PROF.

VICTOR PACHECO

POR QUE GRUPOS?

 O QUE CONHECEMOS SOBRE
TRABALHOS COM GRUPOS?
NA AULA
PASSADA COMO PODEMOS DEFINIR
"GRUPO".
PONTUAMOS
ALGUMAS DELIMITAÇÕES CONCEITUAIS
PARA A PSICOLOGIA DE GRUPOS
COISAS • APLICAR UMA "DINÂMICA" POR SI SÓ NÃO
IMPORTANTES... É UMA INTERVENÇÃO, É SÓ APLICAÇÃO
DE UMA TÉCNICA
O QUE SIGNIFICA UM GRUPO COMO OBJETO?
• VEREMOS NA AULA DE HOJE COMO AO LONGO DA HISTÓRIA
PASSAMOS A NOS PREOCUPAR E ORGANIZAR TÉCNICAS QUE
PERMITISSEM O CONHECIMENTO (DOMÍNIO DO SABER) E A
INTERVENÇÃO (RELAÇÃO DE PODER) SOBRE OS
COMPORTAMENTOS/IDEIAS EM GRUPOS.

• NÃO SE TRATA APENAS DE UMA CRÍTICA À ATUAÇÃO COM GRUPOS,

MAS DE COMPREENDER AS ORIGENS SOCIAIS DA PSICOLOGIA DE
GRUPOS E SEUS SABERES.
OBJETIVOS DA AULA
• O MODO INDIVÍDUO E O SABER PSICOLÓGICO
• OS INSTRUMENTOS SOCIAIS DE SUBJETIVAÇÃO
• A PREOCUPAÇÃO COM O COMPORTAMENTO DAS
MASSAS
• O GRUPO COMO INTERMEDIÁRIO
• AS LINHAS DE ESTUDO EM RELAÇÃO AOS GRUPOS E
SUAS ESPECIFICIDADES
INICIAREMOS COMPREENDENDO O
SURGIMENTO DO INDIVÍDUO COMO
MODO VIGENTE DE EXISTIR.
A HISTÓRIA DO SUJEITO MODERNO NA
PSICOLOGIA
• A PARTIR DO FEUDALISMO NOTAMOS A CRESCENTE
NECESSIDADE DE COMPREENDER O INDIVÍDUO E SUAS
VARIAÇÕES.
• O DESENVOLVIMENTO DE UM CONHECIMENTO SOBRE A
NATUREZA INDIVIDUAL SE TORNOU URGENTE PARA
ADAPTAR/AJUSTAR SUJEITOS DESVIANTES E NOS
TORNARMOS CONTINUAMENTE PARTICIPANTES NOS
MODOS DE PRODUÇÃO VIGENTES.
SÉCULO XVIII - INDIVÍDUO COMO MODO DE
SUBJETIVAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA TRANSIÇÃO FEUDALISMO-CAPITALISMO
• ESTADO REPRESENTATIVO MODERNO
• ARTESÃO PERDE ESPAÇO PARA A MÃO-DE-OBRA ASSALARIADA
• BURGUESIA E INDÚSTRIA MODERNA EM CRESCIMENTO

• CAPITALISMO LIBERAL - DIFERENÇAS DESAPARECEM FRENTE ÀS LEIS.

• ESTADO MANTEM A ORDEM E NÃO INTERVEM (PROPRIEDADE PRIVADA)
• IDEÁRIO DE QUE TODOS TEM A MESMA CHANCE DE ASCENDER SOCIALMENTE.
UM MODO-INDIVÍDUO
DE SER É DELIMITADO
O QUE CARACTERIZA O INDIVÍDUO?
• O QUE NÃO PODE SER DIVIDIDO
• UNIDADE INDEPENDENTE

• MODO FORTALECIDO PELO CAPITALISMO

LIBERAL, ASSOCIADO A PERDA DE DIREITOS
HERDADOS/DIVINOS E A GARANTIA DA PROPRIEDADE.
• TEM LIBERDADE PARA SE DESENVOLVER SOCIALMENTE
VEREMOS AGORA COMO AS
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E A
VALORIZAÇÃO DO MODO INDIVÍDUO
FORAM INSTITUCIONALIZADAS E
GENERALIZADAS NOS SÉCULOS
SEGUINTES.
PRÁTICAS - PRODUÇÕES COTIDIANAS DE
SUBJETIVAÇÃO
3 MUDANÇAS NO CONTEXTO DA ÉPOCA.

