Você está na página 1de 10

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO E LEITURA
2003-2004

Promoção da Leitura
Prof. Doutor Fernando Martinho

ANTÓNIO JOSÉ FORTE


1931-1988

Proposta de leitura amarrotada e ruminante


ou
Imitação dos bois sem ferro de engomar

Maria José Vitorino Gonçalves

Lisboa, Março de 2004

1
ANTÓNIO JOSÉ FORTE
1931-1988
Proposta de leitura amarrotada e ruminante
ou
Imitação dos bois sem ferro de engomar

1. INTRODUÇÃO
“Francamente, falar de surrealismo num ambiente de capacidade
crítica subdesenvolvida e de chuva miudinha, apetece pouco. Como
apetece pouco, outrossim, repetir afirmações já muito bem
atropeladas pelos profissionais da nossa esperteza literária. O
ferro-de-engomar do talento continua de serviço e quente.”

Como comunicar?
Uma faca nos dentes (2003), p. 113

“Os meninos, a quem são dirigidas estas palavras de muita


sabedoria, não devem imitar o analfabetismo dos bois nem dos
homens que andam atrás ou à frente deles. (...) Numa coisa,
porém, devem imitar os bois: na ruminação. E isto quer dizer: ler,
ler bem, ler com os olhos e o pensamento.”

Os bois e os livros
Uma faca nos dentes (2003), p. 124

Estas duas citações pretendem iluminar os subtítulos do trabalho, que se


pretende apenas uma tentativa de apresentar um autor sem pretensões de
perícia na análise literária, na firme convicção, porém, do valor da sua obra como
potencial pasto de ruminação, no sentido que o poeta lhe dá, que é o da leitura
reflexiva, crítica, educada e educadora. Antes de mais, de cada leitor em si.
Depois, deste leitor para outros, através da comunicação sobre o lido, e da
migração entre textos, entre ideias.

Conhecia mal António José Forte, e desde já me considero muito grata pela
oportunidade de o descobrir, e de por mim fazer chegar a outros o seu humor
corrosivo e libertador, os poemas e as histórias. Propus-me, afinal, e de forma
muito simples, ler, ler bem (o melhor possível), e daí desenhar algumas
estratégias de promoção da leitura.

2
2. CONTEXTOS

2.1. BIOGRAFIA

António José Forte nasce a 6 de Fevereiro de 1931 na Póvoa de Santa Iria, filho
de ferroviário. Na infância, reside em instalações da Companhia dos Caminhos de
Ferro, nesta localidade e em Vila Franca de Xira. Nos anos 50, integrou o Grupo
do Café Gelo, em Lisboa Foi funcionário da Fundação Calouste Gulbenkian,
trabalhando, durante mais de 20 anos, em bibliotecas itinerantes em regiões tão
diversas como o Vieira do Minho, Portalegre, Santarém, Loures e a periferia de
Lisboa.

Publica desde 1958 (40 noites de insónia de fogo de dentes numa girândola
implacável e outros poemas). Surge igualmente, desde 1959, (Quase três
discursos quase veementes), em publicações peródicas e antologias.

Do primeiro casamento, com Amélia, tem uma filha, Gisela, a quem dedica o
livro Uma rosa na tromba do elefante (1971). Casará em meados doa anos 70
com Aldina, que ilustra a 2ª edição deste título (2001), entre outros. Morre em
Lisboa, a 15 de Dezembro de 1988.

