chave do PPU identificados. actividade económica, em que um valor Figura 49. Matriz de Cenários
Aspecto Principal conclusão
baixo indica baixa actividade económica e
1 Contexto Histórico A Baixa, origem de Maputo, foi o centro comercial e a porta Estas constatações estão elaboradas no poucos sectores de actividades; um valor
de entrada para a sua região. capítulo 1 (“Contexto”, página 33) deste alto indica uma intensa e diversificada
2 Património Importante massa crítica de património histórico, ameaçada Relatório. actividade económica. Diferentes cidades
foram usadas como referência para ilustrar
3 Uso de Solo Hoje, a Baixa tem uma concentração significativa de 2.1.1.2. Planeamento de cenários os cenários.
prédios com escritórios governamentais e privados, muitos
prédios comerciais mas poucas áreas residenciais. A Esta sessão consistiu na projecção de Além de definir estes quatro cenários
quantidade de espaço público é subóptima. tendências e condições no futuro para com base na forma física e da actividade
4 Espaço Público Potencialmente valiosos espaços públicos. No entanto, a definir quatro cenários possíveis para a económica, foram considerados os seus
quantidade e interligação dos espaços é sub-óptima. Baixa. Através da utilização de ferramentas benefícios e os riscos.
5 Sócio-económico A população é muito baixa e há uma alta taxa de analíticas, tais como a matriz “2 por 2”,
desigualdade de renda . o exercício ajudou os participantes a
compreender a forte inter-relação entre a
6 Comércio informal Há uma alta concentração de comércio informal nas
estrutura física e a actividade económica
principais artérias e nós de transporte.
numa cidade ou em áreas urbanas, e
7 Transporte O congestionamento não é causado pela capacidade Figura 48. Mapa de condições
quais poderiam ser os resultados finais
das estradas, mas pela ausência de gestão do tráfego, bioclimáticas
das várias opções políticas. O eixo
incluindo estacionamento, e falta de transporte público. horizontal da matriz foi definido pela
8 Infra-estrutura Dificilmente lidará com o esperado crescimento; drenagem estrutura física da cidade, incluindo a
inadequada e limpeza de rua insuficiente. qualidade e singularidade da sua forma
9 Projectos aprovados Número significativo de projectos imobiliários e de arquitectónica. Um valor baixo representa
investimentos em infra-estrutura aprovados ou em a falta de identidade arquitectónica do
processo de aprovação antes do início da preparação da local e um uso não estruturado do solo;
PPU; esta situação foi tomada como facto consumado. um alto valor representa um tecido urbano
valioso, com uma combinação única e
10 Contexto de Várias entidades estatais e relacionadas com o Estado harmoniosa de antigos e novos edifícios
planeamento urbano ao nível supra municipal, controlam áreas chave para a e o uso racional do solo. O eixo vertical
e coordenação implementação do plano; a coordenação institucional é representa a intensidade e diversidade da
institucional essencial e sem ela o plano ficará comprometido.
72 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa A BACKGROUND ANALYSIS Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 73

Figura 50. Imagens de Xintiandi Figura 51. Imagens de Hong Kong Figura 52. Imagens de Chattanooga Figura 53. Images of Macau, Quito

Edifícios únicos ajudam a aumentar o Uma estrutura e funções urbanas bem Diversidade de funções económicas Benefícios económicos da conservação
valor do solo: Xintiandi, Xangai planificadas possibilitam uma diversa e para regeneração urbana: Chattanooga
• Ao reter edifícios históricos e criar um forte actividade económica: Hong Kong (USA) Valor do solo acrescido em zonas
destino o investidor beneficiou de um • Dia e noite movimentada • Uma cidade que “morreu” na década históricas
aumento, em 10 vezes, do valor da • 80% das viagens por transporte de 1970: indústrias não competitivas, • Quito: land values appreciated 44%
solo público possibilitam alta densidade desemprego Quito: os valores do solo apreciaram
• 600,000 pessoas visitaram Xintiandi • Uso misto, com diversas actividades, • Regeneração através de actividades 44% em comparação com áreas
em 2010 incluindo residencial culturais e ruas pedonais próximas a 10%
• Xintiandi é uma marca reconhecida • Alto valor do solo traz elevada receita • Restrições na construção de centros • Londres: Moradia pré-1919 vale
• Aberto ao público em 2002 - antes fiscais comerciais nos subúrbios induziram em média 20% mais do que a
Xangai ter uma lei de conservação investidores a construir no centro equivalente da era recente
• Uso de ruas para festividades e como
local (que foi aprovada em 2003, a local para as crianças brincarem • Parceria com o sector privado para • Tbilisi: valor imobiliário aumentou
primeira lei de preservação local na criar e gerir parques que aumentaram 9% mais do que em áreas não
China) o valor do solo adjacente protegidas

Actividade comercial acrescida


• Macau: 60% das receitas de retalho
provém de zonas de conservação
patrimonial

Receitas acrescidas de visitas de turistas


• Singapura: Bairro Chinês Histórico
(pré-1940), prestes a ser demolido
na década de 1980, foi conservado
e transformado na segunda atracção
turística mais visitada
• Quito: resultou em um crescimento
anual de 5% do turismo
74 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa A BACKGROUND ANALYSIS Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 75

Tabela 6. Análise de Riscos e Benefícios dos cenários Figura 54. Manuscrito da visão produzido durante a Charrette

Segmento Especulativo Negligenciado Sub-utilizado Vibrante 2.1.2. Declaração da Visão


Forma arquitectónica Transformação radical Ciclo progressivo de decadência Uma zona histórica sem estratégia Combina edifícios históricos
Na sequência do exercício de planeamento
Edifícios altos em grandes blocos Infra-estruturas mal conservadas para a actividade económica reutilizados que mantêm a sua
de cenários, o grupo elaborou em conjunto
Formas arquitectónicas e estilos e edifícios que conduzem ao contemporânea personalidade com novos edifícios uma declaração da visão:
que poderiam ser de qualquer abandono Novas construções não são que agregam oportunidades
lugar permitidas contemporâneas “A Baixa é um destino multifuncional,
Modelo económico Principalmente baseado no De uso singular dominante Uso singular: subsídios Diversificado: turismo, terciário, inclusiva e vibrante, limpa e verde, onde
desenvolvimento de imóveis e Uso pode não gerar receitas governamentais para manter os promoção de imobiliária e visitantes e residentes desfrutam o
construção suficientes activos comércio local património histórico e cultural, o mar e o
Incentivos fiscais espaço público”
Pouca quantidade de turismo
A visão é suportada por um conjunto de
Benefícios A curto prazo: ganhos económicos Nenhum Retenção dos activos com valor Retenção e reutilização dos
seis princípios. Para o PPU, o conjunto
rápidos para alguns proprietários cultural activos históricos contribuem para
de princípios são a base da definição das
de terra e investidores Salvaguardar pequenas empresas a diversidade económica
“regras do jogo”, e devem guiar todas as
Ganhos económicos a longo prazo
decisões tomadas ao longo da preparação
para os residentes, pequenas
do plano.
empresas, proprietários de terra e
investidores Os princípios são:
Riscos Risco de uso singular Delapidação de activos de solo e Modelo vai provavelmente entrar Precisa de investimento privado. • Inspiradora
Bolha imobiliária históricos em colapso quando os subsídios Para tal necessita de regras claras
• Organizada
Fácil de replicar noutro local Falta de receitas fiscais forem interrompidos e a transparência dos processos
• Habitável
Vulnerável a condições macro Congestionamento de aprovação é essencial.
Destruição de activos históricos e Subutilização durante a noite Depende de incentivos para • Acessível
naturais Marginalização reutilização • Segura
• Atraente
76 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 77

Figura 55. Gestos de mão ilustradores das Opções Conceptuais

2. 2. Charrette de Opções que medida cada conceito coincide teve 35% dos votos.
com a visão e princípios
Espaciais
• Oferecer aos participantes a O terceiro conceito propôs novas áreas
oportunidade de votar em um de desenvolvimento ao leste e oeste da
Reconhecendo que pode haver mais de
conceito espacial da sua preferência Baixa central, criando novos pontos de
uma alternativa para materializar a visão
entrada e reduzindo a pressão sobre a área
da Baixa em uma estrutura física, a equipa
Foram apresentadas três opções espaciais histórica. Esta opção foi a favorita de 55%
preparou três opções espaciais para
à Comissão Supervisora a fim de identificar, dos participantes. Ficou acordado que a
apreciação da Comissão Supervisora. Cada
em conjunto, o conceito mais adequado. terceira opção poderia incorporar a ideia
opção foi preparada usando variantes de
Cada conceito foi representado usando um de se reconectar a cidade com a frente-do-
composição da estrutura urbana, tais como
gesto como metáfora ajudar a comunicar mar, que foi destacada na opção 2.
pontos nodais, densidade populacional,
áreas edificáveis, e uso do solo misto, entre visualmente a abordagem do conceito.
outros.
A primeira opção espacial favoreceu a
2.2.1. Preparando Opções concentração do desenvolvimento na parte
Espaciais central da Baixa, deixando as áreas oeste
e leste, com densidades mais baixas. Esta
Os objectivos da Charrette de Opções opção foi considerada a mais semelhante
Espaciais foram: às tendências actuais, e teve cerca de 10%
dos votos.
• Apresentar as três opções espaciais
conceituais elaboradas pela equipa A ideia-chave por trás da segunda opção
consultora com base na declaração é reconectar a cidade a frente-do-mar por
da visão meio corredores perpendiculares e espaços
públicos, permitindo maiores densidades
• Avaliar os aspectos técnicos e
em ruas paralelas ao mar. Esta opção foi
impacto potencial de cada conceito
a segunda mais preferida, principalmente
• Realizar um seminário interactivo porque a abertura da frente-do-mar ao uso
com os participantes para avaliar em público foi altamente estimada. Esta opção
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Figura 58. Opção preferida

Figura 56. Votação dos três conceitos Figura 57. Esquema metodológico desde Visão ao PPU Final

2.2.2. Escolhendo um conceito


preferido

Cada conceito foi perspectivado em função


de critérios técnicos relativos a tópicos
como Uso do Solo, Património, Espaço
Público, Mobilidade e Infra-estrutura,
e Imobiliária. Em pequenos grupos, os
participantes discutiram detalhadamente as
oportunidades e constrangimentos trazidos
por cada opção. Ao concluir dessas
discussões, os participantes atribuíram
uma pontuação as opções com base nos
princípios que apoiam a visão, escolhendo
a opção 3.
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Figura 59. Imagens da Primeira Audiência Pública Figura 60. Imagens da Segunda Audiência Pública

2. 3. Realizando Audiências pessoal do Banco Mundial, organizações preocupação e agendou uma reunião com o Plano. A apresentação começou com
de base, e os meios de comunicação. O os representantes para discutir a situação as sete estratégias mencionadas em uma
Públicas
propósito do evento foi de apresentar os de forma mais detalhada. secção anterior, colocando ênfase especial
resultados da fase de diagnóstico, bem no uso do solo e controlo do investimento
A lei de planeamento em Moçambique
como a visão e estrutura espacial proposta, Foi colocado um ponto relevante sobre na construção, as políticas de conservação
requer duas audiências públicas em
a fim de obter um feedback para a etapa de a relação entre o plano e os múltiplos e reutilização do património, e mobilidade.
que o plano é discutido com público.
preparação do Esboço do Plano. projectos em andamento em zonas A resposta recebida foi importante para a
Essas reuniões, realizadas no Edifício do
próximas, incluindo o PPU da área da ajustar o plano do esboço para a versão
Conselho Municipal, proporcionaram uma
A agenda do dia foi dividida em duas partes Marginal ao norte da Baixa na Polana final. Entre os principais ajustes estão:
valiosa oportunidade para os cidadãos de
principais. Na primeira parte, o Consultor Cimento.
expressarem suas opiniões sobre o Plano
resumiu o estado actual da Baixa, para, em • A
altura para novos edifícios na frente-
e para os consultores a oportunidade de,
seguida, apresentar a visão e os princípios, Outros comentários incidiram sobre do-mar foi reduzida, enquanto os
quando necessário, ajustar e melhorar o
as subsequentes opções espaciais, e a questões como as linhas de transporte edifícios Av. 25 de Setembro são mais
plano de acordo com estas contribuições.
opção espacial preferida. público; a perda acelerada do património altos para gerar uma continuidade
histórico; congestionamento do tráfego; com os edifícios que existem actual
A segunda parte da audiência foi dedicada défices infra-estruturais; e a importância de ou tenham sido aprovados na Baixa
2.3.1. Primeira Audiência
a três rondas de perguntas e respostas, explorar a ligação ao mar ao seu máximo Este
Pública
das quais surgiram quinze comentários do potencial possível.
• A
s áreas controladas pelo CFM e
público em geral, gerando-se uma discussão
A primeira consulta pública foi realizada a 5 pela Marinha Moçambicana foram
animada. Um tema central no debate foi o
de Junho de 2014 com uma participação de delimitadas como não vinculativas
reassentamento das famílias que vivem 2.3.2. Segunda Consulta Pública no PPU. A estrutura urbana proposta
aproximadamente 150 pessoas. A reunião
nos assentamentos informais de Malanga,
foi presidida pelo Vereador da Direcção deverá ser coordenada na fase do
onde se localiza a estrada de acesso A segunda consulta pública teve lugar a 15
Municipal de Planeamento Urbano e Plano de Pormenor
a Ponte da KaTembe. Uma numerosa de Julho de 2014 perante uma audiência de
Ambiente e a Vereadora do Distrito Municipal • O
PPU foi ajustado para reflectir a
delegação de moradores desta área fez- aproximadamente 100 pessoas. O objectivo
de KaMpfumo. Para além dos interessados apresentação do recinto da FACIM
se presente, representando, segundo eles, do encontro foi de apresentar o Esboço do
do público em geral, entre os participantes como um projecto aprovado. Os
muitos mais. Embora o reassentamento PPU e proporcionar ao público em geral,
estavam representantes da Comissão de itens que têm um impacto sobre o
das famílias está no âmbito do Projecto através de uma extensa sessão de debate,
Acompanhamento, vários departamentos recinto que precisariam ser de mais
da Ponte da KaTembe, a Vereadora do a oportunidade de fazer comentários sobre
do CMM, arquitectos e engenheiros locais, coordenada incluem duas importantes
Distrito Municipal de KaMpfumo anotou a
82 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 83

intervenções de espaço público em APPENDIX B discrimina as perguntas feitas um Bairro Criativo na área industrial • Colocando as bases para um futuro a beira da água, um conjunto de estruturas de estacionamento sob
uma escala urbana, o parque linear e o modo em que elas foram incorporadas histórica uso urbano do solo actualmente marisqueiras na área da frente-do- uma mesma concessão
e o eixo pedonal Bagamoio / Timor no plano final. • Promovendo o estabelecimento ocupado pelas actividades portuárias mar ao lado do Museu das Pescas • Estendendo o esquema de
Leste. Estas intervenções de espaço de entidades culturais nacionais e e dos armazéns • Demarcando as áreas para quiosques estacionamento público controlado
público propostas pelo PPU trarão internacionais na Baixa central em em ruas pedonais e criando para toda a área da Baixa
benefícios para a reurbanização do 2. 4. Resultado do processo edifícios patrimoniais reutilizados Reforçar o papel da Baixa como especificações para quiosques
espaço da FACIM na medida em
participativo: intervenções principal centro de actividade de ambulantes junto da associação de
que melhoram a sua acessibilidade
que materializam os Inspiradora • Definindo um projecto-piloto de
restauração na Rua do Bagamoio com Maputo Organizada vendedores informais
Antecipar a futura regeneração da
frente-do-mar
e qualidade do espaço público. A
princípios a restauração do património histórico • Criando espaço para o comércio com • Criando pequenos espaços para • Antecipando a forma e uso urbano
implementação destas intervenções
e modernização da paisagem urbana cerca de 600.000 metros quadrados retalho em recém-construídas para áreas actualmente usadas para
de espaço público tal como propostas
O resultado do processo participativo • Mantendo o carácter de local de estruturas de parques de actividade portuárias e marítimas de
exigiria um pequeno ajuste no projecto
está resumido nos parágrafos seguintes. Reconectar a Baixa ao mar trabalho do sector terciário, com cerca estacionamento modo a que sejam compatíveis com
do espaço da FACIM submetido para
aprovação. As principais ideias geradas através do •
Abrindo toda a frente-do-mar ao de 1,7 milhões de metros quadrados a restante estrutura da Baixa
processo são categorizadas de acordo com acesso público na área do plano de espaço de escritório Melhorar as condições de circulação de
• O
PPU foi ajustado de modo a • Propondo um veículo institucional
os princípios orientadores, e elas moldam aquando da completa implementação • Organizando o comércio informal em veículos
reflectir o alinhamento da ponte da Revitalização do carácter histórico e Contribuir para a transição de através do qual as entidades
muitas das intervenções propostas no do PPU aglomerados de comércio em espaço vendedores informais para • Proporcionando espaço de fundiárias possam estabelecer um
KaTembe fornecida pelos promotores cultural da Baixa
plano. • Controlando a forma urbana de aberto estacionamento alternativo aos espaço de negociação produtivo
do projecto a 23 de Agosto de 2014. • Salvaguardando a história da Baixa, empreendedores
modo a que as vistas em ruas • Mantendo áreas para serviços carros para evitar o estacionamento
O PPU foi ajustado de forma a que catalogando 330 activos patrimoniais • Designando aglomerados de
nenhuma estrutura seja construida perpendiculares ao mar fiquem públicos e educação irregular que obstrui as estradas
e desenvolvendo normas detalhadas comerciantes de rua licenciados em
parcial ou totalmente no terreno geralmente desobstruídas e passeios; especificamente
de preservação • Melhorando o acesso à escala que determinados produtos podem
por baixo da ponte. O uso do solo • Preservando as vistas do mar a 7.000 lugares de estacionamento
• Proporcionando incentivos para metropolitana através de uma ser vendidos em determinadas
definido para a projecção vertical partir de pontos de observação adicionais para estacionamento não
restauração de activos históricos estação intermodal • Criando espaço comércio de rua
da ponte solo é para comércio em chave no Parque da Maxaquene e permanente serão adicionados em
• Criando condições nas normas para a em locais chave, com melhores
espaço aberto, que é a designação das barreiras ao lado do Jardim dos estruturas recém-construídas
reutilização de activos patrimoniais na condições para os comerciantes
de zoneamento dada aos novos Professores licenciados, incluindo o Mercado da • Distribuindo estas novas estruturas
Baixa Central para usos relacionados
“aglomerados de comércio” e para • Designando a frente-do-mar ao Ponte ao lado da Ponte da KaTembe; de estacionamento de maneira que
com o turismo
zonas verdes naturais. longo da 10 de Novembro um bem o mercado turístico junto à Praça dos os principais destinos estejam a 15
• Estimulando o desenvolvimento de minutos a pé
patrimonial com condições especiais Trabalhadores; e os restaurantes
• Sugerindo o agrupamento de
84 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 85

urbana vibrante, e infra-estrutura quadrados, que é o espaço para • Designando cruzamentos sem identificar uma face a uma distância de mais de 50% dos edifícios da
e sistemas de transporte viáveis; a mais de 100 campos de basquete bloqueio para dar prioridade ao de cerca de 10 metros Baixa sob padrões irá melhorar seu
densidade residencial actual é de tamanho-FIBA transporte público isolamento a altas temperaturas e
cerca de 40p / ha • Estabelecendo uma densidade de Aumentar a resistência a riscos de resistência a fortes tempestades
Criar uma Baixa agradável população que contribuir para a base climática que possam resultar das mudanças
Aumentar a quantidade e qualidade do • Aumentando o espaço do passeio viabilidade do transporte público • Aumentando as áreas verdes, dos climáticas. Isso também vai resultar
espaço públicoe em todos os tipos de estradas novas, numa redução do consumo de
Habitável Acessível Segura
actuais 4,79% da superfície total

Aumentando o espaço público de alocando 50% do espaço viário aos da cidade para mais de 14% nos energia destes edifícios.
Melhora a conectividade das estradas
4,79% para 22% do solo aquando da peões • Estendendo a Av. das Estâncias próximos dez anos, notavelmente • Melhoria da rede de drenagem
conclusão do plano • Criando ruas pedestres e de tráfego conectando com a Praça 16 de Junho através do: de águas pluviais: O sistema de
• Elevando a quantidade de espaço limitado em locais chave, incluindo com uma secção da estrada capaz de • uma área de retenção não drenagem da Baixa foi totalmente
público per capita para 11 m2 em Samora Machel, Bagamoio / Timor suportar um BRT impermeável na linha da frente-do- redesenhado com reforçadas galerias
conformidade com a recomendação Leste e Fernão Magalhães mar em relação a qual as construções de drenagem de betão (mais de 8.000
• Criando novas vias de acesso nas
da Organização Mundial da Saúde estarão retraídas por 10 metros m). As galerias foram dimensionadas
• Assegurando que todos os residentes áreas da Maxaquene e da Malanga
para melhor protecção em caso de para aguentar com os picos de
• Designando como reservas verdes da Baixa estejam a uma distância • Designando estradas prioritárias de
Criar espaço para novos residentes na Criar condições favoráveis para o uso Aumentar as condições de segurança precipitação de Maputo, e drenar a
áreas abertas na Maxaquene e máxima de 15 minutos a pé de um condições climáticas extremas
Baixa do transporte público sentido único com poucas mudanças através do desenho urbano água da chuva para o rio. Para lidar
Malanga, num total de 281.499 m2 espaço público de direcção o que, a experiência • vegetar os terraços dos novos
• Aumentando a capacidade residencial • Planificando uma estação multimodal • Criando condições para que haja com o efeito da maré, as galerias
• Criando um parque linear ao longo • Estabelecer directrizes de controlo de demonstrou, resulta num aumento parques de estacionamento que
da Baixa em cerca de 15.000 casas que iria fornecer ligações de mais “olhos postos na rua”, que é serão equipadas com válvulas de
da Rua António Fernandes que iria construção que exijam que edifícios geral da velocidade do tráfego representam um total de quase
em todas as zonas de planeamento, transportes públicos entre a Baixa e a um grande dissuasor de incidentes marés nos pontos de descarga para
ligar a base do proposto Elevador do altos tenham pódios em escala 54.000 metros quadrados
com cerca de 3.700 delas na zona Área Metropolitana de Maputo criminais, através de usos do solo o Rio Maputo.
residencial Museu a frente-do-mar humana de 2-5 pisos misto e do aumento da população • Além do aumento de superfície
• Conectando a Baixa com a Polana
• Promovendo a utilização de terraços residente que irá resultar em presença permeável e subsequente redução
• Designando a construção de Cimento através da Área do Museu
em parques de estacionamento de pessoas nas ruas durante mais do risco de inundação, isto também
habitação de preços acessíveis na por meio de um sistema de transporte
recém-construídos para o lazer tempo facilita a recarga de lençóis freáticos
Baixa Oeste para cerca de 1.400 vertical (isto é, um elevador)
público, como por exemplo centros de e participa na melhoria da qualidade
unidades • Designando estradas de prioridade • Evitar áreas mortas, sem uso
encontros da comunidade ou recintos do ar.
• Gerando uma densidade populacional para transporte público • Iluminando todas as ruas com nova
desportivos. A área dos telhados • Melhoria dos edifícios: A reabilitação
residente de cerca de 206 pessoas por • Designando áreas para paragens de iluminação pública de modo a que
totaliza cerca de 40.000 metros dos bens patrimoniais e modernização
hectare, que induz uma configuração transporte público uma pessoa com visão normal possa
86 | Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa Uma abordagem participativa para estabelecer uma visão, princípios orientadores e uma estratégia espacial para a Baixa | 87

• Reduzindo espaço dedicado a faixas têm pódios para melhor se relacionar envolva catadores informais em A necessidade de ter ruas Baixa estavam predominantemente livres teve sucesso pelo mundo fora. Por exemplo, Fonte: Entrevista com a ECOLIFE, 16 de Julho de
2014
de circulação de automóveis e com as proporções existentes e actividades de limpeza de rua de lixo exceptuando alguns pequenos em vária cidade no Peru, a organização
limpas na Baixa
substituindo-o por passeios na 10 de proporcionar escala humana a nível itens; 16% apresentaram uma distribuição sem fins lucrativos “Ciudad Saludable” Fonte: World Bank The State of Solid Waste
Novembro e outras estradas; da rua generalizada de lixo e resíduos, com (Cidade Saudável) formalizou mais de Management in Maputo, Moçambique
Actualmente a recolha de resíduos no centro http://siteresources.worldbank.org/
• Em geral reduzindo a quantidade de • Criando continuidade entre a Av. das acumulações menores; e 5% estavam 6.500 recolectores de lixo que recolhem INTURBANDEVELOPMENT/Resources/ 336387-
de Maputo está contratada à ECOLIFE, uma
fortemente afectadas por lixo e resíduos, aproximadamente 292.673 toneladas de 1330357378410/8468721-1331067575960/Raich.
espaço dedicado ao carro e usando Estâncias na Baixa Oeste e a Av. empresa privada participada pela Soma, a pdf
este espaço para peões em secções 25 de Setembro através da massa e com acúmulos significativos. Nenhuma rua material reciclável por ano, com um valor
Atraente maior companhia de recolha de resíduos em Presentation by Uri Raich, acedido a 1 de Outubro
padrão para ruas novas altura dos edifícios, tendo em conta estava livre de lixo. de mercado de 18,5 milhões de USD. Mais de 2014
Portugal. O contrato, de 9 milhões de USD,
que na área de Malanga as alturas de 200 cidades aumentaram as suas taxas
adjudicado em 2013 vigora por um período Fonte: Oxford City Council Streetscene Service
máximas são condicionadas pelas De acordo com o Banco Mundial, a situação de reciclagem de 40 por cento para 80 por http://www.oxford.gov.uk/Library/Documents/
Harmonizar a forma urbana de 5 anos. A ECOLIFE é responsável pela Streetscene/Service%20Standards%20
reservas de aproximação de voo do pode ser comparada a questão do “ovo e cento através da integração de recolectores
• Tornando o espaço mais ordeiro recolha, transporte e descarte de resíduos Streetscene%20City%20Wide.pdf Acedido a 25 de
aeroporto e pela ponte da KaTembe da galinha”: a prestação de serviços é fraca de lixo, impactando directamente sobre Setembro de 2014
na área da Maxaquene na Baixa domésticos e comerciais, em uma área de
devido à falta de receitas, mas a receita nove milhões de pessoas e salvando dois
Este melhorando a geometria dos • Minimizando possíveis bloqueios de 14 quilómetros quadrados, abrangendo as Fonte: Club of Mozambique
não pode ser melhorada por causa da má milhões de árvores por ano. Adicionalmente http://www.clubofmozambique.com/pt/sectionnews.
quarteirões, o desenho de novas pontos de vista e fluxos de ar sobre áreas de Baixa, Alto Maé, Malhangalene,
prestação de serviços. a renda mensal dos recolectores de lixo php?secao=mocambique&id=25973&tipo=one,
ruas de acesso, um parque linear a área imediatamente adjacente Polana e a maior parte das áreas da acedido a 2 de Outubro de 2014
Transformar a Baixa numa ambiente de duplicaram para entre 180 e 260 USD por
conectando a área com a frente-do- à frente-do-mar estabelecendo 12 Coop e Sommerschield. A área coberta
passeio Ruas sujas criam condições adversas para mês. Fonte: UN HABITAT (2012) Urban Planning for City
mar e determinando alturas máximas andares como a altura máxima e tem cerca de 120.000 habitantes, que Leaders
• Criando de um total de 72.832 metros o uso do espaço público e a actividade
de modo que as vistas do mar a estabelecendo directrizes para que produzem diariamente 140 toneladas de
quadrados de ambiente caminhavél comercial, afectando negativamente o
partir do Jardim dos Professores e as torres estejam separadas. Isto lixo doméstico, cerca de 60% da qual é lixo
valor da propriedade. Se ruas da Baixa não
• Criando ruas dedicadas a peões da reserva verde da Maxaquene não também irá contribuir para reduzir o orgânico. A ECOLIFE tem nove veículos de
estiverem predominantemente livres de lixo,
na Rua do Bagamoyo, Av. Samora sejam interrompidas efeito de ilha de calor recolha de lixo e 1.100 contentores para
elas vão continuar a ser um impedimento
Machel e Fernão Magalhães • Aumentando a homogeneidade no • Criando condições para que recolher essa quantidade de resíduos. A
para alcançar a visão de Baixa. Projectar
• Criando a waterfront promenade um eixo principal da 25 de Setembro novos desenvolvimentos sejam empresa mencionou em uma entrevista que
um sistema de gestão de resíduos e limpeza
passeio que aquando da completa onde estão concentrados edifícios proporcionais aos edifícios históricos a limpeza da rua não é parte de seu escopo
de ruas não faz parte do escopo do PPU;
implementação do plano se iria mais altos. As alturas máximas foram através de directrizes de controlo de de serviços.
no entanto, recomenda-se que o CMM
estender desde ao pé da Praça dos determinadas com base na proporção construção considere a limpeza das ruas como uma
Trabalhadores até a Escola Náutica, com os edifícios adjacentes já O consultor realizou um inquérito no
prioridade, para qual poderá experimentar
por 2,5 quilómetros ao longo da existentes especialmente activos Outono de 2014 sobre a limpeza das
Encorajando uma Baixa limpa engajar recolectores informais de lixo em
frente-do-mar patrimoniais. Estruturas mais altas ruas e descobriu que 79% das ruas da
• Recomendar ao CMM para que actividades de limpeza de ruas. Esta prática
3
Aspectos do PPU | 89

3. Aspectos do PPU

Aspectos 3. 1. Organização do Plano


Figura 61. Mapa 3D da visão do PPU

do PPU
O PPU da Baixa compreende os seguintes
componentes:

a. O regulamento do PPU, que inclui


o regulamento aplicável aos bens
patrimoniais
b. Plantas de Zoneamento e Fichas de
Índices e Parâmetros Urbanísticos
por Bloco
c. Plantas de Condicionantes ao
Planeamento

O PPU é apoiado pelos seguintes


documentos:

d. O Relatório de Diagnóstico do PPU


e. O Relatório do PPU (o presente
documento) que fornece a
perspectiva estratégica para a gestão
da transformação
f. Um cronograma de execução
g. Um catálogo de activos patrimoniais
90 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 91

Figura 62. Áreas Características da Baixa

3. 2. Sete estratégias para


Trabalhar em conjunto
gerir a transformação
A espinha dorsal do plano é composta
por sete estratégias para gerir a transição
até 2025. Para concretizar a visão e Construir Reconectar
Criar uma Proteger e Organizar os Criar
os princípios, o plano apresenta sete sobre os Maputo ao
Baixa reaproveitar mercados e condições
estratégias, das quais uma, relacionada pontos fortes mar e criar um
com a coordenação institucional e inclusão
compacta de activos comércio de para melhor
das áreas sistema de
das partes interessadas em um processo uso misto patrimoniais rua mobilidade
características espaço aberto
participativo, é transversal. As estratégias
são:

3.2.1. Trabalhar em conjunto


3.2.2. Potenciar os pontos fortes O PPU considera as seguintes áreas
Criar as condições para uma organização das áreas características características na Baixa:
racional dos recursos públicos e privados
para implementar uma visão colectiva • Não existe uma única Baixa.
requer clarividência institucional, bom Podemos identificar três áreas
planeamento, incentivos e parcerias. na Baixa que têm características
Isto significa alinhamento dos objectivos distintas, cada uma com seus pontos
dos governos a nível local e nacional e fortes e oportunidades.
entidades públicas ou público-privadas • Assim, a estratégia espacial não é
que geralmente possuem terra, tais como uniforme para todas, mas procura
a autoridade portuária e companhia construir sobre os pontos fortes
ferroviária. Tal é o caso da Baixa. e carácter existentes e melhorar
determinadas deficiências
O processo participativo foi descrito em
• O plano dá conta desta distinção
mais detalhe no capítulo 2 do presente
e propõe estratégias espaciais
relatório.
específicas para cada área.
92 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 93

Figura 63. Área Característica: Baixa Central

Baixa Central • Espaços públicos, tais como o Jardim As acções-chave para esta área b. Rua do Bagamoyo/Rua
• Demarcada pala Av. Guerra Popular Tunduru e a Praça 25 de Junho característica são: de Timor Leste, entre a
a Oeste e Vladimir Lenine a Este. • Esta área concentra as sedes das 1. Revitalizar a reserva de activos estação ferroviária, uma
• Avenidas importantes tais como maiores instituições financeiras, históricos, impedindo a demolição referência histórica, e os
Samora Machel, Guerra Popular, como o Banco de Moçambique, BIM, por meio de regulamentação, dando novos desenvolvimentos a
Vladimir Lenine que são grandes vias BCI e Standard Bank incentivos para a restauração, e serem edificados no recinto
facilitando o reaproveitamento para da FACIM, que poderiam ter
Baixa Central de entrada e saída para o tráfego
automóvel
• Há uma série de edifícios de escritório
privados e estatais. Com referências actividades contemporâneas o potencial de ser tornar uma
• O uso na área é misto, o uso comercial como os 33 Andares, o edifício mais referência no futuro
2. Fazendo novos desenvolvimentos
e de escritório são os principais alto de Maputo de forma organizada, compatível e 4. Melhorando as condições dos
• Como área de origem de Maputo, • Edifícios comerciais, incluindo o proporcional aos activos históricos espaços públicos e praças
contém a maioria dos activos Maputo Shopping
3. Criando espaço para peões em eixos 5. Propondo novos desenvolvimentos
históricos, como a Estação dos na frente-do-mar com uso residencial
que ligam pontos de referência
Caminhos de Ferro de Moçambique, e turístico, um Mercado da Frente-
a Fortaleza, e o Museu da Moeda, a. Av. Samora Machel desde
do-mar, uma terminal de transporte
entre outros a Praça da Independência,
aquático de passageiros, uma
• Há também importantes edifícios onde se localiza o edifício do
terminal de cruzeiros. O planeamento
institucionais, como o do Conselho Conselho Municipal, até a
desta área seria negociado com as
Municipal, a Catedral, a Biblioteca Fortaleza, Museu das Pescas autoridades relevantes que têm o
Nacional, a Rádio Moçambique e os e futuro mercado no Porto de controlo destas terras
Correios entre outros Pesca e remodelações da
frente-do-mar
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Figura 64. Área Característica: Baixa Este

Baixa Este ao sul das barreiras da Av. Patrice As acções-chave para esta área 4. Salvaguardando a área verde
• Demarcada pela Av. Vladimir Lenine, Lumumba. A construção de edifícios característica são: natural de uma maior degradação,
a oeste, a Praça Robert Mugabe e está a preceder o ordenamento das 1. Melhorar a estrutura urbana da designando-a como Reserva Verde
Escola Náutica a leste; ao norte pelo ruas, muitas das quais são becos região, estabelecendo ruas, de da Maxaquene, que inclui o Jardim
lado sul da Av. Patrice Lumumba; e sem saída, e infra-estrutura, o que modo que elas estejam conectadas dos Professores; recomendando
a Av. 10 de Novembro e a frente-do- poderia comprometer o valor da área com a rede de ruas existente e a elaboração de um projecto
mar, ao sul. no futuro. proporcionando acesso a novos paisagístico que esteja preparado
Baixa Este • A área pode ser chamada o novo • Múltiplos edifícios do governo central edifícios e projectos que foram para gerir a reserva
Centro de Negócios (CBD na sua foram construídos na Av. 10 de aprovados, e regulamentando as 5. Redesenhar a frente-do-mar na
sigla inglesa) com o uso do solo Novembro, na frente-do-mar. alturas para harmonizar a forma Av. 10 Novembro, criando um
predominantemente para actividades • Próximo do extremo leste da área do urbana, protegendo as vistas da baía amplo passeio pedonal, ciclovias, e
terciárias, com prédios de escritórios plano, o projecto para o recinto da de Maputo tanto quanto possível, convertendo a avenida em uma de
de alto nível. Encontra-se muito FACIM, prevendo um complexo de sentido único
2. Introduzindo uso residencial para
pouco espaço residencial nesta área. uso misto com espaço comercial, de complementar o de escritórios e
• Numerosos novos projectos de escritório e residencial, poderia criar comercial através de regulamentos
escritórios foram construídos ou um grande ponto de referência na de planeamento
aprovados na área da Maxaquene área.
nos últimos anos. A muito veloz 3. Melhorando a acessibilidade através
urbanização desta área, quase da criação de uma ligação vertical
desocupada há 10 anos, está a de transporte público entre a Baixa
substituir o que era uma área verde e a Polana Cimento através de um
elevador
96 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 97

Figura 65. Área Característica: Baixa Oeste

Baixa Oeste As acções-chave para esta área 4. Salvaguardando o espaço verde


• Desde a Av. Guerra Popular até ao característica são: natural existente, designando-o
extremo oeste da área do plano, 1. Criação de um novo centro de como o Reserva Verde da Malanga;
ao lado da Praça 16 de Junho. desenvolvimento designando a terra recomendando a elaboração de
Demarcada a norte pela Av. Josina que actualmente é de uso industrial um projecto paisagístico que esteja
Machel e ao sul pela Av. das como apropriada para uso misto, preparado para gerir a reserva e
Estâncias. abrindo, portanto, significativas minimizar o impacto da estrada de
Baixa Oeste • No este da área, há uma zona de oportunidades de desenvolvimento acesso à Ponte da KaTembe
ligeiro uso industrial e de armazéns, de imobiliário; edifícios mais altos 5. Reaproveitar a histórica zona de
muitos deles formando um conjunto na Av. das Estâncias irão fornecer armazéns para habitação de preços
de valor histórico. continuidade com a Av. 25 de acessíveis e uso de escritório
• Mais a oeste, existem maiores Setembro
6. Abraçar a Ponte Maputo-KaTembe
terrenos industriais adequados para 2. Criação de uma nova estação como uma grande referência e
novas construções. intermodal de escala metropolitana criar funções públicas ao seu redor,
• Próximo ao extremo oeste da área, para servir de principal porta de usando a sua escala icónica como
entre a Av. Organização das Nações entrada para Baixa e como um pano de fundo contextual quando a
Unidas e a Av. 24 de Julho, há uma catalisador para o desenvolvimento sua altura assim o permita; e caso
área não planificada. Esta área tem da área contrário, em áreas de acesso mais
habitações precárias, sem estrutura baixas, separando o tráfego das áreas
3. Fornecer um grande espaço aberto
rodoviária regular e carece de infra- residenciais através da retenção
para um mercado de rua organizado
estrutura. de áreas verdes densamente
junto à estação intermodal
arborizadas e recomendando a
instalação de barreiras acústicas
98 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 99

A Ponte Maputo-KaTembe acesso a ponte no lado de Maputo vai exigir colocada em Setembro de 2012. Um um espaço público e mercado, e parte da
Vida sob pontes icónicas
ao invés, adoptar uma abordagem urbana e restaurantes sob a Ponte 25 de Abril 3.2.3. Criar uma Baixa compacta
o reassentamento de cerca de 700 famílias, esboço do traçado da estrada de acesso estação intermodal perto e por baixo da mais holística sobre o desenvolvimento sobre o rio Tejo. Em Istambul, a plataforma de uso misto
A Empresa de Desenvolvimento de Maputo várias delas residindo actualmente na foi fornecido pelo Maputo Sul em Julho de ponte para maximizar o uso da terra não foi rodoviário e da infra-estrutura de transporte da Ponte do Bósforo é uma estrutura
UPontes urbanas abrem importantes novas
Sul é uma empresa estatal criada em Malanga, que está dentro da área de PPU. 2014 e foi incorporado nos mapas finais do aceite pela Maputo Sul. relacionada. proeminente que cria um novo marco, que A criação de um destino de uso misto,
formas de comunicação que estimulam o
2010 pelo Governo de Moçambique para Esses reassentamentos são considerados PPU. Isto significou o reajuste de algumas funciona em conjunto com o valor cultural e multifuncional como postulado na visão
desenvolvimento económico, mas têm um
promover a construção e gestão da ponte Uma vez que a localização exacta da Cidades que incorporaram com sucesso histórico da área de Ortakoy, que é um dos exigiria duas importantes sub-estratégias:
impacto forte, visualmente e fisicamente,
Maputo-KaTembe, o desenvolvimento da Figura 66. Ponte da KaTembe – Modelo 3D (Fonte: Atlantico Weekly) estrada de acesso da ponte e dos pilares uma grande ponte em seu tecido urbano,
sobre tecido construído existente ao Figura 68. Ponte de Lisboa (Fonte:
área de KaTembe, e a construção de uma está a ser definida no momento da emissão Primeiro, designando o uso misto das
seu redor e sobre as pessoas que nele Figura 67. Ponte do Bósforo (Fonte: Wikimedia – Commons)
estrada circular em torno de Maputo do PPU, ajustes adicionais poderão terras em toda a área do plano os área. Isso
vivem. A integração da enorme plataforma Wikimedia – Commons)
ser necessários. Por esta razão, a área impediria o uso sub-óptimo dos recursos
suspensa, as grandes torres e o intrincado
A ponte vai ligar Maputo com a KaTembe está marcada como objecto do Plano de do solo, caso o seu uso seja limitado ao
sistema de vias de acesso nas áreas de
atravessando a Baía de Maputo. Segundo Pormenor que se seguiria ao PPU. horário de expediente, como seria o caso se
aproximação em ambas as extremidades
a Maputo Sul, o Plano Geral do Município Baixa passasse a ser predominantemente
Fonte: Maputo Sul, http://www.maputosul.co.mz/ de uma nova ponte cria desafios tanto para
da KaTembe oferece a capacidade de index.php?/Projectos/ponte-maputo-katembe.html, um espaço de escritórios. Uma Baixa de
os engenheiros de estradas como para os
aumento da população de alguns milhares acedido a 1 de Outubro de 2014 uso único não vai faz sentido económico,
planificadores do uso do solo.
para 400.000. não só porque limitaria as receitas para
um uso parcial dos bens imobiliários, mas
Normalmente, esses desafios são
A ponte vai se estender a três quilómetros também porque há muitos casos em que as
abordados a partir da perspectiva da
de comprimento e atingir uma altura de 60 áreas que estão vazias à noite tornam-se
engenharia rodoviária em primeiro lugar,
metros sobre o mar para permitir o influxo inóspitas e inseguras, fazendo assim com
para garantir que a ponte cumpre a
de actividade de transporte marítimo para que preços dos imóveis caiam.
sua função. No entanto, fazer ambas
a Baía de Maputo. A ponte terá portagens
as perspectivas trabalhar em conjunto
para ajudar a pagar o empréstimo. Modelos Em segundo lugar, gerar uma densidade
é essencial para que o significativo
3D publicamente disponíveis mostram que principais destinos turísticos. populacional óptima permitiria à Baixa
investimento que vai para a construção
a ponte terá quatro faixas de tráfego normal por exemplo Lisboa e Istambul, trataram a tirar proveito das vantagens das estruturas
de uma ponte beneficie não só o tráfego
geral, sem pistas especialmente dedicadas um componente do projecto geral ponte. propostas prévias do traçado das estradas área por baixo da estrutura não como uma urbanas compactas. Estas incluem o uso
de veículos, mas também maximize as
ao transporte público. e forma urbana que faziam parte da opção zona morta, mas, pelo contrário, adoptaram racional dos recursos da terra, a viabilidade
oportunidades que ela traz para a cidade
Segundo informações colhidas no Relatório A Ponte Maputo-KaTembe foi aprovada de ordenamento do espacial escolhida o valor icónico que a ponte traz para do transporte público e menor custo do
e seus habitantes. Isso exigiria afastar a
de Avaliação, a construção das estradas de antes do início da preparação do PPU; pela Comissão Supervisora, em Fevereiro fortalecer ou criar novos usos civis. Em abastecimento serviços e de infra-estrutura,
tradicional abordagem de engenharia e,
de facto, a primeira pedra da ponte foi de 2014. Por exemplo, a colocação de Lisboa, surgiu um grupo animado de cafés
100 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 101

Figura 69. Clarke Quay, Singapura

já que as redes são mais curtas e os custos 3.2.4. Reconectar Maputo ao mar seja viável. Isto irá criar a continuidade Após a completa implementação, o plano vai Vários de meios de transporte público, que a Baía de Maputo de forma diferente.
são divididos por mais pessoas. Aumentar e criar um sistema de espaço espacial e acessibilidade que permitirá criar na frente-do-mar um passeio pedonal estarão disponíveis a pequena distância Estas estruturas, de desenho e construção
a população residencial da Baixa vai criar público retornar à Baixa o seu carácter original de contínuo ao longo de 2,5 quilómetros, toda da frente-do-mar, incluindo o batelão, simples, serão distribuídos ao longo do
uma área vibrante, com actividade a todas litoral e, além disso, tornando a frente-do- a extensão da costa da Baía de Maputo autocarro, e o elevador que vai ligar Baixa Passeio da Frente-do-mar adjacentes às
horas, uma das melhores receitas para uma Reconectar o mar e criar um sistema mar uma área de destino metropolitano, na área do PPU. A qualidade do espaço com a Polana Cimento e da parte norte de confluências da Av. 10 de Novembro e ruas
fonte saudável e diversificada de renda de espaço público é um impulsionador que pode ser capitalizada por significativas público da frente-do-mar será aprimorada Maputo irão incrementar significativamente perpendiculares. Elas podem ser usadas
tanto para os investidores sob a forma de fundamental para uma Baixa inspiradora, oportunidades de desenvolvimento através de amplos espaços pedonais, a facilidade de acesso. Dado o aumento como espaço social civil; Quiosques e
aluguer e vendas como para o município habitável e atraente, e, consequentemente, imobiliário. incluindo o Passeio da Frente-do-mar, a populacional previsto para KaTembe, estabelecimentos de venda de comida
sob a forma de impostos. para a materialização da visão. O espaço remodelação da Av. Samora Machel como a transporte aquático terá um papel e bebida. Elas também podem servir de
público traz grandes melhorias para rua pedonal, o parque linear para o Museu, importante na rede de transportes públicos ancoradouro para um futuro sistema de
Uma Baixa multifuncional e compacta traria Baixa, em termos de qualidade de vida a renovação do Porto de Pesca criando um de Maputo. A Frente-do-mar será, portanto, transportes aquáticos. Uma das vantagens
vantagens sustidas no tempo a todos os e da criação de oportunidades para o aglomerado de restaurantes, e residências uma interface para acomodar passageiros que trarão é que também podem ajudar
interessados: desenvolvimento. O espaço público na e instalações comerciais próximas a Baía. que diariamente viajam entre Maputo e a afastar actividades potencialmente
• Infra-estrutura bem cuidada, serviços Baixa é concebido como um sistema de KaTembe. barulhentas das áreas residenciais da
e espaços públicos, e as ruas componentes variados; cada um deles pode frente-do-mar.
mais seguras para os residentes e ter suas próprias características e funções A chave para a revitalização da frente-
visitantes específicas, mas juntos eles oferecem aos do-mar é a criação de um ‘colar’ de Um factor-chave para espaço público é
residentes e visitantes um leque de opções comodidades e actividades. Estas incluirão o quanto são usados, e a proximidade é
• Mais potenciais clientes para os
donos de lojas de actividades de lazer e contacto com a Chinatown, Singapura não eram impressionantes em termos agrupamentos de restaurantes, um essencial. Os componentes do sistema
de seu valor patrimonial, mas juntos eles mercado de peixe e área de restaurante, estão distribuídos de forma que os
natureza.
• Melhor retorno sobre o investimento Na década de 1980 a área histórica da criavam uma paisagem histórica valiosa.
Grandes melhorias do espaço público estão um mercado nocturno de lembranças moradores da Baixa estejam sempre a
para os promotores imobiliários Chinatown, em Singapura, que apresenta Leis e directrizes de conservação foram
previstas para áreas que actualmente têm adjacente ao terminal de cruzeiros, espaço distância de uma caminhada de 15 minutos
• O aumento da base tributária para o edifícios híbridos tradicionais, de dois rapidamente estabelecidas para preservar comercial, e amplos e sombreados espaços de um espaço público.
acesso a Baía. No entanto, na zona da
município ou três pisos com lojas no rés-do-chão edifícios, e mudanças no uso do solo foram para passear e andar de bicicleta. O plano
Baixa, apenas cerca de um terço da frente-
e residências nos pisos superiores, uma rapidamente autorizadas. Chinatown é hoje também cria ruas pedonais que ligam um
do-mar da Baía de Maputo está aberta ao
O uso do solo e controlo da construção tipologia típica do Sudeste Asiático, uma das áreas mais visitadas de Singapura, sistema de espaços públicos existentes e
público. O plano prevê usos urbanos em
são aprofundados no capítulo 4 (Resultado estava prestes a ser demolida. Na altura, e tem ajudado a diversificar a economia do novos.
áreas que estão actualmente inacessíveis,
Esperado do Plano). pesquisas de mercado realizadas pelo Estado-nação. Mirantes da orla propostas criam espaço
elas serão abertas ao público quando a
relocação do porto e usos de armazenagem governo mostraram que a falta de carácter Fonte: Urban Redevelopment Authority of público adicional sobre a água, permitindo
distintivo era prejudicial para o sector Singapore. http://www.ura.gov.sg/uol/conservation/ que moradores e visitantes experimentem
conservation-xml.aspx?id=CNTWN Accessed
de turismo. Individualmente, os edifícios November 2014
102 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 103

3.2.5. Proteger e reaproveitar isso, uma abordagem que considere a Figura 70. Frente-do-mar em Seattle, sobre procurar integrar novos desenvolvimentos Long Street, Cidade do de Áreas de Conservação Urbana. Em propriedades individuais dentro da área
activos patrimoniais “paisagem histórica urban” é essencial para palafitas tomando em atenção o tecido histórico suma, isto permitiu que fossem declaradas pode ser negado se se considerar que as
Cabo
minimizar o risco de áreas históricas serem existente. Alturas, rácios de área útil, extensas áreas de conservação urbana alterações propostas “serão prejudiciais
A diferenciação é uma das estratégias demolidas. O tecido de ruas residenciais afastamentos e outras medidas pretendem conferindo protecção abrangente a todas a protecção e/ou significado histórico” da
Datado mais de 300 anos, Long Street já foi
mais eficazes para a competitividade históricas, edifícios e espaços públicos cria induzir uma forma urbana coesa. as propriedades em uma determinada área. área.
a mais longa rua da Cidade do Cabo. Ela
urbana, e o património edificado é um a massa crítica que é fundamental para a
tem quase três quilómetros de comprimento
activo insubstituível para a diferenciação de diferenciação de uma cidade. Cada um O plano inclui um sistema de classificação Em simultâneo com a aprovação da alteração
e apresenta uma série de edifícios vitorianos
uma cidade a longo prazo. No entanto, em desses “activos patrimoniais do quotidiano”, de proteger os activos patrimoniais. Isto ao RPUS de 1990, cinco renomadas praças Figura 71. Porção de Long Street
com varandas de ferro forjado, que lhe dão
Maputo, como em muitas cidades de rápido que por si só talvez não mereceriam começa com uma avaliação para identificar públicas na Cidade do Cabo, o complexo
um aspecto excepcionalmente coeso. Long
crescimento, a agenda de preservação atenção, cria um carácter urbano distintivo. a gama completa de activos de interesse Lutheran Church na Strand Street e
Street atravessa área do centro da Cidade
é um tema conflituoso. Alguns vêem Enquanto as pressões pela substituição do patrimonial. Esses activos foram Wynberg Village foram proclamados área
do Cabo, e sua parte alta tornou-se uma
na preservação histórica restrições ao vão aumentando, o público em geral ainda então enquadrados em uma hierarquia de conservação. Reconhecimento de
atracção em si própria.
desenvolvimento de infra-estrutura que traz não está ciente dos benefícios económicos de classificação para estabelecer o nível credenciais arquitectónicas e históricas
oportunidades comerciais a curto prazo. A e sociais duradoiros que a retenção de um relativo de importância de cada activo. de Long Street foi formalizado em 1992,
Na década de 1970, Long Street estava
Legislação geral sobre o património está carácter diferenciado traria para Maputo. Em seguida, a legislação pode proteger quando a alta Long Street foi designada
em perigo de ser demolida para dar lugar
em vigor desde 1988. Além disso, em 2010, a importância de cada activo patrimonial área de conservação urbana, juntamente
a um plano de alargamento de estradas.
foi preparado um Esboço de Direcção para Através da classificação para protecção contra intervenções inadequadas. com duas áreas da Upper Table Valley. No
Este plano controverso ameaçou destruir
a protecção de bens do património cultural, e de políticas de reutilização adaptativa, final de 1994, a localidade na Long Street
muitos edifícios históricos em Long Street.
mas esta ainda tem de ser aprovada o plano pode criar as condições para o O Património edificado da Baixa pode ser Study, juntamente com outras doze áreas
As autoridades da cidade entretanto
e adoptada. No entanto, o conceito de desenvolvimento de um bairro histórico considerado como uma série de colecções de conservação urbana foi consolidada na
abandonaram o plano em 1978, mas serviu
património nestes instrumentos pode ser na frente-do-mar. Na área central, distintas, incluindo Edifícios em colunata Área de Conservação Urbana da Grande
como um alerta para a vulnerabilidade da Fonte: D Martin (2007) Walking Long Street. Cape
descrito ou como monumento ou como determinados activos patrimoniais podem que datam dos princípios dos anos 1900; Cidade Central, cujo estatuto foi aprovado Town: Spruik Publishers
arquitectura clássica da Cidade do Cabo
edifício histórico específico. ser reutilizados por serviços turísticos, estruturas individuais inspiradas no Art pela Administração Provincial do Cabo, em
como hotéis, lojas e restaurantes. A área Déco, que datam de cerca de 1930 em 1997.
Após uma década de tentativas de resolução
Estima-se que o valor dos investimentos industrial e de armazéns na Baixa Oeste diante; armazéns e edifícios industriais Todos os edifícios na Long Street
do problema, o Conselho Municipal da
imobiliários em curso ou previstos na seria reutilizada convertendo edifícios em inspirados no estilo internacional; e altos desfrutam, assim, da protecção dada
Cidade do Cabo, em 1990, introduziu uma
Baixa é quase 2,4 mil milhões de USD. espaços para indústrias criativas, incluindo edifícios modernistas, anteriores a 1974. aos edifícios e estruturas em áreas de
alteração abrangente no Regulamento
Construção em excesso e descoordenada espaço de escritório a custos acessíveis conservação urbanas e, em teoria, estão
de Planeamento do Uso do Solo (RPUS)
poderia fazer da Baixa mais uma área não para start-ups, galerias de arte, e uso Usando uma forma adaptada de a salvo de demolição não autorizada. O
de 1985, nomeadamente a introdução
distinta, danificando o seu potencial. Por residencial. Padrões de planeamento vão uma hierarquia de classificação consentimento para demolir ou alterar as
104 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 105

