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Métodos Quantitativos II

Aula 1 - Fundamentos da Econometria Moderna

Flávia Chein

2021

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 1 / 56


Fundamentos da Econometria Moderna

1 Fundamentos da Econometria Moderna


Introdução
Identificação versus Causalidade
Experimentos Aleatórios/Randomizados
Fundamentos da Análise de Regressão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 2 / 56


Fundamentos da Moderna Econometria

1 Fundamentos da Econometria Moderna


Introdução
Identificação versus Causalidade
Experimentos Aleatórios/Randomizados
Fundamentos da Análise de Regressão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 3 / 56


Introdução

Joshua D. Angrist and Jörn-Steffen Pischke (2017) - Idade da


Pedra deu lugar à era dos computadores:

a econometria aplicada preocupava-se principalmente em estimar os


parâmetros que governavam a descrição teórica amplamente segmentada
da economia.
Modelos macro de multi-equações: variáveis de toda a economia -
desemprego e produção

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 4 / 56


Introdução

Joshua D. Angrist and Jörn-Steffen Pischke (2017) - Idade da


Pedra deu lugar à era dos computadores:

a econometria aplicada preocupava-se principalmente em estimar os


parâmetros que governavam a descrição teórica amplamente segmentada
da economia.
Modelos macro de multi-equações: variáveis de toda a economia -
desemprego e produção
Micro modelos: escolhas de agentes individuais ou equilíbrio de
mercado

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 4 / 56


Introdução

Joshua D. Angrist and Jörn-Steffen Pischke (2017) - Idade da


Pedra deu lugar à era dos computadores:

a econometria aplicada preocupava-se principalmente em estimar os


parâmetros que governavam a descrição teórica amplamente segmentada
da economia.
Modelos macro de multi-equações: variáveis de toda a economia -
desemprego e produção
Micro modelos: escolhas de agentes individuais ou equilíbrio de
mercado
A estrutura empírica dos anos sessenta e setenta normalmente
procurava explicar os resultados econômicos com o auxílio de uma lista
longa e diversificada de variáveis explicativas, mas nenhuma variável
única de interesse especial.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 4 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.
Essa agenda visa aos efeitos causais de um único fator:

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.
Essa agenda visa aos efeitos causais de um único fator:
como os efeitos da imigração sobre os salários;

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.
Essa agenda visa aos efeitos causais de um único fator:
como os efeitos da imigração sobre os salários;
ou os efeitos da democracia sobre o crescimento do PIB,

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.
Essa agenda visa aos efeitos causais de um único fator:
como os efeitos da imigração sobre os salários;
ou os efeitos da democracia sobre o crescimento do PIB,
geralmente focando em questões políticas, como os efeitos no emprego
de subsídios para pequenas empresas ou os efeitos da política
monetária.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Econometria contemporânea:
agenda procura responder a perguntas específicas, em vez de fornecer
uma compreensão geral, por exemplo, do crescimento do PIB.
Essa agenda visa aos efeitos causais de um único fator:
como os efeitos da imigração sobre os salários;
ou os efeitos da democracia sobre o crescimento do PIB,
geralmente focando em questões políticas, como os efeitos no emprego
de subsídios para pequenas empresas ou os efeitos da política
monetária.
Os pesquisadores aplicados hoje procuram estratégias confiáveis para
responder a perguntas mais específicas

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 5 / 56


Introdução

Estudo tradicional da econometria


discussões estendidas de livros didáticos sobre a forma funcional, se os
termos de erro são independentes e distribuídos de forma idêntica e
como corrigir a correlação serial e a heterocedasticidade

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 6 / 56


Introdução

Estudo tradicional da econometria


discussões estendidas de livros didáticos sobre a forma funcional, se os
termos de erro são independentes e distribuídos de forma idêntica e
como corrigir a correlação serial e a heterocedasticidade
Tais discussões não são mais de importância primordial para a agenda
empírica moderna

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 6 / 56


Introdução

Estudo tradicional da econometria


discussões estendidas de livros didáticos sobre a forma funcional, se os
termos de erro são independentes e distribuídos de forma idêntica e
como corrigir a correlação serial e a heterocedasticidade
Tais discussões não são mais de importância primordial para a agenda
empírica moderna
Foco em ferramentas utilizadas para análise causal: diferenças em
diferenças; regressão descontínua e outros

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 6 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 7 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
fornecem um modelo que revela os desafios da inferência causal e a
maneira pela qual as ferramentas econométricas enfrentam esses
desafios.
Chamamos essa estrutura de design-based approach to econometrics
porque as habilidades e estratégias necessárias para usá-la com sucesso
estão relacionadas ao desenho da pesquisa.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 7 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
fornecem um modelo que revela os desafios da inferência causal e a
maneira pela qual as ferramentas econométricas enfrentam esses
desafios.
Chamamos essa estrutura de design-based approach to econometrics
porque as habilidades e estratégias necessárias para usá-la com sucesso
estão relacionadas ao desenho da pesquisa.
Esse ponto de vista leva à nossa primeira receita concreta para mudança
instrucional: uma revisão na maneira como ensinamos a regressão.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 7 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
fornecem um modelo que revela os desafios da inferência causal e a
maneira pela qual as ferramentas econométricas enfrentam esses
desafios.
Chamamos essa estrutura de design-based approach to econometrics
porque as habilidades e estratégias necessárias para usá-la com sucesso
estão relacionadas ao desenho da pesquisa.
Esse ponto de vista leva à nossa primeira receita concreta para mudança
instrucional: uma revisão na maneira como ensinamos a regressão.
A regressão deve ser ensinada da maneira que agora é usada com mais
frequência: como uma ferramenta para controlar confounding factors .

