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eHO-003
AGENTES FÍSICOS II
ALUNO
EQUIPE EAD
CCD - COORDENADOR DO CURSO À DISTÂNCIA
SÉRGIO MÉDICI DE ESTON
PP - PROFESSORES PRESENCIAIS
SÉRGIO MÉDICI DE ESTON
JOAQUIM GOMES PEREIRA
JOSÉ POSSEBON
MARCOS DOMINGOS DA SILVA
SÔNIA REGINA P. SOUZA
CPD - CONVERSORES PRESENCIAL PARA DISTÂNCIA
ANDRÉ LOMONACO BELTRAME
DIEGO DIEGUES FRANCISCA
FERNANDO MADEIRA PERISSÉ
GISELLE RAMIREZ CANEDO
IVAN KOH TACHIBANA
JULIANA SOUZA DE ALMEIDA
MARIA RENATA MACHADO STELLIN
MICHIEL WICHERS SCHRAGE
FILMAGEM E EDIÇÃO
DIEGO DIEGUES FRANCISCA
MARIA RENATA MACHADO STELLIN
PEDRO MARGUTTI DE ALMEIDA
IMAD - INSTRUTORES MULTIMÍDIA À DISTÂNCIA
ANDRÉ LOMONACO BELTRAME
IVAN KOH TACHIBANA
MICHIEL WICHERS SCHRAGE
CIMEAD – CONSULTORIA EM INFORMÁTICA, MULTIMÍDIA E EAD
CARLOS CÉSAR TANAKA
JORGE MÉDICI DE ESTON
PAULO SHINTARO FURUMOTO
APOIO ADMINISTRATIVO
NEUZA DO CARMO TEIXEIRA BARROS
VICENTE TUCCI FILHO
“Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer
meio ou processo, sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os direitos
autorais sobre este documento.”
SUMÁRIO
i
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1. RADIAÇÕES IONIZANTES I .................................................................. 1
1.1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 2
1.1.1. O ÁTOMO............................................................................................................. 2
1.1.2. O ELETRON-VOLT .............................................................................................. 3
1.1.3. IONIZAÇÃO E EXCITAÇÃO................................................................................. 3
1.1.4. RADIAÇÃO IONIZANTE....................................................................................... 6
1.1.5. A RADIOATIVIDADE ............................................................................................ 6
1.1.6. FONTES DE RADIAÇÃO IONIZANTE ................................................................. 7
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES............................................... 8
1.2.1. RADIAÇÕES DIRETAMENTE IONIZANTES ....................................................... 8
1.2.1.1. Partículas Alfa.................................................................................................... 8
1.2.1.2. Partículas Beta ................................................................................................ 11
1.2.2. RADIAÇÕES INDIRETAMENTE IONIZANTES.................................................. 12
1.2.2.1. Raios Gama..................................................................................................... 13
1.2.2.2. Raios X ............................................................................................................ 18
1.3. GRANDEZAS E UNIDADES ................................................................................. 19
1.3.1. ATIVIDADE......................................................................................................... 20
1.3.2. MEIA-VIDA FÍSICA............................................................................................. 20
1.3.3. DOSE DE EXPOSIÇÃO ..................................................................................... 23
1.3.4. DOSE ABSORVIDA............................................................................................ 23
1.3.5. DOSE EQUIVALENTE OU DOSE DE EFEITO.................................................. 23
1.4. TESTES................................................................................................................. 25
CAPÍTULO 2. RADIAÇÕES IONIZANTES II ............................................................... 28
2.1. EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE.......................................... 29
2.1.1. AÇÃO DIRETA E INDIRETA DA RADIAÇÃO .................................................... 29
2.1.2. RADIOSSENSIBILIDADE................................................................................... 29
2.1.3. SÍNDROME AGUDA DAS RADIAÇÕES ............................................................ 30
2.1.4. OUTROS EFEITOS AGUDOS ........................................................................... 31
2.1.5. EFEITOS TARDIOS ........................................................................................... 32
2.1.6. ACIDENTES COM FONTES RADIOATIVAS ..................................................... 32
2.2. LIMITES PARA EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO IONIZANTE .................................... 34
2.2.1. DIRETRIZES BÁSICAS DE RADIOPROTEÇÃO – CNEN NE 3.01 ................... 36
2.3. CONTROLE DA EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO IONIZANTE ................................... 39
2.3.1. FONTE DE RADIAÇÃO EXTERNA.................................................................... 39
2.3.1.1. Tempo.............................................................................................................. 39
2.3.1.2. Distância .......................................................................................................... 40
2.3.1.3. Blindagem........................................................................................................ 45
2.4. TESTES................................................................................................................. 54
CAPÍTULO 3. RADIAÇÕES IONIZANTES III .............................................................. 56
3.1. RADIAÇÃO INTERNA ........................................................................................... 57
3.2. CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA........................................................................... 57
3.3. DESCONTAMINAÇÃO .......................................................................................... 59
3.4. DETECTORES DE RADIAÇÃO IONIZANTE ........................................................ 61
3.4.1. CÂMARA DE IONIZAÇÃO.................................................................................. 61
SUMÁRIO
ii
OBJETIVOS DO ESTUDO
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
2
1.1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade o homem esteve exposto às radiações
ionizantes proveniente do espaço exterior, do solo, da água, do ar e dos seres vivos. O
crescente uso de fontes emissoras dessas radiações em atividades médico-hospitalares,
industriais e de pesquisa, evidenciou o risco potencial da exposição humana a elas. A fim
de melhor avaliar esse risco e proteger os indivíduos dos efeitos deletérios das radiações
ionizantes, foram desenvolvidos instrumentos de detecção e procedimentos de controle
da exposição. A Proteção Radiológica é a área do conhecimento que abrange os estudos
sobre as diferentes formas de geração de radiação ionizante, os meios para detectá-las,
a sua interação com sistemas biológicos e as técnicas para controlar a exposição
humana a elas.
1.1.1. O ÁTOMO
Toda a matéria é formada por átomos, os quais são compostos por partículas
positivas, negativas e neutras. As partículas negativas (elétrons), são encontradas
girando ao redor de um núcleo, arranjadas em camadas, denominadas orbitais
eletrônicos. No interior do núcleo, ligadas de forma bastante coesa, encontram-se as
partículas positivas (prótons) e as partículas neutras (nêutrons).
Se um átomo possuir mais elétrons do que prótons, ele terá uma carga elétrica total
negativa. E se o número de prótons for maior, a carga será positiva. Em geral, os átomos
não apresentam carga elétrica (são neutros), o que significa que existe uma igual
quantidade de prótons e de elétrons em sua constituição.
As características macroscópicas ou observáveis dos átomos são determinadas por
suas propriedades físico-químicas, dependentes da carga eletrônica do núcleo. Em
outras palavras, a forma como um átomo se apresenta (em temperatura e pressão
ordinárias, se é um sólido, líquido ou gás), e como reage com outros átomos para formar
moléculas, depende dos prótons no interior do seu núcleo. Assim, átomos apresentando
a mesma quantidade de prótons constituem-se em um elemento químico, pois
apresentam propriedades físico-químicas idênticas. Portanto, se aumentamos ou
diminuímos a quantidade de prótons em um núcleo temos átomos com características
físico-químicas diferentes, ou seja, estamos transformando um elemento químico em
outro totalmente diferente.
