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«Sem futuro, o presente

não serve para nada, é


como se não existisse,
Pode ser que a
humanidade venha a
conseguir viver sem olhos
mas então deixará de ser
humanidade.»
José Saramago, em «Ensaio sobre a cegueira».
Lisboa: Editorial Caminho, 1995.
MAURICIO PARRA
Colômbia
«Não há nada mais triste que
uma ausência (...), só fica
uma pungente melancolia,
esta que faz (...) sentar ao
cravo e tocar um pouco, quase
nada, apenas passando os
dedos pelas teclas como se
estivessem olhando um rosto
quando já as palavras foram
ditas ou são de menos.»

José Saramago, em «Memorial do


ABRAHAM AVERBUCH convento». Lisboa: Editorial Caminho, 1982.
Israel
«Com as palavras todo cuidado é
pouco, mudam de opinião como
as pessoas." [...] "Porque as
palavras, se não o sabe, movem-
se muito, mudam de um dia para
o outro, são instáveis como
sombras, sombras elas mesmas,
que tanto estão como deixaram
de estar, bolas de sabão, conchas
de que mal se sente a respiração,
troncos cortados.»

José Saramago, em «As intermitências da morte».


VICTOR EMMANUEL BECERRA (CHUBASCO) São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
México
«Aí está uma palavra que soa bem,
cheia de promessas e certezas,
dizes metamorfose e segues
adiante, parece que não vês que as
palavras são rótulos que se pegam
às cousas, não são as cousas,
nunca saberá como são as cousas,
nem sequer que nomes são na
realidade os seus, porque os
nomes que lhes deste não são
mais que isso, os nomes que lhes
deste.»
IVAN PRADO José Saramago, em «As intermitências da
Alemanha morte». São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
«O tempo pusera-se a contar
os dias desde o princípio,
agora usando a tábua de
multiplicação para tirar o
atraso. (...) O tempo, ainda
que os relógios queiram
convencer-nos do contrário,
não é o mesmo para toda
gente.»
DALCIO MACHADO José Saramago, em «Todos os nomes». Lisboa:
Editorial Caminho, 1997.
Brasil
«O que dá o verdadeiro
sentido ao encontro é a
busca e que é preciso
andar muito para alcançar
o que está perto.»
José Saramago, em «Todos os nomes». Lisboa:
Editorial Caminho, 1997.

OMAR FIGUEROA TURCIOS


Colômbia
«Da literatura à ecologia, da
fuga das galáxias ao efeito de
estufa, do tratamento do lixo às
congestões do tráfego, tudo se
discute neste nosso mundo.
Mas o sistema democrático,
como se de um dado
definitivamente adquirido se
tratasse, intocável por natureza
até à consumação dos séculos,
esse não se discute.»

José Saramago, em 'pronunciamento no Fórum


ROMEU CRUZ Social Mundial', em Porto Alegre, fevereiro de
Portugal 2002.
«Para ela, vá lá entender a alma
humana, o facto de não ver as paredes
do cárcere, as próximas e as distantes,
era o mesmo que se elas tivessem
deixado de estar ali, era como se o
espaço se tivesse alargado, livre, até
ao infinito, como se as pedras não
fossem mais do que o mineral inerte
de que são feitas, como se a água
fosse simplesmente a razão da lama,
como se o sangue corresse só dentro
das suas veias, e não fora delas.»

José Saramago, em «Todos os nomes». Lisboa:


