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Capítulo 9

Coroa Parcial 7/8

A coroa parcial 7/8 é uma variação muito a coroa parcial 7/8 pode ser considerada
especial da coroa parcial 4/5 e pode ser um ótimo retentor de prótese fixa quando
empregada, com sucesso, em pré-mola- colocada num elemento de suporte com
1
res e molares superiores e inferiores. É coroa clínica curta, o que poderia prejudi-
indicada para os dentes com cúspide car a retenção ou a resistência de uma
mésio-vestibular intacta, mas pode ser coroa parcial 4/5. É usada como retentor
usada também em dentes com restaura- de prótese fixa com espaço protético de um
ção, cáries, descalcificações ou fratura da pôntico, quando a coroa total metálica é
2
cúspide disto-vestibular. Se executado solicitada pela sua maior retenção, porém
corretamente, é um preparo conservador, a coroa parcial 7/8 é uma consideração
obtendo-se então, restauração com acei- estética.
tabilidade estética, principalmente no pré- Enquanto que a coroa parcial 7/8, à pri-
molar superior. meira vista parece exótica e difícil na con-
A indicação clássica para seu uso é no fecção, na segunda vista mostra que o
primeiro molar superior, isto porque, uma preparo é na verdade, uma simples modifi-
grande restauração incluindo a superfície cação prática da coroa parcial 4/5, do tipo
disto-vestibular, exclui o uso de uma coroa padrão. O preparo do dente para coroa par-
parcial 4/5. Se o preparo for cuidadosa e cial 7/8 é atualmente considerado mais fá-
habilidosamente realizado, os contornos da cil do que um preparo para coroa parcial
cúspide mésio-vestibular esconderão o apa- 4/5, porque a extensão mesial da linha de
recimento do metal, cobrindo a cúspide dis- terminação vertical, na superfície disto-ves-
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to-vestibular. Esta vantagem, associada tibular, tem melhor acesso para a coloca-
com o fato de que a coroa metalocerâmica ção do sulco e dá acabamento de margem
não reproduz a superfície externamente lisa pelo profissional. É também fácil de manter
e íntegra do esmalte, faz com que a coroa a higienização pelo paciente.
parcial 7/8 seja uma excelente restauração As fases do preparo de um molar supe-
para muitos pacientes. rior para receber uma coroa parcial 7/8 são
A coroa parcial 7/8 cobre a superfície dis- apresentadas na Figs. 9-1 a 9-43.
to-vestibular do dente e apresenta signifi- As Figs. 9-44 até 9-52 mostram os exem-
cantemente a melhor retenção e resistên- plos clínicos de molares superiores e infe-
cia do que teria a coroa parcial 4/5.5 Ainda, riores restaurados com coroas parciais 7/8.

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Coroa Parcial 7/8

RETENÇÃO COMPARATIVA DOS


RESISTÊNCIA COMPARATIVA DOS
DESENHOS DE PREPAROS
DESENHOS DE PREPAROS
300 j—
3119
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3000
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PREPAROS
PREPAROS

Fig. 9-1 Comparação dos valores de retenção para Fig. 9-2 Valores de resistência para coroas 7/8, 4/5
coroas 7/8,4/5 e total veneer.5 e total veneer.5

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-3 Redução oclusal: broca diamantada tronco-


cônica de ponta arredondada e broca carbide nQ 171.

Fig. 9-4 Os sulcos de orientação são colocados a


uma profundidade de 1,5 mm nas cristas triangula-
res e nos sulcos principais de desenvolvimento das
cúspides linguais com broca diamantada tronco-
cônica de ponta arredondada. Os sulcos nas cús-
pides vestibulares têm 1,0 mm de profundidade na
maioria das áreas, mas eles se tornam mais rasos
conforme se aproximam do ângulo ocluso-vestibu-
lar da cúspide mésio-vestibular.

Fig. 9-5 Uma vista vestibular dos sulcos de orien-


tação mostra a diferença na profundidade de pene-
tração dos sulcos no ângulo ocluso-vestibular. Os
sulcos na cúspide disto-vestibular têm a profundida-
de do diâmetro da broca diamantada no seu ângulo,
enquanto os da cúspide mesial ficam mais rasos
no ângulo correspondente.

Fig. 9-6 A redução oclusal real consiste em remover a


estrutura remanescente do dente entre os sulcos de
orientação e, em alisar as superfícies reduzidas até os
planos inclinados. A redução tem 1,0 mm nas cúspides
não funcionais, com um pouco menos perto do ângulo
ocluso-vestibular da cúspide mésio-vestibular. A redu-
ção da cúspide funcional é de aproximadamente 1,5 mm.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-7 Biselado da cúspide funcional: broca dia-mantada


tronco-cônica de ponta arredondada e broca carbide
ns 171.

Fig. 9-8 Também se faz sulcos de orientação nas in-


clinações linguais das cúspides linguais, com a broca
diamantada tronco-cônica de ponta arredondada.

Fig. 9-9 A broca diamantada é orientada de modo que


fique paralela à inclinação das cúspides opostas.

Fig. 9-10 O biselado da cúspide funcional é feito remo-


vendo-se as "ilhas" de estruturas isoladas pelos sulcos
de orientação. Ele se estende ao redor do sulco central,
tornando-se mais estreito conforme o sulco também vai
ficando. Certifique-se de que haja ampla redução ao re-
dor do sulco disto-lingual, ou a espessura do padrão de
cera ficará comprometida nessa área.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-11 A redução oclusal e o biselado da cúspidefun-


cional são terminados com uma broca carbide n 9
171, para remover as áreas ásperas que podem
impedir o completo assentamento da restauração.

Fig. 9-12 Redução axial lingual e vestibular: broca


diamantada torpedo.

Fig. 9-13 A redução axial lingual é obtida com uma bro-


ca diamantada torpedo de lados paralelos. A ponta é
mantida supra-gengivalmente durante os estágios ini-
ciais de redução e é depois levada subgengivalmente,
se necessário, como passo final. A ponta da broca, de
extremidade em chama, produz uma linha de termina-
ção em chanfro.

Fig. 9-14 Quando o dente que está sendo prepara-


do é elemento de suporte de uma prótese, estender
a redução axial até a superfície mesial com a broca
diamantada torpedo. Ela deve terminar próximo ao
ângulo mésio-vestibular. Certifique-se de manter a
broca diamantada reta e paralela com o eixo de in-
serção do preparo. Há uma tendência de incliná-lo
mesialmente para colocar todo o comprimento da
broca diamantada em contato com a parede mesial,
ao começar com o primeiro toque da broca. Isso
deve ser evitado, porque produz uma parede mesial
retentiva.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-15 Realizar a redução axial disto-vestibular com


a mesma broca diamantada torpedo. Essa redução deve
terminar cerca de 1,0 mm mesial ao sulco vestibular.
Estendê-la o mais próximo possível da área interproximal,
sem tocar o dente adjacente.

Fig. 9-16 Uma vista oclusal do preparo neste ponto, re-


vela uma área de contato distai intacta, com a redução
axial vestibular e lingual terminando perto do contato
com o dente adjacente.

Fig. 9-17 Completar a redução axial: broca diamantada


fina e curta e broca diamantada torpedo.

Fig. 9-18 A estrutura interproximal remanescente é re-


movida com a ponta da broca diamantada fina e curta.
Entrar na ameia vestibular ou lingual com a broca para-
lela ao plano de inserção do preparo, movendo-a de
oclusal para gengival, conforme ela é empurrada atra-
vés da área de contato.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-19 Pode ser útil deixar a broca diamantada na


horizontal, paralela à superfície distai do dente que
está sendo preparado. A seguir, levar a broca atra-
vés da crista marginal.

Fig. 9-20 Uma vez que há espaço para que a broca


diamantada entre na área interproximal, passá-la
ligeiramente de vestibular para lingual, alisando a pare-
de distai e a linha de terminação, como de costume.

Fig. 9-21 Se a área de contato estender muito gen-


givalmente, como, às vezes, acontece entre os molares
superiores, pode ser necessário empregar a broca dia-
mantada em forma de chama, antes da broca diamantada
torpedo. Embora ambas as brocas tenham o mesmo
diâmetro no corpo, a broca diamantada em forma de cha-
ma tem a ponta mais comprida e fina, que pode ser usa-
da para ganhar acesso perto da papila interdental.

Fig. 9-22 Quando há espaço suficiente, mudar para a


broca diamantada torpedo para completar a redução
axial. Certifique-se de arredondar os ângulos entre as
superfícies proximais e a vestibular e lingual. Há uma
tendência de deixá-los "quadrados" e a redução ina-
dequada nos ângulos do dente é uma das causas que
levam ao sobrecontorno em restaurações fundidas. O
chanfro deve ser liso e sem interrupções onde ele
passa de uma superfície para outra. ^W«HI

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-23 Acabamento axial: broca carbide torpedo.

Fig. 9-24 Alisar a superfície axial e, mais importante, a


linha de terminação em chanfro, que deve ser termina-
da com a broca de carbide para acabamento, em con-
junto com o tamanho e a configuração da broca dia-
mantada torpedo.

Fig. 9-25 Sulcos: broca carbide ne 171.

Fig. 9-26 Alinhar a broca fissurada tronco-cônica com o


longo eixo do preparo. Embora os sulcostenham o ta-
manho da broca carbide n 9 171, o iniciante pode
desejar começar o sulco com uma broca carbide
n9 169L, uma vez que ela permite que o sulco seja
realinhado ou reposicionado ligeiramente, sem
aprofundar demais, se o alinhamento estiver incor-
reto. Ele pode ser corrigido quando não se estiver
satisfeito com sua posição e direção.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-27 Fazer o sulco mesial com a broca carbide


ne 171. Em um elemento de suporte de uma prótese,
todo o sulco pode ser feito simultaneamente. Quan-
do há um dente adjacente ao sítio, o sulco deve ser
aprofundado progressivamente de 1 ou 2 mm, co-
meçando da superfície oclusal (ver pág. 104). O
sulco deve ser feito com diâmetro total de uma bro-
ca carbide ns 171, paralelo ao eixo de inserção do
preparo e estendendo-o 0,5 mm antes da linha de
terminação gengival. O fundo do sulco deve ter um
pequeno plano, definido e não deve desaparecer
conforme se aproxima da linha de acabamento.

Fig. 9-28 Usar a mesma broca para preparar o sulco


vestibular. Esse sulco deve estar corretamente alinhado
com o eixo de inserção. Muitos iniciantes concentram-
se tanto em alinhá-lo corretamente no sentido vestíbulo-
lingual e esquecem de verificar o sentido mésio-distal.

n
gg

Fig. 9-29 Biselados: broca diamantada e carbide


em chama.

Fig. 9-30 O biselado mesial é formado com uma


broca diamantada em forma de chama. Deve ser
estreito na gengival para depois tornar-se progres-
sivamente mais largo no sentido oclusal. O biselado
será preparado igualmente às custas da parede ves-
tibular do sulco e da parede externa do dente. Por
causa da convexidade da superfície mesial do den-
te, a diferença na largura deve ser bem notável.

181
Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-31 A broca diamantada em forma de chama


também é usada para fazer o biselado vestibular,
Uma vez que a superfície vestibular não tenha uma
convexidade marcante, esse biselado será apenas
ligeiramente mais largo na extremidade oclusaldo
que na gengival.

Fig. 9-32 Deve-se usar uma broca carbide em forma de


chama, cujo tamanho e forma combinem com a broca
diamantada nessa mesma forma, para dar acabamento
nos biselados.* Isso produz um biselado liso com linha
de terminação distinta.

*NS H48L-010, Brassler USA Inc., Savannah, Ga.

Fig. 9-33 Pode-se usar um disco abrasivo de papel


ou de plástico, para formar e dar acabamento nos
biselados, quando o acesso for adequado. Tomar
cuidado extremo ao usar essa técnica na boca
porque o lábio do paciente pode ser traumatizado.
O biselado deve ser plano e a linha de terminação
deve ser contínua. Se o biselado assumir uma for-
ma convexa com a linha de terminação "arredonda-
da", é porque o disco estava gasto. Deve-se substi-
tuí-lo, e o biselado deve ser retocado.

Fig. 9-34 Canaleta oclusal: broca carbide ne 171.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-35 A canaleta oclusal é feita com uma broca


carbide n s 171. Sua superfície deve ser quase per-
pendicular ao eixo de inserção e forma um "terra-
ço" na vertente da inclinação lingual na cúspide
mésio-vestibular. Uma de suas funções é proporcio-
nar espaço para um volume de metal que reforçará
a margem. A canaleta oclusal deve unir as paredes
linguais com os sulcos. Dessa maneira, o metal na
área correspondente da restauração une o volume
de metal nos sulcos, para proporcionar o "efeito de
amarria", descrito por Willey.7

Fig. 9-36 Arredondar o ângulo entre a borda oclusal da


canaleta e os planos inclinados da cúspide mésio-vesti-
bular, com uma broca carbide n9171. Continuar esse
arredondamento na direção mesial e vestibular dos
biselados, de modo que não haja ângulos agudos entre
a superfície oclusal da cúspide mésio-vestibular em seus
dois biselados.