Estações intermodais Figura 72. Estação Intermodal de São Paulo Figura 73. Estação Intermodal de Hong
Kong
Um dos principais desafios para o
internacionalmente aceite, o plano atribui 3.2.6. Organizar os mercados e Esta estratégia é descrita em mais detalhe 3.2.7. Criar condições para transporte público está em permitir aos caminhando 15 minutos. Os parques de
cada activo patrimonial identificado a comércio de rua no capítulo 4 (Resultado Esperado do melhor mobilidade passageiros transitar de dois ou mais meios estacionamento estão localizados próximo
um nível de classificação. A hierarquia Plano). de transporte em uma viagem. O objectivo a espaços comerciais e ao longo de
utilizada é baseada em um modelo A visão colectiva coloca ênfase na criação A medida que mais pessoas têm carro, de um transporte público de modalidade eixos pedonais que os conectam com os
recomendado pelo Conselho Internacional de uma área urbana que possa ser usada Maputo vai enfrentando crescentes mista é combinar os pontos fortes das principais pontos de interesse na Baixa.
de Monumentos e Sítios (ICOMOS na sigla por todos. Um ponto-chave para alcançar problemas de congestionamento. No várias opções de transporte. Em grandes O sistema também está concebido com
inglesa), um dos principais assessores isto é organizar o comércio informal para entanto, a capacidade das ruas na Baixa áreas metropolitanas, onde os sistemas de preçários que incentivam o estacionamento
do Centro do Património Mundial da que se torne um recurso mais para a é adequada e o padrão ortogonal tem transporte têm de cobrir grandes distâncias, em instalações multimodais mais afastadas
UNESCO. As classificações adoptadas vibrante Baixa, em vez de uma perturbação avenidas espaçosas e poucas ruas mas também servem o último quilómetro, do centro. Estas instalações estarão ligadas
vão da categoria A+ até D, variando desde para peões e veículos. Em muitas cidades, estreitas. Melhorias no congestionamento a capacidade de mudar de modo de por transporte.
activos excepcionais, com valor universal mercados e zonas de comércio em espaço não virão da construção de mais estradas forma conveniente e segura provou
extraordinário até activos “ambiente”, transforma-as em instalações “estaciona A acessibilidade em estações intermodais Uma política comprometida com a
aberto ordenado são um importante factor ou alargando o espaço para veículos, mas ser um grande incentivo para o uso de
com limitado valor relativo individual, mas e embarca”, que dissuadem os veículos torna o espaço acima das estações ideal priorização do transporte público exigiria
de atracção, dia e noite e aos fins-de- sim do aumento da quantidade e qualidade transportes públicos. Estações intermodais
que, como parte de um grupo mais amplo particulares de viajar para áreas centrais, para grandes edifícios de escritórios, que torná-lo mais rápido do que o carro. Isto
semana. Mercados de rua bem organizados do transporte público e melhorar a gestão eficientes permitem que os passageiros
contribuem positivamente para o carácter que podem ser áreas de o uso restringido muitas vezes pode capitalizar sobre os significaria que designar ruas onde o
também são altamente compatíveis com do estacionamento e ocupação estrada. usem vários modos para viajar melhor
de sua configuração urbana local. Embora de carros ou ter taxas de estacionamento direitos sobre o espaço acima da estação. transporte público tem prioridade ou vias
o objectivo fundamental de criar espaços e mais rapidamente, com uma espera
não existam activos de valor A+ na Baixa, mais altas. Preços competitivos e O sistema ferroviário de massas em dedicadas. Um dos principais objectivos
residenciais atraentes. A equipa realizou numerosos grupos breve e confortável para a troca. Estações
ou mesmo em Maputo, é importante que estacionamento seguro e conveniente são Hong Kong, um dos melhores do mundo do plano de transporte é tornar a transição
focais, com participantes de todas as intermodais contribuem significativamente
a hierarquia de classificação abranja o uma oferta atraente para os viajantes. foi em grande parte financiado através modal rápida e fácil. Isto seria facilitado
A equipa realizou uma pesquisa sobre o idades e grupos sociais, sobre o tema para reduzir a dependência do automóvel
mais amplo espectro de valores possível, de desenvolvimento imobiliário ligado a através da identificação de estações que
comércio informal na Baixa para determinar do congestionamento e uso de veículos como o principal modo de transporte
de modo a que se possa entender O terreno adjacente e do espaço estações intermodais. Por exemplo, o reúnem vários modos, incluindo BRT,
a quantidade de espaço usado actualmente particulares. Houve um forte consenso terrestre e aumentar o uso do transporte
universalmente a importância relativa dos aéreo acima das estações intermodais complexo IFC, um dos destinos comerciais autocarros, chapas, Ferry, elevador, táxis
por comerciantes informais e as diferentes entre os condutores de veículos particulares público.
activos. proporcionam grandes oportunidades e de escritório de primeira no mundo, e veículos particulares. Políticas Bilhete
áreas de especialização por produtos de que estariam dispostos a caminhar 15
imobiliárias. A significativa circulação que foi construído por cima de uma estação Único deveriam apoiar uma fácil mudança
comercializados. O plano designa novas minutos, desde que eles pudessem deixar Estações intermodais ligam comboio, metro,
O catálogo identificou 313 activos as estações geram é um factor chave de intermodal. modal.
áreas com espaço para mais de 5.000 o carro em um local seguro e a caminhada BRT, autocarros alimentadores, e modos
classificados, 19 (6%) na categoria A, sucesso de estabelecimentos de retalho.
comerciantes licenciados. Os espaços até o seu destino final fosse agradável. A não motorizados de transporte, como a
68 (22%) na categoria B, 133 (42%) na Estes estão geralmente localizados no HK credit:‫‏‬ Na parte leste de Baixa há uma íngreme
estarão localizados próximos a áreas de estratégia de estacionamento baseia-se em bicicleta, e graças a um planeamento
categoria C, e 93 (30%) na categoria D. piso térreo e até 3-4 andares acima para http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/
diferença de altura de 60 metros entre a
alta circulação, como nós de transporte, um sistema de parques de estacionamento urbano integrado, deslocações pedestres. HK_Central_%E4%B8%AD%E7%92%B0_Lung_
maximizar o tráfego. Wo_Road_view_IFC_Station_May-2012.JPG parte baixa da Maxaquene e o topo das
parques de estacionamento, eixos pedonais que permite cobrir a maioria da Baixa Adicionando estruturas de estacionamento
Esta estratégia é descrita em mais detalhe e espaços públicos da frente-do-mar. barreiras, na área do Museu. Foi anunciado
no capítulo 5 (Bens Históricos e Culturais).
106 | Aspectos do PPU Aspectos do PPU | 107

O factor chave para o Figura 74. Transmilenio, Bogotá Figura 75. Elevador proposto Figura 76. Elevador Lacerda, Salvador

sucesso do Bus Rapid que haverá uma terminal de BRT nesta. Elevador Lacerda elevadores hidráulicos em funcionamento,
Transit de Bogotá Proporcionar um meio para ligar a parte alta em Dezembro de 1873 abriu com o nome
e baixa da cidade iria permitir um melhor O Elevador Lacerda é um elevador público de Elevador Hidráulico da Conceição da
Mais de 120 cidades no mundo estão a acesso aos serviços, locais de trabalho localizado na cidade de Salvador, Bahia, Praia.
usar sistemas de BRT e corredores de e comodidades da frente-do-mar para Brasil. O elevador liga a Cidade Alta com
autocarros. Sistemas de BRT eficazes são aqueles que vivem ao norte da Baixa. Esta Comércio via quatro elevadores que Hoje, o elevador transporta 900 mil
tipicamente caracterizados por estações necessidade poderia ser suprida através percorre 72m em cerca de 30 segundos. passageiros por mês ou uma média de
da introdução de um elevador público que Além de sua função de transporte público, a 28.000 pessoas por dia. Desde 2006, está
e faixas exclusivas para autocarros,
conecta a terminal de autocarros na parte sua vista deslumbrante da Baía de Salvador listado como activo patrimonial pelo Instituto
pagamento e verificação pré-embarcação,
alta das barreiras e o centro de negócios e sua arquitectura art déco lindamente do Património Histórico e Artístico.
integração modal e tarifária orientada ao
que está abaixo. Este elevador pode tornar- restaurada fizeram dele um dos principais
utilizador, concursos públicos competitivos. Source: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
se, por si próprio, uma atracção turística. símbolos e pontos turísticos de Salvador. Nacional - IPHAN. http://portal.iphan.gov.br/portal/
montarDetalheConteudo.do?id=13933&sigla=Ins
No entanto, o factor-chave do sucesso titucional&retorno=detalheInstitucional. Accessed
O primeiro dispositivo de transporte para November 2014
do BRT de Bogotá, uma das referências
transpor o penhasco íngreme foi construído
mundiais não foi técnicos, mas sim de
pelos jesuítas em 1610, um elevador
governação. Os numerosos operadores
manual de corda e roldana para o transporte
privados e informais que já existiam
de mercadorias e de passageiros do porto
foram convidados a formar grupos dentro
até ao colonato. A estrutura de ferro foi
de sociedades comerciais de acordo a inaugurada em 1806. Foi construído pelo
especificações fornecidas pelo governo. engenheiro Augusto Frederico de Lacerda
Isso preveniu que estes operadores em parceria com seu irmão, o comerciante
competissem com o BRT em seus estágios Antônio Francisco de Lacerda, que fundou
iniciais, o que teria sido muito negativo a Companhia de Transportes Urbanos.
para a sustentabilidade económica, bem Assim, o Elevador Lacerda é um dos
como para a aprovação pública do serviço. primeiros exemplos de parcerias público-
privadas em infra-estrutura de transportes.
Fonte: OECD (2014) Investment Policy Reviews
OECD Investment Policy Reviews: Myanmar 2014
Paris: OECD O trabalho começou em 1869 e, com dois
4
Resultado Esperado do Plano | 109

4. Resultado Esperado do Plano

Resultado Estima-se em 10 anos o horizonte de de longas distâncias a percorrer, poluição,


Figura 77. Uso do solo actual vs. uso do solo do PPU

Esperado
implementação do plano. Para um e a criação de condições para uma cidade
instrumento com o nível de detalhe de um socialmente fragmentada. Centros de
PPU, a descrição do resultado final após a Negócio de uso singular demonstraram
sua implementação pode ser considerada ser uma solução sub-óptima, uma vez que
para além do seu âmbito habitual. No ficam vazios após o horário de expediente.
entanto, tendo em vista as pressões do Se não forem devidamente geridos, esta

do Plano
rápido desenvolvimento na Baixa e a subutilização pode gerar um ciclo de
necessidade de dispor de um instrumento decadência progressiva com problemas de
prático para gerir esse crescimento, o segurança, descuido, e queda nos valores
CMM mostrou uma preferência pelo das propriedades que pode conduzir a
estabelecimento por parte do plano de uma infra-estrutura mal conservada e abandono
imagem orientadora do que seria a Baixa dos edifícios.
após a sua implementação.
Padrões compactos contribuem para evitar
a discrepância entre as áreas de trabalho,
4. 1. Zoneamento do uso do comercial e residencial através do uso
misto, criando menos necessidades de
solo
viagem e, logo, menos congestionamento.
Uma densidade adequada traz menor
O principal princípio de zoneamento
uso das terras, custos de infra-estrutura
do uso do solo para o PPU da Baixa é a
mais baixos e cria as condições para a
criação de uma zona eficiente, compacta e
viabilidade do transporte público.
multifuncional. Um padrão compacto teria
vantagens significativas sobre alastramento
O objectivo do PPU é gerar uma zona com
de estruturas urbanas ou um centro de
uma densidade populacional residencial
negócios monofuncional. O primeiro padrão
bruta de cerca de 200 p/ha. Esta taxa de
tem uma série de desvantagens, como o
densidade foi apontada pela Organização
uso excessivo da terra, maior custo de infra-
das Nações Unidas (fonte: UN-Habitat
estrutura, o congestionamento resultante
(2012) Urban Planning for CityLeaders.
110 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 111

Figura 78. Mapa de Zona Mista Tipo I

Nairobi: UN-Habitat) como a ideal para designada para estacionamento para Tabela 7. Zonas do PPU 4.1.2. Descrição das categorias
gerar um ambiente urbano tranquilo e facilitar o desenvolvimento destas de uso do solo
agradável. instalações Zona Residencial Escritórios Comercial
• Requalificando usos industriais, Zona de Uso Misto Tipo I O plano determina as seguintes zonas de
permitindo a transição para 30% 60% 10% uso do solo:
(Escritórios e Residencial)
4.1.1. Objectivos do zoneamento actividades residenciais, de escritório
e comerciais Zona de Uso Misto Tipo II
60% 30% 10%
Os principais objectivos para o zoneamento (Residencial e Comercial)
são: Zona de Uso Misto Tipo III
0% 60% 40%
(Comercial e Escritórios)
• G
erar um equilíbrio de usos por toda
a Baixa através da mistura ordenada Zona Multifuncional Tipo I 30% 40% 30%
de actividades residenciais, de
escritório e comerciais Zona Multifuncional Tipo II
30% 40% 30%
• Aumentar a população da Baixa (Centro Histórico)
de 12.000 para aproximadamente
59.000 residentes após plena Zona de Serviços Públicos 0% 0% 0%
implementação do plano, o que
resulta numa densidade de 206 p/ha Zona Residencial 80% 10% 10%
• Manter o carácter da Baixa de local de
trabalho do sector terciário através do
Zona Turística 70% 0% 30%
zoneamento para uso de escritórios
de terra que pode acomodar cerca de
100.000 postos de trabalho Zona de Estacionamento 0% 0% 5%
• Introduzir uma nova zona para Zona Mista Tipo I designa uma área de
promover serviços turísticos em uso misto, com predominância de locais
áreas da frente-do-mar de trabalho, complementada por usos
• Criar uma zona especialmente residenciais e comerciais. Esta zona
constitui 44% do total da área útil do PPU.
112 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 113

Figura 79. Mapa de Zona Mista Tipo II Figura 80. Mapa de Zona Mista Tipo III

Zona Mista Tipo III tem um forte


Na Zona Mista Tipo II, o uso residencial é carácter comercial, designando zonas
predominante, determinando o carácter da que actualmente têm alta concentração
área, com espaço de escritório como apoio comercial e novas zonas que combinam
para trabalhos de proximidade e espaço com escritórios nos pisos superiores para
comercial para compras do dia-a-dia. A maximizar o melhor aproveitamento. A
zona constitui 5% do total da área útil. zona constitui 5% do total da área útil.
114 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 115

Figura 81. Mapa de Zona Multifuncional Tipo I e II Figura 82. Mapa de Zona de Serviço Público

Zona Multifuncional Tipo I e II oferecem


uma proporção equilibrada de residências,
escritórios e espaços comerciais. Este
último reconhece características especiais A Zona de Serviço Público compreende
de zoneamento para preservar o carácter edifícios públicos, como centros de
no centro histórico. Elas constituem saúde, escolas e outras instalações civis,
respectivamente 11% e 10% da área útil. constituindo 7% da área útil.
116 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 117

Figura 83. Mapa de Zona residencial Figura 84. Mapa de Zona de Estacionamento

A Zona Residencial cria um forte carácter


vizinhança que é apoiado por escritórios
auxiliares e os usos comerciais quotidianos.
A zona constitui 10% da área útil.
A Zona de Estacionamento identifica as
A Zona Turística está localizada em áreas áreas onde podem ser localizados os novos
da frente-do-mar e determina uma área edifícios para estacionamento automóvel
em que o uso residencial é apoiado pelo rotativo. Estes aproveitam a maior
uso comercial a ser ocupado por serviços circulação para adicionar uso comercial no
turísticos. A zona constitui 5% do total da piso térreo. Constitui 4% do total da área
área útil. útil.
118 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 119

Tabela 8. Sistema de Espaço Público Figura 85. Estratégia “caminhada de 15 minutos” Figura 86. Mapa de Componentes do Espaço Público

4. 2. Espaço público Itens Área (m2)


1. Parques e jardins 143,390
A retenção dos activos (vegetação, árvores,
relvados, recursos aquáticos) e melhoria Jardim Tunduru 58,121
da manutenção, apresentação, limpeza, Circuito António Repinga 41,487
segurança, iluminação e acessibilidade são Jardim dos Professores 5,288
as prioridades para todos os componentes Praça 25 de Junho 16,380
do sistema de espaço público. O número de
Parque Linear R. António Fernandes (Elevador) 8,397
visitantes aos espaços públicos aumentará,
atraídos por essas melhorias, mas também Outras praças e rotundas 13,717
por actividades associadas que serão 2. Reservas Verdes 281,499
desenvolvidas, de modo que cada um dos Reserva Verde da Maxaquene 202,774
componentes tem um papel complementar.
Floresta Urbana da Malanga 78,725
Propõe-se que sejam elaborados
detalhados projectos paisagísticos 3. Espaço pedonal 106,868
seguindo as directrizes estabelecidas pelo Waterfront Promenade 33,342
PPU para os componentes do sistema. Avenida Samora Machel 10,639
Estes são::
Rua do Bagamoyo / de Timor Leste 22,187
• Parques e jardins
Rua Fernão de Magalhães 38,105
• Reservas verdes
Rua da Electricidade 2,595
• Espaços pedonais
4. Aglomerados de comércio em espaço aberto 42,254
• Mercados e áreas de comércio em
Mercado da Ponte 32,520
espaço aberto
Restaurantes a beira da água 5,734
• Espaço público de propriedade
privada Mercado de Turistas 4,000
5. Espaço público de propriedade privada 76,902
Terraços públicos 53,894
Faixa verde na frente-do-mar 23,008
Total 650,913
120 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 121

Figura 87. Parques e Jardins da Baixa

4.2.2.1. Parques e jardins institucional fundamental que e pequenos restaurantes pode ser um lugar de mercados e feiras.
caracterizado pela presença de fornecido através de estruturas Está localizado em um local muito
1. O Jardim Tunduru é, com cerca de diversos estabelecimentos culturais semi-permanentes ou móveis. estratégico para o tráfego pedestre,
e edifícios históricos. Depois da na confluência dos eixos pedonais
58.121 metros quadrados, o mais
remodelação da Avenida, incluída Bagamoio / Timor Leste e Av.
importante parque de Maputo. No 3. O Jardim dos Professores está
no PPU, ele irá aumentar o seu Samora Machel. A área inclui parte
entanto, as suas actuais condições localizado dentro da Reserva
carácter cívico icónico uma vez que da Av. Samora Machel que será
de manutenção são sub-óptimas. Verde da Maxaquene. Ele cobre
será proporcionado um significativo remodelada e a área verde ao redor
Manter o carácter público do parque 5.000 metros quadrados e goza
espaço pedonal. Este carácter da histórica Fortaleza. Actualmente,
e salvaguardar o seu papel é uma possivelmente da melhor vista
cultural e cívico é uma oportunidade a praça é frequentemente usada
prioridade, e o CMM anunciou da cidade e da Baía de Maputo.
para o jardim de acolher actividades como um lugar feiras e mercados.
que obras de reabilitação estão A construção de um sistema de
culturais e de entretenimento. Como o remodelado eixo pedonal
presentemente em andamento. transporte público vertical em sua
Estas são financiadas conjuntamente da Rua do Bagamoio prevê a
adjacência vai aumentar a sua
pela Vale, uma multinacional 2. O Circuito António Repinga, de localização de quiosques móveis
acessibilidade e importância. O PPU
brasileira das indústrias extractivas, cerca de 41.487 metros quadrados, para os comerciantes, estes também
limita as alturas na área abaixo do
e os CFM, como parte de suas é um parque com árvores de grande poderiam ser colocados no norte da
jardim para, tanto quanto possível,
acções de responsabilidade social porte, casuarinas e eucaliptos e um praça. Também serão permitidos na
manter a vista desobstruída,
corporativa. lugar para a prática de exercício praça quiosques móveis registados
intenção que está a ser ameaçada
físico. O plano retém esta vocação para cafés e bebidas. A Praça 25 de
O orçamento indicado para as obras pela construção de edifícios altos
e melhora a sua acessibilidade pelo Junho vai reter árvores e vegetação,
de restauração é de aproximadamente na Maxaquene. Isto contribuirá
eixo pedonal e ciclovia Bagamoio e em conjunto com a área verde
5,5 milhões de USD e incluem a para manter o seu carácter de
reabilitação de activos já existentes,
/ Timor Leste, que vai passar por ao lado do Fortaleza, servirá como
contemplação e relaxamento que é
como a vegetação e relvados, um sua parte sul. Boa iluminação e um oásis verde em uma área
o propósito do parque.
lago, pérgolas, estufa, e edifícios instalação de equipamento de densamente urbanizada.
de manutenção e do cuidador. desportos de parques, de ginástica,
O orçamento prevê também a e de parques infantis pode fazer do 4. A Praça 25 de Junho, de cerca de 4.2.2.2. Reservas Verdes
construção de um edifício social. parque um destino multi-geracional 16.380 metros quadrados, tem um
O Jardim Tunduru está localizado para actividades físicas e recreativas relvado com palmeiras e acácias, Estas contêm as áreas verdes naturais
na Av. Samora Machel, um eixo seguras. Espaço para lanchonetes e é frequentemente utilizado como existentes com vegetação nativa nas
122 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 123

Figura 88. Ruas pedonais ancorando monumentos e pontos de referência

encostas localizadas na Baixa Este e Oeste. área, será uma excelente área para um projecto paisagístico detalhado residentes e visitantes caminhar ou cooperação com associações dos
Reservas têm um papel importante na o exercício. assim que a manutenção da reserva pedalar continuamente por cerca vendedores informais. Como em
prevenção do deslizamento de terras e na e a manutenção da ponte sejam de 2,5 km. Na primeira fase, vai ser qualquer período de mudança, pode
redução do efeito de ilha de calor. Demarcar agrupadas. remodelada a área entre o cais do haver resistências nos estágios
6. Floresta Urbana da Malanga, com
claramente os limites e declarar estas batelão da KaTembe e a Escola iniciais. Seria muito importante a
cerca de 78.725 metros quadrados.
áreas reservas verdes vai manter essas 4.2.2.3. Espaço pedonal Náutica, que tem um comprimento aplicação, por parte do CMM, das
Embora o projecto da estrada
qualidades importantes. Esta designação aproximado de um quilómetro. A condições acordadas no esquema
implica a proibição de construção de de acesso da Ponte KaTembe
Em princípio ruas pedonais ou semi- segunda fase compreenderá a zona de aglomerados de comércio em
qualquer estrutura permanente e a não esteja finalizado, o projecto
pedonais ligam marcos que servem de da frente marítima a oeste do cais, espaço aberto licenciado.
protecção das vistas limitando as alturas preliminar indica que a estrada vai
enquadre em cada extremidade. que está actualmente sob controlo Serão plantadas ou transplantadas
dos edifícios em áreas imediatamente assentar directamente por cima
do porto de Maputo e da Marina uma nova linha de palmeiras
circundantes. desta reserva verde. Isto irá reduzir
7. Waterfront Promenade ou Passeio de Moçambique. A implementação aumentando a sombra e
o seu tamanho e comprometer a
da Frente-do-Mar, que consiste na desta fase depende, portanto, de proporcionando uma sensação
sua acessibilidade pública, mas,
5. Reserva Verde da Maxaquene, com remodelação da Av. 10 de Novembro acordos entre essas entidades e o mais segura ao Passeio. Pérgolas
não obstante, é imperativo manter
cerca de 202.774 metros quadrados. criando um ambiente pedonal. A Av. CMM no âmbito da requalificação e outros elementos de mobiliário
a área como um pulmão verde. O
O plano recomenda a elaboração 10 de Novembro será transformada frente marítima. urbano irão também reforçar este
PPU proíbe qualquer construção
de um projecto paisagístico que em uma rua de sentido único oeste- Serão demarcadas áreas efeito concebido para favorecer a
na área e propõe transformá-la em
retém aspecto natural da reserva, a este; reduzindo o espaço alocado especialmente para os comerciantes permanência no Passeio.
uma floresta urbana. Isso vai exigir
adição e recuperação da vegetação a veículos de quatro para duas registados que operam seus
o plantio de árvores abundantes e
autóctone; aumenta a segurança faixas, possibilitando a criação de quiosques ambulantes. As licenças 8. Boulevard Samora Machel, que
vegetação autóctone, bem como
com a concepção de elementos mais espaço para peões, ciclistas e serão atribuídas aos comerciantes consistindo na renovação da actual
a instalação de barreiras sonoras
que impeçam os deslizamentos de vegetação. Prevê-se que a qualidade que comercializam produtos avenida através do aumento do
para ajudar a reduzir a poluição
terra e incêndios; e melhora a sua pedonal deste importante espaço adequados a uma área de convívio espaço pedonal na sua faixa central.
visual e sonora causada pelo
acessibilidade, com novos caminhos público contribua para incentivar familiar. Alguns produtos compatíveis O projecto capitaliza sobre um
tráfego da ponte. A expectativa é
pedonais, o que permitirá que mais o uso do transporte público. Após para esta área licenciada são jornais projecto existente elaborado para
que a nova vegetação contribuiria
moradores e visitantes desfrutem a completa implementação, o e revistas, lembrança, flores e o CMM que pretende proporcionar
para a mitigação da poluição e
da vista da Baía de Maputo e da Passeio vai cobrir toda a extensão produtos de restauração. Honrar um novo espaço público para a
para o sequestro de carbono.
Baixa, e, para o grande número de da área da frente-do-mar do PPU estas condições será um ponto actividade cívica neste eixo icónico,
Recomenda-se que seja elaborado
trabalhadores dos escritórios da da Baixa. Ele vai permitir aos importante na estratégia global de permitindo uma continuidade
124 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 125
Figura 89. Impressão artística do Passeio à Beira-Mar

Figura 90. Detalhe do Parque Linear

pedonal desde a Praça da remodelação irá fornecer um amplo Samora Machel e o Jardim Tunduru
Independência até a Praça 25 de espaço para peões e bicicletas, e a estação intermodal e o Mercado
Junho e o conjunto de marisqueiras espaço designado para o comércio da Ponte, tornando-se possível
na frente-do-mar, cobrindo 10.639 de rua licenciado. A rua terá duas andar a pé ou de bicicleta de forma
metros quadrados. A renovação linhas de árvores. Durante um contínua desde a estação até a
cria uma ampla passarela central, horário permitido, o espaço pedonal frente-do-mar. A rua também serve
de 18 metros de largura. Tal como pode servir uma dupla função, para o parques de estacionamento, o que
na Waterfront Promenade, haverá acesso de veículos de necessidades proporciona um último quilómetro
áreas designadas para comércio de especiais e de abastecimento, e mais agradável para aqueles que
rua. quando necessário, a sua largura estacionaram seus veículos nestas
O aumento do espaço para peões permite a circulação de veículos de instalações.
implicará a reorganização do emergência, como ambulâncias e
espaço alocado a circulação de carros de bombeiros. 11. Rua de António Fernandes
veículos e a designação de postos (Parque Linear), a partir da frente-
de estacionamento na rua, bem 10. Avenida Fernão de Magalhães, do-mar até a base do transporte
como áreas e horários adequados melhorada com medidas para público vertical que liga a Polana
para a carga e descarga. acalmar o tráfego e um amplo espaço Cimento e a Baixa, cobrindo uma
para peões cobrindo cerca de 1,6 área de 8.397 metros quadrados. Ao
9. Eixo pedonal da Rua do Bagamoio km. A remodelação da rua inclui um invés de uma simples rua pedonal,
/ de Timor Leste, estendendo-se amplo espaço pedonal, uma ciclovia, o desenho, com caminhos sinuosos,
por cerca de 1,6 km. Ele conecta duas linhas de árvores, e uma faixa pérgolas, e vegetação dá a esta rua
a Praça dos Trabalhadores no dedicada de veículos automóveis pedonal o carácter de um parque
oeste, onde está situada a histórica com mecanismos para acalmar o linear.
estação ferroviária, aos novos tráfego, tais como o material de
empreendimentos no local da pavimentação e lombas. Também 4.2.2.4. Aglomerados de comércio
FACIM no leste. Ligando estes dois há espaços para o comércio de rua em espaço aberto
marcos de referência, a rua passa licenciado.
pelo centro histórico da Baixa. A Para além do comércio de rua licenciado
A Av. Fernão de Magalhães liga a
nos passeios do Bagamoio, da Samora
126 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 127

Figura 91. Impressão artística da Rua do Bagamoyo vista em direcção a estação dos CFM Figura 92. Detalhe do Mercado de Turistas Figura 93. Detalhe dos Restaurantes à Beira-Mar

Machel e da Frente-do-mar, áreas


especialmente designadas para o comércio
de rua constituem um ponto focal para a
actividade pública e é-lhes alocada uma
quantidade significativa de espaço público
no PPU.

12. O Mercado da Ponte, com


um tamanho de 32.520 metros
quadrados, será a maior área de
comércio em espaço aberto da
Baixa. Ele tem uma localização
privilegiada, ao lado da estação
intermodal, que lhe confere uma
área de influência sem inigualável
a escala metropolitana. O mercado
vai estar conectado a área central
da Baixa através da Av. Fernão de
Magalhães, renovada para melhorar
as condições do tráfego pedestre.
A área do mercado terá estruturas
semi-permanentes para proteger
os comerciantes. Há uma grande
variedade de produtos adequados
para venda nesta área de comércio
em espaço aberto licenciado o
que a torna comercialmente mais
atraente para os comerciantes
e consumidores. Dado a grande
128 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 129

Princípios de Design de Praças Públicas

Abertas e chamativas nos passeios


• F
acilmente vistos e lidos como
espaços abertos ao público Figura 95. Espaço público de propriedade Figura 94. Secção de edifício de estacionamento automóvel Tabela 9. Indicadores de Espaço Público
privada
circulação, estimada em mais de ocupado pela Feira Popular é 4.2.2.5. Espaço público de • Transmite da abertura através de
Indicadores de
100 mil passageiros por dia, a designado Zona de Uso Misto, entre propriedade privada elementos de construtivos baixos e Área
Espaço Público
grande variedade de produtos e a os quais se encoraja a restauração. amplos caminhos que levam até a
combinação da zona de comércio O PPU também designa terra para Espaços públicos de propriedade privada praça
Área do PPU 2,909,205 m2
com actividades recreativas, áreas a construção de um equipamento de são mecanismos para proporcionar • Visualmente interessante e contém
verdes, palcos para espectáculos e estacionamento. A cobertura pública instalações e comodidades para uso assentos % de espaço público
eventos, cafés e restaurantes dão a deste equipamento pode também público, que são fornecidas e mantidas 22%
da área total
esta área o potencial para se tornar acomodar espaços para quiosques, por um investidor, em troca de um bónus Acessível
um dos principais destinos cívicos. bares e restaurantes. Estes de área edificável ou outro incentivo ao % de espaço verde
• M
elhora a circulação do tráfego 15%
novos espaços pretendem não só investimento. da área total
pedestre
manter como também melhorar Espaço público per
13. Restaurantes da Frente-do- • Localizada a mesma altura que o 11 m2
as condições dos serviços de 15. Terraços públicos sobre capita
Mar, ou Restaurantes a beira da passeio
restauração actualmente existentes estruturas de estacionamento
água, com cerca de 5.734 metros Espaço verde per
na Feira Popular. automóvel. O espaço, que de outra 7 m2
quadrados, ao lado do Museu das Proporciona sensação de segurança e de capita
forma fica inutilizado, de cerca de
Pescas. Após a implementação 14. Mercado de Turistas, ao lado segurança
53.894 metros quadrados no terraço Espaço público
completa do plano, o que exigiria da estação ferroviária e da futura • C
ontém caminhos de entrada e saída
dos parques de estacionamento 16. Praça linear na frente-do-mar. incluindo ruas
negociações com o Marinha de terminal de cruzeiros na Praça dos de fácil acesso
pode ser um recurso importante para Para aumentar a capacidade de Área de espaço
Moçambique, a área pode-se tornar Trabalhadores, com cerca de 4.000 • Orientada e visualmente ligado à rua 650,913 m2
criar mais instalações desportivas, resistência das estruturas a eventos público
um destino célebre da culinária metros quadrados. Este espaço
recreativas, e espaço comunitário. • Bem iluminada climáticos extremos e subidas do
moçambicana, especialmente apresenta áreas sombreadas, com
Este espaço seria fornecido e nível do mar, o plano regulamenta Ruas 833,070 m2
de mariscos e peixes. Tomando palmeiras, pérgolas, e um amplo
mantido pela empresa privada a qual Fornece lugares para sentar na frente-do-mar da Baixa uma
parcialmente as funções da Feira espaço para o comércio de rua
é concessionado o estacionamento • A
comoda uma variedade de faixa verde de 10 metros de largura Espaço público total
Popular, e acrescentando valor ao licenciado. Os produtos vão servir 1,483,983 m2
automóvel. A superfície dos terraços assentos bem desenhados e a partir da linha de construção, dos incluindo ruas
património do cais dos pescadores, os turistas uma vez que o mercado
dos parques de estacionamento da confortáveis para pequenos grupos e quais 80% são constituídos por
a área contará com pequenos bares beneficia de uma localização % de espaço público
Baixa é equivalente, por exemplo, para indivíduos superfícies permeáveis. O plano 51%
e restaurantes mesmo sobre a água privilegiada entre a entrada para da área total
ao espaço que seria ocupado por recomenda que este espaço, que
e na Waterfront Promenade. O uso o bairro histórico e o terminal de
cerca de cem campos de basquete. Source: Department of Planning, New York City seria de propriedade privada, seja
do solo no terreno actualmente cruzeiros, por onde chegam muitos http://www.nyc.gov/html/dcp/html/pops/pops.shtml
turistas. concedido ao acesso e uso como
130 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 131

Figura 96. Bloco perimetral

praça pública. Directrizes para o 4. 3. Directrizes para o são de forma rectangular. Cerca de 8% cércea com o bem patrimonial. inundações e marés altas, o plano exige 4.3.2. Alturas
projecto deste espaço e os bónus deles têm uma forma trapezoidal, e isto é que esta faixa tenha 80% da superfície não-
controle da forma urbana
para o investidor seriam negociados porque as condições, tais como reservas Novos edifícios devem criar fachadas inpermeáveis. 4.3.2.1. Directrizes gerais
caso a caso. Este espaço totaliza naturais ou modelo urbano existente, assim contínuas na rua, com um mínimo de
Ordenar a forma urbana na Baixa e criar
23.008 metros quadrados. o exigem. paredes cegas e intervalos entre os 4.3.1.3. Uso do núcleo dos As principais directrizes gerais para o
normas para que novas oportunidades de
edifícios. quarteirões controlo das alturas na Baixa são:
desenvolvimento possam mesclar com
4.3.1.1. Edifícios perimetrais • C
riar continuidade de edifícios mais
as estruturas existentes é um objectivo
É importante realçar que o objectivo do A disposição dos edifícios de perímetro cria
4.2.1. Indicadores de espaço fundamental do PPU. As directrizes da altos no eixo da Av. 25 de Setembro
Dentro de cada quarteirão, o plano plano não é impor um desenho ou forma quarteirões de núcleos abertos. Quando / Av. das Estancias, a partir da Praça
público forma urbana para cumprir este objectivo
estabelece directrizes para que os edifícios arquitectónica, mas sim determinar o estes são o suficientemente grandes (a Robert Mugabe, no extremo leste
estão baseadas em quatro elementos-
criem blocos de perímetro. Os blocos volume máximo que um edifício novo pode distância entre os edifícios perimetrais da área do plano até a Praça 16 de
Após a completa implementação, a chave:
pretendem criar uma morfologia consistente ocupar. pelo menos igual às suas alturas), eles Junho no extremo oeste
dimensão total do sistema do espaço • Uso do solo
em termos de profundidade e altura. são usados para construção de edifícios
público indicado pelo plano será de 22% da • Quarteirões • Manter a proporcionalidade entre
Quando são adicionados novos edifícios 4.3.1.2. Afastamentos residenciais mais altos (por exemplo, 10
área do solo da Baixa. Se considerarmos a altura das novas construções
• Alturas aos edifícios existentes, a fim de fechar os pisos no bloco 011, ver figura), ou estruturas
o espaço das ruas, a quantidade total de no centro histórico e os activos
• Disposição das ruas blocos de perímetro, as proporções devem Projecções e recuos da linha de construção, de estacionamento. Outros quarteirões
espaço seria de 51% da área total do solo. patrimoniais classificados adjacentes
se harmonizar o máximo possível com as tais como baías e entradas não devem contêm espaço aberto que é de uso público.
estruturas existentes. Quando estruturas atentar contra o princípio da continuidade. • Definição de uma altura máxima
Actualmente, as áreas verdes ocupam As normas para o uso do solo e disposição e uma altura mínima para que
mais altas forem consideradas compatíveis, Onde edifícios retrocedam em relação
4,79% da área do solo do PPU. A proporção das ruas são tratadas nas secções de Uso os volumes dos edifícios sejam
usar pódios de 3-6 andares permitiria a a linha de construção comum, o espaço
de espaço verde para área total do PPU do Solo e Mobilidade respectivamente. homogéneos
harmonização e criaria paisagens urbanas criado nos terrenos privados deve ser
após os 10 anos de implementação do
de escala humana. Por exemplo, para o de uso público, sem barreiras, atraente • Reduzir, tanto quanto possível, casos
plano será de 15%.
terreno adjacente do lado Este ao Clube e bem iluminado. Este é o caso de vários em que novos edifícios possam
4.3.1. Directrizes para o bloco
Ferroviário de Maputo (de 2 pisos), um quarteirões tais como A04, A06, A07, A10, bloquear a vista para o mar ou
Isto significa que o espaço público per (quarteirão)
bem patrimonial da classe B no cruzamento B04, C2, C3, C5, and C6. espaços emblemáticos
capita seria de 10 metros quadrados por
entre as avenidas Albert Luthuli e 25 de
pessoa, o que corresponde a quantidade No ordenamento da forma urbana da Baixa
Setembro, as directrizes recomendam a Este é o caso da faixa verde na frente- 4.3.2.2. Baixa Central
de espaço verde por pessoa recomendada é essencial a regularização da forma dos
construção de um edifício com um pódio do-mar criada por um recuo de 10 metros
pela OMS. 132 quarteirões da zona do plano. No
de 2 pisos e uma estrutura recuada mais a partir da borda da parcela da linha de • I No núcleo histórico, ajustar a altura
modelo proposto pelo plano, cerca de 82%
alta de 20 pisos. Isto criará continuidade da edificação. Para reduzir o impacto das dos edifícios novos que preenchem
132 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 133

Figura 98. Bloco perimetral com edifícios no núcleo Figura 97. Bloco perimetral com estacionamento Figura 99. Pódios

lacunas às proporções existentes; partir do Jardim dos Professores e da


as alturas serão determinadas de Área do Museu
acordo com a proximidade e altura • Nesta área, a altura máxima será de
dos activos patrimoniais 12 andares para torres, com pódios
• Criar continuidade na Av. 25 de de 6 andares
Setembro com as estruturas mais • As torres estarão isoladas e
altas existentes. Edifícios novos que suficientemente separadas uma da
preenchem as lacunas serão de outra para conservar as vistas, deixar
entre 10 e 20 andares, seguindo uma passar a luz e permitir o fluxo de ar
composição de pódio-e-torre, com
• As alturas na Rua de António
alturas determinadas por quarteirão
Fernandes serão limitadas a um
• Criar um ambiente de escala pedonal máximo de 5 andares para que a
na frente-do-mar, com edifícios pódio vista do Jardim dos Professores e da
paralelos à linha da costa, definindo plataforma de observação do sistema
um máximo de 4 pisos de transporte vertical não sejam
• Qualquer nova torre em frente na obstruídas
linha da costa vai assentar em pódios • Os regulamentos de alturas na Av. 25
e terá um máximo de 12 andares; elas de Setembro criam continuidade com
estarão suficientemente separadas as estruturas mais altas existentes.
uma da outra para que permitam Edifícios novos que preenchem
vistas desobstruídas, a passagem da as lacunas serão de entre 10 e 20
luz e fluxos de ar andares, seguindo uma composição
de pódio-e-torre, com alturas
4.3.2.3. Baixa Este determinadas por quarteirão
• É importante assinalar que vários
• A altura de novos edifícios na reserva projectos foram aprovados antes
verde do Aterro da Maxaquene vai da aprovação do presente PPU.
ser controlada para permitir vista Na maioria dos casos, a altura dos
desobstruídas de Maputo e do mar a
134 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 135

Figura 100. Secções por entre restaurantes a beira-mar (topo), centro histórico (esquerda em baixo) e parque linear com elevador (direita em baixo) Figura 101. Secções das Reserva Verde da Baixa Este (topo) e Reserva Verde da Baixa Oeste (baixo)
136 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 137

Figura 102. Amostra de uma Ficha de Zoneamento por Bloco

edifícios dos projectos aprovados Barre têm pódios de no máximo de terras saibam ao Cada Ficha de Regulamento do Figura 103. Distribuição Habitacional por cada área característica
excede as alturas indicadas nestas 5 andares e torres que sobre eles certo o quê e onde pode Zoneamento corresponde a um quarteirão
directrizes. Recomenda-se que o assentam ou ficam isoladas no centro se construir, o que é e fornece a seguinte informação:
CMM, sempre que possível e caso dos quarteirões têm no máximo 10 um aspecto essencial
a caso, negoceie alternativas viáveis andares para cultivar um sector • Uso do solo
com os promotores dos projectos • No distrito industrial histórico, as imobiliário dinâmico. • Identificação dos edifícios no
aprovados de modo a que se alturas de novos edifícios são quarteirão que podem estar em
observem estas directrizes. menores, com no máximo 4 andares, construção ou cujo projecto possa já
para que eles melhor se integrem ter sido aprovado antes do PPU
4.3.2.4. Baixa Oeste com os edifícios históricos
• Identificação dos activos patrimoniais,
que não podem ser demolidos ou
• A
trajectória de voo para o aeroporto 4.3.3. Zoning Regulation Sheets substituídos, e sua classificação de
limita as alturas na área oeste da
acordo com o valor histórico
Baixa perto da Praça 16 de Junho e Regulamentos sobre o uso do solo, forma
por esta razão a altura máxima é de • Edifícios existentes que devem ser
dos quarteirões e alturas de construção
12 andares, com pódios de 4 andares conservados
são estabelecidos pelo plano de
• As alturas na Av. das Estancias zoneamento. Para facilitar a sua aplicação, • Área máxima para edifícios novos
aumenta progressivamente o plano oferece Fichas de Regulamento • Espaço público e espaço público de
em direcção ao leste para criar do Zoneamento. Estas são fichas com propriedade pública
continuidade com a Av. 25 de informação de controlo da construção que • Número máximo e mínimo de pisos
Setembro e chega ao máximo de 20 fornecem um instrumento apoio prático para os novos edifícios
andares na esquina com a Av. da para decisões de planeamento de âmbito
• Área do quarteirão
Tanzânia, com pódios de 5-6 andares diário e pode auxiliar o processo de revisão
de pedidos de aprovação de projectos e • Área máxima edificável
• As alturas de edifícios no topo das
barreiras, ao norte da Floresta emissão de licenças de construção. • Rácio de área edificável (FAR na
Urbana da Malanga, estão limitadas sigla inglesa)
a no máximo 5 andares Recomenda-se que as Fichas de • Discriminação da área edificável por
Regulamento do Zoneamento sejam uso
• Os blocos de perímetro entre a Av.
disponibilizadas ao público, para que os
Da Tanzânia e a Av. Mohamed Siad • População estimada
construtores, investidores e proprietários
138 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 139

4. 4. Habitação e 1.497.027 metros quadrados. Usando 4.4.1.2. Aumentar a densidade (360 p/ha, Recoleta em Buenos Aires (349 4.4.3. Habitação de preços 4.4.3.2. Definição de habitação de Tabela 10. Unidades habitacionais de custo Tabela 11. Unidades habitacionais de custo
uma média de 100 metros quadrados por populacional p/Ha). Centro Havana (395 p/ha), a 11ª acessíveis preços acessíveis para o PPU acessível a serem promovidas pelo CMM acessível a serem promovidas pelo sector
assentamentos informais privado
unidade habitacional, a Baixa terá cerca de Arrondissement em Paris (410 p/ha), e
15.000 novas unidades habitacionais. Na sua capacidade máxima, e uma vez que o Wanchai, Hong Kong, 600 p/ha. 4.4.3.1. Quantificação das unidades Habitação de preço acessível é aquela que
Um dos principais objectivos do PPU, Unida Unida
declarado pelo CMM, é o de recuperar o
plano tenha sido totalmente implementado, habitacionais de preços acessíveis obedece aos seguintes critérios Bloco Zona Bloco Zona
des des
carácter residencial vibrante, que a Baixa • Na Baixa Oeste, a habitação será a população residente na Baixa passará de 4.4.2. Assentamentos informais no PPU • P
reço de venda, regulado pelo CMM,
um componente-chave na criação 12.000 para cerca de 59.000 pessoas. Isto a cerca de 40% abaixo do valor de 005 ZONA RESIDENCIAL 65 010 ZONA RESIDENCIAL 408
teve outrora. Garantir que Baixa seja
de um novo nó de desenvolvimento. significa que a densidade populacional irá Há na área do PPU assentamentos informais O alvo do PPU na Baixa é fornecer uma mercado 006 ZONA RESIDENCIAL 107 011 ZONA RESIDENCIAL 367
diversa e inclusiva e possa proporcionar
Novos empreendimentos residenciais aumentar de cerca de 40 p/ha para cerca que ocupam 87.700 metros quadrados. O quantidade de unidades habitacionais de 007 ZONA RESIDENCIAL 106 012 ZONA RESIDENCIAL 147
oportunidades de residência para todos é • Localizada próxima dos principais
totalizarão 5.215 unidades de 206 p/ha. assentamento está localizado entre a Av. preços acessíveis que representa cerca
também uma intenção central do Plano. centros de transporte público 008 ZONA RESIDENCIAL 34 013 ZONA RESIDENCIAL 239
• Na Baixa Este, o uso residencial será Organização das Nações Unidas e a Av. de 40% do total de unidades a serem
A densidade populacional tem um impacto promovidos na Zona Residencial. • Localizada próximo de mercados 009 ZONA RESIDENCIAL 80 019 ZONA RESIDENCIAL 210
proporcionado por empreendimentos 24 de Julho, no distrito de Nlhamankulu.
directo sobre a qualidade dos espaços Desenhos disponibilizados pela Maputo • Localizada próxima de áreas verdes 017 ZONA RESIDENCIAL 84 021 ZONA RESIDENCIAL 276
4.4.1. Criar espaço para mais de uso misto, com cerca de 5.598
pedonais, a viabilidade dos sistemas de Sul, a empresa responsável pela Estima-se em 15.000 o total de unidades 018 ZONA RESIDENCIAL 94 022 ZONA RESIDENCIAL 201
residentes na Baixa novas unidades
transporte público e do investimento per construção da Ponte da KaTembe, indicam habitacionais na Baixa ao longo das várias
• Na Central Baixa, um novo espaço Total de unidades 568 023 ZONA RESIDENCIAL 92
capita em infra-estrutura de uma área que o assentamento está precisamente na zonas (ou seja multifuncional, mista, turística 4.4.3.3. Unidades habitacionais
4.4.1.1. Zoneamento do uso residencial atraente pode ser criado Unidades acessíveis 024 ZONA RESIDENCIAL 126
urbana. Uma densidade de 41 p / ha é área que precisa ser desobstruída para e residencial) que contêm um componente de preço acessível a serem
residencial na Baixa no futuro, através da realocação dos sobre total de 100%
considerada muito baixa para suportar a dar espaço a estrada de acesso à ponte. A de uso residencial. Considerando somente promovidas pelo CMM 025 ZONA RESIDENCIAL 175
usos portuários e de armazenagem. unidades
viabilidade de um sistema frequente de equipa de elaboração do plano foi informada a Zona Residencial, o número de unidades Total de unidades 2,242
Como foi mencionado na secção de uso Em conjunto com outros usos
autocarros de transporte público, incluindo de que o reassentamento, de cerca de 700 em novos edifícios é de cerca de 3.691. Na Zona Residencial da Baixa Oeste, Número de unidades 568
do solo, todos os usos (excepto a Zona de residenciais e mistos, a área pode Unidades acessíveis
o bus rapid transit (BRT). Uma baixa famílias das quais algumas vivem dentro 100% das novas unidades construídas
Uso Misto Tipo III) têm na sua composição ter cerca de 4.158 novas unidades sobre total de 40%
densidade também aumenta a dificuldade outras for a da área do PPU, faz parte do Para cumprir com a meta de 40%, será em quarteirões localizados ao norte da
um componente residencial. Isso garante habitacionais unidades
de enfrentar os custos de estradas, espaço projecto da ponte. necessário um número de cerca de 1.476 Estrada de Acesso a Ponte da KaTembe e 4.4.3.4. Unidades habitacionais
que o aumento do número de unidades Número de unidades
público e outras infra-estruturas básicas. unidades de preços acessíveis. leste da Av. da Zâmbia será designado a de preço acessível a serem 897
habitacionais seja distribuído em toda acessíveis
Um mínimo de 200 p / ha é necessário para Reassentamento na zona original foi habitação a preços acessíveis. Isto totaliza promovidas pelo sector privado
a área do plano, a fim de evitar áreas
ter uma área urbana de carácter pedonal e considerada a solução mais próxima do 568 unidades.
sem vida residencial. Após a completa
baseada no transporte público. Muitas das ideal para aqueles que necessitam de Em outros blocos na zona residencial da
implementação, o uso residencial vai
zonas urbanas mais célebres do mundo ser reassentados. Por esta razão, o PPU Baixa Oeste, cerca de 40% das novas
ocupar 34% do total da área edificável
têm densidades superiores a 250 p / ha, fornece uma área para habitação a preços unidades serão requeridas a ser de custo
bruta (GFA na sigla inglesa) da Baixa, ou
por exemplo em Ensanche, Barcelona acessíveis na Baixa Este. acessivel. Isto totaliza 897 unidades.
140 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 141

Figura 104. Mapa de aglomerados de comércio em espaço aberto

4. 5. Economia local e • Um atractivo aglomerado de • Cerca de 390.764 m2 de GFA de O plano pretende apoiar a transição positivamente a força económica
restaurantes e áreas de lazer a volta espaço de escritório, o equivalente a de vendedores informais para das áreas em que estão localizados,
mercados
do Porto de Pesca 21.709 postos de trabalho empreendedores, ajudando a organizar o aumentando a movimentação e
• Uma renovada e pedonal Rua do comércio informal para que se torne um atraem clientes para os retalhistas
Bagamoio 4.5.1.3. Baixa Este recurso mais para a Baixa, em vez de uma convencionais, restaurantes e outras
4.5.1. Locais de trabalho e áreas
perturbação para peões e veículos. Este empresas locais
comerciais
4.5.1.2. Baixa Oeste A Baixa Este irá consolidar o seu papel é um ponto-chave na concretização da • Aglomerados de comércio em espaço
como local predilecto de escritórios de visão de uma Baixa inclusiva, com espaços aberto, que são definidos com base na
Para a actividade económica local da Baixa
A Baixa Oeste será um novo nó de uso Maputo. urbanos que possam ser usados por todos combinação de produtos adequados
é crucial a retenção do seu papel de local
misto que vai aproveitar a excelente ligação • C
erca de 971.228 m2 de GFA e com oportunidades para todos. para locais específicos, adicionam
predilecto para o espaço de escritórios em
Maputo, bem como a melhoria da qualidade de transporte metropolitano e a nova de espaço de escritório que na diversidade de oportunidades de
população residencial. capacidade máxima equivale a Essa transição será facilitada por meio compras para os compradores e
e oferta de espaço de retalho. Isto reforçaria
53.957 postos de trabalho de aglomerados de comércio em espaço podem atrair mais potenciais clientes
o seu carácter tradicional de destino • U
ma área comercial bem conectada,
aberto licenciado, incluindo mercados, que para os comerciantes licenciados
comercial, tendo em vista o aumento da adequada para supermercados e • Além disso, edifícios de uso misto
têm as seguintes vantagens:
competitividade na Polana Cimento. O grandes retalhistas de 22.949 m2 de trarão 199.502 m2 de GFA para uso • Aglomerados de comércio em espaço
GFA comercial • Aglomerados de comércio em espaço
PPU, para alcançar este objectivo, fornece aberto criam oportunidades de
aberto dão mais valor à variedade e
espaço escritório e espaço comercial. • 122.664 m2 adicionais de GFA de geração de renda para a população
vitalidade da vida urbana e, portanto,
espaço comercial como parte de local, permitindo aos vendedores
são altamente compatíveis com
4.5.1.1. Baixa Central desenvolvimentos de uso misto, 4.5.2. Aglomerados de comércio informais progressivamente entrar a
o objectivo fundamental de criar
incluindo espaço comercial na em espaço aberto cadeia formal de empreendedorismo
espaços residenciais atraentes;
Implementar o PPU resultará nos seguintes estação intermodal, que irá beneficiar em um ambiente que tem baixos
foi também demonstrado que
espaços para actividade económica: do grande movimento O comércio de rua sempre fez parte do custos iniciais, despesas gerais
a actividade na rua aumenta a
• A total área bruta interior construída tecido da vida urbana, e muitas cidades mínimas e circulação de clientes
• O Mercado da Ponte, maior segurança
(GFA na sigla inglesa) de 341.903 m2 históricas pelo mundo fora devem inclusive existente
aglomerado de comércio em espaço
para uso comercial as suas origens a existência de mercados • Aglomerados de comércio em
aberto da Baixa ao lado da estação • Comércio de rua mal gerido pode ter
ao ar livre. É importante ressaltar que os espaço aberto podem tornar-se
• Cerca de 390.764 m2 GFA de espaço intermodal, com 32.520 metros um efeito negativo sobre a Baixa,
aglomerados de comércio em espaço destinos atractivos por si mesmos,
de escritório que usados na máxima quadrados, o equivalente a um amplo gerando obstrução ao tráfego de
aberto fazem parte do carácter original atraindo visitantes de uma área de
capacidade significaria cerca de espaço para 2.168 comerciantes peões e de veículos, uma paisagem
da Baixa e são um importante gerador de escala metropolitana, reforçando
21.636 postos de trabalho urbana visualmente desagradável
actividade económica.
142 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 143

Tabela 12. Actividade por aglomerado de comércio em espaço aberto Tabela 13. Aglomerados de comércio em espaço aberto Figura 105. Impressão artística do Mercado da Ponte

PRODUTO OU SERVIÇO Aglomerado de Comércio Aglomerados Permanentes Área Quiosques (Est.)