No interior do núcleo também existem os nêutrons, os quais compõem, juntamente
com os prótons, a massa do átomo. Existem 109 elementos químicos, cada um dos quais
representados por dois números: o número de massa (A) e o número atômico (Z). O
número de massa corresponde ao total de prótons e nêutrons existentes no interior do
núcleo. O número atômico representa a quantidade de prótons do interior do núcleo e é
igual ao total de elétrons distribuídos nas camadas eletrônicas, quando o átomo não é
ionizado. O elemento químico é representado pela fórmula:
A
Z X
Uma variação na quantidade de nêutrons não altera o comportamento
macroscópico do átomo, pois este depende unicamente da quantidade de prótons. Dessa
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
3
1
1 H Prótio (estável)
2
1 H Deutério (estável)
3
1 H Trítio (instável – radioativo)
1.1.2. O ELETRON-VOLT
A energia é definida como a capacidade de executar trabalho. Em geral, no Sistema
Internacional a energia é medida em Joule. Esta unidade é apropriada quando a massa é
da ordem de quilogramas. Quando trabalhamos em nível subatômico as massas
envolvidas são muito pequenas e resultando em energias inferiores a microjoules.
Portanto fez-se necessário definir unidade de energia muito menor que o joule. Esta
unidade de energia é o eletron-volt, a qual representa a energia adquirida por um elétron
ao ser acelerado por uma diferença de potencial de 1 volt.
−19
1eV = 1,6 × 10 Joules
1.1.3. IONIZAÇÃO E EXCITAÇÃO
Como foi exposto no início do capítulo, os elétrons são encontrados girando ao
redor núcleo, distribuídos não de uma forma aleatória, mas sim em camadas ou orbitais
eletrônicos. Cada uma dessas camadas é ocupada por um número específico de
elétrons, os quais são mantidos presos ou ligados com uma determinada quantidade de
energia (energia de ligação). Esta energia de ligação varia com o inverso da distância do
orbital ao núcleo. Desse modo quanto mais próximo do núcleo estão os elétrons, maior é
a energia que os mantém ligados ao átomo, e mais fortemente presos eles estão (Figuras
1.2. e 1.3.).
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
4
K L M N
E
N
E
R
G
I
A
D
E
L
I
G
A
Ç
Ã
O
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
5
K L M N
K L M N
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
6
1.1.5. A RADIOATIVIDADE
Se montarmos um gráfico da constituição nuclear dos átomos conhecidos (naturais
e artificiais), representando no eixo vertical o número de nêutrons e no horizontal o de
prótons, obteremos uma faixa larga e deslocada em direção ao eixo vertical (Figura 1.6.).
No seu trecho central e abaixo do número atômico 84, estão localizados núcleos
que não modificam a sua constituição interna (quantidade de prótons e nêutrons) com o
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
7
decorrer do tempo, sendo por esta razão considerados estáveis. Por outro lado, os
núcleos localizados nas bordas da faixa e no trecho a partir de 84, apresentam uma
variação na quantidade de prótons e nêutrons com o passar do tempo, e por isso são
denominados instáveis. Em outras palavras, ou eles apresentam um excesso de
partículas no seu interior, ou têm nêutrons demais ou nêutrons de menos para serem
estáveis.
Este estado de instabilidade representa um excesso de energia ou um gasto
energético para o núcleo. Tendo-se em vista que todos os sistemas na Natureza buscam
se rearranjar de tal forma que o seu gasto de energia seja mínimo, o núcleo atômico irá
sofrer uma série de transformações espontâneas até atingir o estado que represente o de
menor consumo energético (estado fundamental). Durante essas transformações o
núcleo se libera do excesso de partículas e energia que possui, modificando assim a sua
estrutura (desintegração) e diminuindo seu nível de energia (decaimento).
A radioatividade é definida como o fenômeno físico de emissão espontânea de
radiação ionizante por núcleos atômicos instáveis. Este fenômeno e as propriedades
radioativas de um núcleo independem do estado físico ou químico em que este se
apresenta. Tais propriedades dependem unicamente das características intrínsecas do
núcleo, e não podem ser alteradas por quaisquer ações externas (aquecimento,
congelamento, diluição, compressão, etc).
O fenômeno da emissão de radiação ionizante pode ocorrer naturalmente ou ser
induzido por meio do bombardeamento de núcleos estáveis com partículas carregadas,
como no caso de aceleradores de partículas, ou nêutrons, como ocorre nos reatores
nucleares. Os átomos naturalmente radioativos estão agrupados em séries, nas quais um
elemento se transforma em outro, sucessivamente, até atingir a estabilidade nuclear. O
primeiro elemento da série é denominado pai e o último corresponde ao elemento
estável. As quatro séries radioativas existentes na Natureza são o Tório, Netúnio, Urânio
e Actínio, conforme mostra a tabela 1.1.
241 209
Netúnio 94 Pu 83 Bi
238 206
Urânio 92 U 82 Pb
235 207
Actínio 92Th 82 Pb
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
8
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
9
A
Z X → ZA−−42Y + 24α + γ
Ra→222 + 2α + γ
226 4
88 86 Rn
Na Figura 1.7. é apresentado o esquema parcial de decaimento do Rádio-226. No
esquema pode-se notar que o Rádio-226 tem três caminhos para transformar-se em
Radônio-222, sendo que em dois deles ocorre a emissão de radiação gama. O elemento
formado (Radônio) é instável e, portanto, também sofrerá transformação nuclear.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
10
2,8 cm no ar e produz 4000 pares iônicos/mm. Para a maioria dos alfa emissores, quando
a fonte está localizada externamente ao corpo não se constitui em risco, posto que
mesmo as partículas alfa mais energéticas não atravessam a camada morta da pele.
Entretanto, em caso de irradiação interna, quando o material radioativo foi incorporado, o
risco para o indivíduo é elevado. Nestas condições toda a energia da radiação é
dissipada em tecidos vivos, produzindo o dano.
Na tabela 1.2. são apresentados alguns exemplos de fontes emissoras de
partículas alfa e as suas principais aplicações. Na coluna referente à energia o valor em
parênteses corresponde à porcentagem de desintegrações em que são emitidas
partículas alfa com essa energia, e o termo em colchete é a energia do raio gama emitido
após algumas das desintegrações.
Tabela 1.2. Fontes emissoras de partículas alfa, segundo a meia vida física, energia da
radiação e uso
Eα
Fonte Meia-Vida Usos
(MeV)
Reator nuclear.
3,950 (23%)
No passado (1928 a 1955), como
1,41x1010anos
232
Th 4,011 (77%)
90
contraste em diagnóstico radiológico
[γ (0,059)] (Thorotrast - dióxido de tório).
4,150 (23%)
238
92 U 9
4,51x10 anos 4,200 (77%) Reator nuclear.
[γ(0,048)]
210 5,305 (100%) Eliminadores de eletricidade estática.
Po 138,4 dias
84
[γ (0,803)]
5,456 (28%)
238 5,499 (72%) Detectores de fumaça.
94 Pu 86 anos
[γ(0,044; 0,010;
0,153)]
Diagnóstico (fonte radioativa do
analisador de mineral ósseo).
Terapêutico (fonte radioativa
5,443 (13%) intracavitária no tratamento de
241
95 Am 458 anos 5,486 (86%) malignidades).
[γ(0,060)] Medidor de gramatura de papel.
Detector de fumaça.
Eliminador de eletricidade estática.
Terapêutico (tratamento de
4,599 (5%) malignidades tais como: câncer uterino,
226
Ra 1602 anos 4,782 (95%) orofaríngeo, de bexiga, de pele e câncer
88
[γ(0,187)] metastático dos nódulos linfáticos).
