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Viçosa
2014
DARK SIDE OF THE MONEY: ANÁLISE DA MÚSICA “MONEY” NO CONTEXTO
DO SISTEMA CAPITALISTA
O ÁLBUM
“MONEY”
Entre as faixas encontra-se “Money”, single cuja letra faz uma crítica à
maneira com que o ser humano lida com o dinheiro no atual sistema vigente no
mundo.
“Money, get away Don't give me that do goody good bullshit
Get a good job with more pay and you're okay I'm in the high-fidelity first class travelling set
And I think I need a lear jet
Money, it's a gas
Grab that cash with both hands and make a Money, it's a crime
stash Share it fairly, but don't take a slice of my pie
New car, caviar, four star daydream
Think I'll buy me a football team Money, so they say
Is the root of all evil today
Money, get back But if you ask for a raise, it's no surprise that
I'm all right, Jack, keep your hands off of my they're
stack. Giving none away
Money, it's a hit (…)”
Segundo F. Massao Yabushita, em seu livro “The Dark Side of the Moon: A
obra-prima do Pink Floyd segundo a psicologia Junguiana” (2012): o homem visa o
acúmulo do capital e os gastos excessivos devido à satisfação do ego e o complexo
do poder, “a imagem de uma determinada situação psíquica de forte carga
emocional e, além disso, incompatível com as disposições ou atitude habitual da
consciência”. O complexo possui um caráter compulsivo, portanto faz com que o
indivíduo perca o controle e seja invadido por pensamentos e ações de cunho
afetivo sobreposto à suas vontades e sua capacidade de reflexão e decisão. Tal fato
desperta a subordinação de tudo ao seu ego, sempre pensando em benefício
próprio e sentindo-se poderoso.
As estrofes geralmente são iniciadas por uma frase de efeito que demonstra
repulsão em relação ao dinheiro, mas logo no verso seguinte é possível reparar uma
ideia completamente contrária: são passagens que demonstram apego ao capital,
retratando a hipocrisia daqueles que criticam não só o dinheiro como também o
sistema capitalista e sua forma de organização social, mas ao mesmo tempo o
veneram e se apropriam dele para exercer uma dominação que, segundo Max
Weber, é exatamente o fator responsável por essa organização social.
(Dinheiro, afaste-se
Money, get away Arrume um bom emprego com um
Get a good job with more pay and you're salário melhor e você fica ok
okay Dinheiro é um gás
Money, it's a gas Agarre essa grana com as duas mãos e
Grab that cash with both hands and faça um estoque
make a stash Carro novo, caviar, sonhos acordados
New car, caviar, four star daydream de quatro estrelas
Think I'll buy me a football team Acho que comprarei um time de futebol
para mim)
Na primeira estrofe, a frase inicial remete à ideia de que devemos nos libertar
do dinheiro, mas o segundo verso demonstra ganância ao almejar um emprego de
salário mais alto para ficar bem, retratando a riqueza como algo que liberta, e não
algo da qual se deve desprender. Ao dizer que “dinheiro é um gás”, entende-se que
ele é combustível; aquilo que move o mundo e, portanto devemos nos apoderar dele
custe o que custar. Estocá-lo permitiria a posterior aquisição de bens como um
carro novo, casas exuberantes e até mesmo um time de futebol.
Money, get back (Dinheiro, volte
I'm all right, Jack, keep your hands off of Eu estou bem, Jack, mantenha suas mãos
my stack. fora da minha grana
Money, it's a hit Dinheiro é um sucesso
Don't give me that do goody good bullshit Mas não me venha com essa grande
I'm in the high-fidelity first class travelling bobagem
set Estou no grupo de viagem de primeira
And I think I need a lear jet classe e alta fidelidade
E acho que preciso de um jatinho)
Em “Eu estou bem, Jack, mantenha suas mãos fora da minha grana”, Jack faz
alusão a um trabalhador de baixa renda que, no caso, é privado de sua parte no
custo da produção já que ela se direciona de forma majoritária aos indivíduos já
abastados que detêm os meios de produção. Nas outras estrofes, repara-se que o
dinheiro é visto como sinônimo de sucesso, que de maneira alguma será alcançado
pelo proletariado. Tem-se então a presença da teoria marxista da mais-valia, onde:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARBACHE, Michel. 'The Dark Side of the Moon' – Uma análise geral. Juiz de For a.
10/09/2008. Disponível em:
<http://letrasincertas.blogspot.com.br/2008/07/money.html>. Acessado em: 02 jun.
2014.
ASCENÇÃO, Érico. The Dark Side of the Moon (Pink Floyd) - A obra-prima do
Rock. São Paulo. 27/07/2009. Disponível em:
<http://albunsdecabeceira.blogspot.com.br/2009/07/dark-side-of-moon-pink-floyd-
obra-prima.html>. Acessado em: 02 jun. 2014.
RAMONE, Raul. The Dark Side of the Moon: A obra-prima do Pink Floyd segundo
a psicologia Junguiana. 12/10/2012. Disponível em:
<http://www.rocknbeats.com.br/2012/10/12/the-dark-side-of-the-moon-a-obra-prima-
do-pink-floyd-segundo-a-psicologia-junguiana-leia-trechos-do-livro/>. Acessado em:
02 jun. 2014.
SALA, Alex. Pink Floyd - Discografia. São Paulo. 19/11/2010. Disponível em:
<http://murodoclassicrock4.blogspot.com.br/2010/11/pink-floyd-discografia.html>.
Acessado em: 02 jun. 2014.