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31/05/2020 A Cestaria (trançados)

A Cestaria é uma arte milenar. Cada grupo indígena 


expressa por meio dos mais diferentes materiais suas
diferenças culturais nas múltiplas formas e técnicas de
trançado.

Os Wayana e os Aparai são grandes artistas. Produzem


peças de artesanato, principalmente de cestaria, ricamente
decorados.
Entre os Aparai e os Wayana a cestaria é responsabilidade
masculina. Os motivos que decoram os cestos, os tecidos, as
cerâmicas e as pinturas corporais são seres sobrenaturais,
vegetais e animais.
Aquele que trança o cesto reconta, por meio desses
motivos, a história de seu povo e as idéias e modos de
pensar dos ancestrais.
Entre os Wayana e Aparai a cestaria é responsabilidade masculina
Foto: Paula Morgado

Cestaria Baniwa de Arumã

A cestaria de arumã é uma arte milenar ensinada aos homens Baniwa pelos seus heróis criadores
cujos grafismos foram inscritos pelos antepassados nas pedras, em forma de petroglifos, para q
nunca fossem esquecidos. Para os Baniwa, fazer arte de arumã é condição da pessoa
plenamente cultural.

Os Baniwa produzem cestaria de arumã para vender por dinheiro ou trocar por bens há décadas.
partir de 1998, depois da demarcação das terras indígenas na região do Rio Negro, a FOIRN e
associações filiadas, em parceria com o ISA, começaram a implantar um conjunto de projetos-
piloto para viabilizar algumas iniciativas prioritárias das comunidades indígenas na direção de um
Programa Regional de Desenvolvimento Indígena Sustentável. Entre estas, incentivar a produção
sustentável por encomenda de cestaria de arumã para comercialização com gestão direta dos
recursos pelas associações Baniwa, agregando valor cultural e ambiental aos produtos.

Baniwa não é uma auto denominação, mas um termo genérico utilizado desde tempos coloniais
para se referir aos povos de língua aruak do extremo noroeste da Amazônia brasileira. Entre si,
se distinguem pelos nomes de suas fratrias, como Hohodene, Walipere-dakenai, Dzauinai e outro

Cestaria Baniwa Cestaria 


Conjunto de objetos - cestos-recipientes, cestos-coadores, cestos-cargueiros, armadilhas de
pesca e outros - obtidos pelo entrançamento de elementos vegetais flexíveis ou semi-rígidos
usados para transporte de carga, armazenagens, receptáculo, tamis ou coador. Variam em
tamanho, forma, decoração, técnica de manufatura, mas obedecem basicamente às exigências
ditadas por sua funcionalidade. Vasilhame é o equivalente à cestaria em cerâmica.

Trançado
Técnica de interpor, alternadamente, elementos vegetais previamente preparados, para construi
manufaturas planas ou recipientes. A composição desses elementos (palha, tala), a maneira pela
qual interceptam um ao outro, e o seu espacejamento, provêm a chave das técnicas do trançado.
Elas se dividem em duas grandes classes: entretrançados e costurados, que, por sua vez, se
dividem em categorias, tipos e subtipos.

Berta Ribeiro organiza os trançados por gênero de utilização:


1. Trançados para Uso e Conforto Doméstico: Abano Trançado, Apá, Cantil com Invólucro Trançado, Cest
Alguidariforme, Cesto Bornaliforme, Cesto Gameliforme (Balaio), Cesto Paneiriforme (Paneiro ou urutu), Cesto
Platiforme, Cesto Tigeliforme, Cesto Vasiforme (Samburá ou cofo), Defumador Trançado, Esteira, Rede de dormir
trançada, Suporte de cabaça;

Mulher Karajá confeccionando um cesto


2. Trançados para a caça e a pesca: Arapuca, Caniçada (Pari), Covo (Matapi), Nassa (Jequi), Socó;
Foto: Walter Sanches 3. Trançados para o processamento da mandioca: Cumatá (Coadeira), Peneira (Tamiz), Tipiti, Tipiti de
torção, Tuavi;
4. Trançados como meios de transporte de carga: Aturá, Cesto-Cargueiro Coniforme, Cesto-Cargueiro
Quadrangular, Gaiola Trançada, Jamaxim (Panacu), Tipóia trançada;
5. Trançados para uso e adorno pessoal: Aro Trançado, Braçadeira Trançada, Cesto Bolsiforme, Cesto
Estojiforme (Canastra), Chapéu Trançado, Cinta Trançada, Cinto Trançado, Coroa Trançada, Disco Occipital, Ferradura
Occipital, Pára-sol, Patrona (Cartucheira), Patuá, Pingente trançado dorsal, Pulseira trançada, Sandália trançada

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31/05/2020 A Cestaria (trançados)
(Prequeté);
6. Trançados específicos para a venda: Cestos, Abanos, Tipiti, etc.

Fontes: Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000.
Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro; ilustrações de Hamilton Botelho Malhano. - Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : Editora da Universidade
de São Paulo, 198

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