1. ESTADO ESTENDE SUA AÇÃO PARA "GARANTIR"

ASCENSÃO SOCIAL.
2. SEPARAÇÃO DOS LUGARES DE TRABALHO E OUTRAS
ATIVIDADES (DORMIR, CONVIVER, ESTUDAR, ETC).
3. REVOLUÇÃO DA AFETIVIDADE (CENTRADA NA FAMÍLIA).
PRÁTICAS - PRODUÇÕES COTIDIANAS DE
SUBJETIVAÇÃO
• A PARTIR DA INTENSIFICAÇÃO DE TÉCNICAS E SABERES SOBRE O INDIVÍDUO,
SURGEM CADA VEZ MAIS ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS QUE ATUAM SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO DO INDIVÍDUO.

• EX.: ESCOLA – LER E ESCREVER NEM SEMPRE FORAM DIREITOS DE TODOS. A

ESCOLA, ANTES FUNCIONANDO COMO "ASILOS" PARA ESTUDANTES POBRES,
SERÁ TRANSFORMADA PELA BURGUESIA EM UM LUGAR ONDE REALMENTE SE
ENSINA.
• SÉCULO XVIII APRESENTARÁ 2 TIPOS DE ENSINO: UM PARA O POVO E OUTRO PARA
A CAMADA BURGUESA.
PRÁTICAS - PRODUÇÕES COTIDIANAS DE
SUBJETIVAÇÃO
CAMPO E CIDADE
-BURGUESIA INVESTE A RACIONALIZAÇÃO DO CAMPO.
-MEDICINA /SAÚDE AGE SOBRE CIDADES E COSTUMES
(CONTROLE DOS FLUÍDOS, DOS DESCONHECIDOS E
REGISTRO SOBRE OS SUJEITOS)
-OS PERIGOS PARA SAÚDE COLETIVA PASSAM A SER
CUIDADOS E REGISTRADOS – OU ISOLADOS.
PASSAMOS A DESENVOLVER FORMAS MAIS
AMPLAS DE CONTROLE SOBRE O INDIVÍDUO
E SUAS EXPRESSÕES (AGORA COM MAIOR
ALCANCE).

VEREMOS ALGUNS TRAÇOS DA

DISCIPLINARIZAÇÃO COMO MARCA INICIAL
DA MODERNIDADE (AO INVÉS DA
LIBERDADE)
SÉCULO XIX – AS MASSAS SE MOVIMENTAM
• PODER DISCIPLINAR
• O PANOPTICON COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE (FOUCAULT)
• O CORPO DO INDIVÍDUO NAS ESCOLAS, FÁBRICAS E HOSPITAIS.

• TÉCNICAS DE INDIVIDUALIZAÇÃO E TOTALIZAÇÃO

• ESTADO PASSA A OPERAR PELA TÉCNICA CRISTÃ: PODER PASTORAL
• EXAMES DE CONSCIÊNCIA, CONFISSÃO, OBEDIÊNCIA MORAL.
• OPOSIÇÃO INDIVÍDUO E COMUNIDADE A PARTIR DA MORAL.
SÉCULO XIX – AS MASSAS SE MOVIMENTAM
• BIOPOLÍTICA DAS POPULAÇÕES.
• MEDICINA SOCIAL
• INSTITUIÇÃO DO SILÊNCIO (1838) - PROIBIDO OPINIÃO EM PÚBLICO
• DESESTIMULAR COMPORTAMENTOS EM PÚBLICO QUE EXPRESEM O 'INTERIOR'
DOS INDIVÍDUOS (PERSONALIDADE)
• REVOLTA CONTRA INTERNAÇÕES (POBRES E LOUCOS) - O POBRE SADIO PASSA A
SER CONSIDERADO MÃO-DE-OBRA INTERESSANTE E A LOUCURA UMA DOENÇA QUE
NECESSITA CONTROLE/ASILO.