2.2. GENEALOGIA LITERÁRIA

Ligado ao movimento surrealista, e ao segundo grupo do Café Gelo desde logo se


identificou com o abjeccionismo, “um ponto do espírito onde, simultaneamente à
resolução das antinomias, se tome consciência das forças em germe que irão
criar novos antagonismos” (Pedro Oom). Neste grupo se integraram Helder
Macedo, Mário Cesariny, Ernesto Sampaio, Herberto Helder, Manuel de Castro,
Virgílio Martinho, Benjamin Marques, Pepe Blanco, Henrique Varik Tavares, João
Rodrigues, António Gancho, José Escada, Gonçalo Duarte, António Areal, Manuel
d’Assumpção, João Vieira. Ao Café Gelo desse tempo se refere, em 1986, em
artigo publicado no JL :
“Dada tratado por tu, o surrealismo olhado nos olhos, e sempre o trapézio
voador do humor negro. Todos os dias alguém na véspera de partir para
Paris”

Na Lisboa da Ditadura, na palavra véspera moravam ao mesmo tempo o desejo


de liberdade e a demora no efectivo acesso a outros mundos.

Como aponta Maria de Fátima Marinho (2002 : p. 288-289): “segundo Cesariny,


o grupo que se reunia, por volta de 1956-59, no Café Royal e no Café Gelo,
estava votado a um “abjeccionismo conjuntural”. O termo abjeccionismo fora
criado por Pedro Oom. Com a sua introdução, o autor de Actuação Escrita
pretendia determinar a existência de uma dialéctica constante que transformaria
o ponto supremo dos surrealistas numa tese, sujeita a uma antítese e a uma
síntese futura, síntese esta que daria lugar a uma nova tese, numa dialéctica
infindável. António José Forte coloca-se voluntaria e conscientemente sob a
tutela da teoria abjeccionista de Pedro Oom. Incapaz de responder á pergunta
carismática do abjeccionismo “ O que pode um homem desesperado quando o ar
éum vómito e nós seres abjectos?”, o autor de 40 Noites de Insónias refugia-
se no absurdo e no non-sense.”

3
A aventura, para António Maria Lisboa , é o conhecimento poético. Para Forte, é
antes acção poética, identificada com a Liberdade, a Revolta, o Desespero que a
justificam e instauram como fundamento maior da posição abjeccionista. Para
ambos, fundamental, pois “seria irrelevante qualquer actividade intelectual que
não fosse antes de mais uma aventura [no modo] de viver” (Fernando B.
Martinho :1985, p.90)

Em 1970, é significativa a presença de António Barahona da Fonseca, António


José Forte, Eduardo Valente da Fonseca, Ernesto Sampaio, João Rodrigues,
Manuel de Castro, Maria Helena Barreiro, Pedro Oom, Ricarte-Dácio, Virgílio
Martinho na antologia Grifo.

Meses antes de morrer, em entrevista a Ernesto Sampaio (1988), afirmará a


poesia como “a arte de traduzir em palavras a possibilidade do absoluto”, antes
de mais uma “forma de conhecimento”, identificando este com liberdade, e
concluindo, coerente com os Manifestos surrealistas, desde 1924 e André Breton:
“Transformar o mundo, mudar a vida será sempre mais que um belo
sonho. Não é outro o tema da poesia de todos os tempos”

Cinco anos depois, como continua esta genealogia? Uma rápida pesquisa na Web
devolve-me um razoável número de poemas de António José Forte, poeta à
margem das selectas escolares de quase sempre. Retirados de Uma faca nos
dentes, mostram bem a sua actualidade, na mesma frente de combate em que
florescem novas ironias destruidoras / propiciadoras de reinvenção do mundo. A
morte que aqui surge em negro trapézio de ironia seria bem confrontada com a
que nos trazem outros autores mais recentes, como Mia Couto e José Peixoto.

Noutro segmento do público, Uma rosa na tromba do elefante está quase


esgotado – para o que contribui decerto o Prémio Nacional de Ilustração
atribuído em Almada ao fabuloso traço de Aldina – pese embora a escassa
divulgação comercial. Os mesmos textos que, pela mão de Ribeiro de Mello,
saudoso editor da Afrodite, escandalizaram os bem-pensantes da literatura para
pequeninos do início da década de 70, são hoje irmãos dos poemas e histórias de
outros autores consagrados nas bibliotecas infantis, como Manuel António Pina
ou Álvaro Magalhães.