Fig. 9-37 Usar a broca carbide n2170 para arredondar


os ângulos agudos na superfície oclusal. Verificar no-
vamente a redução oclusal da cúspide disto-vestibular
nesse momento, para assegurar-se de que ela foi
suficiente. Há uma tendência comum de não reduzi-la
muito, o que causa graves problemas quando se fabri-
ca a padrão de cera.

Fig. 9-38 Bisel de acabamento oclusal: broca dia-


e
mantada em forma de chama e broca carbide n 170.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-39 O bisel de acabamento oclusal pode ser feito


com uma ou várias brocas. Uma broca diamantada em
forma de chama de granulação fina pode ser usada
para fazer um bisel de acabamento ocluso-vestibular.
Ela produz um acabamento tosco, portanto, deve ser
seguida por uma broca de carbide.

Fig. 9-40 A broca de escolha, contudo, é a broca car-


bide ng 170 ou a broca carbide em forma de chama
longa, uma vez que a broca de carbide produz uma
superfície mais lisa e uma linha de terminação mais
nítida. O bisel é feito em ângulo reto com o eixo de in-
serção e tem 0,5 mm ou um pouco mais de largura.

Fig. 9-41 O bisel é arredondado sobre o ângulo próxi-


mo-oclusal, para harmonizar com os biselados proximais.
Certifique-se de que a borda externa do bisel seja contí-
nua com a borda do biselado, para produzir uma linha
de terminação contínua. Os ângulos agudos na linha de
terminação do preparo provavelmente causam bolhas
no ângulo correspondente no modelo de gesso.

Fig. 9-42 Vista oclusal do preparo de uma coroa sete


oitavos em primeiro molar superior. Observe que depois
da adição do biselado vestibular, a linha de terminação
distai ficou para mesial ao sulco vestibular anatómico.

184
Coroa Parcial 7/8

Linha de terminação
em chanfro
Integridade marginal
Preservação do periodonto
Bisel da cúspide
funcional
Durabilidade
estrutural
Redução axial
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Preservação do periodonto

Canaleta oclusal
Durabilidade estrutural

Redução da superfície oclusal


Durabilidade estrutural
Bisel de acabamento
Biselado oclusal
Integridade marginal Integridade marginal

Sulco vestibular Sulco mesial


Retenção e resistência Retenção e resistência
Durabilidade estrutural Durabilidade estrutural

Fig. 9-43 Características da coroa sete oitavos e função de cada uma delas.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-44 Foi feito um preparo para coroa sete oitavos


nesse primeiro molar superior com abrasão severa.

Fig. 9-45 A coroa sete oitavos terminada é vista já


cimentada no dente preparado.

Fig. 9-46 Selecionou-se uma coroa sete oitavos para


este segundo molar porque a lingualização do primeiro
molar tornou o segundo molar mais visível que o nor-
mal. O dente preparado é visto na boca (esquerda)
e no modelo de gesso (direita). Colocou-se um sulco
na região disto-lingual do dente para aumentar a resis-
tência e para modelar o sulco disto-lingual no padrão
de cera.

Fig. 9-47 A coroa sete oitavos terminada é vista na


boca.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-48 Uma vista oclusal do preparo para coroa sete


oitavos em um primeiro molar superior, elemento de su-
porte da prótese, mostrando a inclusão das caixas mesial
e distai para englobar a cárie de uma restauração
anterior (esquerda). À direita, observa-se uma vista
vestibular do preparo.

Fig. 9-49 Esta é uma vista vestibular da prótese termi-


nada, colocada num elemento de suporte em um molar
com uma coroa sete oitavos.

Fig. 9-50 Vista oclusal da mesma prótese que subs-


titui dois pré-molares superiores perdidos.

Fig. 9-51 A destruição da estrutura central do dente foi


grave neste primeiro molar inferior e o desenho de co-
roa sete oitavos foi selecionado para proteger a estru-
tura vestibular íntegra. O uso de uma coroa total teria
destruído muito a estrutura vestibular remanescente,
exigindo a colocação de um núcleo antes de prosseguir.

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Coroa Parcial 7/8

Fig. 9-52 A coroa sete oitavos cimentada é vista no


primeiro molar inferior.

Referências
1. Kessler, J. C., and Shillingburg, H. T. The seven-ei- 5. Potts, R. G., Shillingburg, H. T., and Duncanson, M.
ghtscrown. Gen. Dent. 31.132, 1983. G. Retention and resistance of preparations for cast
2. Ingraham, R., Bassett, R. W., and Koser, J. R. An restorations. J. Prosthet. DenL 43:303, 1980.
Atlas of Cast Gold Procedures. 2nd ed. Buena Park, 6. Higdon, S. J. tooth preparation for optimum contour of
CA: Unitro College Press. 1969, 165. full coverage restorations. Gen. Dent. 26:47, 1978.
3. Shillingburg, H. T., and Fisher, D. W. The partial ve- 7. Willey, R. E. The preparation of abutments forveneer
neerrestoration. Aust. Dent. J. 17:411, 1972. retainers. J. Am. Dent. Assoe. 53:141, 1956.
4. Crispin, B. J. Conservation alternatives to full esthetic
crowns. J. Prosthet. Dent. 42:392, 1979.

188
Capítulo 10

Meia Coroa Proximal

Um problema sério para o dentista é o telescópicas que serão posicionados nos


aproveitamento de um molar inferior incli- respectivos copings dos dentes de supor-
nado, quando for inevitavelmente necessá- te requer a destruição de considerável es-
rio para o elemento de suporte. Na maioria trutura do dente e não deveria ser usada
de desenhos de preparo, o eixo de inser- para restaurar dentes com um mínimo de
ção é paralelo ao longo eixo do dente, ou destruição.
então, perpendicular ao plano oclusal. Isso Outro desenho menor destrutivo de
permite obter adequada resistência para a retentor para suporte inclinado é a meia
47
carga oclusal, facilitando também o assen- coroa proximal ' que é uma variação da
tamento da restauração. coroa parcial 4/58"10. No conceito, é uma
Quando a perspectiva do elemento de coroa parcial 4/5, na qual houve uma rota-
suporte for um dente inclinado para o espa- ção de 90°, e a superfície proximal, ao in-
ço protético, torna-se difícil de obter o eixo vés de vestibular, que é deixada intacta.
de inserção que deverá ser paralelo a am- Pode ser empregada no dente que apresen-
bos preparos e aos longos eixos dos den- ta ligeiro dano. Dois critérios devem ser con-
tes de suporte e também perpendicular ao siderados: 1. Superfície distai deverá ser li-
plano de oclusão. vre de cárie. 2. Os demais dentes da boca
Várias soluções são propostas para re- devem apresentar o mínimo de cáries
solver este problema. Sempre que possí- interproximais.
vel, o dente deverá ser ortodonticamente Há alguns riscos em deixar a superfície
verticalizado para permitir um eixo de inser- interproximal não restaurada do dente de
ção favorável com retenção ótima do pre- suporte de uma ponte. O risco pode ser di-
paro, eliminando-se ainda, os ângulos mor- minuído pelo uso de retentor desenhado
tos com irritação periodontal na superfície somente nas bocas onde a observação e a
mesial da raiz. Brown encontrou uma dimi- história das cáries interproximais são relati-
nuição de 3,1 mm na profundidade da bol- vamente pequenas e portanto, com pouca
sa, pela verticalização de molares inclina- probabilidade de futura ocorrência.
dos mesialmente.1 A meia coroa interproximal foi descrita
Se o tratamento ortodôntico não for pos- para ser usada como retentor dos pré-mo-
sível, por alguma razão, outras soluções lares inferiores, especialmente quando o
podem ser tomadas. dente é malposicionado. Em tais casos ela
Então, um retentor do tipo telescópico minimiza o aparecimento do metal.4
pode ser usado na prótese fixa e deve ser A sequência do preparo de um segundo
ajustado sobre um coping fundido e colo- molar inferior inclinado para receber uma
cado na coroa clínica do dente preparado, meia coroa proximal será apresentada nas
que sofreu moderada ou severa destrui- Figs. 10-1 a 10-39. Exemplos clínicos são
23
ção. Este método utilizando duas coroas apresentados nas Figs. 10-40 até 10-48.

189
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-1 Nesta situação típica, o elemento de suporte da prótese, o molar inferior, está inclinado mesialmente, criando
uma curva de Spee exagerada (A). Pode não ser possível preparar esse molar para uma coroa completa, com o eixo de
inserção paralelo ao preparo do suporte pré-molar. Na boca onde as condições são favoráveis, pode-se preparar para
uma meia coroa proximal como retentor no molar, permitindo que a superfície distai do dente permaneça íntegra (B).

190
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-2 Redução oclusal: broca diamantada tronco-


cônica de ponta arredondada e broca carbide nQ 171.

Fig. 10-3 Começar a redução oclusal colocando sulcos


de orientação na superfície oclusal, com a broca dia-
mantada tronco-cônica de ponta arredondada.

Fig. 10-4 Na parte distai da superfície oclusal, a redução


e os sulcos de orientação terão a profundidade normal.

Fig. 10-5 Os sulcos e a redução que seguem não po-


dem ser tão profundos na porção mesial da superfície
oclusal, uma vez que esse segmento do dente está
abaixo do plano oclusal.

191
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-6 A redução oclusal normal será necessá-


ria se o dente oposto ao espaço edêntulo estiver
extruído dentro desse espaço. A correção do plano
oclusal para evitar a desarmonia oclusal frequente-
mente exige a colocação de uma restauração com
cobertura oclusal naquele dente oposto.

Fig. 10-7 Usando a broca diamantada tronco-cônica


de ponta arredondada, remover a estrutura rema-
nescente entre os sulcos de orientação, para repro-
duzir os planos geométricos da superfície oclusal.

Fig. 10-8 Biselado da cúspide funcional: broca dia-


mantada tronco-cônica de ponta arredondada e broca
carbidens171.

Fig. 10-9 Começar o biselado da cúspide funcional


colocando sulcos de orientação com a broca dia-
mantada tronco-cônica de ponta arredondada. Es-
ses sulcos, bem como o biselado que vem depois,
frequentemente são menores e mais rasos na cús-
pide mesial do que na distai. Há menos necessida-
de do biselado onde o dente inclinou-se abaixo do
plano oclusal, desde que o dente oposto não esteja
extruído ou tenha sido restaurado para o plano oclu-
sal próprio.

192
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-10 Completar o biselado da cúspide funcio-


nal com a broca diamantada tronco-cônica de ponta
arredondada, removendo a estrutura entre os sul-
cos de orientação.

Fig. 10-11 Redução axial mesial: broca diamantada


torpedo.

Fig. 10-12 Iniciar a redução axial fazendo-se com que o


eixo de inserção da superfície mesial seja paralelo ao
longo eixo do elemento de suporte pré-molar. Neste pon-
to, a broca diamantada faz contato com apenas uma
pequena área da superfície mesial, bem apical da crista
marginal. Não tente produzir uma linha de terminação
gengival neste ponto, porque se forma uma retenção.

Fig. 10-13 Continuar reduzindo a superfície mesial


com a broca diamantada torpedo orientado com o even-
tual eixo de inserção do preparo. Remove-se estrutura
suficiente, de modo que a extremidade da broca
diamantada eventualmente faça contato com o dente e
produza uma linha de terminação em chanfro na área
gengival da superfície mesial.

193
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-14 Redução axial vestibular e lingual: broca


diamantada torpedo.

Fig. 10-15 Usar a mesma broca diamantada para fazer


a redução axial com uma linha de terminação em chanfro,
na superfície vestibular. Terminar a extensão 1,0 mm ou
mais mesialmente da ameia disto-vestibular. A su-
perextensão distai deixa a linha de terminação vertical
em uma posição onde é difícil de copiá-la na moldagem,
difícil de dar acabamento e impossível para o paciente
manter a higienização.

Fig. 10-16 Uma vez que os molares com inclinação


mesial frequentemente exibem também certa incli-
nação lingual, ter o cuidado de manter a broca dia-
mantada o mais vertical possível, para evitar a incli-
nação excessiva da parede vestibular, resultando
em perda de retenção.

Fig. 10-17 Frequentemente há um ângulo agudo onde


as reduções vestibular e mesial se encontram. Arredon-
dar esse ângulo, no sentido vestibular para a mesial e
assegurar-se de que o chanfro não tenha uma "on-
dulação" ou uma saliência oclusal no ângulo.

