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CONDICIONAMENTO CLÁSSICO E ALGUNS FENÔMENOS

O conceito de Condicionamento Clássico, paradigma que explica todo e qualquer


comportamento, segundo Watson, foi criado, desenvolvido e aperfeiçoado por Pavlov
(fisiologista russo). Quando Watson considera que todo e qualquer comportamento é
aprendido/adquirido, surgirá a seguinte indagação: adquirido como? A resposta será
dada por ele apontando para o fato de que será adquirido segundo o modelo de
Pavlov, que é o Condicionamento Clássico. Esse condicionamento tem como base um
reflexo que é um Estímulo Não Condicionado (Incondicionado) que vai gerar uma
Resposta Incondicionada. E, no experimento clássico, a gente tem um cão que saliva
para a carne. A resposta de salivação é uma Resposta Incondicionada, porque é uma
resposta natural para um estímulo (a carne), que também é um estímulo natural e,
portanto, será um Estímulo Não Condicionado.
Pavlov observa que o cão saliva na ausência da carne. E ele percebe que o cão está
salivando toda vez que o assistente entra no laboratório e acende uma lâmpada. Vale
ressaltar que a lâmpada não é comestível e, portanto, não é digerida e não deveria
gerar Resposta Incondicionada de salivação (a luz era um estímulo neutro e que não
deveria gerar essa resposta). No entanto, Pavlov percebe que o cão associou a chegada
da carne toda vez que a lâmpada acendia. Então, a lâmpada (a luz), que era um
estímulo neutro, vai ser associada ao estímulo natural, que era a carne (que era o
Estímulo Não Condicionado).
O motivo dessa associação é o Princípio da Contiguidade (eventos próximos no tempo
e no espaço tendem a se associar). Nesse sentido, a luz passe a ter o valor da carne,
gerando, então, a resposta de salivação. Quando a luz gera a resposta de salivação, ela
já não é mais um estímulo neutro e passa a ser um Estímulo Condicionado, gerando,
dessa forma, a resposta de salivação, que é uma Resposta Condicionada.
Então, o reflexo, um Estímulo Não Condicionado gerando uma Resposta Condicionada.
Esse Estímulo Não Condicionado, quando é associado a um estímulo neutro, vai se
transformar em um Estímulo Condicionado gerando, então, uma Resposta
Condicionada. Esse último momento (Estímulo Condicionado → Resposta
Condicionada) é, na verdade, a aprendizagem. O que é a aprendizagem? É a
possibilidade de se dar uma nova resposta para um estímulo que não gerava essa
resposta antes.
Nesse contexto, voltando a definição de aprendizagem, a aprendizagem é mudança ou
aquisição de comportamento. O cão passa a dar resposta de salivação para um
estímulo que não gerava essa resposta. Isto quer dizer que ele antecipa alguma coisa
que ainda não aconteceu, que era a chegada da carne.
Dessa forma, todos os comportamentos serão explicados. Todos os comportamentos
serão explicados a partir da associação de estímulos e respostas. Na verdade, é sabido
que, quando um aprendizado se dá, há a participação do meio, isto é, o sujeito tem
que estar exposto a estímulos. No entanto, há toda uma organização neurológica, na
verdade, neural, porque neurônios precisam se organizar para que a resposta
aprendida seja dada. É logico que não aprendemos todas as respostas que damos a
todo instante. Imagine que se todas as vezes que tivéssemos que dar uma resposta,
fôssemos obrigados a aprender de novo. Não aprendemos novamente! Assim, como
agente dá resposta aprendidas em uma situação e em situação semelhante. Isso vai ter
explicações.
Lógico que essa questão neural vai ter uma relação direta com a questão do
armazenamento da informação. Então, nesse momento, consideraremos a memória.
Nesse sentido, a informação que é aprendida, ela vai ser guardada na memória para
que o sujeito possa usar quando precisar.
Nesse contexto, existirão alguns mecanismos dentro desse processo de aprendizagem
que vão facilitar muito a vida do sujeito. Um deles é o fenômeno da generalização. A
generalização é um fenômeno onde o sujeito aprende a dar uma mesma resposta para
estímulos semelhantes. Uma criança quando aprende o que é um cachorro, e tem
como informação o formato, ela generaliza e passa a conceber um animal de quatro
patas. Ela costuma generalizar a resposta “uau uau” para todos os animais de quatro
patas. Ela é capaz de chamar o gato de “uau uau”, o cavalo de “uau uau” e, assim,
sucessivamente. A criança também vai chamar vários homens diferentes de papai. Ela
pega estímulos semelhantes, que são os homens, e generaliza dando a mesma
resposta (papai). Então, generalização é dar a mesma resposta para estímulos
semelhantes. Isso é importante porque amplia o nosso repertório.
Diferentemente da generalização, há o processo de discriminação, que é o contrário. É
eu poder dar uma resposta específica para um único estímulo dentre tantos
semelhantes, ou seja, eu tenho vários estímulos semelhantes, e eu discrimino
(seleciono apenas um específico para que eu dê uma determinada resposta). E, aí, é