CONSTANTIN SUNNERBERG (COST) Editorial Caminho, 1997.
Bélgica
«É corrente ouvir dizer que são
tantas as leituras de um livro
quantos tiverem sido os seus
leitores (…), o que quererá dizer,
se não interpreto mal, que o autor
mais afortunado será aquele que,
graças a uns quantos leitores
atentos que lhe vão comunicando
as suas impressões de leitura, está
continuamente em processo de
aprendizagem sobre a sua própria
obra.»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote –
ANTÓNIO SANTOS (SANTIAGU) Diário V»
Portugal
«Não há dúvida de que
certos leitores, de tão
bons que são, dariam
escritores ótimos, capazes
realmente de descer ao
fundo das coisas. A partir
de agora, remate cada
leitor o livro como melhor
lhe parecer.»
José Saramago, em «Último Caderno de
GONÇALO PEDRO (GON) Lanzarote»
Portugal
«Quero encontrar a ilha
desconhecida, quero
saber quem sou quando
nela estiver.»
José Saramago, em «O Conto da Ilha
Desconhecida». São Paulo: Companhia das
Letras, 1998.
JOÃO EMANUEL CRUZ SANTOS BATEL
Portugal
«As palavras dizem
sempre mais do que
imaginamos, e se não
parecem dizê-lo num
momento determinado,
é só porque a sua hora
ainda não chegou.»
José Saramago, em «Último Caderno de
Lanzarote»
JOÃO EMANUEL CRUZ SANTOS BATEL
Portugal
«Penso que as palavras
só nasceram para
poderem jogar umas com
as outras, que não sabem
mesmo fazer outra coisa,
e que, ao contrário do
que se diz, não existem
palavras vazias.»
José Saramago, em «A Caverna»
VASCO GARGALO
Portugal
«As frases, quando ditas,
são como portas, ficam
abertas, quase sempre
entramos, mas às vezes
deixamo-nos estar do
lado de fora, à espera de
que outra porta se abra.»
José Saramago, em «O Ano da Morte de
Ricardo Reis»
MARIANA GARCIA
Argentina
«Anos e anos a viver é muito
tempo e muito caso, se cada
um escrevesse a sua vida, que
grande biblioteca, teríamos de
levar os livros para a lua e
quando quiséssemos saber
quem fulano é ou foi,
viajaríamos pelo espaço para
descobrir aquele mundo, não
a lua, mas a vida.»
TONY TASCO José Saramago, em «Levantado do Chão»
Bélgica
«A importância que pode
ter usar uma palavra em
vez de outra, aqui, além,
um verbo mais certeiro,
um adjetivo menos
visível, parece nada e
afinal é quase tudo.»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote –
Diário I»

RONGHAI HUANG
China
«Só escrevo sobre aquilo
que não sabia antes de o ter
escrito. Deve ser por isso
que os meus livros não se
repetem. Vou-me repetindo
eu neles, porque, ainda
assim, do pouco que
continuo a saber, o que
melhor conheço é este que
sou.»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote
DAVOR TRGOVCEVIC – Diário III»
Croácia
«Cada vez que acabo um
livro, fico sem saber o que
vai acontecer depois.
Cheguei ao ponto a que
cheguei dando um passo
de cada vez, e esses passos
não estavam planeados.»
José Saramago, em «Último Caderno de
WESAM KHALIL Lanzarote»
Egipto
«Um escritor é como
outra pessoa qualquer,
não pode saber tudo
nem pode viver tudo,
tem de perguntar e
imaginar.»
José Saramago, em «Ensaio sobre a
cegueira».

RICARDO CLEMENT
El Salvador
«O mundo mudou porque
nós não soubemos mudar
doutra maneira o mundo.
Agora teremos de mudar-
-nos a nós próprios para
que o mundo possa ser
mudado.»
José Saramago, em «A Segunda Vida de
Francisco de Assis»
DIXON MEDELLIN
Emirados Árabes Unidos
«Sempre foram caladas
as minhas alegrias, e
por isso não soltei os
gritos que me estavam
no peito, que até hoje
não pude deixar sair.»
José Saramago, em «A Bagagem do
Viajante»

AIDAN BREMMER
Escócia
«O que a censura tem
de pior não é o facto de
agredir diretamente a
criação e o pensamento
de um determinado
escritor ou jornalista, o
pior dela é que,
indiretamente, atinge a
sociedade inteira.»
José Saramago, em «Último Caderno de
FRANCISCO FERNANDÉZ (PACMAN) Lanzarote»
Espanha
«Creio no direito à solidariedade e
no dever de ser solidário. Creio que
não há nenhuma incompatibilidade
entre a firmeza dos valores próprios
e o respeito pelos valores alheios.
Somos todos feitos da mesma carne
sofrente. Mas também creio que
ainda nos falta muito para
chegarmos a ser verdadeiramente
humanos. Se o seremos alguma
vez…»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote –
FRANCISCO JAVIER TORRENTS ROMERO (TESER) Diário III»
Espanha
«São os sonhos que
seguram o mundo na sua
órbita. Mas são também os
sonhos que lhe fazem uma
coroa de luas, por isso o
céu é o resplendor que há
dentro da cabeça dos
homens, se não é a cabeça
dos homens o próprio e
único céu.»
VASILEIOS PAPAGEORGIOU José Saramago, em «Memorial do convento»

Grécia
«Às verdades há que
repeti-las muitas vezes
para que não venham,
pobre delas, a cair no
esquecimento.»