194
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-18 Repetir o processo na superfície lingual,


criando uma linha de terminação em chanfro bem
definida e mantendo a superfície a mais vertical
possível. Novamente, não estender demais a linha
de terminação distai na ameia disto-lingual.

Fig. 10-19 Acabamento axial: broca carbide torpedo.

Fig. 10-20 Prosseguir nas três superfícies axiais com


uma broca de acabamento de carbide em forma de
torpedo, para produzir uma linha de terminação em
chanfro, bem definida e precisa.

Fig. 10-21 Alisar os planos e ângulos da superfície


com uma broca carbide na 171 neste ponto.

195
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-22 Agora terminar o biselado da cúspide fun-


cional com a mesma broca carbide. O estágio de
acabamento é adiado até agora por causa das gran-
des quantidades de estrutura do dente removidas
durante a verticalização da superfície mesial. Pros-
seguir sobre o biselado da cúspide funcional ago-
ra, possibilitando então ao operador a combiná-la
melhor com as características oclusais e axiais do
preparo.

Fig. 10-23 Istmo oclusal e o nicho: broca carbide


ne 171.

Fig. 10-24 A adição de um istmo oclusal aumenta o vo-


lume e a rigidez da restauração, bem como proporciona
aumento da retenção necessária. Essa característica
em geral é "automática", posto que a maioria dos ele-
mentos de suporte previstos possui uma restauração
antiga ou cárie no sulco central.

Fig. 10-25 O nicho é adicionado à fossa distai, com


a broca carbide ns 171. Essa característica não só
complementa a retenção e a resistência, como tam-
bém proporciona maior volume à restauração na
área crítica perto da margem ocluso-distal.

196
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-26 Sulcos vestibular e lingual: broca carbide


n5171.

Fig. 10-27 Colocar um sulco na superfície vestibular a


1,0 mm da extensão disto-vertical do preparo. O sulco
deve ser paralelo à superfície mesial do dente e ao
longo eixo do outro dente de suporte. O sulco também
deve ser vertical vestíbulo-lingualmente e não pode
inclinar no sentido lingual.

Fig. 10-28 Repetir o processo na superfície lingual,


fazendo esse sulco ser paralelo ao da superfície
vestibular. Tomar cuidado para não colocá-lo muito
distalmente. O sulco deve ser iniciado com uma
broca carbide n 9 170 e terminado com a broca car-
bide nQ 171 para evitar que ele fique muito grande.

Fig. 10-29 Canaleta oclusal distai: broca carbide


ne 171.

197
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-30 Criar uma canaleta oclusal em forma de V a


0,5-1,0 mm da linha de terminação ocluso-distal, unin-
do o sulco lingual ao nicho e ao sulco vestibular. Ela
produz uma viga sólida com os sulcos, para reforçara
área marginal distai da restauração.

Fig. 10-31 Biselados e bisel oclusal: broca diamantada


e broca carbide em forma de chama.

Fig. 10-32 Colocar um biselado distai ao sulco vesti-


bular com a broca diamantada em forma de chama.
O biselado será uma superfície plana, mais largo na
extremidade oclusal do que na gengival.

Fig. 10-33 Repetir o processo na superfície lingual,


criando um biselado distai ao sulco lingual, ligando-o
com o chanfro gengival.

198
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-34 Fazer o bisel ao longo da crista marginal


distai com broca diamantada em forma de chama, to-
mando o cuidado de não estender na ameia oclusal
distai, onde a localização comprometida da linha de ter-
minação poderá prejudicar o sucesso da restauração.

Fig. 10-35 Arredondar os ângulos entre o bisel oclusal


distai e os biselados vestibular e lingual. Os ângulos
agudos nessas áreas causam graves problemas na
margem da restauração.

Fig. 10-36 Prosseguir em ambos os biselados com a


broca da carbide em forma de chama, para produzir a
linha de terminação mais nítida possível.

Fig. 10-37 Aumentar o bisel oclusal com a broca de


carbide em forma de chama.

199
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-38 Preparo para meia coroa proximal termi-


nado em um segundo molar inferior inclinado.

Fig. 10-39 As características do preparo da meia coroa


em um molar inferior e a função desempenhada por cada
uma delas.

Nicho
Retenção e Redução da superfície oclusal
resistência Durabilidade estrutural
Durabilidade estrutural

Bisel
Integridade Istmo
marginal Resistência e retenção
Durabilidade estrutural
Canaleta oclusal
Integridade
marginal
Sulco Redução axial
Retenção e Retenção e resistência
resistência Durabilidade estrutural
Durabilidade estrutural Preservação do
periodonto

Chanfro
Integridade marginal
Durabilidade estrutural

200
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-40 Usou-se uma meia coroa proximal nesse


segundo molar inferior como um retentor para prótese
fixa. Essa prótese foi refeita a partir de uma outra que
ficou na boca durante catorze anos. A meia coroa
proximal original nesse dente ainda estava intacta e teve
que ser seccionada para ser removida. O retentor no
outro elemento de suporte falhou. Observa-se uma
vista oclusal da boca (esquerda) e o modelo é visto
do ângulo mésio-vestibular(direita).

Fig. 10-41 Vista vestibular da prótese terminada.

Fig. 10-42 A vista ocluso-lingual da prótese mos-


trando as extensões conservadoras das margens
oclusal e disto-lingual.

Fig. 10-43 Usou-se uma meia coroa proximal neste


segundo molar inferior para compensar sua incli-
nação mesial. Utilizou-se uma coroa total veneer
como retentor no segundo pré-molar.

201
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-44 Nesta visão mésio-vestibular do modelo, os


dois sulcos em cada superfície tanto na vestibular,
quanto na lingual são claramente evidentes.

Fig. 10-45 Esta é estrutura metálica da prótese termi-


nada, fabricada para os preparos vistos nas Figs. 10-43
e10-44.

Fig. 10-46 Selecionou-se uma meia coroa proximal


como retentor para esse pré-molar inferior inclinado.
O preparo é visto aqui do lado vestibular (esquerda)
e de oclusal (direita).

Fig. 10-47 Modelo de gesso do preparo de meia co-


roa, no primeiro pré-molar.

202
Meia Coroa Proximal

Fig. 10-48 As vistas mésio-vestibular (esquerda)


e oclusal (direita) do retentor cimentado no pré-molar
revelam menos aparecimento de metal do que se po-
deria esperar. É menor do que o de uma coroa parcial
4/5 padrão, nesse dente.

203
Capítulo 11

Incrustações

A incrustação de metal fundido teve suas no início deste século e era devido em parte,
raízes em restaurações grosseiras que eram pelo conceito de "extensão para prevenção",
usadas antes do advento da técnica de fun- e por outro lado, pela grande dificuldade no
dição de precisão em Odontologia. A primei- uso de instrumentos inadequados da época.8
ra incrustação na Odontologia foi desenvol- Bodecker que clinicava em Berlim, introdu-
vida por John Murphy de Londres, que fabri- ziu o preparo com "slice" para incrustação,
1
cava incrustações em porcelana, em 1835. que foi divulgado nos Estados Unidos por
Em 1880, Ames e Swasery usaram a técnica Rhein, onde, mais tarde foi desenvolvido por
9
de brunimento de pequenas lâminas, dentro Gillett.
da cavidade preparada, para fabricação de O "slice" da incrustação era realizado com
incrustação. Mais tarde, adaptaram lâminas disco, com desgaste da face proximal. Apre-
de ouro ou de platina dentro da cavidade sentava extensa área e com profundidade
preparada e com cuidado, a matriz constituí- rasa. A incrustação com "slice" era feita em
da era removida da cavidade revestida e de- forma de caixa com tamanho aproximada-
pois corriam solda ou ouro derretido dentro mente normal,10 com sulcos,11 com cauda
1213
da cavidade reproduzida com brunimento de de andorinha, com trava com grande
2 14
lâminas. Esta técnica era ainda usada até cauda de andorinha ou com canal , similar
o final da primeira década deste século.3 a uma caixa estreita. Era considerada pe-
A primeira incrustação fundida foi atribuí- los seus proponentes como a verdadeira
1015
da a Philbrook, que apresentou a técnica restauração conservadora, e ainda, a
na Revista lowa State Dental Society, em incrustação com slice era considerada a
1897.4 Porém foi Taggart que creditou a in- menos provável de fraturar o dente restau-
16
trodução da velha técnica de cera perdida rado. Era ainda indicada, ao mesmo tem-
1719
na Odontologia em 1907. Ele desenvolveu po, como retentor de prótese fixa.
a incrustação como "uma obturação hones- As incrustações eram descritas como a
ta: tanto no dente, salvando-o da cárie, quan- mais frágil dos retentores, fragilizando o den-
5
to nos apêndices". A incrustação cresceu te e empregando resistência inadequada pa-
22
em popularidade a partir desta data, auxilia- ra cumprir sua tarefa. Smith descreveu-as
da pelas contribuições de Lane, Van Horn, como sendo "a mais notável de todas as cau-
Weinstein, Souder, Scheu e Hollenback que sas de falhas de elementos de suporte de
23
melhoraram os materiais e as técnicas de prótese fixa". Com a possível exceção das
6
fabricação de restauração fundida. próteses com conectores não rígidos, as in-
As incrustações exigiam grande destrui- crustações não são duráveis, quando advo-
ção de estrutura do dente, que era reconhe- gadas como retentores de próteses fixas.
cida por Bodecker, um dos seus primeiros A incrustação com "slice" era inferior à
proponentes.7 O preparo extenso era usado incrustação convencional com caixa, frente

205
Incrustações

ao ensaio de resistência,2425 era ainda rea- o amálgama é uma restauração mais


lizada com superextensão e muito bem acei- conservadora.
25
ta. A análise fotoelástica de tensão mos- A análise de esforço mostrou grande con-
trou que a incrustação colocada no preparo centração quando o preparo é largo e desti-
com "slice" exibiu maior tensão do que aque- nado à restauração intracoronária.3031 As
26
la colocada num preparo com caixa. indicações para uso de incrustação torna-
O uso da incrustação metálica fundida ram-se progressivamente mais conservado-
diminuiu consideravelmente nos anos recen- ras, tanto que os clínicos e os pesquisadores
tes. No passado foi considerada como sen- têm observado falhas marginais, cúspides
3233
do uma restauração de alta qualidade, mas enfraquecidas e deflexão das paredes ou
tem-se usado muito menos nos dias atuais ainda desprendimento da restauração.25 O
do que antes. Em uma pesquisa entre clíni- reconhecimento de que o istmo largo pode
33 35
cos, realizada no Sudoeste dos Estados levar a falha causou uma mudança nas
Unidos em 1980, somente 8% dos entre- extensões recomendadas da restauração.
vistados responderam ter confeccionado Em 1926, Ward sugeriu um istmo com
cerca de 10 incrustações classe II por ano.27 largura correspondente à metade da distân-
36
Uma pesquisa da Educação Odontológi- cia entre as cúspides vestibular e lingual.
37
ca publicada em 1984, indicou que 8% das Esta largura tem diminuído para um terço
faculdades de Odontologia da América do ou para um quarto da distância entre as
38
Norte não ensinava o uso de incrustações, cúspides.
enquanto 25% ensinava somente incrusta- Vale encontrou que a resistência de um
ções de duas faces.28 pré-molar superior com um preparo com
Num encontro de Educadores Odontoló- duas faces mésio-oclusal ou disto-oclusal
gicos, representantes de oito faculdades de (MO ou DO) era diminuída de 35%, simples-
seis estados de Sudoeste dos Estados Uni- mente pelo aumento da largura do istmo,
dos, em 1979, chegaram à seguinte con- de um quarto da distância entre as cúspides
clusão: "Restaurações fundidas de ouro são para um terço. Mondelli e cols. fizeram es-
limitadas àqueles dentes nos quais neces- tudo similar, observando três larguras de
sitam de cobertura das cúspides para pro- istmos: um quarto, um terço e metade da
teção e reforçar o dente. A verdadeira in- distância entre as cúspides. As variáveis
crustação fundida de ouro não é mais uma desses istmos foram testados em preparo
consideração razoável no tratamento con- classe l, classe II (MO) e classe II (MOD).
servador de dentes íntegros."29 Foi verificada uma porcentagem maior de
O que está acontecendo com restaura- diminuição de resistência até ocorrer a
ção fundida de ouro e como torná-la para ruptura do que naquele preparo MO em
obter melhor consideração? A resposta cai istmo estreito, convertido em preparo
40
no predomínio da sua primeira alternativa, MOD. Estes resultados confirmam as ob-
a restauração de amálgama de prata. Este servações clínicas de que, a restauração
material melhorou nos anos recentes, pro- com 1/3 de largura vestíbulo-lingual na su-
porcionando restauração com alta resis- perfície oclusal pode sofrer efeito de cunha
41
tência e baixa alteração dinâmica. Con- com tendência de separar as cúspides.
corrente com os melhoramentos e resis- Em estudos separados, Blaser e seus
tência, permite então, menor volume, por- associados35 e Re e cot.42 encontraram,
tanto, o preparo para esta restauração quando a profundidade era combinada com
torna-se mais conservador. Em adição, não a largura, significante diminuição de resis-
é necessário fazer o preparo extenso pa- tência à ruptura do dente. As colaborações
ra permitir o seu acabamento, portanto de clínicos exigentes afirmam que a incrus-

206
Incrustações

tacão atua como uma cunha entre as cúspi- restaurações antigas que necessitam englo-
des vestibular e lingual do dente.23'25 A re- bar duas superfícies (MO e DO) e deve ser
cente prática de usar o istmo profundo para feita com material duradouro. Uma pequena
43
aumentar a resistência ao deslocamento quantidade aceitável de material é usada
44
ou para aumentar a resistência à ruptura, para essa finalidade. As incrustações MOD,
claramente deveria ser evitada. sem cobertura oclusal, podem conservarem-
Não muito surpreendente, a maioria das se ainda estreitas (1/4 da largura vestíbulo-
faculdades ensina que o uso de incrustação lingual do dente) e podem ainda ser empre-
com três superfícies está restrito às situações gadas nos molares, porém o seu uso nos
onde o istmo pode ser conservado estreito.28 pré-molares é altamente questionável.
As Figs. 11-1 até 11 -35 mostram as técni-
cas de preparo de um molar superior para
Incrustação Classe II uma incrustação próximo-oclusal. Preparos
para incrustação Classe l, Classe III e Clas-
A incrustação classe II é usada em pré- se V também são apresentados.
molares e molares com cáries pequenas ou

Fig. 11-1 Contorno oclusal: broca carbide n e 170.

