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TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO LC
Como sugere a figura 1, o sistema de refrigeração pode ser dividido em três zonas:
Região primária de trocas térmicas ou molde;
Região secundária de trocas térmicas ou zona de sprays;
Região terciária de trocas térmicas ou zona de trocas térmicas por irradia-
ção.
*
Q(J/s) = m[kg água / s ] C p [ J / kg K ] ∆T [ K ]
onde
m = vazão de refrigeração
Cp = calor específico da água ;
∆T = acréscimo de temperatura entre a entrada e a saída do água de refrige-
ração, em geral da ordem de 5~7 oC.
Outros fatores, não tão evidentes, são definidas pelo tipo do meio lubrifican-
te/trocador de calor (óleo ou pó); composição química do aço (peritético, não-
peritético).
.
Q = f(∆T, Vc , W , T )
onde,
x=0 posição na superfície do molde
x=M posição na interface líquido/sólido
TM temperatura de fusão
T0 temperatura na superfície do molde
M espessura solidificada
h coeficiente efetivo de trocas térmicas no gap
3
Por outro lado um balanço de energia em x=M, interface sólido-líquido, onde evolve
o calor de solidificação, fornece,
dM
q x=M = ρ ' H f dt
onde ,
ρ’ massa específica do metal solidificado,
Hf entalpia de fusão,
t tempo.
ρ' H f 2K ' M
Análise mais rigorosa, que não pressupõe um perfil linear, como anteriormente, indi-
ca
h( − )
M = TM T0 t −
h 2
ρ' H f a 2K ' M
onde a tem por expressão,
'( − )
a= 1 + 1 + Cp TM T0
2 4 3H f
sendo Cp’ o calor específico do metal sólido.
Portanto,
Hf’ = Hf + C pL (Tp – TM) = 2,67 10 5 + 569 ( 1800 – 1770 ) = 284070 J.Kg –1
a= 1 + 1 +
C p ' (T M − T 0 ) = 0,5 + 0,25 + 670(1770 − 298) = 1,6862
2 4
H3 f
3..284070
h(T − T )
M 2000(1770 − 298)
0 −4
= = 8.10
ρ' H a f
7690..284070..1,686
h 2000
= = 16,666
2 K ' 2..60
e, logo,
5
M = 8 .10 –4 t – 16,666 M2
e, neste exemplo,
M = −0,03 + 9.10 −4 + 4,8.10 −5 t
Portanto o valor do fluxo varia à medida que a placa atravessa o molde, sendo pos-
sível definir um valor médio como,
tp ( − )
q = .. ∫ .. T M T 0 dt
_
1
t p 0 1/ h + M / k '
expressão que, após substituição, fornece,
ρ ' H f ak '
,
_
2 2(T M − T 0)
q= 1 / +
h ρ ' , ak ' t p − 1 / h
t p Hf
Observe-se que foram consideradas apenas as (duas) faces largas da placa, como
as superfícies mais importantes de transferência de calor. Então
2420075 x 2 x 0,988 x 0,61 = Q x 4184 x 7
isto é, Q = 99,60 kg de água / segundo.
A nível local, o fluxo de calor pode ser determinado pela inserção de termopares no
molde, e pela aproximação de fluxo unidirecional de calor resultando em analogia
elétrica, ver figura 3:
6
Outros valores de temperatura podem ser “recuperados” via estas medições. Por
exemplo, a temperatura na face quente do molde
* Tmh − Tw
q=
1 e
+
hw hw
O valor desta temperatura é de interesse por haver um limite superior, que não deve
ser excedido sob a pena de deformação excessiva do molde. Em geral Tmh < 250oC.
O fluxo térmico, q(J/m2.s] varia ao longo da altura do molde. Como se nota o fluxo
alcança um valor máximo próximo ao nível do menisco, ver figura 4 e figura 5. Uma
explicação para o perfil é como se segue: Inicialmente, a força devido à pressão fer-
rostática Pambiente + ρ aço g z é pequena e , deste modo, a tensão interfacial faz com
7
2(T + W ) q o, L
Q[J/s] = − ∫e
−α z
d [− αz ]
α 0
2(T + W ) q o,
Q[J/s] =
α
[e −α L
−1 ]
Exercício: Linearize a curva de distribuição de fluxos térmicos, figura 6, determine a
variação da espessura da casca até a saída o molde tal como a de temperatura su-
perficial.
*
{
q z [ J / m 2 .s ] 2(T + W )dz [m 2 ] } Vdz [s]
C
Este fluxo de calor é, por sua vez, utilizado para solidificar uma espessura adicional
da pele, dM, e resfriá-la até a temperatura média da pele, isto é
T + TS
2 ((T + W )dM dz [m 3 ] ρ [ Kg / m 3 ]∆H [ J / kg ] + C p [ J / kg K ] TM − M [ K ]
2
Por conveniência estas duas expressões foram escritas em valor absoluto de modo
que podem ser igualadas diretamente:
T + TS
q Z dz = VC ρ ∆H + C p TM − M dM
2
Como por suposição o perfil de temperatura no interior da pele é linear tem-se que
T − TS
qZ = M k
M
De maneira que a expressão anterior fica
C p q z M
q Z dz = VC ρ ∆H + dM
2k
A equação denota como M depende de Z, mas, esta informação só pode ser efeti-
vamente obtida via integração numérica, pois ambos M e qz são funções da posição,
o que impede que as variáveis sejam separadas. Um possível esquema seria.