4
3. LINHAS DE LEITURA

Todas as linhas de leitura foram desenvolvidas a partir dos livros Uma rosa na
tromba do elefante (2001) e Uma faca nos dentes (2003).
O princípio geral que experimento nestas propostas é o de exercer, até onde for
possível, uma espécie de leitura pelo avesso, lendo e relendo os textos como
gritos, de forma cordata e também em posições adversas, de forma a multiplicar
as modalidades de ruminação, ou seja, de apropriação activa, mais ou menos
consciente do próprio processo, do lido pelo leitor.

3.1. UMA ROSA....

Público: para crianças pequenas mas que já saibam ler


Leitura(s): oral, silenciosa, reflexiva, paródica, leitura-escrita

1. Leitura das páginas dos poemas As bicicletas (in Uma rosa....): jogos de
observação do espaço, das imagens, dos sons e das palavras
2. Jogos de leitura oral como gritos / em surdina / com tristeza / com
entusiasmo (todo o livro o permite / o incita)
3. Associações livres a partir dos poemas. Novos poemas: contados/falados,
cantados, pintados/desenhados/caligrafados

3.2. ANTOLOGIA : OS MAIS LIDOS

Público: para todos

O critério de selecção é alheio: limitei-me a recolher os textos do Autor que


surgem seleccionados em antologias impressas ou electrónicas (sites na Web,
pesquisados com motores de busca comuns, como o www.google.com ou o
www.teoma.org).

Os primeiros versos são essenciais na construção dos textos de Forte. Todos os


surrealistas nos mostraram a riqueza dos movimentos de ocultação e
desocultação dos sentidos e do seu suporte verbal, gráfico ou outro.

Por isso, e pela extensão obrigatoriamente limitada deste trabalho, apenas


transcrevi os primeiros versos. Esta aparente dificuldade sugeriu-me algumas
actividades simples de promoção de leitura, adaptáveis a todas as idades, que
pretendem promover o conhecimento dos textos literários, o exercício de
competências elementares de pesquisa bibliográfica, e o desenvolvimento de
capacidades de escrita/desenvolvimento oral de enunciados criativos :
1. descobrir o resto do poema, seguindo as pistas bibliográficas indicadas
(com ou sem título “denunciado”)
2. ler (em voz alta, em surdina, só para si...) os poemas segundo várias
ordens, como, por exemplo
2.1. do princípio ao fim,
2.2. em sentido inverso
2.3. “emprestando” primeiros versos a poemas diferentes
3. jogar ao “cadavre exquis” a partir dos primeiros versos , e, depois,
confrontar o resultado com o texto “verdadeiro”

5
Título Primeiros versos 1 2 3 4 5
Poema Alguma coisa onde tu parada X X X X X
fosses depois das lágrimas uma ilha
Libertação Descerão por paredes sangrentas X X X X X
e subirão do asfalto
ganindo com um prego na língua
com os pulsos atados às patas
O Poeta em Lisboa Quatro horas da tarde. X X
O poeta sai de casa com uma aranha nos cabelos.
Azuliante Este poema X X
começa com um homem de tronco nu
Um homem De repente X X
como uma flor violenta
Retrato do Artista em Com o focinho entre dois olhos muito grandes X X
Cão Jovem por trás de lágrimas maiores
Reservado ao veneno Hoje é um dia reservado ao veneno X X
e às pequeninas coisas
O bom artífice Entretanto X X
dez séculos mais tarde no local do drama
o diabo
diante do seu fomo
Memorial As tuas mãos que a tua mãe cortou X X
para exemplo duma cidade inteira
Ainda não Ainda não X X
não há dinheiro para partir de vez
Dente por dente Outros antes de nós tentaram o mesmo esforço: dente por dente: X X
não, nunca olhar de soslaio e manter a cabeça escarlate
Declaração Eu de barba branca a tiracolo X X
rodeado de fumo por todos os lados vadios
menos pelo lado do mar
Um poema Deves ter razão X X
e certamente a História não demorará a pôr-te os cornos
um corno vermelho e outro corno negro
grande e delirante cornudo
meninotauro bufando
Pistas Bibliográficas
1. 40 noites de insónias (1960) 4. Antologia da poesia portuguesa : 1940-
2. Uma Faca nos Dentes (1983, 2003) 1977 (1979)
3. O surrealismo na poesia portuguesa 5. Web (2003)
(1973, 2003)