Fig. 11-2 O aprofundamento inicial no esmalte é feito


em uma fossa, com a borda da ponta de uma broca
fissurada tronco-cônica não dentada. Uma vez que se
iniciou a redução, levar a broca através do sulco central
da superfície oclusal, inclinando o instrumento na dire-
ção em que peça de mão está se movendo.
Incrustações

Fig. 11-3 Seguir qualquer sulco de desenvolvimen-


to defeituoso, fazendo o istmo com aproximada-
mente 1,5 mm de profundidade. A penetração deve
terminar pelo menos a 1,0 mm do contato oclusal
mais próximo. Se houver alguma dúvida sobre a lo-
calização desses contatos, deve-se marcá-los com
papel de articulação.

Fig. 11-4 O contorno oclusal completado é bem


estreito neste momento. Será estendido quando o
biselado oclusal for acrescentado. Há uma cauda
de andorinha distinta que se estende no sulco ves-
tibular e é colocada para aumentar a resistência e a
retenção.3445"47 Para proporcionar a resistência
máxima, a parede pulpar deve ser plana, em uma
profundidade uniforme, e perpendicular ao eixo de
inserção do preparo.1825

Fig. 11-5 Crista marginal escavada: broca carbide


n5169L.

Fig. 11-6 Começar a caixa proximal com a broca carbi-


de n9 169L, bem dentro da junção cemento-esmalte,
interproximalmente.

208
Incrustações

Fig. 11-7 Nesta vista proximal, removendo-se o den-


te adjacente para ter melhor visão, é possível ver o
quanto a broca foi estendida gengivalmente.

Fig. 11-8 A broca carbide foi removida do preparo e so-


breposta na superfície proximal no comprimento gengival
total ao qual o preparo foi estendido. Normalmente ela
acaba supragengivalmente se a cárie não ditar outra
coisa. Não seja muito conservador com a extensão
gengival, uma vez que a altura da caixa é um fator
importante na retenção da incrustação.38

Fig. 11-9 Um cinzel para esmalte agudo, como a


machadinha mostrada aqui, pode ser usado para que-
brar as arestas da estrutura do dente e apressar o pre-
paro da caixa proximal. Um instrumento manual quebra
esse esmalte facilmente na boca. Contudo, nem sem-
pre funciona como nos exercícios de laboratório, por-
que a resina não é tão friável quanto o esmalte. Como
resultado, a fratura às vezes se estende muito e dani-
fica as paredes da caixa proximal em um dente de
manequim.

Fig. 11-10 Caixa proximal: brocas de carbide nQs 169L e


170.

209
Incrustações

Fig. 11-11 Usar uma broca carbide n s 169L para


estender a caixa para vestibular e lingual até o ponto
onde ela quebra o contato com o dente adjacente.
Criar ângulos das linhas vestibular e lingual para
dar definição à caixa.

ji(t ^ '
Fig. 11-12 Também pode-se usar uma broca carbi-
de ns 169L para formar as paredes vestibular e lin-
gual da caixa. Embora as paredes paralelas sejam
defendidas por alguns autores antigos,34'4348 as pa-
redes quase paralelas foram apresentadas como um
objetivo atingido com maior probabilidade.4950 Ward
foi um dos primeiros a recomendar uma conicidade
desse tipo. Ele prescreveu uma conicidade de 5%
a 20% por polegada (3 a 12 graus).36 Gillett era a
favor de 5% de conicidade por polegada (3 graus).10
Também se sugeriu uma conv ergência de 5
graus.1851 Mais recentemente, Gilmore recomendou
37
que de 8 a 12 graus, seria mais prático. Conforme
a conicidade aumentada, de 7 para 15 graus, a pres-
são e a retenção diminuem.31

Fig. 11-13 Alargar o istmo onde ele se junta com a caixa


proximal, arredondando qualquer ângulo que possa ter
se formado na área onde eles se encontram.

Fig. 11-14 Usar um cinzel de esmalte como a macha-


dinha mostrada aqui, ou um cinzel biangulado, para ali-
sar e definir as paredes vestibular e lingual da caixa.
São as paredes da caixa e não os ângulos que resistem
ao deslocamento.38
Incrustações

Fig. 11-15 A parede proximal terminada deve apenas


romper o contato com a superfície proximal do dente
adjacente. A extensão final será obtida quando os
biselados vestibular e lingual forem colocados.

Fig. 11-16 Planificara parede pulpardo istmo, com


uma broca carbide cortante ng 957. A parede gengi-
val da caixa também deve ser plana.25-52-53

Fig. 11-17 Sulco gengival-axial: recortador de margem gengival.

211
Incrustações

Fig. 11-18 Usar um recortador de margem gengival


agudo para criar um sulco em forma de V na junção
da parede axial e da parede gengival da caixa. Es-
se sulco, às vezes, chamado de "canaleta de
Minnesota",54 é colocado para aumentar a resistên-
cia ao deslocamento pelas forças oclusais.395556

Fig. 11-19 Biselado: broca diamantada em forma


de chama.

Fig. 11-20 O biselado é uma superfície plana, cortada


através da superfície curva proximal do dente. O biselado
inclina-se ligeiramente para o centro do dente, confor-
me a superfície do dente se curva para fora na área de
contato proximal. É reduzida igualmente às custas da
parede vestibular ou lingual da caixa e da superfície
externa de esmalte do dente. Como resultado, o biselado
é estreito em sua extremidade gengival e mais largo na
oclusal. Para iniciar o biselado, colocar a broca
diamantada em forma de chama na caixa proximal e
usar a sua ponta de pequeno diâmetro, para desgastar
o ângulo cavo-superficial da caixa, partindo da parede
gengival para cima.

Fig. 11-21 Continuar estendendo no sentido oclusal


com a broca diamantada, sem mudar o ângulo ou a
direção do instrumento. A ponta da broca em forma
de chama ainda deve estar sendo usada. Se o pul-
so estiver travado e toda a mão se movimentar, é
possível reduzir em superfície plana. A broca
diamantada deve desgastar apenas quando é movi-
da na direção da extremidade oclusal. Se ela for
movida para a frente e para trás, é provável que a
linha de terminação real fique arredondada.

212
Incrustações

Fig. 11-22 Com o dente adjacente removido, pode-se


ver um biselado estreito produzido por essa ponta.

Fig. 11-23 Com o espaço criado pela primeira passa-


gem da ponta da broca diamantada, é possível usar
uma parte maior de outra broca, que pode remover
estrutura do dente com mais eficiência.

Fig. 11-24 Pode-se usar um disco de lixa para dar for-


ma aos biselados, porém deve tomar cuidado extremo
para evitar a laceração acidental dos tecidos moles.
É melhor reservar a técnica para os casos onde se
emprega o dique de borracha.

Fig. 11-25 Bisel gengival: broca diamantada em forma


de chama.

213
Incrustações

Fig. 11-26 Inclinar a broca diamantada em forma de


chama contra o ângulo de linha áxio-pulpar, para produ-
zir um bisel próprio na parede gengival. O bisel inter-
rompido foi reconhecido há muito como uma linhsdc
terminação inferior nessa área." Metzler e Chandler re-
centemente confirmaram o bisel como a linha de termi-
nação de escolha para incrustações.58 O bisel marginal
deve ficar entre 30 a 45 graus, para proporcionar uma
combinação ótima de resistência e ajuste marginal.5960
Embora muitos operadores usem o recortador de mar-
28
gem gengival para esta característica, é provável que
ele produza uma linha de acabamento desigual (ver pá-
gina 77).

rr
Fig. 11 -27 Tomar o cuidado de combinar o bisel gengival
com os biselados vestibular e lingual, para evitar área
escavada, que pode resultar em uma retenção.

Fig. 11-28 Bisel oclusal: broca diamantada em forma


de chama.

Fig. 11-29 Coloca-se um bisel ao redor de toda a perife-


ria da porção oclusal do preparo. Foram recomendados
graus de inclinação variáveis para esse bisel. Geralmen-
te, se o bisel estiver em um ângulo muito raso e não se
estender para a parede do istmo, produz uma linha de
terminação muito difícil de acabamento quando o pa-
drão de cera é fabricado. Por outro lado, um bisel subs-
tancial que se estende para baixo da parede do istmo,
pode aumentar a pressão.31 Ingraham e cols. recomen-
dam o uso de um bisel de 15 a 20 graus, começando na
junção do terço oclusal e dois terços para a parede pulpar
do istmo.61 É possível que ele produza um pouco de pres-
são, mas esse é um risco necessário para produzir uma
restauração que se pode dar acabamento. Se a parte
convexa da broca diamantada for usada para produzir o
bisel, ele será "oco" ou ligeiramente côncavo, conforme
o sugerido por Tucker.4 Isso resulta em uma linha de
terminação muito mais fácil de interpretar.

214
Incrustações

Fig. 11-30 Combinar cuidadosamente os biselados


proximais com o bisel oclusal para produzir uma linha
de terminação contínua e lisa.

Fig. 11-31 Acabamento do bisel e do biselado: broca


diamantada em forma de chama.

Fig. 11-32 Usar a broca carbide em forma de chama


dos biselados e do bisel gengival. A broca em forma de
chama produz um bisel mais consistente.62 A linha de
terminação é a área mais vulnerável do preparo e quan-
do ela é lisa diminui essa vulnerabilidade. As brocas
carbide para acabamento produzem as linhas de termi-
nação mais lisas.63

Fig. 11-33 A broca de carbureto em forma de chama


para acabamento também é usada para refinar o bisel
oclusal. O bisel côncavo resultante, com uma linha de
terminação distinta, é facilmente identificado na
moldagem, e a incrustação é facilmente moldada em
cera e terminada sobre ele.

215
Incrustações

Fig. 11-34 Vista oclusal do preparo para incrustação


da Classe II, terminada em um molar superior.

Bisel Gengiva!
Integridade marginal
Caixa próxima!
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Biselado próxima!
Integridade marginal

Istmo
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural

Cauda de andorinha
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Bisel oclusal
Integridade marginal

Fig. 11-35 Características de um preparo para incrustação da Classe II e funções de cada uma delas. 216
Incrustações

Incrustações Classe l ouro. A incrustação Classe l é usada na por-


ção oclusal, englobando o sulco central e al-
Provavelmente a melhor indicação para guns defeitos de desenvolvimento de outros
a incrustação Classe l ocorre quando numa sulcos. A técnica para realizar o preparo pa-
restauração de cárie com lesão moderada ra incrustação Classe l, num molar inferior,
na superfície oclusal, de paciente que apre- é apresentada nas Figs. 11 -36 a 11 -47.
senta restaurações predominantemente a

Fig. 11-36 Contorno oclusal: broca carbide n 9 170.

Fig. 11 -37 Fazer a redução inicial no sulco central de-


feituoso, com uma broca carbide ns 170, a uma profun-
didade aproximada de 1,5 mm. Inclinar a peça de mão
para mesial ou distalmente pois a borda e o lado da pon-
ta desgastam com mais eficiência do que a própria
extremidade.