No passado, como tinta de marcação.
Terapêutico (tratamento de
222 5,486 (100%) malignidades tais como: câncer uterino,
86 Rn 3,825 dias orofaríngeo, de bexiga, de pele e câncer
[γ(0,510)]
metastático dos nódulos linfáticos).
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
11
A
Z X →Z +A1Y + −10e + antineutrino
1
0 n→11H + −10e + antineutrino
32
15 P→1632S + −10e + antineutrino
Na Figura 1.8. é apresentado o esquema de decaimento do Fósforo-32. No
esquema de decaimento pode-se notar que o Fósforo-32 transforma-se no Enxofre-32
por um único caminho. O elemento formado (Enxofre) é estável.
32
15 P
β-
32
16 S
Figura 1.8. Esquema de decaimento do Fósforo 32
As partículas beta são emitidas com energia inferior à das alfa, apresentando a
maior parte valores abaixo de 4 MeV. Como a massa dessa partícula é da ordem da
massa do elétron orbital, a sua trajetória dentro do meio é irregular e a sua velocidade é
maior do que a da alfa. A densidade de ionização é relativamente elevada para as
partículas com energia mais baixa, posto que a velocidade é menor e, portanto, o tempo
de interação é maior. À medida que a energia aumenta o número a densidade de
ionização decresce, até o valor mínimo em 1 MeV. Em virtude de sua menor carga e
maior velocidade a partícula beta será mais penetrante do que a alfa. Como
exemplificado no tópico anterior, uma partícula beta com energia de 3MeV terá um
alcance no ar de 1000 cm e produzirá 4 pares iônicos/mm.
Em relação aos sistemas biológicos, a camada morta da pele já não oferece
blindagem suficiente para essa radiação, sendo necessárias energias tão baixas quanto
70 keV para penetrá-la. As partículas beta com energia inferior a 200 keV apresentam
uma penetrabilidade baixa, e as fontes que as emitem não são consideradas perigosas,
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
12
quando estão fora do corpo. Apesar do alcance da partícula beta ser maior do que o da
alfa, suas fontes emissoras são consideradas potencialmente perigosas em caso de
irradiação interna.
Uma atenção especial deve ser dada em relação ao material que encapsula ou
blinda essas fontes, posto que ocorre a emissão de radiação eletromagnética penetrante,
durante a desaceleração das partículas beta. A probabilidade de emissão aumenta com o
número atômico do absorvedor. Blindagens com material de número atômico inferior a 13
(por exemplo, alumínio), são as mais recomendadas.
Na tabela 1.3 são apresentados alguns exemplos de fontes emissoras beta puras
e as suas principais aplicações. Na coluna referente à energia o valor em parênteses
corresponde à porcentagem de desintegrações em que são emitidas partículas beta com
essa energia.
Tabela 1.3. Fontes beta-emissores puros, segundo a meia vida física, energia da
radiação e uso
Eβ
Fonte Meia-Vida Usos
(MeV)
Diagnóstico (metabolismo de esteróides,
consumo total de água).
3
1 H 12,35 anos 0,018 (100%) Pré-ionização de tubos eletrônicos.
Tintas de marcação.
14 Diagnóstico (metabolismo, metabolismo
6 C 5730 anos 0,156 (100%) de esteróides).
Diagnóstico (taxa de destruição de
eritrócitos, estudo de doença vascular
periférica, localização de tumores ocular,
de cérebro e de pele, estudo de
32
P 14,28 dias 1,710 (100%) carcinoma de mama, determinação de
15
volume sanguíneo).
Terapêutico (leucemia mielóide crônica,
leucemia linfóide crônica, metástase
esqueletal).
Terapêutico (tratamento de condições
benignas dos olhos tais como: pterígio,
ulceração traumática corneal, cicatrizes
90
Sr 28,5 anos 0,546 (100%) corneais, hemangioma da pálpebra,
38
vascularização da córnea e preparação
para transplante de córnea).
Medidor de espessura fixo.
35 Diagnóstico (determinação do volume de
16 S 87,51 dias 0,167 (100%) fluído extracelular).
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
13
carregadas, e estas é que irão ionizar o meio de forma semelhante a das radiações
diretamente ionizantes. Por necessitar de uma partícula secundária para produzir a
ionização, essas radiações são denominadas indiretamente ionizantes.
60
27 Co
β-
γ1
γ2
60
28 Ni
O elétron é a partícula secundária emitida após a absorção dos raios gama pelos
átomos do material por ele atravessado. São três os mecanismos de interação gama com
a matéria: a absorção fotoelétrica, o espalhamento Compton e a produção de pares.
Na absorção fotoelétrica toda a energia do raio gama é transferida para o elétron
fortemente ligado (Figura 1.10.), sendo a energia do fotoelétron dada pela relação:
E fe = E γ − E L
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
14
K L M
Figura 1.10. Absorção do raio gama com a emissão de elétron (Efeito Fotoelétrico)
K L M
γ
Figura 1.11. Espalhamento do raio gama pelo elétron (Espalhamento Compton)
Nesse processo parte da energia do raio gama é transferida para o elétron, que por
sua vez irá dissipar sua energia produzindo ionização. A probabilidade de ocorrência
desse tipo de interação decresce com o aumento da energia do raio gama e com o
aumento do número atômico do absorvedor. Esse é o principal mecanismo de interação
em elementos com baixo número atômico.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
15
Para raios gama de energia superior a 1,02 MeV ocorre a produção de pares.
Nesse mecanismo o fóton de raio gama ao passar nas proximidades de um núcleo,
desaparece, formando um pósitron e um elétron (Figura 1.12.).
K L M
E e + + E e− = 1,02 MeV
E cpar = E γ − 1,02
Em geral, o pósitron criado é aniquilado ao interagir com o elétron orbital do átomo
em cujo núcleo foi produzido o par. Desse modo a ionização produzida é decorrente da
dissipação da energia cinética do elétron produzido por esse mecanismo. A produção de
pares é o mecanismo predominante em materiais com número atômico elevado.
Na interação do raio gama com a matéria, cada fóton é removido individualmente
em um único evento. A redução da intensidade do feixe de raios gama é dada pelo
coeficiente de atenuação linear, segundo a relação:
I = I 0 × e − μlx
Onde:
I0 = intensidade do feixe sem o absorvedor
x = espessura do absorvedor
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
16
μ l = μ ef + μ ec + μ pp
Onde:
μef = probabilidade efeito fotoelétrico
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
17
Tabela 1.4. Fontes emissoras beta-gama, segundo a meia vida física, energia da
radiação e uso
E
Fonte Meia-Vida Usos
(MeV)
Medidores de espessura fixos.
147 β:0,224
Pm 2,62 anos Pré-ionização de tubos eletrônicos.
61
γ:0,122 Tintas de marcação.
β:1,392(100%)
Diagnóstico (determinação de sódio total,
γ:1,369(100%)
24
11 Na 15 horas circulação periférica).
γ:2,754(100%)
Diagnóstico (absorção intestinal de
gordura, função pancreática, fluxo vascular
β:0,250(3%) periférico, fluxo vascular cerebral,
β:0,336(9%) mapeamento do cérebro, localização da
β:0,607(87%) placenta, determinação do volume
β:0,810(1%) plasmático, conversão de trioleína, função
hepática, excreção hepática, função renal,
γ:0,080(2%)
131
I 8,04 dias
53
fluxo sanguíneo renal, obstrução do tracto
γ:0,284(5%) urinário, cintilografia estomacal,
γ:0,364(80%) cintilografia renal, cintilografia do fígado,
γ:0,637(9%) cintilografia cerebral, cintilografia da
γ:0,723(3%) tiróide, função da tiróide, cisternografia).
