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RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
Aula 02
Programação Aula 2
Esta segunda aula sobre Resíduos de Serviços de Saúde será dividida entre os seguintes conteúdos:
3. Gerenciamento dos RSS (Manejo, Acondicionamento, Transporte, Coleta, Tratamento, Disposição final);
Bom
aprendizado!
1. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde
Conforme vimos na Aula 01, os Resíduos de Serviços de Saúde são classificados em:
- Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com
suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância
epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante
ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
• Subgrupo A1
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes
do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
Sangue na FORMA LIVRE não é definido apenas pela QUANTIDADE, mas principalmente ela forma como se encontra:
GOTEJANDO, VAZANDO e/ou DERRAMANDO.
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
• Subgrupo A2
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de
experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de
serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos
ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica.
• Subgrupo A3
- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que
500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor
científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
• Subgrupo A4
- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de
pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância
epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne
epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação
com príons;
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou
líquidos corpóreos na forma livre;
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedimentos
cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica;
- Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos
a processos de experimentação com inoculação de microrganismos;
- Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou confirmados, bem
como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, suspeitos ou confirmados, e que
tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons.
Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em documentos oficiais pelos órgãos sanitários
competentes.
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
Os resíduos Biológicos podem ser classificados também de acordo com a sua Classificação de Risco que varia de 1 a 4.
O risco deste resíduo está basicamente relacionado ao poder de infecção individual e para a comunidade, conforme
veremos a seguir:
a) Classe de Risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): agentes biológicos conhecidos por não causarem
doenças no homem ou nos animais adultos sadios;
b) Classe de Risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que
provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no
meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes;
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
c) Classe de Risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que
possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente
letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento ou de prevenção. Representam risco se disseminados na
comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa;
d) Classe de Risco 4 (elevado risco individual e elevado risco para a comunidade): classificação do Ministério da Saúde
que inclui agentes biológicos que representam grande ameaça para o ser humano e para os animais, implicando grande
risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas
preventivas e de tratamento para esses agentes.
1.1. Resíduos Biológicos ou Infectantes (GRUPO A)
São eles:
- Produtos farmacêuticos;
- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para
laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes;
- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);
- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas;
- Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos.
1.2. Resíduos Químicos (GRUPO B)
Medicamentos
Saneantes Reagentes
1.3. Resíduos Radioativos (GRUPO C)
Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da
CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
- Enquadra-se neste grupo o rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na área da
saúde, laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução da CNEN e Plano de
Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa.
1.4. Resíduos Comuns (GRUPO D)
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser
equiparados aos resíduos domiciliares.
- Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros e máscaras
descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, luvas de
procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos, equipo de soro, abaixadores de
língua e outros similares não classificados como A1.
- Sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resto alimentar de refeitório, resíduos provenientes das áreas
administrativas.
- Resíduos de varrição, flores, podas e jardins.
- Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.
- Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado.
- Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada.
- Pelos de animais.
1.5. Resíduos Perfurocortantes (GRUPO E)
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas,
limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas
e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e
placas de Petri) e outros similares.
2. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde
O gerenciamento dos RSS compreende um conjunto de procedimento de gestão, planejados e implementados a partir de
bases científicas, técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e a preservação da saúde pública, dos
recursos naturais e do meio ambientes (ANVISA, 2018).
A segregação do resíduo consiste em separar os resíduos de acordo com sua classificação comentada anteriormente. É
importante que esta segregação ocorra no momento e local de sua geração, de acordo com suas características
físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
O material utilizado para acondicionar o material vai de acordo com a classificação do resíduo, como veremos a seguir:
O saco plástico
O saco plástico de leitoso de cor
cor vermelha deve branca deve ser
ser utilizado para os utilizado para os
Resíduos Resíduos
Infectantes que são Infectantes que não
encaminhados para são encaminhados
tratamento. para tratamento.