Fig. 11-38 Verticalizar a peça de mão para evitar a


invasão nas cristas marginais. A extensão excessi-
va na direção delas remove todo o apoio da dentina,
enfraquecendo-a demasiadamente. Manter a broca
fissurada tronco-cônica na vertical nesse momento
para produzir a conicidade mínima desejada nas
"paredes finais" do preparo.

217
Incrustações

Fig. 11-39 Continuar a estender a redução ao lon-


go do sulco central até a outra crista marginal ou
transversal (se o dente que está sendo restaurado
tiver uma crista intacta). O istmo deve ter aproxi-
madamente 1,0 mm de largura.

Fig. 11-40 Planificar a parede pulpar com uma broca


carbide n9 957, de extremidade ativa.

Fig. 11-41 Vista oclusal da forma do contorno revela


extensões moderadas nos sulcos vestibular e lin-
gual, com pequenas caudas de andorinha "barra-
sino" em cada extremidade. Além de proporcionar
retenção e resistência adicionais, essas extensões
levam a linha de terminação para os declives das
respectivas cristas triangular e marginal, onde a
margem de incrustação é mais acessível para o
acabamento.

Fig. 11-42 Bisel oclusal: broca diamantada e broca


carbide em forma de chama.

218
Incrustações

Fig. 11-43 O bisel oclusal é feito inicialmente com uma


broca diamantada em forma de chama. Ela se estende
um terço da distância para baixo nos lados da parede do
istmo e tem inclinação de 15 a 20 graus.61 Não estender
demais esse bisel lateralmente na direção da superfície
oclusal. Isso não só torna a restauração muito larga, mas
também faz com que a linha de acabamento forme um
ângulo muito obtuso com a superfície do esmalte, tor-
nando-se difícil de identificá-la durante o acabamento
da margem em cera ou em ouro.

Fig. 11-44 Dar acabamento ao bisel oclusal com uma


broca de carbide em forma de chama. A linha de ter-
minação resultante é mais distinta e identificável com
mais facilidade do que um bisel feito somente com a
broca diamantada.

Fig. 11-45 Vista oclusal de um preparo para incrus-


tação da Classe l.

Fig. 11-46 Uma variação do preparo para incrustação


de Classe l, que tem uma pequena caixa biselada se-
guindo o sulco vestibular ou lingual na respectiva super-
fície axial.

219
Incrustações

Bisel oclusal
Integridade marginal
Parede
Retenção e resistência
Assoalho pulpar
Resistência

Fig. 11-47 As características de um preparo para incrustação de Classe l e suas funções.

220
Incrustações

Incrustações Classe III A ligeira exposição do metal por vestibu-


lar do dente não é aceita por muitos pacien-
O uso da incrustação Classe III tem dras- tes. Uma incrustação corretamente executa-
ticamente diminuído, chegando no ponto da, na situação de aparência é melhor do
próximo da extinção. Como ela inevitavel- que a restauração de amálgama, e não fica
mente exibe uma borda metálica, é contra- tão longe de uma restauração de resina
indicada para o uso em incisivos. Conzetti, composta e ainda, será menos destrutiva do
em 1910, disse que as incrustações Classe que uma coroa metalocerâmica ou de outra
III eram contra-indicadas para o uso em al- espécie. Suas indicações não são numero-
guns dentes por causa de extensa destrui- sas, mas ela tem seu lugar certo. As fases
ção exigida no preparo de cavidade.43 É uma do preparo para uma incrustação Classe III,
excelente restauração para face distai de na face distai de um canino superior são
caninos. apresentadas nas Figs. 11-48 até 11-65.

Fig. 11-48 Contorno lingual: broca carbide ns 170.

Fig. 11-49 Começar o preparo reduzindo o esmalte na


extremidade incisai do cíngulo. Formar uma cauda
de andorinha ou uma trava lingual para obter resistên-
cia ao deslocamento.20 3647 Ela deve ter 1,0 mm de
profundidade.

221
Incrustações

Fig. 11 -50 Continuar a redução ao longo da linha média


do cíngulo até aproximadamente a 1,0 mm da gengiva.
Uma segunda redução deve estender-se da extremida-
de incisai da cauda de andorinha até a superfície distai
da superfície lingual junto da lesão a ser restaurada na
superfície distai.

Fig. 11-51 O contorno lingual terminado consiste em


um L ou L invertido, dependendo se o preparo está sen-
do feito em um canino superior direito ou esquerdo. Deve
ter cerca de 1,0 mm de largura.

Fig. 11 -52 Caixa proximal: broca carbide ns 169L e 170.

Fig. 11 -53 A caixa proximal é iniciada a partir de lingual,


com uma broca carbide n9 170. A abordagem lingual na
incrustação da Classe III tem a melhor chance de enco-
brir o metal e de proporcionar uma restauração mais
estética.65 A abordagem incisai poderia levar à destrui-
ção desnecessária de estrutura do dente e também
criar uma aparição muito antiestética de metal.

222
Incrustações

Fig. 11-54 Usar a broca carbide n9 169L para acentuar


os ângulos da caixa nos limites incisai e gengival do
preparo. Quebrar o contato com o dente adjacente
com a caixa, tendo o cuidado de não estendê-la mais
do que o absolutamente necessário no sentido
incisai. Se o ângulo disto-incisal for excessivamen-
te reduzido, ele pode fraturar mais tarde.

Fig. 11-55 Uma vista proximal da forma da caixa,


com o dente adjacente removido, mostra as pare-
des incisai e gengival da caixa, formadas com os
lados da broca carbide n e 169L. O "assoalho" ves-
tibular da caixa, que é semelhante à parede gengival
da caixa da Classe II, estende-se ligeiramente para
vestibular do contrato proximal.

Fig. 11-56 Planificar a parede axial de caixa, usando a


broca carbide ne 169L. A broca ne 170 ou 957 pode ser
usada para alisar a parede vestibular ("assoalho")
da caixa.

Fig. 11-57 Completar a instrumentação da caixa com


uma machadinha para esmalte de 1,0 mm de largura.
As paredes da caixa, e não os ângulos, são responsá-
veis pela resistência ao deslocamento.

223
Incrustações

Fig. 11-58 Biselados e biséis proximais: broca dia-mantada e


broca carbide em forma de chama.

Fig. 11 -59 Colocar um biselado na parede gengival da


caixa proximal, com a broca diamantada em forma
de chama.

Fig. 11-60 Repetir o processo na parede incisai da


caixa, usando a ponta fina do mesmo diamante.

Fig. 11-61 Completar o bisel da caixa proximal, fazendo


um bisel vestibular no "assoalho" vestibular da caixa.
Incrustações

Fig. 11-62 Com uma broca diamantada em forma de


chama, colocar um bisel estreito ao redor da perife-
ria da causa de andorinha lingual.

Fig. 11-63 Toda a linha de terminação, tanto proximal


quanto lingual deve ser refinada novamente com a bro-
ca de carbide em forma de chama para acabamento,
para produzir uma linha de terminação lisa e definida.

Fig. 11-64 Vista lingual do preparo para incrustação


Classe III compartilha muitas características comuns
com o preparo para incrustação da Classe II.

225
Incrustações

Caixa proximal
Retenção e
Istmo
resistência
Retenção e resistência
Durabilidade
estrutural

Cauda de Andorinha
Retenção e resistência

Bisel vestibular
Integridade marginal
Bisel lingual
Integridade marginal
Biselado proximal
Integridade marginal

Fig. 11-65 Características do preparo para incrustação de Classe III e funções de cada uma delas.

Incrustações Classe V ra66 ou erosão e em grandes cáries. Embora


ela seja uma restauração de longa data, é
ainda algo estética. E provavelmente melhor
67
Este tipo de incrustação é menos frequen- usada em molares. As técnicas para o pre-
temente usado do que os outros tipos de in- paro são apresentadas nas Figs. 11-66 a
crustações. É indicada para abrasão seve- 11-79.

226
Incrustações

Fig. 11-66 Contorno: broca carbide ng 170.

Fig. 11-67 A penetração inicial é feita na superfície


vestibular, com uma broca carbide ng 170, usando a
borda da ponta do instrumento.

Fig. 11-68 O preparo deve ter 1,0 mm de profundi-


dade axialmente. Se houver uma lesão extensa na
parede axial criar um rebordo ao redor da periferia
das extensões do preparo.

Fig. 11-69 Estender o preparo até o ângulo linear do


dente. Manter a linha de terminação gengival na su-
pragengival, se o dano na estrutura do dente permitir.

227
Incrustações

Fig. 11-70 A linha de terminação oclusal não deve


estender-se mais oclusalmente do que a altura do con-
torno. Curvar ligeiramente a parede axial para seguir
o contorno da superfície externa do dente.

Fig. 11-71 Pequenos condutos para pino: broca em


espiral 0,6 mm.

í
___
l
l Fig. 11-72 Os pequenos condutos para pino geral-
mente são colocados neste preparo nas bordas
mesial e distai da forma de contorno, para garantir
a retenção e resistência adequadas.67 Eles devem
ser colocados bem distante lateralmente, para
evitar a câmara pulpar e bem distante das bordas
da caixa, para evitar interferência da broca e risco
de perfuração lateral em qualquer concavidade
interproximal. Começar os pequenos condutos para
pino com uma broca esférica n2 1/2.

Fig. 11-73 Perfurar primeiro o pequeno conduto com


a broca em espiral 0,6 mm mantendo-a perpendi-
cular ao plano vestibular do dente. A profundidade
recomendada para os pequenos condutos para pino
vai de 1,5 mm68 a 3,0 mm69 para este tipo de in-
crustação. A experiência com pinos cimentados em
outros tipos de restauração indica que quanto mais
longo for o pino, mais eficiente ele é.

228
Incrustações

Fig. 11-74 Colocar o segundo pequeno conduto no


lado oposto do preparo. Uma cerda de nylon no
primeiro pequeno conduto auxilia o alinhamento
paralelo da broca.

Fig. 11-75 Bisel: broca diamantada e broca carbide em


forma de chama.

Fig. 11-76 Colocar um bisel de 45 graus em torno da


periferia de toda a forma do contorno do preparo, usan-
do uma broca diamantada em forma de chama. Esse
bisel deve ter aproximadamente 0,5 mm de largura.

Fig. 11-77 Com a broca de carbide em forma de chama


para acabamento, montada na peça de mão, retraçar
todo o bisel, para torná-lo liso e para criar uma linha
de terminação definida.

229
Incrustações

Fig. 11-78 Vista vestibular do preparo para incrus-


tação da Classe V terminado.

Pequenos condutos
Retenção e resistência

Paredes periféricas
Retenção e resistência

Bisel
Integridade marginal

Fig. 11-79 Características do preparo para incrustação Classe V e função de cada uma delas.

230
íncrusfaçoes

Fig. 11-80 Este preparo para Classe II em um se-


gundo pré-molar inferior exibe a largura máxima
permissível do istmo vestíbulo-lingual, para evitar a
formação de pressão perigosa na estrutura rema-
nescente do dente.

Fig. 11-81 Uma incrustação disto-oclusal terminada


é vista no pré-molar inferior.

Fig. 11-82 Este preparo em um pré-molar inferior


tem largura ótima de istmo.

Fig. 11-83 Incrustação Classe clássica, em um


segundo pré-molar inferior.

231
Incrustações

Fig. 11-84 Este preparo Casse l em um primeiro


molar inferior tem uma base de cimento ao redor da
fossa central.

Fig. 11-85 A incrustação oclusal terminada é tão


grande quanto a segurança permite em um dente,
sem que esse tamanho comprometa a estrutura
remanescente do dente.

Fig. 11-86 Usou-se uma incrustação Classe l nes-


ta situação, a qual exigiu uma restauração com
cobertura oclusal para maior proteção da estrutura
remanescente do dente. A estrutura minada fratu-
rou subsequentemente causando o fracasso da
restauração.

Fig. 11-87 A vista lingual (esquerda) e vestibular


(direita) da incrustação Classe III mostrando o
tamanho da restauração e sua extensão na super-
fície vestibular. A restauração está na boca há 11 anos.

232
Incrustações

Fig. 11-88 Vista da incrustação durante a "conver-


sação" mostrada na Fig. 11-87 não revela nada
de ouro "visível".

Fig. 11-89 Esta fotografia de uma incrustação


Classe III na superfície distai de um canino superior
foi tirada 22 anos depois da colocação da restaura-
ção. É muito provável que alguma outra restaura-
ção, exceto para uma coroa de metalocerâmica, a
mais destrutiva, estivesse nessas boas condições,
quase um quarto de século, depois de sercolocada.