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 7 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Essa abordagem abandona a estrutura de regressão tradicional na qual
todos os regressores são tratados igualmente.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 8 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Essa abordagem abandona a estrutura de regressão tradicional na qual
todos os regressores são tratados igualmente.
A ênfase pedagógica na eficiência estatística e na forma funcional,
juntamente com a narrativa que desencadeia os estudantes em busca
de "modelos verdadeiros", definidos por um ajuste estatístico
aparentemente preciso, estão prontos para a aposentadoria.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 8 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Essa abordagem abandona a estrutura de regressão tradicional na qual
todos os regressores são tratados igualmente.
A ênfase pedagógica na eficiência estatística e na forma funcional,
juntamente com a narrativa que desencadeia os estudantes em busca
de "modelos verdadeiros", definidos por um ajuste estatístico
aparentemente preciso, estão prontos para a aposentadoria.
Em vez disso, o foco deve estar no conjunto de variáveis de controle
necessárias para garantir que o efeito estimado pela regressão da
variável de interesse tenha uma interpretação causal.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 8 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Mudanças na forma como utilizamos o modelo de regressão linear

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 9 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Mudanças na forma como utilizamos o modelo de regressão linear
Mudanças na interpreção das estimativas das regressões

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 9 / 56


Introdução

Mudanças na econometria empírica devem alterar a forma de ensinar


econometria
Estratégias empíricas baseadas em ensaios randomizados e métodos
quase-experimentais
Mudanças na forma como utilizamos o modelo de regressão linear
Mudanças na interpreção das estimativas das regressões
Summers and Wolfe (1977) and Dale and Krueger(2002)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 9 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano
Summers and Wolfe (1977): efeitos das características da escola
fundamental sobre o desempenho acadêmico

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano
Summers and Wolfe (1977): efeitos das características da escola
fundamental sobre o desempenho acadêmico
Dale and Krueger (2002): efeitos das características da faculdade
sobre os rendimentos dos graduados

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano
Summers and Wolfe (1977): efeitos das características da escola
fundamental sobre o desempenho acadêmico
Dale and Krueger (2002): efeitos das características da faculdade
sobre os rendimentos dos graduados
Summers e Wolfe (1977) interpretam sua missão como sendo a de
modelar o processo complexo que gera o desempenho do aluno.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano
Summers and Wolfe (1977): efeitos das características da escola
fundamental sobre o desempenho acadêmico
Dale and Krueger (2002): efeitos das características da faculdade
sobre os rendimentos dos graduados
Summers e Wolfe (1977) interpretam sua missão como sendo a de
modelar o processo complexo que gera o desempenho do aluno.
Eles começam com um modelo geral de produção educacional que
inclui características não especificadas dos alunos, características dos
professores, insumos escolares e composição de pares. O modelo é
vagamente motivado por um apelo à teoria do capital humano, mas os
autores reconhecem que as especificidades de como a conquista é
produzida permanecem misteriosas.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56


Introdução
Os dois artigos investigam o papel da escola na formação de capital
humano
Summers and Wolfe (1977): efeitos das características da escola
fundamental sobre o desempenho acadêmico
Dale and Krueger (2002): efeitos das características da faculdade
sobre os rendimentos dos graduados
Summers e Wolfe (1977) interpretam sua missão como sendo a de
modelar o processo complexo que gera o desempenho do aluno.
Eles começam com um modelo geral de produção educacional que
inclui características não especificadas dos alunos, características dos
professores, insumos escolares e composição de pares. O modelo é
vagamente motivado por um apelo à teoria do capital humano, mas os
autores reconhecem que as especificidades de como a conquista é
produzida permanecem misteriosas.
O que se destaca nessa estrutura é a falta de especificidade: a
regressão de Summers e Wolfe coloca a alteração nas notas da 3ª à 6ª
série no lado esquerdo, com uma lista de 29 características dos alunos e
das escolas à direita.
Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 10 / 56
Introdução

A investigação de Dale e Krueger (2002) também começa com uma


pergunta sobre as escolas, perguntando se os alunos que frequentam
uma faculdade mais seletiva ganham mais

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 11 / 56


Introdução

A investigação de Dale e Krueger (2002) também começa com uma


pergunta sobre as escolas, perguntando se os alunos que frequentam
uma faculdade mais seletiva ganham mais
Também estimam um OLS

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 11 / 56


Introdução

A investigação de Dale e Krueger (2002) também começa com uma


pergunta sobre as escolas, perguntando se os alunos que frequentam
uma faculdade mais seletiva ganham mais
Também estimam um OLS
Mas o trabalho de Dale e Krueger (2002) se distigue do Summers e
Wolfe (1977), em pelo menos 3 aspectos:
Foco em um efeito causal específico ao invés de tentar explicar os
salários. Comparam estudantes que frequentaram faculdades mais e
menos seletivas
Estratégia de pesquisa com foco na eliminação do viés de seleção -
seleção nos observáveis
Distinção entre causas e controles no lado direito da regressão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 11 / 56


Introdução

Fundamento: abordagem dos resultados potenciais


CIA - hipótese de independência condicional

yi = α + β Pi + ηi

β = Y1i − Y0i

E [ηi |Pi , Xi ] = 0

E [ηi |Pi , Xi ] = E [ηi |Xi ]

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 12 / 56


Introdução

A combinação de três ingredientes, efeitos causais constantes,


independência condicional e um modelo linear para possíveis
resultados condicionais aos controles, produz o modelo de regressão
yi = α + β Pi + γXi + εi

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 13 / 56


Fundamentos da Moderna Econometria

1 Fundamentos da Econometria Moderna


Introdução
Identificação versus Causalidade
Experimentos Aleatórios/Randomizados
Fundamentos da Análise de Regressão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 14 / 56