2.2. Acondicionamento
b) Resíduo Químico
Os recipientes de acondicionamento de rejeitos radioativos devem ser adequados às características físicas, químicas,
biológicas e radiológicas dos rejeitos, possuir vedação e ter seu conteúdo identificado, conforme especificado nas normas
vigentes.
d) Resíduo Comum
A legislação não estabelece uma coloração específica para o saco plástico do Resíduo Comum. Porém, o que for
estabelecido deverá diferir das demais colorações.
Muitos Estabelecimentos de Saúde instituem o saco plástico de cor preta para esse material.
2.2. Acondicionamento
e) Resíduo Perfurocortante
Devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento. Os RSS do Grupo E, quando contaminados por agentes biológicos ou químicos devem ter seu manejo de
acordo com a classe de risco associada. Um modelo bastante adotado pelas instituições são as Caixas Descarpack cuja
coloração vai de acordo com a contaminação do material.
Não!
A legislação preconiza outras questões que devem ser atendidas na fase do Acondicionamento. São elas:
• Os resíduos líquidos devem ser mantidos na sua embalagem original. Como, por exemplo:
medicamentos líquidos;
• Os sacos plásticos não devem ultrapassar 2/3 da sua capacidade;
• A troca do saco deve ocorrer sempre que esta capacidade for atingida ou em até 48 horas (tempo
máximo); exceto para os resíduos de rápida putrefação;
• Após acondicionado, o resíduo NUNCA poderá estar em contato direto com o chão.
2.3. Identificação
Conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos riscos presentes nos resíduos acondicionados, de forma clara e
legível em tamanho proporcional dos sacos, coletores e seus ambientes de armazenamento.
A identificação do grupo de resíduo deve estar afixada nos CARROS DE COLETA, LOCAIS DE ARMAZENAMENTO e nos
SACOS que acondicionam os resíduos.
Este requisito é extremamente necessário para evitar acidentes. O símbolo de risco facilita, durante o trânsito
de pessoas no local, o reconhecimento do que está sendo ali transportado.
Salas
administrativas
Sala de
Geração do resíduo
Utilidades
Setores
assistenciais
TRANSPORTE
2.5. Armazenamento Temporário
Guarda temporária dos coletores de Resíduos de Serviços de Saúde, em ambiente próximo aos pontos de
geração, visando agilizar a coleta no interior das instalações e otimizar o deslocamento entre os pontos
geradores e o ponto destinado à apresentação para a coleta externa.
Nas instituições este local é conhecido como SALA DE UTILIDADES e/ou EXPURGO. Por definição, a SALA
DE UTILIDADES corresponde a um ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e
roupas utilizados na assistência ao usuário do serviço e guarda temporária de resíduos.
No armazenamento temporário os
resíduos devem ser dispostos em
contêineres. Nunca ficar em contato
direto com o chão.
2.6. Transporte Interno II
• Material lavável;
• Possuir tampa;
Guarda dos coletores de resíduos em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para a coleta externa. Este ambiente
recebe o nome de ABRIGO EXTERNO DE RESÍDUO.
2.9.1. INCINERAÇÃO
Trata-se de um processo de queima, na presença do excesso de oxigênio. Dessa forma, os materiais à base de
carbono são decompostos, desprendendo calor e gerando um resíduo de cinzas.
Em grandes linhas, um incinerador é um equipamento composto por duas câmeras de combustão. Na primeira, os
resíduos são queimados a temperatura que varia entre 800ºC e 1000ºC, transformando-os em gases, cinzas e
escória. Então, na segunda câmera, os gases provenientes da combustão inicial são queimados a temperatura da
ordem de 1.200ºC a 1.400ºC.
2.9. Tratamento
2.9.1. INCINERAÇÃO – Exemplo de incinerador
2.9. Tratamento
2.9.2. PIRÓLISE
Também é um processo de destruição térmica, como a Incineração. Entretanto, a diferença está no fato de que a
Pirólise absorve calor e processa na ausência de oxigênio. Nesse processo, os materiais à base de carbono são
decompostos em combustíveis gasosos ou líquidos e carvão.
Utilizado na esterilização de material cirúrgico, esse processo foi também adaptado e desenvolvido para a
esterilização dos resíduos.