233
Capítulo 12

MOD com Cobertura Oclusal

Embora a MOD com cobertura oclusal perdida do dente, e não reforça as estru-
3
seja uma variação de uma incrustação Clas- turas remanescentes. Se o dente neces-
se II, existem diferenças suficientes para sita de proteção das forças oclusais, esta
que a MOD com cobertura oclusal mereça pode ser obtida pelo uso de uma restau-
consideração como um tipo separado de ração fundida e com cobertura oclusal.4
restauração fundida. Apesar da MOD com O uso da restauração com proteção oclusal
cobertura oclusal apresentar retenção qua- foi divulgada na recente pesquisa realiza-
se que exclusivamente intracoronária, a in- da no Sudoeste dos Estados Unidos, onde
corporação da cobertura oclusal no dese- os entrevistados responderam que o uso
nho, faz com que ela seja considerada uma de restauração MOD com cobertura oclusal
coroa parcial veneer, como uma restaura- é duas vezes mais frequente do que de
ção extracoronária. incrustação Classe II.5
A retenção empregada para restaurações As Figs. 12-1 a 12-61 mostram o uso ra-
intracoronárias é de variedade de "cunha", cional de MOD com cobertura oclusal e
que tende a extruir a pressão para fora do apresenta também a técnica de seu prepa-
centro do dente.1 Esta força é aumentada ro, num molar superior, para receber este
durante a prova da prótese, na sua cimen- tipo de restauração.
tação e ainda ela se repete, sempre que a
força oclusal é exercida no dente. Então,
para esta restauração ser bem-sucedida, é
preciso estar bem apoiada sobre uma ca- Análise fotoelástica de esforço
mada volumosa de dentina íntegra ou
por outros meios destinados a distribuir a Craig e cols. também usaram a análise
força no sentido do longo eixo do dente pa- fotoelástica de esforço para mostrar a supe-
ra evitar a destruição da estrutura dentária rioridade de MOD com cobertura oclusal na
remanescente. proteção de dente, em resposta a uma for-
Há um recente interesse na restaura- ça.19 Os clínicos e pesquisadores, com a
ção MOD com cobertura oclusal, baseado mesma intenção, mostraram a ligação en-
numa oclusão concentrada e integrada na tre falhas marginais com cúspides enfraque-
Dentística Restauradora, ao contrário da- cidas e deflexão das paredes do preparo
quela que é exclusivamente orientada em de uma restauração sob várias espécies de
7 8 20 21
dente isolado. A incrustação simples em forças demonstradas aqui. ' - '
11 21 23 10 22
forma de cunha apresenta risco de fratura Os istmos largos ' ' e profundos - são
do dente, principalmente quando não tem também reconhecidos como fatores contri-
proteção das cúspides com pouco supor- buintes para as falhas. Enquanto alguns au-
te.2 Ela simplesmente substitui a estrutura tores sugeriram que, quando num preparo,

237
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-1 Enquanto a coroa de um dente está intacta, ela tem integridade estrutural (A). Quando é feito um
preparo intracoronário, o dente ficará enfraquecido e mais suscetível à fratura (B). De acordo com Mondelli e
cols., um pré-molartem 11% a 52% menos de resistência à fratura (dependendo da largura vestíbulo-lingual)
quando um istmo de Classe l é cortado na superfície oclusal, e 17% a 57% menos de resistência, se tiver
uma preparação próximo-oclusal.6 Se ambas as superfícies proximais estiverem enfraquecidas por um pre-
paro, as cúspides vestibular e lingual não estão mais unidas pela estrutura do dente (C). O dente está em
perigo de fratura se o istmo tiver uma largura significante (D). Um pré-molar tem apenas 36% a 61% de sua
resistência intacta (outra vez, dependendo da largura vestíbulo-lingual do istmo) quando ele é bisseccionado
por um preparo MOD.6

a largura do istmo for maior que metade da sendo ainda mais conservador, o istmo com
25 2627
distância entre as cúspides, o dente deve- um quarto até um terço é então, mais
ria ser restaurado com cobertura oclusal, seguro.

238
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-2 Diversos autores avaliaram o potencial das incrustações para aumentar a altura das cúspides.68
Normalmente as cúspides têm uma altura mecânica, que é igual à altura anatómica, medida da ponta da
cúspide ao nível do sulco central (A, L,). Quando se faz um preparo MOD, a altura mecânica fica muito
exagerada, sendo que a sua altura efetiva torna-se a distância da ponta da cúspide até a parede gengival do
preparo (B, L2). Em um dente pequeno, como um pré-molar, esse alongamento do braço de alavanca pode
ter resultados desastrosos.

239
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-3 Também houve um reconhecimento anterior dos clínicos, de que a incrustação tinha uma tendência
de calcar as cúspides, separando-as,9'10 particularmente quando o istmo era largo.11 A força oclusal aplicada
numa incrustação produz pressão ao longo das paredes da restauração e em sua base, porque a restauração
empurra a estrutura do dente que a circunda (A). A situação em A pode levar a fratura do dente,12 com
rachaduras causadas por restaurações MOD, que ocorrem tipicamente em um ângulo de 40-50 graus, a
partir do ângulo do reparo cavitário apicalmente (B).13 Uma restauração com cobertura oclusal distribui a
força sobre uma área larga, reduzindo, dessa forma, drasticamente o potencial de fratura (C). Por essa
razão, a restauração MOD com cobertura oclusal adapta-se bem nos dentes endodonticamente tratados
com superfícies vestibular e lingual sadias.1417

Fig. 12-4A As pressões da cunha produzidas por Fig. 12-4B A restauração com cobertura oclusal,
incrustações foram demonstradas por análise de por outro lado, demonstrou pressões muito pequenas.
pressão fotoelástica, por Fisher et ai.18 A incrustação (Cortesia do Dr D. W. Fisher, Los Angeles).
produziu concentração muito alta de pressão nas pare-
des do istmo e nas linhas de ângulos.

240
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-5 Em um estudo de análise de pressão que utilizou a técnica de elemento finito, com modelos gera-
dos por computador, Farah e cols. demonstraram claramente o potencial de produção de pressão da incrustação
comum (A) e algumas variações usuais no desenho padrão.28 A pressão é desenhada, nessas ilustrações,
em vermelho. O bisel superestendido aumenta a pressão para um nível perigoso (B). Uma incrustação muito
larga pode resultar na insuficiência catastrófica de estrutura do dente por causa da extensão da pressão
gerada (C). O uso de uma incrustação com cobertura oclusal, por outro lado, mantém a pressão em um nível
baixo, que não cria risco para a estrutura remanescente do dente (D). (Adaptado de Farah e cols.28).

241
MOD com Cobertura Oclusal

ri Fig. 12-6 Redução oclusal: broca diamantada


tronco-cônica de ponta redonda e broca carbide
na 171.

Fig. 12-7 A redução oclusal começa com a coloca-


ção de sulcos e orientação na superfície oclusal,
usando a broca diamantada tronco-cônica de ponta
arredondada. Deve haver um ao longo da elevação
de cada crista triangular e um em cada sulco de
desenvolvimento principal.

Fig. 12-8 A redução oclusal e, portanto, os sulcos de


orientação, devem ter 1,5 mm de profundidade na
cúspide funcional e 1,0 mm na maioria da cúspide não
funcional. Em um dente superior, onde a cúspide vesti-
bular não funcional é altamente visível, deve-se ter o
cuidado de não reduzir demais a extensão vestíbulo-
oclusal, o que poderia produzir um aparecimento
desnecessário de metal. A profundidade dos sulcos de
orientação e da própria redução oclusal, deve ser apro-
ximadamente de 0,5 mm no ângulo vestíbulo-oclusal.

Fig. 12-9 A redução oclusal é obtida removendo-se


a estrutura remanescente do dente entre os sulcos
de orientação, usando a broca diamantada de pon-
ta arredondada. A redução deve seguir os contor-
17
nos originais da cúspide, reproduzindo os planos
inclinados geométricos básicos da superfície oclu-
sal durante o processamento.1 Além de criar espaço
para um volume uniforme de metal, há a hipótese
de que esse desenho multiplanar aumenta ainda
mais resistência da restauração. 20

242
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-10 Biselado da cúspide funcional: broca


diamantada tronco-cônica com ponta arredondada e
brocacarbiden5171.

Fig. 12-11 Fazer sulcos de orientação nas inclina-


ções voltadas para fora da cúspide funcional.
Esses sulcos devem ter 1,5 mm de profundidade
na ponta da cúspide e devem ir diminuindo ao lon-
go da linha que mais tarde, vai marcar a localiza-
ção do degrau oclusal.

Fig. 12-12 Completar a redução do biselado da


cúspide funcional, removendo a estrutura remanes-
cente entre os sulcos de orientação. O biselado da
cúspide funcional segue a inclinação do ângulo das
cúspides do arco oposto. Esse biselado estende-
se ao redor do sulco central nas superfícies mesial
e distai do dente. Contudo, como as caixas proxi-
mais ainda não foram preparadas, pode ser difícil
estender o biselado da cúspide funcional o neces-
sário nesse momento. Se o biselado criar uma situa-
ção difícil, a extensão final do biselado pode ser
retardado, até que as caixas tenham sido feitas.

Fig. 12-13 Alisar os planos da redução oclusal e o


biselado da cúspide funcional com broca carbide
fissurada tronco-cônica ng 171. Embora os planos
inclinados sejam bem definidos, não deve haver li-
nha ou ponto de ângulos agudos, onde esses pla-
nos se encontram. Uma superfície lisa na redução
oclusal remove todas as imperfeições que mais
tarde poderiam interferir no completo assentamen-
to da restauração.

243
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-14 Verificar a redução oclusal. A inspeção


visual é um meio importante e frequentemente es-
quecido de avaliar a adequação da redução oclusal.
Ela limita-se aos segmentos da redução, na meta-
de vestibular da superfície oclusal. A redução na
cúspide lingual pode ser verificada com cera ver-
melha ou com um aferidor de espessura.*

* Flexible Clearance Guide, Belle de St. Claire, Van


Nuys, Califórnia.

Fig. 12-15 Degrau oclusal: broca carbide n s 171.

Fig. 12-16 Preparar o degrau oclusal com uma broca


carbide n9171, seguindo a linha de término do biselado
da cúspide funcional. O degrau deve ter 1,0 mm de lar-
gura e estender do sulco central até a outra superfície
proximal. Essa característica proporciona espaço para
que um volume de metal reforce a margem oclusal
na cúspide funcional.

244
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-17 Tanto um biselado (A) quanto um de-


grau oclusal (B) podem ser usados para a linha de
terminação oclusal no biselado da cúspide funcio-
nal, uma vez que ambos respondem ao requisito
de acomodar uma borda aguda na margem da res-
tauração, e com um volume adequado de metal para
reforço. Contudo, o degrau com um biselado é mais
fácil de preparar adequadamente e deve ser usado
pelo operador iniciante.

Fig. 12-18 Istmo: broca carbide nQ 171.


Fig. 12-19 Fazer o istmo neste momento, se ele não
foi feito antes, quando as restaurações existentes
foram removidas. Como a superfície oclusal já foi
reduzida, o istmo em uma restauração MOD com
cobertura de cúspide é 1,0 mm mais raso do que o
de uma incrustação. As paredes vestibular e lingual
opostas dessas características devem ser lisas,
com conicidade mínima. Esta característica propor-
ciona cerca de um quinto de retenção de uma res-
tauração MOD e também maior resistência.30

245
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-20 Caixa proximal: brocas carbide ns 169L: e 170.

Fig. 12-21 Começar a caixa proximal com uma broca


carbide n- 170. Se a superfície estiver relativamente
intacta, é mais fácil começar com a broca carbide ng
169L, que tem menor diâmetro e é mais fácil de manter
distante da superfície proximal do dente adjacente. A
caixa deve quebrar o contato com o dente adjacente
na superfície mesial. A parede gengival deve ter aproxi-
madamente 1,0 mm de largura. Usar a broca carbide
ns 169L para acentuar os ângulos de linha vestíbulo-
axial e linguoaxial.

Fig. 12-22 Depois de terminar a caixa mesial, repetir o


processo com a caixa distai. Não é necessário sertão
conservador com a extensão vestibular da caixa distai.

Fig. 12-23 A broca carbide n-169L é usada para formar


as paredes vestibular e lingual e os ângulos lineares das
caixas proximais. Se essa broca for usada para acen-
tuar os ângulos da caixa, o preparo precisará de muito
pouca instrumentação manual.

246
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-24 A broca carbide é ligeiramente inclinada


para o centro do dente e para o lado vestibular ou
lingual, para formar as paredes vestibular e lingual
das caixas, respectivamente. Isso garante que as
paredes vestibular e lingual sejam divergentes
oclusalmente e que as paredes axiais sejam con-
vergentes nesse sentido.

Fig. 12-25 A vista oclusal das caixas terminadas


mostra que elas apresentam a largura das áreas de
contato proximal com os dentes adjacentes. Neste
ponto do preparo do dente, ainda não se iniciou
nenhuma parte dos biselados proximais. Os
biselados são acrescentados depois que as cai-
xas estiverem terminadas.