quando a criança aprende a discriminar que, dentre tantos homens diferentes, ela
sabe que aquele específico é o pai.
Outro processo bastante importante é a extinção. A extinção é quando e resposta
aprendida enfraquece e desaparece. Nesse sentido, o que faz com que a extinção
ocorra? O Estímulo Condicionado tem que estar sempre associado ao Estímulo Não
Condicionado. Então, por exemplo, se o cão começa a salivar para a luz e não vem a
carne, com o passar do tempo, a tendência é ele parar de responder para a luz, porque
o que ele quer, na verdade, é a carne. Então, a extinção é quando a resposta não vem
acompanhada pela recompensa. Então, essa minha terminologia resposta e
recompensa são temos usado no Condicionamento Clássico. No do Skinner, que é o
Condicionamento Operante, considerar-se-á as palavras comportamento e reforço.
Mas no Condicionamento Clássico, serão consideradas as palavras resposta e
recompensa. Então, tendo em vista que a resposta vai sendo dada e a recompensa não
chega, que é a carne, o animal tende a dissociar. Assim, para que a Resposta
Condicionada venha sempre, ela tem que estar sempre precedida da recompensa que,
na verdade, é a associação entre o Estímulo Condicionado com o Estímulo Não
Condicionado. Então, o comportamento tende a ser extinguir, quando, na verdade, o
pareamento dos estímulos é desfeito.
Mas haverá também, na sequência, um comportamento importante a ser mencionado,
que é a recuperação espontânea. A recuperação espontânea é quando o
experimentador volta a oferecer o Estímulo Não Condicionado logo após o Estímulo
Condicionado (o experimentador não estava dando a carne e passou a fornecê-la).
Quando o experimentador passa a dar a carne, o vínculo volta a se estabelecer e a
resposta volta a ser dada para a luz. Ele parou, pela extinção, de responder a todas as
vezes que a lâmpada acendia. Se eu voltar a associar a chegada da luz à chegada da
carne, o comportamento de responder para a luz volta.
Até o presente foram abordadas algumas coisas bastante importantes. Foi
mencionado informações a respeito do Condicionamento Clássico, e o que o
caracteriza. Foram mencionados a generalização, a discriminação, a extinção e a
recuperação espontânea. Todavia, no Condicionamento Clássico, há dois fenômenos
bastante interessantes, que são muito básicos, muito naturais, e bem automáticos: um
é o chamado sensibilização,
A sensibilização é quando o sujeito responde de maneira bem sensível a determinados
estímulos. Por exemplo, se nós formos à casa de alguém que mora perto do aeroporto,
o barulho do avião que passa pelas imediações da casa é um barulho que incomoda
muito as pessoas (não conseguimos não perceber esse barulho). Na verdade, um
morador que mora perto do aeroporto nem percebe muitas vezes o barulho do avião.
Alguém que mora próximo à uma linha de trem, logo que se muda para aquele lugar,
fica muito incomodado com o barulho do trem que toda hora passa, perde noite de
sono (a pessoa fica muito sensível aquele estímulo). Então, a sensibilização, é quando
um estímulo se torna muito impregnante e o sujeito se torna sensível a ele e o percebe
com muita facilidade.
Mas, em contrapartida, com o passar do tempo, a tendência é a gente se habituar a
esses estímulos. Diferentemente da sensibilização ou sensitização, a habituação é o
fenômeno que permite que a gente se acostume com aquilo que a gente, até então,
estava muito sensível. Então, com o passar do tempo, se você ficar nessa casa que está
próxima à cabeceira de pista de um aeroporto, você acaba se acostumando ao barulho
dos aviões, e nem percebe mais o avião tal como os moradores (fenômeno da
habituação).
CONDICIONAMENTO OPERANTE
Em relação ao Condicionamento Operante, vale lembrar que o Skinner é um
continuador do modelo de Watson. Skinner vai dizer que o Watson estava bastante
correto nas suas afirmações. No entanto, o Watson trabalhava com o modelo S – R, e o
Skinner vai dizer o seguinte. O “S” é irrelevante porque, na verdade, não posso saber
qual vai ser o estímulo que vai gerar uma resposta. O organismo estará sempre
inserido no meio, e o meio é composto por muitos estímulos. Ele vai dizer: não posso
dizer qual é o estímulo que gerou uma resposta. Eu posso dizer, na verdade, o
aconteceu logo após essa resposta. Então, Skinner vai ficar com o segundo pedaço:
Resposta – Reforço.
Nesse momento, é importante considerar que Skinner vai dizer que Watson estava
preocupado com S – R. Ele não levou em conta, não deu importância ao que vinha
após a R. E o que vinha após a R? A recompensa. E o Skinner vai dizer que a
recompensa tem um papel primordial para que o comportamento ocorra novamente.
O sujeito se comporta para ganhar, de novo, a recompensa. Portanto, a recompensa
terá uma função: função reforçadora. Vale ressaltar que essa questão do reforço é
uma influência que Skinner vai sofrer de Thorndike (lembrar da evolução empírica dos