3.3. SOMBRAS SUBMERSAS

Público: juvenil, adulto


Comunidade de leitores sobre surrealistas (poesia, ficção, cinema, pintura).

Textos em foco:
Memorial - O que é o surrealismo? - É a morte dos
As tuas mãos que a tua mãe cortou séculos projectando uma sombra muito longa
para exemplo duma cidade inteira debaixo da água do sonho.[...]
o teu nome que os teus irmãos gastaram - O que é o sonho? - É uma chamada
dia a dia e que por fim morreu obscurecida pelo recalcamento do desejo.
atravessado na tua própria garganta
as tuas pernas os teus cabelos percorridos Excerto de «O DIÁLOGO EM 1948» de MÁRIO
rato após rato tantos anos CESARINY
durante tanta alegria que não era tua
os teus olhos mortos eles também
na primeira ocasião do teu amante
assim como as palavras ainda fumegando
docemente
sob as pedras de silêncio que lhes atiraram
para cima
o teu sexo os teus ombros
tudo finalmente soterrado
para descanso de todos
- mesmo dos que estavam ausentes
Uma Faca nos Dentes (1983, 2003)

6
3.4. ABC DE ANTÓNIO JOSÉ FORTE

Público: iniciado em análise literária (professores? estudantes? universitários?)


Actividades:
1. preencher o ABC com citações da obra de Forte
2. debater, pesquisar, encontrar os sentidos que se cruzam (a partir dos
livros, de conferências, de outros recursos disponíveis)
3. ampliar/reduzir o ABC

Abjeccionismo Humor negro


Amor – ver tb Mal Inconsciente
Analogia Ironia
Antinomia Jarry, Alfred
Associações Lautréamont
Atrocidades Libertação do homem, do ser
Breton, André Mal – ver tb. Amor, Satanismo,
Café Gelo Lautréamont
Castro, Manuel de Morte
Comparação – ver tb Diérese do Mundo / Mundos
pensamento Oom,Pedro
Correia, Natália Poeta maldito – ver tb Revolução
Dada interior, Rimbaud
Descida em sim mesmo Primeiros versos
Desobediência civil Revolução interior
Deus / Diabo – ver tb Mal, Rimbaud
Satanismo Sampaio, Ernesto
Diérese do pensamento – ver tb Satanismo – ver tb Mal,
Comparação Lautréamont, Deus/Diabo
Eu Surrealismo
Helder, Herberto

7
4. BIBLIOGRAFIA ACTIVA
40 noites de insónia de fogo de dentes numa girândola implacável e outros poemas. Lisboa : A. J.
Forte, 1958. 30, [2] p. : il. ; 19 cm. (A antologia em 1958)

«Um homem». In:


A rabeca. - Portalegre. - Supl. Poesia nova. - Nº XVIII (29 Nov. 1962). Correio do Ribatejo. - Santarém. - Supl.
Portas do Sol. - Nº 56 (21 Set. 1963)

Azuliante. Lisboa : & Etc., 1984. [8] p. ; 18 cm. (Subterrâneo três)

«Os bois e os livros». In: O Apolinário : órgão da Livraria Apolo. - Santarém. - (Maio 1972)

«Breve notícia, breve elogio do Grupo do Café Gelo». In: JL : jornal de letras artes e ideias / propr. e
dir. José Carlos de Vasconcelos. - Lisboa : Dijornal [distrib.], 1981- . - (18-24 fev. 1986)