Terapêutico (câncer da tiróide,
hipertiroidismo).
β:0,672(95,5%)
γ:0,296(29%)
γ:0,308(30%)
192 γ:0,317(81%) Medidores de nível.
Ir 74,2 dias
77
γ:0,468(49%) Radiografia industrial.
γ:0,589(4%)
γ:0,604(9%)
γ:0,612(7%)
Terapêutico: fonte de teleterapia no
tratamento de malignidades.
Medidores de espessura.
β:0,514(93,5%) Medidores de densidade.
137
55 Cs 30 anos β:1,176(6,5%) Medidores de nível.
γ:0,662(93,5%) Chaves de nível.
Radiografia industrial.
Esterilização de produtos médicos,
farmacêuticos e alimentícios.
Diagnóstico (teste de Schilling).
β:0,314(100%) Terapêutico (fonte intersticial ou
intracavitária, ou fonte de teleterapia no
γ:1,173(100%)
60
Co 5,26 anos
27
tratamento de malignidades).
γ:1,332(100%) Esterilização de produtos médicos,
farmacêuticos e alimentícios.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
18
1.2.2.2. Raios X
A desaceleração de elétrons rápidos por colisão com um alvo resulta na emissão de
radiação eletromagnética, denominada raios X. A maior parte da energia do elétron é
transformada em calor e uma pequena parte na forma de raios X. Nos dispositivos
eletrônicos à vácuo, os elétrons emitidos por um filamento aquecido (o cátodo) são
acelerados pela diferença de potencial estabelecida entre o cátodo e o ânodo. Esses
elétrons ao colidirem com o alvo (ânodo) são bruscamente desacelerados, aquecendo o
alvo e emitindo radiação eletromagnética. O rendimento na produção de raios X é
proporcional ao número atômico do alvo, ou seja, quanto mais elevado for o número
atômico maior será a emissão de raios X. A energia máxima com que os raios-X são
emitidos é proporcional à diferença de potencial aplicada (voltagem de operação), e a
intensidade do feixe é proporcional à corrente e à voltagem. Como a proporção da
energia do elétron que é emitida na forma de radiação eletromagnética segue uma
distribuição normal, o espectro de emissão é contínuo.
Por ser uma radiação eletromagnética, os mecanismos de transferência da energia
dos Raios X para o meio são idênticos aos observados para os raios gama. Desse modo,
a ionização será produzida pelos elétrons secundários emitidos nos processos de
absorção fotoelétrica, espalhamento Compton e produção de pares. O poder de
penetração dos raios-X dependerá da energia da radiação. Assim os raios X de energia
muito baixa (E<5keV) serão prontamente absorvidos pelo alvo e estruturas do
equipamento. Os raios X usados para fins de diagnóstico têm sua a energia ajustada em
função do tecido a ser radiografado, sendo a voltagem de operação mais elevada para
tecidos mais profundos do corpo, tais como ossos.
Na tabela 1.5 são apresentadas algumas fontes de raios X, intencional e não
intencional, mais comumente utilizadas ou encontradas em ambientes de trabalho.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
19
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
20
1.3.1. ATIVIDADE
A atividade expressa a quantidade de transformações nucleares que ocorre por
unidade de tempo em um material contendo átomos com núcleos instáveis. Como em
cada transformação é emitida 1 partícula, e em muitos casos, 1 ou mais raios gama, a
atividade é uma medida da produção de radiação pelo material radioativo, e nos permite
avaliar quão radioativo é o material. A atividade é dada pela relação:
− λ t
A = A0 × e
Onde:
A = atividade atual de fonte
A0 = atividade inicial da fonte
λ = constante de decaimento (probabilidade de ocorrência da desintegração)
t = intervalo de tempo transcorrido
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
21
Quadro 1.1.
Sabendo-se que a atividade de uma fonte de Irídio-192 a 150 dias atrás era de 120
Curies, calcular a atividade atual da fonte.
Resposta:
é 74,2 dias.
casa decimal):
• Interpretando este resultado obsersamos que após 150 dias temos apenas
o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
22
(quilobecquereis)
(megabecquereis)
(gigabecquereis)
(terabecquereis)
(petabecquereis)
o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
23
o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
24
o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
25
1.4. TESTES
o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
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o
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Capítulo 1. Radiações Ionizantes I
27
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
28
OBJETIVOS DO ESTUDO
Possibilitar a compreensão dos aspectos principais da proteção radiológica. Neste
capítulo serão apresentados os efeitos biológicos, as normas básicas de proteção
radiológica e os meios controle das exposições.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
29
2.1.2. RADIOSSENSIBILIDADE
A rápida e intensa resposta da matéria viva frente ao impacto de uma irradiação é
denominada radiossensibilidade. Essa sensibilidade pode ser de uma célula, tecido ou
indivíduo.
A radiossensibilidade celular depende do estágio de divisão em que a célula se
encontra, sendo máxima entre a última telófase e o começo da prófase seguinte, quando
a cromatina oferece área superficial maior para irradiação. São mais sensíveis à radiação
as células que possuem taxa mitótica mais alta e mantêm por mais tempo a capacidade
de divisão. Outros fatores que aumentam a sensibilidade são a atividade metabólica
elevada e o maior grau de especialização da célula. A presença de oxigênio em elevada
concentração favorece a formação de peróxidos, conferindo maior sensibilidade à célula.
Estas características explicam a classificação apresentada na tabela 2.1., onde a maior
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
30
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
31
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
32
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
33
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
34
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
35
Quadro 2.1.
Seguindo uma exposição da pele aos raios gama observou-se que dose absorvida
inferior a 3Gy não resultava no aparecimento de sinais clínicos. Após receber uma dose
absorvida de 3Gy de raios gama a pele irradiada apresentará eritema (avermelhamento).
Ao aumentar a dose para 8Gy ocorrerá descamação seca. Aumentando para 15Gy
ocorrerá a descamação úmida. Acima de 25Gy ocorrerá a necrose da pele.
O efeito descrito acima é determinístico, ou não determinístico? Explicar.
Resposta:
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
36
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
37
Controle de Área:
Área Livre: isenta de regras especiais, onde as doses equivalentes efetivas anuais
(DEEA) não ultrapassam o limite primário para indivíduos do público.
Área Restrita: sujeita a regras especiais, onde as condições de exposição podem
ocasionar DEEA superiores a 2/100 do limite primário para trabalhadores.
Área Controlada: área restrita onde as DEEA podem ser iguais ou superiores a 3/10
do limite primário para trabalhadores.
Área Supervisionada: área restrita onde as DEEA são mantidos inferiores a 3/10 do
limite primário para trabalhadores.
Controle dos Trabalhadores:
• Nível de registro deve ser 1/10 da fração do limite anual aplicado ao período de
monitoração;
• Nível de investigação deve ser 3/10 da fração do limite anual aplicado ao
período de monitoração;
• Em áreas controladas as pessoas devem ser monitoradas individualmente;
• Imediatamente após exposições acidentais ou de emergência as doses devem
ser avaliadas;
• Devem ser submetidos a controle médico, trabalhadores que receberem, em
uma única exposição, dose superior a 2 vezes o limite primário.
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
38
Quadro 2.2.