Código de cor

Mercado da Ponte 32,520 2,168

Lojas ed, estacionamento


Restaurantes à beira-mar
Restaurantes à beira-mar 5,734 382

Rua da Electricidade
Mercado Turístico 4,000 267

Passeio à beira-mar

Fernão Magalhães
Mercado da Ponte

Rua do Bagamoio
Mercado Turístico
Parques de estacionamento 9,854 1,433

Samora Machel
Sub-total 52,108 4,250
Aglomerados móveis m lineares Quiosques (Est.)
Waterfront promenade 1,652 207
Avenida Samora Machel 627 78
Artesanato, brindes e lembranças x x x x x Rua Bagamoio / Timor Leste 1,041 521
Rua Fernão Magalhães 1,659 830
Comida preparada x x x x
Rua Electricidade 173 43
Vegetais e frutos frescos x x x
Sub-total 5,152 1,678
Roupa x x x Total 57,260 5,928

Acessórios electrónica, telemóveis etc. x x x

Cosmética e higiene pessoal x x x e descuidada, que podem ter um


impacto negativo nos valores dos
Flores x x x x x imóveis.
Caixas de cartão e lonas x

Livros, revistas e material impresso x x x

Engraxadores x x x

Polidores de carros x
144 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 145

Figura 106. Impressão artística do Mercado de Artistas

4.5.2.1. Estratégia para transição • Designação de aglomerados de 4.5.2.2. Designação de aglomerados Os aglomerados de comércio em espaço
de mercados informais para comércio em espaço aberto de comércio em espaço aberto e aberto designados são:
aglomerados de comércio em • Produtos que podem ser vendidos produtos que podem ser vendidos
espaço aberto O Mercado da Ponte será o maior
• Desenho dos quiosques
O PPU propôs à autoridade de licenciamento aglomerado na área da Baixa. Ele irá
Deve ser dito que a estratégia descrita • Gestão, incluindo o licenciamento, a designação de aglomerados de comércio beneficiar de uma área de influência
nesta secção deve ser considerada horário de vendas, manutenção e em espaço aberto, que terão capacidade metropolitana, uma vez que fica ao lado
não uma substituta da, mas como uma prestação de serviços. para mais de 5.928 quiosques para os da estação intermodal que reúne BRT,
contribuição para, uma política de comércio comerciantes, o que irá gerar oportunidades autocarros e chapas. O aglomerado tem
informal, que seria uma tarefa da Direcção As secções a seguir fornecem um contributo de geração de renda para muitas mais um tamanho significativo, de mais de
de Mercados e Feiras, que é considerada a para alguns destes componentes da pessoas. 32.000 metros quadrados, o que permitirá
autoridade licenciadora. política que possam servir como directrizes que ele seja um destino atractivo por
até que o pacote de políticas esteja pronto. A autoridade de licenciamento vai designar conta própria. Produtos a serem vendidos
A estratégia tem como objectivo colocar Tais directrizes são o resultado de um locais específicos para o comércio aqui incluem alimentos preparados, frutas
em prática um procedimento para ajudar workshop temático com a Associação dos de rua licenciado e pode, sujeita aos frescas e legumes, roupas, acessórios,
a criar as condições para que o comércio Operadores e Trabalhadores do Sector procedimentos de consulta e notificação incluindo bens de consumo doméstico,
de rua seja rentável e organizado, para Informal (ASSOTSI) e a Associação dos apropriados, eliminar os que já não servem electrodomésticos e telefones celulares,
que ele possa funcionar para o máximo Carregadores e Vendedores Ambulantes mais para o comércio de rua licenciado. produtos de beleza e de higiene pessoal,
benefício da comunidade. Pretende dar (ASSOCAVA), que também participou flores, bem como serviços de engraxador.
clareza e transparência aos comerciantes activamente das Charettes da visão e das Existem produtos específicos que são Estima-se que cerca de 2.000 quiosques
na explicação do que pode ser vendido e opções espaciais. considerados adequados para a venda possam ser confortavelmente instalados
onde, impedindo a venda de produtos que em cada um dos aglomerados. Esses na área, com estruturas de protecção
sejam claramente inadequados ao local. produtos foram identificados com base no permanentes. Os quiosques ocupam um
Espera-se que estas orientações, ajudem tamanho do aglomerado, o perfil do cliente espaço de cerca de 4 metros quadrados
a minimizar as incertezas e minimizar que provavelmente irá àquela área, e para cada e será oferecido um amplo espaço
o incumprimento quando a política for evitar um grau inaceitável de distúrbio para circulação entre eles.
aplicada. incluindo odores cozinha, fumaça, barulho,
lixo e requisitos adicionais de manutenção Os Restaurantes à Beira-Mar serão um
Recomenda-se que a política de comércio e limpeza. aglomerado baseado em quiosques de
em espaço aberto tenha os seguintes alimentos preparados que atendendo a
componentes:
146 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 147

turistas e bem como residentes. Vai dar cada, adequados para roupas, acessórios, A Rua Bagamoio e sua continuação na 4.5.2.3. Design dos quiosques protecção contra a chuva e sol, bem de mesas e cadeiras quando estas 4.5.2.4. Gestão, incluindo prevenção da criminalidade,
continuidade a tradição dos quiosques de incluindo electrodomésticos e telefones rua de Timor-Leste será pedonal e isto como mesas ou outros dispositivos estão associadas a ofertas de licenciamento, horas de desordem e comportamento anti-
comida da Feira Popular. Vai capitalizar celulares, produtos de beleza e cuidados vai permitir a demarcação de espaço para O desenho dos quiosques é um factor apropriados para que os produtos comida ou bebida, quer a partir funcionamento, manutenção e social; evitar perturbação da ordem
sobre a sua localização na frente-do- pessoais, flores, bem como serviços de cerca de 521 quiosques móveis. Servindo importante para ter aglomerados de exibidos não fiquem no chão de um comerciante licenciado do prestação de serviços pública; proteger a segurança
mar através de vários restaurantes que engraxador e lavagem de carro. tanto os visitantes como os trabalhadores de comércio em espaço aberto organizados, • Alpendres e pérgolas podem fornecer mercado ou um estabelecimento de pública; prevenir a obstrução de
oferecem peixe fresco e mariscos, bem escritório, os quiosques no aglomerado vão coordenados e visualmente atraentes. Os protecção em áreas permanentes, restauração nas proximidades. • Licenças de comércio em espaço passeios e ruas; e localização e horas
como negócios de artesanato e lembranças. O Waterfront Promenade terá áreas oferecer artesanato e lembranças, comida quiosques devem ser de boa construção, de tais como o Mercado da Ponte, os aberto serão emitidas pela autoridade de actividade de negócios vizinhos.
O aglomerado vai acomodar cerca de 380 claramente marcadas onde os comerciantes preparada e frutas frescas e vegetais. fácil manutenção, adequados para os fins restaurantes à beira-mar e o Mercado de licenciamento e vão exigir, Outros factores a serem levados
quiosques, com estruturas de protecção licenciados podem instalar seus quiosques previstos. Apenas os quiosques aprovados de Turismo; quiosques móveis em após um período experimental, o em conta quando da concessão ou
permanente. Como no mercado da ponte, móveis. O espaço entre quiosques será A Rua Fernão Magalhães será um eixo pela autoridade de licenciamento devem outros locais podem ter um toldo pagamento regular de uma taxa. alteração horas de funcionamento
calcula-se que os quiosques ocupem um generoso - cerca de 6 metros - para que semi-pedonal chave entre a estação ser usado em aglomerados de comércio de protecção ou guarda-chuva • Valor da taxa, a ser pago incluem a capacidade de abastecer
espaço de cerca de 4 metros quadrados o passeio mantenha a sua sensação intermodal e o coração da Baixa, na Bulevar em espaço aberto pelos titulares da licença. incorporado ao seu desenho semanalmente, deve ser determinado o aglomerado (reabastecer o estoque
cada, sendo contabilizado um amplo espaçosa. Produtos compatíveis incluem Samora Machel. O aglomerado de comércio Recomenda-se que a política a ser pela autoridade de licenciamento e de mercadoria), e o tempo necessário
• Os quiosques devem ter uma gaveta
espaço de circulação. artesanato e lembranças, e comida de em espaço aberto tem um comprimento de elaborada pela autoridade de licenciamento pode consistir em uma percentagem para montar e desmontar o quiosque
entre o tampo da mesa e o chão para
preparação simples. O passeio completo de mais de um quilómetro e terá demarcado inclua especificações detalhadas sobre o dos benefícios do comerciante de comércio em espaço aberto
guardar o estoque, equipamentos e
O Mercado de Turistas irá atender 2,5 quilómetros, incluindo a área controlada espaço para cerca de 830 quiosques, desenho e construção dos quiosques. Além • Sempre que possível e nos principais
recipientes de lixo • Os titulares da licença deverão
principalmente aos turistas que pela Autoridade Portuária e a Marina de tornando-o o maior aglomerado comércio disso, recomenda-se que para catalisar a aglomerados, regra geral deve ser
• Quiosques e equipamentos auxiliares poder mostrar os seus próprios
desembarcam no terminal de cruzeiros, Moçambique pode conter cerca de 207 de rua linear da Baixa. Entre os produtos transição, o município forneça aos primeiros fornecido material eléctrico com
e a mercadoria devem ser contidos crachás ou cartões de registo a
que está localizado nas proximidades, quiosques. disponíveis neste aglomerados temos titulares de licenças quiosques a um valor contadores individuais para que o
dentro da área demarcada que seria qualquer momento. Aos portadores
com produtos de artesanato e lembranças, alimentos preparado, frutas e vegetais mínimo de aluguer. Não é recomendado titular da licença possa pagar as
de 2 por 2 metros. A autoridade da licença será fornecida uma
flores e livros, mapas, revistas e outros Na renovada Boulevard Samora Machel, frescos, roupas, acessórios, incluindo bens dar quiosques gratuitamente uma vez que despesas directamente ao fornecedor
de licenciamento pode variar as camisete de uma cor que indica
materiais orientados. O aglomerado terá que contará com uma ampla mediana de consumo, electrodomésticos e telefones isto iria diminuir seu valor aos olhos do de electricidade
dimensões dos quiosques de a categoria de produtos que
capacidade para cerca de 267 quiosques, pedestre, haverá espaço para 78 quiosques celulares, e produtos de beleza e cuidados comerciante informal.
acordo com os procedimentos legais comercializam. A correspondência • Onde forem instalados pontos de
com a alocação espacial semelhante para generosamente espaçadas para permitir pessoais.
pertinentes das cores e categorias de produtos abastecimento de energia eléctrica, a
circulação dos clientes entre os quiosques. uma caminhada agradável. O seu mercado A seguir, temos critérios de exemplo para o
foi determinada em conjunto com a autoridade de licenciamento vai tomar
alvo será uma mistura de turistas e Rua Electricidade é uma área tradicional desenho dos quiosques: • Vender a partir de veículos em geral
ASSOTSI e a ASSOCAVA as providências necessárias para
Serão disponibilizados espaços comerciai trabalhadores de escritório, que encontrarão comercial especializada em caixas e lonas, • S
erão preferidos quiosques não será permitido
• Horário de funcionamento será que haja trabalho de manutenção
em recém-construídos edifícios de produtos como artesanato e lembranças, com cerca de 43 quiosques. tradicionais de madeira • A autoridade de licenciamento pode
definido pela autoridade de e inspecção periódica e teste do
estacionamento. Estes serão espaços flores, livros, revistas, materiais impressos considerar pedidos para a colocação
• Os quiosques devem incluir equipamento de fornecimento. Taxas
fechados de cerca de 6 metros quadrados e serviços de engraxador. licenciamento em função da
148 | Resultado Esperado do Plano Resultado Esperado do Plano | 149

para cobrir este trabalho, bem como 4.5.2.5. Exemplo de transição resgistados e que estejam activos ser atendidas
para a eventual substituição do passo-a-passo na área para minimizar eventuais
a. Quiosques individuais móveis
equipamento eléctrico no final de deslocamentos.
para ruas comerciais
sua vida útil, poderia ser cobrado e O que se segue é um exemplo de transição
3. Registo. Iniciar um período de pré- b. Estruturas de protecção fixas
adicionada às taxas de licença passo-a-passo que pode ser considerado
registo para os comerciantes a custo para áreas comerciais
• Os titulares da licença podem pela autoridade de licenciamento aquando
zero
arranjar fontes alternativas para da elaboração do documento da política de 6. Projecto-piloto para o fornecimento
o abastecimento de electricidade, comércio em espaço aberto. a. Comerciantes pré-registados de quiosques móveis; convidar
receberão uma identificação vendedores informais para participar
sem que esta seja fornecida pelo 1. Preparar um modelo de negócio.
(um crachá com foto e também na concepção do quisque, o fabrico
conselho. Essas alternativas podem A autoridade de licenciamento iria
um “identificador visual”, poderia ser financiado através de
envolver o abastecimento de energia calcular os custos preparar as ruas,
como uma camisete da cor responsabilidade social corportativa
a partir de instalações próximas ou construção de quiosques, provisão
correspondente a sua categoria ou de um sistema de micro-créditos,
a partir de fontes renováveis, como de serviços e de manutenção para
de produtos) ou ambos.
painéis solares, para o qual será determinar o custo de uma licença.
considerado um subsídio Isto deve ser levar em conta a b. Após um período inicial será 7. Oferecer incentivos aos comerciantes
capacidade de pagamento que cobrada uma taxa de inscrição
• Aos titulares da licença não será para operar nas áreas designadas
permitido conectar qualquer pode ser diferente de acordo com a 4. Designar áreas para os aglomerados
categoria de produto e localização 8. Criação de comunidades de rua de
equipamento a postes de iluminação de comércio em espaço aberto
mercado para limpeza adicional
pública 2. Criar consciência. A autoridade de a. Demarcar áreas
a. Lançamento da Campanha
• Os vendedores de rua serão licenciamento iria anunciar o sistema b. Determinar os produtos que Baixa Limpa, Aglomerados de
incentivados a associar por de aglomerados de comércio em podem ser vendidos em cada comércio em espaço aberto
aglomerado ou por subárea dentro espaço aberto, explicando seus aglomerado
de um aglomerado para realizar benefícios, seus custos, e um
actividades de limpeza e manutenção calendário para sua implementação. 5. Desenhar e construir quiosques e
por conta própria. Se estas não Todas as vagas nos aglomerados de estruturas de protecção para cada
resultam em um nível aceitável de comércio em espaço aberto deveriam aglomerado. Questões como a
limpeza será cobrada uma taxa aos ser bem divulgadas, com preferência mobilidade, protecção da mercadoria,
comerciantes de rua para cobrir para vendedores actualmente já possível ligação eléctrica ou
os custos de limpeza e recolha de subsídios para painéis solares devem
resíduos
5
Bens Históricos e Culturais | 151

5. Bens Históricos e Culturais

Bens 5. 1. Uma visão geral do trabalho do arquitecto Pancho Guedes, Baixa é importante para Maputo devido valor patrimonial que contribuem para

Históricos
incluindo os na “Architectural Review” e ao seu património tangível e intangível. a memória cultural da comunidade e o
património edificado da
uma grande exposição retrospectiva em O seu património intangível deve ser carácter físico do local.
Baixa Lisboa (Maio, 2009), visitada por 48.000 apreciado em primeiro lugar. Contendo o
pessoas, elevou consideravelmente núcleo do assentamento inicial, a Baixa Assim, o património edificado e urbano
Tem havido uma crescente valorização
o perfil internacional deste importante sempre esteve no coração das actividades da Baixa pode ser considerado como
do património arquitectónico de
património arquitectónico. do dia-a-dia e culturais da cidade. Para uma série de colecções distintas. Essas
Maputo nos últimos anos e da Baixa

e Culturais
cada pessoa que cresceu em Maputo, colecções podem ser identificadas como:
como parte dele. A década de 1990 viu
A base de dados do PPU referente ao a Baixa terá sido associada desde a • Urbanismo pré-colonial - um número
um número crescente de publicações
património da Baixa foi construída a infância com visitas à praia, ao cinema relativamente pequeno de estruturas
académicas relacionadas, culminando
partir de uma ampla gama de fontes, e a outras actividades de lazer, com a simples, anterior à chegada e
com “Maputo - Desenho e Arquitectura
incluindo: administração civil, o aprovisionamento, a implementação da estratégia de
“ de Luigi Corvaja, publicado em italiano
• Uma extensa revisão da literatura, venda e armazenagem. Estas são ainda urbanização de Joaquim Machado
em 1998. Além de definir uma história
incluindo inventários e estudos hoje as principais funções da Baixa. A entre 1877-1887.
consolidada de desenvolvimento da
prévios, como mencionado acima continuidade das funções históricas é • Edifícios em colunata - que datam
cidade, esta obra contem análises
• A estreita cooperação entre um aspecto fundamental do património dos anos após a expansão da cidade,
detalhadas de edifícios notáveis de valor
especialistas locais e internacionais da Baixa e uma parte da memória dando um carácter diferente à forma
histórico e arquitectónico, maioritariamente
da equipa cultural da comunidade. É o fio de ouro urbana da Baixa.
na Baixa. O reforço da cooperação ítalo-
que percorre todo, ligando o passado, o • Estruturas individuais inspiradas
moçambicana em 2009,levou à publicação • Estudo de leis nacionais, políticas e
presente e o futuro, dando lhe um carácter pela Art Déco - que datam de 1930
do “Inventário do Património Edificado regulamentos relevantes
inerentemente distintivo à sua forma física. em diante e que proporcionam uma
da Cidade de Maputo em 2010, que • Entrevistas individuais e colectivos
propôs a classificação de 30 edifícios e com grupos de interessados variedade de funções comerciais,
No entanto, o património edificado residenciais e serviços públicos.
monumentos com valor patrimonial como (‘stakeholders’), incluindo
na Baixa não concerne apenas a
património protegido de um inventário representantes da comunidade • Zona industrial/armazenagem
arquitectura de edifícios individuais. A
inicial de cerca de 203 infra-estruturas • Avaliação no local da paisagem planificada - com origens
Baixa contém importantes parques e
e espaços públicos. Mais uma vez, a urbana de Baixa, incluindo seus contemporâneas de arquitectura
espaços abertos, paisagens urbanas
maior parte desses activos está situado edifícios e espaços. individual inspirado na art déco,
informais e planificados, e vistas chave.
na Baixa. Na mesma altura, revisões do a quase total sobrevivência duma
Estes são componentes vitais de seu
rede planificada de armazéns e
152 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 153

edifícios industriais de um ou dois como as da frente-do-mar e o antes de 1920; toda a propriedade cultural refere ao estatuto de Património da e listagem, de forma sistemática, dos internamente, mas sem impactar históricas fundamentais. Na visão geral Isso ficou evidente nas discussões dos
pisos, inspirados no estilo art déco e correspondente escarpamento da móvel, produzida ou importada antes de Humanidade da Ilha de Moçambique, bens culturais imóveis; negativamente no exterior do activo. deste património apresentada no capítulo grupos focais, realizados no mês de
internacional. costa e sua topografia. 1990; e os arquivos e as principais bases estabelece a política de criação duma • Garantir a conservação e classificação • Classe C: Bens culturais de valor não 9.1 do relatório de avaliação, explicou- Outubro de 2013, como parte do exercício
• Edifícios altos modernistas - edifícios operacionais da FRELIMO. A lei também zona de protecção de 50 metros à volta dos edifícios e monumentos, excepcional cujo contexto pode estar se que isso se manifesta através de de recolha de dados para o PPU. Com
modernistas de antes de 1974, tornou possível a designação de zonas do limite duma propriedade classificada, conjuntos/agrupamentos de edifícios mal alinhado com as necessidades importantes conjuntos de activos históricos diferenças entre um grupo comunitário ou
proporcionando uma variedade de 5. 2. Legislação e política de urbanas de protecção. estabelece princípios para intervenção e locais, independentemente do seu de desenvolvimento e cuja demolição e culturais que sobreviveram e que podem outro, de um indivíduo para outro, cada
em tais propriedades e desenvolve ser definidos como: um desses acervos patrimoniais teve seu
funções comerciais, residenciais e património existente tipo, valor (local, provincial, nacional pode ser considerada para melhorar
públicas. Lei 4/94: Um pequeno pedaço de ainda responsabilidades oficiais para a ou universal) ou período histórico; a funcionalidade e harmonia de toda • Planificação urbana pré-colonial apoiante entusiasmado. A natureza muito
• Carácter local do bairro - conjuntos Legislação patrimonial para a protecção legislação que estabelece os princípios protecção e conservação. • Garantir a preservação e valorização a zona. • Edifícios em colunata pessoal do valor patrimonial é tal que,
de edifícios em cruzamentos ou em do património de Moçambique está básicos para as entidades jurídicas que do património cultural imaterial; e, por exemplo, algumas pessoas acham
• Estruturas individuais inspiradas no
espaços urbanos, grupos de árvores, em vigor desde 1988. Os principais trabalham nas áreas das artes, letras, Além disso, em 2010, uma Directiva O Artigo 20-26 da versão provisória arquitectura moderna difícil de apreciar,
• Valoriza técnicas tradicionais e Art déco
parques e espaços abertos que componentes deste sistema são: ciência, cultura e serviço social. provisória com conteúdo abrangente foi do Regulamento propõe que o valor enquanto outras reconhecem o carácter
educação patrimonial popular • Zona industrial/armazenagem
contribuem para o carácter particular preparada para a protecção da propriedade patrimonial de bens imóveis deve ser distintivo que ela fornece à área
planificada
do local Lei 10/88 (e a Directiva correspondente Legislação cultural 2007: Um documento do património cultural, mas esta ainda tem avaliado unicamente com base em
O Artigo 19 da versão provisória do • Construções modernistas altas
• Espaços públicos - espaços abertos 29/98): A legislação nacional primária de consolidação em que constam, entre que ser aprovada e adoptada: critérios históricos/culturais, arqueológicos, 5.3.2. O processo do PPU de
Regulamento propõe um sistema tripartido
planeados e menos formais, praças, referente ao património está contida na Lei outras coisas, as duas leis e 16 directivas arquitectónicos, paisagísticos /ecológicos • Grupos de bairros com carácter local caracterização e mapeamento
de classificação, baseado no nível em
parques e jardins que estão livremente 10/88, promulgada em 22 de Dezembro anteriores, principalmente relacionados Regulamento de Protecção do
que futuras intervenções podem afectar o
e espirituais. Estes critérios são também • Monumentos e estátuas, e, do património da Baixa
acessíveis para a comunidade como de 1988. Essa estabeleceu protecção com organizações, incluindo arquivos, Património Cultural Edificado (2010, definidos nos Artigos 21-26.
activo: • Vistas chave.
um todo. legal para a propriedade cultural tangível bibliotecas e museus. mas não promulgada): Estes projectos No Processo de elaboração do
• Classe A: Bens culturais de valor
e intangível do património. A lei define o de regulamentos para a protecção, PPU conseguiu-se caracterizar e
• Monumentos e estátuas – obras de notável com base nos critérios de Para além desses agrupamentos distintos
arte comemorativas que retratam património cultural, propriedade tangível Política de Monumentos 2009: Este é o preservação, conservação e valorização
história, arquitectura, arqueologia,
5. 3. Caracterização e de activos há inevitavelmente alguns bens
mapear o património da Baixa duma
eventos e pessoas importantes na e não tangível, propriedade móvel e documento de política principal relacionado das diferentes categorias de bens culturais,
religião, estética, característica, ou mapeamento de bens patrimoniais individuais dignos de protecção
forma que não tinha sido possível.
com a protecção do património. Depois de poderiam, caso fossem aprovados e Utilizando os critérios de valorização do
história do país imóvel, classificação e outros conceitos- outro, em que qualquer intervenção patrimoniais individuais que não se enquadram em nenhum desses
chave e estabeleceu um quadro de reafirmar os preceitos da legislação em adoptados: património propostos no artigo 20 da
• Vistas chave – vistas entre não deve prejudicar o significado (ou grupos.
vigor, ele define os objectivos da política de proposta de Regulamento de Protecção
importantes espaços públicos e responsabilidades para a protecção do seja, o valor do património) do activo. 5.3.1. Introdução
património pelo Estado. O seu artigo 7 protecção do património, afirma a política • Reafirmar conceitos relativos a bens do Património Cultural Edificado (que
monumentos; vistas arrebatadas de • Classe B: Bem cultural de grande É previsível que as comunidades
protegeu com efeito imediato: todos os nacional para a classificação e para a imóveis do património cultural usando estabelece que os bens do património
elementos de carácter importante, valor, em que as intervenções para O património da Baixa pode ser considerado da Baixa e as de Maputo valorizem
monumentos e elementos arqueológicos; criação e manutenção de um inventário termos internacionalmente aceites; em Moçambique devem apresentar
como o mar; paisagens abertas, atingir um novo uso seria permitido como a forma de realização física e a diferentes aspectos do património da
todas as infra-estruturas construídas de propriedades culturais classificados, • Definir as bases para a identificação significativo valor histórico/cultural,
expressão da continuidade das funções Baixa e cada um em diferentes graus.
154 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 155

Figura 108. Activos patrimoniais anteriores Figura 110. Edifícios em colunata


ao período colonial de planeamento da
cidade de 1877-87 (topo)
Figura 109. Edifícios em colunata (centro e
Figura 107. Activos propostos para classificação como activos patrimoniais baixo)
arqueológico, arquitectónico, estético, O processo de elaboração do PPU É possível que ainda existam vestígios
paisagístico/ ecológico ou espiritual), os reuniu os principais dados sobre cada dentro do antigo núcleo histórico da Baixa,
edifícios e espaços dentro da área do activo patrimonial. No início do processo, escondida por fachadas mais modernas
PPU foram avaliados externamente a um levantamento visual sobre o uso do ou outras construções. Esta hipótese
partir de pontos de acesso públicos para solo e do activo patrimonial foi realizado obriga a ter cuidado sempre que ocorram
estabelecer quais reúnem esses critérios. por alunos do CEDH. As informações demolições ou alterações importantes
Esta pesquisa visual foi reforçada pela obtidas a partir desse levantamento foram nesta subárea.
revisão da literatura sobre o património lançadas num banco de dados detalhado
e a arquitectura da Baixa. Concluiu-se sobre o património e os bens culturais
que cerca de 330 activos dentro da área da Baixa que pode ser usado de forma 5.3.4. Edifícios em colunata
do PPU devem ser considerados como flexível. No Catálogo do Património são
tendo valor patrimonial suficiente para ser apresentadas fichas simplificadas para A presença de colunatas caracteriza
classificado e protegido como património cada activo, contendo uma selecção de muitas das ruas e esquinas da Baixa.
nacional. informações recolhidas a partir deste Estes edifícios, todos datados de tempo
Figure 40: Assets proposed for classification as heritage assets banco de dados. depois do início do urbanismo colonial em
A distribuição global desses activos 1877-1887 (mas alguns bem mais tarde)
propostos para a classificação é mostrada têm colunatas que estão por cima do
ao lado. 5.3.3. Activos patrimoniais passeio público. As colunatas são diversas,
anteriores ao período colonial algumas são como um simples alpendre,
de planeamento da cidade de outras de vários andares, ligados a fachada
1877-87 principal do edifício ou pela projecção dos
compartimentos do andar superior sobre
Alguns edifícios sobreviveram desde o o passeio. Algumas colunatas incorporam
período antes do início do urbanismo atraentes e importantes detalhes em ferro
fundido; outros são construídos em betão.
colonial em 1877-1887. Esta colecção de
A colecção demonstra quão importante foi
activos, que inclui o Museu da Moeda, são
esta forma na Baixa ao longo de muitos
estilos arquitectónicos simples com baixa
anos, com exemplos que datam desde o
altura de construção e telhados planos,
final do século 19, até talvez tão recente
mas historicamente muito importante.
como os anos 1960.
156 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 157

Figura 111. Estruturas individuais inspiradas Figura 112. Estruturas individuais inspiradas Figura 113. Zona industrial/armazenagem Figura 115. Edifícios altos modernistas Figura 114. Edifícios altos modernistas
no Art Déco no Art Déco (topo e centro) e zona industrial/ planificada
armazenagem planificada (baixo)
5.3.5. Estruturas individuais edifícios industriais de grande carácter. 5.3.7. Edifícios altos
inspiradas no Art Déco Essencialmente contemporânea, com as modernistas
estruturas individuais inspiradas no Art
A Baixa tem uma excelente colecção de déco, discutidas no parágrafo anterior, esta Entre os seus muitos edifícios altos, a Baixa
edifícios individuais com uma arquitectura colecção representa um desenvolvimento tem uma boa colecção de arquitectura
inspirada no Art déco. Esta colecção data cuidadosamente planeado. É difícil modernista de edifícios altos que data da
principalmente da década de 1930, talvez identificar qualquer zona semelhante, década de 1930 até o fim da década de
início de 1950 e deve ser considerada de inspirada no Art déco e modernista, noutras 1960. Um grupo de arquitectos influentes
grande importância para Moçambique. partes de África ou mesmo na Europa, que e altamente talentosos eram residentes
Ela compete com os sobreviventes deste tenha sobrevivido, e que seja comparável em Maputo, durante este período ou
tipo de património em muitas capitais com a exaustividade e integridade, embora foram enviados, principalmente a partir
importantes de Europa e acredita-se que em edifícios industriais e comerciais de Portugal, para projectar edifícios altos
ela esta entre as melhores colecções - se modestos, encontrados na Baixa. Isso faz comerciais ou residenciais na Baixa. O
não de fato a melhor - de África. Existe um com que a sobrevivência e o uso continuado mais reconhecido entre estes foi Pancho
potencial considerável para importantes dessas estruturas sejam tão importantes Guedes. Estes edifícios altos representam
pesquisas sobre os arquitectos que criaram para Moçambique, mesmo que o valor outro aspecto fundamental do carácter da
essa arquitectura na Baixa, porque, tanto característico de muitas destas unidades paisagem urbana histórica da Baixa. Tal
quanto o estudo para o PPU conseguiu seja essencialmente como um conjunto, e como acontece com a arquitectura individual
determinar, é desconhecida a identidade não como peças individuais de uma obra inspirada na Art Déco, esta colecção
dos arquitectos por trás de muitos dos arquitectónica marcante. oferece um potencial considerável para a
melhores destes edifícios. pesquisa importante, porque a identidade
de muitos arquitectos que contribuíram é
actualmente desconhecida.
5.3.6. Zona industrial/
armazenagem planificada

A zona de Armazenagem na Baixa, a


oeste do antigo núcleo histórico da área,
contém uma colecção inigualável de
158 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 159

Figura 116. Grupos característicos de Figura 117. Grupos característicos de Figura 119. Activos individuais com valor Figura 120. Activos individuais com valor Figura 118. Espaços públicos
bairros locais bairros locais patrimonial patrimonial

5.3.8. Agrupamentos de edifícios 5.3.9. Activos individuais com 5.3.10. Espaços públicos
que estabelecem bairros valor patrimonial
característicos Os espaços e parques públicos da Baixa
Por definição, os activos individuais, desempenham um papel importante na
Por definição os bairros características totalmente distintos e desconexos com sua história, planificação e sua vida social
locais são constituídos por edifícios de valor patrimonial, somente formam uma e cultural. Eles constituem um elemento
pouco valor arquitectónico ou histórico colecção no sentido mais amplo da palavra. do seu património que compete em
individual, mas em conjunto elas dão um Na Baixa há uma série deste tipo de importância com o que tem de melhor de
contributo fundamental para a distinção activos espalhados, que não se encaixam arquitectura. A importância desses espaços
e interesse da área imediata. Colecções facilmente nas categorias identificadas para a comunidade e seu património é
destas na Baixa contêm pequenos grupos anteriormente. frequentemente esquecido e subestimado.
de edifícios da mesma idade e estilo. A consequência é que em alguns domina
Outros grupos de edifícios característicos o tráfego em movimento, outros viraram
têm idade e estilo diferentes, semelhanças locais de parqueamento e ainda outros
em altura e massa, e alguns componentes são subutilizados e mal mantidos. No
da paisagem urbana são constituídos por entanto, eles têm um grande potencial para
dois ou mais edifícios, em que se repetem o desempenhar um papel fundamental para
desenho, a forma e o estilo. garantir o sucesso dum futuro sustentável
para a área do PPU.
160 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 161

Figura 121. Monumentos e estátuas

5.3.11. Monumentos e estátuas 5.3.12. Vistas importantes 5. 4. Proposta de sistema de classificação de base será necessária. premissa de controlar a extensão de imóveis, estabelecidos no Artigo 20-26 na Baixa, o estudo do PPU atribuiu
Internacionalmente, o uso de um sistema futuras intervenções de acordo com da proposta do Regulamento de 2010. Os provisoriamente cada activo
classificação patrimonial e
Monumentos e estátuas comemoram Panoramas formais e vistas informais de classificação para alcançar níveis o nível de classificação do activo. bens patrimoniais individuais identificados patrimonial identificado a um nível de
eventos e pessoas nacionais ou locais entre importantes espaços públicos e
sua justificativa adequados de protecção para os bens As duas primeiras etapas do processo nesse processo são registados na ficha classificação. Neste caso, a hierarquia
importantes, que servem como um lembrete monumentos e em espaços abertos patrimoniais é geralmente considerado um – que são essenciais - ainda precisam que consta no Capítulo 9.5 do relatório de de classificação utilizada baseia-se num
diário às pessoas sobre sua herança são vitais para a comunidade, para a processo em três etapas, sendo que cada de ser totalmente resolvidos. O estudo avaliação. modelo recomendado pelo Conselho
5.4.1. Introdução
do passado. Principalmente - mas não orientação, articulação e movimento, e para etapa é mais ou menos auto-suficiente em Internacional de Monumentos e Sítios
totalmente - associada a espaços públicos a memória cultural. Eles ajudam também relação à etapa precedente. Figura 122. Classificação de Activos Patrimoniais por Categoria (ICOMOS), que é um dos principais
Durante o processo de elaboração do
importantes na Baixa, estas obras de arte a compreender aspectos da evolução assessores do Centro Mundial do
PPU desenvolveu-se um consenso
comemorativas podem ser negligenciados. histórica da Baixa, da escarpa costeira O primeiro passo deve ser o de fazer Património da UNESCO. Esse modelo foi
sobre os activos ainda existentes e
No entanto, nas sessões de grupos focais inicial subjacente e da topografia. De uma avaliação objectiva em relação adaptado para reconhecer os critérios de
durante o início do processo de elaboração particular importância na Baixa são:: que pertencem ao património da Baixa.
aos critérios previamente acordados, valorização do património apresentados
do PPU, ficou claro que a comunidade dá Ao longo deste processo chegou-se
• As vistas panorâmicas do mar ao a fim de identificar a gama completa na proposta do Regulamento de 2010.
grande valor histórico e associativo a esta à conclusão que duas abordagens
longo da frente-do-mar, de activos que têm algum tipo de
colecção patrimonial. distintas devem ser adoptadas para
• Vistas da outrora escarpa costeira interesse patrimonial. Em seguida Em linhas gerais, as classificações
a classificação e protecção destes
observando da beira-mar e do porto esses activos precisam de organizados adoptadas provisoriamente dentro do PPU
activos, nomeadamente: classificação
e, a vista ao entrar na Baixa a partir numa hierarquia de classificação para são:
dos activos individuais (incluindo edifícios,
do este, estabelecer o nível relativo de importância
monumentos e espaços) e classificação
• Vistas ao longo das ruas originais de cada activo. Depois disso, a legislação • A+ – Activos patrimoniais e culturais
das zonas de protecção dentro da área,
entre o CFM e a Fortaleza de Maputo e as políticas podem ser concebidas para que tenham o estatuto de Património
com características distintas.
e em ambas as direcções para o sul salvaguardar o significado de cada activo Mundial, com valor universal
de e para o Conselho Municipal, e, patrimonial contra danos irreflectidos ou excepcional.
não intencionais resultante de futuras • A – Bens patrimoniais e culturais de
• Vistas da área do porto a partir do 5.4.2. Activos individuais
intervenções inadequadas. alto valor nacional, incluindo aqueles
núcleo histórico da Baixa.
A proposta do Regulamentos de 2010 que têm o potencial de contribuir
Actualmente, a proposta do do património PPU começou com uma Usando uma forma adaptada de significativamente para os objectivos
propõe um sistema de classificação
Regulamento de 2010 propõe uma avaliação objectiva do património da Baixa, uma hierarquia de classificação nacionais de investigação.
tripartida, relacionada com
abordagem para a gestão da mudança utilizando os critérios propostos relativos internacionalmente aceita, para
intervenções permitidas com diferentes • B - Activos patrimoniais e culturais
dos bens patrimoniais baseada na ao valor patrimonial de bens culturais corresponder melhor às circunstâncias
bens patrimoniais - uma importante
162 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 163

Tabela 14. Critérios de classificação dos activos patrimoniaiss

Categoria Definição da categoria Detalhe Espaços Públicos e Praças • Espaços públicos ou praças desenhadas de reconhecida média importância, ou,

EXCEPCIONAL Descrição subjacente • Bens culturais e patrimoniais com estatuto de Património Mundial da Humanidade, com Valor Universal Excepcional • Paisagens urbanas históricas que retenham um nível razoável de integridade e coerência sobreviventes, ou,
(Categoria A+) • Espaços públicos concebidos por arquitectos ou outros projectistas de reconhecida importância no contexto da região de
Maputo,
ALTA Descrição subjacente • Bens culturais e patrimoniais com valor alto/nacional, incluindo aqueles que tenham potencial de contribuir significativamente
• Espaços públicos associados a eventos históricos ou pessoas de moderada importância.
(Categoria A) para objectivos de investigação nacional
Estátuas • Estátuas de boa qualidade projectual, tendo associações com indivíduos ou eventos particulares de moderada importância
Edifícios ou estruturas com • IEdifícios ou estruturas individuais de reconhecida grande importância, ou,
Critérios:
valor histórico ou arquitectónico • Grupos de edifícios, segmentos de rua, paisagens urbanas de grande importância, ou, Descrição subjacente • Bens culturais e patrimoniais com valor limitado/local, incluindo aqueles que tenham potencial de contribuir significativamente
• Edifícios de referência concebidos por arquitectos de reconhecida importância nacional/internacional, ou, BAIXA para objectivos de investigação local
História
(Categoria C)
Arqueologia • Edifícios ou estruturas associadas a eventos históricos cruciais, funções ou pessoas de grande importância. Edifícios ou estruturas com • Edifícios ou estruturas individuais de limitado interesse, ou,
Arquitectura valor histórico ou arquitectónico • Edifícios ou estruturas individuais de valor histórico ou arquitectónico, possuindo limitadas qualidades no seu desenho,
Espaços Públicos e Praças • Espaços públicos chave de reconhecida grande importância, ou, Critérios:
Arte materiais construídos, ou associações históricas, ou,
Paisagem • Espaços públicos chave concebidos por arquitectos ou outros projectistas de reconhecida importância internacional/nacional,
História • Edifícios ou estruturas individuais associados a eventos históricos, funções ou pessoas de limitada importância.
Espiritual • Espaços públicos associados a eventos históricos cruciais ou pessoas de grande importância.
Arqueologia
Ambiente Espaços Públicos e Praças • Espaços públicos ou praças individuais de limitada importância, ou,
Estátuas • Estátuas da mais alta qualidade projectual, tendo associações com indivíduos ou eventos de grande importância. Arquitectura
• Espaços públicos concebidos por arquitectos ou outros projectistas de importância local para a Baixa, ou,
Arte
MÉDIA Descrição subjacente • Bens culturais e patrimoniais com valor médio/regional, incluindo aqueles que tenham potencial de contribuir significativamente Paisagem • Espaços públicos associados a eventos históricos ou pessoas de importância local para a Baixa.
(Categoria B) para objectivos de investigação regional/provincial Espiritual Estátuas • Estátuas de boa qualidade projectual, tendo associações com indivíduos ou eventos particulares de limitada importância
Ambiente
Critérios:

História Edifícios ou estruturas com • Edifícios ou estruturas individuais de reconhecida média importância, ou, Descrição subjacente • Bens culturais e patrimoniais com limitado valor individual relativo, mas que como parte de um conjunto mais amplo
Arqueologia valor histórico ou arquitectónico • Edifícios ou estruturas individuais de valor histórico ou arquitectónico, possuindo altas qualidades no seu desenho, materiais Group contribuem positivamente para o carácter da paisagem urbana do local em que se inserem. Isto inclui aqueles bens que
Arquitectura construídos, ou associações históricas, ou, (Category D) manifestem uma utilização característica de desenho, técnicas e materiais de um particular período ou tipo de edifício
Arte CRIERIA:
• Grupos de edifícios, porções de rua ou paisagens urbanas de média importância, ou, Conjuntos de edifícios ou • Grupos de dois ou mais edifícios, ou de edifícios e espaços, que, embora individualmente sejam apenas do mais modesto
Paisagem
• Edifícios projectados por arquitectos de reconhecida importância no contexto da região de Maputo, ou, conjuntos de edifícios e valor patrimonial, contribuem para o carácter do ambiente construído na vizinhança imediata.
Espiritual Ambiance
• Edifícios chave cujo valor é reduzido de alto para médio devido ao seu muito mau estado de conservação, ou, espaços
Ambiente
• Edifícios ou estruturas associadas a eventos históricos, funções ou pessoas de moderada importância.
164 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 165

Figura 123. Activos por categoria ao longo da área do PPU

de valor médio/regional, incluindo de uma forma geral. O PPU reconhece, estão espalhados pela área de forma mais
aqueles que têm o potencial de por exemplo, que não há bens de valor A ou menos uniforme, os activos da categoria
contribuir significativamente para os + na Baixa ou mesmo em Maputo, mas é C localizam-se principalmente no centro
objectivos regionais/provinciais de importante que a hierarquia de classificação e oeste da área, enquanto os activos da
investigação. abrange o maior número possível de categoria D ocorrem principalmente em
valores, de modo que a importância aglomerados na zona industrial/comercial,
• C – Activos patrimoniais e culturais
relativa universal dos activos possa ser no bairro residencial ao lado e que
de valor limitado/local, incluindo
compreendida. anteriormente pertencia ao porto, no centro
aqueles que têm o potencial de
histórico da Baixa e no zona residencial
contribuir para os objectivos de
A análise dos activos propostos para seguindo a linha da escarpa oeste de Hotel
investigação local.
classificação nesta fase revela que dos Cardoso e leste do Hotel Girassol.
• D – Activos patrimoniais e culturais 323 bens classificados, 0 (0%) seriam
individuais de valor limitado, mas classificados como categoria A +, 19 (6%)
que, como parte de um grupo mais na categoria A, 76 (24%) na categoria B,
amplo contribui positivamente para 134 (41%) na categoria C, e 94 (29%) na
o carácter de configuração urbana categoria D.
local. Isso inclui os activos que
apresentam uso característico do Um mapa detalhado de todos os bens
desenho, técnicas e materiais de propostos para a classificação consta
um período ou tipo de construção na Figura 66. A Figura 85 mostra a
particular. distribuição destes activos por categoria de
classificação proposta ao longo da área do
As definições mais detalhadas subjacentes PPU, enquanto mapas de localização para
a esta classificação são apresentadas na cada categoria individual de classificação
tabela da página anterior. constam nas Figuras 86-89.

A hierarquia de classificação foi Em termos de distribuição geográfica/


adaptada para atender os activos zonal, os activos da categoria A estão
patrimoniais presentes em Moçambique, todos localizados centralmente dentro da
área do PPU, os activos da categoria B
166 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 167

Figura 124. Activos de Categoria A Figura 125. Activos de Categoria B


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Figura 126. Activos de Categoria C Figura 127. Activos de Categoria D


170 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 171

5.4.3. Grupos de Edifícios/Zonas »» Vistas importantes – B1 (Praça Figura 128. Zona A1 na Baixa Central e Zona A2 na Baixa Oeste Figura 129. Elementos especiais dentro da zona A1: vistas importantes e conjunto de normas para garantir que sua uma representação espacial e construída
e Conexões Especiais dos Trabalhadores), B2 (Rua traçado original das ruas arquitectura se adapte harmoniosamente de diferentes períodos da história da cidade,
da Mesquita), B3 (Avenida Karl às estruturas espaciais e ao ambiente nomeadamente, a sua origem, a ocupação
Como mencionado na secção acima Marx), B4 (Travessa do Varietá) e do cenário histórico. Uma análise do colonial e a afirmação pós-independência.
sobre os activos patrimoniais individuais B5 (Avenida Samora Machel) contexto urbano deveria preceder
construídos, a equipa consultora identificou »» Padrão de ruas – C1 qualquer construção nova, de modo Novas intervenções não devem obstruir a
desde uma fase inicial do processo de que o carácter geral da zona seja ainda vista para o mar e vistas panorâmicas de
• Zona A2 – compreende o distrito
classificação do património, que o valor do melhor definido, assim como enfatizar as e para os espaços públicos. Um possível
industrial da Baixa, construído num
património da Baixa encontra-se não só nas suas características: harmonia de alturas, desenvolvimento do porto deve ser uma
padrão regular de ruas ortogonais
virtudes arquitectónicas ou de outro género cores, materiais e formas, ordenação das continuação do padrão de ruas e principais
utilizando formas arquitectónicas
dos edifícios, mas também nos espaços fachadas e coberturas, relação dos volumes vista para o mar.
distintivas, materiais e ornamentos
abertos, vistas, aglomerados de edifícios e espaços construídos, proporções médias
simples do seu período
de certas características e, eventualmente, e posição dos edifícios nas parcelas.
na atmosfera urbana que todos esses
Estes são elementos de carácter crítico para
componentes geram como um todo. 5.4.3.2. Conexões Especiais
o tecido urbano e precisam ser protegidos.
Mas, além disso, as zonas poderiam ser
5.4.3.1. Grupos de Edifícios/Zonas Adicionalmente, foram identificadas as
reaproveitadas em sua totalidade através
seguintes interligações especiais entre e
de serviços relacionados com o turismo,
Portanto, para além da classificação dos incluindo espaços públicos essenciais:
como pequenos hotéis, lojas e restaurantes
activos individuais, o PPU identificou as • D1 – Praça da Independência
dando, potencialmente, um contributo
seguintes zonas urbanas como parte dos • D2 – Praça 25 de Junho
decisivo na realização da visão e dos
activos a proteger e requalificar:
princípios do Plano. Os edifícios poderiam • D3 – Praça dos Trabalhadores
• Zona A1 – o núcleo urbano original também oferecer espaço para as indústrias • D4 – Avenida Samora Machel
da cidade de Lourenço Marques, criativas, incluindo espaço de escritório
sobrevivente tal como foi disposto no • D5 – Rua de Bagamoio
acessível para as pequenas empresas,
século XIX, incluindo vistas através galerias de arte e uso residencial.
da zona em direcção ao porto e o Para essas interconexões é importante
mar e parte do padrão de ruas dos garantir a fluidez tanto no espaço como no
Em termos gerais, nestas áreas, as
primeiros assentamentos. Nesta uso. Essas conexões destacam-se como
novas construções devem obedecer a um
zona destacam-se os elementos:
172 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 173

Figura 130. Conexões Especiais 5. 5. Fichas individuais de Parte do problema é que muitos bens as decisões macro e micro no sector e suas sociedades porque fala às pessoas num incremento substancial do valor dos 5.6.2. Objectivos
culturais não são transaccionados em do património cultural. Por um lado, as acerca das suas raízes culturais e bens patrimoniais da Baixa uma vez que os
bens patrimoniais
mercados: eles têm “preço zero” e podem instituições públicas são cada vez mais memórias, e proporciona um senso de custos de reabilitação sejam descontados. Tem sido argumentado anteriormente
ser desfrutados por muitos gratuitamente. obrigadas a justificar as suas despesas ou segurança, faz uma contribuição decisiva Reter, respeitar e reutilizar o património que o património cultural é um bem
Fichas individuais para os activos
Por outras palavras, estes recursos pedidos de financiamento em termos de no carácter distintivo de um local como a de maneira responsável é também em misto, enquadrado por um ambiente
patrimoniais classificados foram compiladas
culturais chamados não transaccionáveis geração de “benefícios ao consumidor”, e Baixa e representa um paraíso de escala última instância uma importante estratégia multidimensional, multivalorado, e de
como um catálogo separado.
são valorizados pela sociedade, mas de aqueles que são incapazes de fazê-lo vêem humana e tradição no meio de paisagens porque faz o melhor uso dos recursos. múltiplos atributos, gerando benefícios
uma forma que não se traduz em qualquer os seus orçamentos cortados. Além disso, urbanas dominadas por edifícios altos de Um estudo recente nos Estados Unidos colectivos privados e públicos para os
valor de mercado – isto é, eles são externos em um mundo onde os potenciais visitantes arquitectura moderna, e fundamentalmente indicou que pode durar entre 10 e 80 anos usuários actuais, potenciais e futuros e
5. 6. Valoração do aos mercados. Os impactos desta “falha tem muito por onde escolher, tempo gera e sustém a sensação de lugar. para um edifício novo e energeticamente até mesmo para não-usuários. O modo
património de mercado” sobre a conservação podem limitado (ao invés de renda limitada), e são Grupos focais e entrevistas realizadas eficiente para compensar, pelas suas como os recursos são alocados e,
ser graves: sub-financiamento, havendo cada vez mais sofisticados, os destinos pelo PPU iluminaram o quão importante operações mais eficientes, a energia consequentemente, como as instituições
5.6.1. Geral insuficiência de geração de fundos para culturais têm que renovar-se e publicitar-se estes assuntos sócio-culturais são para os negativa e impactos ambientais negativos e serviços são geridos, organizados, e
financiar a conservação; forte dependência para competir e sobreviver. residentes da Baixa, com 95% expressando causados pelo processo construtivo. Reter fornecidos afecta o bem-estar, atitudes
Apesar dos seus óbvios benefícios para do apoio do governo e subsídios públicos, a importância que tem para eles que os bens e usar uma compreensão do valor do e participação das pessoas em relação
a sociedade, a degradação e destruição o que deixa a conservação de muitos O património da Baixa representa uma patrimoniais da área sejam conservados. património da Baixa para gerar uma nova ao património cultural. Neste contexto,
ameaçam cada vez mais o património bens culturais importantes à mercê oportunidade única de realizar uma Os dois mais importantes benefícios urbanização irá permitir integrar o antigo e a valoração do património da Baixa de
cultural. Enquanto alguns factores de risco dos caprichos políticos e orçamentos mudança sustentável, não um impedimento manifestados pelos intervenientes locais o novo, enriquecendo a área e criando uma Maputo tem múltiplos objectivos:
resultam de causas ambientais naturais governamentais sobrecarregados; uso para mudança. A diversidade vem da foram a retenção e melhoramento do comunidade urbana vitalizada e vibrante. • Avaliar o tipo de alterações / atracções
(como terramotos, deslizamentos de terra, excessivo, com o desgaste e degradação cultura, da identidade, da história, e o carácter singular da Baixa e a preservação / exposições / melhorias devem ser
vulcanismo, inundações, avalanches e resultante, congestionamento, vandalismo, património é um pré-requisito para uma da sua memória do passado. introduzidas em destinos culturais, a
dinâmica costeira), as actividades humanas e roubo; e incapacidade de competir no cidade de Maputo saudável e dinâmica. fim de maximizar os lucros / receitas
são, certamente, as principais pressões mesmo nível com os alternativos projectos Adoptar uma abordagem consciente do O estudo de evaluação do património / acesso
por trás da decadência e perda de bens de desenvolvimento, uma vez que o valor património para regenerar e desenvolver a realizado para a Baixa mostrou que os
• Avaliar os danos causados pela
culturais. Estas incluem a pressão de económico dos bens culturais parece ser Baixa irá provar ser um passo fundamental edifícios existentes representam um
poluição, turismo e construção sobre
turistas e utilizadores, a urbanização não nulo ou muito pequeno. na direcção de alcançar uma mudança activo económico significativamente sub-
os destinos culturais
planificada, projectos de desenvolvimento duradoura e positiva para a comunidade, utilizado, que pode ser potenciado e
destrutivos, roubo, vandalismo, guerra, Empiricamente, há pelo menos dois que irá beneficiar não só a área local, mas optimizado pelo investimento planificado • Avaliar o tipo e grau de medidas de
a poluição atmosférica, vibração e argumentos poderosos para a utilização Maputo como um todo. O património é vital na conservação do Património, resultando conservação por tomar (por exemplo,
simplesmente negligência e abandono. da valoração económica para fundamentar ao bem-estar de cidades mistas saudáveis restauração, substituição, limpeza)
174 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 175

• Entender e qualificar o valor atribuido 5.6.3. Técnicas de valoração condições normais, o preço extra também tem aplicabilidade limitada: subestimar significativamente os se que os inquiridos comportam-se como 5.6.4. Método e suposições O modelo foi desenvolvido na abordagem
a bens existentes para identificar o de uma casa em uma área histórica ele só pode estimar o valor para verdadeiros valores económicos. se estivessem em um mercado real. Na do Valor Económico Total, que abrange os
que é percebido como património Métodos de Preferência Revelada seria uma medida da DAP pela visitantes do património cultural e verdade, os questionários VC têm alguma Dadas as limitações dos métodos descritos valores de uso e não-uso, sendo o primeiro
pelo público, e portanto vale a pena observam os “mercados alternativos”: designação de zona histórica. Este só é útil para locais que impliquem Em contraste com o grupo de técnicas semelhança com a pesquisa de mercado acima e os dados disponíveis, o método relativamente mais fácil de estimar. Valores
conservar. eles analisam as preferências por bens método é de uso parcial e limitado viagens significativas. Além disso, descritas acima, métodos de preferência convencional sobre produtos novos ou utilizado para realizar a valoração dos de Uso são calculados directamente
• Quantificar o valor dos activos não mercantis através do indicado pelo na valoração do património cultural: a valoração dos sítios culturais de declarada usam “mercados hipotéticos”, modificados. É de notar que uma série de edifícios patrimoniais da Baixa combinou estimando as receitas geradas pelos
existentes para servir como base para comportamento de Disposição a Pagar ela não mede o valor de não-uso ou múltiplos atributos e a presença descritos por meio de pesquisas, para factores pode influenciar sistematicamente diferentes abordagens em uma análise edifícios patrimoniais, enquanto os
análises económicas de projectos de (DAP) em um mercado associado. valor de opção e só é aplicável aos de locais substitutos apresentam extrair preferências onde pode não as respostas dos inquiridos. Geralmente, multi-critério. valores de não-uso (mais valor de uso de
desenvolvimento que envolvem a Técnicas de preferência revelada elementos do património cultural problemas metodológicos. haver nenhum mercado de alternativo esses factores não são específicos ao opção) foram estimados pela aplicação de
destruição de edifícios patrimoniais populares incluem o método dos preços que podem ser representados pelos de bens ou serviços culturais. O método VC como tal, mas são comuns a maioria O património urbano foi considerado como “factores de ajuste”, para quantificar as
• A abordagem do custo de
hedónicos, o método do custo de viagens, preços dos imóveis. Ele também se de preferência declarada mais popular é das técnicas baseadas em inquéritos e sendo constituído por uma combinação de características qualitativas inerentes aos
• Fornecer ao CMM uma ferramenta manutenção tem sido muitas vezes
e o método do custo de manutenção. baseia em pressupostos irrealistas o método de valoração contingente são predominantemente atribuíveis a activos que podem ser divididas em quatro edifícios patrimoniais, mas também como
confiável para comunicar utilizada para estimar os danos a
Embora úteis e teoricamente sólidos (no de um mercado imobiliário eficiente (VC), que tem sido amplamente utilizado concepção do inquérito e problemas de categorias principais: o edifício impacta (e é impactado pela) a
internamente e para o público a materiais culturais (por exemplo,
e de funcionamento livre, onde tanto nos países desenvolvidos como implementação. • Capital económico, na sua qualidade de vida na sua vizinhança.
importância da preservação do caso dos preços hedónicos e custo de resultantes da poluição atmosférica).
património da Baixa viagem), o potencial para a sua utilização os indivíduos têm informação e A razão é que as informações de nos em desenvolvimento, particularmente terminologia estreita, inclui
mobilidade perfeita. na última década, para determinar essencialmente os edifícios, infra- Valor de Uso de Opção e todos os valores
• Fornecer informação para uma na estimativa do valor associado a custo são mais fáceis de colectar do
a viabilidade económica de políticas estruturas e instalações; de não-uso foram, portanto, estimados com
estratégia de financiamento de locais de interesse cultural é limitado: os • O método do custo de viagem que informações sobre o benefício.
públicas para a melhoria da qualidade base em um conjunto de factores de ajuste
múltiplas fontes, com base em métodos de preferência revelada não são utiliza as diferenças nos custos O método consiste em calcular • Capital humano e social é composto
ambiental. Por meio de um questionário aplicados ao “custo base da propriedade”.
impostos locais e nacionais, doações capazes de estimar os valores de opção de deslocação dos indivíduos que a redução dos custos derivados pelas competências e vivacidade da
adequadamente concebido, é descrito O “custo base da propriedade” foi estimado
privadas, fundos, taxas de entrada, e e de não-uso e não conseguem avaliar fazem uso de um local cultural de uma redução nos ciclos de população, e da variedade dos laços
um mercado hipotético em que o bem em com base nos preços médios actuais,
parcerias público / privadas. Conceber futuras alterações marginais nos activos para inferir o valor do local. Se manutenção, devido a redução na sociais existentes;
questão pode ser “transaccionado”. Este para o mesmo uso (residencial, comércio,
sistemas de incentivos para motivar e culturais. diferentes indivíduos incorrem ocorrência de danos. No entanto, • Capital natural inclui a qualidade
mercado contingente define o próprio etc.), mas sem todas as considerações
financiar a conservação • O Método dos Preços Hedónicos custos diferentes para visitar lugares como observado anteriormente, do ar, água, rede de esgotos e a enumeradas acima. A diferença entre
bem, o contexto institucional no qual seria
baseia-se na ideia de que os preços diferentes, estes preços “implícitos” os custos de manutenção não são presença de espaços verdes; o “custo ajustado” e o “custo base” foi,
fornecido, e a forma como seria financiado.
das propriedades são afectados por podem ser usados no lugar dos a medida correcta dos benefícios portanto, considerada como o valor de não-
Uma amostra aleatória de pessoas é então • Finalmente, o capital cultural é
um pacote de características do preços de mercado convencionais derivados pela sociedade da uso correspondente.
chamada a expressar directamente a o mais difuso, uma vez que ele
imóvel, que podem incluir factores como base para estimar o valor redução dos danos aos recursos
sua DAP por uma hipotética mudança no é composto de bens imateriais,
culturais não comerciais, tais como dos sítios culturais e mudanças culturais, e a consideração
nível de fornecimento do bem. Assume- tradições, e conhecimentos
a designação de zona histórica. Em na sua qualidade. Este método unicamente dos custos pode
acumulados por gerações.
176 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 177

Figura 131. Componentes do valor económico total Os sub-componentes de cada valor foram Tabela 15. Suposições de Valor de Uso Directo É de se notar que não é tomada em Tabela 16. Zona de influência para estimar o
calculados do seguinte modo: consideração nenhuma receita se a Valor de Uso Indirecto
• Valores de Uso: Building Use Valor de Uso Directo (USD) condição do edifício for avaliada como
Aluguer Receita No de Salário médio “ruína”. Âmbito da Área de
»» Valor de Uso Directo: inclui
os benefícios gerados pelo(s) mensal por mensal por funcionários mensal por »» Valor de Uso Indirecto: inclui valoração influência
edifício(s) patrimonial(ais) m2 m2 por m2 funcionário todas as receitas geradas e Edifício patrimonial Quarteirão
seleccionado(s) Residencial 25 induzidas pelo(s) edifício(s) individual
patrimonial(ais) seleccionado(s)
• Aluguer de todos os Comercial 135 0.06 600 Quarteirão Zona de Uso do
na sua área de influência. De
residentes Hotel 200 0.03 800 Solo
acordo com várias fontes, o
• Receitas de lojas, cinemas, Restaurante 120 0.05 600 Área Protegida, Área protegida
turismo contribui 10% do PIB
museus, hotéis, etc. Vistas importantes e estudada
Escritório 250 0.06 1,000 mundial. Moçambique está atrás
• Emprego em lojas, rede de estradas
Industrial 30 0.01 600 mas espera-se que a reabilitação
restaurantes, administração, da Baixa e a remodelação de Toda a Baixa Toda a Baixa
Transporte
etc. 0.02 600 edifícios patrimoniais ajude
(Ferrovia)
Maputo recuperar nos próximos
Fez-se as seguintes suposições: Armazenagem 24
anos. Por isso, considerou-se
Museu 10 0.05 600 que 10% do valor produzido
pelos hotéis, restaurantes e
lojas na área de influência dos
activos patrimoniais estudados
seria considerado valor de
uso indirecto. Neste modelo, a
Baixa foi dividida em grandes
áreas, com base no seu uso e
localização geográfica. Foram
definidas as seguintes áreas de
influência:
178 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 179

»» Valor de Opção: A produção seleccionado(s), tais como a Tabela 17. Factores de ajuste para o Valor Dinâmico de Não-Uso Adicionalmente, o preço de mercado das Tabela 19. Valor médio das propriedades para Valoração de Não-Uso
de serviços públicos é acessibilidade, visibilidade, propriedades foi ajustado com base no
normalmente avaliada com meio ambiente, etc. É calculado Acessibilidade (peso: 70%) Factores de Ajuste estado dos edifícios, de acordo com os Tipo de Activo Superfície (m2) Valor Médio da
base nas despesas públicas. aplicando um factor de ajuste ao 0 ruas adjacentes (ex: num parque) 0.95 seguintes factores: Propriedade (usd/m2)
Devido à falta de disponibilidade preço estimado do edifício (com Edifício - Residencial 77,348 3,692
1 rua adjacente 1
de dados, edifícios públicos base em preços de mercado Edifício - Comercial 106,945 2,650
Tabela 18. Factores de ajuste da condição
foram avaliados com base para a sua função derivados da 2 ruas adjacentes 1.05 dos edifícios Edifício – Escritório 219,107 2,650
em um método de custo de Mozambique Property Market 3 ruas adjacentes 1.1
oportunidade. O seu valor foi, 2014, Primeyield). A diferença Edifício – Industrial 58,803 500
4 ruas adjacentes 1.15 Condição do edifício Factor de
portanto, estimado com base entre o preço ajustado e o preço Edifício – Outro 66,919 2,000
Ajuste
na renda mensal para áreas de mercado foi considerado Na rota do BRT projectado 1.3 Parque Publico 111,692 10
Bom 1.00
residenciais, como se estes o valor dinâmico de não- Marco (ponto de referência) 236
Na rota dos autocarros alimentadores do BRT projectado 1.2 Razoável 0.95
edifícios fossem ocupados por uso. Foram determinados os
Monumento 324
moradores. seguintes factores: Actividade Ilegais/Informais (peso: 10%) Em reabilitação 0.90
Espaço Público Aberto 41,031 20
• Valor de Não-Uso: O valor de Sim 0.9 Degradado 0.80
não-uso foi estimado com base Instalação Desportiva 8,399 800
Não 1 Ruína 0.50
em uma análise multicritério.
Factores de ajuste são aplicados Visibilidade (peso: 10%)
ao preço de mercado dos edifícios, Edifício mais alto que a média do quarteirão 1.1
estimado a partir do seu uso.
Valor de não-uso é composto por Edifício menos alto que a média do quarteirão 1
três itens: Valor Dinâmico, Valor Lixo nas ruas (peso: 5%)
Patrimonial e Valor de Identidade.
Sim 0.9
»» Valor Dinâmico de Não-Uso:
Não 1
inclui todos os benefícios da
qualidade de vida ligada a Sistema de Recolha de Resíduos (peso: 5%)
localização e a arquitectura
Sim 1.15
do(s) edifício(s) patrimonial(ais)
Não 0.95
180 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 181

»» Valor Patrimonial de Não- »» Valor de Identidade de Não- Tabela 21. Factores de ajuste para o Valor 5.6.5. Estudos de caso 5.6.5.1. Estudo de Caso 1: Figura 132. Estudo de Caso 1: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa - condição Figura 133. Estudo de Caso 1: Valorização
Uso: leva em consideração Uso: leva em conta o valor do(s) de Identidade de Não-Uso Valoração dos activos patrimoniais actual dos activos patrimoniais da Baixa - condição
o valor económico universal edifício(s) patrimonial(ais) por de toda a Baixa - condição actual actual
• O modelo de valoração elaborado
do(s) edifício(s) patrimonial(ais) sua contribuição para o carácter Área Protegida (peso: Factores de
como parte do presente estudo
seleccionado(s) com base em de uma área ou perspectiva, 50%) Ajuste O primeiro estudo de caso é a avaliação
oferece as seguintes opções de
categorias recomendadas pelo ou por sua unicidade dentro A 1 valoração: de todos os activos da Baixa. Os valores
Conselho Internacional de da Baixa ou como património B 1.1 padrão do modelo, conforme detalhado
»» Valorar um único edifício
Monumentos e Sítios (ICOMOS). universal. O método de avaliação acima, foram utilizados. Os resultados são
C 1.1 patrimonial
O método de avaliação é é semelhante ao Valor Dinâmico apresentados sob a forma de um diagrama,
semelhante ao Valor Dinâmico D 1.2 »» Valorar um quarteirão de um com três gráficos circulares (ver figura 132
de Não-Uso, com os seguintes
de Não-Uso, com os seguintes E1 1.3 edifício - 133).
factores:
factores: E2 1.25 »» Valorar uma área protegida,
vistas chave e rede de estradas O valor total dos activos patrimoniais da
Tabela 20. Factores de ajuste para o Valor Edifício considerado
»» Valorar o património de toda a Baixa é, portanto, estimado em mais de 1,6
Patrimonial de Não-Uso Património (peso:
Baxia mil milhões de dólares. Como esperado,
30%)
o valor de uso directo, que representa as
Classe do Factores de Sim 1.1 • Além disso, os seguintes cenários
receitas geradas pelos edifícios existentes,
Edifício Ajuste podem ser testados:
Não 1 contribui para a maior parte (57%) do valor
Patrimonial »» Reabilitação de determinados
Edifício tem nome (ver Fig-133).
A+ N/A edifícios patrimoniais (por defeito:
oficial (peso: 20%)
A 1.60 não marcado) É interessante notar que os valores do
Sim 1.5
B 1.50 »» Preservação de áreas protegidas património e da identidade, que podem
Não 1 e vistas chave conforme o ser interpretado como o preço económico
C 1.50
presente Plano (por defeito: da preservação dos edifícios patrimoniais
D 1.25 marcado) existentes (em comparação com novos
edifícios com as mesmas funções), são
O modelo é estruturado na base de dados estimados em quase 470 milhões de USD.
do Catálogo do Património, com a inclusão Isso representa 28% do valor total do
de dados do PPU e outros colhidos durante património.
o “levantamento vertical”, realizado em
2014.
182 | Bens Históricos e Culturais Bens Históricos e Culturais | 183

5.6.5.2. Estudo de Caso 2: Figura 134. Estudo de Caso 2: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa – todos edifícios Figura 135. Estudo de Caso 1: Valor dos 5.6.5.3. Estudo de Caso 3: Figura 136. Estudo de Caso 3: Valorização dos activos patrimoniais da Baixa – áreas
Valoração dos activos patrimoniais em condição reabilitada Activos Patrimoniais (Gráfico) Valoração dos activos patrimoniais protegidas e vistas chaves não conservadas
de toda a Baixa com todos os de toda a Baixa sem preservar
edifícios patrimoniais reabilitados as áreas protegidas e vistas
importantes
Dados os resultados do estudo de caso
1, o modelo foi usado para estimar o valor Isto é modelado reduzindo todos os factores
total dos edifícios patrimoniais da Baixa se de ajuste do valor de identidade de não-uso
eles fossem reabilitados, a fim de fornecer para 1. Os resultados são apresentados no
uma ordem de grandeza do orçamento que gráfico a seguir:
poderia ser alocado a esta tarefa.
O impacto de tal medida seria uma perda
A reabilitação é modelada mudando a de valor de cerca de 95 milhões de USD.
condição dos edifícios do património Isso representa mais de 6% do valor total
seleccionados (em nosso estudo de caso, dos activos patrimoniais da Baixa. Isso
todos eles) da actual para “Boa”. Isso destaca o fato de que a preservação destas
impacta principalmente o valor de não-uso, áreas é ainda mais importante do que os
uma vez que apenas alguns edifícios estão próprios edifícios, e é por isso que este é
em condições demasiado más para operar um dos elementos-chave do plano.
seus negócios.