Caligrafia ardente. Lisboa : Hiena, 1987. 27, [4] p. : 1 des. original ; 21 cm. (Ideias e atitudes ; 7). PT|
16548/87

«Carta à Direcção do Serviço de Bibliotecas Itinerantes». In: Boletim do Sindicato dos Encarregados e
Ajudantes de Bibliotecas de Portugal . - Lisboa. - (Fev. 1991)

«Como comunicar?». In: O templário / Sociedade Editora de Publicações ; dir. Urbano Rei.
- Tomar : S.E.P., 1980- . - Supl. Labareda. - (10 Nov. 1963)

Corpo de ninguém. Lisboa : Hiena, 1989. 111 p. : il. ; 21 cm. (Ideias e atitudes ; 14). PT|26224/89

«Declaração». In:
Notícias de Chaves / dir. e ed. Henrique de Almeida. - Chaves, 1950- . - Supl. Atrium. - Nº 3 (23 Set. 1961).
Correio do Ribatejo. - Santarém. - Supl. Portas do Sol. - Nº 56 (21 Set. 1963)

«Dente por dente». In: Contraponto : cadernos de crítica e arte. - Sertã. - Nº 3 (1962)

«Desobediência civil». In: Corpo de ninguém / António José Forte ; des. Aldina. - Lisboa : Hiena, 1989.
Conjunto de poemas

Dia a dia amante. Lisboa : Hiena, 1986

«Entrevista». In: Diário de Lisboa. - Lisboa. - (27 Fev. 1988)

«Escutai!». In: Notícias de Chaves / dir. e ed. Henrique de Almeida. - Chaves, 1950- . - Supl. Atrium. - Nº6
(10 Fev. 1962)

«Exposição Dada». In: Diário de Lisboa. - Lisboa. - (Fev. 1972)

«Uma faca nos dentes». In: Surrealismo abjeccionismo : antologia de obras em português seleccionadas
por Mário Cesariny de Vasconcelos de acordo com o propósito inicial. - Lisboa : Minotauro, 1963

Uma faca nos dentes. Lisboa : & Etc, imp. 1983. 64, [4] p. : il. ; 18 cm

Uma faca nos dentes. 2ª ed. aumentada. Lisboa : Parceria A M Pereira, 2003. 158 p. : il. ; 21 cm. PT|
192293/03. ISBN 972-8645-14-7

«Homenagem a Andersen». In:


O Apolinário : órgão da Livraria Apolo. - Santarém. - (Maio 1972).
Pravda : revista de malasartes. - Coimbra. - Nº 7 (Primavera 1989)

«Libertação». In:
O surrealismo na poesia portuguesa / compil., anot., e pref. de Natália Correia. - 2ª ed. - Lisboa : Frenesi,
2003.- p. 418.
Antologia da poesia portuguesa : 1940-1977 / compil. Maria Alberta Menéres, E. M. de Melo e Castro. -1ª ed.
- Lisboa : Moraes, 1979-. - Vol. 2, p. 131-132

Natal de 1964 [Postal]. Santarém : António José Forte, 1964. Ed. do autor

«Um poema». In:


Grifo : antologia de inéditos organizada e editada pelos autores / António Barahona da Fonseca, António José
Fprte, Eduardo Valente da Fonseca, Ernesto Sampaio, João Rodrigues, Manuel de Castro, Maria Helena Barreiro,
Pedro Oom, Ricarte-Dácio, Virgílio Martinho ; realização gráfica de Vítor Silva Tavares. - Águeda : Lisboa :
[s.n.], 1970.