Causalidade

Efeitos causais - hipótese "ceteris paribus" - Alfred Marshall -


Principles of Economics

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 15 / 56


Causalidade

Efeitos causais - hipótese "ceteris paribus" - Alfred Marshall -


Principles of Economics
O efeito causal da variável A na variável B é a mudança em B que
resulta de uma alteração em A, quando todas as outras características
são mantidas constantes

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 15 / 56


Causalidade

Efeitos causais - hipótese "ceteris paribus" - Alfred Marshall -


Principles of Economics
O efeito causal da variável A na variável B é a mudança em B que
resulta de uma alteração em A, quando todas as outras características
são mantidas constantes
Efeitos causais são simplesmente elasticidades, mas são difíceis de
serem estimados, dado que raramente os econometristas podem
observar situações em que uma variável se altera e as demais
permanecem constantes - ou seja, uma variação exógena genuína

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 15 / 56


Identificação

O problema da identificação é determinar a estrutura da distribuição


conjunta de dados em uma população.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 16 / 56


Identificação

O problema da identificação é determinar a estrutura da distribuição


conjunta de dados em uma população.
O foco na distribuição da população nos permite ignorar questões de
variabilidade de amostra e perguntar o que é conhecido nos grandes
conjuntos infinitos.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 16 / 56


Identificação

O problema da identificação é determinar a estrutura da distribuição


conjunta de dados em uma população.
O foco na distribuição da população nos permite ignorar questões de
variabilidade de amostra e perguntar o que é conhecido nos grandes
conjuntos infinitos.
A resposta para essa questão direciona se vale a pena construir
estimadores para serem usados no mundo real

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 16 / 56


Causalidade

O objetivo principal em Economia é determinar o efeito causal de uma


mudança na variável x sobre a variável de interesse y

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 17 / 56


Causalidade

O objetivo principal em Economia é determinar o efeito causal de uma


mudança na variável x sobre a variável de interesse y
Um ano a mais de educação causa um incremento no salário mensal?

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 17 / 56


Causalidade

O objetivo principal em Economia é determinar o efeito causal de uma


mudança na variável x sobre a variável de interesse y
Um ano a mais de educação causa um incremento no salário mensal?
Encontrar uma correlação entre duas variáveis é raramente suficiente
para estabelecer uma relação causal de uma variável sobre outra

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 17 / 56


Causalidade

O objetivo principal em Economia é determinar o efeito causal de uma


mudança na variável x sobre a variável de interesse y
Um ano a mais de educação causa um incremento no salário mensal?
Encontrar uma correlação entre duas variáveis é raramente suficiente
para estabelecer uma relação causal de uma variável sobre outra
Uma relação de causalidade é últil para fazer predições sobre
consequências de políticas

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 17 / 56


Causalidade

O objetivo principal em Economia é determinar o efeito causal de uma


mudança na variável x sobre a variável de interesse y
Um ano a mais de educação causa um incremento no salário mensal?
Encontrar uma correlação entre duas variáveis é raramente suficiente
para estabelecer uma relação causal de uma variável sobre outra
Uma relação de causalidade é últil para fazer predições sobre
consequências de políticas
A causalidade nos diz sobre o que teria acontecido no mundo
contrafactual

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 17 / 56


Causalidade

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 18 / 56


Causalidade

O primeiro problema envolve a aplicação da ciência, lógica e


imaginação. É, também, parcialmente uma questão de convenção;

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 19 / 56


Causalidade

O primeiro problema envolve a aplicação da ciência, lógica e


imaginação. É, também, parcialmente uma questão de convenção;
Um modelo de contrafactuals é mais amplamente aceito quanto mais
amplo forem seus ingredientes, que são as regras para derivar o
modelo - regras lógicas ou matemáticas são seguidas? Está em acordo
com as teorias estabelecidas?

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 19 / 56


Causalidade

O primeiro problema envolve a aplicação da ciência, lógica e


imaginação. É, também, parcialmente uma questão de convenção;
Um modelo de contrafactuals é mais amplamente aceito quanto mais
amplo forem seus ingredientes, que são as regras para derivar o
modelo - regras lógicas ou matemáticas são seguidas? Está em acordo
com as teorias estabelecidas?
Modelos são descrições de mundos hipotéticas obtidos por variações
hipotéticas dos fatores que determinam os resultados

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 19 / 56


Causalidade

O primeiro problema envolve a aplicação da ciência, lógica e


imaginação. É, também, parcialmente uma questão de convenção;
Um modelo de contrafactuals é mais amplamente aceito quanto mais
amplo forem seus ingredientes, que são as regras para derivar o
modelo - regras lógicas ou matemáticas são seguidas? Está em acordo
com as teorias estabelecidas?
Modelos são descrições de mundos hipotéticas obtidos por variações
hipotéticas dos fatores que determinam os resultados
Modelos não são afirmações empíricas ou descrições do mundo real.
Embora, frequentemente façam predições sobre o mundo real, e

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 19 / 56


Causalidade

O primeiro problema envolve a aplicação da ciência, lógica e


imaginação. É, também, parcialmente uma questão de convenção;
Um modelo de contrafactuals é mais amplamente aceito quanto mais
amplo forem seus ingredientes, que são as regras para derivar o
modelo - regras lógicas ou matemáticas são seguidas? Está em acordo
com as teorias estabelecidas?
Modelos são descrições de mundos hipotéticas obtidos por variações
hipotéticas dos fatores que determinam os resultados
Modelos não são afirmações empíricas ou descrições do mundo real.
Embora, frequentemente façam predições sobre o mundo real, e
são, muitas vezes, representações abstratas de descrições empíricas

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 19 / 56


Causalidade

O segundo problema está relacionado à inferência em grandes


amostras

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 20 / 56


Causalidade

O segundo problema está relacionado à inferência em grandes


amostras
Pode-se recuperar os contrafactuais (médias ou distribuições dos
contrafactuais) que são livres de qualquer variação na amostra? Esse é
um problema de identificação