• EMBORA AS MASSAS TENHAM SE MOBILIZADO EM LUTAS, AINDA SE

FORTALECE O MODO-INDIVÍDUO.
FRENTE ÀS ESTRATÉGIAS SOCIAIS DE
CONTROLE INDIVIDUAL E "EXCLUSÃO", UM
MOVIMENTO CRESCENTE DE REVOLTAS SE
APRESENTA.
DA MESMA FORMA, CONHECER O
FUNCIONAMENTO DAS MASSAS SE TORNOU
NECESSÁRIO - COMO VEREMOS A SEGUIR.
TEORIAS PARA CONTROLE DAS MASSAS
(SÉC. XIX)
• GABRIEL TARDE E SUA TEORIA
• HÁ COMPORTAMENTO QUE SÓ OCORRE QUANDO ESTAMOS AGRUPADOS.
• JUNTOS FISICAMENTE NÃO É O MESMO QUE JUNTOS SOCIALMENTE
• EXISTEM GRUPOS TEMPORÁRIOS E DIFERENCIAÇÕES DE PAPEIS (LÍDER/CHEFE).

• PERICULOSIDADE E DISCIPLINA – SABER SOBRE O INDIVÍDUO E PREVER SEUS

RISCOS
• INSTITUIÇÕES DE SEQUESTRO
• VALORIZAÇÃO DA MULTIDÃO NA IMPRENSA - OPINIÃO E SIMILITUDE DE
PENSAMENTO.
TEORIAS PARA CONTROLE DAS MASSAS
(SÉC. XIX)
• SOBRE AS MASSAS, COMPREENDE-SE QUE:
• NÃO CONTRAPÕE O ESPÍRITO INDIVIDUAL, MAS O ATRAVESSA.
• CONSTITUI O PÚBLICO - FORMA DE RELAÇÃO SOCIAL DAS MASSAS
• MASSAS EXISTEM A PARTIR DA "DESCARGA".
• QUEREM CRESCER. VARIAM E APRESENTAM FORMAS DISTINTAS.

• AS MASSA SE MOSTRAM UMA RESISTÊNCIA AO MODO DE SUBJETIVAÇÃO DA

ÉPOCA.
• PARA O DOMÍNIO MORAL DA ÉPOCA: O PERIGO DAS MASSAS SE CONTRAPÕE À
TRANQUILIDADE DA FAMÍLIA.
ENFIM, NO SÉCULO XX, VEMOS
OS AGRUPAMENTOS SE
INTENSIFICANDO COMO "PRÁTICA
SOCIAL INSTITUÍDA" E AS TEORIAS
EXPANDINDO SEU SABER SOBRE O
GRUPO.
 O GRUPO COMO INTERMEDIÁRIO
INDIVÍDUO-SOCIEDADE
• DICOTOMIA INDIVÍDUO-MASSA MANTEM-SE EM DEBATE
• TERMO GROPPO/GRUPPO JÁ EXISTIA PARA DESIGNAR FORMA
ARTÍSTICA DE RETRATAR CONJUNTO DE PESSOAS.
• NO SÉCULO XVIII PASSA A DESIGNAR REUNIÃO DE PESSOAS
• INFLUÊNCIA DO MODO DE VIDA BURGUESA (O QUE ERA RETRATADO NA ARTE)