8
Antologia da poesia portuguesa : 1940-1977 / compil. Maria Alberta Menéres, E. M. de Melo e Castro. - 1ª ed.
- Lisboa : Moraes, 1979-. - Vol. 2, p. 132-136

«Poema». In:
O surrealismo na poesia portuguesa / compil., anot., e pref. de Natália Correia. - 2ª ed. - Lisboa : Frenesi,
2003.- p. 93-94.
Antologia da poesia portuguesa : 1940-1977 / compil. Maria Alberta Menéres, E. M. de Melo e Castro. - 1ª ed.
- Lisboa : Moraes, 1979-. - Vol. 2, p. 131

«O poeta em Lisboa». In: A rabeca. - Portalegre. - (11 Jan. 1962)

«Prefácio ; Grande écran ; Assinatura ; Mar de Ninguém ; O nome». In: Colóquio Letras / propr. e ed.
Fundação Calouste Gulbenkian ; dir. Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho. - Lisboa : F.C.G., 1971-. - Nº
90 (Março 1986). Poemas posteriormente publicados em livro Caligrafia ardente, Lisboa : Hiena, 1987

«Quase três discursos quase veementes». In: Pirâmide : antologia / Carlos Loures e Máximo Lisboa.
- Lisboa : [s.n.], 1959-1960. - Nº 2 (Junho 1959)

«Recital e colóquio sobra a novíssima poesia portuguesa». In: O templário / Sociedade Editora de
Publicações ; dir. Urbano Rei. - Tomar : S.E.P., 1980- . - Supl. Labareda. - (17 Nov. 1963)

«Recordar». In: Boletim cultural / Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas, Fundação Calouste Gulbenkian ;
orientação de David Mourão Ferreira. - Lisboa : F.C.G., 1984- . - VI série, nº 2 (Junho 1984)

Uma rosa na tromba de um elefante. [Lisboa] : Afrodite, 1971. 85, [3] p. : il. ; 21 cm. (Infantil cabra-
cega ; 8)

Uma rosa na tromba de um elefante. 2ª ed. aumentada. Lisboa : Parceria A M Pereira, 2001. [115] p. : il. ;
22 x 32 cm. PT|17379/01. ISBN 972-8645-08-2

«Teses sobre a visita do Papa». In: A Batalha. - Lisboa. - Ano IX, VI série, Nº 90 (Dez. 1982)

Teses sobre a visita do Papa. [S.l. : s.n.], 1982. (Lisboa : Tip. Freitas Brito). [4] p. ; 21 cm

5. BIBLIOGRAFIA PASSIVA (CONSULTADA)


HELDER HERBERTO, 1930-, compil. - Edoi lelia doura : antologia das vozes comunicantes da poesia
moderna portuguesa. Lisboa : Assírio e Alvim, 1985

HELDER, Herberto, 1930- - «Nota inútil». In: Uma faca nos dentes / de António José Forte ; pref.
Herberto Helder ; desenhos Aldina. - 2º ed. aumentada. - Lisboa : Parceria A M Pereira, 2003. - p. 9-16.
Prefácio

MARINHO, Maria de Fátima, 1954- - «Surrealismo». In: História da literatura portuguesa / dir. Óscar
Lopes, Maria de Fátima Marinho. - Lisboa : Alfa, 2002. - Vol. 7, p. 269-302

MARINHO, Maria de Fátima, 1954- - O surrealismo em Portugal. Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da


Moeda, 1987. 738,[6]p. ; 24 cm. (Temas portugueses)

MARTINHO, Fernando J. B., 1938- - «António José Forte : uma faca nos dentes : ed. & ETC, Lisboa,
1983». In: Colóquio Letras / propr. e ed. Fundação Calouste Gulbenkian ; dir. Hernâni Cidade e Jacinto do
Prado Coelho. - Lisboa : F.C.G., 1971-. - Nº 86 (Julho 1985). - p. 89-90. Recensão crítica

MARTINHO, Fernando J. B., 1938- - «Poesia». In: Colóquio Letras / propr. e ed. Fundação Calouste
Gulbenkian ; dir. Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho. - Lisboa : F.C.G., 1971-. - Nº 78 (Março 1984). -
p. 17-29. Recensão crítica