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 20 / 56


Causalidade

O segundo problema está relacionado à inferência em grandes


amostras
Pode-se recuperar os contrafactuais (médias ou distribuições dos
contrafactuais) que são livres de qualquer variação na amostra? Esse é
um problema de identificação
O terceiro problema é o de inferência na prática. Pode-se recuperar
um dado modelo ou um contrafactual desejável a partir de um certo
conjunto de dados? Soluções para esse problema envolvem questões
de inferência e teste em amostras do mundo real.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 20 / 56


Causalidade

O segundo problema está relacionado à inferência em grandes


amostras
Pode-se recuperar os contrafactuais (médias ou distribuições dos
contrafactuais) que são livres de qualquer variação na amostra? Esse é
um problema de identificação
O terceiro problema é o de inferência na prática. Pode-se recuperar
um dado modelo ou um contrafactual desejável a partir de um certo
conjunto de dados? Soluções para esse problema envolvem questões
de inferência e teste em amostras do mundo real.
Esse é o problema mais familiar para os estatísticos e cientistas sociais
empíricos

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 20 / 56


Causalidade

Muitos "modelos causais" em estatística são guias incompletos ara se


interpretar dados ou sugerir respostas para questões de política. São
motivados pelo experimento como ideal

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 21 / 56


Causalidade

Muitos "modelos causais" em estatística são guias incompletos ara se


interpretar dados ou sugerir respostas para questões de política. São
motivados pelo experimento como ideal
Não especificam claramente os mecanismos que determinam como o
contrafactual hipotético são compreendidos ou como intervenções
hipotéticas são implementadas, ao não ser pela mera comparação do
que "aleatorizado" com o "não aleatorizado"

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 21 / 56


Causalidade

Muitos "modelos causais" em estatística são guias incompletos ara se


interpretar dados ou sugerir respostas para questões de política. São
motivados pelo experimento como ideal
Não especificam claramente os mecanismos que determinam como o
contrafactual hipotético são compreendidos ou como intervenções
hipotéticas são implementadas, ao não ser pela mera comparação do
que "aleatorizado" com o "não aleatorizado"
Focam apenas nos resultados, deixando o modelo para seleção de
resultados apenas implicitamente especificados

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 21 / 56


Causalidade

Muitos "modelos causais" em estatística são guias incompletos ara se


interpretar dados ou sugerir respostas para questões de política. São
motivados pelo experimento como ideal
Não especificam claramente os mecanismos que determinam como o
contrafactual hipotético são compreendidos ou como intervenções
hipotéticas são implementadas, ao não ser pela mera comparação do
que "aleatorizado" com o "não aleatorizado"
Focam apenas nos resultados, deixando o modelo para seleção de
resultados apenas implicitamente especificados
Para estatísticos, os resultados do contrafactual são baseados apenas
na intuição, sem modelo formal.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 21 / 56


Causalidade

Como os mecanismos que determinam a seleção do resultado não são


modelados na abordagem estatística, a metáfora da "atribuição
aleatória" é freqüentemente adotada

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 22 / 56


Causalidade

Como os mecanismos que determinam a seleção do resultado não são


modelados na abordagem estatística, a metáfora da "atribuição
aleatória" é freqüentemente adotada
A razão pela qual muitos modelos estatísticos são incompletos é que
eles não especificam as fontes de aleatorização que gera variabilidade
entre os agentes, ou seja, não espeficiam o porquê, no caso contrário,
pessoas idênticas fazem escolhas diferentes e têm diferentes
resultados, dada a mesma escolha.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 22 / 56


Causalidade

Como os mecanismos que determinam a seleção do resultado não são


modelados na abordagem estatística, a metáfora da "atribuição
aleatória" é freqüentemente adotada
A razão pela qual muitos modelos estatísticos são incompletos é que
eles não especificam as fontes de aleatorização que gera variabilidade
entre os agentes, ou seja, não espeficiam o porquê, no caso contrário,
pessoas idênticas fazem escolhas diferentes e têm diferentes
resultados, dada a mesma escolha.
Não distiguem o conjunto de informação do agente do conjunto de
informação observado pelo estatístico, apesar da distinção ser
fundamental para justificar as propriedades de qualquer estimador para
resolver problemas de seleção e avaliação.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 22 / 56


Causalidade

Ao invés de ter regras governando a seleção do tratamento de forma


implícita, a abordagem econométrica, usa relações explícitas entre não
observáveis no resultado e o mecanismo de seleção para identificar os
modelos causais a partir dos dados e elucidar a natureza das hipóteses
de identificação

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 23 / 56


Causalidade

Ao invés de ter regras governando a seleção do tratamento de forma


implícita, a abordagem econométrica, usa relações explícitas entre não
observáveis no resultado e o mecanismo de seleção para identificar os
modelos causais a partir dos dados e elucidar a natureza das hipóteses
de identificação
O objetivo da literatura econométrica, assim como o objetivo de toda
ciência é compreender as causas que produzem efeitos de forma que se
possa utilizar versões empíricos dos modelos para fazer previsões de
efeitos de intervenções não exprimentadas previamente.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 23 / 56


Causalidade

Ao invés de ter regras governando a seleção do tratamento de forma


implícita, a abordagem econométrica, usa relações explícitas entre não
observáveis no resultado e o mecanismo de seleção para identificar os
modelos causais a partir dos dados e elucidar a natureza das hipóteses
de identificação
O objetivo da literatura econométrica, assim como o objetivo de toda
ciência é compreender as causas que produzem efeitos de forma que se
possa utilizar versões empíricos dos modelos para fazer previsões de
efeitos de intervenções não exprimentadas previamente.
Necessidade do desenvolvimento de uma teoria mais elaborada.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 23 / 56


