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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FASI-FACULDADE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO


FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO BAIXO TOCANTINS/CAMETÁ

O DESAFIO CIENTÍFICO ANTE O


SOBRENATURAL

DOCENTE:
PROF. JOSUÉ VIANA FERREIRA
DISCENTES:
ADRIANA DE NAZARÉ DE SOUZA RODRIGUES
DAYANA SIQUEIRA GOMES
JORNICE GOMES MARTINS
RENATO CARDOSO DOS SANTOS
Fichamento De Citação
WALLACE, Alfred Russel. O aspecto científico sobrenatural. Lachatre, Inglaterra, p. 9
10-12-21-24-26-31-53-75-83-99-115. jan.1866.
“Frequentemente, um fato simples, novo e estranho é, em seu primeiro anuncio, tratado
como milagre e nele não se acredita porque é contrário à ordem da natureza observada
até o momento. Meia dúzia de tais fatos, no entanto, constitui, em si mesma, uma pequena
"ordem da natureza.” (p.9)
“Um milagre é geralmente definido como uma violação ou suspensão de uma lei da
natureza, e como as leis da natureza são a mais completa expressão das experiências
acumuladas pela espécie humana, Hume era de opinião que nenhum testemunho humano
poderia provar um milagre.” (p.10)
“A própria palavra ‘sobrenatural’, quando aplicada a um fato, é um absurdo; e a palavra
‘milagre’, se assim mantida, exige uma definição mais precisa do que a que tem sido dada
dele.” (p.12)
“É se tais poderes são postos em ação de uma maneira a serem percebidos por nós, o
resultado não seria um milagre, no sentido em que o termo é empregado por Hume ou
Tyndall. Não haveria qualquer "violação de uma lei da natureza", nenhuma violação da
"lei de conservação da energia". Nenhuma matéria ou força seria criada ou aniquilada,
mesmo que assim nos parecesse.” (p.21)
“Ao examinar as evidências de prodígios similares ocorridos em épocas passadas, temos
que fazer muitas concessões à educação primária e à quase universal crença pré-existente
na possibilidade e frequente ocorrência de milagres e aparições sobrenaturais. Nos dias
de hoje, é um fato notório que, entre as classes instruídas - e especialmente entre
estudantes de medicina e ciência -, o ceticismo para com tais assuntos é quase universal.”
(p.24)
“Veremos que somos naturalmente levados a fenômenos superiores, e somos habilitados,
de alguma forma, a atravessar o grande golfo entre o chamado natural e o sobrenatural.”
(p.26)
“O caso de Jacques Aymar, cujas capacidades foram por ele mesmo e por outras pessoas
a uma varinha mágica, mas que eram evidentemente pessoais, é um dos melhores registros
comprovados e prova indiscutivelmente que ele possuía um novo sentido em algum grau,
assemelhando-se a muitos outros clarividentes.” (p.31)
“Agora iremos considerar o que é mais especialmente chamado de espiritualismo
moderno ou aqueles fenômenos que acontecem na presença ou por meio de indivíduos
peculiarmente constituídos, os assim chamados médiuns.” (p.53)
“A teoria espiritualista: Há uma hipótese - velha em seu princípio fundamental, nova em
muitos de seus detalhes - que agrupa todos estes fenômenos como uma parte da natureza,
até o momento completamente ignorados pela ciência e talvez vagamente especulados
pela filosofia, tratando-os sem qualquer conflito com a ciência mais avançada e a mais
alta filosofia.” (p.75)
“Os ensinamentos morais do espiritualismo: A hipótese do espiritualismo não apenas
considera todos os fatos (e é a única que o faz), mas vai ainda mais longe por sua
associação com uma teoria do futuro estado da existência, que é o único que alguém já
deu ao mundo em condições de ser confiado ao pensamento filosófico moderno.” (p.83)
“Experiências e testes dos fenômenos espirituais : Foi no verão de 1865 que inicialmente
observei um dos fenômenos do que é chamado espiritualismo, na casa de um amigo um
cético, um homem de ciência e um advogado, com a presença de mais ninguém além dos
membros de sua família. Assentados em uma mesa redonda de bom tamanho, com nossas
mãos colocadas sobre ela, após um breve período, pequenos movimentos iniciaram, não
com frequentes ‘voltas’ ou ‘inclinações’, mas com um suave movimento intermitente,
semelhante a passos, que após um tempo carregaram a mesa ao longo da sala.
Pancadinhas leves, mas claras, foram ouvidas também. As notas que seguem feitas
naquela ocasião, tentaram descrever exatamente o que aconteceu.” (p.99)
“O próprio Wallace explica sua conversão às idéias espiritualistas, como a maioria das
pessoas, achei que fosse tudo fraude, ilusão ,estupidez, encontrei pessoas inteligentes e
sadias que ora assegurava que haviam experienciado coisas maravilhosas.” (p.115)