MARTINHO, Fernando J. B., 1938- [et al.] - «Le surrealisme portugais surréalisme periphérique :
catalogue de l'esposition à la Galerie UQUAM, 1983». In: Colóquio Letras / propr. e ed. Fundação
Calouste Gulbenkian ; dir. Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho. - Lisboa : F.C.G., 1971-. - Nº 94 (1986).
- p. 131-133

PACHECO, Luís - Mano Forte : dezassete cartas de Luiz Pacheco a António José Forte. Lisboa :
Alexandria, 2002. ISBN 972-98806-0-3

SALVADOR, Marisa João Lopes - Poesia e ficção [Texto policopiado]: António José Forte, Ernesto
Sampaio e Manuel de Castro. Lisboa : [s. n.], 2002. 144 f. ; 30 cm ; 30 cm. Tese de mestrado Literatura
Portuguesa Contemporânea Univ. Lisboa, 2002 . Bibliografia, f. 121-144

CORREIA NATÁLIA, 1923-1993, compil. - O surrealismo na poesia portuguesa. compil., anot., e pref.
de Natália Correia. Mem Martins : Europa-América, 1973. 418, [4] p. ; 19 cm. (Estudos e documentos ; 81)

9
CORREIA NATÁLIA, 1923-1993, compil. - O surrealismo na poesia portuguesa. 2ª ed. Lisboa :
Frenesi, 2003. 542 p.. ISBN 972-8351-63-1

6. ALDINA (porque é muito difícil ler sem olhar)

Maria Aldina da Costa Neves Forte, nasce em 1939 nas Caldas da Rainha. Nos anos 50,
ainda em Caldas da Rainha, inicia-se como ceramista, sob a orientação de Hansi Satel,
na Fábica de Cerâmica Secla. Frequenta a Escola de Artes Decorativas António Arroio, em
Lisboa, entre 1969 e 1963. Desde 1964, até hoje, lecciona na mesma Escola pintura
cerâmica.
Em 1962, expõe pela primeira vez (exp. colectiva, Estoril). Estuda Pintura na ESBAL,
onde, em 1979, defende uma tese de licenciatura, com Querubim Lapa, sobre o chamado
Grupo do Café Gelo. Está representada no Museu de Arte Contemporânea e em diversas
colecções particulares nacionais e estrangeiras

Colaboração em revistas: & Etc : Magazine das Artes, das Letras e do Espectáculo;
Diário de Lisboa; Abril em Maio

Edições:
Ilustrações e capas
• Jogos de Azar / José Cardoso Pires, 2ª edição, Ulisseia, Lisboa, 1966
• O Servo de Deus e A Casa Roubada / Aquilino Ribeiro, Ed. especial da Bertrand,
Lisboa, 1967, Coisas / volume colectivo, Ed. & etc, Lisboa, 1974
• Uma Faca nos Dentes/ António José Forte ; prefácio de Herberto Helder), &etc,
Lisboa, 1983
• Dia a Dia Amante, "Caligrafia Ardente" e "Corpo de Ninguém" / António José
Forte, Hiena Editora, Lisboa, 1986, 1987 e 1989, respectivamente
• Anunciada Embarcação na Histeria / Sofia Crespo, Ed. &etc, Lisboa, 1997
• Cadeias de Transmissão / Fátima Maldonado, Ed.Frenesi, Lisboa, 1988
• Uma Rosa na Tromba de um Elefante / António José Forte, reeditado pela Parceria
A.M.Pereira, Lisboa, 2001

Teatro
• Comunidade / Luiz Pacheco ; encen. José Carretas; repres. Cândido Ferreira -
Catálogo e exposição que acompanhram a encenação de representação do texto
no Teatro da Cornucópia e, depois, no Ritz Club (Lisboa, 1988)
• Com uma Faca nos Dentes / guião de Vergílio Martinho, a partir da poesia de
António José Forte, pela Companhia de Teatro de Almada, em 1989, e encenação
de Joaquim Benite

10

Você também pode gostar