Causalidade

A abordagem econométrica examina as “causas dos efeitos” e os


mecanismos que produzem resultados, a fim de considerar e avaliar
intervenções eficazes que promovam a personalidade.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 24 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Avaliar os impactos de intervenções sobre resultados, incluindo os


impactos sobre os tratados e a sociedade em geral

Avaliações Objetivas

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 25 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Avaliar os impactos de intervenções sobre resultados, incluindo os


impactos sobre os tratados e a sociedade em geral

Avaliações Objetivas
Avaliações Subjetivas

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 25 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Avaliar os impactos de intervenções sobre resultados, incluindo os


impactos sobre os tratados e a sociedade em geral

Avaliações Objetivas
Avaliações Subjetivas
Ex ante e ex post

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 25 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Prever os Impactos (Construindo os Estados Contrafactuais) de


Intervenções Implementadas em Um Ambiente e em Outros
Ambientes, incluindo impactos sobre o Bem-Estar

Esse é um problema de validade externa: a partir do parâmetro do


tratamento ou um conjunto de parâmetros identificados in um
ambiente ou em outro

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 26 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Prever os Impactos de Intervenções (Construindo Estados


Contrafactuais Associados com as Intervenções) Nunca
experimentadas historicamente, incluindo seus imapctos sobre
Bem-Estar
É um problema diárias dos analistas de política

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 27 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Prever os Impactos de Intervenções (Construindo Estados


Contrafactuais Associados com as Intervenções) Nunca
experimentadas historicamente, incluindo seus imapctos sobre
Bem-Estar
É um problema diárias dos analistas de política
Econometria Estrutural trata dessa questão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 27 / 56


Problemas de Avaliação de Política e Critérios

Prever os Impactos de Intervenções (Construindo Estados


Contrafactuais Associados com as Intervenções) Nunca
experimentadas historicamente, incluindo seus imapctos sobre
Bem-Estar
É um problema diárias dos analistas de política
Econometria Estrutural trata dessa questão
A abordagem de avaliação de programa não, a não ser por meio de
"programas demonstração"

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 27 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento
Di = 0 se a unidade não foi exposta ao tratamento

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento
Di = 0 se a unidade não foi exposta ao tratamento
Yi indica o resultado potencial de acordo com o tratamento

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento
Di = 0 se a unidade não foi exposta ao tratamento
Yi indica o resultado potencial de acordo com o tratamento
Y1i é o resultado no caso do tratamento

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento
Di = 0 se a unidade não foi exposta ao tratamento
Yi indica o resultado potencial de acordo com o tratamento
Y1i é o resultado no caso do tratamento
Y0i é o resultado no caso de não exposição ao tratamento;

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Causalidade - Estrutural Formal

Queremos entender em que medida e sob que hipóteses podemos


concluir a partir das evidências que D causa Y.
suponha i um índice para as unidades da população sob estudo
Di é o status de tratamento
Di = 1 se a unidade foi exposta ao tratamento
Di = 0 se a unidade não foi exposta ao tratamento
Yi indica o resultado potencial de acordo com o tratamento
Y1i é o resultado no caso do tratamento
Y0i é o resultado no caso de não exposição ao tratamento;
O resultado observado para cada unidade pode ser escrito como:

Y1i se Di = 1
 
Yi =
Y0i se Di = 0

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di (1)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 28 / 56


Exemplo

Definition
Efeito Causal
Para a unidade i, o tratamento Di tem um efeito causal no resultado Yi se
o evento Di = 1 ao invés de Di = 0 implicar que Yi = Y1i ao invés de
Yi = Y0i . Nesse caso o efeito causal de Di em Yi é dado por:

∆i = Y1i − Y0i (2)

A identificação e a mensuração desse efeito são evidentemente impossíveis.

Essa notação é útil porque Y1i − Y0i é o efeito causal para o indivíduo i.
Em geral existe uma distribuição de probabilidade associada a Y1i e Y0i na
população de modo que o efeito do tratamento é deferenciado para
indivíduos diferentes

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 29 / 56


Exemplo

Vamos estudar o efeito causal em uma variedade de situações, nas


quais a noção de expectativa condicional é fundamental

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 30 / 56


Exemplo

Vamos estudar o efeito causal em uma variedade de situações, nas


quais a noção de expectativa condicional é fundamental
É possível mostrar que, sob certas condições, a expectativa
condicional tem um significado econômico causal - motivação para
estudar as propriedades da função de expectativa condicional

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 30 / 56


Exemplo

Vamos estudar o efeito causal em uma variedade de situações, nas


quais a noção de expectativa condicional é fundamental
É possível mostrar que, sob certas condições, a expectativa
condicional tem um significado econômico causal - motivação para
estudar as propriedades da função de expectativa condicional
Para tanto, começaremos recordando alguns fundamententos da
variável aleatória e sua distribuição de probabilidade - exemplo
distribuição de salários

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 30 / 56


Exemplo

Considere a variável aleatória salário, descrita pela função de


distribuição
F (u) = P(wage ≤ u)
<2->Quando F é diferenciável, a função densidade de probabilidade é:

d
f (u) = F (u)
du

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 31 / 56


Exemplo

Considere a variável aleatória salário, descrita pela função de


distribuição
F (u) = P(wage ≤ u)
<2->Quando F é diferenciável, a função densidade de probabilidade é:

d
f (u) = F (u)
du

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 31 / 56


Exemplo

Considere a variável aleatória salário, descrita pela função de


distribuição
F (u) = P(wage ≤ u)
<2->Quando F é diferenciável, a função densidade de probabilidade é:

d
f (u) = F (u)
du
Embora a função de densidade contenha a mesma informação que a
função de distribuição, a função densidade é mais fácil de interpretar e
é vista como mais informativa uma vez que podemos observar picos,
moda e dispersão das caudas, por exemplo.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 31 / 56