10
_
CP q z z
k ∫0
2 2 2
− VC ρ ∆H + V ρ ∆H + ρVC
C q z dz
M= _
CP q z
ρVC
2k
Exercício: Comparar resultados da solução numérica com os da solução analítica.
Figura 13: de C. Chow et al; High speed continuous casting of steel billets. Part 2:
Mould heat transfer and mould design; Ironmaking and steelmaking 2002, vol 29 , no
1, pp 61-69.
7- Strand surface quality and the peritetic reaction – a look into basis; M.M. Wolf;
Steelmaking Conference proceedings, 53-62.
Como sugere o diagrama de fases Fe-C, a transformação δ => γ , a qual ocorre com
contração volumétrica, alcança magnitude máxima quando PF =1, %C =0,1%. Aços
com teores de carbono ao redor deste valor são comumente identificados como “pe-
ritéticos”. O fluxo de calor é comparativamente menor para aços “peritéticos”, o que
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Sugere-se que a micro-segregação (C, P, S) seja o fator agravante. Esta seria míni-
ma para composições peritéticas (~0,1%C) resultando em uma pele (comparativa-
mente) de alta de resistência mecânica, tal que a pressão ferrostática pode não ser
capaz de deformá-la ao encontro da parede do molde.
Perfil de temperatura
∂T *
−k y =W / 2 = q
∂y
caso o perfil de fluxo térmico ao longo das paredes do molde seja conhecido.
∂T
−k
∂x
x =T / 2 (
=hT x =T / 2
− Tágua )
−k
∂T
∂y
y =W / 2 (
= hT y =W / 2
− Tágua )
• Zona terciária ou de radiação
−k
∂T
∂x
x =T / 2 = εσ T ( 4
x =T / 2
− Tá4 )
−k
∂T
∂y
4
(
y =W / 2 = εσ T y =W / 2 − Tá
4
)
Onde ε representa a emissividade da superfície metálica, algo em torno de 0,8; Ta
seria a temperatura ambiente, σ a constante de Stefan_Boltzmann.
k = (7 ~ 10 )k aço
20
∂T ∂T
k x =0 = 0 e k y =0 = 0
∂x ∂y
e aquela que expressa a transformação de fases, na interface sólido-líquido,
∂T ∂T
−k T =Tm [ sólido] + k T =Tm [líquido] = ∆Hdξ
∂y ∂y
A figura 19 sugere que os bancos de sprays devem ser dotados de regulagem inde-
pendente. Por exemplo, para manter a temperatura superficial razoavelmente cons-
tante o coeficiente de convecção aplicado a um dado segmento deve ser significati-
vamente diferente dos outros.
Este tipo de modelo pode ser considerado um modelo direto, no sentido em que as
condições de contorno são aplicadas e delas resulta o perfil de temperatura no lingo-
tado.
21
Figura 22: Dependência do fluxo de calor e temperatura da placa, para uma série de
condições operacionais dos sprays.
Por motivos que ficarão evidentes na seção seguinte, a aplicabilidade maior da me-
todologia esquematizada anteriormente se presta à confecção de um modelo de
“Thermal Tracking”. Thermal Tracking, neste contexto, diz respeito à possibilidade
de poder especificar as condições de refrigeração (no molde, na zona de sprays; na
zona de radiação, tal que os esforços devidos ao dobramento/endireitamento não
ultrapassam o limite de ruptura do metal, produzindo trincas.
Trincas internas podem eventualmente ser caldeadas; trincas externas estão abertas
à atmosfera e propensas a oxidação. Uma especificação comum é a de que a tem-
peratura da superfície, onde os esforços de tração e compressão são máximos, se
situem dentro de uma faixa de temperatura pré-estabelecida, de dutilidade aceitável.
Adendo:
26
A figura 24 mostra curva típica de Fluxo de Calor VS ∆T =(T-Tsat) onde Tsat repre-
senta a temperatura de equilíbrio entre água líquida e seu vapor, na pressão de es-
tudo. Estes dados se referem a uma camada de líquido sobre uma placa aquecida e
mostram que, mesmo para pequenos valores de ∆T , inicialmente o fluxo aumenta
devido à ação de correntes de convecção que se estabelecem em função do empu-
xo. Quando bolhas de vapor começam a se desprender da superfície, usualmente
em locais preferenciais, o fluxo térmico aumenta em virtude do aumento da veloci-
dade de convecção. Eventualmente, para valores crescentes de ∆T , filmes de vapor
começam a tomar conta de parte substancial da superfície, num processo intermi-
tente que age no sentido de isolá-la termicamente; a conseqüência é a diminuição
do fluxo, até que se atinge uma temperatura crítica conhecida como temperatura de
Leidenfrost. A partir desta o fluxo de calor volta a subir com o aumento de tempera-
tura em função da maior contribuição devida à radiação..