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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA

LETÍCIA NAYARA SANTOS TENÓRIO

CINEMÁRIO:ENTENDENDO O PACIENTE COMO PESSOSA

A GAROTA DINAMARQUESA

SÃO CRISTÓVÃO – SE

2022
Estreado em 2015, A garota dinamarquesa é um filme dramático, baseado em fatos
reais, dirigido por Tom Hooper, com 1 hora e 59 minutos de duração. O filme retrata a vida de
Lily Elbe, no início da década de 20, considerada a primeiro transexual a passar por uma
cirurgia de redesignação sexual.

Einar Wegener, um pintor reconhecido na Dinamarca e casado com Gerda Wegener,


também pintora, encontra-se confuso sobre quem é após vestir peças femininas a pedido de
sua esposa, para auxiliá-la na conclusão de um quadro. Tendo sua versão feminina chamada
de Lili, Einar vestia-se cada vez mais com peças femininas, sentia e portava-se como uma
mulher. Depois de procurar médicos que explicassem seus sentimentos, ser tratado como algo
patológico, sugerindo tratamentos extremos e ineficazes, assumindo-se como Lili, encontrou
um profissional que o falou da transexualidade e da cirurgia de redesignação sexual, até então
não realizada e com muitos riscos. Lili aceita passar pelo procedimento, apoiada por sua
esposa, que consiste em duas fases. A segunda fase, realizada algum tempo após a primeira,
não teve tanto sucesso, Lili teve uma hemorragia e apesar de ter sobrevivido a cirurgia,
morreu horas após.

O filme aborda a descoberta de Lili enquanto mulher trans e os desafios para alcançar
seus desejos em uma época que muitos tratavam como doença, além disso, apresenta o quanto
o acolhimento profissional correto, o amor e a amizade vivido por ela e Gerda, fazem
diferença no processo. Lili nos mostra a beleza e a delicadeza de sermos quem somos, de nos
entendermos e sermos entendidos.

A escolha do filme deu-se por já ser conhecido e abordar questões ainda vivenciadas
hoje. A transexualidade, atualmente apresenta maior debate mundial e não está mais
classificada como transtorno mental. Apesar disso, agressões, criminalização e, até mesmo,
assassinato, não são tão incomuns em muitos países. Em muitos lugares do mundo, a
liberdade de ser quem é não é direito. Transexuais são excluídos socialmente, tratados como
transtornos mentais e submetidos a tratamentos extremos e sem nenhuma evidência científica.
Além dos muitos preconceitos, existe a dificuldade em acessar o sistema de saúde para as
alterações físicas desejadas, sendo por meio cirúrgico ou hormonal. No Brasil, há serviços
ofertados pelo sistema de saúde, gratuitamente, que atendem suas demandas. Entretanto, a fila
de espera do país, geralmente imensa, torna demorado o acesso. Ainda podemos destacar, a
falta de conhecimento e preparo de muitos profissionais para atendimento a especificidade do
público, algumas vezes, sendo abordada com preconceitos.
O filme trouxe a reflexão da abordagem de atendimento a públicos com demandas
específicas. A necessidade de um olhar holístico, acolhedor e conhecimento sobre o tema. A
busca por novidades, a necessidade de maior facilidade de acesso aos serviços de saúde e
debates em todos meios acadêmicos sobre a diversidade.

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