• VAI SE CONFIGURANDO O GRUPO COMO INSTITUIÇÃO

• DESTACA-SE O CÍRCULO (HORIZONTALIZANDO RELAÇÕES)
• O LAÇO (ELEMENTO FUNDANTE)
• O NÚMERO RESTRITO DE PARTICIPANTES (ENQUADRE DE TRABALHO)
GRUPO COMO INSTITUIÇÃO
• DIFERENTES ANÁLISES E TEÓRICOS APONTARAM PARA A
NECESSIDADE DE ASSOCIAÇÃO HUMANA E GRUPO COMO UMA
INSTITUIÇÃO.
• ROSSEAU (PACTO SOCIAL), MARX (QUESTIONA O CONTRATO E
CONTEXTO SOCIAL), FOURIER (HARMONIA UNIVERSAL E ATRAÇÃO
DOS CORPOS), TOCQUEVILLE (ASSOCIAÇÃO COMO NECESSIDADE).
• DURKHEIM - GRUPO MAIS QUE A SOMA DAS PARTES. ALGO EMERGE
QUE NÃO É ENCONTRADO NA NATUREZA INDIVIDUAL.
• OUTROS PARTEM DA NOÇÃO DE GRUPO COMO ABSTRAÇÃO, QUEU
SÓ CONTEM AQUILO QUE OS INDIVIDUOS JÁ TEM.
GRUPO COMO INSTITUIÇÃO
• VEMOS QUE A QUESTÃO DE PENSAR O GRUPO E ATUAR EM GRUPOS
RESPONDE A UMA NECESSIDADE SITUADA EM SUA ÉPOCA:

• COM O FRACASSO DO IDEAL/PROMESSA DE LIBERDADE, PELO

ESFORÇO INDIVIDUAL SURGIRAM NECESSIDADES DE PENSAR
OUTRAS FORMAS DE ORGANIAZÇÃO (ONDE SURGEM AS MASSAS E
DEPOIS OS AGRUPAMENTOS)
UMA TENTATIVA DE PENSAR O MEIO-TERMO
• 1921 – FREUD – PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EGO

• TOCADO PELOS TRABALHOS DE LEBON, MCDOUGALL, TROTTER.

• PREOCUPAÇÃO COM A EXPANSÃO NARCÍSICA DA ÉPOCA
• QUESTÃO DA SUGESTÃO (EM ESTADO DE VIGILIA)
• ALÉM DO INCONSCIENTE DE GRUPO (LEBON) E DA
AFETIVIDADE INIBINDO O INTELECTO (MCDOUGALL), FREUD PONTUA
CONDIÇÕES E FALA DA LIBIDO COMO FUNDAMENTO DA
SOCIABILIDADE
UMA TENTATIVA DE PENSAR O MEIO-TERMO
• 1921 – FREUD – PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EGO

• A QUESTÃO LIBIDINAL
• POR ISSO NOS PERMITIMOS A SUGESTÃO POR OUTROS
• IDENTIFICAÇÃO/AMOR E AMOR DO LÍDER (IDEAL DO EGO).
• GRUPOS ARTIFICIAIS COMO OBJETO DE ESTUDO (EXÉRCITO E IGREJA).
IDENTIFICAMOS TAIS TRANSFORMAÇÕES NÃO
PARA DESCARTAR, MAS COMPREENDER A
HISTÓRIA DE RESISTÊNCIAS E DE FUNÇÕES DOS
GRUPOS NO CONTEXTO SOCIAL.

TORNAM-SE ASSIM MODOS DE TRANSFORMAÇÃO

DE SUJEITOS E DE FORTALECIMENTO DE
COLETIVIDADES (NÃO APENAS REPRODUÇÃO DE
IDEIAS MORAIS E MODOS DE SE COMPORTAR).
COMO VEREMOS AO LONGO DA
DISCIPLINA, DIVERSAS LINHAS DA
PSICOLOGIA PASSARAM A PENSAR O
CONTEXTO DE GRUPO E CONTRIBUIR
PARA INTERVIR E APRIMORAR SOBRE
SEU FUNCIONAMENTO.
ALGUNS EXEMPLOS
• BION – TERAPIA DE GRUPO E CONSCIENTIZAÇÃO
• LEWIN – TEORIA DE CAMPO E A DINÂMICA DE GRUPO
• TAYLOR - DIVISÃO DE TAREFAS E PADRONIZAÇÃO DO TRABALHO
• MAYO - ORGANIZAÇÃO INFORMAL DO TRABALHO
• MORENO – DRAMATIZAÇÃO E SOCIOGRAMA
• PICHON-RIVIERE – O GRUPO OPERATIVO E A TAREFA
• INSTITUCIONALISTAS - AUTOANÁLISE E AUTOGESTÃO