Fig. 12-26 Pode-se usar um cinzel de esmalte de


1,0 mm de largura, como também o cinzel bian-
gulado ou machadinha vista aqui, para planificar as
paredes vestibular e lingual do preparo. São essas
paredes planas perpendiculares à direção de for-
ças oblíquas ou rotatórias, que proporcionam resis-
tência à restauração, e não o ângulo entre a super-
fície axial e vestibular ou lingual.

247
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-27 Planificação das superfícies horizontais:


broca carbide ns 957.

Fig. 12-28 A broca carbide ne 957 de corte na ponta


é utilizada para alisar a parede pulpar do istmo, que
une as caixas proximais.

Fig. 12-29 A mesma broca é necessária para planificar


o degrau oclusal no biselado da cúspide funcional.
Essa característica deve ter 1,0 mm de largura.

Fig. 12-30 As últimas superfícies horizontais a serem


planificadas são as paredes gengivais das caixas
proximais. Esse aspecto da caixa proximal ajuda a
melhorar a resistência ao deslocamento da restauração
terminada, quando ocorrerem forças oclusais de com-
pressão na restauração.

248
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-31 Biselados proximais: broca diamantada e


broca carbide em forma de chama.

Fig. 12-32 Colocar os biselados na caixa proximal


a partir de dentro, começando com a broca diaman-
tada em forma de chama, que é suficientemente
pequena para permitir que ela seja inserida no espa-
ço restrito da ameia, próximo ao dente adjacente,
sem riscá-lo.

Fig. 12-33 Pode-se usar uma machadinha de esmalte


larga (1,5a 2,0 mm), para dar forma ao biselado mésio-
vestibular, onde as considerações estéticas são impor-
tantes. O instrumento deve estar afiado, de modo a se
obter a ação de planificação necessária para produzir
um biselado liso e uma linha de terminação uniforme.

Fig. 12-34 Também pode-se usar um disco de lixa para


formar os biselados. Tomar cuidado para não cortar
os tecidos moles que circundam o dente. É melhor re-
servar esta técnica para uso com o dique de borracha,
que retrai a bochecha e o lábio e mantém a língua fora
de perigo.

249
MOD com Cobertura Oclusal

n
K

Fig. 12-35 Bisel gengival: broca diamantada e broca


carbide em forma de chama.

Fig. 12-36 Usar a broca diamantada em forma de cha-


ma para produzir um bisel estreito (0,5 a 0,7 mm de
largura) ao longo de toda a parede gengival da caixa. O
bisel deve se unir com os biselados nas paredes vesti-
bular e lingual da caixa, sem formar retenção.

Fig. 12-37 E muito provável que seja necessário in-


clinar a broca diamantada em forma de chama na
caixa proximal, para produzir um bisel que não seja
excessivamente longo ou obtuso. Isso provavelmen-
te arredonda o ângulo da linha próximo-oclusal, o
que é aceitável.

Fig. 12-38 Instrumentar novamente os biselados e o bisel


gengival com a broca para acabamento de carbide, em
torma de chama.* Ele alisa os biselados e bisel, produ-
zindo uma linha de terminação distinta e nítida. A linha
definida facilita a fabricação de uma restauração que
se ajuste bem.

* N5 H48L-010, Brasseler USA Inc., Savannah, Ga.

250
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-39 Bisel vestibular e lingual: broca diaman-tada em


forma de chama e broca carbide n s 170.

Fig. 12-40 O bisel de acabamento oclusal é colo-


cado na cúspide vestibular com uma broca de car-
bide n5 170, mantida perpendicular ao longo eixo
do dente. O bisel tem aproximadamente 0,5 mm de
largura. Se a broca for inclinada no sentido vestí-
bulo-gengival, o bisel será mais largo e mais defi-
ciente esteticamente.

Fig. 12-41 Arredondar o bisel sobre os biselados vesti-


bulares. Para garantir uma linha de terminação lisa e
não interrompida nessa área de transição, tomar o cui-
dado de fazer a borda externa do bisel oclusal (linha
de terminação real) contínua com a borda externa
do biselado vestibular. Um ângulo agudo na linha de ter-
minação nessa área resultaria em um ângulo negativo
no padrão de cera, que facilmente produziria um espa-
ço não acabado na margem da restauração.

Fig. 12-42 Deve-se também arredondar o ângulo linear


entre a redução oclusal e o biselado, para remover ou-
tras projeções agudas que possam interferir com o
assentamento total da restauração final.

251
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-43 Colocar um bisel estreito (0,5 mm) no de-


grau oclusal certificando-se de que ele também vai unir
numa superfície lisa com os biselados linguais, onde
ele os encontra. Tomar cuidado para não estender esse
bisel muito gengivalmente. Se isso acontecer, o bisel
resultante no padrão de cera será largo e fino, podendo
resultar em fundição incompleta.

Fig. 12-44 Usar a mesma broca carbide para arredon-


dar o ângulo entre o biselado da cúspide funcional e
os biselados proximais.

Fig. 12-45 Vista ocluso-vestibular do preparo para


restauração MOD terminada em um pré-molar superior.

Fig. 12-46 Vista ocluso-lingual do mesmo preparo.

252
MOD com Cobertura Oclusal

Bisel gengival
Integridade marginal Bisel oclusal lingual
Caixa próxima! Integridade marginal
Retenção e resistência Istmo
Durabilidade estrutural

Biselado proximal
Integridade marginal
Bisel ocluso-vestibular
Integridade marginal
Redução da Degrau oclusal
superfície oclusal Durabilidade estrutura
Durabilidade Retenção e
estrutural resistência
Bisel da cúspide funcional
durabilidade estrutural
durabilidade
estrutural

Fig. 12-47 Características de um preparo para restauração MOD com cobertura oclusal e função de cada uma delas.

253
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-48 Este segundo molar inferior foi preparado


para uma restauração MOD com cobertura oclusal. A
raiz distai do primeiro molar foi mantida depois do tra-
tamento endodontico e cirurgia, para ser usado como
suporte de uma prótese fixa com pequeno espaço
protético que substituiu a raiz mesial do primeiro molar,
que foi extraída por razões periodontais.

Fig. 12-49 Vista oclusal do modelo de gesso mos-


trando mais detalhes do preparo de restauração
MOD com cobertura oclusal.

Fig. 12-50 A restauração MOD com cobertura oclusal


terminada é vista no lugar, no segundo molar inferior.
A prótese que restaura o primeiro molar também foi
inserida.

Fig. 12-51 São mostrados os preparos para restau-


ração MOD com cobertura oclusal pré-molar e um
molar inferior. A destruição extensa da estrutura do
dente exigiu a colocação de bases grandes em
ambas as paredes axiais do preparo do segundo
pré-molar e na parede distai axial do preparo do pri-
meiro molar. Essas bases foram colocadas com
propósito de isolamento e para auxiliar o operador
a visualizar a retenção e a resistência dos próprios
preparos.

254
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-52 Os pormenores dos preparos são vistos


mais facilmente nos modelos de gesso. As caixas
distais de ambos os preparos, especialmente os do
pré-molar, são maiores do que o normal por causa
da cárie e das restaurações antigas.

Fig. 12-53 Vista vestibular das restaurações termi-


nadas mostrando a extensão vestibular e distai do
pré-molar. O primeiro pré-molar foi restaurado com
uma coroa sete oitavos. Observe que a extensão
gengival da margem ocluso-vestibular do molar
inclui um sulco vestibular carioso.

Fig. 12-54 Selecionou-se uma restauração MOD para


este dente por causa do defeito extenso no centro
do dente, que enfraqueceu estruturalmente o dente.
Havia diversas pequenas linhas de fratura nas superfí-
cies proximais.

Fig. 12-55 Vista oclusal do modelo de gesso desse


dente preparado mostrando a largura extrema do
istmo do preparo.

255
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-56 Vista vestibular da restauração terminada.

Fig. 12-57 Vista oclusal de um pré-molar superior não


restaurado, com cárie distai mínima. Havia uma linha
de fratura na crista marginal mesial, no entanto, o
dente estava sensível a alterações térmicas e à pressão
oclusal (mas não à percussão).

Fig. 12-58 Vista oclusal de um preparo para restaura-


ção MOD com cobertura oclusal clássica. Isto não é visto
frequentemente, porque os dentes que exigem restau-
rações MOD com cobertura oclusal, em geral já foram
restaurados previamente e sofreram danos extensos, tor-
nando necessário este preparo.

Fig. 12-59 Vistas mésio-oclusais do preparo termina-


do no dente (esquerda) e no modelo de gesso
(direita).

256
MOD com Cobertura Oclusal

Fig. 12-60 Vista lingual da restauração MOD com


cobertura oclusal terminada, mostrando a extensão
da cobertura na cúspide lingual.

Fig. 12-61 Vista vestibular da restauração terminada.

257
Capítulo 13

Coroas Metaloceramicas para Dentes Anteriores

A norma que constitui uma restauração trutura periférica do dente. Elas são sele-
esteticamente aceitável varia de cultura cionadas quando a superfície vestibular for
para cultura, de país para país e de tempo íntegra. Se a extensão vestibular e incisai
para tempo. Usualmente, é influenciado for atingida o mínimo, as restaurações a
pela capacidade de avaliação tecnológica. ouro, são quase invisíveis, podendo, então
Hoje é possível fabricar coroas com mate- ser confeccionadas. Se a superfície mesial
riais que, em certas circunstâncias ideais, do dente anterior for intacta, não há neces-
podem ser quase indistinguíveis do esmal- sidade de recobrir inteiramente. A coloca-
te natural. ção cuidadosa de pinos para pequenos con-
O aspecto natural saudável é o ideal da dutos ou sulcos, podem, mecanicamente
zona de aparência. Esta zona varia de pa- substituir a parede não preparada.
ciente para paciente. Para a maioria da po- Quando uma parte substancial da super-
pulação inclui todos os dentes anteriores, fície vestibular de um dente for destruída
os pré-molares superiores e os primeiros ou solapada, uma restauração alternativa
pré-molares inferiores. O dentista deve poderá ser selecionada. O uso de coroas
observar o paciente, conversando e sorrin- totais veneer com resina acrílica foi a pri-
do, para determinar a extensão da objetivi- meira maneira de restaurar os dentes que
dade, e conversar com o paciente para es- permitiram, depois, receberes retentores de
tabelecer a extensão da subjetividade. Se coroas totais veneer para as próteses fixas,
a percepção do paciente estender e ultra- na situação que exige o máximo de estéti-
passar a zona de aparência, o que é uma ca. Era seriamente limitada, em razão da
realidade aparente, o dentista deverá aco- falta de estabilidade da cor e resistência à
modar o conceito duvidoso do paciente. Pro- abrasão.
ceder de outra maneira seria convidar o pa- A restauração com coroas metalocerâmi-
ciente para a insatisfação. cas é uma combinação de porcelana estéti-
Quando os dentes que estão sendo pre- ca recobrindo uma subestrutura metálica.
parados na zona de aparência, forem para Fundindo a porcelana sobre o metal, torna-
coroa, o dentista tem, em geral, dois tipos se possível produzir uma coroa inteiramente
para sua escolha: coroas parciais podem ser recoberta, com estabilidade estética e ade-
4/5 ou 3/4, que deixam as superfícies vesti- quada resistência, para ser empregada na
bulares intactas, ou coroas totais veneer de reposição de dentes perdidos.
material com coloração do dente, recobrindo Enquanto a coroa metalocerâmica pode
as superfícies vestibulares. servir como restauração resistente e estéti-
As coroas parciais 4/5 com cobertura ca, os pacientes, muito frequentemente, re-
oclusal, coroas parciais 3/4 e coroas par- cebem este tipo de restauração para dente
ciais 7/8 necessitam de remover pouca es- com pequenas irregularidades, que poderia
259
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

ser melhor restaurado com tratamento mais celana opaca para disfarçar o cente e
conservador, ou de modo algum. uma camada mais fina de porcelana
O uso de coroas metalocerâmicas tem translúcida para reproduzir a imteçãociQ
aumentado pelo desenvolvimento do primei- esmalte natural.2 A camada de metal deve
ro sucesso comercial de restauração de ser de 0,3 a 0,5 mm de espessura,3 se a
porcelana sobre liga de ouro cerâmico, intro- liga for de metal nobre, enquanto um coping
duzida por Weinstein e colaboradores na feito de liga não preciosa pode ser reduzido
década de 1950.1 Embora os preparos para para 0,2 mm.4 Alguns cálculos aritméticos
coroas metalocerâmicas sejam minuciosa- mostram que uma espessura de 1,2 mm
mente realizados, as restaurações não se- será necessária na redução da superfície
rão tão estéticas como a estrutura natural vestibular para a coroa metalocerâmica em
de dentes íntegros. Elas podem ser, fre- liga não preciosa, enquanto, para as ligas
5
quentemente, identificadas pela sua capa- preciosas, a redução será de 1,4 mm. A
cidade, volume, colar metálico exposto na redução inadequada pode proporcionar o
margem gengival ou ainda, por uma infla- sobrecontorno da restauração no laborató-
mação circular de tecido da gengiva margi- rio, que por sua vez, produzirá inflamação
5 10
nal. Todos esses problemas têm suas raízes gengival. '
no erro de preparo da coroa do dente. As Figuras 13-1 até 13-39 mostram as
O próprio preparo para esta restauração fases do preparo de um incisivo central su-
é uma reflexão de materiais usados na sua perior, para receber uma coroa metalo-
fabricação e no espaço necessário para pro- cerâmica. As Figuras 13-40 até 13-53 são
mover adequado volume exigido para am- exemplos clínicos de coroas metaloce-
bos, durabilidade e resultado estético. râmicas e seus correspondentes preparos
A criação de uma coroa metalocerâmica em dentes anteriores.
com "vida", requer uma fina camada de por-

Preparo para coroa metalocerâmica


anterior (Figs. 13-1 a 13-39)

Fig. 13-1 Antes de começar o preparo, tomar uma


moldagem, adaptando uma medida e meia de pasta pe-
sada de silicone às superfícies vestibular e lingual do
dente a ser preparado e pelo menos mais um dente de
cada lado.