José Saramago, em «Ensaio sobre a


Lucidez».

YUSTINUS ANANG JATMIKO


Indonésia
«Estamos rodeados de
imagens que nos mostram que
o mundo está mal, mas nós
estaremos bem pior no dia em
que nos tivermos acostumado
tanto à violência que a
consideremos natural - ou
cultural, se assim preferirem.»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote –
Diário V»

ALIREZA BAGHERI
Irão
«A viagem não acaba
nunca. Só os viajantes
acabam. E mesmo estes
podem prolongar-se em
memória, em lembrança,
em narrativa.»
José Saramago, em «Viagem a Portugal»
ALIREZA PAKDEL
Irão
«Escrever é aprender a ver,
escreve-se por ter visto a
palavra que está por detrás da
palavra. Ela terá, uma por uma,
as mesmas letras, mas tornou-
se noutra a partir desse
momento. A poesia, muito mais
que a expressão dramática ou
novelesca, é a revelação da
palavra que havia oculta.»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote –
Diário V»
MARINO TARIZZO
Itália
«O coração do homem é
um eterno insatisfeito e o
simples dever cumprido,
afinal, não dá tanta
satisfação como nos vêm
dizendo os que com
pouco se contentam.»

José Saramago, em «O Evangelho segundo


Jesus Cristo»
RADU CLETIU (CLEAR)
Roménia
«As esperanças têm esse
fado que cumprir,
nascer umas das outras,
por isso é que, apesar de
tantas deceções, ainda
não se acabaram no
mundo.»
José Saramago, em «As Intermitências da
Morte»

JOVAN PROKOPLJEVIC
Sérvia
«Continuarei a dizer que a
literatura não muda o
mundo, mas cada vez
mais vou tendo razões
para acreditar que a vida
de uma pessoa pode ser
transformada por um
simples livro.»
José Saramago, em «Último Caderno de
Lanzarote»

ADRIANO CENTENO
Suíça
«Por muito que se tenha
tentado e continue a
tentar-se, nunca se há de
conseguir que as pessoas
pensem todas da mesma
maneira.»
José Saramago, em «Ensaio sobre a Lucidez»

HALIT KURTULMUS
Turquia
«Não discutimos a democracia.
Pois eu digo: discutamo-la, meus
senhores, discutamo-la a todas as
horas, discutamo-la em todos os
foros, porque, se não o fizermos a
tempo, se não descobrirmos a
maneira de a reinventar, sim, de a
re-inventar, não será só a
democracia que se perderá,
também se perderá a esperança
de ver um dia respeitados neste
infeliz planeta os direitos
humanos.»
VIACHESLAV KAZANEVSKY José Saramago, em «Último Caderno de
Lanzarote»
Ucrânia
«A verdade só pede
olhos que a vejam. O
pior é quando as
pessoas teimam em
olhar para o outro
lado…»
José Saramago, em «Cadernos de Lanzarote
– Diário IV»
JOSÉ GARCÍA
Venezuela
«As vontades, em geral
apenas adicionáveis
umas às outras, também
são muito capazes, em
certas circunstâncias, de
multiplicar-se entre si,
até ao infinito.»
José Saramago, em «Ensaio sobre a
Cegueira»
HENRYK CEBULA
Polónia
Exposição: “José Saramago na Caricatura Internacional” - PortoCartoon-
World Festival – 2013, 15.ª edição.
Nesta mostra, apresentam-se os premiados, os finalistas e algumas das melhores
caricaturas selecionadas pelo Júri internacional deste festival. Na altura, o tema
principal do PortoCartoon era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, foco que
serviu de enquadramento à evocação de Saramago. Ao poder da literatura junta-se,
aqui, o poder do riso.

Fonte: https://alamedashopping.pt/art-spot/junho/

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