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processo psicanalítico”
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
- Carlos Drummond de Andrade
Conclusão
O caminho traçado e exposto até aqui com o auxílio dos artigos como base da
literatura necessária, denotam as possibilidades do processo psicanalítico. Assim como
destaca Lacan (1955), o inconsciente é estruturado e tramado em um tecido de
linguagem, sendo esta uma forma de expressão do inconsciente e absorção simbólica. A
arte, em sua generalidade é antecessora a psicanalise, no entanto, estas se intercruzam
pela utilização da linguagem e da potência da subjetividade do ser, entendendo o sujeito
como elemento significante capaz de produzir símbolos e expressar a trama psíquica
através da fantasia, da potência da imaginação.
A literatura dos artigos indicados associados a uma práxis por parte do analista
permite calcar um caminho diferente através do despertar da potência imaginativa do
analisado, assim permitindo a expressão do ser, do eu, do indivíduo através do
simbólico expressado na palavra (ou não-palavra) na criação de algo novo. A partir do
processo de adquirir significância a aquela expressão, o sujeito traduz aquilo que o
acomete no real e que pode escapar ao discurso, utilizando-se da arte como expressão
do inconsciente e de sua subjetividade. Neste processo, o analista também necessita da
ação simbólica de exprimir as possibilidades criativas na intervenção ou guia no
processo de psicanalise e de expressão do sofrimento psíquico do analisado.