Reabilitar os edifícios do património


iria portanto aumentar o seu valor total
de 10,3%, que representa quase 200
milhões de USD. Embora este valor não
possa ser comparado directamente com o
custo dos trabalhos de reabilitação como
estimado na Secção 8, ele fornece uma
ordem de grandeza útil a fim de priorizar
os investimentos para a preservação do
património.
6
Mobilidade | 185

6. Mobilidade

Mobilidade 6. 1. Criação de melhores


condições de mobilidade
»» Gestão do sistema de trânsito
rodoviário e parqueamento.
»» Melhoramento do plano das
como se encaixa no plano rodoviário. Pelo
facto de as exigências de trânsito usadas
como base para o dimensionamento da
ponte não terem sido do conhecimento
Deste modo, pode se considerar a zona
oeste da Baixa como um ponto de saída
de grande escala. Serviria, assim, de elo
entre Maputo e Matola ao oeste, e com
Com base em estudos afins anteriores e estradas nos diversos aspectos
do consultor, o PPU recomenda que se outras áreas em desenvolvimento ao norte,
inquéritos complementares conduzidos no »» Designacao de maiores estradas
elabore um Plano de Pormenor da área tais como Zimpeto. Enquanto esta escala
âmbito do PPU (Relatório de Avaliação), de sentido único para facilitar o
onde ligar a ponte à Praça 16 de Junho e de planeamento está fora do âmbito do
o diagnóstico a volta do transporte, a tráfego
a rotunda à extremidade oeste da Avenida PPU, ficou considerada como de grande
mobilidade e o acesso à baixa da cidade é »» Melhoramento e construção de das Estâncias. Esta recomendação vem influência sobre a mobilidade na Baixa.
o seguinte: cruzamentos e rotundas na sequência do Plano de Transporte
Urbano (2014 CMM/JICA) que realça que Estas considerações reflectem-se em dois
• A condição do transporte público Para além disso, um factor-chave de a concentração nas novas vias de acesso e pontos-chave na abordagem do PPU sobre
não é das melhores, sendo os seus aprimoramento para a fluidez no tráfego intersecções carece de solução. a mobilidade: a necessidade de se ter tais
serviços ineficientes, inadequados, na Baixa será a via de acesso para a vias como o ponto de saída em relação ao
desorganizados e inseguros. ponte Maputo - Ka Tembe, e a forma coração de Maputo, constituindo uma razão
• Com o aumento sobre a propriedade
Figura 137. Plano Pormenor da área de
6. 2. Escala metropolitana para o estabelecimento de uma estação
particular dos meios de transporte, intermodal no oeste da baixa. Os modelos
a baixa da cidade enfrentará mais acesso à Ponte da KaTembe e Praça 16 de
Além de ser em si próprio um ponto de rodoviários na estação complementar-se-
problemas de congestionamento. Junho
destino, maiores corredores de mobilidade iam bem com os modelos de ferroviários,
• A Baixa tem uma boa capacidade terão a sua influência nos padrões cujas faixas se separariam por alguns
de trafego rodoviário, se comparada rodoviários da Baixa. O oeste da Baixa metros. Serviria também de ponto de
a muitas cidades, e no seu padrão encontra-se dentro duma área onde o ligação para os vários meios de transporte.
ortogonal tem quarteirões espaçosos corredor do desenvolvimento de Maputo
e poucas ruas esreitas. começa, terminando em Joanesburgo.
• As melhorias na mobilidade advirão O extremo oeste do PPU está nas
do seguinte: proximidades da confluência de duas
»» Desenvolvimento de um sistema estradas principais, a EN1 e a EN4, onde
de transporte público multimodal estará também a rotunda futuramente.
harmonizado
186 | Mobilidade Mobilidade | 187

6. 3. Transporte público Figura 138. Mapa de modalidades de transporte público transporte através de um bilhete ou As recomendações ferroviárias incluem: criando a necessidade por serviços • O plano recomenda introduzir-se um
cartão válido para todos os modos • A
necessidade de se ter estações complementares de travessia. sistema de transporte público que
O desenvolvimento de um sistema integrado em simultâneo. destinadas a facilitar a transferência • O
sistema maritimo consistiria una a área do Museu de História
de transporte público, que facilitaria o das vias fêrreas às rodoviárias em pequenas embarcações com Natural, onde se pode encontrar
acesso a vários pontos a partir de vários As recomendações específicas para o – por exemplo, a localização da capacidade para 60-80 passageiros, correntemente uma terminal de
outros, não se insere no âmbito do PPU. modo de transporte rodoviário são: estação intermodal proposta para o que poderia flexibilizar os serviços autocarros, a uma terminal de
• Definir ruas onde o transporte público a baixa serviria excelentemente de transporte de um ponto para outro. transporte do sistema BRT’s, fazendo
O PPU, contudo, dá recomendações deve ter a prioridade, evitando a para complementar uma estação O sistema seria de grande ajuda para face às necessidades das zonas
gerais e específicas que podem contribuir criação de barreiras que podem metropolitana em primeira linha, a os turistas se as rotas para a área de Maxaquene na região Este da
para um sistema de transporte público impedir ou colocar em risco a qual está nos primeiros estágios de marginal fossem melhoradas. As baixa. Isso reduziria a pressão
efectivo, neste caso, no âmbito da Baixa, circulação pedestre. planeamento e localizada numa area paisagens propostas para o convés sobre as pessoas para a posse
particularmente a nível do planeamento área adjacente. do Waterfront dobrar-se-iam com as veículos particulares, pois estes
• D
efinir e distribuir paragens para
espacial que influencia na viabilidade e • A
localização dos parques de instalações para táxis marítimos na no deslocamento ao seu posto de
acelerar e facilitar o carregamento e
alternância ou transferência de meio de dissuasão como dissuasivos ao uso Baixa. trabalho teriam alternativas mais
descarregamento dos veículos.
transporte. particular de veículos na cidade na eficientes e económicas.
• I ncorporar o sistema de transporte • O
PPU mantem, embora a curto prazo,
estação oeste da Baixa o corrente cais para as embarcações, • Uma vasta gama de tecnologia está
informal como suporte no sistema
As recomendações gerais incluem: mas propõe um estudo sobre uma à disposição para o efeito e pode ser
de transporte formal (por exemplo
• L
evar holisticamente em As recomendações em relação ao modo de possível realocação do mesmo, à levada em consideração em estudos
o dos autocarros e o do sistema
consideração todos os modos de transporte marítimo incluem os seguintes medida que a populacao de KaTembe de viabilidade que fariam parte de um
BRT), em de vez de tomá-lo por
transporte aquando da definição das aspectos: cresce substancialmente em número Plano de Promenor recomendado.
concorrente, implicando, assim, uma
rotas e estações de transferência, • O
transporte marítimo, a medida e necessidades, sob pena de • Durante o processo participativo do
gestão das partes interessadas e um
incluindo os modos rodoviário, que se implementa o PPU da congestionar o convés do Waterfront. PPU,a ideia da instalação de um
plano de negociação viável antes do
ferroviário e fluvial ou marítimo. KaTembe e a zona for sendo mais Assim, futura localização devia ser elevador foi bem recebida pelas
estabelecimento de regulamentos,
• D
efinir a principal estação de buscando, como nas outras cidades, habitada, pode desempenhar um considerada de forma integral nos partes intervenientes. Situações
transferência da escala metropolitana resultados positivos no melhoramento papel complementar importante no planos para o desenvolvimento da anteriores demonstraram a sua
que trará consigo os demais modos das condições rodoviárias, da sistema de transporte em Maputo. área correntemente controlada pelo efectividade, para além do facto de
de transporte alternáveis em função qualidade de serviço e das condições Com o plano de transporte estima- porto. poder constituir em si mesmo uma
das necessidades das pessoas. de trabalho. se que a capacidade da ponte não marca para a Baixa. O elevador
• Criar um sistema de acesso ao será suficiente para responder às As recomendações em relação aos modos seria concebido com mirantes dando
necessidades de forma integral, de transporte especiais incluem que: acesso visual à paisagem da Baía de
Maputo e ao horizonte da Baixa.
188 | Mobilidade Mobilidade | 189

Figura 139. Mapa de modalidades de transporte público integradas

6. 4. Estação intermodal da of the significant footfall that the station


generates. The plan makes provisions
Baixa Oeste
for a mixed-use building adjacent and
integrated to the transport component
The West Baixa intermodal station will
which will comprise 23,627 square meters
be a metropolitan-scale catalyst for the
of commercial and 35,441 square meters of
development of the area. It is an integrated
office uses.
development over two blocks that
comprises in its transport component over
The West Baixa intermodal station will also
20,000 square meters for transport vehicles
create the conditions for a highly visited
loading and unloading bays, car parking
street trading cluster. Next to the station,
with over 1,500 bays; space for 250 small
the plan foresees the Mercado da Ponte, a
convenience shops. The station will allow
public space of 32,520 square meters that
the easy interchange between BRT, buses,
can host in amplitude about 2,168 stalls for
chapas (transitioning to feeders), and taxis.
licensed street traders.
The station will also serve as a park and
ride facility and as a point for changing from
The intermodal station also will provide a
car to walking on cycling, as the intermodal
roof public space of about 13,000 square
station would be linked with Av Samora
meters which will serve the adjacent
Machel at the heart of Baixa though a semi-
residential developments.
pedestrianized Rua Fernao de Magalhaes.
This will contribute to reduce the number of
private vehicles entering the Baixa.

Intermodal stations in cities around the


world have brought significant property
development opportunities. The intermodal
station in West Baixa creates an attractive
commercial real estate development
opportunity which would take advantage
190 | Mobilidade Mobilidade | 191

Figura 140. Impressão artística do Elevador Figura 141. Impressão artística da Estação Intermodal
192 | Mobilidade Mobilidade | 193

BRT e a localização da visto pelos turistas que desembarcam • Transição e complementação que recomenda “Não há terminais na 6. 5. Configuração e Tabela 22. Crescimento populacional na 6.5.1.2. Volume de tráfego • As bases de dados em relação ao
na vizinha terminal de cruzeiros. A optimizada com outras modalidade, área central”. O Plano Director também cidade de Maputo padrão de estatísticas sobre viagens
Estação Intermodal segurança das ruas
Praça apresenta uma colecção valorosa como autocarros, chapas (ou considera que rotas que terminam na Ano População Os volumes de trafego para estes lugares em função do desenvolvimento
de edifícios patrimoniais de diversos alimentadores depois que a margem da área central podem minimizar foram planeados para uma única direção são do Norte da América, Europa
A Primeira linha de BRT de Maputo, entre 6.5.1. Previsão de tráfego 2013 1,209,993
períodos, que narram em um único espaço transição esteja concluída), e táxis; os efeitos do congestionamento. nas horas de ponta. com o uso de padrões ocidental e Australásia, onde é
a Baixa e Magoanine, está actualmente na 2018 1,288,720
público a história do desenvolvimento de até possivelmente metro De ressaltar que o relatório destaca de prática de engenharia de trânsito, o plano elevada a propriedade particular de
fase de concepção. A proposta elaborada 6.5.1.1. Crescimento de tráfego 2025 1,401,480
Maputo no século passado, com destaque oportunamente que “Uma desvantagem converteu-se para volumes diários. A tabela meios de transporte.
pela equipe de engenharia identifica a • Fácil transição com a futura linha de
para a estação dos CFM, que tem sido de rotas que terminam no centro da 2035 1,565,770 24 no Figura nº 143 ilustra os volumes
localização de dois terminais na área da BRT Maputo -Matola Gare, que teria O crescimento no tráfego e o resultado dos
mostrada em filmes de grande sucesso cidade é que os autocarros podem de tráfego correntes e os 2035 volumes Portanto, são necessários outros métodos
Baixa. De acordo com a proposta, de bom acesso a estradas primárias seguintes factores:
Os dados acima mostram que a população estimados (usando o factor crescimento para a estimativa de aumento nas viagens
Novembro de 2013, um ponto terminal de Hollywood. O papel do espaço público causar congestionamento enquanto • Crescimento populacional;
• Mais espaço do que na Praça dos poderá aumentar em cerca de 1.3% do total urbano calculado abaixo). por cima do quadro geral dos aumentos de
estaria localizado no Museu de História da Praça é essencial para fornecer aos estão parados entre as suas viagens e ao
Trabalhadores para manobras, • Maior uso de veículos automóveis; populacao, entre 2013 e 2035. Contudo, tráfego.
Natural, mesmo fora do limite da área do visitantes e moradores a perspectiva ideal fazer manobras de mudança de direcção;
aumentando a velocidade; o • Desenvolvimento económico. pela tabela 23, espera/se que a propriedade 6.5.1.3. Geração de Tráfego
PPU; a maior estação terminal estaria para contemplar a rica composição urbana muitas vezes solo valioso é ocupado com
espaço adicional pode ser usado, automobilística cresça na região em 6.79% Para a estimativa do nível de geração de
localizada na Praça dos Trabalhadores. que os edifícios históricos formam. Se este instalações do terminal de autocarros”. por um certo período. (Ver Appendix I).
por exemplo, para as instalações Dada a escala proposta à área de A metodologia-padrão para o cálculo tráfego, o aumento do tráfego foi calculado
Enquanto a área ao lado do Museu de espaço for ocupado por um terminal de
de limpeza e reabastecimento de desenvolvimento urbano da baixa de Maputo, do número de viagens geradas por a partir do número de viagens por indivíduo
História Natural é actualmente uma terminal BRT, essas características iriam mudar Inicialmente, o último quilómetro seria
combustível considerou-se que qualquer aumento uma situação de desenvolvimento é o gerado pelo desenvolvimento, e, a seguir,
completamente, diminuindo notavelmente sobredimensionado uma vez que a Tabela 23. Veículos na área de estudo
de autocarros e por meio de um bom no tráfigo, devido ao desenvolvimento uso de inquéritos sobre situações de utilizou-se a parcela do modo de tráfego
o valor que a Praça e os activos históricos • A menos de um quilómetro maioria dos passageiros iria embarcar Ano Veículos
design a área poderia reter características adicional, será diretamente imputado ao desenvolvimento similares de forma a para calcular o número de veículos daí
trazem à Baixa e Maputo. de distância da Praça dos ou desembarcar na paragem da Av.
urbanas positivas, o terminal na Praça dos plano parcial. 2011 94,300 estabelecer uma base para encontrar gerado. A percentagem actual em Maputo
Trabalhadores Guerra Popular. Este ponto fraco teria
Trabalhadores traria mudanças negativas 2035 248,100 esse número de viagens por unidade (as é mostrada na figura abaixo:
O PPU sugere considerar o estabelecimento • A estação na Av. Guerra Popular que ser pesado contra os benefícios que pessoas no geral) e aplicá-lo à situação de
para um espaço urbano de valor histórico No entanto, o crescimento populacional
da terminal do BRT Baixa-Magoanine na seguiria proporcionando fácil acesso a localização na estação intermodal traz desenvolvimento em questão. Entretanto, Figura 142. Quota das modalidades actuais
significativo que inclui a referência melhor e no uso de automóveis devia ainda ser
reconhecida de Maputo, a estação dos estação intermodal planeada para a Baixa para os passageiros ao núcleo da em termos de imagem da cidade e de analisado de modo a estabelecer o nível de Isto mostra que, apesar de a população não esta metodologia não é prontamente
CFM. Oeste. Além de salvaguardar os principais Baixa eficiência futura. crescimento no tráfego esperado. A tabela vir a crescer de forma significativa, o número aplicável à situação aqui proposta, que é
activos do património histórico de Maputo, 22 ilustra o crescimento da população de de condutores crescerá significativamente de re-desenvolvimento, pelas seguintes
a localização do terminal de BRT na Considerar a localização do terminal Esta é uma decisão importante e o PPU Maputo (Fonte: Jenkins, Paul. 2012: Home devido a factores económicos. Isto quer razões:
A Praça dos Trabalhadores pode ser
estação intermodal apresenta uma série Baixa-Magoanine na estação intermodal recomenda que seja tomada da perspectiva Space in Afrcian Cities: Context Report. dizer que o crescimento do tráfego urbano
considerada como o cartão-de-visita da
de benefícios: não representa contradição com o do que é de mais valor estratégico de Royal Danish Academy of Fine Arts. ocorreria na região em 8.2%. • Nenhum estudo do género foi
cidade de Maputo. Ela é o primeiro ponto
Plano Director de Transporte Urbano, longo prazo para Maputo no geral. Copenhagen, Denmark). anteriormente levado a cabo em
Maputo;
194 | Mobilidade Mobilidade | 195

Figura 143. Localização dos volumes de tráfego Tabela 24. Volumes Diários de Tráfego Dado o projectado aumento na O aumento das viagens para o uso Tabela 26. Viagem de um veículo
propriedade de meios de transporte, residencial é bastante simples de calcular
Entroncamento Direcção 2013 2035 há mais probabilidade de mudança de com base nos dados fornecidos pelo Uso do solo Taxa de viagem de Viagem de uma Viagem de um
Volume Volume percentagem, associado a um aumento Pesquisa sobre as Viagens nos Domicílios uma pessoa pessoa veículo2
1 Av. Vladimir Lenin x 24 de Julho S 7,855 22,025 no número de carros e novos meios de de Maputo. Este estudo constatou que Residencial Ver acima 68,800 17,200
1 Av. Karl Marx x 24 de Julho N 4,690 13,151 transporte público, como os do sistema BRT para cada domicílio foram realizadas 2,15
Comercial 6,6 por 100 m2 19,702 4,926
e outros autocarros. Prevê-se que isto virá viagens por pessoa por dia em domicílios
2 Av. Vladimir Lenin x 25 de Setembro S 14,250 39,957 Escritórios 15,5 por 100 m2 10,151 2,538
em prejuízo dos deslocamentos pedestre com acesso a um carro. Tendo em conta
2 Av. Karl Marx x 25 de Setembro N 3,875 10,866 e ciclista. Com base em projecções que, presume-se que são 4 pessoas em Serviços Públicos1 15,5 por 100 m2 2,200 550
3 Av. 25 de Setembro x Vladimir Lenin E 9,825 27,549 na propriedade particular de meios de cada domicílio isto presumiria o seguinte:: Total 25,214
3 Av. 25 de Setembro x Vladimir Lenin W 8,735 24,493 transporte, a equipa consultora assumiu
1 Assumiu-se o mesmo que espaços de escritório | 2 Assumiu-se igual a 25.5% da tarifa pessoal por viagem
que de hoje até 2035, os deslocamentos Aumento da área edificável
4 Av. Albert Luthuli x Josina Machel S 9,195 25,783
automóveis aumentariam em 6.79% residencial = 800,000
4 Av. Albert Luthuli x Josina Machel N 4,055 11,370 a cada ano. Isto quer dizer que estes de carro com respeito a viagens com uma capacidade operacional na região dos
Tamanho médio do domicílio = 100 fins comerciais ou de escritório. Elas 18.000 veículos por dia (9.000 em cada
5 Av. Marginal x 25 de Setembro E 7,325 20,539 deslocamentos aumentariam até cerca de
m2 correspondem a valores padrão na sentido). Este limite geralmente assume
5 Av. Marginal x 25 de Setembro W 3,220 9,029 25.5% dos deslocamentos no geral até
2035 Número de domicílios = 8,000 engenharia de transportes. que a interacção com estradas secundárias
6 Av. Patrice Lumumba x Vladimir Lenin E 11,395 31,952 é mínima, o que não seria o caso para a
domicílios
6 Av. Ho Chi Min x Vladimir Lenin W 3,300 9,253 O aumento previsto com o desenvolvimento Isso resultaria em um aumento de cerca área de estudo.
Tamanho médio do agregado
7 Av. Samora Machel x 25 de Setembro S 2,840 7,963 é aproximadamente como indicado na de 25.200 viagens diárias de veículos
familiar = 4
tabela abaixo. directamente relacionados com o Segundo estes cálculos quase todas as
Av. Samora Machel x 25 de Setembro Rua Número médio de pessoas = 32,000
7 N 3,215 9,015 rendimento de desenvolvimento adicional. estradas acima identificadas exigiriam
Consiglieri Pedroso Tabela 25. Resultados de desenvolvimento Viagens residenciais adicionais Isto estaria para além dos actuais volumes quatro faixas em 2035, com as vias
8 Rua Consiglieri Pedroso E 6,005 16,838 de tráfego de fundo identificados acima. principais, como a Avenida Karl Marx e
(todas modalidades) = 68,800
8 Rua do Bagamoyo W 1,490 4,178 Ocupação terrestre Aumento (m2) Avenida Vladimir Lenine a necessitarem
Viagens adicionais de carro
9 Av. Mártires de Inhaminga E 3,130 8,777 Habitacional 800,000 6.5.1.4. Conclusões mais espaço de estrada para satisfazer
(assumindo 25,5% de carro) =
as restrições de capacidade. As secções
9 Av. Mártires de Inhaminga W 7,910 22,180 Comercial 300,00 17,200
Para contextualizar esses volumes de transversais destas secções foram
Escritórios 650,000 tráfego, uma estrada urbana de duas projectadas para acomodar essa demanda.
Fonte: Contagem de tráfego por parte do Consultor, 2013 (ver Relatório de Diagnóstico para mais detalhes)
A tabela 26 sumariza as suposições feitas faixas, dois sentidos tem tipicamente tem
Serviço Público 140,000
para estimar as origens das viagens
196 | Mobilidade Mobilidade | 197

6.5.2. Design de entroncamentos Figura 144. Desenho esquemático do ponto Figura 145. Corte transversal do modelo 3D ao longo da Av. Marien Nguabi / Avenida da num intervalo de 10 a 20 anos e isso iria Figura 147. Entroncamento da Avenida das Estancias e Avenida Organização das Nações para o BRT e passeios largos (veja a Figura
críticos de aterragem da ponte da KaTembe e Tanzânia proporcionar uma alternativa deveras Unidas 146), para proporcionar um acesso directo
conexão com a Av. 24 de Julho necessária para o tráfego gerado pela ao centro da cidade através da Avenida
6.5.2.1. Baixa Oeste: Contacto da requalificação desta área para evitar o 25 de Setembro a partir das rotundas da
ponte da KaTembe com o solo centro da Baixa. Baixa Oeste (e, portanto, a partir da Ponte
e conexão com a Av. Eduardo KaTembe).
Mondlane No entanto, esta extensão enfrenta desafios
técnicos, devido aos declives acentuados A mesma secção transversal foi aplicada à
Os problemas de capacidade existentes são nesta área, e ao ponto de contacto da Avenida 25 de Setembro até ao cruzamento
ainda mais exacerbados pela localização ponte da KaTembe (ver figura abaixo). com a Avenida Guerra Popular, e à Avenida
da Ponte da KaTembe imediatamente ao Figura 146. Extensão da Av. Marien Nguabi / Avenida da Tanzânia Portanto, somente o trecho entre Avenida Guerra Popular, que são ambas rotas
sul na rotunda principal. O design da área das Estancias e Avenida da Organização propostas para o BRT.
de contacto da Ponte da KaTembe foi feito das Nações Unidas foi integrado no plano Por razões de segurança, o alinhamento da
pela Maputo Sul (ver figura abaixo). de final. A conexão com a Avenida Marien Avenida Organização das Nações Unidas
Ngoubi poderia ser feita através de um túnel foi consequentemente modificado para
Tráfego da Ponte KaTembe tem duas cut-and-cover (trincheira e cobertura) em intersectar com a Avenida das Estancias
opções para ir ao centro da cidade. uma fase posterior do desenvolvimento da ortogonalmente (veja a Figura 147).
Podem seguir a rampa da esquerda para área do porto conectando, de preferência,
aceder a Av. 24 de Julho ou atravessar a com a Avenida Marien Ngoubi após a No cruzamento entre a Avenida das
primeira rotunda para aceder a Avenida das Avenida 24 de Julho. Estancias e a extensão da Avenida Marien
Estancias ao longo da rota do BRT. Nguabi, propõe-se que a linha do BRT cruze
a rotunda em uma linha recta. Um sistema
Esta solução, embora esteja fora do padrão, 6.5.2.2. Extensão da Avenida Marien 6.5.2.3. Extensão e ampliação da específico de gestão de tráfego será
oferece a oportunidade para a rotunda Ngoubi (Avenida da Tanzânia) Avenida das Estancias e secções instalado na rotunda para dar prioridade ao
principal permanecer como um grande transversais típicas para a rota do BRT.
portal de entrada para o Centro de Maputo. A extensão da Avenida Marien Ngoubi BRT
para o Sul, e no futuro, para a frente-do-
mar, deve ser considerada como parte do O Plano recomenda a extensão e
plano a longo prazo. Na realidade, espera- alargamento da Avenida das Estancias
se que o Porto terá de ser deslocalizado de 6 faixas, incluindo 2 faixas reservadas
198 | Mobilidade Mobilidade | 199

6.5.3.1. Tipo A: Arterial urbana - não tem estacionamento na rua e o acesso 6.5.3.2. Tipo B: Arterial urbana – serão de 4 metros de largura, enquanto as
Rota primária deve ser por meio de cruzamentos para Rota secundária outras faixas da estrada serão de 3 metros
possibilitar o caudal máximo. de largura.
Esta é uma estrada de seis faixas a ser Uma estrada de seis faixas semelhante ao
utilizada principalmente em secções da Av. Nesta fase do desenvolvimento urbano, tipo A, mas com as duas pistas centrais
24 de Julho, onde os volumes de tráfego e em conformidade com a abordagem de reservadas para BRT. Isto é recomendado
Figura 148. Disposição esquemática das ruas
são susceptíveis de exceder o previsto uma Baixa mais pedonal, esta secção não é para a Avenidas das Estancias, 25 de
6.5.3. Desenho das ruas para
B2 uma estrada de quatro faixas. Esta rua recomendável na área do projecto. SetembroB3
e Guerra Popular. Faixas de BRT
Urban arterial with BRT and paralell park Urban arterial with BRT
A disposição das ruas foi redesenhada de Figura 149. Corte Transversal Tipo A Figura 150. Corte Transversal Tipo B
modo a ter em conta todas as limitações
técnicas identificadas acima (capacidade
de tráfego, a demanda de estacionamento,
acesso a novos quarteirões), enquanto
acomoda os princípios do Plano (uma Baixa
mais acolhedora para bicicletas e peões,
áreas reservadas para aglomerados de
comércio em espaço aberto).

Além disso, a hierarquia de estradas


e o plano de circulação do trânsito 4 2.5 6-7 4 4 6-7 2.5 4 4 6-7 4 4 6-7 4

rodoviário foram redefinidos a fim de 33-35 28-30

acomodar a redução da capacidade de


Rua do Bagamoyo e Avenida Fernão de
Magalhães. Foi então definida uma rede
de estradas unidireccionais primárias e
secundárias para distribuir o tráfego na
Baixa da maneira mais eficiente (Ver mapa
técnico O-04b).
200 | Mobilidade Mobilidade | 201

C
2 Way Sub-Arterial
6.5.3.3. Tipo -C:
Secondary Route de 4
Sub-Arterial suficiente quando a Zona Portuária seja 6.5.3.4. Tipo D: Sub-Arterial de 1 Não deve haver acesso directo as 6.5.3.5. Tipo E: Sub-Arterial de 2
Faixas - Rota Secundária desenvolvida. Faixa - Rota Secundária propriedades, mas estacionamento de rua Faixas - Rota Secundária
deve ser autorizado para fornecer lugares
Este será o tipo de secção transversal que Este será o tipo de secção transversal de estacionamento de curto prazo para o Esta tem a mesma finalidade que o Tipo C,
D
seria recomendado para a extensão da Av. D2que seria observada nas secções desenvolvimento comercial e de escritórios mas Rotas Secundárias de duas faixas.
One-way
Marien Ngoubi, paraSubarterial
permitir acessibilidade One-way Subarterial
unidireccionais das- estradas
Intermodal Station Access das
secundárias. Areaáreas. D D2
One-way Subarterial E
One-way Subarterial - Intermodal Station Access Area
Colector street
Up to 3,000 vehicles per day
Figura 152. Corte Transversal Tipo C Figura 151. Corte Transversal Tipo D2 Figura 153. Corte Transversal Tipo D Figura 154. Corte Transversal Tipo E

4 2.5 6 2.5 4 4 2.5 6-7 4 6 2.5 4

19-20m 29-30
4 2.5 6 6 2.5 4 4 2.5 6 2.5 4 4 2.5 6-7 4 6 2.5 4
4 2.5 6 2.5 4
25
19-20m 29-30
19

BUS BUS
BUS BUS
202 | Mobilidade Mobilidade | 203

6.5.3.6. Tipo F: Rua de Acesso de sentido único, com estacionamento de 6.5.3.7. Tipo G: Sub-arterial - Estes tipos de estrada deverão ser usados G1 é composto por uma estrada de recomendada em volta da marinha, não
rua de um lado, protegendo uma ciclovia na Esplanada ao longo de toda a frente-do-mar, a partir da sentido único de duas faixas, com um inclui a faixa de estacionamento.
TEstes tipos de estrada constituem a maior secção F2. Praça dos Trabalhadores na Baixa Central grande passeio e uma ciclovia no lado do
parte da rede de ruas nas novas áreas até Escola Náutica na Baixa Este. mar, e estacionamento de rua do outro
residenciais e turísticas. Elas irão fornecer lado. A Secção transversal G2, que é a
um nível de capacidade suficiente para
servir a área, mas sua principal função é Figura 156. Corte Transversal Tipo G Figura 157. Corte Transversal Tipo G2
recolher o tráfego da zona para que ele
G2
possa passar para as estradas Arteriais e
Sub-arteriais.
F Essas ruas vão ser estradas F2 G1
Access street Access street with bycicle lane

Baixa
Baixa
Figura 155. Corte Transversal Tipo F (esquerda) e F2

Baixa
Baixa
5 5 2 2 2 1 6 2,5 3
3 2.5 3.5 1 2 2 4.5 5

28.5
24

3.5 4 5.5 3 3.5 4 2.5 2.8 3.2

16 16
2.5 2 2 1.8 2.5 1.2 1.2 1.8 1.5 2 2.5 1.8 1.2

12 12

204 | Mobilidade Mobilidade | 205

H5
Pedestrian access street with market and bike path
Secções transversais de ruas pedonais a ser compartilhada pelos carros (acesso 6.5.3.8. Tipo Z: quatro faixas, separadas por uma grande
são recomendadas na Rua do Bagamoyo restrito) e bicicletas, e grandes passeios. área protegida de 15 metros de largura,
e Avenida Fernão de Magalhães. Elas são Secção transversal H5 inclui, além disso, A Avenida Samora Machel terá um compartilhada por peões e bicicletas.
compostas por uma faixa estreita de estrada uma ciclovia separada. desenho exclusivo, a partir da Praça da Também serão colocados passeios de
Independência até a Avenida Mártires de cada lado da estrada.
1 Figura 158. Corte Transversal Tipo H H2 H3 Corte Transversal Tipo H (cont.) Inhaminga. É composto por uma estrada de
H4
edestrian with street market, emergency & delivery access Pedestrian with street market, emergency & delivery
Pedestrian with street access
market, emergency & delivery access Pedestrian with street market, emergency & delivery access

Z Figura 159. Corte Transversal Tipo Z


Samora Machel Ramblas Project
2.5 2 2 1.8 2.5 1.2 1.2 1.8 1.5 2 2.5 1.8 1.2 1.25 2 3 2 2.5 1.25 1.25 2 3 2.5 2 1.25 Prepared by Barcelona City Council July 20121
12 12 12 12

2.5 2.5 2 5 2 3.5 2.5

20

3 H4
edestrian with street market, emergency & delivery access Pedestrian with street market, emergency & delivery access

1.25 2 3 2 2.5 1.25 1.25 2 3 2.5 2 1.25

12 12
206 | Mobilidade Mobilidade | 207

6.5.3.9. Tipo J: a seguir e apresenta alternadamente


passeios pavimentados, espaços relvados
Um novo caminho pedestre será criado e arvoredos.
para ligar o elevador à Frente-do-mar. O
desenho proposto é conforme a figura
J

Figura 160. Corte Transversal Tipo J

6.5.4. Sistema de estariam dispostos a caminhar 15 minutos, 6.5.4.2. Demanda de Figura 161. Distribuição actual dos modos
estacionamento automóvel desde que possam deixar o carro em um estacionamento
local seguro e a caminhada até o seu
• A estratégia de estacionamento destino final seja agradável. A demanda por estacionamento foi
baseia-se em um sistema de parques estimada para a hora de ponta e para um
de estacionamento que permite A estratégia de estacionamento baseia- dia regular. A demanda por estacionamento
chegar a qualquer ponto da Baixa se na localização de estabelecimentos de foi expressa em termos de lugares-horas,
caminhando menos de 15 minutos. estacionamento rotativo de uma forma que que representam a soma do número total
a maioria dos lugares da Baixa possam de horas de trabalho vezes o número
• Os estabelecimentos de
ser alcançados caminhando menos de de lugares, e número de rotações, que
estacionamento compreendem
15 minutos. Os estabelecimentos de representa o número de veículos que
espaços comerciais e espaço público (ver Secção 6.5.1).
2.5 estacionamento fornecem mais de 7.000 estacionam em um lugar durante um único
na parte superior, e estão localizados
1 6 6 6 7 2.8 28.7 1

lugares e incluem espaço comercial. Os dia. É importante considerar esta dimensão 4. Foi aplicado um factor de ponta de
61
ao longo de eixos pedonais ou nos
terraços das estruturas desempenham de tempo para a estimativa da demanda e 20%.
nós de transporte público
uma segunda função como espaço da oferta.
• Os preços dos parques de público. Sempre que possível estarão
5. A pesquisa para determinar as
estacionamento devem incentivar que viagens existentes por finalidade foi
nas proximidades se não ao longo de Hora de ponta
se deixe os veículos em instalações realizada pela JICA em 2013 (veja
eixos pedonais que os conectam com os
multimodais mais afastadas do a Figura 161). De acordo com o
principais pontos de interesse da Baixa. A estimativa da demanda de estacionamento
centro. artigo 36 do PEUMM, todos os novos
na hora de ponta foi feita da seguinte forma:
edifícios comerciais, de escritórios e
Estas estruturas são adequadas para 1. O número total de viagens na Baixa,
6.5.4.1. Abordagem residenciais devem fornecer o espaço
contratos de concessão com um operador em 2013, foi de 3.196.900. de estacionamento necessário para
do sector privado. Ao elaborar o plano de
A equipa realizou numerosos grupos 2. Destas viagens, apenas 10,2% seus usuários. Assim, considerou-se
negócios, é recomendável que o sistema
focais, com participantes de todas as são realizadas por automóveis que todas as viagens para casa, o
seja projectado com um regime de preços
idades e grupos sociais, sobre o tema particulares trabalho e lojas foram supridas pelos
que incentiva os usuários a deixar os
do congestionamento e uso de veículos estacionamentos internos destes
veículos em instalações mais afastadas do 3. O número de viagens de carro
particulares. edifícios. A demanda por parques de
centro. geradas pela implementação do PPU
Houve um forte consenso entre os estacionamento rotativo foi, então,
é estimado em 25.214 novos carros considerada como sendo composta
utilizadores de veículos particulares de que
208 | Mobilidade Mobilidade | 209

Figura 162. Sistema de estacionamento “caminhada de 15 minutos”

apenas de viagens a escola, viagens Figura 163. Trajectos existentes por Tabela 27. Estimativa da demanda por Demanda diária 6.5.4.3. Oferta de estacionamento
de negócios e viagens “privadas”. finalidade (Fonte: JICA, 2013) estacionamento a hora de ponta
Viagens para lojas não estavam A estimativa da demanda ao longo de um dia O PPU irá criar os seguintes espaços de
representados nesta pesquisa, Número de viagens por dia inteiro foi realizada de forma semelhante, estacionamento:
3,836,280
portanto, um valor prudente de 5% na área de estudo: mas a demanda foi estimada em termos do • Estacionamento na rua: A nova
foi deduzido deste montante. Por fim, número de rotações de lugar. disposição das ruas incluirá 24.000
Repartição modal
o valor total foi dividido por dois uma metros lineares de lugares de
(consideramos só os carros 391,301
vez que estacionamento “rotativo” O método é resumido abaixo: estacionamento linear e 4.000 metros
privadas: 10,2%)
representam viagens que são por lineares de lugares de estacionamento
definição viagens de ida e volta. Viagens de carro adicionais
25,214 de 45°. Isso representa 6.400 lugares
Portanto 13,05% do número total de gerados pelo PPU
Tabela 28. Estimativa da demanda diária de estacionamento. De acordo com a
viagens de carro durante a hora de Total diário de viagens por por estacionamento Pesquisa da JICA, a taxa de rotação
416,515
ponta foi levado em consideração carros foi de 2,2 veículos por dia.
para o estacionamento rotativo. Hora de ponta (20% do Número de viagens por dia
3,196,900 • P
arques de estacionamento:
83,303
6. De acordo com a pesquisa da JICA, tráfego diário) na área de estudo: A Baixa actualmente contém um
cerca de 17% da demanda de Demanda por lugares de Repartição modal parque de estacionamento, operado
estacionamento é para menos de 30 estacionamento (13,05% 10,871 (consideramos só os carros 391,301 pela empresa privada Intermesch.
minutos. Por conseguinte, considerou- de viagens de carro) privadas: 10,2%) É composto de 202 lugares de
se que 17% dos veículos poderia usar estacionamento. Além disso, o
Demanda por Viagens de carro adicionais
o mesmo espaço de estacionamento 25,214 PPU inclui os seguintes parques de
estacionamento (lugares- 9,947 gerados pelo PPU
durante a hora de ponta. A demanda estacionamento adicionais:
horas) Total diário de viagens por
de estacionamento em termos de 416,515
lugares-horas foi, portanto, estimada carros
em 10.273 lugares-horas. Número de rotações
necessárias (13,05% das 54,355
viagens de carro)
210 | Mobilidade Mobilidade | 211

Tabela 29. Parques de estacionamento • Parque de estacionamento da Tabela 30. Lugares de estacionamento Tabela 31. Demanda vs. oferta do estacionamento 6.5.4.4. Conclusões
adicionais não nas bermas das estradas Intermodal: Além disso, a estação adicionais dentro de novas parcelas
intermodal irá fornecer 941 lugares Hora de ponta Diária Portanto o número de lugares incluídos
Número do Área útil Lugares Uso do Solo Número de lugares
adicionais para a Baixa Oeste. Lugares de Rotação Lugares de no PPU atende a demanda com uma
bloco Residencial 8,534
Embora será dada a prioridade estacionamento estacionamento margem segura. No entanto, recomenda-
4 39,892 1,516 aos utilizadores da estação, estes Escritórios 7,051 se que se estenda o esquema de
Estacionamento de 6,400 2.2 14,080.0
35 13,040 496 lugares podem ser utilizados Comercial 4,138 rua estacionamento rotativo para aumentar
37 17,872 679 como os restantes parques de Zona para a oferta de estacionamento. De
Estacionamento 1,329 4.12 5,475.5
estacionamento durante a hora de Equipamento 405 importância fundamental será fazer
39 37,968 1,443 Rotativo Actual
ponta. Público cumprir adequadamente a estratégia
49 7,158 272 Parques de 6,273 10 62,730.0 de estacionamento, para assegurar
• Os parques de estacionamento Total 20,128 estacionamento
91 7,812 297 uma utilização eficiente dos espaços de
para as parcelas residenciais,
94 35,990 1,368 Total 14,002 82,285 estacionamento disponíveis. Os principais
comerciais e de escritório: Em
Demanda 9.947 Demanda 54,355 desafios são:
Total 159,732 6,071 conformidade com o artigo 36
do PEUMM, a partir de 2012 os Margem 29% Margem 34%
De acordo com a Pesquisa da JICA, os • Incentivar estacionamento de curta
novos edifícios têm de incluir um
parques de estacionamento registaram duração (menos de duas horas),
número pré-definido de lugares
uma taxa de rotação de 10 usuários por que representam mais da metade da
de estacionamento. Estes lugares
lugar por dia. demanda
só estarão disponíveis para os
• Estacionamento Rotativo: Além residentes / clientes / funcionários, • Penalizar estadias de longa duração
disso, a Baixa inclui 1.329 lugares mas vai aliviar significativamente (mais de 7 horas), que representam
de estacionamento que operam sob o fardo sobre o estacionamento apenas 14% da demanda actual, mas
o regime estacionamento rotativo. de rua. O número de lugares 40% da ocupação de lugares-horas.
De acordo com a Pesquisa da JICA, de estacionamento adicionais • Prevenir o estacionamento ilegal nos
o estacionamento rotativo tem uma construído segundo o PPU é o passeios
taxa de rotação de 4,12 veículos por seguinte: • Prevenir a fuga às tarifas nos parques
dia. de estacionamento para atrair
investidores
7
Infraestrutura Pública | 213

7. Infraestrutura Pública

Infraestrutura 7. 1. Abordagem geral O estudo foi realizado como uma análise de que ser adoptados, que são claramente As superfícies de piso para cada quarteirão,

Pública
lacunas (‘gap analyses’), como se segue: identificados nesta secção. Como por tipo de uso de terra são recapituladas
O plano proposto envolve a criação de 1. Estimativa da procura em termos de mencionado acima, o estado da infra- na Tabela 33 na página seguinte. Um mapa
novos escritórios, áreas comerciais e água, energia eléctrica, drenagem e estrutura existente, quando reutilizado, não dos quarteirões é apresentado no Mapa
residenciais na área da Baixa, o que vai esgotos após a plena execução do foi tomado em consideração para a sua Técnico O-01e.
multiplicar por 5 o número de residentes na PPU ao nível do quarteirão capacidade. Por isso, uma previsão para
Baixa, e aumentar o número de habitantes 2. Dimensionamento da principal rede a reabilitação de tubagem existente foi 7.1.1.1. Abastecimento de água
até 100,00 durante o horário de trabalho. para cada infra-estrutura, de acordo incluída na estimativa de orçamento final.
Isto irá aumentar nas mesmas proporções com essa demanda Para o abastecimento de água, a demanda
a tensão sobre os sistemas de infra- 3. Com base no diagnóstico da infra- 7.1.1. Estimativa da demanda total em L/dia foi calculado para cada
estruturas e de serviços públicos existentes, estrutura existente (ver Relatório de quarteirão, acrescentando a demanda
que deverão ser desenvolvidas em paralelo Avaliação), identificação dos ramais O primeiro passo do estudo foi de estimar a diária para cada tipo de uso da terra
com a execução do plano existentes da rede que podem ser procura de electricidade e de água e o fluxo (residencial, escritórios e comercial) com
mantidos (independentemente da sua de águas residuais gerado pelo aumento da base na Tabela 32 - taxas unitárias. Um
Esta secção concentra-se na infra-estrutura condição) população de Baixa. Isso foi feito no nível do fluxo diário em L/s foi então calculado para
relacionada com o abastecimento de 4. Projecto conceitual da rede principal quarteirão, estimando uma taxa unitária por projectar o tamanho do tubo (Veja a tabela
água, rede de esgotos, fornecimento de final, incluindo novos tubos/cabos tipo de utilização (escritório, comercial ou de cálculo no mapa técnico mapa O-04c).
energia e de drenagem de águas pluviais. 5. Nesta fase da análise, apenas as redes residencial), que foi aplicado a quantidades
O desenvolvimento de outros serviços principais foram consideradas. Além (metros quadrados, número de moradores)
públicos, como recolha de lixo, serviços disso, assumiu-se que a conexão com extraído do PPU.
de correios e telecomunicações será edifícios individuais será suportada
resumidamente abordado na secção pelos desenvolvedores privados, ou As taxas unitárias consideradas para o
de implementação, mas ele terá de ser pelo município para a construção estudo são apresentadas na Tabela 32.
aprofundado num estudo separado. pública, mas sob um orçamento Eles foram preparados utilizando normas e
O consultor está ciente de que a rede diferente. padrões moçambicanos. Para os aspectos
de abastecimento de gás está sendo não abrangidos por normas moçambicanas
implementado em Maputo, mas não É de notar que a informação que foi foram usados normas e padrões Sul-
se espera um impacto deste sobre os disponibilizada para o estudo nem sempre Africanos.
pressupostos referente ao consumo de foi completa e, por vezes, não actualizada.
energia eléctrica. Portanto alguns pressupostos tiveram
214 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 215

Tabela 32. Estimativa da demanda por infra-estrutura – Taxas Unitárias Tabela 33. Superfície do edifício no quarteirão por uso do solo

Uso do Solo Estimativa das necessidades Consumo QUART TOTAL Residencial Escritórios Comercial 019 26,226 80% 20,981 10% 2,623 10% 2,623
Fluxo Consumo de EIRÃO AREA
Superfície Ocupação diário de % Área % Área % Área 020 9,350 30% 2,805 60% 5,610 10% 935
diário de esgotos Electricidade ÚTIL (m2
Unidade Método de cálculo Unidade Método de cálculo água Útil Útil Útil 021 34,540 80% 27,632 10% 3,454 10% 3,454
edifica
Habitação 350L por 70L por residente de baixa renda, 1.125 kWh/ 022 25,145 80% 20,116 10% 2,515 10% 2,515
Residencial 100 m2 por habitação Residente 4 habitantes por habitação dos )
(casa) habitação 160L por residente de alta renda habitação 023 11,471 80% 9,177 10% 1,147 10% 1,147
Comercial m2 Superfície do mapa Vendedor 1 vendedor por 18 m2 15L por m2 40L por vendedor 3.460 kWh/100 m2 001 27,868 30% 8,360 60% 16,721 10% 2,787 024 15,790 80% 12,632 10% 1,579 10% 1,579
Escritórios m2 Superfície do mapa Funcionário 1 funcionário por 18 m2 10L por m2 140L por funcionário 190 kWh/m2 002 57,372 0% 0 60% 34,423 40% 22,949 025 21,890 80% 17,512 10% 2,189 10% 2,189
Serviços públicos m2 Superfície do mapa Funcionário 1 funcionário por 18 m2 10L por m2 140L por funcionário Como acima 003 165,882 30% 49,765 60% 99,529 10% 16,588 026 20,352 60% 12,211 30% 6,106 10% 2,035
Parques / Áreas verdes m2 Superfície do mapa N/A N/A 10kL por ha N/A N/A 004 39,892 0% 0 0% 0 5% 1,995 027 43,168 30% 12,950 60% 25,901 10% 4,317
* Fonte: SANS 10400-XA-2011, Table 3, zone 5 (sub-tropical coastal) 005 8,070 80% 6,456 10% 807 10% 807 028 12,691 30% 3,807 60% 7,615 10% 1,269
006 13,320 80% 10,656 10% 1,332 10% 1,332 029 22,748 60% 13,649 30% 6,824 10% 2,275
7.1.1.2. Saneamento Recomenda-se um sistema de separação 007 13,255 80% 10,604 10% 1,326 10% 1,326 030 34,566 60% 20,740 30% 10,370 10% 3,457
Para esgotos, para cada quarteirão foi convencional, com uma rede diferente para 008 4,210 80% 3,368 10% 421 10% 421 031 37,247 60% 22,348 30% 11,174 10% 3,725
O limite de captação, que define a área calculada, da mesma forma, um fluxo águas pluviais. Assume-se que todos os
009 9,955 80% 7,964 10% 996 10% 996 032 24,437 60% 14,662 30% 7,331 10% 2,444
a ser coberta pelo sistema proposto, é diário de esgoto, adicionando o fluxo diário edifícios existentes que tenham actualmente
para cada tipo de uso da terra com base 010 50,955 80% 40,764 10% 5,096 10% 5,096 033 46,584 30% 13,975 60% 27,951 10% 4,658
maior do que a área do projecto devido à infra-estruturas de saneamento constituídas
topografia da Baixa. A principal linha de na Tabela 32 - taxas unitárias. A média principalmente por fossas sépticas serão 011 45,885 80% 36,708 10% 4,589 10% 4,589 034 62,329 30% 18,699 60% 37,397 10% 6,233
divisão parece realmente estar junto da de fluxo no tempo seco ADWF) e o Pico conectados à nova rede. 012 18,416 80% 14,733 10% 1,842 10% 1,842 035 13,040 0% 0 0% 0 5% 652
Avenida Eduardo Mondlane. No entanto, de fluxo no tempo seco (PDWF) foram Com N: número de população/empregados 036 37,012 60% 22,207 30% 11,104 10% 3,701
013 29,916 80% 23,933 10% 2,992 10% 2,992
dado o âmbito e objectivos do estudo, que calculadas para cada uso do solo, usando
014 59,068 0% 0 60% 35,441 40% 23,627 037 17,872 0% 0 0% 0 5% 894
é de estimar o investimento necessário em a fórmula Harmon. O PDWF total utilizado para dimensionar 7.1.1.3. Energia
termos de infra-estruturas resultante do os tubos foi então calculado por simples 015 21,396 0% 0 0% 0 0% 0 038 40,464 60% 24,278 30% 12,139 10% 4,046
desenvolvimento da Baixa, somente a área adição do PDWF de cada tipo de uso da No caso da electricidade, um uso total 016 39,474 0% 0 0% 0 0% 0 039 37,968 0% 0 0% 0 5% 1,898
do projecto foi considerado para realizar terra em cada quarteirão. de energia por quarteirão foi calculado 040 41,379 30% 12,414 40% 16,552 30% 12,414
017 10,475 80% 8,380 10% 1,048 10% 1,048
a análise de lacunas. Uma análise mais somando o consumo de energia para cada
018 11,765 80% 9,412 10% 1,177 10% 1,177 041 17,839 30% 5,352 40% 7,136 30% 5,352
ampla, à escala da cidade, será necessária tipo de uso do solo, com base na Tabela
num estágio posterior. 32 - taxas unitárias.
216 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 217

Superfície do edifício no quarteirão por uso do solo (Cont.) Superfície do edifício no quarteirão por uso do solo (Cont.)