Consiste, portanto, em um sistema de alimentação que conduz os resíduos até uma câmera estanque. No qual é feito
a vácuo e injetado vapor d’água (entre 105 e 150ºC) sob determinadas condições de pressão. Os resíduos
permanecem na câmera durante um determinado tempo até se tornarem estéreis. Ao fim do processo ocorre o
descarte da água por um lado e os resíduos por outro.
Vantagens: custo operacional baixo, não emite efluentes gasosos e o efluente líquido é estéril, manutenção
relativamente fácil e barata.
Desvantagens: não reduz o volume do resíduo, o processo ocorre em batelada o que não permite um serviço
continuado.
2.9. Tratamento
2.9.3. AUTOCLAVE HOSPITALAR
2.9. Tratamento
2.9.4. MICRO ONDAS
Nesse processo os resíduos são triturados, umedecidos com vapor a 150ºC e colocados continuamente num forno
micro ondas. No qual há um dispositivo para revolver e transportar a massa, assegurando assim que todo o material
receba uniformemente a radiação de micro ondas.
Nesse processo, os RSS são expostos à ação de raios gama gerados por uma fonte enriquecida de cobalto 60 que
torna inativo os microrganismos.
2.9. Tratamento
2.9.5. RADIAÇÃO IONIZANTE
• Eficiência de tratamento questionável, uma vez que há possibilidades de nem toda a massa de resíduos ficar
exposta aos raios eletromagnéticos;
• Necessidade de se dispor adequadamente a fonte exaurida de cobalto 60 (radioativa).
Suas vantagens referem-se à ausência de emissão de efluentes de qualquer natureza pelo fato de ser um processo
contínuo.
2.9. Tratamento
2.9.6. DESATIVAÇÃO ELETROTÉRMICA
Este processo consiste numa dupla trituração prévia ao tratamento, seguida pela exposição da massa triturada a um
campo elétrico de alta potência. Sendo gerado por ondas eletromagnéticas de baixa frequência, atingindo uma
temperatura final entre 95 e 98°C.
Embora nesse processo não haja a emissão de efluentes líquidos e nem gasosos. Porém a redução de volume só é
obtida pelo sistema de trituração.
As vantagens e desvantagens deste processo são as mesmas do processo de micro-ondas. Com os agravantes pela
dificuldade de manutenção do equipamento e a ausência de redução do volume. A não ser que se instale um sistema
de trituração posterior ao tratamento.
2.9. Tratamento
2.9.7. TRATAMENTO QUÍMICO
Neste processo os resíduos são triturados e mergulhados numa solução desinfetante de hipoclorito de sódio, dióxido
de cloro ou gás formaldeído. Dessa maneira a massa de resíduos permanece nesta solução por alguns minutos e o
tratamento ocorre por contato direto.
No fim do processo os resíduos passam por um sistema de secagem gerando um efluente líquido. Então por
apresentar propriedades nocivas ao meio ambiente o mesmo necessita ser neutralizado. Já as vantagens deste
processo são a economia operacional e de manutenção, assim como a eficiência do tratamento dos resíduos. Em
contrapartida as desvantagens são a necessidade de neutralizar os efluentes líquidos e a não-redução do volume do
lixo.
Mas, são todos os Resíduos de Serviços de Saúde que
precisam de tratamento?
Vamos ver!!!
2.9. Tratamento
Os Resíduos Infectantes devem ser tratados da seguinte forma :
Os demais grupos dos RSS devem ser encaminhados também para tratamento antes da disposição final, excetuando
os Resíduos Comuns.
2.10. Disposição final
Neste tópico, faz-se necessário entender a diferença entre DESTINAÇÃO FINAL e DISPOSIÇÃO FINAL. Então, vamos lá!
• DISPOSIÇÃO FINAL: distribuição ordenada de rejeitos – isto e, resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
suas possibilidades de tratamento e recuperação, não apresente outra possibilidade a que não a disposição final – em
aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança
e a minimizar os impactos ambientais adversos.
2.10. Disposição final
A disposição final ambientalmente adequada para os RSS é o Aterro Sanitário e Aterro Sanitário para Resíduos Perigosos,
após tratamento.
E aí, está gostando do conteúdo?
Esperamos que sim!
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