estudos da aprendizagem de Thorndike com a Lei do Efeito – todo comportamento
que tem um pós-efeito satisfatório tende a permanecer).
Assim, Skinner vai dizer que a recompensa tem a função reforçadora. E aquilo que
Watson chamava de resposta, Skinner vai dizer que não o é. Na verdade, é
comportamento. Porque comportamento é mais complexo. Ele é um conjunto de
pequenas respostas. Ele vai considerar que a recompensa terá uma função
reforçadora, e esse reforço vai se caracterizar como sendo tudo aquilo que venha a
aumentar a probabilidade de reocorrência de uma resposta na mesma situação ou em
situação similar.
A ideia é que o sujeito vai se comportar para ganhar aquilo que ele quer, aquilo que
ele se esforçou para fazer para obter um reforçador. Assim, Skinner vai dizer que os
sujeitos se comportam para produzir consequências (aí está a noção de produção de
consequências). Quando as pessoas se comportam, quando os animais se comportam
e essa consequência não chega, a ideia é que eu vou tentar fazer outra coisa para que
aquilo que eu quero chegue.
O reforço tem uma outra característica. Ele sempre tem que vir imediatamente após a
resposta. A ideia é que quanto menor o tempo entre a resposta ocorrer e a chegada do
reforço maior será a relação entre o comportamento que ocorreu e a consequência
que é o recebimento do reforço. A função dele é manter o comportamento que
ocorreu e ele sucede sempre um comportamento.
Skinner vai dizer o seguinte: quando reforçamos o comportamento, a gente tem que
pensar em duas coisas: (i) qual é a origem da resposta que está sendo reforçada? e (ii)
que modo usarei esse reforço?
O Reforço (ou Reforçadores) pode ser classificados de acordo com os seguintes
critérios:
1) Classificação quanto à natureza do reforço:
a) Reforço Primário: é todo aquele que venha a satisfazer às necessidades primárias
(alimento, sono e etc.)
b) Reforço secundário é todo aquele que satisfaz necessidade secundária, ou seja,
elogios, dinheiro (ninguém come elogio, ninguém come dinheiro). O reforço
secundário sempre está associado a algum reforçador primário, embora muitas vezes
não se consiga saber qual é o reforçador primário.
2) Classificação quanto ao modo de aplicação:
a) Reforço Positivo: é quando eu dou alguma coisa que o sujeito gosta e ele tende a
reter e a manter. Então, ele vem logo após a um comportamento e vai ter a função de
fazer com que esse comportamento permaneça. O sujeito tende a reter e manter.
b) Reforço Negativo: tem que ter muito cuidado para falar dele, porque, na verdade,
ele é bom. Por isso, ele é reforço. Então, não pode confundir o nome negativo com um
valor bom ou ruim. Reforço é sempre bom. O aspecto negativo está relacionado ao
fato de se considerar um estímulo aversivo. Então, no reforço negativo, o sujeito se
comporta para que aquele agente aversivo presente no meio seja removido (o efeito
reforçador é o fato dessa coisa desagradável ser removida). Por exemplo, quando você
atende a uma moça que fica o tempo todo ligando para você no telemarketing
(comportamento desagradável), e você compra o que ela quer, você vai ser reforçado
negativamente. Por que? Porque quando você compra, ela para de lhe perturbar.
Então, para a moça do telemarketing foi bom. Comprei, bacana! Você, o que faz com
isso? Você aprende que, se você comprar, você eliminará uma situação ruim. Então,
todas as vezes que alguém te ligar, você compra logo para se livrar dessa pessoa. Ela
falar com você o tempo todo, na verdade, é algo ruim. Então, você compra para
eliminar essa situação ruim, fazendo com que ela pare de ligar. Então, você foi
reforçado negativamente.
Reforço negativo eliminação de alguma coisa desagradável. Reforço positivo
recebimento de alguma agradável que o sujeito tende a querer e a manter.
As pessoas tendem a confundir o reforço negativo com a punição. A punição é a
introdução de alguma coisa desagradável. O reforço negativo é a remoção dessa coisa
desagradável. Por que as pessoas tendem a confundir? Porque, nas duas situações,
reforço negativo e punição está presente o estímulo aversivo. No entanto, o modo de
utilização é diferente. Um você remove (reforço negativo) e outro você introduz
(punição). E a punição é muito mal vista. Na punição, os estudos mostram que ela não
forma comportamento. O sujeito apenas para de se comportar, enquanto ela está
presente.
Agora, um aspecto muito importante do reforço é o modo como o reforço é aplicado
para o sujeito após o comportamento. O nome disso, o modo como o reforço é
aplicado se chama Esquemas de Reforço. E isso fica totalmente a critério do
experimentador. De acordo com o que eu queira e com a situação da aprendizagem.
Eu, como experimentador, planejo o modo como o reforço vai ser dado. Isso é muito
importante porque eu posso trabalhar com um número de respostas dadas pelo
sujeito ou eu posso trabalhar com intervalo de tempo.