042 51,269 30% 15,381 40% 20,508 30% 15,381 069 15,051 30% 4,515 40% 6,020 30% 4,515 100 46,380 30% 13,914 60% 27,828 10% 4,638 A08 11,076 70% 7,753 0% 0 30% 3,323
043 1,166 30% 350 40% 466 30% 350 070 6,431 30% 1,929 40% 2,572 30% 1,929 101 59,908 30% 17,972 60% 35,945 10% 5,991 A09 7,400 70% 5,180 0% 0 30% 2,220
044 1,834 0% 0 0% 0 0% 0 071 13,306 30% 3,992 40% 5,322 30% 3,992 102 92,885 30% 27,866 60% 55,731 10% 9,289 A10 25,360 70% 17,752 0% 0 30% 7,608
045 15,976 30% 4,793 40% 6,391 30% 4,793 072 143,264 30% 42,979 40% 57,306 30% 42,979 103 55,696 30% 16,709 60% 33,418 10% 5,570 ÁREA DA MARINHA
046 28,055 30% 8,416 40% 11,222 30% 8,416 073 7,462 0% 0 0% 0 0% 0 104 57,372 30% 17,212 60% 34,423 10% 5,737 B01 1,600 0% 0 0% 0 0% 0
047 39,005 30% 11,701 40% 15,602 30% 11,701 074 8,078 0% 0 0% 0 0% 0 105 57,132 30% 17,140 60% 34,279 10% 5,713 B02 11,793 0% 0 0% 0 0% 0
048 42,446 0% 0 60% 25,468 40% 16,978 075 1,776 0% 0 0% 0 0% 0 106 210,261 30% 63,078 60% 126,157 10% 21,026 B03 2,858 30% 857 40% 1,143 30% 857
049 7,158 0% 0 0% 0 5% 358 076 14,144 80% 11,315 10% 1,414 10% 1,414 107 80,189 30% 24,057 60% 48,113 10% 8,019 B04 29,524 70% 20,667 0% 0 30% 8,857
050 61,607 30% 18,482 40% 24,643 30% 18,482 078 13,466 80% 10,773 10% 1,347 10% 1,347 108 18,399 30% 5,520 60% 11,040 10% 1,840 B05 11,420 0% 0 0% 0 5% 571
051 42,332 30% 12,700 40% 16,933 30% 12,700 079 6,052 80% 4,842 10% 605 10% 605 109 62,208 30% 18,663 60% 37,325 10% 6,221 B06 3,403 70% 2,382 0% 0 30% 1,021
052 42,477 30% 12,743 40% 16,991 30% 12,743 080 26,724 0% 0 0% 0 0% 0 110 7,415 80% 5,932 10% 742 10% 742 B07 11,473 70% 8,031 0% 0 30% 3,442
053 13,937 30% 4,181 40% 5,575 30% 4,181 081 354 0% 0 0% 0 0% 0 111 7,660 80% 6,128 10% 766 10% 766 B08 4,231 0% 0 0% 0 0% 0
054 11,562 30% 3,469 40% 4,625 30% 3,469 082 3,615 0% 0 0% 0 0% 0 112 9,400 80% 7,520 10% 940 10% 940 ÁREA DA CONSTELLATION
055 27,807 30% 8,342 40% 11,123 30% 8,342 083 29,450 30% 8,835 60% 17,670 10% 2,945 113 10,094 80% 8,076 10% 1,009 10% 1,009 C01 29,397 30% 8,819 60% 17,638 10% 2,940
056 31,676 30% 9,503 40% 12,670 30% 9,503 084 122,702 30% 36,811 60% 73,621 10% 12,270 114 5,473 80% 4,379 10% 547 10% 547 C02 19,752 30% 5,926 60% 11,851 10% 1,975
057 21,059 30% 6,318 40% 8,424 30% 6,318 085 20,475 30% 6,143 60% 12,285 10% 2,048 115 8,159 80% 6,527 10% 816 10% 816 C03 11,303 30% 3,391 60% 6,782 10% 1,130
058 28,222 30% 8,466 40% 11,289 30% 8,466 089 55,016 30% 16,505 60% 33,009 10% 5,502 116 8,966 80% 7,172 10% 897 10% 897 C04 37,458 30% 11,237 60% 22,475 10% 3,746
059 29,454 30% 8,836 40% 11,782 30% 8,836 090 160,221 30% 48,066 60% 96,132 10% 16,022 117 19,250 80% 15,400 10% 1,925 10% 1,925 C05 34,104 30% 10,231 60% 20,462 10% 3,410
060 7,565 30% 2,270 40% 3,026 30% 2,270 091 7,812 0% 0 0% 0 5% 391 118 7,835 0% 0 0% 0 0% 0 C06 99,643 30% 29,893 60% 59,786 10% 9,964
061 5,160 30% 1,548 40% 2,064 30% 1,548 092 12,576 0% 0 0% 0 0% 0 ÁREA DO PORTO DE MAPUTO
062 115,983 30% 34,795 40% 46,393 30% 34,795 093 163,987 30% 49,196 60% 98,392 10% 16,399 A01 10,625 0% 0 0% 0 0% 0
063 9,891 0% 0 0% 0 0% 0 094 35,990 0% 0 0% 0 5% 1,800 A02 56,833 0% 0 0% 0 0% 0
064 3,136 0% 0 0% 0 0% 0 095 48,383 0% 0 60% 29,030 40% 19,353 A03 19,642 70% 13,749 0% 0 30% 5,893
065 11,746 30% 3,524 40% 4,698 30% 3,524 096 5,348 0% 0 0% 0 0% 0 A04 38,394 70% 26,876 0% 0 30% 11,518
066 24,295 30% 7,289 40% 9,718 30% 7,289 097 8,916 0% 0 0% 0 0% 0 A05 17,542 70% 12,279 0% 0 30% 5,263
067 40,675 30% 12,203 40% 16,270 30% 12,203 098 61,502 0% 0 0% 0 0% 0 A06 31,216 70% 21,851 0% 0 30% 9,365
068 13,280 30% 3,984 40% 5,312 30% 3,984 099 31,750 30% 9,525 60% 19,050 10% 3,175 A07 18,460 70% 12,922 0% 0 30% 5,538
218 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 219

7.1.2. Nível de serviços A rede de abastecimento de água principal Deste total, considerou-se que a seguinte É de notar que, considerando o Figura 164. Rede de abastecimento de água necessária após implementação do PPU – mapa
requerido total necessário em 2035 será de 15.105 quantidade da rede existente poderia ser desenvolvimento actual e potencial do uso sinóptico
metros lineares, composta da seguinte reutilizado: da terra na limite a leste e oeste da área (ao
7.1.2.1. Abastecimento de Água forma (ver também Mapa Técnico O-04c e longo da Avenida 25 de Setembro), uma
Figura 164): Tabela 35. Comprimento total da rede de extensão da rede para além da rotunda
O projecto de rede de abastecimento de abastecimento de água existente reutilizada localizada no final da avenida deve ser
água foi feito seguindo os padrões sul- considerado como parte de um plano maior
Tabela 34. Comprimento total da rede
africanos SANS 10252-1:2012: Tamanho do tubo Comprimento de desenvolvimento de infra-estrutura.
principal de abastecimento de água
• Projecto de pressão estática em (mm) total (m)
qualquer terminal de encaixe Para permitir flexibilidade futura do
Tamanho do tubo Comprimento 100 Ø 2,945.92
diferente de um carretel de mangueira abastecimento de água, mesmo em
(mm) total (m) 150 Ø 463.34 caso do encerramento do Centro de
de incêndio de hidrante não deve
exceder 600 kPa, 100 Ø 2,945.92 250 Ø 723.58 Distribuição no Bairro de Alto-Maé, um
150 Ø 1,714.84 300 Ø 783.14 ponto de abastecimento alternativo deve
• A velocidade do fluxo de água em
ser considerado para permitir redundância.
qualquer tubo não deve ultrapassar 225 Ø 8,937.42 Total 4,915.98
A oferta alternativa deve ser baseada no
3,0 m/s (para a rede principal), e deve 250 Ø 723.58 Centro de Distribuição de Maxaquene,
ser superior a 0,6 m/s,
300 Ø 783.14 Por isso, somente a seguinte quantidade de localizada na Avenida Ahmed Sekou Toure.
• Para a instalação de incêndio: Uma tubagem nova será necessária:
Total 15,104.90
pressão de fluxo de pelo menos
300kPa e uma taxa de fluxo de pelo
menos: Tabela 36. Comprimento total da nova rede
de abastecimento de água
»» 30 L/min por rolo de mangueira
»» 1.200 L/min por hidrante
Tamanho do tubo Comprimento
(mm) total (m)
O declive foi dado para cada linha pelo mapa
150 Ø 1,251.60
geotécnico da Baixa (Ver mapa técnico
I-05). A rede foi projectada para PVC-U 225 Ø 8937.42
tubos classe 4, e por isso, a velocidade está Total 10,189.02
conforme a Figura I.4 da norma.
220 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 221

7.1.2.2. Sistema de esgotos Maputo já tem uma estação de tratamento Figura 165. Rede de esgotos necessária após implementação do PPU – mapa sinóptico 7.1.2.3. Fornecimento de energia 7.1.2.4. Drenagem de águas pluviais Figura 166. Rede eléctrica necessária após implementação do PPU – mapa sinóptico
de esgotos localizada a cerca de 5 km
O projecto da rede de esgotos foi feito da Baixa, que não está operando na sua A totalidade da rede principal de O projecto do sistema de drenagem das
seguindo as normas sul-africanas SABS capacidade máxima. Portanto, recomenda- fornecimento de energia seria composta da águas pluviais foi feito com base nos
0252-2, com o método racional. se conectar a esta estação, em vez seguinte forma (ver também Mapa Técnico seguintes documentos:
de construir uma nova instalação de O-04E e Figura 166): • Mapa topográfico, incluindo a rede de
A rede principal total de esgotos seria tratamento. drenagem de águas pluviais
Tabela 38. Comprimento total da rede
de 7.462 metros lineares, composta da
eléctrica necessária • Anexo 11 do “Regulamento dos
seguinte forma (ver também Mapa Técnico Tendo em conta os dados disponíveis,
Sistemas Públicos de Distribuição
O-04D e Figura 165): nenhuma rede existente poderá ser
Agua e de Drenagem de Águas
reutilizada no seu estado actual. Tipo de cabo Comprimento
Residuais””
Tabela 37. Comprimento total da rede total (m)
principal de esgotos necessária Além disso, seis estações elevatórias serão Linha HV 5,141.44
De acordo com o anexo 11, os seguintes
necessárias para aumentar o fluxo de
Linha LV 6,810.85 pressupostos foram usados:
esgotos do Baixa Este até à Baixa Oeste,
Tamanho do tubo Comprimento • Período de retorno de 20 anos (Q20)
em direcção à estação de tratamento
(mm) total (m)
existente. • Intensidade de 40mins
100 Ø 136.85
As subestações existentes foram • Coeficiente de escoamento de 0,95
300 Ø 245.75 consideradas suficientes e podem ser (que é uma hipótese conservadora
400 Ø 1,723.1 reutilizadas. Por outro lado, considerando para o tipo de pavimento de concreto
500 Ø 522.97 a informação disponível, recomenda-se a da área)
reabilitação de toda a rede, especialmente
600 Ø 400.28
para fornecer energia para a iluminação Cinco áreas de captação foram
800 Ø 846.08 das ruas. identificadas, demonstrado a seguir (ver
900 Ø 2,703.68 também Mapa Técnico O-04F):
1,100 Ø 883.74
Total 7,462.45 A projectada intensidade da chuva e a
projecção da taxa ‘pico’ de escoamento de
águas pluviais, foram calculadas para cada
222 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 223

bacia hidrográfica, utilizando o método Com base nestes dados, uma rede de Figura 167. Zonas de captação As quantidades indicadas são apenas Tabela 40. Comprimento total da rede de Figura 168. Rede de drenagem necessária – mapa sinóptico
racional. drenos foi concebido para canalizar toda estimativos altos e devem ser confirmadas drenagem
a água da chuva para o mar. O mesmo durante as fases reais de implementação.
método que foi utilizado para a projecção Para a recolha de águas pluviais sob a Estrutura da tubagem Compr
de tubos de abastecimento de água e ponte, recomenda-se uma linha de dreno imento
de saneamento foi então aplicado para aberto, trapezoidal de betão. (m)
Com: determinar o tamanho da rede de drenagem
1x1800mmx1800mmRCBC 875.38
C = 0,0028 de águas pluviais. A rede de drenagem total teria assim a
I = intensidade da chuva seguinte composição: 3x1800mmx1800mmRCBC 227.17
A = área de captação (ha) x coeficiente de A estrutura de tubos foi de betão armado,
4x1800mmx1800mmRCBC 1,153.85
escoamento mas em vez desta recomenda-se Galerias
de Drenagem de Betão Armado Caixa 6x1800mmx1800mmRCBC 481.02
Os resultados estão resumidos na tabela (RCBC), pelas seguintes razões:
1x1500mmx1500mmRCBC 3,048.44
abaixo: • Eles têm uma área maior de fluxo
3x1500mmx1500mmRCBC 468.24
Tabela 39. Comprimento total da rede • E
les precisam de menos largura
eléctrica necessária transversal para a instalação 3x1500mmx1800mmRCBC 1,379.81
• Eles não necessitam de uma 4x1500mmx1800mmRCBC 421.32
Taxa cobertura tão grosso como tubos
Inten- de concreto. Tendo em conta a Dreno Trapezoidal Aberto
máxima 722.37
Super sidade distância a cobrir e o nivelamento do Alinhado
de escoa-
Nr. fície pluvio- terreno, uma tal solução evita a cavar
mento de Total 8,777.60
(ha) métrica muito fundo para obter as pistas
superfície
(mm/hr) necessárias.
(m3/s)
1 182.45 104.80 50.85
2 108.97 104.80 30.37
3 109.37 104.80 30.48
4 25.08 104.80 6.99
5 109.45 104.80 30.50
224 | Infraestrutura Pública Infraestrutura Pública | 225

O sistema de drenagem principal está • Para resistir ao efeito de maré, as água para escoar de 1,6 m3/s, Figura 169. Exemplo de válvulas de maré
representado na figura abaixo. Detalhes do galerias de drenagem devem ser ou seja, por uma tempestade de (fonte: tideflex)
tamanho dos drenos são apresentados no equipados com válvulas de maré 40 minutos, mais de 3.800 metros
mapa técnico O-04f. onde eles descarregam no rio Maputo. cúbicos que seriam absorvidos
As válvulas protegem emissários pelo solo.
de águas pluviais de sobretaxas ao • Topografia: Enquanto existam
7.1.2.5. Infra-estruturas adicionais fornecer uma prevenção de refluxo de num ambiente urbano várias
contra inundações confiança e maximiza a capacidade constrangimentos para corrigir
de armazenamento de a montante. a inclinação de estradas para
A inundação é uma questão importante em • Aumento de superfícies permeáveis: melhorar a drenagem das águas
Maputo e paralisa a cidade durante dias Conforme mencionado anteriormente, pluviais, a implementação do PPU
quando ocorrem fortes chuvas e marés o plano prevê o aumento de áreas irá proporcionar oportunidades para
altas. Na escala da PPU da Baixa, não verdes de 4,79% da superfície total o fazer quando quarteirões inteiros
será possível aplicar grandes medidas da cidade actualmente, para mais de serão demolidos. Isto terá de ser
estruturais de mitigação, como por exemplo, 14% em dez anos. Isso está previsto seguido atentamente na fase de
barragens ou lagoas de retenção. Estes através de um conjunto de soluções, Plano de Pormenor.
devem ser objecto de um plano director que incluindo:
abrange todo o estuário do Rio Maputo, a
»» A construção de uma faixa verde
fim de tomar em consideração o impacto de
de 10 metros de largura ao longo
todas as áreas de captação e o efeito da
de toda a extensão da orla,
maré
para um total de 23.000 metros
Por isso, o PPU focou em soluções
quadrados;
para melhorar o escoamento das águas
pluviais na área do projecto, bem como »» A vegetação do telhado de novos
na redução de escoamento de água. Além parques de estacionamento, que
da actualização do sistema de drenagem, representam um total de quase
que foi projectado com base nas condições 54 mil metros quadrados;
meteorológicas locais em Maputo, »» Somente a implementação destas
recomenda-se o seguinte: duas medidas, por exemplo,
representam uma redução de
8
Estimativa do Custo do Projecto | 227

8. Estimativa do Custo do Projecto

Estimativa 8. 1. Geral »» Inquéritos técnicos (topografia, (Fonte: Instituto Nacional de Estatística,

do Custo
8.1.2. Isenção de geotécnica, investigação de portal de dados):
8.1.1. Objectivo Responsabilidade solos)
Tabela 41. CPI - Cidade de Maputo (fonte:
»» Plano preliminar;
Até o momento, não há investigações Instituto Nacional de Estatistica)
Nesta secção, apresenta-se o total »» Plano pormenorizado;
preliminar dos custos do investimento para suficientes, nem um plano básico disponível
para uma estimativa dos custos baseada »» Preparação para
a implementação do plano de urbanização Data CPI Aumentos até
assistência documental e de

do Projecto
parcial da baixa. Para o efeito, a estimativa em números acurados. Deste modo, é-nos Agosto de 2014
impossível ter a precisão do custo de todo o aprovisionamento
baseia-se: (i) na informação recolhida Agosto
ao longo de estudos; (ii) na informação projecto. Assim, a abordagem era estimar, »» Supervisão de obras e gestão de 81.21 28.9%
2008
recolhida a partir de projectos afins e na em conformidade com os preços aplicados projecto
Agosto
genérica documentação disponível na para as infra-estruturas acima citadas, um 104.81 6.4%
2012
internet; (iii) na informação complementar custo para cada infra-estrutura construída. 8.2.2. Obras de construção
Agosto
fornecida por empreiteiros internacionais 111.49 -
Os custos de construção baseam-se 2014
em Moçambique; e (iv) nas discussões
levadas a cabo durante os encontros de 8. 2. Pressupostos e principalmente nos seguintes documentos:
coordenação entre os intervenientes do hipóteses • Africa, Property & Construction
A partir disto, preparou-se a seguinte lista
presente estudo. Handbook 2012, Davis Langdon,
2012 de custos unitários:
8.2.1. Inquéritos e serviços de
Esta secção tem como objectivo, fornecer consultoria • Unit Costs of Infrastructure Projects
ao sector público o valor total dos custos in Sub-Saharan Africa, Africa
do investimento para a implementação do De modo a estimar-se o custo dos estudos, Infrastructure Country Diagnostic,
PPU, de modo a que este sirva de base foram formulados os seguintes preceitos: Africon, June 2008.
para a análise financeira.
• 3 Planos de Pormenor, conforme • Mozambique Property Market 2014,
indicado no PPU, a 2 milhões de Primeyield, 2014
Os preços são apresentados em dólares
dólares cada um;
americanos (USD), baseando-se nas
• Honorários de consultoria: 4% da Em 2014, procedeu-se a actualização dos
seguintes taxas de câmbio:
totalidade dos custos de construção. custos de acordo com índice dos preços do
• 1 MZN = 0.033 USD
Estas honorários incluem: consumidor (CPI) para a cidade de Maputo
• 1 ZAR = 0.12 USD
228 | Estimativa do Custo do Projecto Estimativa do Custo do Projecto | 229

Móveis e equipamento afins 20% etc…). Em todo caso, o equipamento


(para sala, casa de banho, etc.): deverá ser especificamente concebido para
tal, facto que torna virtualmente impossível
Tabela 42. Lista de preços unitários de construção Estudos e contingências 20%
uma estimativa de custos baseada em
Custo 8.2.2.1. Novas construções quantidades. Consequentemente, uma
Renovação de Estradas (pavimentadas) 2 Faixa.km 180,898 Considerando os estudos e as
Item Unidade provisão de 5 milhões foi incluída no
2014 contingências como items separados, o
Reabilitação de Estradas (pavimentadas) 2 Faixa.km 454,518 As novas construções serão financiadas orçamento para este item.
Residencial total dos custos por metros quadrados foi
pelo CMM, como parte da implementação
Tubos – diâmetro pequeno 2 m 34 obtido multiplicando o custo de cada metro
do PPU: Instalações de comércio em espaço
Habitação de baixo custo 1 m2 434 quadrado da estrutura metálica por 1.6, isto
Tubos – diâmetro médio 2 m 186 aberto
Tabela 43. Superfície de novos edifícios a serem financiados pelo CMM é, 562 USD.
Prédios altos de apartamentos normais 1 m2 904
Tubos – alimentação 2 m 589 Como se fez anteriormente menção nos
Prédios altos de apartamentos de luxo 1 m2 1,426 Item Quantidade Item de Custo Elevador da Baixa Este
capítulos 4.5.2, arranjos específicos
Galerias de Drenagem de Betão Armado ml 2,000 Habitação de preços acessíveis 71,050 m2 Habitação de baixo custo
Comercial foram feitos para diferentes grupos de
Estação Intermodal* 18,668 m 2
Estrutura de aço, revestimento de aço O PPU não dá uma solução técnica particular
Dreno Trapezoidal Aberto Alinhado ml 1,300 comerciantes de rua. Veja a tabela seguinte:
Centro comercial 1 m2 1,224 e cobertura de chapas para este sistema (elevador, funicular,
Fontes – bombas eléctricas 2 Unidade 48,327 Escritórios Públicos 3,456 m2 Prédios altos de escritórios padrão
Escritório
Ligação ao serviço – tubo vertical 2 Unidade 363 Estruturas dos mercados 13,393 m 2
Estrutura de aço, revestimento de aço Tabela 44. Instalações de comércio em espaço aberto
Prédios altos de escritórios padrão 1 m2 936 e cobertura de chapas Mercados Área Quiosques (Est.)
Transmissão < 66kV 2 Linha.km 10,670
Prédios altos de escritórios de prestígio 1 m2 1,532 Elevador da Baixa Este 1 unit Estimativa do consultor Mercado da Ponte 32,520 2,168
Transmissão > 66kV 2 Linha.km 35,618
Parque de Estacionamento * para a estação intermodal, apenas a área de ocupação do solo foi considerada para estimar o custo de Restaurantes da frente-do-mar 5,734 382
construção
Subestação < 50MVA 2 Unidade 265,124 Mercado Turístico 4,000 267
Estacionamento nível térreo, incl. todo paisagismo 1 m2 61 Portanto, concluiu-se que, para a Estação Intermodal
Subestação > 50MVA 2 Unidade 88,767 Lojas dos parques de estacionamento 9,854 1,433
acessibilidade à habitação, 40% dos custos
Parque de estacionamento de múltiplos pisos 1 m2 755 Subtotal 52,108 4,250
Ligação ao serviço 2 Unidade 1,039 de construção serão responsabilizados Pra a estação intermodal, o total dos custos
Estrutura Metálica ao município, de modo a que o preço de por metros quadrados foi estimado a partir Ruas Metros Lineares Quiosques (Est.)
Ligação ao serviço – iluminação pública 2 Unidade 785 venda seja 40% abaixo do preço normal de da seguinte análise (Fonte: Bench-book for Waterfront promenade 1,652 207
Estrutura de aço, revestimento de aço e cobertura de chapas 1 m2 351 mercado para uma construção habitacional the design, construction and operation of
Iluminação pública 2 Unidade 2,278 Avenida Samora Machel 627 78
Outras Infra-estruturas similar. O restante do custo de construção intermodal stations in Ile de France, STP,
estaria à responsabilidade do promotor Rua Bagamoio / Timor Leste 1,041 521
1999):
1 Fonte: Africa, Property & Construction Handbook 2012, Davis Langdon, 2012
Construção de Estradas (pavimentada) 2 Faixa.km 517,722 imobiliário. Rua Fernão de Magalhães 1,659 830
2 Fonte: Unit Costs of Infrastructure Projects in Sub-Saharan Africa, Africa Infrastructure Country Diagnostic, Infraestrutura: 50%
Africon, June 2008 Rua da Electricidade 173 43
Equipamento TI 10%
Subtotal 5,152 1,679
230 | Estimativa do Custo do Projecto Estimativa do Custo do Projecto | 231

Recomenda-se que todos os quiosques, ligação a corrente electrica, 8.2.2.2. Reabilitação das Estas quantidades eram usadas para Considerou-se que o CMM cobriria 100% O melhoramento de outros serviços, tais condição passível de manutenção
excepto os do mercado dos turistas, sejam contentores de lixo, etc.) infraestruturas em degradação estimar os custos na sua totalidade (tanto da reabilitação das infraestruturas públicas como recolha de lixo, foi também incluido adequada.
construídos por artífices locais. Para o • As restantes barracas não terão para o sector público como para o privado) herdadas, e 20% dos custos para a neste orçamento. Estes custos constituem
munincípio, o custo estimado foi de 500 nenhum tipo de proteção definitiva O PPU tem como um dos seus principais para melhorar o estado das infraestruturas. reabilitação de infraestruturas privadas no fundo um aumento nos custos recursivos, As quantidades foram extraídas da Planta
USD por quisque. objectivos, a preservação e a reabilitação Os custos unitários eram retirados igualmente herdadas, através de vários embora envolvam um investimento inicial de Rede Viária (mapa técnico nº O-04a),
Assim, o orçamento preliminar das das infraestruturas tidas como herança das discussões com os contratantes e esquemas tais como subsídios, créditos (ex.: em novos camiões). Com a maioria como se mostra a seguir:
Tendo em consideração as estruturas nacional. Tal facto inclui a reconstrução das economistas de construção em Maputo, e fiscais, etc. (ver próxima secção). destes serviços a ser oferecida pelo sector
instalações para o comércio em espaço
definitivas, formulou-se os seguintes ruinas, a reabilitação das infraestruturas em comparado aos custos reconhecidos em privado também, o investimento será, Tabela 48. Quantidade de obras de estrada
aberto foi estimado com base nas seguintes
pressupostos: quantidades: degradação, e a manutenção preventiva projectos similares em África: 8.2.2.3. Infraestruturas Públicas todavia, gerado directamente do CMM e
• As seguintes barracas das estruturas de longa data. será reembolsado pelo crescimento no Obra Compri-
compreenderão 4m2 de estrutura Para agir em conformidade com larga número de habitantes mento
Tabela 47. Custos unitários de reabilitação
metálica, incluindo, em cada uma Como parte deste estudo, com base na demanda na implementação do PPU, a (km)
de edifícios patrimoniais
delas, um painel solar de 150 watts vistoria, o estado de todas as infraestruturas actualização das infraestruturas públicas Estradas
Novas estradas 13.344
/ 1 m2: na Baixa da cidade foi registado nas estará a cargo do CMM.
Obra USD / m2 As obras relacionadas ao transporte foram Novos parques de 21.267
»» 50% de todas as barracas na seguintes categorias: bom, razoável,
degradado, em ruinas: Reconstrução de 1,085 Considerou-se as seguintes infraestruturas: categorizadas em três items principais: estacionamento (o mesmo
ponte do mercado
Tabela 45. Instalações de comércio em espaço aberto - quantidades e monumentos históricos em • Estradas e parques (inclui-se no outro custo que o das novas
• Novas estradas: a abertura de novas
»» 100% de todas as barracas nos preços unitários ruínas estradas)
item passeios pavimentados) estradas na cidade, incluindo as
restaurantes com vista para o mar
Item de Custo Unidade Custo Quan- Reabilitação de 543 obras de estabilização do solo. Novos Melhoramento de estradas 22.743
Tabela 46. Condição dos bens patrimoniais na Baixa • Fornecimento de água, saneamento,
»» 100% de todas as barracas nas monumentos degradados parques foram estimados como Manutenção preventiva 23.944
Unitário tidade sistema de drenagem.
• Para o Mercado turístico, uma vasta Condição Área Edificada (m2) (núcleo histórico) sendo novas faixas rodoviárias, facto
Novas Construções • Iluminação das vias públicas
estrutura metálica cubrirá os dois Reabilitação de 452 que é uma suposição conservadora
Edifícios Edifícios
quarteirões designados no mapa da Mercado Turístico (incl. m2 386 13,393 monumentos degradados
Privados Públicos Entretanto, não se levou em consideração • Evolução / melhoramento: a
área (quarteirão B1 e B2 nos mapas equipamento) (outros) Água, Saneamento e Drenagem
Ruína - 1,892 as telecomunicações e o fornecimento existência de estradas que foram
técnicos O-01e). Um factor de 1.1 foi Estrutura Metálica m2 351 11,596 redesenhadas, reconstruidas e
Degradado (centro histórico) 8,023 6,786 Manutenção preventiva 271 de energia, pois estes têm estado na
aplicado para o custo da construção realargadas. As quantidades para o abastecimento
Painéis Solares m2 200 2,899 de monumentos (núcleo responsabilidade de companhias privadas.
da estrutra metálica como provisão Degradado (outro) 29,602 383 de água, saneamento, e para o sistema
histórico) Deste modo, considerou-se que as • Reabilitação: Provisão para todas
para equipamento do mercado Somas de provisão Razoável (centro histórico) 24,329 7,565 de drenagem nas principais linhas foram
Manutenção preventiva de 181 companhias privadas cubririam os custos as estradas que são reutilizadas
(barracas fixas, agua canalizada, calculadas no capítulo 7. Para além disso,
Provisão de 6.000 quiosques Uni-dade t500 6,000 Razoável (outro) 179,266 24,155 monumentos (outros) para a reabilitação das suas infraestruturas. sem renovação para trazê-las a uma
232 | Estimativa do Custo do Projecto Estimativa do Custo do Projecto | 233

foram providenciados canos para ligar a Tabela 49. Quantidades de obras de Abastecimento de Água, Saneamento e Drenagem 8.2.2.4. Espaços abertos Tabela 50. Espaços Abertos – Áreas e custos unitários Tabela 51. Preços de propriedades e terra na Baixa, em USD/m2
linha principal às infraestruturas. Assim,
Uso do Solo Área (m2) Custos Unitários de Baixa Oeste Baixa Central Baixa Este
formulou-se os seguintes pressupostos: Item de Trabalho Unidade Quantidade Os espaços abertos compreendem:
Construção/Reabilitação Factor 0.52 1 0.81
• Abastecimento de água: Estradas (Asfalto) • A área de peões (incluindo vias para (USD/m2)
ciclistas) Residencial 1,915 3,692 3,000
»» 100m de canos médios por Construção de Estradas (pavimentadas) <50km faixa km 34.61 Zona pedonal 72,399 100
quarteirão • A área de comércio informal Escritório/Comercial 1,375 2,650 2,200
Renovação de Estradas (pavimentadas)<50km faixa km 22.74 Zona de comércio informal 19,505 100
»» 40 serviços de canalização por • Os parques e os jardins Solo 50 100 80
Reabilitação de Estradas (pavimentadas) < 50km faixa km 23.94 Parques e jardins 146,930 30
quarteirão • Os espaços verdes naturais
Rede de Abastecimento de Água Espaços verdes naturais 285,827 10 Quantidades calculadas por estimativas: Tabela 52. Necessidades de aquisição
• Saneamento::
• As prerrogativas da autoridade de propriedade e terra para o Conselho
»» 100m de canos médios por Tubos – alimentação ml 10,189 Os custos unitários foram aperfeiçoados
Esta avaliação do custo das aquisições pública para ter-se o acesso a Municipal
quarteirão Tubos – diâmetro médio ml 11,900 com base nas discussões entre os
O total dos custos das aquisições foi deve ser considerado como uma estimativa construção de novas estradas
contratantes e os economistas de Item Superfície (m2)
»» 40 serviços de ligações por estimado em três categorias diferentes: de alto nível, e requer um estudo detalhado
Ligação ao serviço – tubo vertical Unidade 4,760 construção em Maputo, e comparados • Área por adquirir:
quarteirão baseado nos mapas de cadastro ate ao Baixa Oeste –
• A aquisição: 3,200
Rede de Esgotos aos custos reconhecidos em outros »» Estação intermodal Residencial
último estágio de implementação.
projectos similares em África e no mundo »» Land Acquisition: cost of non- A
Os gastos adicionais estarão a cargo dos Tubos – principais ml 9,668 »» Novos escritórios públicos Baixa Oeste -
inteiro. Deste modo, inclui-se a limpeza aquisição de terreno: o custo do 3,200
promotores imobiliários. Eis o sumário das Tubos – diâmetro médio ml 11,900 No oeste, no centro e no este da Baixa, três »» Acessibilidade à habitação Escritório/Comercial
e a pavimentação da área de peões e da terreneo
quantidades finais na tabela seguinte: preços distintos foram estimados. O custo Baixa Oeste – Solo 319,967
Ligação ao serviço – tubo vertical Unidade 4,760 área de comércio informal, a ornamentação »» A aquisição das infraestruturas: »» Novos mercados
do terreno foi obtido através dos agentes
dos parques, jardins e dos espaços verdes o custo das infraestruturas do Central Baixa –
Bomba Eléctrica (estação de elevação) Unidade 6 do estado maior em Maputo. A informação 23,327
naturais. Apresenta-se, na tabela seguinte, projecto Foram estimadas as seguintes superfícies: Residencial
dos preços das propriedades foi extraída
Drenagem de Águas Pluviais o sumário: Central Baixa -
• O custo da destruição das estruturas de Preços de Moçambique, Propriedade 54,430
RCBC (1800mmx1800mm) Unidade.ml 9,058 já existentes do Mercado 2014 de Primeyeld (veja tabela Escritório/Comercial
RCBC (1500mmx1500mm) Unidade.ml 4,453 • O custo do reassentamento: 29). Com base nesses valores, um factor foi Central Baixa - Solo 388,783
para o caso das infraestruturas ainda mais profundamente analizado para a Baixa Este –
RCBC (1500mmx1800mm) Unidade.ml 5,825 9,046
inabitadas, o custo administrativo do estimativa de preços, quando houve falta de Residencial
Dreno Trapezoidal Aberto Alinhado ml 722 reassentamento e. caso necessário, informação numa destas três áreas. Para o
Baixa Este -
a construção de mais habitações. efeito, preparou-se a seguinte tabela: 21,106
Escritório/Comercial
Baixa Este - Solo 301,521
234 | Estimativa do Custo do Projecto Estimativa do Custo do Projecto | 235

Tabela 53. Estimativa do Custo do Projecto

Item de Custo Total (USD) Fonte esitmada dos fundos (%)


b. Rede de Abastecimento de Água 9,941,146 100% 9,941,146 0% 0
Público Privado
c. Rede de Esgotos 9,924,202 100% 9,924,202 0% 0
A. Pesquisas e Serviços de Consultoria
d. Rede Eléctrica 5,242,774 0% 0 100% 5,242,774
1. Planos de Pormenor - 3 a 2 milhões de USD 6,000,000 100% 6,000,000 0% 0
cada e. Iluminação Pública 7,173,382 100% 7,173,382 0% 0
2. Planos de Infra-estrutura e Espaços Abertos 7,240,760 100% 7,240,760 0% 0 f. Drenagem de Águas Pluviais 13,525,778 100% 13,525,778 0% 0
Com base no resultado do total dos custos, g. Rede de Telecomunicações 5,000,000 0% 0 100% 5,000,000
3. Fiscalização do projecto e da construção 75,241,583 0% 0 100% 75,241,583
o custo da destruição das infra-estruturas já
Subtotal B.3 83,723,368 73,480,594 10,242,774
existentes foi estimado na ordem de 20% Subtotal A. 88,482,343 15% 13,240,760 85% 75,241,583
dentro do custo das construções, facto que 4. Espaços Abertos
B. Obras de Construção
é conservador observando com base em a. Zona pedonal 7,239,900 100% 7,239,900 0% 0
1. Novos Edifícios
projectos similares. b. Zona de comércio informal 1,950,500 100% 1,950,500 0% 0
a. Comercial – Centro Comercial 175,185,259 0% 0 100% 175,185,259
c. Parques e jardins 4,407,900 100% 4,407,900 0% 0
De igual modo, o custo do reassentamento b. Comercial – Uso Misto 230,992,953 0% 0 100% 230,992,953
d. Espaços verdes naturais 2,858,270 100% 2,858,270 0% 0
foi estimado na ordem de 15% do custo c. Residencial 720,360,026 0% 0 100% 720,360,026
total das construções. Subtotal B.4 16,456,570 100% 16,456,570 0% 0
d. Residencial – Habitação de preços acessíveis 30,843,658 40% 12,337,463 60% 18,506,195
Subtotal B. 2,067,638,984 8% 168,093,209 92% 1,899,545,776
e. Escritórios 653,716,152 0% 0 100% 653,716,152
8.2.3. Custos para os C. Aquisições
investidores privados f. Estação Intermodal 10,487,533 100% 10,487,533 0% 0
1. Privadas
g. Escritórios Públicos 3,235,922 100% 3,235,922 0% 0
O total dos custos de investimento dos 1. Aquisição de Terra/Edifícios 440,540,261 0% 0 100% 440,540,261
h. Mercado 4,702,550 100% 4,702,550 0% 0
promotores imobiliários privados foi 2. Destruição de estruturas existentes 62,893,430 0% 0 100% 62,893,430
i. Terminal de Cruzeiros 45,129,454 0% 0 100% 45,129,454
estimado com base nos mesmos custos 3. Procedimentos de Reassentamento 47,170,072 0% 0 100% 47,170,072
j. Parque de estacionamento 143,254,224 0% 0 100% 143,254,224
unitários. No entanto, o orçamento deve
1. Públicas
apenas ser considerado como um indicador, k. Elevador da Baixa Este 5,000,000 100% 5,000,000 0% 0
e não deve servir para nenhuma análise 1. Aquisição de terra 40,964,685 60% 24,578,811 40% 16,385,874
Subtotal B.1 1,801,089,472 35,885,111 1,843,890,039
económica ou financeira. 2. Destruição de estruturas existentes 5,384,223 0% 100% 5,384,223
2. Reabilitação de Edifícios Patrimoniais
Degradados Existentes 3. Procedimentos de Reassentamento 4,038,167 0% 0 100% 4,038,167

a. Edifícios Privados 56,766,203 20% 11,353,241 80% 45,412,963 Subtotal C. 600,990,838 4% 24,578,811 96% 576,412,027
8. 3. Custo total do projecto D. Contingências
b. Edifícios Públicos 12,330,590 100% 12,330,590 0% 0
O custo total do projecto é recapitulado no Subtotal B.2 69,096,793 23,683,830 45,412,963 1. Provisão de 6.000 quiosques 3,000,000 100% 3,000,000 0% 0
gráfico e tabela seguintes: 3. Outras Infra-estruturas 2. 12% dos custos de construção 248,116,678 8% 20,171,185 92% 227,945,493

a. Estradas (Asfalto) incl. espaço de 32,916,087 100% 32,916,087 0% 0 Subtotal D. 248,116,678 8% 20,171,185 92% 227,945,493
estacionamento TOTAL 2,919,591,430 8% 230,981,690 92% 2,688,609,740
236 | Estimativa do Custo do Projecto Estimativa do Custo do Projecto | 237

Figura 170. Detalhe de despesas públicas para a implementação do PPU (estimativa)


9
Enquadramento Legal | 239

9. Enquadramento Legal

Enquadramento 9. 1. Regulamento Urbano Tabela 54. Leis e Regulamentos relacionados com a Planificação
Quadro de Gestão Relatório elaborado por: 2010

Legal
Urbana em Moçambique
Ambiental e Social * consultores do Conselho
9.1.1. Legislação Lei / Regulamento Jurisdição (Ministério, Ano de Municipal da Cidade
moçambicana sobre uso de (Nome) Município, etc.) aprovação de Maputo (CMM) no
Programa ProMaputo
terras Lei de Terras Aprovada pela: 1997
Assembleia da República Postura sobre o DUAT Aprovada pela: 2003
A “Lei de Terras (LT)” e a “Lei do Assembleia Municipal do
Regulamento da Lei de Aprovado pelo: Conselho 1998
Orçamento do Território (LOT)” e os Município de Maputo
Terras de Ministros
respectivos regulamentos são os principais Resolução sobre a Aprovada pela: 2003
Anexo Técnico ao Aprovado pelo: Ministro 2000
instrumentos da gestão do espaço urbano Postura sobre o DUAT Assembleia Municipal do
Regulamento da Lei de da Agricultura e Pescas
neste momento. A aplicação destas Município de Maputo
Terras
ferramentas tem sido razoavelmente bem Alteração à Postura Aprovada pela: 2011
sucedida. Alteração aos artigos 20 Aprovada pelo: Conselho 2003
sobre o Duat Assembleia Municipal do
e 39 do Regulamento da de Ministros
• Na LT, os capítulos relativos ao Município de Maputo
Lei de Terras
“Direito de Uso e Aproveitamento Política do Ordenamento Aprovada pelo: Conselho 2007
da Terra (DUAT)” fazem menção à Regulamento do Solo Aprovado pelo: 2006
do Território de Ministros
verificação dos direitos do uso de Urbano Conselho de Ministros
Implementado Lei do Ordenamento do Aprovada pela: 2007
terras, e instruem como facilitar a
pelos: Ministros da Território Assembleia da República
sua gestão, aplicando princípios
democráticos e transparentes. Coordenação da Acção Regulamento da Lei Aprovado pelo: Conselho 2008
Ambiental, das Obras de Ordenamento do de Ministros
• Na LOT, provê-se um quadro
Públicas e Habitação e Território
regulamentar para a produção de
da Administração Estatal Estratégia Municipal Aprovada pelo: Conselho 2010
planos, desde a escala nacional no
mais alto nível da cidade até a escala Lei das Autarquias Locais Aprovada pela: 1997 e Metodologia de Municipal da Cidade de
do quarteirão no nível mais baixo. Assembleia da República Intervenção em Maputo (CMM)
Lei do Ambiente Aprovada pela: 1997 Assentamentos Informais
Assembleia da República
240 | Enquadramento Legal Enquadramento Legal | 241

Actualização do Relatório elaborado por: 2010 9.1.2. Licenciamento para o sequer passar a ser propriedade privada. O DUAT nasce apartir dos Serviços 9.1.2.3. Aprovação do Projecto projecto, pede uma informação preliminar ao projecto não há retrocesso no processo
Portanto, embora seja legal que a terra Públicos de Cadastro, gerais ou municipais. CMM, tendo em conta todas as ferramentas legal com vista ao novo desenvolvimento,
Quadro da Política de consultores do Conselho desenvolvimento urbano
Reassentamento * Municipal da Cidade seja propriedade individuais e corporativa, Actualmente, é o CMM quem está A aprovação do Projecto é um processo de gestão aplicáveis para esta área da e é obrigatório para qualquer intervenção,
de Maputo (CMM) no as construções, assim como qualquer responsável de emitir DUATs para áreas múltiplo levado a cabo pelas autoridades Baixa, assim como outras exigências para tanto numa nova estrutura como numa já
O desenvolvimento urbano em Maputo
Programa ProMaputo outra estrutura não são propriedades do como a Baixa. munincipais. No caso da Baixa, os o desenvolvimento do investimento. existente.
é regido por uma legislação que impõe
promotor imobiliário. Há provisões na lei departamentos do CMM envolvidos são o
Política e Estratégia de Aprovada pelo: Conselho 2011 o cumprimento de vários passos para
para o uso a longo-prazo e a ocupação de Outras particularidades no processo DMPUA, para a primeira fase (aprovação O pedido de informação preliminar será A documentação requerida inclui a licença
Habitação de Ministros a obtenção de licenças e aprovações
terra por concessão por parte do estado, de DUAT, tais como as condições de preliminar do design) e DMI para as restantes acompanhado de, no mínimo, um plano do uso de terra; o comprovativo título
necessárias para a implementação de
Lista de Posturas Conselho Municipal 1998 conhecida como DUAT (Direito de Uso e transmissão, a expropriação e a extinção da fases (aprovação do design detalhado e local do projecto à escala 1/200, o uso de propriedade, em caso de estruturas
um projecto. Os investidores privados e
Municipais ** da Cidade de Maputo Aproveitamento da Terra). O documento é licença, os planos de negócios necessários, desenvolvido, licenças de construção e previsto, as áreas e volumes construídos já existentes; plano instantâneo de uso
institucionais que tencionam participar no
(CMM) transferível e é concedido na condição de entre outros, podem ser estudados na Lei uso). Em casos de projectos maiores, como e o número de pisos acima e abaixo da de terra; uma colecção de conceitos e
desenvolvimento da Baixa deverão estar
que o titular desenvolva a terra num período de Terras e respectivo Regulamento. instalações industriais, grandes empresas cota zero. Este documento é submetido ao desenhos arquitetónicos, entre outros.
inteiramente a par deste regulamento, de
de cinco anos para o caso de habitações comerciais ou grandes hotéis, grandes CMM, e este, por sua vez, tem 30 dias para O CMM tem 60 dias para dar a
modo a evitar atrasos desnecessários,
nacionais, e num período de dois anos para centros culturais e de entretenimento, aprovar e dar as notificações relevantes. aprovação. Em caso de projectos de
assim como dificultar o progresso do seu
as não nacionais. 9.1.2.2. 2º Passo – Licenciamento entre outros, devem ser aprovados pelos CMM pode rejeitar o projecto, mas deve grande envergadura, se o CMM estiver
projecto.
ambiental departamentos e/ou ministérios do governo guiar o promotor imobiliário no que toca em coordenancia com o projecto, a
A aquisição do DUAT, directamente, através central. Nestes casos, o CMM segue o a revisão do projecto para que este seja aprovação fica pendente até a submissão
Esta secção fornece o esboço de todo
do Estado é um processo burocrático, que A sociedade civil moçambicana está mesmo processo aquando do pedido do aprovado. dos desenhos técnicos (veja parágrafo a
um processo, dando para cada passo o
obriga o candidato a dirigir-se a vários a tornar-se cada vez mais ciente da promotor imobiliário, mas a priori, para seguir). No caso de reprovação, o CMM
item imordial. Aqui, não são abordadas
departamentos governamentais e a passar necessidade de se agir em conformidade cada caso, nenhum indeferimento precisa O pedido é obrigatório para projectos de vai dar os motivos de traz da rejeição, de
actividades económicas de licenciamento,
por uma longa sequência de passos antes com o regulamento do meio-ambiente ser dado pelo Estado. grande envergadura. Os Regulamentos modo a que o promotor imobiliário reveja
nem os regulamentos específicos aplicáveis
do uso de terra poder ser registrado (veja e com o conhecimento tecnico para não especificam o tamanho mas na o projeto. Com isto, chega-se a conclusão
como as intervenções sobre as áreas ou
figura abaixo). Contudo, é o único aparelho a materialização desta necessidade. O Decreto nº 2/2004 avança mais história recente, a maioria dos prédios ou que um projecto nunca é definitivamente
bens herdados não são abordados.
oficial através do qual os candidatos Consequentemente, a consideração para pormenores acerca do processo de empreendimentos de múltiplos pisos têm reprovado.
podem obter estabilidade sobre a terra. com os aspectos ambientais cresceu aprovação. requerido uma aprovação preliminar.
A transferência comercial de um DUAT já consideravelmente tanto no sector Aprovação do plano de promenor
9.1.2.1. 1º Passo – A possessão de
existente, de um titular para um outro, é a privado como no público. Os específicos Aprovação do plano preliminar Aprovação do desenvolvimento do
terra
menos duradoura e mais comum alternativa regulamentos aplicáveis são detalhados projecto A documentação do plano de pormenor
em áreas urbanas consolidadas como é o no seguinte capítulo (9.2) deste relatório e, Qualquer promoter imobiliário, é requerida para projectos de grande
A Terra em Moçambique é propriedade
caso da Baixa, onde maior parte da terra já igualmente, na “Lei do Ambiente” independentemente do tamanho do Após a aprovação do desenvolvimento do envergadura como parte da aprovação do
do Estado, e não pode ser vendida, nem
está licenciada. projecto.
242 | Enquadramento Legal Enquadramento Legal | 243

Logo que um projecto de grande Durante a construção, o CMM vai 9.1.3. Regulamento do PPU 9. 2. Legislação ambiental Figura 171. Cronograma de acção, assuntos ambientais Tabela 55. Procedimento para licenciamento ambiental de projectos da Categoria A
envergadura é aprovado, o CMM pedirá permanentemente supervisionar os
especialistas de projectos para trabalhos de trabalhos, verificando se tudo está de Procedimento Referência (Decreto Duração
A tradução do presente PPU num quadro 9.2.1. Legislação moçambicana
terra e topografias, estabilidade estrutural, acordo com a aprovação do projecto e com legal é detalhada num documento 45/04 de 29 de Categoria A (EIA
rede de esgotos e fornecimento privado de a licença de construção. separado: o Regulamento do Plano Parcial Ministério para a Coordenação de Acção Septembro) completo)
água, e instalações electromecanicas. de Urbanização da Baixa de Maputo, que é Ambiental – MICOA é a instituição Pedido de préavaliação; apresentar os Artigo 6
composto pelas seguintes secções: governamental responsável para garantir a documentos alistados acima
O CMM tem 30 à 60 dias adicionais para 9.1.2.5. 5º Passo – Licença de uso preservação e o uso dos recursos naturais, Préavaliação por um departamento Artigos 7 & 18 5 dias de trabalho
avaliar a concordância entre os projectos i) Disposições gerais a coordenação das actividades ambientais relevante e apresentação de resposta
complementares e os regulamentos. Em Depois do término da construção, e as licenças ambientais.
ii) Do Património e das Condicionantes ao por escrito(incluindo o número de cópias
caso de não existir nenhuma resposta, o sendo um novo estabelecimento ou um
Uso do Solo dos TdR e EPDA a apresentar, se for o
projecto é considerado aprovado. estabelecimento previamente existente, o Em 1997, a Lei Ambiental foi aprovada (Lei
iii) Do Uso do Solo caso)
promoter imobiliário tem de requerer uma 20/97, de 1 de Outubro). Esta lei regula o Revisão dos TdR e EPDA pelo governo Artigos 15 & 18 30 dias de trabalho
licença autorizando o uso da nova estrutura. iv) Infrastructure uso e a gestão do meio-ambiente, com o
9.1.2.4. 4º Passo – Licença de e apresentação de resposta por escrito.
O pedido deve mais uma vez fazer menção v) Alteração, Revisão e Suspensão do objectivo de promover um desenvolvimento
Construção a intenção do uso da estrutura, e uma vez Revisão dos TdR e EPDA pelo governo Artigos 15 & 18 N/A
PPBaixa sustentável. Portanto, inclui-se aqui Os anexos I, II e III do regulamento 9.2.2. O licenciamento ambiental
feito, o CMM tem 30 dias para visitar a e apresentação de resposta por escrito.
vi) Responsabilidade um numero de definições e pricipios simplificado do impacto ambiental (Decreto para projetos de Categoria A
A licença de construção pode ser requerida construção in loco, e se a construção estiver estabelecidos com base nos direitos Revisão do EIA completo pelo governo Artigos 16, 17 e 18 45 dias de trabalho
45/2004 de 29 de Setembro) divide as
depois da aprovação do projecto. É um de acordo com o projecto aprovado, passa- vii) Expropriação por Interesse,
constitucionais para um meio-ambiente actividades potenciais em três categorias Todos os projectos relacionados com a Revisão do EIA completo pelo governo Artigos 16, 17 e 18 N/A
processo mais direcionado, no qual o se a licença. Caso o promotor imobiliário Necessidade
favorável. baseadas nos seus prováveis impactos no implementação da PPU serão classificadas Comunicação escrita da rejeição Artigo 19 parágrafos 5 dias de trabalho
promotor imobiliário deve submeter a queira mudar o uso durante a existência do viii) Eficácia, Publicidade e Monitorização ambiente: na categoria A, porque são susceptíveis completa ou parcial do projecto. 2, 3 e 4
documentação identificando o construtor, estabelecimento, uma nova licença de uso ix) Disposições Finais Toda a actividade que pode afectar o • Categoria A: Estudo de Impacto de gerar poluição numa área densamente Emissão da licença ambiental (sujeito a Artigo 19 8 dias de trabalho
especificando o custo estimado do projecto tem de ser requerida. meio-ambiente requer autorização. Tal Ambiental – EIA; povoada, e a maioria deles envolvem confirmação por escrito da aprovação
e o período da conclusão. Em percentagem autorização é baseada na avaliação
• Categoria B: Estudo Ambiental reassentamento (ver lista no Anexo 1). Por do projeto e pagamento de taxas pelo
do custo do projecto, uma quota é paga e, impactoda actividade planeada para
Simplificado – EAS isso, um Estudo de Impacto Ambiental será requerente)
em seguida, o CMM tem 30 dias para dar determinar a sua possibilidade, culminando necessário para obter a licença ambiental.
a licença de construção e as especificas com a entrega da licença ambiental dada • Categoria C: são as normas de boa Período de validade da licença emitida Artigos 20 parágrafo 4 5 anos
condições dentro das quais os trabalhos de pelo MICOA. gestão ambiental
A tabela a seguir sintetiza o procedimento
construção terão lugar.
completo.
244 | Enquadramento Legal Enquadramento Legal | 245