Exemplo

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 32 / 56


Exemplo

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 33 / 56


Expectativa Condicional

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 34 / 56


Causalidade

Um dos benefícios de se focar nas médias condicionais é que elas


reduzem o problema de distribuições complicadas para uma única
medida e, portanto, facilita comparações entre grupos
Em função dessa propriedade simplificadora, as médias condicionais
são de interesse primário das análises de regressão e o maior foco na
econometria.
O nosso problema será, portanto, entender em que medida a regressão
é uma função de expectativa condicional e, sob quais condições,
podemos entender a relação expressa por essa função como uma
relação de causalidade

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 35 / 56


Causalidade

A regressão é causal quando a CEF que esta rregressão aproxima é


causal.
Causalidade significa coisas diferentes para pessoas diferentes, mas é
útil pensar em relações causais através de resultados potenciais.
A CEF é causal quando esta descreve diferenças na média dos
resultados potenciais para uma população de referência fixa.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 36 / 56


Causalidade

Escolaridade e rendimento: a conexão causal pode ser definida como


uma relação funcional que descreve o que o indivÌduo poderia ganhar
se tivesse obtido diferentes níveis de educação.
Nos trabalhos empiricos, a relação entre escolaridade e rendimento nos
diz o que os indivíduos poderiam receber em média se alterássemos
sua escolaridade em um ambiente totalmente controlado,
Ou, se alterássemos a sua escolaridade randomicamente de modo que
aqueles com níveis diferentes de escolaridade seriam comparáveis entre
si.
Os experimentos nos asseguram que a variável causal de interesse é
independente dos resultados potenciais de modo que os grupos podem
ser comparados.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 37 / 56


Causalidade

Retornemos, pois, a Hipótese de Independência Condicional (CIA)


Queremos generalizar a noção de variaváis causais para ambientes
mais complexos
variaveis de resultado podem assumir mais de dois valores e para
situações nas quais temos que manter um grupo de variáveis de
controle fixas - validade das inferências causais
Hipótese da Independência Condicional é a hipótese fundamental que
nos permite justificar a interpretação causal dos parâmetros da
regressão.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 38 / 56


Causalidade

Hipótese da Independência Condicional (CIA) é denominada de


Seleção nos Observáveis porque as covariadas a serem mantidas
fixas são supostas conhecidas e observáveis
Mais adiante, retornaremos a CIA de modo mais formalizado

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 39 / 56


Problema fundamental da inferência Causal

Proposição 1: O problema fundamental da Inferência causal


É impossível observar para a mesma unidade i os valores D i = 1 e D i = 0
assim como os valores Y 1i e Y 0i , e portanto, é impossível observar o efeito
de D em Y para a unidade i. (Holland, 1986)
Não podemos inferir o efeito do tratamento porque não temos a evidência
contrafactual, isto é, o que teria ocorrido na ausência do tratamento.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 40 / 56


A Solução Estatística

A estatística aborda o problema focalizando no efeito causal médio para a


população toda ou para alguns sub-grupos de interesse.
Definition
Efeito Médio do Tratamento (ATE) para uma unidade i aleatória:

E {∆i } = E {Yi (1) − Yi (0)} (3)


= E {Y1i } − E {Y0i }

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 41 / 56


O Problema de Seleção
A comparação do produto (resultado observado) a partir do status do
tratamento é informativa?

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 42 / 56


O Problema de Seleção
A comparação do produto (resultado observado) a partir do status do
tratamento é informativa?
Essa comparação nos permite fazer inferências sobre a relação de
causalidade?

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 42 / 56


O Problema de Seleção
A comparação do produto (resultado observado) a partir do status do
tratamento é informativa?
Essa comparação nos permite fazer inferências sobre a relação de
causalidade?

E {Yi |Di = 1} − E {Yi |Di = 0} (4)


= E {Y1i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0}
= E {Y1 |Di = 1} − E {Y0i |Di = 1}
+E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (5)
= ATT + E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (6)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 42 / 56


O Problema de Seleção
A comparação do produto (resultado observado) a partir do status do
tratamento é informativa?
Essa comparação nos permite fazer inferências sobre a relação de
causalidade?

E {Yi |Di = 1} − E {Yi |Di = 0} (4)


= E {Y1i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0}
= E {Y1 |Di = 1} − E {Y0i |Di = 1}
+E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (5)
= ATT + E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (6)
A diferença entre o lado esquerdo e o lado direito é o viés de seleção
amostral que é igual a diferença entre os resultados dos tratados e
controles na situação contrafactual, ou seja na ausência de tratamento.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 42 / 56


O Problema de Seleção
A comparação do produto (resultado observado) a partir do status do
tratamento é informativa?
Essa comparação nos permite fazer inferências sobre a relação de
causalidade?

E {Yi |Di = 1} − E {Yi |Di = 0} (4)


= E {Y1i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0}
= E {Y1 |Di = 1} − E {Y0i |Di = 1}
+E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (5)
= ATT + E {Y0i |Di = 1} − E {Y0i |Di = 0} (6)
A diferença entre o lado esquerdo e o lado direito é o viés de seleção
amostral que é igual a diferença entre os resultados dos tratados e
controles na situação contrafactual, ou seja na ausência de tratamento.
O problema é que a variável de resultado (produto) dos tratados e dos
controles não é idêntica na situação de não tratamento.
Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 42 / 56
Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.
A partir desse resultado poderíamos inferir que estar hospitalizado
piora o estado de saúde.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.
A partir desse resultado poderíamos inferir que estar hospitalizado
piora o estado de saúde.
O problema com essa inferência é que as pessoas que vao ao hospital
sao em geral menos saudáveis do que as pessoas que nao são
hospitalizadas.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.
A partir desse resultado poderíamos inferir que estar hospitalizado
piora o estado de saúde.
O problema com essa inferência é que as pessoas que vao ao hospital
sao em geral menos saudáveis do que as pessoas que nao são
hospitalizadas.
=⇒ nesse caso temos um viés de seleção amostral negativo