Esqueças de reforçamento: modo como o reforço é aplicado para o sujeito após o


comportamento.

E aí, quanto ao modo de aplicação do reforço para o sujeito, eu posso trabalhar com:
a) O número de respostas dadas pelo sujeito = Esquemas de reforço de razão
(considero o número de respostas)
a.1) Número de respostas fixo

a.2) Número de respostas variável

b) O tempo = Esquemas de reforço de intervalo (considero o tempo entre as respostas)


b.1) Tempo fixo
b.2) Tempo variável

Dessa forma, tem-se a seguinte combinação de Esquemas de Reforço:


a) Esquema de Reforço de Razão Fixa
b) Esquema de Reforço de Razão Variável
c) Esquema de Reforço de Intervalo Fixo
d) Esquema de Reforço de Intervalo Variável
a) Esquema de Reforço de Razão Fixa: É quando estabeleço um número fixo de
resposta e dou para esse número fixo de respostas um reforçador. Então, a cada uma
resposta, eu posso dar um reforço. Eu posso estabelecer que eu quero que o sujeito dê
4 respostas para que eu dê um reforço. Eu posso estabelecer que ele dê 3 respostas
seguidas para eu dar para ele um reforçador. Posso estabelecer que o rato pressione a
barra 3 vezes para depois dessas 3 vezes, ele ganhar apenas uma bolinha de comida.
Eu posso estabelecer que você está digitando minha monografia, e eu vou lhe pagar
após 10 páginas digitadas. Então, eu combinei com você que a cada 10 páginas
digitadas para mim, eu lhe pago R$ 5,00. Essa situação revela um número fixo de
respostas e, logo depois, eu dou um reforçador.