9.2.3. Orientações para Estudo da atividade proposta, mas também e seus potenciais impactos por leitores não • Impactos positivos e negativos Os resultados desta análise devem ser Quando existem lacunas no conhecimento, jurídica, âmbito de aplicação, de protecção da população vizinha,
de Impacto Ambiental (EIA) os potenciais impactos resultantes do especializados. O resumo pode remeter o ambientais resultantes da apresentados tanto em formato de texto estas devem ser indicadas no EIA. Isso responsabilidades e procedimentos, natureza e infra-estrutura. Eles devem
encerramento da atividade. leitor para mais detalhes técnicos em outras actividade,com particular atenção como gráfica, e deve incluir uma análise inclui observando impactos cujo mitigação monitoria das atividades, efeitos incluir detalhes sobre as funções e
O EIA é uma análise técnica e científica partes do EIA para a qualidade de vida para do custo-benefício. Os seguintes impactos pode não ser possível e identificação de de monitoria; auditorias ambientais responsabilidades e a capacidade
das possíveis consequências da atividade O relatório EIA compreende três conjuntos a população circumvizinha, a curto ou longo prazo devem ser sempre potenciais impactos sobre a qual não há internas, monitoria sócio- econômica, actual e potencial para responder,
plaificada para o meio ambiente. Este de documentos de três níveis de detalhe b. Relatório Principal preservação de recursos naturais, considerados significativos: um conhecimento suficiente. O relatório resultados previstos e planos para daqueles a que foram atribuídas as
estudo deve ser realizado por consultores dependente do destinatário da informação. inter-relações entre diferentes • Aqueles que causam ou levam a pode definir áreas prioritárias para futura ler apenas de acordo com esses diferentes responsabilidades.
ambientais certificados pelo Governo, e é Estes conjuntos de documentos são: O relatório principal deve fornecer ao leitor impactos prováveis, potencial para danos ambientais; investigação científica ou técnica, e pode resultados, avaliação de desempenho • Plano de Acção para Manutenção
da exclusiva responsabilidade do candidato. • Resumo não técnico uma análise dos estudos especializados mitigar os impactos negativos e plano também analisar as linhas de comunicação ambiental. - este deve incluir detalhes sobre
• Aqueles que causam ou levam ao
O EIA deve ser conduzida de acordo com realizados, e deve incluir: de gestão ambiental, e a forma em que a informação chega • Plano de controle de risco e de impactos potenciais e planos para
• Relatório prinicpal,incluindo anexos desequilíbrio no ambiente existente;
os Termos de Referência submetidos e • Análise de risco e planos de acidentes aos usuários, recomendar maneiras de emergência - este deve incluir minimizar o risco da manutenção de
(entre eles o plano de gestão • Definição da atividade: identidade • Aqueles que são um risco para a
aprovados pelo MICOA e com quaisquer e de emergência para a atividade, melhorar os sistemas administrativos e de uma análise dos diferentes riscos edifícios e equipamentos relacionados
ambiental) do requerente, justificação sobrevivência de tradições, modos
directivas gerais ou específicas, emitidas informação. Se o relatório recomenda mais de acidentes, incluindo causas, com a actividade proposta.
• Relatório da Consulta Pública da necessidade da atividade, • Análise comparativa das alternativas de vida ou culturas;
pelo MICOA, que podem estar relacionadas pesquisa, ele deve fornecer os termos de consequências, frequência e
alternativas para a atividade e para a actividade, incluindo as • Programa de Educação Ambiental -
com a atividade proposta. • Aqueles que podem afectar a saúde referência para os especialistas que vão
justificação da opção selecionada, vantagens e desvantagens de cada probabilidade. Ele também deve Projectos localizados perto de áreas
Cada volume do relatório EIA deve ter uma e qualidade de vida de grupos da realizar esta pesquisa.
resumo das informações sobre uma, incluir detalhes sobre as medidas ambientalmente sensíveis, áreas
página de capa e uma de contracapa que população;
O relatório do EIA e todos os documentos projetos e atividades associadas; preventivas e planos de resposta. protegidas ou áreas de conservação
contêm a seguinte informação: • Conclusões com base nas análise
comprovativos devem ser fornecidos • A
queles que reduzem as opções para c. Plano de Gestão Ambiental Especial atenção deve ser dada devem garantir que as pessoas
• Descrição da atividade: localização, apresentadas de tal forma que
em Português. MICOA poderá solicitar o desenvolvimento futuro; ao alto impacto, os riscos de alta
características, necessidades de permite a tomada de uma decisão, tenham acesso à informação sobre
informações adicionais para apoiar o a. Resumo não-técnico O plano de gestão ambiental é um dos probabilidade, e estes devem ser
recursos, bens ou serviços a serem • P
otencialmente grandes mudanças, as suas actividades e os cuidados
relatório do EIA, durante a avaliação • Bibliografia, mapas, fotografias, anexos ao relatório principal do EIA e analisados com base no pior cenário.
produzidos; cujo impacto não é conhecido; que serão tomados em consideração
do mesmo. Relatórios especializados Este resumo não deve exceder 5 páginas gráficos e qualquer outra deve incluir informações detalhadas sobre As medidas de mitigação deve incluir
• Riscos socialmente inaceitável; o meio ambiente, e o EIA deve
encomendados pelo requerente como de texto em fonte Arial. Deve incluir uma • Descrição das emissões e resíduos representação esquemática a análise de risco-custo, a fim de
as actividades propostas para mitigar os incluir planos para um programa de
parte do EIA devem ser apresentados mapa simples da localização da atividade • Situação ambiental atual no local necessário para facilitar a • A
queles que podem levar a um
impactos ambientais negativos e planos de justificar a importância atribuída às educação ambiental
como anexos ao relatório principal, mas em planificada com o detalhe necessário pretendido, incluindo informações compreensão do texto principal. conflito social ou institucional.
gestão do ambiente afetado pela atividade. diferentes medidas possíveis de
volumes separados. para permitir que um não-specialistto biofísicas, económicas e sociais e O plano deve incluir quatro seções: mitigação. Os planos de emergência
compreende a atividade e sua área de mudanças prováveis na situação Além dessas seções, o relatório deve conter O EIA deve incluir elementos fundamentais devem incluir uma referência sobre
• Programa de Monitoria – esse deve
O EIA deve tomar em conta não apenas influência. O resumo não-técnico deve ser ambiental com ou sem a atividade uma análise comparativa das alternativas de contabilidade ambiental que permitem como eles se enquadram na estrutura
conter: objectivos de monitoria,
a situação ambiental atual e os impactos escrito em linguagem clara e simples para planificada, para a actividade planificada. a futura monitorização e fiscalização da institucional e deve incluir medidas
política ambiental e estrutura
permitir a compreensão geral da atividade atividade.
246 | Enquadramento Legal Enquadramento Legal | 247

d. Relatório da Consulta Pública 9. 3. A aquisição de terras e regulamento define os requisitos de acordo com normas costumeiras do patrimônio cultural e digno de expropriação de bens móveis e principalmente das características e Moçambique e financiadores do
para a elaboração e aprovação dum ou posse de boa-fé que se estende por proteção. Dependendo da natureza imóveis, e deve não apenas cobrir padrões de crescimento e funções Projeto. O Plano deve ser aprovado
reassentamento
O EIA deve conter detalhes da consulta plano de reassentamento (Art.9,15 e mais de 10 anos, a sua legitimidade de tais activos patrimoniais, as o valor real dos bens expropriados, específicas da cidade. Na prática, estes pelas comunidades afetadas.
pública realizada. Este assume a forma 19-21), bem como as características é reconhecida pela Lei. Assim, a descobertas devem ser comunicadas mas também danos e lucros perdidos. não fariam os problemas de planificação
9.3.1. A legislação moçambicana • Fase de Implementação terá
dum relatório separado que inclui uma exigidas de habitação de substituição, ausência de título formal (DUAT) à autoridade competente que irá Compensação equitativa deverá associados ao reassentamento urbano, início após a aprovação do RAP
introdução, a identificação das partes instalações e serviços públicos (Art. emitido pelos serviços cadastrais não inspecionar e determinar a futura ser pago antes da transferência de ser substancialmente diferentes dos que
A principal legislação moçambicana, com assinatura de acordos de
interessadas e afetadas, as questões 16-18). Sanções ou violações do implica a perda dos direitos sobre as gestão e classificação da descoberta, propriedade ou posse da propriedade envolvem a maioria dos reassentamentos
relevantes para o processo de reassentamento das famílias,
levantadas, as respostas às questões regulamento são descritas (Art. 24- terras comunais. A lei também prevê incluindo a construção ou escavação a ser desapropriada. A compensação rurais; a distância entre o local de residência
reassentamento, envolvido pela construção de casas de substituição,
levantadas, resultados e acordos 28). a revogação dos direitos de uso da perto do local. pode ser em dinheiro ou, no caso dos e o local de trabalho, o papel do dinheiro na
implementação da PPU é: conclusão do reassentamento
alcançados e conclusões. terra com uma compensação justa em edifícios, em espécie. economia doméstica, a sofisticação política
físico e o arranque de programas
• A Lei de Terras (Lei nº19/97 de 1 casos de interesse público (Art. 18b). • A Lei do Ordenamento do e o acesso dos pobres urbanos à tomada
• O Regulamento sobre o Processo de restauração de meios de
e. Anexos de Outubro) e os Regulamentos Embora referindo-se à necessidade Território e dos Regulamentos • Directiva relativa ao processo de decisões e a estrutura das comunidades
de Reassentamento Resultante de subsistência.
da Lei de Terras (Decreto nº 66/98 de pagar uma indemnização pelas (Lei nº19/2007 de 18 de Julho de expropriação para Fins de urbanas versus comunidades rurais, entre
Atividades Econômicas (Decreto terras desapropriadas, a lei não outros.
Os anexos são todos aqueles documentos nº 31/2012, de 8 de Agosto): de 8 de Dezembro), alterado e pelo Decreto 23/2008 de 1 de Ordenamento do Território As secções a seguir descrevem
pelo Decreto nº 1/2003 de 18 de prevê quaisquer detalhes sobre os Julho): O Estado tem a autoridade (Diploma Ministerial nº 181/2010
e relatórios que não compõem o resumo O regulamento define regras e resumidamente as tarefas que precisam
princípios aplicáveis, a elegibilidade, de 1 de Julho): autoriza a
não-técnico, relatório principal e o relatório princípios básicos a serem aplicadas Fevereiro. A Lei de Terras prescreve para requisitar terrenos e expropriar de ser realizadas nestas fases de
de participação pública. Eles devem ser que toda a terra é propriedade do
base para a compensação, os a propriedade, quando é de interesse desapropriação para fins de 9.3.3. O processo de
ao processo de reassentamento reassentamento:
apresentados em volumes separados e Estado e não pode ser vendido,
procedimentos a serem seguidos ou público, como o investimento ordenamento do território. Não reassentamento
(Art.2-5) e a necessidade de papéis e responsabilidades.
encaminhados juntamente com o EIA. O estabelecer uma ‘Comissão Técnica’. transferido , hipotecada ou penhorada em infra-estrutura pública e para há mecanismos processuais
O processo de reassentamento consiste de f. Planificação do
relatório deve incluir um índice de anexos. A composição e as responsabilidades (Art.3). O acesso à terra por pessoas o desenvolvimento económico específicas, excepto que autoriza,em
duas fases, nomeadamente:: Reassentamento
físicas ou pessoas jurídicas é obtido • A Lei sobre a Protecção com impactos sociais positivos princípio, a expropriação para fins de
da Comissão são definidas (Art.
através da aquisição de direitos do Património Cultural (Lei significativos. Desapropriação para ordenamento do território. • Fase de planificação durante o
6-8). Ele define o direito das
de uso e aproveitamento da terra n.º10/88, de 22 de Dezembro) e o o interesse público dá origem ao qual os dados são recolhidos, as • Censo: realizar um censo para
populações afectadas (Art.10),papéis
(DUAT). A lei também reconhece Regulamento para a Protecção do pagamento de justa indemnização comunidades são envolvidas e locais identificar e registrar todas as
e responsabilidades do proponente
Património Arqueológico (Decreto de substituição são selecionados pessoas,as famílias e empresas
(Art.11) e as do governo central formas costumeiras de aquisição pela perda de bens tangíveis e 9.3.2. O caso de
de direitos de utilização, exploração nº 27/94 de 20 de Julho): bens de intangíveis, bens de produção e estudados. O resultado final que residem no local afetado. O
e local (Art.12). Requisitos para a Reassentamento Urbano
ou ocupação de terras por cidadãos valor arqueológico, antropológico ou e ainda a ruptura da coesão desta fase é um Plano de Acção censo deve ser realizado sob a
participação do público (Art.13) e
moçambicanos e comunidades locais geológico, assim como os ativos não- social. Compensações devem ser do Reassentamento (RAP), que supervisão de um especialista de
sobre a divulgação de informações Existem claramente problemas inerentes
(Arts.10 e 12). Quando a ocupação é físicos são considerados elementos pagas antes da transferência ou será apresentado ao Governo de reassentamento com um membro
(Art. 14) também são descritas. O ao reassentamento urbano decorrentes
248 | Enquadramento Legal Enquadramento Legal | 249

da comunidade como testemunha. activos comunitários também deve incluindo qualquer propriedade reassentamento do EIA: Consultar • Identificação dos impactos do projeto
• Eleição dos representantes identificar os “donos” ou autoridades comunitária, infra-estrutura física com as partes afetadas e coordenar e da população atingida,
da comunidade e criação de governamentais responsáveis por e social e itens de património com as autoridades municipais • Dados de base sócio económicos e
organismos de reassentamento: cada ativo. cultural, e provinciais relevantes para a censo,
fornecer informações sobre o • Levantamento sócio -econômico: »» Desenvolver abordagens identificação, avaliação e selecção
• Quadro jurídico para a aquisição de
reassentamento de pessoas realizar um levantamento sócio- de compensação: dinheiro, de áreas de substituição preferidas terras e compensação,
afetadas, anunciar o “cut-off date” económico sobre uma amostra em espécie, assistência ao • Programa para população • Quadro de Compensação,
e explicar o significado do mesmo, representativa das famílias afetadas reassentamento, vulnerável: Identificar os grupos
• Descrição da assistência ao
ajudar as comunidades a escolher para definir os padrões de vida »» Desenvolver matriz de direitos, vulneráveis e, caso necessário,
reassentamento e restauração das
representantes para participar e meios de subsistência antes »» Preparar compensação desenvolver medidas para apoiá-
atividades de subsistência,
no processo de planificação do do projeto e para ganhar uma das famílias e acordos de los durante a planificação do
reassentamento, estabelecer as compreensão dos sistemas de reassentamento, negociação • Orçamento detalhado,
reassentamento,
comissões de reassentamento, produção e fontes de renda das do acordo, pagamento de • Cronograma de implantação,
»» Preparar acordos para cobrir
estabelecer mecanismo de famílias. Para este levantamento compensação, realocação física e • Descrição das responsabilidades
projectos-padrão, arranjos de
reclamações. deve se utilizar tanto técnicas posterior restauração. organizacionais,
transmissão, equipamentos
• Pesquisa de activos: Realizar um quantitativas como qualitativas. • Plano de Ação do • Quadro para consulta pública,
e contratação de pessoal, e
levantamento e inventário de todos • Elaborar o Quadro de manutenção de instalações e Reassentamento: Preparar um participação e planificação do
os bens (terra, árvores, culturas, compensações: Com base no infra-estruturas comunitárias e documento RAP de acordo com a desenvolvimento,
estruturas, edifícios, equipamentos, censo, levantamentos e inventários públicas. legislação moçambicana. Chegar • Descrição das provisões para
poços e similares) que serão de ativos sócio-econômicos, as • Plano de restauro dos meios de a um acordo sobre o plano com as reparação de injustiças, e
perdidos para o Projeto. seguintes atividades devem ser subsistência: Elaborar quadros partes interessadas afetadas.
• Quadro de monitoria, avaliação e
• Levantamento do património empreendidas: para a restauração dos meios elaboração de relatórios.
comunitário: realizar um »» Desenvolver critérios para definir de subsistência e para garantir
levantamento e inventário de todos a elegibilidade para compensação a melhoria das estratégias de 9.3.4. Quadro do Plano de Ação
os bens comunitários e públicos e outras formas de assistência, produção das comunidades do Reassentamento (RAP)
(escolas, unidades de saúde, »» Avaliar terras, culturas, estruturas fisicamente e economicamente
mesquitas, igrejas, locais sagrados, e outros bens a ser afetados reassentadas. O RAP deve incluir os seguintes elementos:
cemitérios, etc.). O levantamento de pela aquisição de terrenos, • Selecção da Área de
10
Implementação do Plano | 251

10. Implementação do Plano

Implementação Uma eficiente e efectiva implementação do Plano. É importante estar consciente destes segundo lugar, a estrutura e os métodos que precisam ser estabelecidas incluem:

do Plano
Plano Parcial de Urbanização irá servir não obstáculos para melhor poder ultrapassá- de trabalho do Município de Maputo estão • Operadores de serviços: telefone,
apenas à Baixa mas também proporcionar los. Os parágrafos seguintes oferecem um alinhados por Vereação, cada uma com os internet, electricidade, gás, água,
os mecanismos e procedimentos para a sumário dos obstáculos mais comuns à seus programas prioritários e prerrogativas recolha e disposição de resíduos,
gestão do desenvolvimento urbano da área implementação do Plano que parecem ser orçamentais. Presentemente, a integração saneamento, etc.;
metropolitana de Maputo no seu todo. Como particularmente relevantes para o caso de dos processos de programação,
• Autoridades públicas paraestatais:
declarado na secção B.1 do Relatório do Maputo. orçamentação e implementação parecem
estradas e ferrovias; autoridades
PPU Preliminar, estabelecer uma entidade acontecer ainda a um nível limitado.
portuárias e aeronáuticas; iluminação
especial, mandatada para preparar: um 10.1.1.1. Capacidade ao nível do
pública; drenagem de águas pluviais;
calendário integrado de execução, agrupar governo local 10.1.1.2. Limitada coordenação
serviços de transporte público;
e ‘empacotar’ os recursos e activos para entre entidades/jurisdições
controladores de espaços de
servir como capital inicial e garantia de Planear para a regeneração urbana, nacionais e locais para um
servidão e espaços públicos; facilities
investimento, e preparar o solo para a conservação do património e novos desenvolvimento integrado
comunitárias e recreativas;
abertura ao mercado, é um passo essencial desenvolvimentos representam três
campos especializados. O Plano Parcial Um desenvolvimento urbano multi- • Governo central: habitação, saúde
na implementação do Plano.
de Urbanização da Baixa incorpora facetado apenas pode ser alcançado pelo pública, polícia, exército, bombeiros,
todos estes três campos. O processo de trabalho conjunto de muitas partes. Uma programas e equipamentos
O objectivo deste capítulo é explicar alguns
planeamento participativo que produziu premissa essencial para o sucesso de educacionais, desenvolvimento
dos elementos-chave necessários para
o Plano Parcial de Urbanização forjou parcerias público-privadas é a parceria comunitário e económico, etc.
uma efectiva implementação.
uma compreensão conjunta dos aspectos público-público. Os governos central e
e desafios. Implementá-lo, no entanto, local, autoridades independentes (portos, Presentemente, não há uma entidade
estradas e pontes, infraestruturas truncais, que cumpra com essa função ou tenha o
10. 1. Análise qualitativa de irá requerer traduzir esta compreensão
conjunta na realidade de planificação de transporte, etc.), paraestatais e provedores poder de convocar e juntar todas entidades
risco projectos, design e aprovação. Materializar de serviços, tipicamente trabalham a públicas. Sem tal entidade, munida de uma
esta realidade será um desafio por duas escalas de planeamento diferentes e visão clara e um mandato forte, a Baixa
10.1.1. Riscos a nível nacional/ razões mais prováveis. Em primeiro lugar, com ciclos orçamentais diferentes. Eles corre o risco de ver seus planos ficarem na
político não está ainda disponível a capacidade precisam coordenar suas acções de tal gaveta.
e a experiência, e aquela que esteja forma que as iniciativas públicas se reforcem
Há vários obstáculos ou riscos bastante mutuamente e acrescentem valor umas às
disponível está finamente dispersa por
comuns a uma efectiva implementação do outras. As parcerias chave público-público
todo espectro/paisagem institucional. Em
252 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 253

10.1.1.3. Processo de distribuição do governo central e do sector privado e os custos dos bens de interesse Moçambique, bem como o seu balanço de O risco a nível nacional para investidores do investidor, nem limitam propriedade investidores. No entanto, a implementação infraestrutura e custos locais elevados. O
orçamental fragmentado sociedade civil. público de um empreendimento desta pagamentos”. estrangeiros e bancos é portanto estrangeira ou o controle das empresas. da legislação tem sido lenta e a capacidade transporte de superfície dentro do país é
natureza, tais como a provisão de relativamente limitado. No entanto, os longos períodos de registo entre os actores estatais é fraca. lento e caro, enquanto que a burocracia,
O Município de Maputo, tal como muitas 10.1.1.4. Resistência à mudança espaço público ou transporte público. De acordo com a KPMG em Moçambique, o podem ser problemáticos para qualquer as ineficiências portuárias e a corrupção
autoridades locais, tem a tendência de país tem uma grande e estrutural deficiência 10.1.1.6. Risco legislativo/político investidor – seja nacional ou estrangeiro – e Moçambique não é um país fácil para se complicam as importações. Apesar
alocar o seu orçamento de desenvolvimento O “capital de arranque” pode ser 10.1.1.5. Avaliação do Crédito em de contabilidade corrente. Embora seja para aqueles que não estejam familiarizados fazer negócios, oferece riscos elevados destes desafios, os níveis de investimento
de acordo com o que é percebido como substancial e tipicamente algumas das Moçambique esperado que as exportações de carvão, gás O Governo de Moçambique é receptivo ao com Moçambique ou a língua portuguesa mas também o potencial para retornos estrangeiro continuam a aumentar e os
uma fracção equitativa para cada sub- partes irão expressar preocupações sobre natural liquefeito, e electricidade aumentem investimento estrangeiro, o qual considera os desafios são ainda maiores. Alguns elevados para investidores experientes. Os investidores constatam melhorias no
jurisdição (Distrito ou Pelouro). Isto resulta os assumidos “temas prioritários” como A notável performance de crescimento nos próximos anos, é provável que a actual uma forma de incentivar o crescimento investidores estrangeiros consideram investidores devem tomar em consideração ambiente de negócios. A protecção e
na fragmentação das despesas de capital a saúde, a educação e a redução da económico de Moçambique é apoiada pela déficit de conta se mantenha por algum económico e promover a criação de benéfico trabalhar com um parceiro local a corrupção generalizada, um sistema aplicação dos direitos à propriedade são
em um grande número de pequenas probreza. Aqui novamente, a capacidade produção de carvão, tendo as exportações tempo. Isto resulta da necessidade que emprego. Praticamente todos os sectores de capital que esteja melhor acostumado financeiro sub-desenvolvido, fraca fracos.
atribuições com poucos resultados do Município de Maputo de ultrapassar do produto começado em 2011. A Moçambique tem de importar a maioria das de negócio estão abertos ao investimento à burocracia aos níveis nacional, provincial infraestrutura e custos locais elevados. O
palpáveis em termos de impacto social, estas preocupações depende da sua expansão da produção de carvão pela suas necessidades de capital e consumo. estrangeiro. Não é necessária aprovação ou distrital. transporte de superfície dentro do país é 10.1.2. Disponibilidade de
económico ou ambiental. Este processo é capacidade e aptidão de demonstrar Vale e outras companhias está também Também é de esperar que o déficit de governamental para investir, e não há lento e caro, enquanto que a burocracia, investidores e sua capacidade
exacerbado pelo ciclo annual do orçamento como é que as despesas coordenadas de a ter um efeito positivo no sector da serviços se mantenha grande, em linha com praticamente nenhuma restrição quanto No entanto, uma questão crítica na as ineficiências portuárias e a corrupção
municipal que tende a reduzir ainda mais o capital irão resultar em mais emprego, um construção. Adicionalmente, o crescimento a contínua expansão de vários projectos de à forma ou extensão do investimento estruturação de pacotes de segurança complicam as importações. Apesar Muitos investidores estrangeiros estão
impacto tangível ao longo do tempo visto desenvolvimento económico local mais vem sendo apoiado pelo aumento do mineração. Espera-se que o actual déficit estrangeiro. para financiamento de projectos é a lei destes desafios, os níveis de investimento envolvidos no desenvolvimento de
que é raro atribuições orçamentais anuais robusto e melhores condições de vida investimento estrangeiro, e a continuada de conta constitua 25.7% do PIB durante governativa. Portanto, uma consideração estrangeiro continuam a aumentar e os Maputo: Intermesh, um consórcio privado,
seguirem uma sequência lógica de um ano PARA TODOS. forte performance do sector de serviços. o período 2012-2014, mas esse número A instituição governamental Centro de primária para os credores que procuram investidores constatam melhorias no construiu e actualmente opera um parque
para outro. deverá ser alterado substancialmente Promoção de Investimentos (CPI) procura segurança será a lei governativa dos ambiente de negócios. A protecção e de estacionamento na Baixa; a Fundação
Similarmente, outras preocupações virão A 22 de Agosto de 2012, a Standard&Poor’s pelo alto Investimento Directo Estrangeiro trazer investidores para Moçambique e activos ou contratos a serem cobrados, com aplicação dos direitos à propriedade são Vale, está a reabilitar o Jardim Tunduru num
Para o Município de Maputo mostrar dos utilizadores da terra e proprietários de afirmou a sua avaliação “B+” com (FDI na sua abreviatura em inglês). Por deve ser o contacto primário do investidor destaque para a questão de se a segurança fracos. modelo de PPP que lhe permitirá operar
resultados tangíveis na implementação do imóveis em termos de: uma perspectiva estável para a dívida conseguinte, apesar dos rácios cada vez com o governo durante a fase inicial do pode ser esvaziada ou colocada de parte lojas e restaurantes dentro do Jardim; por
Plano Parcial de Urbanização da Baixa, e • Quem deverá pagar por qual soberana de Moçambique a longo prazo. mais elevados, a acumulação de dívida de investimento. O CPI está particularmente pelos tribunais ou então pela operação da Moçambique não é um país fácil para se último, valendo-se do exemplo da estrada
o mesmo aplica-se a toda cidade, irá ter porção do empreendimento urbano A perspectiva estável é motivada pela Moçambique é considerada sustentável. A interessado em aumentar o investimento Lei, e se sim como. Moçambique tem um fazer negócios, oferece riscos elevados com portagem N4, a autoridade nacional
que conceber mecanismos estratégicos (incluíndo infraestruturas e serviços) avaliação da expectativa da agência de dívida do país é também bastante acessível, nas regiões Centro e Norte do país como sistema de governância de terra que permite mas também o potencial para retornos moçambicana para portos e ferrovias,
de atribuição orçamental, idealmente até e como/quando tal porção deverá ser que “o crescimento irá manter-se estável sendo a previsão dos pagamentos de forma a atacar os grandes desequilíbrios forte protecção dos direitos comunitários em elevados para investidores experientes. Os os CFM, formaram uma joint venture
ao ponto em que as alocações municipais paga; e significativos influxos de doadores irão serviço à dívida apenas 0.7% do PIB em no desenvolvimento regional. A Lei e relação à mesma, consulta comunitária no investidores devem tomar em consideração com um consórcio privado encabeçado
possam ser alavancada com recursos continuar a apoiar a performance fiscal de 2013. seus regulamentos geralmente não que respeita às parcerias com investidores, a corrupção generalizada, um sistema pela empresa britânica Mersey Docks
• Encontrar mecanismos para alocar
fazem distinções baseadas na origem e também garantir direitos à terra para financeiro sub-desenvolvido, fraca
254 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 255

and Harbour, o segundo maior operador construção civil qualificados e consultores Tabela 56. Tabela resumo de riscos e medidas de mitigação Recap table of risks and mitigation measures (Cont.) investimento directo estrangeiro a nível 10. 2. Financiamento
portuário da Grã-Bretanha. A concessão, em Moçambique é considerado um nacional em Moçambique, a quantidade
Estabilidade Regulamentar / • Esclarecer as leis de propriedade da terra e de Projectos de
com a duração de 20 anos, visa financiar, problema na indústria de construção. de viajantes visitando Maputo aumentou
reabilitar, operar e modernizar o Porto de
Risco Medida de Mitigação Política facilitar o acesso à propriedade.
dramaticamente. Além deste crescimento
Desenvolvimento Urbano
Maputo. Dependendo do desenho arquitectónico Capacidade ao nível do governo • Capacitação do CMM • Criação de um Gabinete de Desenvolvimento em turismo de negócios, Moçambique fez
local da Baixa para que os investidores tenham uma A implementação de um plano de
do empreendimento que se venha a • Criação de um Gabinete de Desenvolvimento grandes investimentos na oferta de turismo
“balcão único” para facilitar os procedimentos desenvolvimento urbano requer uma
De acordo com os números da KPMG, propôr, será necessária a implementação da Baixa de lazer focando-se fortemente no eco-
administrativos. quantidade significativa de financiamento
nos primeiros três trimestres de 2011, de concursos internacionais. O Coordenação limitada entre • Parcerias público-públicas (PP) turismo a nível de todo país. Mesmo assim,
em adiantado antes de os fluxos de entrada
os Estados Unidos eram os maiores Empreendimento Conjunto (Joint Venture) entidades / jurisdições nacionais • Favorecer empreendimentos conjuntos entre o maior risco mantém-se – é a questão
• Criação de um Gabinete de Desenvolvimento resultantes do desenvolvimento (taxas,
investidores estrangeiros em Moçambique de firmas estrangeiras com empreiteiros e locais para o desenvolvimento investidores estrangeiros e locais para facilitar de se haverá suficientes firmas/pessoas
da Baixa tarifas e receitas) se estabelecerem. As
com um total de mais de 58 milhões de locais deverá ser encorajada para fortalecer urbano integrado o registo e questões burocráticas. querendo fixar-se na Baixa e comprar as
consultas realizadas com os principais
dólares em investimentos, em grande a capacidade do sector de construção. • Apoiar as agências multilaterais (ex: Banco novas áreas de desenvolvimento?
Processo de alocação orçamental • Criação de um Gabinete de Desenvolvimento emrpeendedores e detentores de terra
maioria fruto de um investimento aprovado Isto irá envolver um custo adicional, mas Mundial)
Fragmentado da Baixa na Baixa confirmou este cenário. Eles
no final do ano passado pelo CPI para a irá reduzir consideravelmente o risco de O peso actual do turismo no PIB de
A resistência às mudanças • Capacitação do CMM Capacidade de empreiteiros locais • Propostas internacionais para grandes enfatizaram que a pré-condição para
Biworld International Cement Factory, uma atraso, o que poderá ser um requisito para Moçambique (2.5%) é muito baixo em
projectos investirem em projectos de desenvolvimento
empresa americana de cimento, baseada os investidores. • Parcerias público-públicas (PP) comparação com a África do Sul (8%) e as
• Favorecer empreendimentos conjuntos era o governo adiantar a necessária
na província de Sofala. A China foi o Classificação de Risco de Crédito • Uso de mecanismos de assistência limitada estatísticas a nível mundial (10%). Com a
de empreiteiros estrangeiros e locais para infraestrutura. Isto pode frequentemente
segundo maior investidor em 2011 com 45 A reabilitação de edifícios patrimoniais de Moçambique para financiamento de projectos (ex: PPPs) requalificação da Baixa, o potencial para o
capacitar o sector privado terminar sendo uma situação de “ovo ou
milhões de dólares. O CPI estima que entre também irá precisar de ser cuidadosamente crescimento orgânico das viagens à Baixa
galinha”, num cenário em que ninguém sai
2005 e 2010, o FDI criou aproximadamente monitorada para evitar danos irremediáveis Atractividade da Baixa • Propostas internacionais para grandes é portanto significativa. Adicionalmente,
a ganhar, em que cada entidade espera
140,000 novos empregos. Em 2011, a à estrutura e fachadas dos bens mais projectos o progressivo desenvolvimento de novas
que a outra dê o primeiro passo.
indústria geral recebeu 37% do FDI que valiosos. A assistência de consultores • Favorecer empreendimentos conjuntos áreas mistas (residencial e comercial,
entrou em Moçambique, seguido pela estrangeiros poderá ser necessária nos de empreiteiros estrangeiros e locais para residencial e escritórios) deverá actuar
O pior cenário é aquele em que as
agricultura com 23%. estágios iniciais. capacitar o sector privado como um círculo virtuoso para o negócios
entidades privadas ou para-estatais
locais.
avançam com projectos de larga escala,
10.1.3. Capacidade dos 10.1.4. Atractividade da Baixa
sem que a infraestrutura truncal e serviços
empreiteiros locais (risco (ou risco de oferta)
necessários tenham sido providenciados.
de Construção e Operação e
Isto leva posteriormente a um crescimento
Manutenção) O turismo de negócio e lazer tem sido um
caótico que muitas vezes agrava os
segmento cada vez mais importante para
problemas existentes.
O número limitado de empreiteiros de a economia da Baixa. Com o aumento de
256 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 257

A Recuperação de Mais-valias é um um negócio benéfico, onde possa • Contribuições por Melhoramento nas vias, espaços públicos). Um ilustrativo, este subcapítulo indica como as 10.2.2. Taxas ao 10.2.3. Contribuições por com os recursos e investimentos do sector
mecanismo essencial para uma cidade tirar vantagens que de outra forma (Betterment Levies) TDR pode ser utilizado em áreas oportunidades de desenvolvimento urbano Empreendimento melhoramento privado e da sociedade civil.
gerar recursos a partir do desenvolvimento caberiam somente aos investidores e Cobrança única ou ao longo de vários receptoras pré-definidas ou pode que se espera venham a surgir, bem como
urbano e o investimento em infraestrutura. especuladores privados. anos, taxando propriedades que ser vendido. Um exemplo seria o esperado investimento do sector privado, O CMM pode recuperar a totalidade Podem aplicar-se taxas de contribuição a
Tal foi definido como A recuperação do • Taxas ao Empreendimento se beneficiem de investimentos em habilitar os detentores de terra a podem ser aproveitados pelo CMM para dos custos de investimento em propriedades existentes na base de um valor 10.2.5. Mecanismo Especial para
aumento do valor do solo gerado pelas (Development Charges) obras públicas ou no incremento do realizar empreendimentos de maior capturar o valor necessário para cobrir os infraestrutura descritos no Capítulo 8 acrescentado que eles receberão ao longo Infraestrutura
acções outras que não o investimento valor do solo resultante de mudanças densidade em terrenos alternativos custos estimados. (Infraestrutura) aplicando uma taxa ao da completa implementação do PPU. As
Uma taxa única sobre novas
directo do proprietário da terra . As opções nas regras de Zoneamento. Um em troca de preservar e manter empreendimento, cobrada uma única vez, contribuições de melhoramento precisarão Será importante que estes subsídios,
construções numa determinada área,
para a recuperação de mais-valias do solo exemplo de onde os betterment um local ou edifício considerado O valor estimado de investimento do de aproximadamente USD 112 por cada ser aplicadas usando um conjunto de sejam usados para os propósitos a que se
cobrada por metro quadrado, e em
incluem: charges podem ser aplicados é património. Outro exemplo seria sector privado aquando da completa metro quadrado de nova construção. Isto factores de ajuste incluindo a idade do destinam, nomeadamente:
função da tipologia de uso do solo
quando um plano urbano prevê uma permitir um investidor a exceder a implementação do plano é de USD refere-se a toda propriedade que venha edifício, a localização, e outros. Com um • Aquisição de propriedade
e percentagem do total da área do
• Carteira Imobiliária (Land mudança no uso do solo de uma densidade limite autorizada ou a 2,993,573,774. Isto inclui custos em nova a ser desenvolvida que não tenha ainda fim somente ilustrativo: se se aplicassem (renegociação de licenças de uso
terreno. Os development charges
Banking) determinada zona, por exemplo, de altura máxima permitida em troca da construção, o custo (parcial) de reabilitação submetido um pedido de aprovação. Se a contribuições de melhoramento na mesma do solo) essencial ao uso público, à
podem assumir duas formas. No
uso de baixa para alta densidade. liberação de espaço para uso público, de edifícios históricos, infraestruturas de taxa ao empreendimento fosse aplicada a medida das taxas ao empreendimento (o infraestrutura e às reservas que irão
A realização pública antecipada de primeiro caso, requere-se que um
Os detentores de terra dessa zona por exemplo para a criação de uma energia e telecomunicações, e estudos projectos recém-aprovados mas ainda não que obviamente não poderia acontecer), a garantir a integridade do Plano a
acordos para controlar o uso, previnir empreendedor faça uma contribuição
podem beneficiar-se desta mudança frente marítima contínua e acessível. técnicos e preparação de documentação de construídos, o valor por metro quadrado contribuição geral de novas construções, longo prazo;
a especulação e, através da venda e monetária para infraestruturação ou
e uma taxa de melhoria é desenhada construção. desceria para USD 84. projectos aprovados e edifícios existentes
locação, capturar qualquer aumento instalação de serviços fora da sua • Desenho exaustivo de espaços
de valor que resulte das acções propriedade que irão beneficiar uma como uma forma de recuperar 10.2.1. Aproveitando o na Baixa seria aproximadamente USD 61 públicos e provisão de infraesturtura
uma parte desta “valorização não investimento do sector privado Este investimento do sector privado irá Este número representa uma média e, por metro quadrado.
públicas ou de mercado. Um exemplo certa porção de território. Isto é um truncal incluindo o melhoramento das
merecido” em benefício do público beneficiar-se das condições melhoradas da conforme indicado anteriormente, seria
típico de land banking é a autoridade caso típico quando uma estrada nova ruas;
maior.. O Capítulo 8 (Estimativa do Custo Baixa que o plano espera induzir, incluindo necessário ajustá-la de acordo ao uso do
pública adquirir ou reservar os ou melhorada, ou uma paragem de • ‘Empacotar’ as licenças de posse
do Projecto) incluiu uma limitação de uma melhor circulação, espaços públicos e solo e tamanho total do lote. A estimativa 10.2.4. Subsídios do Governo
direitos de desenvolvimento sobre a transporte, ou outro, irá beneficiar o • Transferência de Direitos de de terra e outros activos (edifícios e
responsabilidade, visto que a esta altura do amenities maiores e melhorados, restauro do factor de ajuste deverá ser determinado Central
terra imediatamente adjacente à na accesso a um determinado terreno. Empreendimento (Transfer of equipamentos) e assigná-los direitos
estudo, não se fez ainda nem investigação de edifícios históricos e directrizes claras através de estudos especializados e que
vizinhança de terminais de trânsito A segunda forma seria o investidor Development Rights) de empreendimento. Estes direitos de
suficiente e nem está disponível um para o que pode ou não ser construído na estão fora do escopo do PPU. Apesar de ser absolutamente necessário
devidamente planeadas; parques, financiar e implementar melhorias empreendimento podem ser atribuidos
Compensação ao detentor da terra desenho conceptual básico para poder área. Parte destes benefícios podem ser
jardins ou outros espaços públicos infraestruturais ou de serviços fora que o Município de Maputo obtenha
pelos constrangimentos no direito capturados em retorno através de taxas a potenciais empreendedores em
renovados ou em vias de serem da sua propriedade para serem realizar uma estimativa de custo e alocação de investimento de capital do
de construir (i.e. históricos ou ao empreendimento e/ou contribuições por troca de investimento privado em
renovados. A autoridade pública transferidos para a autoridade pública investimento baseada em quantidades Governo Central para arrancar com a
ambientais) or use para projectos melhoramento. infraestrutura ou equipamento de
apropria-se destes terrenos até um depois do empreendimento ter sido precisas. Com um propósito meramente implementação do PPU, é igualmente
de interesse público (i.e. prioridades utilidade comum;
momento futuro em que possa fazer completado. importante que tal alocação seja alavancada
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• Configurar incentivos fiscais (feitos Outro passo importante será o elaborar dos implementação do PPU vai exigir novas 1. Preparar e apoiar a aprovação de públicos e outros prestadores de Gabinete Interno. O Gabinete de e associações de comerciantes informais, 10. 3. Opções de Parcerias
tradicionalmente em forma de estatutos da conta, nomeadamente o seu habilidades, novas ferramentas, novos um programa de investimentos serviços; associações de vendedores Desenvolvimento da Baixa vai operar proporcionando um espaço de diálogo e
de Implementação
‘intervalos’ ou ‘férias’ fiscais) para objectivo, os critérios para uso dos fundos, arranjos institucionais, novas formas de plurianual integrado e abrangente informais e outras organizações transversalmente com os departamentos de intercâmbio que vai criar as condições
proprietários de bens para reabilitar e a auditoria e o reportar das actividades. parcerias e novos modelos de negócio. complementando recursos do CMM da sociedade civil; e interesses municipais relevantes, em estreita para os projectos se baseiem na demanda,
O Governo de Moçambique adoptou
e/ou requalificar os seus bens. A criação de tal account e a sua gestão O propósito do Gabinete de com os dos ministérios do governo; privados envolvidos no retalho e colaboração com os chefes dos sejam viáveis, e amplamente apoiados.
recentemente (ou está em processo de
transparente será muito importante para Desenvolvimento da Baixa é acelerar a autoridades públicas independentes outras actividades comerciais, lazer departamentos e o pessoal técnico mais O Gabinete deve ser estabelecido com
adopção) de uma nova política e quadro
Montar um mecanismo especial de subsídio se poder criar Parcerias Público Privadas implementação do PPU através do reforço que possuem grandes extensões e turismo; sénior para garantir a coordenação de um papel operacional e prestar contas
jurídico para as parcerias público-privadas.
irá também enviar um forte sinal aos outros (PPPs) e Entidades de Propósito Específico da capacidade global da CMM de atender de terra na Baixa (CFM, Porto de actividades e linhas orçamentais. Isso directamente ao Presidente do Conselho
2. Apoiar o CMM na criação e gestão Ao mesmo tempo, o Município de Maputo
stakeholders e investidores privados de que (SPVs). áreas de operação críticas. Estas são: Maputo, Marina de Moçambique, permitirá que os projectos no âmbito do PPU Municipal através do Gabinete Interno.
de um fundo e orçamentos dedicados está em processo de fortalecimento das
o governo está a levar a sério o PPU. De etc.); prestadores de serviços sejam agrupados em “pastas” cuja lógica já
com os recursos identificados para suas operações de Parceria Púbico-
facto, os fundos deveriam ser parte de um não será departamental mas transversal e Encontra-se em anexo uma versão
Figura 172. Esquema organizativo do Gabinete de Desenvolvimento da Baixa implementar os diversos projectos. Privada (PPP) sob a liderança do Vereador
pacote maior de negociação com detentores 10.2.6. O Gabinete de respondendo a um objectivo de políticas de preliminar dos Termos de Referência para
para o Desenvolvimento Económico. Estas
chave de terra e investidores para alavancar Desenvolvimento da Baixa 3. Auxiliar o CMM no estabelecimento mais alto nível. A responsabilidade e função o Gabinete.
reformas visam simplificar e tornar mais
a confiança e o financiamento. de PPP e modalidades de Entidades principal do gabinete serão de garantir
coerente do quadro regulamentar das
Tal como mencionado na secção de Instrumentais (SPV), incluindo que cada pasta seja “financiável”, ou seja,
PPPs. Estas reformas irão, sem dúvida,
Os primeiros passos a dar passam Análise Qualitativa de Riscos relativa à os seus artigos do quadro de capaz de complementar fundos públicos e
proporcionar benefícios de médio a longo
pela definição clara de papéis e implementação, o PPU incorpora três incorporação, duração e legal e subvenções com recursos adicionais, tanto
prazo em termos de operação e manutenção
responsabilidades. O CMM através campos altamente especializados, o financeiro; em dinheiro como em espécie, de sectores
de serviços básicos e de outras actividades
do Gabinete de Desenvolvimento da de regeneração urbana, a conservação privados e comunitários. O Gabinete será
4. Supervisionar a capacitação de uma natureza recorrente.
Baixa mantém-se como o “mandante” patrimonial e novos empreendimentos. coordenado por um coordenador(a) a tempo
institucional e contribuir para a
(organizador) ou a entidade que organiza Estas três áreas de acção devem ser inteiro, apoiado por um administrador(a) e
elaboração de políticas, estratégias No entanto, como mencionado acima, a
os projectos que utilizarão os fundos. Neste perseguidas simultaneamente e de forma uma equipa técnica. A coordenadora presta
e procedimentos operacionais, pré-condição para que as PPP contribuam
caso, deverá haver mais do que um oficial de integrada. O nível de integração necessário contas directamente ao Presidente do
incluindo sistemas de balcão eficazmente para a execução do Plano
contabilidade. A composição recomendada supera o de mera coordenação entre Conselho Municipal.
único, para aprovação rápida de de Urbanização Parcial da Baixa, e o
é de três oficiais de contabilidade, um do os diferentes departamentos e actores
licenças e projectos que envolvem desenvolvimento do Grande Maputo, é a
CMM, um do Governo Central, e um de interessados. Ele exige que as políticas, Gabinete Externo. O Gabinete vai também
parcerias público-públicas, público- colaboração e parceria público-pública.
um banco de desenvolvimento que seria estratégias, concepção e implementação agir como um veículo para envolver o
comunitárias e público-privadas. Todas as entidades públicas que têm
também o guardião da conta. de projectos e mobilização e alocação de sector privado, os prestadores de serviços
uma participação na Baixa, sejam elas
recursos, tanto privados como públicos, urbanos, a sociedade civil e as principais
autoridades autónomas, como o Porto
se reforcem mutuamente. Além disso, a partes interessadas, tais como os residentes
de Maputo, CFM e paraestatais, como a
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Televisão de Moçambique, e as diferentes 10.3.1. Parcerias público- 10.3.2. Parcerias público- com o setor informal e podem ajudar a ambas as partes disponibilizam capital e diferentes das parcerias público-privadas e 10. 4. Uma abordagem 10.4.1. O Gabinete de
entidades governamentais centrais e públicas (PP) comunitárias (PPCs) servir como uma ponte entre o Conselho compartilham os riscos e lucros. Em alguns empreendimentos conjuntos tradicionais na
passo a passo Desenvolvimento da Baixa:
locais devem agir e produzir com unidade. Municipal, os próprios vendedores e fontes casos, o parceiro privado fornece a maior a maneira em como elas estão estruturadas um escritório de parcerias e
Estas entidades têm um importante papel As parcerias público-públicas são uma das As parcerias público-comunitárias de apoio e financiamento (doadores, parte, se não todo o investimento de capital e financiadas. Elas estão concebidas implementação
Para implementar efetivamente o Plano
de liderança a desempenhar. Ao cumprir maneiras mais eficazes de arrancar com a são mecanismos importantes para o agencias humanitárias, instituições de em troca de concessões de longo prazo para minimizar o risco para os parceiros
Parcial de Urbanização recomenda-se
com as disposições do Plano e tomando implementação de um plano urbanístico e fornecimento de uma ampla gama de serviços caridade, etc.). Eles também podem ajudar para operar a infra-estrutura ou serviço e públicos e privados, assegurando que as Como dito acima, a implementação efectiva
que o Conselho Municipal de Maputo
a liderança na sua implementação, elas de preparar o terreno para outras formas sociais. Algumas das áreas onde as PPCs a organizar os vendedores informais para cobrar as tarifas. No caso do Plano Parcial operações / projectos são concebidos, depende de uma equipe forte e competente,
reforce a sua capacidade de estabelecer
dão um sinal importante às outras partes de parceria. Uma parceria público-públicas são, não somente eficazes, mas essenciais assumirem a tarefa de manter o mercado de Urbanização, os empreendimentos aprovados, implementados e operados em que irá dinamizar e promover o plano parcial
parcerias eficazes com os setores privado
interessadas e investidores privados. Isto pode envolver, por exemplo, a autoridade para o sucesso do desenvolvimento urbano limpo em troca de uma redução das taxas conjuntos poderiam ser aplicados, por concordancia com os mais altos padrões de de urbanização e converter o plano em
e comunitário. Isso vai exigir construir
é uma pré-condição para a PPPs efectivas municipal com uma agência para-estatal ou incluem a segurança urbana, prevenção das bancas do mercado. exemplo, na construção e operação dos viabilidade econômica, responsabilização e realidade. Um passo fundamental para o
sobre as melhorias que estão em curso
para um empreendimento de escala e do governo central. Por exemplo, poderia da criminalidade e da saúde ambiental. parques de estacionamento público, a transparência. Município de Maputo é o de estabelecer um
como parte do projeto de ProMaputo e ir
âmbito do plano parcial. ser forjada uma PP entre a Autoridade Isso inclui a vigilância de bairros para a 10.3.3. Empreendimentos estação intermodal e a remodelação e
vários passos mais além. Terão de ser escritório de implementação e estratégia
Portuária de Maputo, a Marinha de prevenção de e resposta a incêndios, e conjuntos manutenção de parques públicos. Um dos principais objetivos de uma EI é
operadas importantes mudanças, exigindo de parceria. O propósito deste escritório é
Uma vez que todas as entidades públicas Moçambique e o Município de Maputo para outros sistemas semelhantes de alerta minimizar o risco do sector público. Isto o seguinte:
novas habilidades e competências em
estão alinhadas sob a liderança de uma o desenvolvimento integrado da área de antecipada e de comunicação de base Os empreendimentos conjuntos são 10.3.4. Entidades instrumentais normalmente é alcançado pela autoridade
áreas críticas, tais como planificação e i)
Agir como uma unidade: O
única entidade, tal entidade adquire o frente-do-mar, envolvendo a reutilização comunitária. PPCs estão a tornar-se cada acordos em que os riscos e benefícios (EIs) pública através da dedicação de uma
orçamentação plurianual; o ciclo do projeto e Gabinete, prestando contas
poder de congregação e a autoridade para das áreas de carga, o porto de pesca para vez mais a espinha dorsal da cidade (lucros) são partilhados de acordo com uma parcela significativa dos lucros de uma
processo de aprovação; acompanhamento directamente ao Presidente do
se envolver em parcerias público-privadas prestar um melhor acesso à frente-do-mar resiliente onde os cidadãos, trabalhando fórmula específica que é negociada entre Entidades instrumentais (EIs) têm a sua operação conjunta ou uma série de
e monitoria do projeto; etc. Os parágrafos Município, representa o Município
e parcerias público-comunitárias. Os e uma melhor gestão de inundações. PP em conjunto com as autoridades públicas, os parceiros que estão envolvidos em um origem no mundo financeiro e são, por operações ao reinvestimento para garantir
a seguir descrevem algumas das principais em transcções e negociações com
parágrafos seguintes descrevem algumas podem também envolver duas agências têm o poder de gerir os assuntos num determinado projeto. Os empreendimentos definição, entidades legais criadas para a sustentabilidade financeira a longo
medidas que precisam ser tomadas. as diversas partes interessadas
das diferentes abordagens sobre as ou paraestatais, por exemplo, o CFM e do nível em que as autoridades públicas têm conjuntos são normalmente aplicados a servir uma função específica, como a prazo, bem como um contínuo ambiente
na cidade, sejam elas entidades
parcerias podem ser tomadas em apoio ao Departamento de Transportes, em que o dificuldade de operar. um projeto específico e por um período facilitação de um acordo financeiro ou de investimento favorável. A questão não
Um dos resultados do exercício de visão governamentais, paraestatais,
Plano Parcial de Urbanização. governo municipal desempenha o papel de de tempo especificado. Exemplos incluem a criação de um instrumento financeiro. é evitar que os lucros beneficiem o bem
deveria ser o estabelecimento de um empresas prestadoras de serviços,
um intermediário. Um caso típico é o do trabalho com a estradas com portagens, túneis e pontes; A EI, no contexto do desenvolvimento comum (os contribuintes), mas sim evitar os
“Gabinete de Desenvolvimento Baixa”. Este ONGs e Organizações Comunitárias,
economia informal. PPCs podem ser uma estradas e ferrovias de alta velocidade; urbano, é usada como um meio de perigos dos ciclos orçamentais anuais que,
Gabinete, uma vez em funcionamento e instituições financeiras ou o sector
Em ambos os casos as PP tratam de juntara abordagem muito eficaz para a organização abastecimento de energia eléctrica, água financiar projetos de desenvolvimento como mencionado acima, tendem a alocar
após uma avaliação e ajuste poderia ser privado. O Gabinete consulta
as entidades públicas para alavancar seus e melhoria dos mercados informais e e saneamento; etc. No entanto, cada grande escala, tais como sistemas de recursos de forma fragmentada em vez de
usado como um escritório piloto para a regularmente com cada Vereador
respectivos orçamentos de investimento a vendedores. Normalmente as ONGs e OBCs vez mais, empreendimentos conjuntos energia de distritos urbanos, estações de a desenvolvimentos estratégicos de longo
implementação de todos os Planos Parciais para validar opções e estratégias
realizar juntos o que nenhuma das partes tais como as Associações de vendedores são também utilizados para projectos tratamento de água e de águas residuais, prazo. Um bom exemplo de como um EI
de Urbanização e do novo PEUMM de políticas e para partilhar ideias de
poderia conseguir sozinha. informais têm relações de trabalho próximas de regeneração urbana. Normalmente, gestão de resíduos sólidos, etc. Elas são poderia ser aplicado ao contexto da Baixa
Maputo. projectos.
é com a Estação Intermodal..
262 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 263

ii) Traduzir o Plano em projectos: A submetidos por terceiros. Uma função transversal para todos os anos para despesas operacionais e e multi-fontes de projectos; e perspicácia 10. 5. Parcerias regime de parceria público-comunitária para as parcerias público-comunitárias e
implementação do Plano Parcial de Isso inclui uma importante itens acima é uma comunicação eficaz de RH do Gabinete; legal. em que as associações de vendedores público-privadas. As lições aprendidas com
recomendadas para
Urbanização começa por traduzir estratégia de divulgação de tanto internamente como com os agentes iii) Organizar uma solicitação de informais e outras ONGs / OBCs que as melhores práticas de outras metrópoles
o plano em planos e projetos comunicação que explica as externos e parceiros. Um primeiro passo Engajar em EIs implicará algumas pré-
implementação dos representam legitimamente os interesses apontam a importância da definição e
propostas (RFP na sigla inglesa)
detalhados. Esta tarefa envolve políticas, procedimentos, normas importante do Gabinete será o Conselho internacional/nacional para criação do condições: elementos fundamentais do sector informal estabelecem parcerias adesão aos papéis e responsabilidades
várias etapas, incluindo: e regulamentos que regem Municipal de Maputo realizar um exercício Gabinete e contratação de pessoal. do Plano Parcial de com a autoridade municipal para garantir bem definidas.
»» Coordenar a elaboração de planos
o processo de submissão do interno de planificação estratégica e de • A finalização do cadastro, que reúne Urbanização um cenário em que todos saiam a
projeto, aprovação emissão da consolidação da visão. Este exercício informação física e fiscal referentes a ganhar. Além disso, essas ONGs / OBCs O papel do Gabinete de Desenvolvimento
de pormenor identificados pelo Um esboço dos termos de referência para
licença; vai fazer internamente o que o exercício todas as parcelas de terra da Baixa; Parcerias recomendadas para geralmente podem ajudar a mobilizar da Baixa será fornecer o espaço e garantir
Plano Parcial de Urbanização. as principais funções do Gabinete constam
iii) Programação de Investimentos: de configuração da visão com parceiros implementação dos elementos recursos de doadores e fundações de que os mercados operem sob condições
Estes, tratando sectores muito do Anexo I. • A informatização das funções chave
Preparação e coordenação de um externos fez para o Plano Parcial de fundamentais do Plano Parcial de caridade quando habilitadas para o efeito sanitárias (eliminação e remoção de
diversos tais como mobilidade e do município, tais como contratos
Urbanização. Sua finalidade é garantir uma Urbanização. pelo Conselho Municipal. O papel da resíduos e inspecção fitossanitária).
património, devem ser traduzidos programa de investimento plurianual 10.4.2. Capacitação e sistemas e procurement; licenciamento;
visão compartilhada; um sentimento de autoridade municipal é o de um facilitador e É de importância crucial coordenar a
em um pacote coerente de planos para a implementação do Plano. Isto de de gestão processos de submissão e aprovação
incluirá as etapas fundamentais de: união na direção a futuro; e um conjunto 10.5.1. Mercados (Mercado da habilitador. Ela fornece o espaço físico para localização do Mercado da Ponte com a
de acção de curto , médio e longo de projetos; alvarás de construção;
de metas, objetivos calendarizados e Ponte, Mercado de Peixe) os mercados e vendedores informais, em da estação intermodal e o Mercado de
prazo; (a) alinhamento e agrupamento de A capacidade do Município de Maputo transações de terra; contabilidade
resultados. troca de uma taxa de mercado. Ela permite Peixe com o desenvolvimento da frente-
»» Elaboração de resumos de todas as fontes de capital e despesas de se engajar em parcerias e EIs com os e orçamentação; etc. e sua
disponibilidade para a acessibilidade Os mercados informais e vendedores são que as legítimas partes interessadas do-mar e a marinha. Isso proporciona um
projectos para áreas de acção correntes que são usadas na Baixa; agentes públicos, privados e comunitários
Os principais passos para criação do tipicamente áreas de acção que tendem ajudem a organizar os vendedores local muito atraente para os vendedores,
prioritárias que dizem respeito a (b) fomentar estes recursos com com interesses na área depende também, e escrutínio público.
Gabinete de Desenvolvimento da Baixa a ser problemáticas para as autoridades informais, mobilizar recursos e assegurar para aproveitarem a alta concentração de
espaços e bens públicos; concessões do governo central; e em grande medida, da sua capacidade
são: municipais. Eles sintetizam as questões a fiscalização, o acompanhamento, passageiros, no caso do Mercado da Ponte
»» Colocar o orçamento e processo
(c) empacotar o mencionado acima interna e credibilidade externa para realizar
i) Preparar um sumário de um projecto, de direito à cidade e do conflito entre o uso seguimento e cumprimento das normas. e de moradores e visitantes, no caso do
para ser apresentado a investidores a planificação multianual das actividades
de procurement do município em incluíndo um orçamento inicial de Enquanto a recolha de lixo continua a ser Mercado de Peixe.
privados, doadores e fundações e programação de investimentos. Isto público e privado do espaço público. Por
acordo com as áreas de acção três anos e termos de referência uma responsabilidade fundamental do
para mobilizar recursos adicionais. implica condensar e simplificar as regras estas razões, as questões tendem a ser
acima mencionadas; para a assistência técnica na criação CMM, varrer as ruas e garantir que lixo é O papel da Associação de vendedores
Isto inclui também o estabelecimento e procedimentos internos; garantir politizadas com frequentes mudanças na
»» Trabalhar com a Direcção de do Gabinete. Em Anexo segue um política e prática pública, variando desde a colocado devidamente nos recipientes para informais em ambos os casos é o de
de uma janela única para registo e transparência e responsabilização nos
Infra-estruturas para estabelecer esboço de termos de referência para expulsão até a tolerância benigna. a recolha é uma responsabilidade que pode assegurar que o processo de candidatura e
licenciamento de empresas, apoio contratos e processos de aquisição e
um processo eficiente de as principais funções do Gabinete. ser transferida para a Associação. atribuição de espaços para os vendedores
ao desenvolvimento empresarial, aprovação de projetos; um robusto sistema
revisão, licenciamento e ii) Garantir a aprovação de uma alocação A experiência tem mostrado que a gestão informais seja operado de forma
especialmente para vendedores de gestão e prestação de contas para
aprovação para projectos orçamental extraordinária de três de mercados informais e vendedores pode Os Mercados previstas no Plano de transparente e que quaisquer conflitos
informais, etc.; operações de financiamento multi-anual,
ser efectuada com eficácia através de um proporcionam uma excelente oportunidade sejam resolvidos internamente pela
Associação.
264 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 265