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.
A partir desse resultado poderíamos inferir que estar hospitalizado
piora o estado de saúde.
O problema com essa inferência é que as pessoas que vao ao hospital
sao em geral menos saudáveis do que as pessoas que nao são
hospitalizadas.
=⇒ nesse caso temos um viés de seleção amostral negativo
O viés de seleção pode ser tão grande a ponto de mascarar o valor do
tratamento.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56


Exemplo
A hospitalização melhora a saúde dos indivíduos?
Em princípio a resposta deveria ser afirmativa. Comparar os resultados
de saúde usando a NHS:
Group Sample Size Mean Health Status std.error
Hospital 7.774 3.21 0.014
Non-Hospital 90049 3.93 0.003
A diferença de médias é 0.72, estatísticamente signficativa.
A partir desse resultado poderíamos inferir que estar hospitalizado
piora o estado de saúde.
O problema com essa inferência é que as pessoas que vao ao hospital
sao em geral menos saudáveis do que as pessoas que nao são
hospitalizadas.
=⇒ nesse caso temos um viés de seleção amostral negativo
O viés de seleção pode ser tão grande a ponto de mascarar o valor do
tratamento.
O objetivo da pesquisa empírica é resolver o viés de seleção e portanto
dizer algo sobre o efeito causal de uma variável Di .
Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 43 / 56
Fundamentos da Moderna Econometria

1 Fundamentos da Econometria Moderna


Introdução
Identificação versus Causalidade
Experimentos Aleatórios/Randomizados
Fundamentos da Análise de Regressão

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 44 / 56


Experimentos Randomizados
A atribuição aleatória do tratamento soluciona o problema porque o
processo de randomização torna o tratamento independente dos
resultados potenciais.
Para ver isto note que:
E [Yi |Di = 1] − E [Yi |Di = 0] = E [Y1i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 0]
= E [Y1i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 1]
Como o resultado potencial é independente do tratamento, podemos
trocar:

E [Y0i |Di = 0] por E [Y0i |Di = 1] .


Desta maneira, devido à randomização:

E [Y1i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 1] = E [Y1i − Y0i |Di = 1]


= E [Y1i − Y0i ]
Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 45 / 56
Outra formalização da aleatorização
Considere duas amostras aleatórias C e T da população. Por
construção estas amostras são estatísticamente idênticas à população
inteira.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 46 / 56


Outra formalização da aleatorização
Considere duas amostras aleatórias C e T da população. Por
construção estas amostras são estatísticamente idênticas à população
inteira.

E {Yi (0)|i ∈ C } = E {Yi (0)|i ∈ T } = E {Yi (0)} (7)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 46 / 56


Outra formalização da aleatorização
Considere duas amostras aleatórias C e T da população. Por
construção estas amostras são estatísticamente idênticas à população
inteira.

E {Yi (0)|i ∈ C } = E {Yi (0)|i ∈ T } = E {Yi (0)} (7)

E {Yi (1)|i ∈ C } = E {Yi (1)|i ∈ T } = E {Yi (1)} (8)

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 46 / 56


Outra formalização da aleatorização
Considere duas amostras aleatórias C e T da população. Por
construção estas amostras são estatísticamente idênticas à população
inteira.

E {Yi (0)|i ∈ C } = E {Yi (0)|i ∈ T } = E {Yi (0)} (7)

E {Yi (1)|i ∈ C } = E {Yi (1)|i ∈ T } = E {Yi (1)} (8)


Subsitituindo essas duas expressões na expressao para o ATE, obtemos
que:

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 46 / 56


Outra formalização da aleatorização
Considere duas amostras aleatórias C e T da população. Por
construção estas amostras são estatísticamente idênticas à população
inteira.

E {Yi (0)|i ∈ C } = E {Yi (0)|i ∈ T } = E {Yi (0)} (7)

E {Yi (1)|i ∈ C } = E {Yi (1)|i ∈ T } = E {Yi (1)} (8)


Subsitituindo essas duas expressões na expressao para o ATE, obtemos
que:

E {∆i } = E {Yi (1) − Yi (0)}


= E {Yi (1)|i ∈ T } − E {Yi (0)|i ∈ C }

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 46 / 56


Outra formalização da aleatorização

A randomização resolve o problema fundamental da inferência causal


porque permite usar as unidade do controle como imagem do que
unidades tratadas na situação contrafactual de não tratamento e
vice-versa.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 47 / 56


Outra formalização da aleatorização

A randomização resolve o problema fundamental da inferência causal


porque permite usar as unidade do controle como imagem do que
unidades tratadas na situação contrafactual de não tratamento e
vice-versa.
Os experimentos randomizados não são uma solução sem problemas,
mas resolvem o problema fundamental da pesquisa empírica que é o
contrafactual.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 47 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 48 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Yi1 − Yi0 = ρ

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 48 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Yi1 − Yi0 = ρ
Como o tratamento é constante entre os indivíduos podemos
reescrever a equação acima da seguinte forma:

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 48 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Yi1 − Yi0 = ρ
Como o tratamento é constante entre os indivíduos podemos
reescrever a equação acima da seguinte forma:

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 48 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Yi1 − Yi0 = ρ
Como o tratamento é constante entre os indivíduos podemos
reescrever a equação acima da seguinte forma:

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di

Yi = α + ρDi + ηi (9)
ηi = Y0i − E (Y0i )

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Análise de Regressão em Experimento

Suponha que o tratamento é similar para todos os indivíduos de modo


que:

Yi1 − Yi0 = ρ
Como o tratamento é constante entre os indivíduos podemos
reescrever a equação acima da seguinte forma:

Yi = Y0i + (Y1i − Y0i ) Di

Yi = α + ρDi + ηi (9)
ηi = Y0i − E (Y0i )

onde ηi é a parte aleatória de Y0i .