KOSLOWSKI, Adilson. O porquê da ausência do sobrenatural na ciência contemporânea.


Philósophos, Goiânia, p. 15, 30. jun.2018.
"Duas respostas – entre outras – podem ser dadas ao problema. A primeira é que, dada a
natureza da ciência, o sobrenatural está excluído a priori de seu meio. A segunda é que a
ciência não contém explicações sobrenaturais, a posteriori, porque tais explicações não
se mostraram adequadas durante o desenvolvimento da ciência moderna. Contudo, se não
há nenhum impedimento a priori para as explicações sobrenaturais na ciência,
sustentaremos, seguindo os argumentos de Gregory W. Dawes e Theodore Schick Jr."
(p.15)
"O problema, às vezes, é formulado a partir do naturalismo que é pressuposto na prática
científica e no produto que são as teorias científicas e modelos.
Nesse contexto, compreendemos naturalismo segundo a caracterização de Kelly James
Clark (2016) como a rejeição do sobrenatural para explicar o mundo e tudo o que há está
incluído no mundo natural." (p.16)
"A ciência não sustenta explicações sobrenaturais ou faz referências a entidades
sobrenaturais como Deus, anjos e demônios, pois não faz parte do próprio conceito de
ciência.
A metodologia da ciência pressupõe o chamado “naturalismo metodológico”, agindo
“como se” o sobrenatural não existisse.
De um modo mais radical, a ciência ou parte dela está comprometida com o materialismo
(uma forma de naturalismo)." (p.18)
"O discurso da comunidade de pesquisa se refere a entidades reais e não a imaginosas ou
fantasmagóricas. A comunidade dos pesquisadores possui uma filosofia ontologicamente
realista.
O objetivo da comunidade de pesquisadores é descobrir regularidades, sistematizar
teorias e refinar métodos. Os métodos são conferíveis, analisáveis e justificáveis." ( p. 21)
"O filósofo neozelandês Gregory W. Dawes (2011) faz a importante distinção no
naturalismo entre os requisitos de procedimento (procedural requirements) e os
compromissos metafísicos (metaphysical commitments). Os requisitos de procedimentos
são o aspecto epistemológico do naturalismo.
O autor sustenta que a história e a ciência devem apelar para um corpo de evidências
públicas em suas explicações. Desse modo, nada impede que se ofereçam explicações
sobrenaturais que podem ser suportadas com o tipo correto de evidências." (p.22)
"Um problema com a explicação sobrenatural, para Dawes (2011) e Schick (2000), é
devido ao acesso à evidência pública. Todavia, o que é uma boa explicação também é um
assunto controverso. Existem vários tipos de explicação, seja em história ou física. Porém,
há o consenso de que uma explicação tem que ter certas virtudes tais como escopo, poder
explanatório, simplicidade, estabilidade, economia ontológica, informatividade, etc. As
explicações teístas devem apresentar essas virtudes em um grau superior a uma rival
naturalista para serem aceitas." (p.23)
"Crítica elaborada pelo próprio Dawes (2011). Ele chama a objeção de “cara eu ganho,
coroa você perde”. As ciências comprometidas com o naturalismo metafísico parecem
não estar abertas às evidências que venham a apoiar a explicação sobrenatural. Deste
modo, as crenças científicas atuais estão blindadas à anulação devido aos seus
pressupostos ontológicos ou epistemológicos.
Dawes (2011) admite não ser fácil uma guinada prósobrenatural na ciência. Contudo,
mesmo que tal teoria não seja aceita pela mainstream científica, ela continua sendo
amplamente debatida por cientistas e filósofos. A ciência é fechada, mas nem tanto."
(p.29)
"Outra possível objeção seria de que uma concepção naturalista de ciência implica o
cientismo. Sendo o cientismo inconsistente, mostraria que a posição de um naturalismo
científico a posteriori não seria uma boa posição filosófica para solucionar o problema da
ausência do sobrenatural na ciência e na história.
Admitimos esse argumento; porém, uma coisa é sustentar que a ciência moderna não
contém – por ora – agentes sobrenaturais em suas explicações, outra é sustentar uma
posição naturalista metafísica e epistemológica oniabrangente, isto é, o cientismo, a saber:
as únicas coisas que existem são as postuladas pela ciência e o único conhecimento
possível da realidade é o científico, portanto, devemos ficar restritos à investigação
científica. É a ciência que nos diz o que existe e ponto final.
Seguindo as críticas feitas por Edward Feser (2014, p. 10-27), às quais assentimos.
Segundo Feser, há pelo menos cinco problemas para o cientismo: a autocontradição; os
limites do método científico; a impossibilidade de uma explicação completa em termos
de “leis da natureza”; a fraqueza do sucesso tecnológico e científico em prol do cientismo;
a alegação “científica”: a filosofia é controversa." (p.30)