O papel do sector privado (tipicamente 10.5.1.1. Mercado da Ponte 10.5.1.2. Mercado de Peixe 10.5.2. Parques e jardins passeios e parques desportivos, etc. o sector privado e / ou grandes entidades vizinhas supervisionando o parque todas as idades, e um parque infantil. O
uma fundação de caridade ou repartição de Uma segunda opção é permitir que uma paraestatais que estão interessados no financiam a sua manutenção através de parque deve ser projectado de modo a
RSC de uma grande empresa) é fornecer No caso do Mercado da Ponte, o CMM é No caso do Mercado de Peixe o CMM A manutenção de parques e jardins é um entidade privada “opere um parque” em reconhecimento da sua marca e visibilidade. uma assessoria especial. Refira-se que, que a realização de actividades recreativas
capital para a infra-estrutura e garantir que o proprietário e também o promotor do desempenha o papel de habilitador e desafio para muitas cidades. Embora troca da remodelação e manutenção. Isto antes de sua reabilitação, que começou multi-geracionais seja fácil e segura. Outras
o desenho dos mercados seja atraente, espaço imobiliário. O primeiro passo é o facilitador uma vez que a terra é controlada seja vista como um gasto necessário, é particularmente adequado para espaços A abordagem sugerida é de buscar um em 1988, o parque estava notoriamente actividades incluem lanchonetes, pequenos
funcional e agradável. Conselho Municipal reunir todas as partes pela Marinha de Moçambique. O Município, raramente se qualifica como uma públicos maiores que podem ser locais acordo distinto para cada um dos quatro perigoso e degradado. restaurantes, uma loja de conveniência
interessadas para explicar como o Mercado como no caso do Mercado da Ponte, despesa prioritária comparada com, atraentes para eventos especiais, tais parques da Baixa um vez que cada um e postos de venda artigos de saúde e
As taxas cobradas pelo Município podem da Ponte se enquadra na visão geral do assume a responsabilidade primária pelo por exemplo, abastecimento de água como concertos, parques de diversão, deles apresenta características únicas. Dada a quantidade de investimento desporto.
reverter para o Município por serviços Plano Parcial de Urbanização da Baixa envolvimento dos vendedores de mercado, e saneamento. Assim, muitas cidades salões de jogos, etc. Talvez o exemplo necessário para reabilitar e equipar o Jardim
prestados (recolha e eliminação de e na política permanente do Município de informais e formais. Sua tarefa mais procedem mecanicamente a aprovação dos mais bem sucedido é o Bryant Park, em 10.5.2.2. Jardim Tunduru Tunduru com as instalações necessárias, 10.5.2.4. Jardim dos Professores
resíduos, limpeza e inspecção) ou podem apoiar as actividades do sector informal. importante, porém, é chegar a um acordo orçamentos de manutenção de parques e Nova Iorque, onde o operador do parque poderá ser necessária uma concessão de
ser creditadas à Associação ou outra Isso irá garantir o apoio e apropriação, e com a Marinha de Moçambique sobre o jardins, mas a falta de dedicação torna- obtém a sua receita a partir de um misto de O parque mais importante da cidade de 10 anos ou mais. Como um dos pontos da Baixa com as
entidade não-governamental para a facilitar em grande medida a consequente mérito do projecto. Isto poderá implicar se rapidamente evidente quando estes eventos especiais e de empresas da área Maputo, o Jardim Tunduru, presta-se bem a vistas mais impressionantes da Baía de
operação e manutenção. Em ambos os implementação. compensações sob forma de transferência espaços públicos apresentam sinais circundante que vêem uma clara vantagem uma operação integrada de grande escala, 10.5.2.3. Circuito António Repinga Maputo, este jardim presta-se bem a uma
casos, um papel chave do Gabinete de de direitos de desenvolvimento ou de abandono e degradação lenta mas em ter um espaço púbico seguro, limpo e incluindo instalações de entretenimento, concessão privada. Ele já aloja um Café,
Gestão do Desenvolvimento da Baixa é Os passos subsequentes incluem a mudanças de uso do solo em outra parte constante. Isso gera um ciclo vicioso em atraente em seu ambiente imediato. lazer e desporto, espaço para exposições, O Circuito António Repinga é também um mas com um plano de negócios acertado,
garantir que a Associação de vendedores elaboração de um plano e estudo de para compensar a perda da frente-do-mar. que o público em geral perde interesse restaurantes e lojas de retalho. Com 24.000 grande parque de 2 hectares. Parece já ele poderia se tornar um local predilecto
informais, os vendedores, a empresa viabilidade detalhado para o mercado pelos parques públicos, jardins e espaços 10.5.2.1. Passos Iniciais metros quadrados, é um pouco menor do ter uma vocação como um lugar para o para festas particulares (casamentos,
contratada para a recolha e eliminação e conceber um plano de negócios para Uma vez alcançado o acordo, o e começa a desrespeita-los. que o Bryant Park, em Nova Iorque, que é exercício e físico. Este presta-se bem a aniversários, etc.), eventos especiais e um
de resíduos, o operador do serviço de negociar com potenciais financiadores Gabinete de Desenvolvimento da Baixa Um primeiro passo importante para o um dos exemplos mais bem-sucedidos de opção de “adoptar um parque”, operação destino turístico de excelência.
limpeza das ruas, bem como quaisquer (sector privado, fundações de caridade, deve elaborar projectos e estudos de O CMM tem a considerar duas opções Gabinete de Desenvolvimento da Baixa é a um parque público de gestão privada. Uma pela qual um grande patrocinador, ou vários
outros terceiros relevantes (água, os doadores, etc.). O potencial atractivo viabilidade detalhados incluindo opções de básicas. A primeira opção é de “adoptar um criação de uma comissão de trabalho para das principais atracções do Bryant Park é patrocinadores, que gostaria de associar 10.5.2.5. Praça 25 de Junho
saneamento, licenciamento, etc.) estejam do mercado para o envolvimento do sector financiamento e opções para a operação e parque”. Isso envolve a atribuição direitos parques e jardins da Baixa. Essa comissão uma oferta constante de entretenimento sua marca com o desporto e saúde poderia
todos envolvidos na decisão de quem é privado poderia consistir em direitos manutenção. O capital inicial, neste caso, exclusivos de nomeação ou publicitários deve ser composta pelas direcções de (música, teatro, espectáculos de dança, proporcionar as melhorias necessárias Esta praça já tem uma vocação, uma vez
responsável por fazer o quê, de modo que exclusivos de nomeação, publicidade e teria de vir do sector público através de um de um espaço público, em troca de sua planeamento; actividades económicas; etc.); ambiente agradável para os para tornar o parque o principal destino que é usado frequentemente como um
o mercado opere em condições de trabalho colocação de produtos. subsídio do governo central. remodelação e manutenção. Isso faz-se educação, cultura e desporto; e entidades trabalhadores de escritórios a hora do para desportos individuais, ginástica e lugar de feiras. Assim, recomenda-se que
ideais. em muitas cidades, especialmente para os nacionais responsáveis pelo turismo, etc. almoço; e atraentes oportunidades de jantar recreação. O tipo de infra-estrutura deve esta vocação seja mantida e ampliada para
espaços que são altamente frequentados A Comissão será assistida por consultores e entretenimento à noite. O Parque é um incluir um trilho de corrida, uma pista de tirar proveito de sua localização estratégica
e visíveis, incluindo rotundas, estádios, para preparar planos de negócios com exemplo de uma iniciativa de Renovação do ginástica, um trilho para caminhadas, para peões. Dado que está previsto que
diferentes opções para a negociação com Centro de Negócios em que as empresas equipamentos de ginástica ao ar livre para um espaço substancial para os mercados
informais e vendedores, a Praça 25 de
266 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 267

Junho deve ser designada como um partes interessadas e município adoptam 10.5.2.7. Renovação das ruas capital de investimento inicial do CMM e do Tal imposto é plenamente justificável, mas do tráfego e, assim, a poluição atmosférica para os empreendedores em transição plataforma ideal para atrair comércio
mercado de rua sofisticado oferecendo, uma estratégia que beneficie a todas as governo central. exige que o Gabinete de Desenvolvimento e sonora, incluem o número de quilómetros da informalidade, e espaço público no de retalho; espaço de escritórios de
por exemplo, artes e artesanato, comida partes. Nesta estratégia o Gabinete de A implementação de melhorias para da Baixa possua um cadastro físico e fiscal desnecessários percorridos pelos veículos terraço, em troca de uma concessão de primeira; estabelecimentos hoteleiros e
especializada, etc. A parceria recomendada Desenvolvimento da Baixa deve fornecer tornar a Av. 10 de Novembro (passeio da Uma opção que o CMM deve considerar detalhado e prepare uma análise financeira particulares em busca de estacionamento, 10 a 15 anos em um modelo constrói- restaurantes de primeira; e pode-se tornar
é uma concessão em que o parceiro uma análise convincente do aumento frente-do-mar), Rua do Bagamoio / Timor para recuperar o investimento é uma sólida dos custos e benefícios das melhorias e o estacionamento ilegal. O Plano Parcial opera-transfere ou constrói-possui-opera. uma das principais atracções turísticas.
remodela as instalações, arrenda-as e do valor imobiliário de uma abordagem Leste, Av. Samora Machel, Av. Fernão contribuição para a melhoria, que seria para os proprietários e os inquilinos que de Urbanização prevê a construção de Tal estratégia de parceria representaria Tal empreendimento, no entanto, requer
mantém a limpeza e beleza do parque. Tal integrada e coerente em relação as ruas de Magalhães e Rua António Fernandes paga uma única vez, e que iria garantir têm a beneficiar das melhorias. Escusado várias estruturas de estacionamento com risco financeiro mínimo para o município um planeamento de longo prazo, design e
concessão poderia ser tão curta quanto pedonais, espaços públicos e a frente- ambientes pedonais ou semi-pedonais a recuperação rápida das despesas de será dizer que parte da justificativa de uma uma capacidade total de mais de 6.000 em troca da implementação de um acompanhamento meticuloso. A estação
cinco anos renováveis. do-mar. Além disso, uma tal abordagem agradáveis para os peões vai exigir um capital para melhorias de infra-estrutura. contribuição única de melhoria em troca de lugares de estacionamento. As estruturas componente importante do Plano Parcial de intermodal proposta pelo Plano Parcial de
integrada deveria ajudar a aliviar os melhorias das ruas não pode ser tratada são implantadas na Baixa para que os Urbanização. Urbanização representa todos os requisitos
10.5.2.6. Passeio da Frente-do-Mar e problemas de inundação vividos na Baixa Tabela 57. Novo estacionamento, espaço público e comércio de retalho de forma independente da estratégia de locais mais importantes sejam alcançados a e condições para uma bem-sucedida
as ruas pedonais e formar parte de uma estratégia de estacionamento e mobilidade. pé em 15 minutos a partir de uma estrutura Entidade Instrumental (EI) em que várias
prevenção de inundações. Códi Localização do quarteirão Lugares de Espaço Número A manutenção dessas ruas poderia, de estacionamento. 10.5.4. Estação intermodal partes interessadas se envolvem em um
A principal atracção da Baixa, no futuro, go estaciona público no de lojas (a contudo, ser privatizada através de acordos projecto de longo prazo com retornos
será o seu espaço público e passeio na O papel do Gabinete de Desenvolvimento mento terraço 7m2) de “adoptar uma rua” ou “adoptar um Enquanto muitas cidades poderia olhar Qualquer grande metrópole moderna promissores.
frente-do-mar. Os atores-chave na posse da Baixa neste caso é envolver as empresas 1 004 Av ONU / Av Tanzania 1,516 9,973 290 poste de iluminação” e outros instrumentos para a estratégia de estacionamento tem uma ou mais estações intermodais.
de direitos sobre a terra ao longo da frente- estatais e atores do sector privado 2 035 Av Albert Luthuli / Av 25 496 3,260 95 de publicidade de rua e marketing apenas de uma perspectiva de gestão Infelizmente, na maioria dos casos, essas As principais tarefas que precisam
do-mar incluem o Porto de Maputo, a interessadas em espaço nobre de comércio, Setembro especializados. do tráfego, o caso da Baixa argumenta estações são planeadas como uma reflexão ser realizadas pelo Gabinete de
Marinha de Moçambique, e os Caminhos bens imobiliários de primeira linha e locais fortemente a favor de uma estratégia secundária e são incapazes de resolver Desenvolvimento da Baixa para
3 037 Av Albert Luthuli / Zedequias 679 4,468 130
de Ferro de Moçambique (CFM). As três privilegiados para restaurantes e lazer combinada para o estacionamento, retalho totalmente as demandas conflituantes dos implementar uma estação intermodal de
Manganhela
são entidades paraestatais. para se tornarem parceiros no programa 10.5.3. Estacionamento e espaço público. Este é um bom presságio diferentes modos de transporte e mobilidade classe mundial incluem:
de regeneração. O papel desta entidade 4 039 Av Albert Luthuli / Fernao de 1,443 9,492 276 para uma estratégia de estacionamento e de uma forma completa. A Baixa representa • Preparar os termos de referência, as
Uma tarefa essencial do Gabinete de é negociar o melhor acordo possível para Magalhaes A estratégia de estacionamento do retalho combinado que capitaliza sobre o uma oportunidade única para Maputo de disposições legais e regulamentares
Desenvolvimento da Baixa será a de o CMM; deve, portanto, ser habilitada a 5 049 Filipe Samuel Magaia / 272 3,579 52 Plano Parcial de Urbanização da Baixa é “consumidor cativo”. desenvolver uma estação intermodal a para que uma EI detenha a
envolver essas entidades paraestatais negociar compensações, por exemplo, Zedequias Manganhela fundamental para tornar a Baixa um local metropolitana escala que vai prestar um propriedade e opere a estação
para chegar a acordo sobre a estratégia através de um Rácio de Área Edificável 6 091 Zedequias Manganhela / 297 2,604 57 atraente e livre de congestionamento para Tal cenário adequa-se bem a um serviço cada vez mais significativo para as intermodal por um período a ser
e desenho da frente-do-mar, como (FAR na sigla inglesa) excepcional ou Vlademir Lenin os residentes, empresas, escritórios e empreendimento conjunto em que o próximas décadas. determinado.
indicada pelo Plano. Tal programa de aumento do FAR em troca de melhorias, turismo. Na Baixa, os principais factores Município de Maputo atribui a terra e as
7 094 Av 25 Setembro 1,368 7,198 262 • Organizar um Pedido de Manifestação
regeneração zonal adequa-se bem a uma entre outras, na frente-do-mar, na Rua que contribuem para o congestionamento licenças de construção para um espaço Uma estação intermodal representa uma
Total 6,070 40,574 1162 de Interesse (MDI) internacional
parceria público-pública (PP) em que as do Bagamoio, Av. Samora Machel e Av. combinado de estacionamento e de retalho
Fernão de Magalhães.
268 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 269

e processo de candidatura para a A EI funcionaria então como o órgão Instituição para renovação seus edifícios deteriorados com um valor 10. 6. Planos de Pormenor Figura 173. Áreas para os Planos de Pormenor sugeridos
elaboração do projecto, construção e executor, que vai deter a propriedade e inicial do fundo de incentivos do GTGP.
operação da Estação Intermodal para operar a estação intermodal (infra-estrutura A reparação de edifícios e preservação Incentivos adicionais, por exemplo na Um Plano de Pormenor desenvolve e
o período especificado; fixa) e desenhar e implementar projectos de bens culturais de ruas inteiras é uma forma de incentivos fiscais, foram também implementa as propostas indicadas no
• Supervisionar a avaliação das MDIs relacionados ao transporte urbano e usados em troca de reabilitação de PPU. Ele define em detalhes o projecto
tarefa desafiadora para qualquer cidade.
e avaliação das candidaturas para a assegurar a sua gestão integrada. edifícios históricos. No caso de Marrocos, da ocupação do solo e serve como base
Exemplos recentes bem sucedidos são
elaboração do projecto, construção e Georgetown, na Malásia e vários ‘medinas’ um programa especial foi criado para para a implementação de projectos de
operação da Estação Intermodal; Um bom ponto de partida para a EI seria treinar e prestar assistência técnica aos infra-estrutura, a arquitectura de edifícios
no Marrocos . Em ambos os casos, um
a realização de um estudo de planeamento proprietários de casas e edifícios em e espaços ao ar livre, de acordo com as
• Monitorar o desempenho e prestar mecanismo especial de subvenção foi
e viabilidade detalhado para a Estação prioridades estabelecidas nos programas
contas ao CMM anualmente. criada para desembolsar fundos num rácio mau estado para eles próprios realizar a
Intermodal e garantir que ela se torne uma de implementação contidos no plano de
médio de alavancagem de 1 : 6. A iniciativa restauração e renovação. O programa
proposição atraente para o investimento do estrutura urbana (PEUMM) e no plano
10.5.4.1. Papel da EI para a Estação conhecida como “Think City” (Pensar a provou ser um successo, não só em termos
sector privado através da incorporação de parcial (PPU).
Intermodal Cidade) na Malásia foi estabelecida como de edifícios restaurados, mas também
instalações de retalho, escritório, lazer e
uma SPV apoiado pelo Programa de porque ele proporcionou às pessoas que
turismo. O PPU sugere três planos de pormenor
O papel da EI para a Estação Intermodal é Subvenção de George Town (GTGP). se beneficiaram da formação e assistência
de minimizar os riscos para o sector público prioritários:
10.5.4.2. Regeneração de edifícios No âmbito deste programa, os proprietários técnica novas habilidades que podem
e maximizar a mobilização de investimentos capitalizar no mercado.
históricos de edifícios foram estimulados a restaurar
privados. Portanto, é recomendável separar • Plano de Pormenor 1 - Baixa
o planeamento estratégico e as funções Oeste: O principal objectivo deste
Os primeiros passos do processo consistem
reguladoras (papel do CMM) das funções de plano de pormenor seria abordar o
no Gabinete de Desenvolvimento da Baixa
criação e gestão de infra-estrutura (papel da alinhamento das vias de acesso à
traduzir as recomendações do Plano Parcial
EI). O CMM seria um accionista e membro Ponte da KaTembe, que não está
de Urbanização sobre a conservação do
do Conselho de Administração da EI mas a terminado no momento da emissão
património em um conjunto de políticas;
EI iria operar de acordo com os princípios do PPU, e o entroncamento da Av.
elaborar os Termos de Referência
do mercado e de acordo com os mais altos das Estâncias, Praça 16 de Junho
para a EI para a restauração da Baixa
padrões de avaliação de desempenho, e Av. 24 de Julho, e o projecto de
Histórica; e envolver o governo central, os
responsabilização e transparência. dois grandes empreendimentos
proprietários e o sector privado na criação
imobiliários de uso misto, bem como
de um mecanismo de subvenção especial.
suas vias de acesso.
270 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 271

• Plano de Pormenor 2 - Estação Figura 174. Áreas não vinculativas do Plano 10. 7. Áreas não vinculativas • Área 2 - Marinha de Moçambique:
Intermodal da Baixa Oeste: O A coordenação com a Marinha
objectivo deste plano de pormenor Áreas não vinculativas. de Moçambique e outros agentes
é preparar um plano de negócios interessados abriria oportunidades
e caderno de encargos para a • Área 1 - Porto de Maputo: O para um novo desenvolvimento
construção da estação intermodal e PPU inclui uma estrutura urbana integrado do Porto de Pesca e da
seu entorno imediato indicadora para a área actualmente área da Marinha para que se alinhe
• Plano de Pormenor 3 – Parque utilizada pelo Porto de Maputo, em com as especificações gerais do
Linear da Baixa Este e Elevador: conformidade com a visão e os PPU. Isto implicaria deslocalização
Este plano de pormenor vai estudar o princípios da Baixa. Isso inclui uma das instalações portuárias e de
parque linear proposto na Rua António área de desenvolvimento de uso reparação de navios existentes para
Fernandes, e especificamente a misto com espaço residencial e de desenvolver uma área de uso misto,
sua convergência com a Av. 10 serviços voltados principalmente com um significativo potencial de
de Novembro na frente-do-mar, a para o turismo. A frente-do- criar um destino de lazer na frente-
ligação com a rua pedonal de Timor mar é redesenhada com amplo do-mar, incluindo espaço comercial e
Leste no local da Facim, e a área ao espaço pedonal para fornecer uma residencial. É proposto naquela área
lado da TVM. O plano de pormenor continuação da esplanada na Av. um novo terminal de passageiros
irá também propor soluções técnicas 10 de Novembro. Um terminal de de ferryboat que vai melhorar ainda
para o elevador para a área do Museu cruzeiros e um mercado turístico mais a sua acessibilidade através de
(ou outra tecnologia que soluciona o também são indicados no PPU para meios de transporte aquáticos.
transporte público vertical). esta área. Caso a área do Porto
de Maputo mude a sua utilização
para qualquer outro uso distinto
das funções portuárias, então o
CMM pode colocar em prática esta
estrutura indicadora.
A
Implementação do Plano | 273

Anexo A. Membros da Comissão de Acompanhamento

Anexos CMM
1. Presidente do CMM
2. Vereador de Planeamento Urbano e
Outros membros da Comissão de
Acompanhamento
Económicas (CTA)

25. Associação dos Operadores e


Trabalhadores do Sector Informal
11. Director da Direção Nacional do (ASSOTSI)
Ambiente
Património Cultural (Ministerio da
3. Vereador de Infra-estruturas Cultura) 26. AVITUR

4. vereador de Atividades Económicas 12. Direção do Turismo da Cidade 27. Grupos desportivos (Maxaquene)
(MITUR/Governo da Cidade) 28. Associação Moçambicana de
5. Vereador de Mercados e Feiras
13. MICOA (DINAPOT) Artesões
6. Vereador de Educação, Cultura e
Ação Social 14. MAE 29. Fórum Empresarial para o Meio
Ambiente (FEMA)
7. Vereador de Transporte 15. Governo da Cidade
8. Vereador do Distrito Municipal de 16. CFM/ MPDC
KaMpfumo
17. Arquivo Histórico de Moçambique
9. Vereador do Distrito Municipal de (UEM)
Nhlamankulu
18. UEM (Faculdade de Letras e
10. Secretários dos Bairros Central C, Ciências Sociais)
Alto Mãe B e Malanga
19. FIPAG
20. Águas da região de Maputo
21. EDM-Cidade de Maputo
22. TDM
23. Empresa de Desenvolvimento de
Maputo Sul

24. Confederação das Associações


274 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 275

Anexo B. Comentários Registados na Segunda Consulta Pública e Resposta do PPU

Comentário Resposta A eventual expansão da rede urbana na área entre a Praça dos Trabalhadores e a • TEsta área está fora do âmbito do PPU. No entanto, com base na experiência de muitas
extensão da estrada circular teria um impacto negativo sobre as actividades portuárias na cidades portuárias de todo o mundo, para se manterem competitivos as autoridades
A área do PPU contém a Área de Jurisdição do Porto, que compreende o Porto de Pesca, • A extensão da área de planeamento do PPU foi definida pelo CMM
medida em que iria cortar as linhas de abastecimento do Porto, eliminar a maior parte do portuárias tiveram a necessidade de expandir a capacidade e área operacional para
Terminal de Cabotagem e parte da Área de Concessão da Companhia de Desenvolvimento • O PPU define a Área de Jurisdição do Porto como não vinculadora. Isto significa que terminal de granéis e sua área de expansão, e o terminal de veículos acomodar navios Panamax e Post_Panamx. Ao mesmo tempo, a liberação de terras
do Porto de Maputo (MPDC). O programa de uso do solo do PPU está em conflito com as os usos e estrutura urbana que define estão fora do seu âmbito de regulamentação. No em áreas portuárias em locais privilegiados cria oportunidades significativas para o
actividades do porto, especificamente: entanto, qualquer alteração futura do uso do solo da área de jurisdição do porto para desenvolvimento imobiliário.
Actividades portuárias são incompatíveis com o acesso público outros usos distintos daqueles directamente necessários para as actividades portuárias
O espaço de escritório do Porto seria eliminado • No futuro, possivelmente para além do horizonte temporal do plano, é razoável pensar
terá de ser aprovada pelo CMM
O contrato de concessão portuária entre o Governo e MPDC seria violado. que a autoridade portuária poderia querer considerar requalificar a área indicada
• Num cenário de crescimento das actividades portuárias nas próximas décadas, é
razoável considerar que em um momento futuro o porto poderia considerar deslocalizar- O plano incorpora a proposta do projecto da Ponte da KaTembe de mover a entrada • Esta área está fora do âmbito do PPU. No entanto, com base na experiência de muitas
se para uma área maior que permitiria manter e reforçar a sua competitividade. Essa da escola do Porto da Av. 24 de Julho para a parte de trás, onde actualmente há uma cidades portuárias de todo o mundo, para se manterem competitivos as autoridades
deslocalização iria liberar um significativo valor de desenvolvimento imobiliário a favor assentamento habitacional informal na Malanga. O PPU precisa de acomodar esta entrada portuárias tiveram a necessidade de expandir a capacidade e área operacional para
do titular da terra, o que poderia contribuir substancialmente para cobrir os custos da no cenário de desenvolvimento geral proposto para a área do actual assentamento acomodar navios Panamax e Post_Panamx. Ao mesmo tempo, a liberação de terras
deslocalização e infra-estrutura do novo porto. Este tem sido o caso de muitos portos em informal. em áreas portuárias em locais privilegiados cria oportunidades significativas para o
muitas cidades do mundo. desenvolvimento imobiliário.

• O PPU define uma estrutura urbana preferencial para a área no futuro, para que o • No futuro, possivelmente para além do horizonte temporal do plano, é razoável pensar
desenvolvimento seja compatível e harmonizado com a Baixa, o que irá aumentar o seu que a autoridade portuária poderia querer considerar requalificar a área indicada.
valor O PPU foi desenvolvido em coordenação com o plano da Maxaquene? • Todos os projectos de desenvolvimento imobiliário na área de Maxaquene que foram
• Recomenda-se que quaisquer conflitos ou coordenação necessária com outros planos, aprovados até Novembro de 2013, de acordo com informações fornecidas pela Direcção
como o Plano de Desenvolvimento do Porto de Maputo, o Plano de Expansão do Porto de Infra-estrutura foram incluídos no PPU
de Pesca, particularmente o Projecto de Pesca de Atum, adicionem planos para a
revitalização da área de cabotagem
• Abordado com uma perspectiva estratégica de longo prazo, e na fase do Plano de
Pormenor
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Comentários de reuniões realizadas antes das audiências públicas entre a Constellation, • O projecto no antigo recinto da FACIM não estava na lista de projectos aprovados até O plano director do local da FACIM inclui duas torres de 39 andares (residencial) e 31 • As características do projecto do local da FACIM estão incorporadas no PPU na sua
o CMM e o consultor não foram levados em consideração. Novembro de 2013, fornecida pelo CMM andares (escritórios), outras alturas variam entre 22 e 30 andares de acordo com o estudo condição de um projecto aprovado.
• Por esta razão, o projecto de PPU incluiu no antigo local da FACIM uma estrutura urbana dos ventos. As torres estão nas áreas este e oeste de o local. A área central possui um • No entanto, recomenda-se que a CMM discuta com os promotores do projecto do
diferente do projecto submetido ao CMM para consideração. Que pensa-se que será centro de negócios e conferências com mais de 3 andares deixando um trecho de vista local da FACIM pequenos ajustes condutores a retenção das intervenções de espaço
mais condutivo a uma harmonia com o desenvolvimento geral da Baixa. No entanto, para o mar. Os proponentes do plano director não contemplam mudar esta disposição.. público propostas pelo PPU no local, que são o parque linear ao longo da Rua António
para não prejudicar qualquer potencial económico a área edificável é semelhante à do Fernandes e o eixo pedonal Bagamoio / Timor Leste.
projecto submetido
O PPU deve ser coordenado com outros planos em andamento, como parte de um plano • Comentário reconhecido. O CMM anunciou recentemente uma revisão do Plano de
• O PPU foi ajustado posteriormente a uma reunião entre o CMM e o promotor da director global de Maputo Estrutura de Maputo.
submissão no dia 31 de Julho de 2014. O status do local foi mudado de “Novos edifícios”
para “Aprovado”. O mapa de zoneamento representa a submissão do projecto do local O PPU leva em consideração o desenvolvimento da KaTembe? Há um projecto de uma • O âmbito de planeamento do PPU indicado pelo CMM não inclui a KaTembe. É altamente
da FACIM como todos os outros projectos aprovados.. segunda ponte, uma vez que uma única provavelmente não será suficiente nos próximos recomendado que a integração entre a KaTembe e Maputo seja abordada na revisão
anos anunciada do Plano de Estrutura de Maputo.
Embora o plano director da Constellation compartilha as intenções do PPU tais como uma • O PPU foi ajustado para reflectir a apresentação do local da FACIM como um projecto
• Ao consultor não foram fornecidos estudos de demanda de tráfego que justificam o
elevada quantidade de acesso público, boa integração da rede de estradas com a Baixa, aprovado. Os itens que têm um impacto sobre o local que precisariam de mais
dimensionamento do projecto actual da ponte da KaTembe.
valorização da frente-do-mar através de espaços de lazer e preservação das vistas para o coordenação incluem duas intervenções-chave de espaço público a uma escala urbana.
mar, o plano difere na implementação destas intenções no terreno.. Estas são: (1) o parque linear no PPU que liga a base do elevador proposto e a frente- Qual é a proposta para a parcela da marinha na ponta Este da área? Há rumores sobre Da tal proposta mencionada, não há detalhes conhecidos oficialmente uma vez que não foi
do-mar. O parque linear foi ajustado no PPU final, transferindo-o para que esteja sobre projectos em consideração, o Plano está a controlar alturas nessa parcela? feita a submissão para aprovação no período do PPU. O local mencionado está fora da área
a Rua António Fernandes, o que faz com que seja mais compatível com o projecto da do PPU.
FACIM; e (2) o eixo pedonal Bagamoio / Timor Leste, que liga dois marcos da Baixa - a
O PPU não inclui o mais recente alinhamento da Ponte da KaTembe. Além disso, a • A primeira versão do PPU incluiu o alinhamento disponibilizado pelo promotor do projecto,
estação do CFM e a requalificação do local FACIM.
Maputo Sul pretende implementar uma área reservada de 15 m de cada lado da ponte, no momento da sua preparação. O PPU final foi ajustado para incorporar o alinhamento
• Acredita-se que estas intervenções de espaço público propostas no PPU trarão onde nenhuma construção será permitida. da ponte que foi fornecido pelos promotores do projecto a 23 de Agosto de 2014.
benefícios para a reurbanização do local FACIM uma vez que eles melhoram a sua
• O PPU foi ajustado de modo a que nenhuma estrutura ou uso fosse definido total ou
acessibilidade e qualidade do espaço público
parcialmente no solo abaixo da projecção da ponte.
• A implementação destas intervenções de espaço público como propostas exigiria um
• O CMM informou que o processo formal para a declaração de reservas ainda não haviam
ligeiro ajuste do projecto do local da FACIM
sido submetido à consideração pelo CMM no momento da finalização do PPU. Portanto,
Não há conflito entre o plano director da Constellation e a proposta do PPU na Av. 10 de Comentário reconhecido o uso da área sob a ponte não foi observado, uma vez que ainda precisa ser coordenado
Novembro e na frente-do-mar entre o proponente e o CMM para decisão final.
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Este PPU inclui elementos de planeamento que devem ser considerados durante a fase Dadas as pressões de desenvolvimento urbano, a intenção do PPU era fornecer um guia o Uma parte da Baixa está sujeita a inundações devido às fortes chuvas e as marés altas. O À escala da Baixa, não se pôde projectar grandes medidas estruturais de mitigação, tais como
de plano de pormenor de acordo com a Lei de Terras. mais abrangente possível que permitiria ao CMM gerir tais pressões tão urgentemente quanto quê é que o Plano sugere a este respeito? Lagoas de retenção? Em quanto é que o PPU grandes barragens ou lagoas de retenção. Estes devem ser objecto de um plano director que
possível. vai aumentar a % de área selada? abrange todo o estuário do Rio Maputo levar em consideração o impacto de todas as bacias
hidrográficas e os efeitos das marés.
Qual é a razão para limitar a altura de edifícios a 8 andares ao longo da Av. 25 de Setembro A primeira versão do PPU considerou edifícios mais baixos na área ao longo da Av. 25 de
Por isso, o PPU focou-se em soluções para melhorar a drenagem das águas pluviais na área
a 8 andares e 20 andares ao longo frente-do-mar? Setembro na área central da Baixa onde há activos históricos. No PPU final a altura dos
do projecto, bem como a redução do escoamento superficial de água:
edifícios da frente-do-mar foi reduzida, enquanto os edifícios mais altos na Av. 25 de Setembro
• Melhoria da rede de drenagem de águas pluviais: O sistema de drenagem da Baixa
criam uma continuidade formal com os edifícios aprovados na área da Maxaquene.
foi totalmente redesenhado com galerias de drenagem reforçadas de betão (mais
O PPU inclui um estudo sobre o impacto do aumento da altura de edifícios, tal como a O PPU indica alturas potenciais máximas. Tais estudos devem ser realizados in situ antes de de 8.000 m). São recomendadas galerias de drenagem em betão, pois exigem uma
resistência a terramotos e a circulação do ar? ser concedida a aprovação de planeamento e de acordo com as disposições gerais feitas para cobertura mais fina sob a superfície em comparação com tubos de PVC, e, portanto, não
Maputo no seu plano de estrutura. impõem grandes movimentações de terra para obter a inclinação necessária na zona da
Baixa central que é bastante plana. Para lidar com o efeito da maré, as galerias serão
Os novos edifícios vão ensombrar a frente-do-mar durante a maior parte do dia. A A altura dos edifícios na frente-do-mar foi reduzida no PPU final.
equipadas com válvulas de maré nos pontos de descarrega para o rio Maputo.
permeabilidade será comprometida pela altura dos edifícios ao longo da frente-do-mar.
• Aumento da quantidade de superfícies permeáveis: Adicionalmente, o plano prevê o
aumento de áreas verdes dos actuais 4,79% da superfície total da cidade para mais de
14% em dez anos. Isso está planificado através de um conjunto de soluções, incluindo:
»» A construção de uma faixa verde de 10 metros de largura ao longo de toda a extensão
da frente-do-mar, totalizando 23.000 metros quadrados.
»» A vegetação do terraço de novos parques de estacionamento, o que representa um
total de quase 54.000 metros quadrados
»» Por exemplo, a implementação somente destas duas medidas representa uma
redução do escoamento superficial da água de 1,6 m3 / s, ou seja, para um temporal
de 40 minutos, mais de 3.800 metros cúbicos que não precisariam ser evacuados..
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• Topografia: Uma das soluções mais antigas e óbvias para mitigar o risco de inundações Quem estaria interessado em viver debaixo de um viaduto, com o barulho do trânsito e o Não há unidades residenciais localizadas por baixo da ponte da KaTembe na primeira versão
é elevar o terreno acima da linha de inundação. No entanto, esta é uma solução muito risco de acidentes? do PPU, apenas uma parte da estação intermodal. Isto foi ajustado para que nenhum edifício e
pouco prática num contexto urbano, onde os níveis de superfície de estradas, sistemas com certeza nenhuma unidade residencial estejam localizados por baixo da ponte da KaTembe
de drenagem, passeios e entradas de edifícios interconectam. No entanto, o plano prevê no PPU final.
a reconstrução de quarteirões inteiros de edifícios, incluindo estradas, o que apresentará
Relativamente às áreas de lazer, como é que o plano prevê a limitar o comportamento A execução está fora do âmbito de um instrumento de planeamento. No entanto, se totalmente
a ocasião para “corrigir” a topografia de algumas áreas da Baixa. Isto terá de ser seguido
impróprio e controlar a venda de álcool? implementado o plano eliminaria estacionamento descontrolado na frente-do-mar e reduziria
atentamente na fase do Plano de Pormenor.
significativamente a circulação automóvel. Além disso, o PPU inclui recomendações sobre a
Os novos edifícios podem agravar o risco de inundação. Como foi desenhado o sistema Como discutido acima, o plano foi concebido para não agravar o risco de inundação através da criação de aglomerados de comércio em espaço aberto em que são especificados determinados
de drenagem de águas pluviais? redução das superfícies permeáveis. produtos e serviços apropriados para a venda. Esta recomendação foi elaborada em conjunto
O projecto do sistema de drenagem de águas pluviais foi feito com base nos seguintes com as associações de vendedores informais ASSOTSI e ASOCAVA.
documentos::
É de notar que a Baixa tem cada vez mais bancos e escritórios e menos lojas, o que faz O PPU inclui a remodelação de uma série de ruas, totalizando mais de 100.000 metros
• Mapa topográfico, incluindo a actual rede de drenagem de águas pluviais
com que caminhar na rua seja menos interessante. Como é que o PPU prevê atrair as quadrados de espaço para peões; a remodelação dos passeios em ruas de tráfego automóvel;
• Anexo 11 do “Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Agua e de pessoas para passear nas ruas da Baixa? Ou na frente-do-mar? vegetação de protecção; e melhoria da iluminação pública em toda a área do plano.
Drenagem de Aguas Residuais”
É possível organizar o comércio informal, como em outros países? Existem associações As recomendações contidas no PPU visam facilitar a transição de vendedores informais
De acordo com o anexo 11, foram feitas as seguintes suposições:
de vendedores informais, mas estão mal organizadas e os vendedores produzem uma para aglomerados de comércio em espaço aberto, oferecendo espaços dedicados em que
• Período de retorno de 20 anos (Q20)
grande quantidade de lixo. determinados produtos e serviços específicos podem ser vendidos, o que pode reduzir ou se
• Intensidade de 40mins concentram as áreas de venda que produzem resíduos orgânicos, facilitando assim a recolha.
• Coeficiente de escoamento de 0,95 Esta recomendação foi elaborada em conjunto com as associações de vendedores informais
O sistema de drenagem de águas pluviais foi, portanto, projectado para evacuar a água de ASSOTSI e ASOCAVA. Também foi sugerido que o CMM inicie um programa de limpeza de
escoamento superficial quando todas as áreas permeáveis estiverem saturadas. rua complementar à concessão actual de recolha de resíduos, e que considere o envolvimento
de associações informais nessa actividade.
O PPU prevê a criação de espaço público em propriedades privadas? Sim. O PPU indica um recuo de 10 metros a partir da linha de propriedade ao longo da frente-
do-mar na Av. 10 de Novembro. Esta área está zoneada para ser em 80% permeável e de uso Serão mantidas as vedações como aquela em torno do Jardim Tunduro? Melhorias específicas do Jardim Tunduru estão no âmbito de um projecto elaborado pelo CMM
público. antes do período do PPU e actualmente em execução. Foi indicado que as melhorias são
suportadas financeiramente por programas de responsabilidade social corporativa dos CFM e
Qual é a percentagem da área dedicada a espaços verdes? O PPU aloca 15% da área a espaços verdes, um aumento em relação aos actuais 4,79%.. da Vale, uma multinacional nas indústrias extractivas..
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Edifícios históricos: Deve-se destacar quais são os edifícios públicos e quais são os Identificar a posse dos mais de 300 activos históricos é de fato um passo importante para a A faixa do BRT estará no meio da estrada? O desenho da estrada do BRT está fora do âmbito do PPU. Ele está a ser preparado por
privados. Qual é o impacto do uso do edifício? preservação e reaproveitamento. A conclusão do cadastro (físico e fiscal) é o instrumento que consultores que trabalham para o Departamento de Transportes. Na Av. Guerra Popular, o
serve esse fim. PPU incorpora o desenho fornecido pelos consultores do BRT.

O PPU menciona 40% de habitação a preços acessíveis. Vão estar agrupados em uma O PPU recomenda localizar as unidades de habitação a preços acessíveis – que representaram Como é que o PPU desenvolveu a estratégia de “15 minutos” para o estacionamento? A estratégia de “15 minutos” é um método para determinar a localização dos parques de
determinada área ou espalhados por todo a Baixa? Cada edifício tem uma percentagem cerca de 40% dos novos edifícios residenciais na área do plano – na Baixa Oeste. A Qual foi a amostra da população pesquisada? estacionamento rotativo na Baixa. Ele foi desenvolvido através de contribuições de grupos
de habitação a preços acessíveis? Qual é o salário médio das pessoas que vão comprar percentagem de unidades a preços acessíveis seria determinada por quarteirão. Nos blocos focais com não residentes que viajam para a Baixa usando seu veículo particular para
ou alugar as habitações? 005-009 e 017-018 a percentagem é de 100%; nos blocos 010-019 e 021-025 a percentagem tratar processos administrativos em edifícios do governo e fazer uso dos estabelecimentos
é de 40%. comerciais. Ele não se destina a substituir os requisitos de lugares de estacionamento para
cada edifício de escritório, residencial e comercial estabelecido no PEUMM.
“Acessível” significa que o custo por metro quadrado da unidade habitacional estaria 40%
O plano deve incluir um amplo estudo que sustenta a viabilidade técnica e financeira desta O PPU é o produto de um estudo de alto nível e não impõe soluções técnicas, mas sim uma
abaixo do preço de mercado.
proposta e seu impacto na cadeia económica e logística da região estrutura integrada na qual a cidade pode desenvolver-se harmoniosamente e eficientemente.
O sucesso da estratégia de transporte do PPU dependerá grandemente do controlo do Controlo do tráfego não está dentro do escopo do PPU. As recomendações terão que ser A sua viabilidade técnica e financeira não pode, portanto, ser provada como um todo. Isto será
tráfego. O PPU aborda esta questão? promulgadas pelo CMM através dos departamentos competentes. exigido ao nível de projectos, onde o PPU será mais uma restrição a levar em consideração
nestes estudos.
Não há menção de um estudo de tráfego, incluindo o tráfego gerado pelas novas áreas O plano incluiu um estudo de tráfego, com base em contagens de tráfego realizadas durante o
No entanto, a coerência do plano em termos de capacidade para habitação, transporte,
residenciais e de escritórios. Será que os parques de estacionamento e transportes período inicial e em estudos já existentes, como o Plano Director de Transporte Urbano para o
estacionamento, infra-estrutura, acolhimento de empreendimentos comerciais, etc. foi
públicos serão suficientes? Grande Maputo elaborado pela JICA em Setembro de 2013. A demanda por transporte público
verificada e documentada. Além disso, as opções do CMM para implementar o projecto,
foi estimada com base nesta informação, mas a sua concepção não faz parte deste estudo.
incluindo mecanismos de financiamento para garantir a viabilidade financeira do plano, foram
A quantidade diária de viagens de carro geradas pela implementação do Plano foi estimada
estudadas com base na informação disponível..
em 25.200, e a disposição das estradas foi projectada em conformidade.
A demanda por estacionamento também foi estudada e as recomendações do Plano foram Com que impostos adicionais é que o Município pretende financiar este projecto? O plano de financiamento de infra-estrutura terá de ser desenvolvido pelos departamentos
realizadas em conformidade. Além do espaço de estacionamento imposto pelo PEUMM para competentes do CMM como um seguimento das indicações dos requisitos do PPU. Tal
todos os novos edifícios, o plano inclui novos parques de estacionamento, totalizando 7.000 plano de financiamento de infra-estrutura irá definir os mecanismos a serem aplicados para
lugares de estacionamento adicionais. Finalmente, o novo arruamento vai acolher mais de o financiamento de infra-estrutura. O PPU no entanto sugere uma combinação de taxas
6.400 lugares de estacionamento para estacionamento temporário. de desenvolvimento para novas construções e contribuições para o melhoramento das
propriedades existentes.
O PPU dá prioridade aos carros enquanto as bicicletas deveriam ser a prioridade para O PPU introduz mais de 100.000 metros quadrados de ruas pedonais e mais de 5 quilómetros
uma cidade que pretende chamar-se "sustentável". de ciclovias.
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Qual é o orçamento estimado para implementar o PPU? IEm primeiro lugar é de notar que a estimativa do custo do projecto, nesta fase, é um exercício Quem será responsável pelo financiamento e implementação da necessária renovação de Esta questão deve ser debatida pelo Conselho Municipal, mas o plano recomenda que o CMM
arriscado, pois requer muitas suposições sobre alguns elementos-chave. Além disso, isto não infra-estruturas (água, esgotos, estradas e energia eléctrica)? seja responsável pelo financiamento e implementação dos seguintes itens:
leva em conta a realização das obras e a potencial flutuação da moeda e outros efeitos de • Novos edifícios: estação intermodal, os novos escritórios da administração pública, infra-
desconto. estruturas dos mercados e o elevador na Baixa Este
No entanto, com base em uma série de hipóteses e suposições bem detalhadas no relatório • Subsídios para: construção de habitação a preços acessíveis e reabilitação de edifícios
final, o orçamento estimado para CMM está na ordem dos 250 milhões de USD (7.700 milhões patrimoniais privados
de Meticais).
• Reabilitação de edifícios patrimoniais públicos
O PPU contempla o investimento em infra-estruturas? E quem vai cobrir esse investimento? Um projecto esboço da melhoria necessária na infra-estrutura pública foi feito como parte do • Renovação de infra-estruturas, incluindo ruas, abastecimento de água, esgotos,
PPU, e as quantidades foram utilizadas para estimar um orçamento. Como se verá adiante, iluminação pública e drenagem
recomenda-se que o CMM financie e implemente as obras de melhoramento.
• Desenvolvimento de novos espaços abertos (parques, áreas pedestres)
O PPU irá aumentar a população 12 para 64 milhares. Isto vai ser coordenado com os O aumento da população que acompanha o desenvolvimento da Baixa foi tomado em conta O mecanismo para o CMM recuperar este investimento ainda está por aprovar, mas é muito
serviços públicos, como esgotos, sistema de saúde, etc.? na concepção do melhoramento das infra-estruturas, incluindo a nova disposição das ruas, provável que o sector privado termine por participar por meio de uma série de impostos
abastecimento de água, esgotos, fornecimento de energia e drenagem de águas pluviais. A especificamente voltados para o desenvolvimento da Baixa.
maioria dos serviços vai ser financiada e operada por entidades públicas, outros, como a rede
de fornecimento de energia, por uma contraparte privada. O plano inclui um projecto esboço da melhoria das principais redes de abastecimento de água
Outros serviços públicos que necessitam de investimentos de lidar com o aumento da e de energia para atender a demanda gerada pelos novos edifícios. A demanda foi estimada
população, mas não de infra-estrutura, tais como saúde, educação, gestão de resíduos sólidos, com base em normas locais e internacionais.
não foram abrangidos por este estudo. A rede de abastecimento de água é composta de 15.000 metros de tubos, incluindo 10 mil
metros de novos tubos. A rede de energia inclui 5.100 metros de novas linhas de Alta Tensão
e 6.800 metros de linhas de Baixa Tensão. As redes existentes foram retidas sempre que
possível, e vão exigir a reabilitação.

O PPU estudou o aumento na demanda por energia e água? Não foi realizada nenhuma investigação hidrológica como parte do PPU e isso terá de ser
feito na etapa do Plano de Pormenor. No entanto, existe uma grande variedade de soluções
técnicas para vencer os solos pobres.

Há problemas de infiltração de água subterrânea no sopé das barreiras na Baixa Este, e O PPU inclui um projecto esboço da melhoria do principal sistema de esgotos para evacuar
em outros locais da Baixa. Como é que isso será tratado? o fluxo gerado pelos novos edifícios. Ele inclui 7.400 metros de tubos novos e seis estações
elevatórias, para evacuar as águas residuais provenientes da Baixa Este.
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O PPU integrou o desenvolvimento de um sistema de esgotos? A deslocalização das indústrias e armazéns na Baixa Oeste será completada progressivamente O relatório do PPU carece de dados. Por que não comparar a situação actual e futura com PPU alterado em conformidade
a medida que se faz o re-zoneamento da terra de uso industrial para usos mistos, residenciais base no diagnóstico?
e comerciais. A oportunidade económica criada para os proprietários das terras pelos novos
O solo vai suportar a implementação do PPU? A maior parte da área costumava ser Não foi feita nenhuma investigação geotécnica como parte do PPU e isso terá de ser feito na
desenvolvimentos iria compensar os custos. Estas, bem como as decisões de localização são
pântanos baixos que podem não resistir a edifícios altos. etapa do Plano de Pormenor. No entanto, existe uma grande variedade de soluções técnicas
do âmbito dos proprietários da terra.
para vencer os solos pobres.
Como é que o PPU prevê reassentar as indústrias e armazéns da Baixa Oeste? Quanto O alinhamento actual das estradas de acesso a ponte da KaTembe concebido pelos promotores
vai custar e para onde irão? do projecto implica a deslocalização de um assentamento informal na área da Malanga. Tal
reassentamento estaria dentro do âmbito do projecto da ponte.

O PPU prevê qualquer reassentamento dos habitantes? O alinhamento actual das estradas de acesso a ponte da KaTembe concebido pelos promotores
do projecto implica a deslocalização de um assentamento informal na área da Malanga. Tal
reassentamento estaria dentro do âmbito do projecto da ponte.

O PPU incluiu considerações sobre a mudança climática? De forma semelhante ao risco de inundações, atender às alterações climáticas em Maputo
necessitaria feito como parte de um plano director geral toando em consideração os
constrangimentos externos e insumos para a Baixa. Logo, a mudança climática foi levada em
consideração por meio das seguintes soluções locais:
• Aumento das áreas verdes, dos actuais 4,79% da superfície total da Baixa para mais de
14% em dez anos. Além do aumento da superfície permeável e subsequente redução
do risco de inundação, isto também facilita a recarga de lençóis freáticos e contribui para
melhoria da qualidade do ar.
• Melhoria dos edifícios: A reabilitação de activos patrimoniais e modernização de mais
de 50% dos edifícios da Baixa sob padrões modernos existentes irá melhorar seu
isolamento a altas temperaturas e resistência a fortes tempestades que possam resultar
da mudança climática. Isso também vai resultar num consumo de energia reduzido
destes edifícios.
• Melhoria das infra-estruturas: Como discutido acima, as infra-estruturas de drenagem de
águas pluviais serão melhoradas para lidar com os temporais..
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Anexo C. Projectos considerados Aprovados pelo Departamento de Infraestruturas até


Novembro de 2013
Figura 175. Mapa esquemático dos pedidos de construção ao CMM-DCU (até Novembro de 2013)

ID Valor Status Uso Primário (Uso Secundário) Nr. de Pisos Área Área da Nome do Investidor
Estim. Edificável Parcela (m2)

1 n.d.d. CONCURSO Bomba de Combustível 1 n.d.d. 400 CMM PPP

2 n.d.d. PIP Escritório n.d.d. n.d.d. 50.000 Engen

3 n.d.d. FUNCIONAMENTO Estacionamento n.d.d. n.d.d. 28.080 CFM

4 n.d.d. CONTRUÇÃO Escritório 13 n.d.d. 2.000 Ali Chahine

5 n.d.d. FUNCIONAMENTO Escritório (Bus Terminal) 4 n.d.d. 2.000 CMM

6 n.d.d. LICENCIADO Comercial (Escritório) 10 n.d.d. 1.600 FOCUS 21

7 n.d.d. LICENCIADO Hotel 12 n.d.d. 720 FOCUS 21

8 n.d.d. APROVADO Comercial (Escritório) 13 n.d.d. 600 João Ferreira dos Santos JFS

9 n.d.d. CONSTRUÇÃO Comercial (Hotel, 214 quartos) 7 n.d.d. 900 Hortofrutícola/ Euro Predial

10 n.d.d. APROVADO Escritório n.d.d. n.d.d. 900 Entreposto

11 n.d.d. APROVADO Escritório n.d.d. n.d.d. 540 Andrea Kamati

12 n.d.d. CONSTRUÇÃO Escritório 17 n.d.d. 4.000 CMM PPP

13 n.d.d. TRATAMENTO Escritório 17 n.d.d. 5.300 FUNAB

14 n.d.d. LICENCIADO Escritório 8 n.d.d. 2.000 Moçambique Holding

15 n.d.d. LICENCIADO Comercial (Escritório, Residencial) 17 n.d.d. 4.330 SIAL INVESTIMENTOS

16 n.d.d. CONSTRUÇÃO Escritório (Estacionamento) n.d.d. n.d.d. 4.200 Banco de Moçambique

17 n.d.d. CONSTRUÇÃO Museu n.d.d. n.d.d. 3.350 Fundo do Fomento Pesqueiro


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18 n.d.d. LICENCIADO Comercial (Escritório) n.d.d. n.d.d. 3.000 Correios de Moçambique e MAPUTO BUSINESS 34 n.d.d. LICENCIADO Escritório (Comercial, Hotel 166 25 n.d.d. 2.500 GOLAM MOTORS
TOWER quartos)

19 n.d.d. ESTUDO PRÉVIO Comercial (Escritório) 37 n.d.d. 1.400 Centro de Promoção e Investimentos (C.P.I) 35 n.d.d. FUNCIONAMENTO Escritório 7 n.d.d. 4.400 YokTur

20 n.d.d. APROVADO O ESTUDO Comercial (Escritório) 15 n.d.d. 1.400 Barclays Bank 36 n.d.d. CONSTRUÇÃO Hotel 72 quartos 7 n.d.d. 4.400 M.H MAMAD
PRÉVIO
37 n.d.d. FUNCIONAMENTO Escritório (Estacionamento, 650 15 n.d.d. 4.000 Valy Mahomed/ Vodacom
21 n.d.d. EM CONSTRUÇÃO n.d.a. n.d.d. n.d.d. 3.000 Millennium Developers, SA lugares)

22 n.d.d. LICENCIADO Escritório (Residencial) 17 n.d.d. 2.150 Cruz Vermelha de Moçambique 38 n.d.d. CONSTRUÇÃO Residencial (Serviços, Comercial, 16 n.d.d. 14.950 JAT VI
Hotel)
23 n.d.d. APROVADO Escritório 15 n.d.d. 2.000 DATASERV.LDA
39 n.d.d. FUNCIONAMENTO Escritório (Estacionamento, 1200 15 n.d.d. 11.500 Jat Constrói
24 n.d.d. LICENCIADO Comercial (Residencial) 20 n.d.d. 4.000 CCM- CELIACO CARLOS E JORGE ADRIANO
lugares)
SALIMO
40 n.d.d. TRATAMENTO Escritório 17 n.d.d. 8.100 FERNAVE/ Manuel Pereira
25 n.d.d. TRATAMENTO Serviços (Residencial) 20 n.d.d. 4.000 GANGA INVESTIMENTOS LDA
41 n.d.d. APROVADO Restaurante 1 n.d.d. 3.550 KFC
26 n.d.d. INFORMAÇÃO PRÉVIA Escritório (Comercial & Hotel, 150 34 n.d.d. 2.880 DOMUS- Sociedade Gestão Imobiliária, SARL
quartos) 42 n.d.d. APROVADO Escritório (Residencial) 7 n.d.d. Banco Comercial de Investimento (BCI)

27 n.d.d. TRATAMENTO Escritório (Estacionamento 650 15 n.d.d. 2.000 OPWAY 43 n.d.d. CONSTRUÇÃO Escritório 7 n.d.d. 7.000 STANDART BANK (INSITEC)
lugares)

28 n.d.d. CONSTRUÇÃO Escritório 13 n.d.d. 2.000 Ministério das Finanças ( ATM) *Nota: Ao consultor não foi fornecida a lista de projectos caducados ou chumbados.