A gamagrafia industrial é um ensaio não-destrutivo no qual é feita a radiografia de
peças com uso de radiação gama, normalmente gerada por fonte de Irídio-192. Durante a
operação a fonte é posicionada em um dos lados da peça e do lado diametralmente
oposto é colocado um filme radiográfico. A exposição do filme à radiação gama produzirá
a precipitação dos sais de prata, sendo o grau de enegrecimento do filme proporcional a
quantidade de precipitado. Nas áreas mais espessas da peça passará menos radiação,
consenquentemente haverá menor precipitação e a coloração do filme será mais clara.
Resposta:
tabela 2.3. temos que para exposição freqüente de trabalhador a dose equivalente
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
39
2.3.1.1. Tempo
A dose recebida pelo indivíduo é diretamente proporcional ao tempo de exposição,
desse modo quanto menos tempo ele permanece junto à fonte de radiação menor será a
sua dose. Por exemplo, se a taxa de dose equivalente a que um indivíduo estaria exposto
fosse 100 Sv/h, teríamos as doses equivalente de 100 Sv para 1hora, 50 Sv para 30
minutos e 25 Sv para 15 minutos.
•
H = H × Δt
• Sv
H = 100 ×
h
1h → H = 100 × Sv
30 min → H = 50 × Sv
15 min → H = 25 × Sv
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
40
2.3.1.2. Distância
A dose varia aproximadamente com o inverso do quadrado da distância, então
quanto maior a distância mantida entre o indivíduo e a fonte, menor é a dose recebida.
No caso de fontes emissoras alfa e emissoras beta a distância em relação à fonte já é
uma forma eficiente de proteção, posto que essas partículas têm um alcance
relativamente curto, tendo sua energia absorvida pela camada de ar existente entre a
fonte e o indivíduo. A relação da taxa de dose de exposição para uma fonte emissora
gama é:
• ΓA
X =
d2
Onde:
Γ = a constante de emissão específica de raios gama da fonte, a qual depende da
energia e da quantidade de raios gama emitidos.
A = a atividade da fonte.
D = distância entre a fonte e o ponto de medição
•
X = taxa de dose de exposição
Γ
Radionuclídeo -1 2 -1 -1
Ckg m Bq h Rm2Ci-1h-1
Césio-137 2,30x10-15 0,33
-15
Cobalto-60 9,19x10 1,32
-15
Irídio-192 3,34x10 0,48
-15
Iodo-131 1,53x10 0,22
-15
Potássio-42 1,39x10 0,14
-15
Rádio-226 5,75x10 0,825
-15
Sódio-22 8,36x10 1,2
-15
Sódio-24 12,80x10 1.84
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
41
Quadro 2.3.
Em decorrência de um acidente operacional o operador do irradiador para
esterilização de seringas descartáveis permaneceu a 50cm (0,5m) da fonte de Cobalto-
60, cuja atividade no dia era de 48.000 Curies, por um tempo estimado em 27 minutos.
Qual a dose de exposição a que o trabalhador esteve exposto? Algum limite foi
ultrapassado?
Resposta:
Sabe-se que:
era de 48.000 Ci
c) Da tabela 2.3. temos que a dose equivalente efetiva H dever ser inferior a
2 rem no período de 1 ano e que a dose equivalente H por órgão ou tecido deve ser
inferior a 50 rem;
gama da fonte é:
e) Considere que:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
42
ados.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
43
Quadro 2.4.
Ao realizar a atividade de gamagrafia de solda um dos procedimentos requeridos é
o isolamento físico da área com uso de cordas, conhecido como balizamento. O objetivo
é que as taxas de dose a partir da delimitação sejam tais que os limites anuais máximos
admissiveis não sejam ultrapassados. Como a dose para trabalhadores e para indivíduos
do público são diferentes, serão delimitadas duas áreas: a restrita (acesso permitido
apenas para indivíduos ocupacionalmente expostos à radiação ionizante) e a livre
(acesso livre para todos os trabalhadores). A dose para trabalhadores é maior do que
para indivíduos do público, portanto a distância para delimitação da área restrita será
menor do que a distância para área livre.
Sabendo que na operação de gamagrafia de solda é usada uma fonte de Irídio-192
com atividade no dia da operação de 30Ci, calcule a distância de balizamento para
trabalhadores e indivíduos do público. Para o cálculo da distância o valor de dose
equivalente a ser considerado deve ser o mais retritivo, ou seja o menor valo, de modo
que nenhum limite venha ser ultrapassado. O valor considerado é de dose equivalente
efetiva. A exposição dos operadores de gamagrafia é frequente.
Resposta:
Da tabela 2.3 temos que a dose equivalente efetiva para trabalhadores com
é 0,1 rem.
o
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Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
44
exposição é 1:
direita:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
45
fonte de Irídio-192 é:
2.3.1.3. Blindagem
Se o indivíduo tiver que trabalhar próximo à fonte por um longo período, a proteção
mais eficiente é a blindagem da fonte ou a interposição de uma barreira.
A atenuação de um feixe de raios gama é dada por:
I = I 0 × e − μx
Onde:
I = intensidade final do feixe de raios gama (após atravessar a blindagem).
I0 = intensidade inicial do feixe de raios gama (antes de atravessar a blindagem).
μ = coeficiente de atenuação linear do material, o qual é dependente da energia do raio
gama.
x = espessura do material.
A intensidade inicial (I0) pode ser determinada a partir da relação:
• ΓA
X =
d2
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
46
Tabela 2.6. Valores de camada semi-redutora segundo material e energia do raio gama
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
47
Quadro 2.5.
Um irradiador usado para esterilização de seringas descartáveis irá operar com
uma fonte de Cobalto-60 cuja atividade máxima será de 125000Ci. Para proteção dos
trabalhadores que ficarão na sala de controle adjacente à sala de irradiação será
construída uma parede de chumbo. Sabendo que a fonte ficará a 2m da parede, calcular
a espessura de chumbo necessária para que a dose anual para trabalhadores não seja
ultrapassada.
Resposta:
Sabe-se que:
frequente. Da tabela 2.3 temos que a dose equivalente efetiva é 2rem e a taxa de
fonte é:
Agora vamos calcular qual seria o fator de redução necessário para que o
Temos que a intensidade do feixe que atravessa a blindagem deve ser igual a
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
48
energia maior do raio gama emitido pelo Cobalto-60 é 1,332MeV. Comparamos este
valor com os apresentados na tabela 2.6. Como não há o valor exato, por
na equação:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
49
Para que a
Uma grandeza muito utilizada é a camada semi-redutora ou HVL (Half Value Layer)
que corresponde à espessura de material que reduziria a intensidade do feixe de
radiação gama à metade. A relação entre a camada semi-redutora e o coeficiente de
atenuação linear é obtida ao substituir-se I por I0/2,:
I0
= I 0 × e − μ HVL
2
Passando a exponencial para a esquerda e I0/2 para a direita temos:
2
e μ HVL = I 0 × ⇒ e μ HVL = 2
I0
Aplicando logarítimo neperiano em ambos os termos da equaçao temos:
ln e μ HVL = ln 2
Segundo a propriedade dos logarítimos podemos passar o expoente para a frente
do logarítimo:
μ HVL ln e = ln 2
Como lne=1 e ln2=0,693, substituindo na equação temos:
μ HVL = 0 , 693 0,693
ou HVL =
μ
Na tabela 2.6. são apresentados valores de camada semi-redutora para água,
alumínio e chumbo.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
50
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
51
Quadro 2.6.
