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VALIDADE DOS RESULTADOS DE UM TESTE

1) Definição

Refere-se à capacidade de o teste medir aquilo a que se propõe medir. Por exemplo,
um teste criado para medir aptidão mecânica poderá não ser mais do que um teste
para medir a inteligência. Se esta situação for observada, diz-se que o teste não
apresentará boa validade.

2) Tipos de Validade

A determinação da validade dos resultados de um teste poderá ser observada a partir


de critérios de natureza estatística ou não. Neste sentido, podemos considerar os
seguintes tipos de validade:

2.1) Validade de Conteúdo

Refere-se ao exame sistemático do conteúdo do teste com o objetivo de verificar se


este realmente constitui uma amostra representativa do comportamento que se quer
medir. Isto quer dizer que os itens de um teste têm que representar, fielmente, os
seus objetivos. Desta forma, o controle da validade de conteúdo dos resultados de
um teste não será determinado estatisticamente e nem poderá ser expressa por um
coeficiente de correlação. Este tipo de validade será realizado pela análise de itens.

2.2) Validade de Critério

Este tipo de validade dos resultados de um teste está relacionado a um critério.


Refere-se à comparação entre os escores obtidos em um teste e os escores obtidos no
critério (resultados de um teste já validado). Trata-se de uma validade de natureza
empírica, isto é, aquela obtida a partir de escores que são comparados entre si.

2.2.1) Validade de Critério do tipo Preditiva ou de Predição

Este tipo de validade dos resultados de um teste está relacionado ao fato de os


mesmos predizerem algum tipo de resultado futuro. Estabelece-se uma correlação
entre os resultados do teste e as amostras subseqüentes tomadas como critério.
Operacionalmente, esta correlação é considerada a partir do coeficiente de
correlação entre os resultados do teste e os resultados da conduta tomada como
critério (resultados de um teste já validado, por exemplo). Por exemplo, este tipo de
validade de critério do tipo preditiva é utilizado em processos de seleção de pessoal.
2.2.2) Validade de Critério do tipo Concorrente ou Simultânea

Este tipo de validade dos resultados de um teste estabelece uma correlação entre os
resultados de um teste e os resultados de um critério, sem levar em conta um
considerável intervalo de tempo. Neste sentido, a diferença entre a validade de
critério do tipo preditiva e a validade de critério do tipo concorrente ou simultânea
reside no tempo em que o critério é utilizado e o objetivo de cada uma delas (a
primeira prediz um comportamento ou conduta e a segunda diagnostica).
Operacionalmente, a validade de critério do tipo concorrente é obtida a partir do
coeficiente de correlação entre os resultados de um teste e os resultados de um
critério. Por exemplo, testes de personalidade, de natureza objetiva, e alguns testes
de capacidade, utilizam este tipo de validade.

2.3) Validade de Conceito ou de Constructo ou Teórica

É o tipo de validade segundo a qual o pesquisador infere o grau em que uma pessoa
possui determinada característica, que supostamente aparece na realização do teste, e
que é determinada pela definição do conceito. Quando a característica medida não
for algo que se possa identificar com algum tipo de comportamento ou conduta, não
se poderá utilizar a validade de critério do tipo, mas uma validade do conceito em si
(validade de conceito). Desta forma, o critério passa a ser a teoria psicológica e o
processo de validação é igual aquele pelo qual se desenvolvem as teorias científicas.
NORMAS DE PADRONIZAÇÃO

1) Definição

Refere-se à uniformidade do processo de aplicação, avaliação e interpretação dos


resultados de um teste. Representa unificar segundo um padrão de modo que a única
variável seja o indivíduo testado. Em termos operacionais, significa transformar os
dados brutos em notas elaboradas.

2) Tipos de normas

Normalmente, existem duas formas de se transformar dados brutos em notas


elaboradas com o objetivo de unificar a linguagem e permitir a comparação entre
diferentes testes: normas de idade e normas de escore-padrão.

2.1) Normas de idade

Este tipo de norma leva em consideração, como critério de transformação de dados


brutos em notas elaboradas, a idade mental (o nível de inteligência em função da
idade cronológica ou real) e o quociente de inteligência (razão entre a idade mental e
a idade cronológica multiplicada por 100) dos indivíduos.

2.2) Normas de escore-padrão

Representa um conjunto de procedimentos que consiste em comparar as notas brutas


dos sujeitos com a média do grupo e com o desvio-padrão da distribuição. Os
escores-padrão podem ser obtidos por intermédio de transformações lineares e
transformações não-lineares.

2.2.1) Transformações Lineares (Escore-padrão Não-normalizado)

Estas transformações não modificam a forma da distribuição, ou seja, cada sujeito


ou indivíduo mantém a sua posição relativa na distribuição. Como exemplos destas
transformações, temos a tetronagem ou tetron, o desvio reduzido ou escore z e a
Nota Derivada ou Nota Z.
2.2.2) Transformações Não-Lineares (Escore-padrão Normalizado)

Estas transformações modificam a forma da distribuição (normalizam os resultados


ou dados brutos), ou seja, cada sujeito ou indivíduo não mantém a sua posição
relativa na distribuição. Como exemplos destas transformações, temos o percentil, a
ordem percentílica, o estanino e o esteno.

2.2.3) Transformações Mistas

O objetivo destas transformações também é normalizar a distribuição de dados, isto


é, normalizar os dados brutos obtidos inicialmente. Como exemplos destas
transformações, temos a Nota T (de McCall) e os Escores Centróides.

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