b) Esquema de Reforço de Razão Variável: quando o experimentador estabelece um


número variável de respostas para que ele dê o reforçador. Dessa forma, posso
estabelecer que a cada 3 respostas, eu dou o reforço; que a cada 2 respostas, eu dou o
reforço e a cada 5 respostas, eu dou o reforço. Então, essa sequência 3-2-5 vai ser
reforçada e o sujeito aprende. Por isso que quando você tinha adestramento de animal
em circo, você vê o animal fazer uma série de coisas e o reforço vem depois dessa
sequência de coisas.
Então, no esquema de reforço de razão fixa, é um número fixo e um reforço; no
esquema de reforço de razão variável, é um número de respostas variável, mas é um
esquema variável que o experimentador sabe qual é a variação e, geralmente, é uma
sequência de 3 ou 4 quatro números de respostas diferente para que ele ganhe o
reforço.

c) Esquema de Reforço de Intervalo Fixo: o experimentador estabelece um tempo x


para que ele dê o reforço para o sujeito. Assim, ele estabelece que a cada 1 minuto o
sujeito, respondendo ou não, ele vai ganhar um reforçador. O esquema de intervalo,
que é o tempo, é ruim. Por que? Porque ele faz com que o sujeito fique muito sem
controle do seu comportamento e da chegada da resposta. Então, nesse caso, o
experimentador estabelece que a cada 1 minuto, ele vai dar uma bolinha de ração
para o rato. Então, independentemente do número de vezes que o rato pressiona a
barra, ele vai ganhar o reforço a cada 1 minuto. E, lógico, que o experimentador para
fazer isso, ele tem que ter um objetivo. E, no geral, o que se observa é que o sujeito
aprende a responder a cada vez mais perto do término do tempo estabelecido. Então,
com o passar das tentativas, o sujeito (o rato), no início do período de 1 minuto, fica
quase que sem fazer nada. Vai chegando para o final do 1 minuto, o rato vai
pressionando a barra, pressionando a barra e é como se ele estivesse pedindo para
ganhar a bolinha de ração.
d) Esquema de Reforço de Intervalo Variável (não é legal): o sujeito não tem o menor
controle de quando vai ganhar o reforço. Por que? Porque não tem regra nenhuma. O
experimentador dá o reforço quando ele quer. Essa situação de esquema de reforço de
intervalo variável e o experimentador dar o reforço quando quiser, leva a uma situação
que é a situação do Desamparo (descrição do Seligman). O desamparo é uma síndrome
que ocorre quando o sujeito não tem controle nenhum do seu comportamento e de
quando ele ganhará algum tipo de recompensa (reforço) por aquilo que ele faz. Assim,
é possível se ter exemplos de situações sociais que as pessoas entram no desamparo.
Por exemplo: uma funcionária do lar que você paga quando quer, ou então, você dar
uma parte do salário dela, e diz para ela o seguinte: amanhã eu dou o resto, e não dá.
Em um outro dia, você dá mais R$ 50,00 e fica devendo R$ 400,00, e diz o seguinte: na
semana que vem, eu lhe darei o restante e não dá nada (somente depois 15 dias a sua
funcionária do lar recebe mais uma parte). Aí, já fechou o mês e você não acabou de
pagar esse mês e não sabe quando pagará o mês seguinte. E ela continua trabalhando
normalmente e não sabe nunca quando você pagará o restante ou não. Isso é
esquema de reforço de intervalo variável.
Por exemplo, as pessoas que vão para um hospital público, vão e não tem controle
algum se vão ser atendidas, que horas vão ser atendidas e que médicos a atenderão, e
essa falta de controle vai fazendo com que elas paralisem. Elas vão entristecendo,
ficam caladas e a cara das pessoas em uma fila de atendimento de um hospital público,
além da doença, é aquela cara de total desânimo, de total descontrole. Isso é um
exemplo também de esquema de reforço de intervalo variável, onde o sujeito
responde e se comporta no meio e não tem a menor noção de quando a resposta
chega.

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