Um irradiador usado para esterilização de seringas descartáveis irá operar com
uma fonte de Cobalto-60 cuja atividade máxima será de 125000Ci. Para proteção dos
trabalhadores que ficarão na sala de controle adjacente à sala de irradiação será
construída uma parede de chumbo.
• Sabendo que a 2m da fonte a taxa de dose de exposição é 41250R/h, calcular
quantas camadas semi-redutoras será necessário para reduzir a taxa de dose
de exposição a 0,001R/h.
• A partir do total de camadas semi-redutoras obtidas no item anterior, calcular a
espessura de água, alumínio e chumbo necessária para blindagem. Usar os
valores correspondentes à energia de raio gama de 1,5MeV.
Resposta:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
52
será:
da esquerda:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
53
Da tabela 2.6. temos que a HVL para a água é 12,158cm, substituindo este
valor na equação
Da tabela 2.6. temos que a HVL para o alumínio é 5,096cm, substituindo este
valor na equação
Da tabela 2.6 temos que a HVL para o chumbo é 1,175cm, substituindo este
valor na equação:
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
54
2.4. TESTES
1. Nos procedimentos de radiografia da arcada dentária os dentistas solicitam ao
paciente que segure o filme. Em termos de exposição à radiação ionizante, qual a
diferença de o paciente ou o dentista segurar o filme?
I. Caso o dentista segurasse o filme a sua dose anual seria maior que a do paciente
e sua exposição é freqüente.
II. Não existe diferença na exposição, o procedimento é meramente operacional.
III. O benefício recebido pelo paciente justifica a sua exposição e sua exposição é
eventual.
IV. Caso o dentista segurasse o filme, ele estaria protegido apenas se estivesse
com luvas.
a) 146.666 rem.
b) 293.333 rem.
c) 44.000 rem.
d) 8.799.990 rem.
e) 1.466.666 rem.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 2. Radiações Ionizantes II
55
a) 8,86 cm.
b) 17,95 cm.
c) 16,17 cm.
d) 32,75 cm.
e) 35,90 cm.
o
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Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
56
OBJETIVOS DO ESTUDO
Possibilitar a compreensão dos aspectos principais da proteção radiológica. Neste
capítulo serão apresentados os conceitos de irradiação interna e contaminação
radioativa, procedimentos de descontaminação, meios para controle do risco de
irradiação interna e tipos de equipamentos para detecção das radiações ionizantes.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
57
o
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Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
58
o
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Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
59
3.3. DESCONTAMINAÇÃO
O material radioativo deve ser removido ou eliminado do corpo o mais prontamente
possível, a fim de reduzir a dose interna e externa que o indivíduo venha a receber. Na
descontaminação pessoal externa adota-se métodos progressivamente agressivos, até a
total remoção do material depositado. Este procedimento deve ser cuidadosamente
realizado para preservar ao máximo a barreira mecânica proporcionada pela pele intacta.
Os métodos em ordem agressividade são apresentados na tabela 3.2.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
60
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
61
Isótopo Procedimento
Administração de diuréticos
Trítio
Aumento da ingestão de líquidos
Césio Administração de adsorvente (azul da prússia)
Tálio Administração de adsorvente (azul da prússia)
Iodo Administração de iodeto de potássio
Rádio Administração de EDTA (sal de cálcio e sódio)
Estrôncio Administração de EDTA (sal de cálcio e sódio)
Plutônio Administração de EDTA (sal de cálcio e sódio)
Cádmio Administração de EDTA (sal de cálcio e sódio)
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
62
o
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Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
63
o
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Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
64
3.5. TESTES
1. A irradiação é denominada interna quando o material radioativo encontra-se
dentro do corpo. Assinale a alternativa incorreta:
a) Uma das medidas de controle especificamente voltada para prevenir a entrada
no corpo do material radioativo em forma de poeira é o uso de EPIs.
b) Após a desposição do material radioativo nos órgãos ou tecidos é que dá-
se início à irradiação, porque durante o transito dentro do corpo a passagem
é rápida e a dose é dependente do tempo de exposição.
c) As principais formas pelas quais o material radioativo pode ingressar dentro do
corpo é a inalação, a ingestão e a absorção percutânea.
d) O tipo de controle ou de equipamento de proteção individual a ser adotado para
prevenir a irradiação interna dependerá das características físico-químicas do
radioisótopo.
e) O uso de sistemas enclausurados para manipulação de material radioativos é a
forma de controle preferencial contra a irradiação interna.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 3. Radiações Ionizantes III
65
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
66
OBJETIVOS DO ESTUDO
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
67
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
68
radiofreqüência,
microondas, NÃO
infravermelho, IONIZANTE
ELETROMAGNÉTICA luz visível e ultravioleta
RADIAÇÃO Raios χ, δ
IONIZANTE
CORPUSCULAR Raios α, β, neutrons
eV =1,602177 x 10-19 J
IONIZAÇÃO
Radiação secundária
Radiação primária
(a+)
Elétron ejetado -
(e )
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
69
orbital do elétron podendo ocorrer transferências dos elétrons orbitais entre camadas.
Excitação causa o aumento da energia interna no(s) elétron (s) do átomo com o qual
interagiu, contudo a energia cedida não tem potencialidade para ionizá-lo. A Energia
potencial da radiação é inferior a 12,4 eV.
Freqüência (f):
É o número de repetições da
onda, por unidade de tempo.
Medida em Hertz ou
CPS (ciclos por segundo).
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
70
Radiação I
It
Io Incidente
Ir Ie
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
71
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
72
Tabela 4.1. Radiação não ionizante e suas denominações em função dos parâmetros
comprimento de onda e freqüência
Comprimento
Nome Freqüência Observação
de onda
Ultravioleta 380 nm a 1 nm 7,5x1014 a 3x1017 Hz Até o
infravermelho é
380nm a 780 mais comum
Visível 4,3x1014 a 7,5x1014 Hz
nm classificar a
Infravermelho 780 nm a 1 mm 11
3x10 a 4,3x1014 Hz radiação em
termos do
Microondas 1mm a 30 cm 3 GHz a 300 GHz comprimento de
TV, FM, AM, CB 30 cm a 100 km 3 KHz a 3 GHz onda; para os
comprimentos
maiores costuma-
ELF 100 km - 3 KHz a zero Hz se usar a
freqüência.
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
73
4.3.2. RADIOFREQÜÊNCIAS - RF
São radiações de baixa freqüência e grande comprimento de onde e classificam-se
segundo a tabela 4.2.
o
eHO – 003 Agentes Físicos II / PECE, 3 ciclo de 2009.
Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
74
4.3.2.1. Aplicações
• Modulação de freqüência Áudio;
• Aplicações médicas;
• Fornos elétricos, aquecimento, solda, fusão e refino por indução e tratamento
por eletro-erosão;
• Monitor de vídeo;
• Radionavegação, comunicação da marinha/aeronáutica, monitor de vídeo.
4.3.3. MICROONDAS - MO
A radiação de microondas se localiza entre o infravermelho distante e as ondas de
rádio, tendo sido uma das últimas a serem criadas em laboratório e terem aplicação
comercial.
A energia de microondas é uma forma muito conveniente de aquecimento e em
determinadas situações apresenta várias vantagens sobre outras fontes de calor. É
limpa, flexível e reage instantaneamente ao mecanismo de controle. Além disso, impede
que os produtos de combustão ou o calor convectivo sejam adicionados ao ambiente de
trabalho. A facilidade com que esta energia é convertida em calor proporciona altas taxas
de conversão e aquecimento.