MELO, Júlio de Fátimo Rodrigues de; VIEIRA, Werner Bessa. A Religião Cristã e a
Evolução da Ciência: Considerações Históricas. Id on Line Rev.Mult. Psic.,
Dezembro/2019, vol.13, n.48 SUPLEMENTO 1, p. 3-7. ISSN: 1981-1179.
“Ciência é um empreendimento sistemático que constrói e organiza o conhecimento na
forma de explicações e previsões testáveis com a utilização do método científico. A
natureza da ciência leva à conclusão de que as verdades são sempre transitórias. Assim,
os conhecimentos produzidos pela ciência não são verdades eternas, absolutas.
O conhecimento científico é um conhecimento temporariamente verdadeiro, um corpo de
conhecimento historicamente em construção. É uma tentativa humana de descrever uma
realidade, sendo, portanto, um conhecimento provisório, passível de sofrer modificações,
pois está sujeita as virtudes e defeitos que envolvem os seres humanos em qualquer
atividade que exerçam.” (p.03)
“O método científico é o caminho percorrido pelo cientista para se chegar a um
conhecimento, caminho esse que deve basear-se em experimentações e lógicas
matemáticas, com medições precisas e exatas, bem como a execução de vários
experimentos para reforçar determinadas ideias. As principais etapas do método científico
seguidas em geral pelas equipes de cientistas em institutos de pesquisas e universidades
em todo o mundo são: Observação; Hipotese; Experiêcias; Teorias; Leis.” (p.04)
“Seguir um método científico é o que define uma área de estudo como uma ciência, tal
qual são as ciências da natureza, como a Química, a Biologia e a Física etc. O método
científico pode variar de acordo com a ciência.” (p.05)
“Pode-se dizer que a ciência é a busca do homem pelo conhecimento pleno da vida e do
universo. No entanto, a ciência tem limites, nem tudo pode ser explicado por meio da
razão e da ciência, existem, de fato, limites para a ciência, em razão de haver perguntas
que ela não pode responder.
A ciência é uma ferramenta incrivelmente poderosa, mas ela não consegue responder
todas as questões que afligem a humanidade e se esse poder é deixado sem uma bússola
moral, é uma arma maligna, fatal e desastrosa que leva as mais horríveis violações à
dignidade humana.” (p.06)
“Na ciência, há diversas visões sua epistemologia, ou seja, há concepções distintas sobre
como o conhecimento científico é gerado e sobre a natureza e autoridade da ciência.
Alguns cientistas entendem a ciência como instrumento para se achegar a Verdade
Absoluta, outros a veem limitada e restrita às limitações racionais e experimentais
humanas. Os experimentos criados são limitados pelas pré-suposições de como é a
natureza e que as próprias percepções, medições e sensibilidade aos fatos são limitadas.”
(p.07)

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