29 n.d.d. INFORMAÇÃO PRÉVIA Residencial (Serviços) 5 n.d.d. 30.400 Colinas de Maxaquene SA

30 n.d.d. CONSTRUÇÃO Escritório 8 n.d.d. 2.050 Instituto nacional de Petróleo - Nova Sede

31 n.d.d. TRATAMENTO Comercial (Serviços) 16 n.d.d. 1.500 Ministério da Energia

32 n.d.d. LICENCIADO Comercial (Residencial) 21 n.d.d. 1.250 SDI INVESTIMENTOS

33 n.d.d. CONSTRUÇÃO Comercial (Residencial) 17 n.d.d. 1.250 BERTA CANANA


292 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 293

Anexo D. Acta do Charrette de Adopção da Visão


04 DEZEMBRO 2013 Estimados participantes do Charrete de B. Plano de Trabalho e Metodologia C. Principais Resultados DECLARAÇÃO DE VISÃO Formulação e validação da visão para a Baixa incluindo (ii) Uma experiência prática das ferramentas D. Próximos Passos
Elaboração da Visão para o PPU da Baixa de planeamento participativo que se usam
um conjunto de princípios. A primeira elaboração
de Maputo, O Charrete foi composto por 4 sessões que Os principais resultados do Charrete para alcançar um consenso rápido em uma O Charrete proporcionou uma importante
realizou-se em 3 grupos de trabalho, cada um com
Visão: consistiam de um misto de apresentações, incluem: composto por um facilitador e um misto de actores e visão única de uma comunidade, e para oportunidade para desenvolver interesse
Obrigado pela sua participação no discussões, um inquérito sobre preferências desenvolver objectivos a curto e longo público na concepção do PPU entre os
intervenientes. Estes grupos apresentaram em plenária
A BAIXA SERÁ UM DESTINO MULTI- workshop formal que teve lugar no mês visuais, e grupos de trabalho. Os parágrafos (i) Uma compreensão, partilhada prazos. principais intervenientes da Baixa. A
a sua respectiva visão seguido de discussão centrada
FUNCIONAL, INCLUSIVO E VIBRANTE, passado, onde se estabeleceu as linhas seguintes fazem uma breve descrição de por todos membros da Comissão de colaboração dos grupos participantes
nas palavras-chave comuns e nos princípios. A visão
LIMPO E VERDE, ONDE VISITANTES mestras da concepção de uma nova cada uma destas sessões e a metodologia Acompanhamento, dos aspectos chave e (iii) Uma visão adoptada por aclamação e por oferece ao CMM uma importante plataforma
final foi articulada pelos facilitadores, novamente
E RESIDENTES DISFRUTAM DO estrutura de planificação e desenvolvimento utilizada. os desafios que a Baixa enfrenta. consenso e apresentada no evento público de comunicação que será utilizada para
apresentado em plenária e adoptada por aclamação.
PATRIMÓNIO HISTÓRICO-CULTURAL, do centro histórico de Maputo. Em forma na Cerimónia de Desencadeamento do continuar o ritmo deste projecto para as
OBJECTIVOS FUTUROS Traduzindo a visão num conjunto preliminar de
DO MAR E DO ESPAÇO PÚBLICO. de conclusão deste importante momento, Plano a 8 de Novembro de 2013. suas fases posteriores de forma a que
objectivos. Este exercícios foi realizado em grupos de
gostariamos de partilhar consigo o seguinte RESULTADOS Partilha de informação preliminar resultante da recolha alcance seus ambiciosos objectivos.
trabalho depois de uma discussão inicial em plenária
Princípios: resumo do trabalho e traçar os próximos PRELIMINARES de dados, pesquisa e inquéritos no terreno. Os (iv) Valiosas contribuições e respostas que
sobre os resultados esperados do exercício e sobre o
passos para a conclusão do Plano de resultados foram apresentados por vários membros irão melhorar a qualidade do Análise das O papel chave da Comissão de
uso de um quadro lógico simplificado. Cada grupo de
Inspiradora – Organizada – Habitável – Urbanização Parcial. da equipa e usou meios visuais de comunicação condições actuais as condicionantes ao Acompanhamento
trabalho estava encarregue de formular um máximo
Acessível – Segura – Atractiva (GIS e mapeamento) para facilitar a compreensão crescimento positivo da Baixa.
de 3 objectivos representando os "tem que fazer"
e as discussões. Apresentou-se sobre uso do solo, (i) Comunicação e Difusão
A. Propósito e Objectivos do para o PPU. Além disso, os grupos tinham a tarefa de
A visão e princípios acima declarados património cultural, mobilidade, informalidade, Partilhar os temas e ideias que foram
Charrete identificar, para cada objectivo, um máximo de 5 actores/
foram adoptados pela Comissão de infraestrutura, etc. As discussões centraram-se na discutidas com os seus constituintes.
interveninentes cujas acções seriam necessárias para
Acompanhamento do PPU no dia 7 de clarificação e interpretação dos dados recolhidos e Recolher contribuições e explica-lhes como
(i) Partilhar os resultados preliminares do implementar os objectivos e daí tranformar a visão em
Novembro de 2013 e apresentados ao identificação de lacunas. eles podem ser participantes activos nos
estudo; realidade. Pelo menos 1 dos objectivos deveria ser
Público em anúncio formal do CMM na PLANEAMENTO DE Planeamento de cenários e discussão baseada nos passos futuros do projecto.
(ii) Envolver os membros da Comissão em alcançado dentro de 12 a 18 meses após a aprovação
Cerimónia de Desencadeamento do Plano CENÁRIOS resultados preliminares. Esta sessão combinou uma do PPU.
no dia 8 de Novembro de 2013. diferentes abordagens de planeamento (ii) Monitoria do Progresso
análise do “campo de forças influentes” e uma votação
participativo; Iniciar reflexão sobre que indicadores
para mostrar qual poderia ser o resultado final de
(iii) Criar uma Visão para a Baixa e devem ser monitorados para acompanhar
diferentes opções políticas. Concluiu com uma votação
os princípios orientadores para a sua uma implementação bem sucedida do PPU
em que se utilizou um painél visual interactivo onde os
conceptualização; quando esteja concluído, e quem deve ser
membros da Comissão de Acompanhamento “votaram”
(iv) Reflectir sobre as acções e lideranças responsável de fazes esta avaliação.
nas diferentes opções de “a Baixa que queremos” e “o
necessárias para alcançar a visão.
que não devemos fazer”.
294 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 295

Anexo E. Acta do Charrette de Opções Espaciais


(ii) Participação D. Conclusão 26 FEVEREIRO 2014 desenvolvimento da Baixa. Como conclusão consistiu de uma mistura de apresentações,
O seu envolvimento será solicitado do charrete gostaríamos de partilhar discussões, e grupos de trabalho. Os
nos próximos meses com as seguintes Conforme expressamos anteriormente, Visão: convosco o seguinte sumário do evento, e parágrafos seguintes fazem uma breve
actividades: estamos esperançosos de poder manter os passos que se seguem para a finalização descrição dos tópicos que foram abordados
nossa comunicação ao longo do projecto. A BAIXA SERÁ UM DESTINO MULTI- do Plano Parcial de Urbanização. durante o evento.
Se tiver quaisquer questões ou comentários FUNCIONAL, INCLUSIVO E VIBRANTE,
ACTIVIDADE CONTEÚDO DATAS ESTIMADAS a qualquer momento que gostaria de LIMPO E VERDE, ONDE VISITANTES A. Propósito e Objectivos do
1ª Audiência Pública Para rever e comentar o JANEIRO ou partilhar por favor contacte Idálio Juvane E RESIDENTES DISFRUTAM DO Charrete sobre Opções Espaciais
RELATÓRIO DA SITUAÇÃO FEVEREIRO, 2014 (juvane@gmail.com). Agradecemos a sua PATRIMÓNIO HISTÓRICO-CULTURAL,
ACTUAL do PPU que descreve as continuada colaboração. DO MAR E DO ESPAÇO PÚBLICO. (i) Rever e sumarizar os aspectos chave do
condições de conceptualização e Relatório de Diagnóstico da situação actual
as condicionantes de trabalho do Melhores cumprimentos, CMM. Princípios: (ii) Apresentar as três opções conceptuais
projecto. espaciais preparadas pela equipa de
Grupos Temáticos Para apoiar e formular o esboço JANEIRO a MARÇO, Inspiradora – Organizada – Habitável – consultores com base na declaração da
de Trabalho do plano, provendo conhecimentos 2014 Acessível – Segura – Atractiva Visão
na sua área de especialidade (iii) Avaliar os aspectos técnicos e impactos
para alimentar a estratégia de As declarações supracitadas foram previstos de cada opção conceptual
desenvolvimento da Baixa e adoptadas pela Comissão de (iv) Conduzir um workshop interactivo com
consequentemente considerar Acompanhamento do PPU aos 7 de os participantes para avaliar como cada
a sua viabilidade e métodos de Novembro de 2013. conceito responde à visão e aos princípios
implementação. (v) Dar aos participantes a opção de votar
Estimados Participantes no Charrete sobre num conceito espacial preferido
2ª Audiência Pública Para rever e comentar o MARÇO ou ABRIL,
RELATÓRIO DO ESBOÇO do PPU 2014 Opções Espaciais para o PPU da Baixa de
Maputo, Plano de trabalho e Metodologia
que delineia o desenvolvimento
estratégico da Baixa e seus métodos
Agradecemos a vossa participação no O Charrete decorreu durante um dia
de implementação.
workshop oficial realizado mês passado de trabalho inteiro, durante o qual fez-
para estabelecer as directrizes para o se a revisão do trabalho da equipa de
planeamento espacial e estrutura do consultores e do processo de elaboração
conceptual para o PPU da Baixa. O evento
296 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 297

ASPECTOS-CHAVE DO O Relatório de Diagnóstico foi resumido e apresentado como uma introdução ao charrete. Em conjunto com os resultados do charrete de Novembro, o Cada conceito foi avaliado seguindo um conjunto de critérios técnicos, nomeadamente: Uso do Solo, Património, Espaço Público, Mobilidade e Infraestrutura,
DIAGNÓSTICO relatório de diagnóstico serve de fundação para as ideias e soluções de desenho urbano apresentadas ao longo do dia. e Imobiliária. Ao final de cada avaliação técnica cada conceito foi pontuado com base num sistema de cores: Verde (forte), Amarelo (neutro) e Vermelho
(fraco).
Foram apresentados três conceitos espaciais aos participantes. Cada conceito foi representado por uma metáfora – um gesto de mãos, para ajudar a
comunicar de forma simples e visual o tema geral de cada conceito. Mostraram-se uma combinação de mapas, diagramas, modelos 3d e outras ilustrações
para reflectir as principais características urbanas de cada conceito.

Este conceito advogava por uma concentração AVALIAÇÃO TÉCNICA


alta de desenvolvimento na parte central da
Baixa.

WORKSHOP PARA Depois das apresentações os participantes foram divididos em grupos de 6 a 10 pessoas e guiados por uma sessão interactiva de discussão de cada
A ideia chave deste conceito era reconectar a REVISÃO DOS conceito. Convidou-se os participantes a discutir as oportunidades e condicionantes de cada opção, e foram facilitados nesta discussão por membros da
cidade com a frente marítima através de ruas- CONCEITOS equipa de consultores.
CONCEITOS corredor e espaços públicos.
ESPACIAIS Ao final do charrete, deu-se a cada participante uma ficha de voto com o mesmo código de cores, para que cada um fizesse um ranking de cada conceito
face aos seis princípios estabelecidos no charrete de Novembro. Estes princípios são: Inspiradora, Organizada, Habitável, Acessível, Segura, Atractiva.
As fichas de voto foram recolhidas e contabilizadas, tendo-se chegado aos seguintes resultados:

SELECÇÃO DA OPÇÃO
Este conceito propunha novas áreas de PREFERIDA
desenvolvimento para Este e Oeste do núcleo
da Baixa, criando novos corredores e reduzindo
a pressão sobre a área histórica.
298 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 299

B. Principais Resultados intervenientes de participarem directamente


ACTIVIDADE CONTEÚDO DATAS ESTIMADAS
na preparação do PPU. A colaboração
do grupo participante forneceu ao CMM Grupos temáticos de Apoiar a formulação do plano MAIO 2014
Os principais resultados do charrete foram:
trabalho preliminar provendo seu
importantes considerações que serão
conhecimento especializado
(i) Uma compreensão partilhada por usadas para continuar com a elaboração
para subsidiar a estratégia de
todos membros da Comissão de do plano. As contribuições e os resultados
desenvolvimento da cidade e em
Acompanhamento acerca das várias do evento irão permitir à Equipa Consultora
seguida considerar a viabilidade e
oportunidades e condicionantes de cada desenvolver o conceito espacial preferido e
os métodos de implementação.
um dos três conceitos apresentados. começar a produção do Plano Preliminar.
(ii) Uma experiência directa para os Audiência Pública Rever, comentar e aprovar o MAIO 2014
participantes, utilizando-se ferramentas de Qual é a responsabilidade da Comissão RELATÓRIO OFICIAL DO PPU
planeamento participativo para estabelecer de Acompanhamento? PRELIMINAR que delineia a
um consenso rápido e uma visão conjunta estratégia de desenvolvimento
única para o planeamento espacial e futura (i) Comunicação e difusão urbano da Baixa.
forma urbana da Baixa. Partilhar os assuntos e ideias que foram Aprovação do PPU Rever, comentar, e aprovar o JUL 2014
(iii) A selecção de um conceito espacial discutidos com os seus constituintes. RELATÓRIO OFICIAL DO PPU
preferido que vai de encontro aos princípios Recolher o seu parecer e explicar-lhes FINAL que descreve o plano de
estabelecidos no Charrete de Visão como podem ser um participante activo nos implementação da estratégia de
(Novembro 2013) passos futuros do projecto. desenvolvimento urbano escolhida.
(iv) As valiosas contribuições e feedback
que irão melhorar a qualidade do Plano (ii) Monitorar os avanços
Preliminar que será preparado depois deste Iniciar a reflexão sobre que indicadores
D. Conclusão (juvane@gmail.com). Agradecemos a sua
evento. devem ser monitorados para seguir uma continuada colaboração.
(v) Consenso sobre a visão de desenho implementação satisfatória do PPU quando
Conforme expressamos anteriormente,
urbano para a Baixa. esteja completo e de quem deve ser a Melhores cumprimentos, CMM.
estamos esperançosos de poder manter
responsabildiade de fazer essa avaliação.
nossa comunicação ao longo do projecto.
C. Próximos Passos
Se tiver quaisquer questões ou comentários
(iii) Participação a qualquer momento que gostaria de
O Charrete de Concepção proporcionou O seu envolvimento será solicitado nos
partilhar por favor contacte Idálio Juvane
uma oportunidade para os principais próximos meses nas seguintes actividades:
300 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 301

Anexo F. Acta da Primeira Audiência Pública

Introdução (DMPUA), que também esteve Acompanhamento do PPU. Esta Apresentação Principal a. Uso do solo – descreveram- massa construída mas não de • A apresentação tinha 80 slides e levou h. Importância da conexão com o mar e
responsável pela organização comunicação foi passada para os se as características da Baixa diversidade e descentralização. cerca de 45 minutos a ser completada. como alcançar um espaço de frente
O Conselho Municipal de Maputo (CMM) logística do evento. contactos dessas instituições. • A apresentação teve 5 capítulos, dos realçando o uso misto, centro de f. De cada um dos 5 tópicos extraiu- Contém um grande número de marítima acessível a todos.
realizou, no dia 5 de Junho no Átrio dos • O CMM, com apoio técnico do • Convites pessoais foram enviados quais 2 cobriam os principais temas atracção, pouco uso residencial, se uma conclusão que sustenta ilustrações e elementos gráficos, i. Cepticismo em relação à chance de
Paços do Município, a Primeira Audiência Consultor, preparou todo conteúdo a título individual pelos anfitrões e a apresentar e a razão da realização grande uso industrial e a valioso os argumentos da fase seguinte apoiados por uma explanação sólida sucesso na implementação do plano,
Pública do PPU da Baixa. O presente do Plano que foi apresentado aos organizadores da Audiência através da Audiência, nomeadamente: o conjunto de espaços públicos. de produção do Plano: as opções mas concisa dos apresentadores. A apesar das valiosas ideias
documento contém as anotações sobre munícipes. das redes sociais e emails. sumário do Relatório de Diagnóstico b. Património – indicou-se a espaciais para o desenvolvimento audiência manteve-se engajada ao
j. Reclamações sobre problemas de
a organização e realização do evento, e o sumário das Opções Espaciais importância e o potencial do da Baixa. longo de toda apresentação.
trânsito, congestionamento, fraco
sumarizando 1) as actividades de Actividades de publicitação e Logistica desenvolvidas até à data. Os outros património existente na Baixa c. Na secção sobre as opções espaciais transporte público e falta de espaço
preparação e 2) a documentação do convite 3 capítulos eram a introdução, o e listou-se as 10 diferentes apresentou-se a metodologia de Perguntas e Respostas para estacionamento
decorrer do evento. • O CMM ocupou-se directamente dos anúncio dos Concursos de Ideias e colecções de bens patrimoniais Planeamento Participativo; a Visão e
• Conforme está prescrito pela Lei aspectos logísticos, nomeadamente Desenho, e os próximos passos a apuradas pelo diagnóstico do os Princípios do Plano; as 3 opções • Realizaram-se três rondas de P&R,
• Em todos os casos possíveis, o
Em complementação a estas anotações mobiliário, equipamento de som e serem tomados na elaboração da Património. estudadas e votadas; e as principais possibilitando dar a palavra a cerca
de Ordenamento do Território, foi Consultor através dos apresentadores
estão os seguintes anexos: datashow, bebidas, decoração e versão preliminar do PPU. c. Infraestrutura – descreveu-se ideias do Diagnóstico que sustentam de 15 pessoas na audiência. As
colocado num jornal local de bom (Luís Lage e João Tique) e o CMM
1. Apresentação principal da Primeira proporcionando interlúdios culturais. a. Introdução – indicou-seo perímetro o estágio actual dos principais a opção mais votada. questões giraram em torno de vários
alcance (Jornal Notícias) um anúncio através do Vereador (Luís Nhaca).
Audiência Pública urbano que está sendo abrangido sistemas de infraestrutura: aspectos, alguns mais pontuais que
oficial com 15 dias de antecedência à d. Os últimos dois capítulos foram Para cobrir uma questão específica
2. Programa da Audiência pelo Plano; apresentou-se a equipa mobilidade, abastecimento de outros, alguns dos quais foram:
3. Anúncio dos Concursos de Desenho
data da Audiência. Evento dedicados a anunciar os próximos quanto ao reassentamento de
• Adicionalmente foram impressos 500 de consultores e a Comissão de água, saneamento e drenagem, passos do Plano, e em particular o famílias devido ao projecto da Ponte
4. Comunicado de imprensa em jornal local Acompanhamento; Deu-se um recolha de resíduos. e. Conexão do PPU Baixa com outros
panfletos e distribuídos a comunidade • As palavras de abertura e anúncio dos Concursos de Ideias Katembe, uma reunião ficou de ser
5. Fotos e artigos sobre a Audiência contexto sobre o estágio actual projectos ao redor da área, em
residente e os trabalhadores da Baixa encerramento foram proferidas pelo d. Comércio informal – descreveu- para crianças do ensino primário, agendada após a Audiência.
pelos Secretários de Bairro e Chefes em que se encontra o processo de se a significância do comércio estudantes universitários e jovens particular com relação aos assuntos
Vereador de Planeamento Urbano
Preparação de Quarteirão dos Bairros Central elaboração do Plano e o porquê da informal para uma Baixa vibrante empresários. de acessibilidade e mobilidade.
Lançamento dos Concursos de
e Ambiente Luís Nhacae pela
realização da Audiência Pública. e inclusiva para as classes de f. Nova construção e perda de edifícios
“C”, Alto-Maé “B” e Malanga. Vereadora do Distrito Municipal de Ideias
Generalidades b. Sumário do Relatório de Diagnóstico inferior renda. históricos. Preocupação pelas obras
• O CMM enviou uma missiva KaMpfumo. • A apresentação completa está no
electrónica oficial para os – apresentou-se a metodologia e. Tendências na Imobiliária – Anexo 1 da presente acta. de reabilitação mal realizadas nesses • Os concursos de ideais e desenho
• O local, a data e o programa da • Uma banda de música tradicional
representantes das cerca de 40 implementada para conduzir o descreveu-se as características edifícios e espaços. para crianças, estudantes
Audiência foram sugeridos pelo moçambicana providenciou breves • A apresentação foi feita pela equipa
instituições e departamentos exaustivo processo de recolha de gerais dos projectos em carteira g. Impacto da Ponte para a Katembe universitários e novos empresários foi
CMM, através da Direcção Municipal interlúdios culturais no início consultora, especificamente pelo
que integram a Comissão de informação, e apresentou-se os apontando as tendências de nas residências ‘informais’ na zona lançado ao final da apresentação pelo
de Planeamento Urbano e Ambiente do evento e entre as principais CEDH, através do Arquitecto Luís
principais resultados agrupados em 5 crescimento em densidade, e da Malanga
componentes da agenda. Lage e do Urbanista João Tique.
categorias:
302 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 303

Anexo G. Acta da Segunda Audiência Pública


Consultor. Distribuiram-se panfletos q. Residentes de Maputo. Introdução O presente documento contém as Notícias) um anúncio oficial convocando o Logística
pelo público presente anotações sobre a organização e realização munícipe à Audiência.
Conferência de imprensa Um processo amplo de
da Segunda Audiência, sumarizando O CMM ocupou-se directamente dos
Presenças e Participação 1) as actividades de preparação, 2) a Foi produzido um spot que esteve em aspectos logísticos, nomeadamente
auscultação pública documentação do decorrer do evento, e 3) exibição nos painéis luminosos “DaLima” mobiliário, equipamento de som e datashow,
Depois do evento, o CMM e o Consultor
• Estiveram presentes entre 100 e 150 responderam a perguntas dos vários meios as outras actividades de auscultação pública nos seguintes pontos do centro da cidade: bebidas, decoração e proporcionando
de comunicação que estiveram presentes. O Conselho Municipal de Maputo (CMM) realizadas paralelamente à Audiência. Piri-piri, Julius Nyerere, 24 de Julho (2 interlúdios culturais.
pessoas na Audiência, entre elas:
As questões colocadas foram na sua maioria realizou, no dia 18 de Julho no Átrio dos locais), Imprensa Nacional, Pandora, Ronil.
k. Representantes das instituições da Paços do Município, a Segunda Audiência
Comissão de Acompanhamento, em
relativas as aspectos gerais e organizativos Preparação Evento
do Plano, e menos sobre as ideias e Pública do PPU da Baixa. Adicionalmente foram impressos 500
especial do Ministério da Cultura,
propostas que ele apresenta nesta fase Generalidades panfletos e distribuídos à comunidade As palavras de abertura e encerramento
CFM e EDM. Construindo sobre os resultados da
propositiva inicial. As matérias recolhidas residente e aos trabalhadores da Baixa foram proferidas pelo Vereador de
l. Membros de vários Departamentos do pelos jornalistas foram transmitidas nos 1ª Audiência em Junho de 2014, esta pelos Secretários de Bairro e Chefes de
O local, a data e o programa da Audiência Planeamento Urbano e Ambiente Luís
CMM, em especial o Departamento 2ª Audiência esteve enquadrada num Quarteirão dos Bairros Central “C”, Alto-
blocos noticiosos dos principais canais de foram sugeridos pelo CMM, através da Nhaca e pela Vereadora do Distrito
de Infraestruturas. processo mais amplo de auscultação Maé “B” e Malanga.
televisão, e alguns artigos foram publicados Direcção Municipal de Planeamento Urbano Municipal de KaMpfumo.
m. Arquitectos e outros técnicos de nos jornais impressos locais. acerca do PPU Preliminar, coincidindo com O CMM enviou uma missiva electrónica
e Ambiente (DMPUA), que também esteve Uma banda de música tradicional
firmas locais, como a TEC, empresa a 4ª missão em Maputo dos consultores oficial para os representantes das cerca
responsável pela organização logística do moçambicana providenciou breves
autora do projecto de reabilitação contratados para prestar assistência de 40 instituições e departamentos que
evento. interlúdios culturais no início do evento e
do Jardim Tunduru e a Promontório técnica ao Município. O processo incluiu integram a Comissão de Acompanhamento entre as principais componentes da agenda.
envolvida no desenho do PPU para a uma série de reuniões, apresentações do PPU. Esta comunicação foi passada
A equipa de consultores, sob supervisão
Katembe. e discussões em grupos temáticos que, para os contactos dessas instituições.
do CMM, preparou todo conteúdo do Plano Resumo da apresentação
junto com a Audiência Pública, constituem
n. Representantes do Banco Mundial, que foi apresentado aos participantes. principal
o “pacote de apresentação” do PPU Convites pessoais foram enviados a título
financiador do ProMaputo dentro do
Preliminar. Durante as semanas seguintes individual pelos anfitrões e organizadores
qual está ser elaborado o PPU. Actividades de publicitação e A apresentação foi estruturada de forma
à Audiência realiza-se a recolha de todas da Audiência através das redes sociais e
o. Staff administrativo a nível dos convite a transmitir a informação inerentemente
reacções e comentários junto aos sectores emails.
bairros, nomeadamente Secretários técnica do PPU de uma forma que não
público e privado e à sociedade civil para
de Bairro e Chefes de Quarteirão. Conforme está prescrito pela Lei de fosse excessivamente técnica, e pudesse
serem incorporados e harmonizados no
Ordenamento do Território, foi colocado permanecer na memória dos assistentes.
p. Repórteres de vários meios de PPU Final.
num jornal local de bom alcance (Jornal Assim, depois da introdução que descreve a
comunicação local.
304 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 305

mudança significativa que Maputo e a Baixa marítima e a ligação entre a Baixa celebrações dos encontros entre as informal em locais vantajosos” – à também um sistema integrado de colocadas pela audiência pode-se perceber Aly Faruque, Constellation quais são os edifícios património do Estado
tiveram nos últimos anos (2001-2014), e a e a Polana Cimento; A Baixa Oeste vias que vem do Norte com o Passeio semelhança dos espaços públicos, modalidades de transporte público que foi alcançado o objectivo de traduzir a e quais são so privados. Que consequência
previsão de uma transformação ainda mais criando um novo portal de entrada e proposto para a frente marítima; argumentou-se a necessidade de (ferroviário – metro e comboio; terminologia técnica e transmitir as ideias- 4) Como foi feita a integração das ideias e tem no uso do edifício?
radical no período até 2025, todo corpo da pólo de desenvolvimento da Baixa, e defendeu-se a necessidade de um sistema integrado para organizar rodoviário – BRT e alimentadores; chave do PPU de forma simples e clara. planos já aprovados pelo CMM antes deste
apresentação foi dividido sob o tema “As acomodando a Ponte Katembe, implementar um sistema integrado o comércio informal; explicou-se fluvial – ferry; e especial – Elevador) plano? 11) Pela orientação solar e altura dos
7 Estratégias para gerir a transição”. As 7 uma nova terminal de transportes de espaços públicos composto por a necessidade de não excluir as com destaque para uma nova Estação Sessão de Perguntas e edifícios na frente marítima haverá sombra
Estratégias são: e grandes áreas de investimento 6 componentes (desde parques e actividades informais do processo Intermodal a localizar-se na Baixa Respostas 5) Expressou desapontamento por não ao longo de grande parte do passeio
imobiliário. jardins, passando por vias pedonais, de requalificação, com vista a ser Este gerando novo desenvolvimento terem incluído na Audiência Pública da beira-mar. A permeabilidade está
1. “Trabalhando em conjunto” a mercados turísticos) que funcionam coerente com a Visão de uma Baixa de descongestionando a Baixa Realizaram-se duas rondas de P&R, comentários de reuniões particulares comprometida pela altura dos edifícios na
3. “Criando uma Baixa multi-funcional
– descreveu-se o processo em harmonia para dar à Baixa um inclusiva para todos, e a transformar Central. possibilitando dar a palavra a cerca de 10 anteriores realizadas entre Constellation/ frente do mar.
e compacta” – descreveu-se
de Planeamento Participativo índice de 9m² de espaço público per o comércio informal num activo em pessoas na audiência com respostas dos CMM/equipa do PPU.
pormenorizadamente os usos de solo
implementado pelo Consultor e capita, igualando a recomendação vez de num distúrbio. Listou-se os A apresentação completa está no Anexo 1 4 membros da mesa (CMM e Consultor). 12) O solo vai suportar a densificação?
propostos por quarteirão da Baixa,
CMM para conseguir um alto grau internacional da OMS para espaços 6 componentes do sistema (desde da presente acta. Abaixo seguem as 28 questões que foram 6) Espaço público dentro de um terreno Grande parte da Baixa eram pântanos,
considerando os edifícios existentes
de validação do PPU pelos principais urbanos saudáveis e sustentáveis. grandes mercados, passando pelo colocadas, em ordem cronológica: privado? depois aterrados; estão preparados para
e em carteira. Definiu-se os princípios
intervenientes na Baixa. Apresentou- comércio em ruas estratégicas, aos A apresentação foi feita pela equipa suportar grandes volumes e alturas?
de zoneamento, que se resumem em 5. “Protegendo e reutilizando os
se os pontos mais significativos pequenos mercados em edifícios de consultora, especificamente pelo DCU Hiliane Abacar, INATUR Clara Landeiro, PNUD
acomodar o aumento de densidade bens patrimoniais” – descreveu-
desse processo: os 2 charrettes com estacionamento). através do líder da equipa, Urbanista 13) Transporte: poucos comentários sobre
de uma forma equilibrada e mista ao se os esforços de classificação
a Comissão de Acompanhamento Pablo Vaggione e pelo CEDH, através do 1) Como se harmoniza esta Baixa com a 7) Preocupada com aumento de densidade transporte no plano. Como funcionam as
longo de toda Baixa. Fez-se especial realizados durante a implementação 7. “Criando condições para uma
(onde se definiu a Visão e a Opção Urbanista João Tique e Arquitecto Júlio Katembe? Existe previsão da 2ª Ponte para e altura. Há estudos de impacto de altura? paragens do BRT no meio (eixo) da via?
referência à capacidade da Baixa de do PPU e que culminaram no extenso melhor mobilidade” – explicitou-
Espacial preferida) e a 1ª Audiência Carrilho. a Katembe, porque uma daqui há alguns Capacidade de resposta a sismos?
absorver população residente (64.000 Catálogo de Bens Patrimoniais da se a noção de que o problema
Pública anos não será suficiente. Circulação do ar? Etc. 14) Dúvida na “estratégia 15 minutos” – qual
residentes incluindo 40% residências Baixa, descrevendo 314 edifícios de mobilidade não depende do
A apresentação tinha 93 slides e levou foi a amostra das pessoas entrevistadas
2. “Aproveitando o máximo de cada de custo controlado) e trabalhadora e espaços da área. Enfatizou-se espaço disponível (41% da Baixa é
cerca de 45 minutos a ser completada. 2) Como se harmoniza a frente marítima 8) Também alteração do clima a longo que permitiu chegar à conclusão que as
área característica” – categorizou- (100.000 pontos de trabalho); e ao ainda a importância de conservar espaço livre) mas sim da gestão do
Contém um grande número elementos com as actividades portuárias? prazo, 50 anos. Há estudos a longo prazo? pessoas querem caminhar 15 entre o
se as “3 Baixas” e as acções que controle de alturas e afastamentos como conjunto as duas zonas que transporte e estacionamento. Neste
gráficos, complementada por pouco texto 3) Qual é o argumento para ao longo da Bruno Vedor, Vedor Lda estacionamento e o destino?
irão permitir maximizar o potencial entre edifícios. concentram a maior parte desses contexto apresentou-se um menu de
que serviu essencialmente a função de Av. 25 de Setembro só serem permitidos 9) Qual é a percentagem da área que está
de cada uma: A Baixa Central, bens, nomeadamente o núcleo 8 tipos de ruas para requalificar as
4. “Reconectando a cidade à frente legendar as ilustrações. A explanação edifícios de 8 pisos mas ao longo da frente dedicada a espaços verdes? Vê-se pouco 15) Qual é a estimativa de custos para a
valorizando o núcleo de Património histórico que é a origem de Maputo ruas existentes na Baixa, e dando
marítima e criando um sistema de dos apresentadores foi complementar e marítima poderem ir até 20 pisos? no render. implementação do plano?
Histórico e sua abertura para o mar; e o distrito industrial na Baixa Oeste. destaque à circulação pedonal, de
espaços públicos” – apresentou- pela quantidade e qualidade das questões
A Baixa Este requalificando a frente lazer, e de bicicleta. Apresentou-se
se graficamente as 3 grandes 6. “Organizando o comércio 10) Edifícios históricos – necessário ilustrar 16) Qual é a ideia para o reassentamento
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das funções que serão retiradas dos seus 22) O plano está ser coordenado com planificação que segundo a Lei de de todo este exaustivo processo de Comissão de Acompanhamento, em etc) como com as próprias ideais propostas úteis para a validação e melhoria do Plano.
actuais locais (armazéns por exemplo)? o Plano de Pormenor para o Aterro da Ordenamento estão a cargo dos Planos de planeamento participativo em torno ao especial do Ministério da Cultura, para a Baixa, com algumas a chamarem Estes comentários serão integrados na
Maxaquene que está actualmente em Pormenor. Qual é a explicação? PPU Draft será respeitado e acomodado na CFM e EDM. maior atenção como é o caso do incremento versão final do PPU.
17) Qual é a relação dos edifícios e implementação? Hélio Amosse, Técnica elaboração do PPU final. • Membros de vários Departamentos do de população residente de 12.000 para Um relatório mais exaustivo de todas
projectos existentes com este plano? Os CMM, em especial o Departamento 64.000 pessoas. As matérias recolhidas as actividades paralelas de auscultação
CFM, a terminal de cabotagem, a ex-Facim, Vitorino Japela, TDM 27) Questão sobre as Barreiras. Deveriam Cerimónia de Entrega de Prémios de Infraestruturas. pelos jornalistas foram transmitidas nos pública encontra-se em documento
a Ponte Katembe. ser parte do património, tal como o Jardim dos Concursos de Desenho e • Arquitectos e outros técnicos de
blocos noticiosos dos principais canais de paralelo.
23) A implementação do plano implicará Tunduro por exemplo. Hoje está-se a Ideias firmas locais, como a Vedor Lda e a
televisão, e alguns artigos foram publicados
Adérito Wetela, MICOA-DINAPOT algum reassentamento de população destruir as barreiras, e a construir nas nos jornais impressos e boletins digitais
TEC, empresa autora do projecto de
residente? barreiras. Realizou-se a cerimónia de premiação das locais.
reabilitação do Jardim Tunduru.
18) Preocupado com as inundações. Novos 3 melhores ideias de negócio para a Baixa
• Representantes do Banco Mundial,
edifícios poderão agravar o problema já Sílvia Cabrita, CMM – CRef Chamanculo 28) Muito ênfase no automóvel, pouca (concurso para novos empresários), os 3 Actividades paralelas de
existente de inundações. Como foi pensado referência à circulação de biciletas e financiador do ProMaputo dentro do
melhores projectos de desenho urbano para
qual está ser elaborado o PPU. auscultação
o sistema de drenagem? 24) Questões sobre o que significa motas. Qualquer cidade que se pretende “Uma Baixa Sustentável” (concurso para
Paulo Mata, MPDC habitação de custo acessível. Falou-se de sustentável usam grande percentagem de estudantes universitários de arquitectura ou • Staff administrativo a nível dos
A Audiência Pública não foi um evento
40% tem custo acessível, esta habitação transporte em bicicletas. engenharia), e os 10 melhores desenhos bairros, nomeadamente Secretários
isolado; está integrado num longo processo
19) Não foram apresentadas a está numa zona específica ou distribui-se infantis sobre “A Minha Baixa” (concurso de Bairro e Chefes de Quarteirão.
de auscultação de entidades pessoais
Condicionantes do Plano, uma parte básica ao longo de toda Baixa? Qual é o salário Em todos os casos possíveis, o para alunos de escolas primárias). • Repórteres de vários meios de e colectivas, públicas e privadas. Este
de um plano urbano. da pessoa que poderá pagar esta habitação Consultor através dos apresentadores e comunicação local. processo de planeamento participativo foi
acessível? Cada novo edifício vai ter uma o CMM através do Vereador do DMPUA, Cada vencedor recebeu um certificado de • Residentes de Maputo. utilizado durante toda elaboração do PPU,
20) A abrangência (área de intervenção) percentagem de habitação acessível? responderam às questões colocadas. As premiação assinado pelo Presidente do e nesta fase final incluiu a apresentação
do Plano entra em conflito com a área sob Quem fará a gestão? questões foram também, posteriormente Conselho Municipal e um prémio material.
Conferência de imprensa ao Conselho Municipal e seu Presidente, a
jurisdição da MPDC. à Audiência, enviadas para cada um
própria Segunda Audiência Pública e várias
Bruno Vedor, Vedor Lda dos intervenientes para confirmação e Presenças e Participação Depois do evento, o CMM e o Consultor reuniões com Grupos Temáticos durante e
Manuel Nhanzimo, C.M.C.Matola complementação antes da inclusão neste
responderam a perguntas dos vários meios depois da viagem da equipa consultora a
25) O PPU contempla investimento em relatório. Todas as questões colocadas Estiveram presentes entre 80 e 100
de comunicação que estiveram presentes. Maputo em Julho. A reacção geral do CMM
21) O planificado incremento populacional infraestruturas? Quanto investimento e a durante a Audiência foram integradas ao pessoas na Audiência, entre elas:
As questões colocadas foram relativas e dos stakeholders privados é positiva e os
de 12 para 64 mil habitantes está cargo de quem? feedback recebido nas outras actividades
tanto a aspectos organizativos do Plano comentários foram na sua grande maioria
ser coordenado com os serviços de de auscultação pública (grupos temáticos,
• Representantes das instituições da (calendários, processo participativo, autoria, relevantes e construtivos, portanto muito
saneamento, saúde, etc? 26) Este plano invade aspectos de reuniões individuais, etc.); a compilação
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Anexo H. Termos de Referência para constituição do Gabinete de Desenvolvimento da


Baixa
CONSELHO MUNICIPAL DE 1. Antecedentes e 6. Organizar o comércio informal em abordagem radicalmente diferente. Esta 2. Objectivos grandes extensões de terra na Baixa a capacidade global do CMM de atender artigos do quadro de incorporação,
MAPUTO Justificação locais vantajosos abordagem requer que os recursos do (porto, caminhos de ferro, marinha, a quatro áreas críticas de operações nas duração e legal e financeiro;
CMM sejam “agrupados” de uma forma etc.); serviços públicos e outros quais o CMM actualmente não dispõe de VIII.Supervisionar a capacitação
7. Criar condições para melhor O objectivo do Gabinete de Desenvolvimento
Termos de Referência bem coordenada. Isto irá, para começar,
da Baixa é ajudar o CMM a materializar
prestadores de serviços; a associação recursos técnicos e humanos ou para fazê- institucional e contribuir para a
1.1. Contexto mobilidade
resultar em uma utilização coerente dos de vendedores informais e outras lo. Estas áreas de operação incluem:
os objectivos estratégicos do PPU. Os elaboração de políticas, estratégias
Gabinete de Desenvolvimento recursos próprios do CMM. Estruturada de
seguintes objectivos visam alcançar esse
organizações da sociedade civil; e e procedimentos operacionais,
da Baixa
A Cidade de Maputo elaborou e aprovou 1.2. Capacidade institucional forma adequada, essa abordagem também os interesses privados no retalho e V. Preparar e apoiar a aprovação de
fim: incluindo sistemas de balcão único,
um Plano Parcial de Urbanização (PPU) actual pode permitir que ao CMM aproveitar actividades comerciais, lazer e turismo; um programa de investimento para aprovação rápida de licenças
para o seu centro histórico conhecido como recursos substanciais de terceiros, tanto etc. plurianual integrado e abrangente e projectos que envolvem parcerias
a Baixa. Além de abrigar alguns dos mais Os actuais procedimentos e processos I. Garantir uma coordenação eficaz entre
Objectivo: Os presentes Termos públicos como privados, em numerário e III. Estabelecer um sistema de orçamentação complementando recursos do CMM público-públicas, público-comunitárias
emblemáticos bens do património cultural de alocação de recursos do CMM são os todos os departamentos / sectores.
de Referência têm como objectivo em espécie. plurianual através do qual os recursos com os dos ministérios do governo; e público-privadas.
da Cidade de Maputo, a Baixa também está de uma cultura administrativa tradicional. Esta coordenação é muito mais do
proporcionar uma orientação preliminar internos possam ser alocados de forma autoridades públicas independentes
a beira-mar e é o local preferido por muitas Como muitos outros municípios em que apenas a partilha e troca de
para a constituição do Gabinete de Tal abordagem é muito diferente da consistente e coerente para garantir a que possuem grandes extensões de
organizações privadas e paraestatais para contextos de países em desenvolvimento, informações - implica uma abordagem
Desenvolvimento da Baixa. Eles deverão abordagem habitual. Ela vai exigir, por continuidade das políticas ao longo terra na Baixa (porto, caminhos de
fixar a sua sede. isso leva a um sistema orçamental integrada ao planeamento e elaboração
ser complementados por uma avaliação um período inicial, uma entidade especial de vários ciclos orçamentais e ser ferro, marinha, etc.); serviços públicos
fragmentado, resultando em decisões detalhados de projectos e à tomada de
institucional plenamente desenvolvida. capaz de introduzir novos métodos de combinado com recursos externos em e outros prestadores de serviços; a
Este PPU clama por uma abordagem tomadas e recursos alocados ao longo decisão de modo que cada projecto
trabalho, novas ferramentas e novas formas projectos cruciais que levam vários associação de vendedores informais e
integrada para o desenvolvimento urbano, das linhas sectoriais e departamentais. reforce outros projectos dentro e entre
de fazer negócios, de modo a permitir ao anos a implementar. outras organizações da sociedade civil;
com os seguintes objectivos estratégicos: Além disso, o sistema orçamental aprova diferentes departamentos e sectores;
CMM trabalhar de forma integrada para a e os interesses privados envolvidos no
: despesas correntes e investimentos em II. Complementar os recursos humanos, IV. Empacotar projectos de construção
implementação acelerada do Plano Parcial retalho e actividades comerciais, lazer
uma base anual. O resultado final é que os técnicos e financeiros do CMM com em portefólios financiáveis. Esses
1. Trabalhar em conjunto - parcerias de Urbanização. e turismo;
recursos são alocados a vários “pequenos os dos parceiros externos e agentes portefólios serão preparados
2. Tirar proveito máximo de cada área e avaliados em termos de sua VI. Apoiar o CMM na criação e gestão de
projectos” que, a longo prazo, têm pouco interessados. Isso vai exigir que o
característica atractividade para os agentes um fundo e orçamento dedicado com
impacto ou visibilidade. CMM, através do Gabinete, se envolva
interessados e potenciais investidores. os recursos combinados de modo a
3. Criar uma Baixa multifuncional e com todas as partes interessadas na
implementar projectos prioritários;
compacta Para que o Plano Parcial de Urbanização implementação do Plano Parcial de
seja implementado de forma eficaz e para Urbanização da Baixa. Essas partes 2.1. Principais tarefas VII. Assistir o CMM no estabelecimento
4. Reconectar Maputo ao mar e criar um de Parcerias Publico-Privado
que a Baixa cumpra o seu papel como interessadas incluem ministérios
sistema de espaços públicos Uma das principais tarefas do Gabinete (PPP) e modalidades de Entidades
o centro social, económico e cultural do governo central; autoridades
5. Proteger e reaproveitar activos da capital do país, é necessária uma públicas independentes que possuem de Desenvolvimento da Baixa é fortalecer Instrumentais (EI), incluindo os seus
patrimoniais
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3. Resultados imediatos e simplificado ou “balcão único” ou “janela alocações orçamentais que se 4. Modelo operacional 4.1. Estrutura 14. Mercados e Ferias Uma vez que o estatuto jurídico do 5. Perfil da equipa do
única” irá não só acelerar a aprovação reforçam mutuamente e a potenciação Gabinete esteja totalmente esclarecido,
intermédios esperados 15. Educação, Cultura e Desportos Gabinete
de projectos individuais, mas também se dos gastos públicos com capital privado O Gabinete deve ser criado por Decreto O Gabinete será composto por duas recomenda-se que o Gabinete apresente,
aplica a conjuntos de projectos como parte e participação comunitária; Municipal e como uma questão de prioritária entidades. Uma entidade, chamada gabinete por exigências do seu estatuto jurídico, um
Um dos principais resultados imediatos do O Gabinete de Desenvolvimento da Baixa O Gabinete será composto pela seguinte
de uma nova abordagem de programação XII. Melhor transparência e prestação de e, o mais rápido possível, após a entrada externo, será composta pelos agentes relatório de progresso seja trimestral ou
Gabinete de Desenvolvimento da Baixa vai trabalhar em estreita colaboração com equipa técnica:
plurianual de investimentos. contas na utilização dos recursos em vigor do Plano Parcial de Urbanização. interessados externos especificados no semi-anual ao público em conjunto com as
será uma série de “portefólios”. Esses os departamentos relevantes e Vereadores
financeiros e naturais, incluindo Recomenda-se que o Gabinete seja ponto 2 (ii) acima. Isto é para garantir contas anuais devidamente certificadas.
portefólios serão compostos por projectos do CMM no desenvolvimento de seus • Chefe de Equipa ou Coordenador
Os principais resultados que podem ser processos de aprovação orçamental, estabelecido como uma entidade pública um forte senso de propriedade e adesão
que estejam alinhados com o Plano Parcial respectivos projectos. Estes projectos serão • Especialista em Parcerias (PPP)
esperados de tal nova abordagem ao modo alocação de recursos, uso do solo e com autoridade delegada para envolver e pelos principais agentes interessados 4.3. Duração
de Urbanização e são agrupados de modo agrupados em “portefólios” cuja lógica já
de trabalho incluem: outros activos de capital fixo.1 negociar com as partes interessadas, tendo da implementação do PPU e uma forte • Especialista em Capacitação
a que eles se tornem “financiáveis”, ou não será departamental mas transversal e
em vista a preparação de empreendimentos ligação com os objectivos das políticas do O Gabinete deve ter uma fase de arranque Institucional
seja, capazes de mobilizar recursos de respondendo a um objectivo de políticas de
IX. Maior eficácia em termos de alcançar conjuntos, PPPs e Entidade Instrumentais Plano Parcial de Urbanização. A segunda inicial de 8 a 12 meses para resolver o seu • Jurista
terceiros, sejam eles de outras agências mais alto nível. A responsabilidade e função
os objectivos das políticas do Plano (EI) para a implementação dos entidade será o “Gabinete de Operações e estatuto jurídico de acordo com as leis e
governamentais, autoridades públicas, principal do gabinete serão de garantir que • Economista/Especialista em finanças
Parcial de Urbanização por meio de componentes capitais chave do PPU. Deve Coordenação”, que será responsável pela regulamentos de Moçambique. Uma vez
para estatais ou os sectores privados e cada portefólio seja “financiável”, ou seja,
acções que se reforcem mutuamente operar em conformidade com as práticas coordenação e pelas tarefas especificadas que o seu estatuto jurídico seja esclarecido
comunitários. O ingrediente chave para a capaz de complementar fundos públicos e a) Chefe da Equipa
e procedimentos de alocação de industriais e comerciais de contabilidade e no ponto 2.1 acima. Este gabinete interno e aprovado, deverá ter um mandato inicial
“financiabilidade” será a forma coordenada subvenções com recursos adicionais, tanto
recursos combinados para, por prestação de contas.2. irá coordenar os seguintes departamentos de cinco anos, renováveis. Seu âmbito de
pela qual os projectos são preparados e em dinheiro como em espécie, de sectores O Chefe da Equipe deve coordenar a
exemplo, mobilidade, acessibilidade, municipais: trabalho e termos de referência devem ser
seus respectivos orçamentos ou recursos privados e comunitários. criação do “Gabinete de Desenvolvimento
estacionamento, transporte público, analisados e revistos periodicamente, a
são agrupados de modo que, juntos, 2 Um modelo útil é o francês EPIC da Baixa”, e ajudar o CMM a materializar
etc. medida em que outros planos parciais de
representem muito mais do que a soma das (Etablissement Public à caractère 8. Planeamento Urbano e Ambiente 4.2. Prestação de contas e operacionalizar os objectivos estratégicos
X. Aumento da eficiência através de urbanização e o plano director de Maputo
partes. Industriel et Comercial), uma entidade do Plano Parcial de Urbanização.
9. Actividades Económicas entram em vigor. O mandato inicial do
uma abordagem mais rápida sujeita a práticas comerciais de O Gabinete vai prestar contas directamente Gabinete deve abranger mas não coincidir
Outro factor essencial para e menos fragmentada para a 10. Finanças Tarefas:
contabilidade e de prestação de contas ao Presidente do Município em uma com dois ciclos eleitorais do CMM.
“financiabilidade” será a racionalização e aprovação de projectos e licenças e
1 Em uma situação semelhante em Dakar, mas cujo carácter público não poderia ser 11. Infra-estrutura base trimestral, ou mais frequentemente,
simplificação dos processos de aprovação o estabelecimento das bases para a • Preparar e apoiar a adopção
Senegal, tal abordagem permitiu ao realizado por uma empresa puramente conforme necessário. Os relatórios serão
de projectos em conjunto com todas as programação plurianual da alocação 12. Transporte de políticas sectoriais, quadros
Município de Dakar obter uma pontuação privada sujeita à concorrência. No apresentados como relatórios conjuntos de
suas aprovações inerentes para pedidos de orçamental e de investimentos; regulatórios e outros instrumentos
BBB+ e aceder aos mercados financeiros sistema Anglo-Saxónico uma agência 13. Resíduos Sólidos Urbanos e ambos os gabinetes. Os relatórios serão
licenças de construção, abastecimento de XI. Melhor visibilidade e impacto das internacionais para o financiamento de deste tipo seria uma organização de fins Salubridade tornados públicos após a apresentação ao legais que norteiem as acções e
serviços, etc. Este processo de aprovação despesas de capital através de Presidente juntamente com as observações iniciativas do sector público e privado
capitais melhorias. não lucrativos.
feitas pelo Presidente.
312 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 313

e a aprovação de projectos na Baixa implementar os diversos projectos. facetados financiados incluindo PPPs e EIs b) Especialista em Parcerias (PPP) • Apoiar estudos de viabilidade especialista deve, portanto, ter experiência c) Especialista(s) em Capacitação • Proporcionar capacitação na
por um horizonte de 10 anos; • Supervisionar a capacitação é necessária. preliminares de determinados e competências gerais em trâmites de PPP Institucional estruturação básica de projectos de
• Preparar e apoiar a aprovação de institucional e contribuir para a O Especialista em Parcerias apoia o CMM projectos-piloto de PPP através e ser capaz de aplicar estas a diferentes PPP e procedimentos e técnicas de
um programa de investimentos elaboração de políticas, estratégias Ele/Ela deve ter experiência comprovada na operacionalização do “Gabinete de de, entre outras coisas, ajuda ao sectores. O Especialista em Capacitação Institucional aprovação;
plurianual integrado e abrangente e procedimentos operacionais, na elaboração de pacotes financeiros para Desenvolvimento da Baixa” elaborando e Gabinete de Desenvolvimento da apoiará o CMM no reforço da sua • Analisar a legislação e regulamentos
complementando recursos do CMM incluindo sistemas de balcão único, projectos de desenvolvimento, incluindo ajudando a implementar uma estratégia Baixa na identificação e nomeação Qualificações: capacidade e credibilidade administrativa, existentes sobre PPPs e parcerias a
com os do governo central e de para aprovação rápida de licenças infra-estrutura e instalações em mercados de parceria em apoio à implementação do de consultores para realizar trabalhos financeira e técnica de se envolver em fim de identificar eventuais lacunas e
outras fontes de financiamento; e projectos que envolvem parcerias emergentes e em desenvolvimento. PPU. O objectivo da estratégia de parceria de EVP; O Especialista em Parcerias deve ter PPPs e EIs simplificando suas regras formular recomendações para a sua
público-público, público-comunitárias é complementar os activos e o orçamento • Apoiar o Gabinete de no mínimo 15 anos de experiência no internas, regulamentos e procedimentos e revisão. Esta tarefa terá de ser levada
• Realizar mesas redondas de
e público-privadas. de investimento do CMM com investimentos Desenvolvimento da Baixa com a desenvolvimento e gestão de PPPs com ajudando a melhorar a prestação de contas a cabo com o apoio de um jurista
negócios em nome do CMM para
de outras entidades públicas e privadas, em avaliação dos projectos-piloto de um mínimo de 5 anos de experiência e transparência nas transacções de terra
a apresentação de projectos a, e • Elaborar os termos de referência • Ajudar a produzir regulamentos e
conformidade com o PPU. PPP; em economias em desenvolvimento / (o cadastro); licenciamento; processos de
negociações com, as principais de curto prazo para consultores documentos padronizados para
emergentes. Ele / ela deve, em particular, submissão e aprovação de projectos; etc.
partes interessadas, incluindo e assessores nas áreas de: (i) • Aconselhar o Gabinete de os processos e procedimentos de
Tarefas: têm uma excelente compreensão e
proprietários de terras para estatais finanças e orçamento municipais; (ii) Desenvolvimento da Baixa sobre a submissão de projectos, incluindo
experiência em: Tarefas:
e privados, investidores do sector consultoria jurídica para, entre outras, viabilidade e potencial de estruturação uma janela-única / balcão-único para
privado e instituições financeiras novas e inovadoras modalidades de • Avaliação de projectos- de projectos-piloto de PPP; • Metodologia e quadros de PPP; licenciamento e aprovação;
piloto destacados para um O especialista em capacitação institucional
para o estabelecimento de Parcerias PPP e EI, etc. • Apoiar a preparação de documentos • Procedimentos de formulação, • Analisar todos os projectos
aprofundamento adicional, irá trabalhar em estreita colaboração
Público-Privadas, Entidades de informação, com análise, de avaliação e aprovação de PPPs; actualmente aprovados ou prestes a
apoiando vários departamentos com o chefe da equipa, o consultor/
Instrumentais e outros arranjos para Qualificações: projectos para projecto(s)-piloto • Processos de condução de concursos aprovar na Baixa e nas imediações
do CMM na preparação inicial de especialista em Parcerias do Gabinete de
a implementação dos projectos; viável(eis) para prosseguir à fase de aos níveis municipal e do governo da Baixa para determinar a sua
determinados projectos de PPP Desenvolvimento da Baixa e consultores
• Auxiliar o CMM no estabelecimento O Chefe da Equipa será um especialista estudo de viabilidade. central; de curto prazo para: conformidade com os objectivos e
piloto seguindo os procedimentos e
de PPP e modalidades de Entidades sénior em programação de investimentos • Disposições legais e contratuais, princípios do PPU e propor acções
os requisitos pertinentes da Lei de • Rever e avaliar o nível de
Instrumentais (SPV), incluindo com no mínimo 15 anos de experiência em Potenciais projectos-piloto cobrem uma contratos de concessão e de vários subsequentes a serem tomadas para:
PPP e regulamentos / directrizes compreensão institucional e
os seus artigos do quadro de trabalho com financiamento de projectos gama de sectores, incluindo transporte métodos de estruturação de PPPs e (i) a reprovação do(s) projecto(s); (ii)
relacionadas; preparação para realizar PPPs e,
incorporação, duração e legal e para projectos complexos em diferentes e mobilidade, mercados, espaços EI. a aprovação do(s) projecto(s) sob
• Preparar Estudos de Viabilidade eventualmente, dirigir uma EI;
financeiro; níveis de governo e jurisdições e com o públicos, incluindo a frente marítima e certas condições; e (iii) a aprovação
O consultor/especialista deve ter um • Preparar uma estratégia de
sector privado. Experiência de trabalho Preliminares (EVP) para projectos- do(s) projecto(s) com propostas de
• Apoiar o CMM na criação e gestão ruas pedonais, uma estação intermodal, diploma de pós-graduação em economia,
com as instituições financeiras bancárias piloto, inclusive de modelação capacitação para superar as lacunas
de um fundo e orçamentos dedicados conservação e reabilitação de activos e finanças ou administração de empresas valor adicionado.
e não bancárias em projectos multi- financeira; identificadas;
com os recursos identificados para edifícios patrimoniais, e estacionamento. O com uma forte base legal. • Analisar o processo actual de
314 | Implementação do Plano Implementação do Plano | 315

alocação orçamental e identificar governo municipal / local. Ele / ela deve d) Jurista empreendimentos conjuntos e e) Economista/especialista em necessidades em infra-estrutura e
estratégias para melhorar o impacto possuir experiência em administração ou Entidade Instrumentais; finanças municipais equipamento principal a curto e médio
do processo de alocação orçamental gestão pública e estar familiarizado com O jurista irá aconselhar o Chefe da • Conceber uma lista de verificação e prazo, requisitos de manutenção e
no cumprimento dos objectivos os aspectos jurídicos e financeiros da Equipa e ambos os subgabinetes do um conjunto de critérios para avaliar O principal papel do Economista / especialista opções de financiamento para cada
estratégicos do PPU para a Baixa. administração municipal. Gabinete e em particular o Especialista PPP, EI e outros acordos de parceria em finanças municipais é auxiliar O um dos principais portefólios para a
Esta tarefa terá de ser realizada em Parcerias sobre os aspectos e contratos; Gabinete e o CMM no estabelecimento de implementação do PPU e analisar seu
em estreita colaboração com um regulamentares e contratuais das PPPs e um quadro de programação orçamental e impacto para o orçamento plurianual;
• Auxiliar com medidas de alocação
consultor/especialista em Finanças EIs e outros acordos entre múltiplas partes de investimento plurianual (plano de capital) • Ajudar a aplicar técnicas analíticas,
e mitigação de risco em novas
Municipais. interessadas. O jurista vai ajudar o CMM para aumentar a coerência e consistência conforme o caso, para avaliar
disposições contratuais;
• Preparar uma estratégia de e o Gabinete na análise e recomendação no uso de recursos próprios do CMM, os potenciais projectos e portefólios
para aprovação de cláusulas contratuais • Ajudar a conceber um sistema de recursos provenientes das transferências
comunicação externa para ajudar a (por exemplo, o valor líquido actual,
para PPPs e EIs e outros acordos de controlo de conformidade com os e subvenções do governo central e outras
popularizar os objectivos estratégicos período de retorno, análise de custo-
parceria e as disposições necessárias para novos acordos de parceria que forem fontes de receita, com o objectivo de
do PPU para a Baixa, incluindo benefício, o custeio do ciclo de vida,
conformidade e não conformidade. colocados em prática pelo CMM e complementar estes com participações de
o valor das PPPs e EIs como modelação do fluxo de caixa) para
pelo Gabinete. recursos externos e investimentos, tanto
modalidades de financiamento . reforçar a atractividade dos portefólios
Esta tarefa terá de ser realizada em Principais Tarefas: em espécie e em numerário. para as partes interessadas e
estreita colaboração com um apoio de • Rever a legislação e regulamentação potenciais investidores.
Comunicação de Projectos ou de um existente sobre PPP e acordos de Principais Tarefas:
especialista/consultor em marketing e parceria para identificar eventuais
comunicação. lacunas e recomendações para a • Rever a posição e parâmetros
sua revisão; financeiros actuais, práticas
Qualificações: • Rreparar modelos de contratos orçamentais e activos e passivos
para os diferentes tipos de como base para propor um novo
O candidato deverá ter no mínimo 15 anos acordos de parceria previstos e sistema orçamental concebido para
de experiência de trabalho em contextos mantidos para a implementação melhorar a complementaridade de
semelhantes para trabalhos similares. Ele do PPU. Estes incluem, mas não diferentes fontes de financiamento e
/ ela deve ter um histórico comprovado estão necessariamente limitados diferentes fontes de receita;
de trabalho de reforma institucional e a: parcerias público-públicas, • Ajudar a elaborar um plano de
na gestão baseada em resultados no parcerias público-comunitárias, capital multi-anual que identifica as
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Anexo I. Racional para o cálculo da taxa de crescimento do tráfego em Maputo (inglês)


Increase in the number of Area CGR (%) 2012 2035
vehicles in study area Baixa 1.15% Population 2,200,000 3,700,000

As presented in Section 7.5.1.1, the increase Non-Baixa 4.90% Veh./1000 44 67


in the number of vehicles in the study area Maputo 4.11% person
is estimated as follows between 2011 and * Increased using the compound rate
2035 (n=24) (See Appraisal Report):
Population growth Traffic Growth Rate
No. of Cars 2011 2035
As per the Comprehensive Urban Transport The equivalent number of vehicles in
Baixa 26,500 34,900 the Greater Maputo Area is then back-
Master Plan for the Greater Maputo, JICA,
Non-Baixa 67,500 213,200 2013, the population growth in the Greater calculated as follows:
Maputo 94,300 248,100 Maputo Area between 2012 and 2035 2012 2035
(n=23) is as follows: Population 2,200,000 3,700,000
This increase will probably not follow a
Car ownership 44 67
linear trend. In order to model this growth 2012 2035 veh./1000 veh./1000
over the 24-year period by a single growth
Population 2,200,000 3,700,000 No. of vehicles 968,000 2,479,000
rate, a compound growth rate (CGR) is
in Greater
calculated using the following formulae:
Maputo These values therefore take into
CGR (%) = (No. cars 2035/No. cars consideration both the increase in car
2011)^(1-24)-1 ownership and population growth.
Car ownership
The equivalent Traffic Growth Rate (TGR)
The corresponding compound growth rates The corresponding car ownership is over the period is then calculated as follows:
for each area are presented below: calculated as follows:
TGR = (No. vehicles 2035 - No. vehicles
2012 2035 2012) / 23 * 100
No. of Cars 98,100* 248,100
TGR = 6.79% p.a.

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