4.3.3.1. Aplicações
• Aquecimento doméstico e industrial - secagem - desidratação – esterilização;
• Radiodifusão FM, televisão, radares;
• Vulcanização de caucho, baquelite, poliéster e polimelana;
• Iluminação (lâmpadas fluorescentes);
• Ressonância magnética.
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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Fornos de microondas
Existem algumas controvérsias sobre a segurança dos fornos de microondas, onde
a radiação é absorvida pelos alimentos produzindo-se um quase instantâneo aumento de
temperatura. A energia gerada num forno de microondas provém do magnetrom
(transdutor da energia elétrica em radiação eletromagnética), sendo similar àquela
emitida pelos radares. Os maiores perigos estão associados a vazamentos desta energia,
e estes normalmente ocorrem junto às aberturas (portas, furos,...) do forno e envolvem as
vizinhanças desta. Os vazamentos normalmente decorrem de vedações já gastas, trincos
e fechaduras defeituosos e visores com trincas, etc. A falha do sistema de desligamento
do forno quando a porta se abre, pode expor pessoas nas proximidades a níveis de
radiação muito acima dos níveis seguros. Se adequadamente projetados e instalados, os
fornos de microondas raramente originam vazamentos, sendo o maior problema o
inadequado uso pelas pessoas e manutenções irregulares.
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.3.4. INFRAVERMELHO
Também chamada de calor radiante, é uma radiação com comprimento de onda (λ)
compreendido entre 1 μm a 780 ηm (0,78 μm), sendo subdividida em:
• 1,4 μm >λ>1 μm Infravermelho A
• 3,0 μm >λ> 1,4 μm Infravermelho B
• (780 ηm) 0,78 μm >λ> 3,0 μm Infravermelho C
4.3.4.1. Aplicações
A radiação infravermelha tem inúmeras aplicações associadas a aquecimento, e
industrialmente pode-se citar:
• Operação de fornos metalúrgicos e siderúrgicos;
• Fabricação e transformação do vidro;
• Forja e operações com metais quentes;
• Secagem e cozedura de tintas, vernizes, etc.;
• Solda elétrica;
• Desidratação de material têxtil, papel, couro, carnes, vegetais, potes de argila,
etc.;
• Doméstico - aquecimento residencial.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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U -C U -B U -A
λ
próximo Luz
Visivel
Ozon Eritema
Observações:
• 1 eV (elétron Volt) = 1,6 x 10-19 Joule;
• Radiação não ionizante: Onda eletromagnética com energia fóton inferior a
12,4 eV.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.3.6.1. Aplicações
• Trabalhos com exposição à radiação solar;
• Esterilização;
• Processos industriais;
• Controle de qualidade;
• Soldagem (elétrica/mig/tig);
• Uso médico (fisioterapia) e Odontologia.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.3.7. LASER
É a amplificação de radiação não ionizante, que tem como característica principal a
multiplicação de um único comprimento de onda da radiação tomada, dentre as radiações
já comentadas.
O termo laser é uma abreviação para “light amplification by stimulated emission of
radiation”, ou seja, amplificação da luz por estimulação da emissão de radiação.
4.3.7.1. Aplicações
• Indústria: microusinagem, soldagem de peças/corte de aço, alinhamento ótico,
levantamentos telemétricos e topométricos, fotocoagulação e holografia;
• Medicina: microcirugias, eliminação de tumores, tratamentos de pele;
• Odontologia.
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4.4.5. MICROONDAS
4.4.5.1. Ondas de rádio
A única preocupação com as ondas de radio se refere ao aquecimento através de
aquecedores de radiofreqüência. Apesar da exposição poder eventualmente ocorrer, ela
usualmente é bem localizada.
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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os mecanismos envolvidos nos efeitos induzidos por estes campos, eles ainda não são
totalmente conhecidos e pesquisas continuam a serem efetuadas.
A maioria dos estudos efetuados com seres humanos envolve trabalhadores
atuando na área de linhas de eletricidade e pessoas que vivem nas proximidades de
linhas de transmissão de altas voltagens. Estes estudos analisam fatores como a
incidência de câncer, desordens no sistema reprodutor, saúde geral e disfunções
congênitas, comparando os valores com dados da população geral. O que normalmente
tem sido obtido são resultados sugestivos, mas não conclusivos, principalmente devido a
problemas relativos a:
• Amostras pequenas com limitada validade estatística;
• Ausência de dados quantitativos apropriados quanto à duração da exposição e
dos níveis envolvidos;
• Incertezas no que se refere ao conceito de grupo de controle adequado.
Os problemas com as pesquisas e experimentos não os tornam inválidos, apenas
dificultam sua validação e os tornam suspeitos em certo grau. Mas o fato é que cada vez
mais se torna difícil vender casas próximas a linhas de alta voltagem!
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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níveis que os trabalhadores que operam junto às linhas. Finalmente concluiu que não se
sabe ainda se as curtas, mas intensas exposições dos trabalhadores causam efeitos
similares a exposições mais longas a níveis menores, como a que a estão submetidos
moradores próximos das linhas de transmissão.
Um dos resultados intrigantes da pesquisa é que não foi encontrada uma clara
correlação entre as doses recebidas pelos trabalhadores e a taxa de incidência de
câncer. Também não houve consistência para os resultados para cada empresa. Estes
fatos levaram os pesquisadores em relutar em afirmar que tinham encontrado evidências
conclusivas, relacionando câncer do sangue com exposição a campos magnéticos. Para
a população geral a leucemia afeta 3 em cada 200 pessoas durante a vida média do ser
humano no Canadá e França.
Os trabalhadores analisados tinham sido expostos a campos magnéticos médios de
até 5,4 microtesla, que é a unidade usada para medir este tipo de radiação. Estes
resultados foram obtidos com dosímetros usados por grupos de 2000 trabalhadores
durante uma semana. De acordo com a Ontario Hydro, o valor médio nos domicílios é da
ordem de 0,1 a 0,15 microtesla. Todavia, pessoas junto a aparelhos como fornos e
secadores de cabelo podem ser expostas a campos mil vezes maiores.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.8.2.2. Lasers
Alguns procedimentos para diminuir os efeitos de lasers são os seguintes:
• Usar roupas pesadas e reflexivas (brancas);
• Adotar as mesmas medidas protetoras dos soldadores a arco, como uso de
óculos com filtros para certos comprimentos de onda. Eles protegem contra
quase todos os lasers menos os mais potentes. O uso apropriado de óculos
deve levar em conta sua densidade ótica com relação ao comprimento de onda
do laser;
• As pessoas operando com lasers devem ser instruídas sobre os perigos dos
mesmos para a visão e evitar olhar diretamente o feixe primário ou reflexões
especulares do mesmo;
• Deve haver boa comunicação entre o operador do laser e as pessoas
trabalhando nas proximidades, de modo que todos recebam um aviso quando o
laser for ligado;
o
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.8.4. MICROONDAS
Os radares comumente usados para medir a velocidade nas estradas ou para
mapear o clima não geram uma condição de perigo, a menos que sejam visualizados
diretamente na frente da antena durante a operação e a uma distância de alguns metros.
Todavia, radares maiores como os de busca ou de alarme podem gerar campos de
intensidades perigosas, devendo ser checados antes que qualquer pessoa trabalhe em
frente à antena. As pessoas que trabalham perto ou ao redor de antenas de radares de
alta potência ou de instrumentos de teste de radares devem ser adequadamente
treinadas e supervisionadas para diminuir a exposição, além de ficar o menor tempo
possível perto das regiões de risco.
