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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES/DPTO. DE PEDAGOGIA


DISCIPLINA: Fundamentos Teóricos Metodológicos de Língua Portuguesa- Turma 3NA/2023
PROF. Dra. Giselle Cristina Smaniotto
Acadêmicas: Priscila Lima e Sabrina Caroline de Souza

RESUMO DOS CAPÍTULOS 3 E 11 DO LIVRO:

ANTUNES, I. Textualidade: Noções Básicas E Implicações Pedagógicas. São Paulo:


Parábola, 2017.

CAPITULO 3

O capitulo três intitulados “O texto como objeto de estudo da língua”, de Irandé


Antunes traz a perspectiva da língua sendo pensada para além do linguístico. Já no inicio, a
autora (2017) aponta que “é no âmbito das relações textuais que podemos ver a complexidade
da conexão entre o linguístico, o cognitivo e o contextual”. Assim, o estudo que apenas se
detenha na morfossintaxe da língua será reduzido e artificial, como atualmente ainda ocorre
nas escolas brasileiras.
Tendo isso em mente, a autora enfatiza a relevância do estudo da linguagem em uso,
exigindo domínios de outros conjuntos de conhecimentos: linguísticos, semânticos e
pragmáticos, bem como conhecimentos já internalizados, aos quais já dominamos aos
diferentes usos da linguagem.
Neste sentido, o trabalho do professor de língua é amplo, na medida que investiga as
propriedades, estratégias, meios, recursos e efeitos de sentido. Contribui ainda que, não basta
somente as noções gramaticais e frases soltas para analisar o texto, quando se tem o objetivo
de levar os alunos a falarem, lerem e escreverem textos com clareza e coerência, de forma a
serem cidadãos críticos e participativos.
Antunes explica que ainda é comum nos primeiros anos da Educação Básica, a prática
de formar frases, sem qualquer dependência contextual explicita, sem interlocutores, sem
propósito comunicativo. Portanto, o que se pratica é a “não linguagem”, não intertextualidade
da língua, visto que contraria qualquer ocorrência do modo como as pessoas falam ou
escrevem.
Outro ponto que a autora esclarece é sobre as frases, que são constitutivas integrantes
do texto e somente através deste que poderá ser analisada. Além disso, ela agrega que há dois
tipos de compreender a frase, como constituinte do texto ou a frase como o próprio texto
(textos de frase única).
Assim, o trabalho com frases em sala de aula deve incitar o trabalho com textos,
podendo ser textos mínimos com uma frase, mas que tenham sentidos implícitos, podendo ser
utilizados listas, lembretes, avisos, informações, bilhetes, propagandas, enfim infinitas
possibilidades de textos com funções comunicativas.
Segundo Antunes (2017) os textos são atos comunicativos que alguém cria e dirige ao outro;
envolvem interlocutores; expressam sentidos e revelam uma determinada orientação temática; são
interpretáveis; cumprem uma função comunicativa, em determinadas situações sociais; são de um
gênero reconhecível e se inserem num determinado contexto social, [...] assim, fazem parte da
memória cultural de cada grupo.
A autora explica que segue uma concepção interacional, dialógica e funcional da língua, onde
as pessoas colaboram ativamente na produção de sentido para determinada situação. Ela distingue a
frase, do texto, como objetos de natureza distinta. A frase como sendo uma hipótese, um modelo do
que poderia ser dito; o texto como tendo autoria, propósito comunicativo, um evento real com data e
espaço determinados.
Sintetiza ainda, através de alguns exemplos que qualquer falante reconheceria nas
frases certos erros gramaticais, conjuntos como não sendo modelos a serem ditos em
português.
Em seguida, a autora contribui com a definição de texto como algo que foi dito ou
escrito numa dada situação de interação acerca de algum objeto, com finalidade particular,
orientação temática e função comunicativa, não sendo definida por seu tamanho. Assim revela
as dificuldades na elaboração de um texto, a escolha e a ordenação das sequências, conforme
o tipo ou o gênero de texto em questão são algumas delas.
Por fim, a autora argumenta que é na sala de aula que os alunos se darão conta de que
estão inseridos nas práticas ou nas rotinas das atividades comunicativas humanas.

CAPÍTULO 11 - livro “Textualidade” – Irandé Antunes

Na obra de Irandé Antunes, “Textualidade”, a autora nos chama à atenção sobre os


pressupostos e as implicações pedagógicas que podem ser desveladas em um texto, com o
intuito de trazê-lo para o centro do processo de ensino-aprendizagem. Antunes, vai discorrer
ao longo do livro sobre as propriedades que perpassam a gramática do texto, de forma alguma
visando abolir ou minimizar a importância da linguística, mas levando o aluno, a ampliar seu
olhar em relação ao que é texto, defendendo que a linguagem escrita vai muito além das frases
soltas e desconectas, portanto, não se deve ensinar uma escrita apenas de forma sintática e
técnica, porém, apresentando coerência, coesão, e principalmente, contextualizada, onde, no
momento da leitura de um texto, o interlocutor seja capaz de compreender o que ele quer
comunicar.

Preferencialmente, nos capítulos três e onze, de seu livro, Antunes vai dar ênfase à
relevância dos gêneros textuais em meio aos desdobramentos dos estudos de linguística, pois
são eles que vão definir do que se trata o texto, e ela ainda salienta que os gêneros textuais
apresentam características sociocomunicativas, ou seja, têm o poder de transmitir uma
mensagem na sociedade entre os indivíduos, por exemplo um anúncio, uma notícia, uma
carta, enfim, são inúmeros os exemplos e é por meio deles que nomeamos um texto, cujo o
qual, estará ligado diretamente ao nosso cotidiano e executará uma função social. A autora
caracteriza também a diferença entre os tipos textuais dos gêneros textuais, visto que apesar
de não executarem o mesmo papel, são concebidos equivocadamente como que uma coisa só,
sendo que tipos de texto se caracterizam tendo cerca de cinco categorias definidas, narração,
argumentação, exposição, descrição, injunção, enquanto os gêneros textuais, são inúmeros.

Em suma, o que Antunes elenca neste capítulo, é que devemos nos atentar para além da
morfossintaxe, observando o contexto pragmático que o texto contém, o que podemos inferir
sobre ele, sobretudo, que a mensagem transmitida tem sentido, significação e finalidades, as
quais nos façam interagir com ele, e interpretá-lo de acordo com nossos próprios saberes de
mundo e nos levando à uma reflexão mais intrínseca do que é texto.

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