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Análise de Regressão em Experimento

Aplicando a experança condicional nessa expressão, temos:

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Análise de Regressão em Experimento

Aplicando a experança condicional nessa expressão, temos:

E [Yi |Di = 1] = α + ρ + E [ηi |Di = 1]

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Análise de Regressão em Experimento

Aplicando a experança condicional nessa expressão, temos:

E [Yi |Di = 1] = α + ρ + E [ηi |Di = 1]

E [Yi |Di = 0] = α + E [ηi |Di = 0]

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 49 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Aplicando a experança condicional nessa expressão, temos:

E [Yi |Di = 1] = α + ρ + E [ηi |Di = 1]

E [Yi |Di = 0] = α + E [ηi |Di = 0]


De modo que:

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 49 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Aplicando a experança condicional nessa expressão, temos:

E [Yi |Di = 1] = α + ρ + E [ηi |Di = 1]

E [Yi |Di = 0] = α + E [ηi |Di = 0]


De modo que:

E [Yi |Di = 1]−E [Yi |Di = 0] = ρ + E [ηi |Di = 1] − E [ηi |Di = 0]


|{z} | {z }
efeito do tratamento viés de seleção

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Análise de Regressão em Experimento

Assim, o viés de seleção ocorre devido a uma correlação entre o termo


randômico e o tratamento, uma vez que:

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Análise de Regressão em Experimento

Assim, o viés de seleção ocorre devido a uma correlação entre o termo


randômico e o tratamento, uma vez que:

E [ηi |Di = 1] − E [ηi |Di = 0] = E [Y0i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 0]

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 50 / 56


Análise de Regressão em Experimento

Assim, o viés de seleção ocorre devido a uma correlação entre o termo


randômico e o tratamento, uma vez que:

E [ηi |Di = 1] − E [ηi |Di = 0] = E [Y0i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 0]

Como dito, essa correlação reflete a diferença entre os resultados


potenciais entre tratados e controles na ausência de tratamento.

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Análise de Regressão em Experimento

Assim, o viés de seleção ocorre devido a uma correlação entre o termo


randômico e o tratamento, uma vez que:

E [ηi |Di = 1] − E [ηi |Di = 0] = E [Y0i |Di = 1] − E [Y0i |Di = 0]

Como dito, essa correlação reflete a diferença entre os resultados


potenciais entre tratados e controles na ausência de tratamento.
No caso de experimentos randômicos a regressão é adequada para a
análise de relações causais.

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Fundamentos da Moderna Econometria

1 Fundamentos da Econometria Moderna


Introdução
Identificação versus Causalidade
Experimentos Aleatórios/Randomizados
Fundamentos da Análise de Regressão

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Relações Econômicas e Expectativas Condicionais

A Função de Expectativa Condicional: A função de expectativa condicional


para uma variável dependente yi , dado um vetor de covariadas k x 1
(elementos xki ) é a expectativa, ou média populacional de yi quando o
vetor de características está fixo (Xi ).

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Caracteristicas da CEF

Expectativa condicional pode ser pensada como uma média de uma


amostra infinitamente grande, ou a média de uma população finita
enumerável.

E [Yi |Xi ]
é uma função de Xi .
Como Xi é uma variável aleatória, a CEF é aleatória.
Xi pode assumir diferentes valores, por exemplo, pode ser uma variável
binária, 0,1 ou pode ser uma variável contínua.
Para um valor específico de Xi = x, escrevemos a expectativa
condicional da seguinte forma:

E [Yi |Xi = x]

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Caracteristicas da CEF

Para uma variável Yi contínua com função de densidade condicional


fy (t|Xi = x) em yi = t a expectativa condicional é dada por:
Z
E [Yi |Xi = x] = tfy (t|Xi = x)dt

Para Yi discreta,

E [Yi |Xi = x] = t ∑ P (yi = t|Xi = x)


t

onde P (yi = t|Xi = x) é a probabilidade condicional de Yi dado que Xi = x


Expectativa é um conceito populacional.

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Referências

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Econometrics Instruction: Through Our Classes, Darkly.” Journal of
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Hansen, B. Econometrics. Department of Economics, University of
Wisconsin. Manuscript. 2019.
Angrist, J. e J.S Pischke, Mostly Harmless Econometrics: an
Empiricists Companion, Princeton University Press, 2009.
Angrist, Joshua D., and Alan B. Krueger. 2001. “Instrumental
Variables and the Search for Identification: From Supply and Demand
to Natural Experiments.” Journal of Economic Perspectives 15(4):
69–85. 2.
Angrist, Joshua D., and Jörn Steffen Pischke. 2010. “The Credibility
Revolution in Empirical Economics: How Better Research Design Is
Taking the Con out of Econometrics.” Journal of Economic
Perspectives 24(2): 3–30.
Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 55 / 56
Referências

Athey, Susan, and Guido W. Imbens. 2017. “The State of Applied


Econometrics: Causality and Policy Evaluation.” Journal of Economic
Perspectives 31(2): 3–32.
Heckman, James J. 2000. “Causal Parameters and Policy Analysis in
Economics : A Twentieth Century Retrospective Author ( s ): James J
. Heckman Published by : Oxford University Press Stable URL :
Http://Www.Jstor.Org/Stable/2586935 Accessed : 18-08-2016 15 :
01 UTC Your Use of Th.” 115(1): 45–97. 5. Lewbel, Arthur. 2019.
“The Identification Zoo: Meanings of Identification in Econometrics.”
Journal of Economic Literature 57(4): 835–903.

Flávia Chein (PPGEconomia/UFJF) MQ II 2021 56 / 56

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