Para toda a gama de radiações de microondas, o dano só ocorrerá se as instruções
do fabricante não forem seguidas. Cada equipamento tem suas instruções específicas e
generalizações não devem ser feitas.
4.8.5. RADIOFREQÜÊNCIAS
As ações corretivas para os aquecedores de radiofreqüência são as mesmas que
as para os aquecedores de microondas. Devem ser seguidas as recomendações do
fabricante e os aquecedores devem ser bem blindados para conter ou divergir a energia
de radiofreqüência.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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4.9. TESTES
1. Qual dessas radiações não faz parte das radiações não ionizantes?
a) Ultravioleta.
b) Visível.
c) Microondas.
d) Cósmica.
e) ELF.
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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6. A expressão "efeito biológico" para o ser humano, é entendida como uma resposta
a um estímulo externo. No caso, o estímulo provocado pela energia das ondas
eletromagnéticas, podem causar respostas que promovem efeitos biológicos
patológicos para os trabalhadores. Então, podemos afirmar que a nocividade do
efeito biológico promovido pela radiação eletromagnética depende da:
I. Distância entre a pessoa exposta e a fonte emissora da radiação,
II. Intensidade das ondas de radiofreqüências emitidas;
III. Freqüência da radiação;
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Capítulo 4. Radiações não Ionizantes
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10. Um exemplo de um instrumento que não pode ser utilizado como um radiômetro
é:
a) Um fotômetro.
b) Um luxímetro.
c) Um termômetro.
d) Um radar.
e) Detector de metais.
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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OBJETIVOS DO ESTUDO
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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5.1. INTRODUÇÃO
Grande parte dos ambientes de trabalho oferecem condições propícias para a
sobrecarga térmica, que pode provocar reações fisiológicas como: sudorese intensa,
aumento da freqüência das pulsações e o aumento da temperatura interna do corpo, que
por sua vez, acabam provocando no trabalhador fadiga, diminuição da percepção e do
raciocínio e perturbações psicológicas que o levam ao esgotamento. Esta sobrecarga
térmica com o tempo pode provocar danos à saúde do trabalhador, com reflexos no
sistema circulatório e endócrino.
Os processos de trabalho como siderurgia, metalurgia, fundições, vidraria e outros
aliados ao arranjo físico deficiente, pé direito muito baixo e ausência de elementos para a
ventilação natural ou artificial, tornam os ambientes de trabalho inadequados sob o ponto
de vista de calor, tornando necessária a adoção de medidas de controle, algumas
bastante simples outras mais complexas, que exigem o conhecimento das características
do ambiente de trabalho para a sua execução.
Com a finalidade de se determinar os limites aceitáveis dessas exposições,
utilizam-se diversos índices de sobrecarga térmica e dentre eles, o mais utilizado é o
IBUTG, que por sua simplicidade, foi adotado pela nossa legislação.
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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Pelo mecanismo de trocas térmicas, o organismo ganha ou perde calor para o meio
ambiente segundo a equação do equilíbrio térmico:
M ±C ± R−E = S
Onde:
M = calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+)
C = calor ganho ou perdido por condução/convecção
R = calor ganho ou perdido por radiação (+/-)
E = calor sempre perdido por evaporação (-)
S = calor acumulado no organismo (sobrecarga)
Sendo:
S >0 hipertermia
S <0 hipotermia.
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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Calor perdido
radiação e convecção Calor perdido
menor que o produzido
pelo metabolismo por evaporação
Diminuição da
Sudorese
Circulação
inadequada na pele
Elevação na
temperatura do corpo
Distúrbio circulatório
EXAUSTÃO DO CALOR
(SÍNCOPE)
Distúrbio no mecanismo
central de controle
(Sudorese cessa)
Rápida elevação da
temperatura do corpo
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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com álcool e com sopro forte de um ventilador, seguido de massagem da pele resfriada.
A etapa de resfriamento deve ser parada quando a temperatura corpórea atingir 39°C.
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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5.5. ACLIMATIZAÇÃO
A aclimatização é a adaptação do organismo a um ambiente quente. Quando um
trabalhador se expõe ao calor intenso pela primeira vez, tem sua temperatura interna
significativamente elevada, com um aumento do ritmo cardíaco e baixa sudorese,
gerando um desconforto muito grande, com tonturas, náuseas, desmaios etc.
A aclimatização ocorre através de três fenômenos:
• Aumento da sudorese;
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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5.7. VELOCIDADE DO AR
A movimentação do ar é muito importante para o conforto térmico, pois aumenta as
trocas de calor bem como possibilita a retirada de ar quente e umidade e a insuflação de
ar frio nos ambientes.
Ela é medida através dos anemômetros que podem ser de dois tipos:
• Mecânicos: Formados por palhetas rotatórias e devido à sua baixa sensibilidade
são utilizados somente para velocidades mais que 0,75 m/s;
• Termoanemômetros: São bem mais sensíveis e se prestam para medir
velocidades muito baixas ou altas. São constituídos por duas espirais de níquel,
que formam os ramos de uma ponte de Wheatstone, sendo uma delas
aquecida. A velocidade do ar tem um efeito refrigerante sobre o fio aquecido, o
que faz variar sua resistência, que é medida em uma escala proporcional à
velocidade do ar.
Existe ainda um outro equipamento que serve para medir a velocidade do ar, que é
o catatermômetro, que é usado em sistemas de refrigeração. É um termômetro de álcool
com um bulbo maior que o normal e possui um depósito na parte superior e duas marcas
de referencia em sua haste. Devido à sua alta sensibilidade, se presta para medir
velocidades de 0,25 m/s ou menores.
Muitas vezes torna-se necessário estimar a velocidade do ar, que pode ser feita da
seguinte forma:
• Quando não se sente a movimentação do ar, provavelmente a sua velocidade é
Inferior a 0,30 m/s;
• Quando se sente uma ligeira brisa, a velocidade do ar está entre 0,30 e
0,60 m/s;
• Se o movimento do ar é suficientemente forte para movimentar peças leves de
vestuário, ou os cabelos, sua velocidade é superior a 0,5 m/s;
• Quando a sensação é de se estar em uma corrente forte de ar, a velocidade é
provavelmente de 1,5 m/s
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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Quanto menor for a diferença entre as duas temperaturas, maior será a umidade
relativa do ar.
O psicrômetro é girado manualmente, numa velocidade constante de uma
rotação por segundo, durante aproximadamente 1 minuto para atingir o ponto de
equilíbrio.
Existem tabelas, nas quais entramos com a temperatura de bulbo seco e com a
diferença entre ela e a de bulbo úmido, obtendo a umidade relativa do ar.
• De aspiração: O ar é forçado a passar pelos dois bulbos, através de uma
ventoinha mecânica ou elétrica.
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
103
Quadro 5.1.
Em um ambiente onde a temperatura de bulbo seco é de 26°C e a de bulbo úmido
é de 24°C, qual é a umidade relativa?
Resposta:
o
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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Capítulo 5. Avaliação e Controle da Exposição ao Calor
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EVAPORAÇÃO REQUERIDA
IST = -------------------------------------------- x 100
EVAPORAÇÃO MÁXIMA POSSÍVEL
Se o IST for maior que 100%, o ambiente é insalubre sofrendo o trabalhador uma
sobrecarga térmica, pois o calor trocado por evaporação será maior que a máxima
evaporação possível.
No entanto se o IST é menor que 100% não sign