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Diz o bocardo latino "ubi homo, ibi societas; ubi societas, ibi ius", revelando, com
isso, o carécter social do homem e, ao mesmo tempo, denunciando perspectivas
que tendem a caracterizar o homem como uma ilha, um ente egoísta. Aliá s, lendo
Aristó teles, percebemos que o "o homem é por natureza um animal político"
(Almeida & Murcho, 2006, p. 86) e, mais do que isso, a experiência tem
demonstrado que a vida do homem desprovida de quaisquer contactos com os
outros torna˗se impossível.
Percebemos que há ruptura toda vez que numa instituiçã o os funcioná rios,
sobretudo os que têm poder de decisã o agem de má ˗fé, favorecendo amigos,
familiares e todos quantos lhes sã o convenientes em determinadas circunstâ ncias.
A escola é uma instituiçã o de ensino que se caracteriza pelo saber a longo prazo e
organizados, adaptados pela didá ctica, devidamente argumentados e
desinteressados (Reboul, 2000).
O cuidado com a escola deve ser a missã o do Estado, da família, dos empresá rios e,
em síntese, de toda comunidade educativa. De modo especial, cabe ressaltar o
papel da gestã o escolar na definiçã o de uma filosofia do cuidado com a escola e isso
passa necessariamente pela mudança de mentalidades, de prá ticas e de estratégias.
Nesse sentido, afirma Perrenoud, "a qualidade do sistema educativo passa pela
qualidade da gestã o da escola. Seria desastroso que ela fosse o elo fraco da
corrente" (Tumbula, 2012, p. 47).
Para que o cuidado com a escola se efective nas prá ticas dos agentes educativos, há
que se exclarecer dois conceitos˗chave, que melhor ajudam a compreender a
especificidade desta instituiçã o de ensino. Estes conceitos sã o: mundo˗da˗vida e
mundo˗dos˗sistemas (termos emprestados do filó sofo e soció logo alemã o Jü rgen
Habermas). "A cultura, o significado e a importâ ncia sã o os componentes do
mundo˗da˗vida; por sua vez, o mundo˗dos˗sistemas consiste nas estratégias de
gestã o da escola" (Sergiovanni, 2000, p. 26).
"pedimos aos gestores para deixarem de se comportar como juízes, críticos e avaliadores e
para passarem a ser professores, apoiantes e facilitadores. Redefinimos o papel dos
gestores e dos supervisores, pedindo˗lhes que mudassem a sua atitude de "quero, posso e
mando", e que se dedicassem a desenvolver pessoas e equipas" (Blanchard & O´Connor,
2007, p. 119).
A GPV põ e a tó nica da liderança nos valores éticos, deontoló gicos e culturais.
Porque as instituiçõ es sã o frutos de contextos políticos, histó ricos e culturais,
devendo a sua gestã o voltar˗se para a realidade só cio˗econó mica dos grupos onde
se instala. O modelo de liderança de um gestor que abraça a GPV é, em vista disso,
ético˗moral e teleoló gico. Aliá s, líderes comprometidos com os valores da
organizaçã o têm mais chances de influenciar pessoas, porque mesmo que
tropecem, se os valores forem partilhados pelos membros da organizaçã o, estes
poderã o continuar a segui˗os e difundi˗los no seio da organizaçã o. Por aqui se
enquadra bem a ideia de seguidismo (Sergiovanni, 2000). Mas seguidismo, num
contexto de GPV nã o deve ser entendido no sentido pejorativo do termo,
relacionado a uma pessoa. O seguidismo na GPV relaciona˗se com valores, ideias e
objectivos.
Com base nessa analogia, o líder˗parteira ajuda os liderados a darem à luz ideias
razoá veis para a resoluçã o de problemas presentes na instituiçã o. Se se tratar de
uma escola, o director˗parteira deve expor as suas ideias ao colectivo de
professores, alunos e à comunidade educativa grosso modo para, em conjunto,
DIRECÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO CUVANGO, 18 DE MARÇO DE 2022
Nesta fase, o mundo˗da˗vida, com todos os seus valores, crenças e aspiraçõ es deve
ser mobilizados para criar as bases do Projecto Educativo da Escola. Todos os
intervenientes do processo de ensino˗aprendizagem (no caso da escola) devem ser
mobilizados para em conjunto, definirem os objectivos da escola, porquanto, "na
gestã o por valores, dizemos que o verdadeiro "patrã o" é o conjunto de valores
adoptados pela empresa (Blanchard & O´Connor, 2007, p. 58)."
Esta fase permite que todos tenham conhecimento dos valores e objectivos da
instituiçã o, levando˗os a mobilizar forças e motivaçõ es para o seu cumprimento. A
comunicaçã o deve ser esclarecedora e pode acontecer no início do Ano Lectivo, na
Assembleia de Professores, Pais e Encarregados de Educaçã o a princípio e depois,
expostos na entrada da escola, afixada em forma de cartazes no Jornal Mural da
Escola, nas salas de aulas, na sala de professores, nos gabinetes dos directores, na
secretaria e em todos os locais de destaque da escola.
O alinhamento, para que seja objectivo, requer uma avaliaçã o objectiva à luz dos
normativos legais e da filosofia da escola. Avaliaçã o, no entanto, é um conceito
complexo e, portanto, difícil de definir explicitamente. Ao longo da histó ria, vá rios
autores têm fornecido pistas para melhor compreendermos a natureza da
avaliaçã o. Neste sentido, para Alves, "a avaliaçã o é um processo que envolve três
passos", isto é:
Fonte: elaboraçã o pró pria com base nas ideias de Hadji (1994, p. 31.)
A deontologia (do grego deon˗dever e logos˗discurso racional), é teó ria ética que
defende que agir moralmente nã o é apenas uma questã o de produzir bons
resultados e evitar maus resultados. Agir moralmente é, acima de tudo, uma
questã o de respeito aos princípios morais que, no entender de Kant, resumem˗se
no imperativo categó rico, enunciado da seguinte maneira: "age apenas segundo
uma má xima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal"
(Araú jo, 2015, p. 33).
1.Valores Essenciais
Conclusão