260
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-2 Pode-se tomar uma moldagem vestibular,


cortando-se a pasta adaptada nas metades vestibu-
lar e lingual e a seguir, dividindo a metade vestibular.
O segmento gengivo-vestibular formado dessa ma-
neira é colocado contra os dentes para se verificar
a adaptação. Se o contorno da superfície vestibular
do dente ficar significativamente alterado pela res-
tauração, deve ser feito o enceramento diagnóstico
das alterações propostas.

Fig. 13-3 Pode-se criar uma moldagem mésio-sagital


seccionando-se a pasta de silicone do sentido gengivo-
vestibular ao gengivo-lingual ao longo da linha média do
dente a ser preparado. Essa moldagem dá uma indica-
ção melhor de toda a redução incluindo os aspectos
incisai e lingual, mas não fornece nenhuma informação
sobre a redução vestibular mésio-distalmente. Cada
operador deve decidir qual a moldagem que proporcio-
na as informações mais úteis. Pode-se fazer duas
moldagens de duas misturas de pasta, no caso do
dentista ter tempo para tal.

Fig. 13-4 Quando um dente está sendo preparado para receber uma coroa estética veneer, a superfície vestibular deve
ser reduzida em dois planos:58 um quase paralelo ao eixo de inserção e outro paralelo aos dois terços incisais da
superfície vestibular do dente (A). A redução somente no plano paralelo ao eixo de inserção pode resultar em espaço
insuficiente para a porcelana no terço incisai, o que é um erro comum (B).11 A redução de um plano cria espaço
adequado para a restauração no degrau e nas áreas incisais fica perigosamente próximo da polpa na área média
da face vestibular, e também pode produzir um preparo muito cónico (C).

261
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-5 O fato de não se usar a redução vestibular


em planos pode resultar em uma faceta estética vesti-
bular de porcelana muito fina. Isso produz um apareci-
mento da porcelana opaca, correspondente ao ângulo
inciso-vestibular do preparo, como se observa nessa
coroa no incisivo central superior. (Fotografia cedida
pelo Dr. Royce A. Hatch de Denver).

Fig. 13-6 O preparo neste dente também foi feito em


um só plano de redução na superfície vestibular.
Num esforço de reduzir um volume suficiente para evi-
tar problema estético visto há pouco, esse dente ficou
super-reduzido vestibularmente. A exposição resultante
dos cornos pulpares exigiu o tratamento endodôntico.

Fig. 13-7 Sulcos de orientação: broca diamantada


cónica de ponta chata.

Fig. 13-8 O uso do aferidor de redução ou sulcos de


orientação é recomendado por Preston5 e Miller.10 A chave
para sua aplicação correta é o uso de instrumentos de
diâmetro conhecido e o uso da estrutura remanes-
cente do dente como ponto de referência, contra a qual,
a redução pode ser medida.10 Alinhar a broca diamantada
cónica de ponta chata com a porção incisai da superfí-
cie vestibular.

262
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-9 Fazer pelo menos dois sulcos na porção inci-


sai da superfície vestibular. Isso será feito com o diâ-
metro total da broca diamantada, desaparecendo na "la-
cuna" onde a curvatura da superfície vestibular é maior.

Fig. 13-10 A seguir, alinhar a broca diamantada cónica


de ponta chata com a porção gengival da superfície
vestibular.

Fig. 13-11 Aprofundar o lado da broca diamantada no


centro mésio-distal da superfície vestibular, mantendo-
a paralela ao segmento gengival da superfície vestibu-
lar. Certificar-se de que a broca esteja inserida no dente
em seu diâmetro total, ou ligeiramente mais profunda.
Manter a ponta da broca diamantada ligeiramente
supragengival neste ponto, mesmo se no final ele ficar
rente à margem gengival ou um pouco subgengival.
Repetir o processo pelo menos duas vezes, colocando
esses sulcos de orientação mais perto da linha dos ân-
gulos do dente.

Fig. 13-12 Fazer dois sulcos de orientação incisais


com 2,0 mm de profundidade. A broca diamantada deve
ficar paralela ao ângulo da borda incisai não reduzida
no sentido vestíbulo-lingual.

263
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-13 Redução incisai: broca diamantada cónica


de ponta chata.

Fig. 13-14 Reduzir a borda incisai de 2,0 mm até o nível


dos sulcos de orientação. Manter o plano da superfície
reduzida paralelo à borda natural incisai.

Fig. 13-15 Redução vestibular, metade incisai: broca


diamantada cónica de ponta chata.

Fig. 13-16 A porção incisai da superfície vestibular


é reduzida com a broca diamantada cónica de ponta
chata removendo-se a estrutura remanescente do
dente entre os sulcos de orientação.

264
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-17 Redução vestibular, metade gengival: broca


diamantada cónica de ponta chata.

Fig. 13-18 Certifique-se de que o segmento gengival da


redução se estenda bem na superfície proximal. As
recomendações para a profundidade da redução axial
vestibular incluem 1,0 mm,1213 1,20 mm,'4 1,25 mm15 e
1,5 mm.13161? Essas quantidades razoáveis de 1,2 a 1,4
mm são aceitas como a espessura desejável para
colocação de porcelana e liga. Se for feita uma redução
de menos de 1,2 mm para coroa metalocerâmica fundi-
da com liga não preciosa ou de 1,4 mm para liga precio-
sa, o dentista deve estar querendo uma coroa opaca ou
sobrecontornada. A redução na parte interproximal
é mais larga do que o diâmetro da broca diamantada, de
modo que, é seguro proteger os contatos proximais,
mantendo um pouco de estrutura de dente entre os
dentes adjacentes e a broca.

Fig. 13-19 O "lábio" ou borda minada de estrutura do


dente assim formado, pode ser facilmente removido com
um cinzel agudo para esmalte, como também uma
machadinha ou cinzel biangulado.

Fig. 13-20 Se houver estrutura sadia do dente inter-


proximalmente, uma parede vertical ou "aleta" é deixada
em cada área interproximal, para lingual ao contato
proximal. Além de preservar a estrutura do dente, tam-
bém acrescenta uma certa resistência de torque ao pre-
paro. O degrau deve ser estendido lingualmente ao con-
tato, para permitir um volume adequado de porcelana
interproximal, para obter boa estética.5 Se a terminação
do degrau e das aletas ocorrer no contato proximal ou
vestibular a ele, a área interproximal da coroa terá uma
aparência opaca e "morta". Se, como acontece muitas
vezes aos dentes que precisam de coroas metalo-
cerâmicas, as superfícies proximais estiverem dani-
ficadas por cárie ou forem restauradas anteriormente, a
aleta não é feita.

265
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-21 Redução lingual: roda diamantada pequena.

Fig. 13-22 Começar a redução da superfície lingual,


usando broca esférica diamantada pequena com diâ-
metro 1,4 mm maior do que a haste. Afundando esse
instrumento na estrutura lingual até que a haste toque
o esmalte, é possível produzir marcas indicativas com
0,7 mm de profundidade. Distribuir diversos desses
orifícios sobre superfície lingual do dente.

Fig. 13-23 Reduzir a porção do cíngulo da superfície


lingual com a roda diamantada pequena. Tomar o cuida-
do de não estender a redução lingual muito gen-
givalmente sobre o cíngulo pois a parede lingual vertical
pode ficar muito diminuída. A redução excessiva deste
ponto produz uma deficiência de retenção que é difícil
de compensar mais tarde.

fl Fig. 13-24 Redução axial lingual: broca diamantada


torpedo e broca de carbide de acabamento.

266
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-25 É necessário formar a superfície lingual do dente anterior, de modo que haja uma parede vertical na super-
fície lingual do cíngulo e uma superfície côncava distinta, incisai a ele (A). Isso produz áreas de resistência como
degraus para resistir ao efeito do plano inclinado de forças no sentido lingual. A concavidade lingual também cria
espaço para uma coroa com contornos e oclusão próprios, com remoção mínima de estrutura do dente. Se a superfície
lingual for formada em um único plano inclinado (B), os arcos de rotação de todos os pontos na coroa serão paralelos
ou dirigidos para longe do dente e, então, a coroa ficará sem forma de resistência, e fracassa.

Fig. 13-26 Se houver espaço limitado entre o ângulo


vestíbulo-proximal da aleta e a superfície proximal do
dente adjacente, usar uma broca diamantada fina e lon-
ga para reduzir a parede axial lingual à aleta.

Fig. 13-27 Nesta parte do preparo, onde a coroa metá-


lica não será coberta com porcelana, usa-se a broca
diamantada torpedo para reduzir a superfície axial
lingual, formando simultaneamente uma linha de termi-
nação em chanfro. Se a parede axial lingual for muito
baixa, pode ser possível encompridá-la usando-se um
degrau com um bisel, para mover a parede lingual mais
para o centro do dente. A parede axial lingual deve ser
8
paralela ao terço cervical da superfície vestibular.

267
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-28 Redefinir e alisar o chanfro lingual com uma


broca torpedo de carbide para acabamento.

Fig. 13-29 Acabamento axial vestibular: broca carbide


ns170.

Fig. 13-30 Alisar toda a superfície vestibular com


uma broca carbide ne 171. Durante essa etapa, eli-
minar todas as retenções. Prestar atenção especial
ao aspecto vestibular das aletas proximais, se esti-
verem presentes. Certifique-se que elas estão pa-
ralelas ou levemente inclinadas ao eixo de inserção
do preparo.

Fig. 13-31 Arredondar os ângulos agudos na borda


incisai ou ao longo das bordas dos chanfros incisais,
com a broca carbide n5 170. Os próprios chanfros
incisais foram criados automaticamente pela colo-
cação das aletas lingualmente aos contatos
proximais. A redução vestibular mais intensa na su-
perfície lingual, cria os chanfros nas extremidades
proximais do ângulo incisai.

268
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-32 Acabamento do degrau: broca carbide n9 957.

Acabamento do degrau Um técnico com grande habilidade pode


aparar o metal na margem vestibular sob
É possível arruinar o degrau (Fig. 13-33) controle de um estereomicroscópio para
quando a ponta da broca, durante o acaba- permitir uma extremidade com borda fina,
mento do degrau, não estiver em boas con- com isto ainda o metal pode aparecer o
dições e bem nivelada. O operador deve ser mínimo. A borda é frágil e susceptível de
cuidadoso para não aprofundar o degrau nas distorção, enquanto a linha de metal na
linhas de ângulo vestíbulo-proximal para o margem torna-se bem fina, eventualmente
mesmo nível, como na superfície vestibu- poderá ser visível quando há uma recessão
lar, enquanto estiver tentando eliminar as gengival.
arestas do degrau. O resultado será desas- O interesse no acabamento das margens
troso para a papila interproximal e na linha das coroas metalocerâmicas é ocasionado,
de terminação vertical, onde o degrau ves- não somente por ser desagradável o apa-
tibular encontra com a linha de terminação recimento do metal quando um colar é visí-
proximal. vel através da recessão gengival, mas tam-
Algumas formas de degrau são usadas bém pela inflamação marginal da gengiva
largamente para a linha de terminação ves- que frequentemente acompanha, mesmo
tibular do preparo para coroa metaloce- que colocada subgengivalmente às margens
râmica, durante muitos anos. Alguns clíni- da restauração. Isto pode ser melhor evita-
cos têm recomendado o bisel simplesmen- do colocando a margem da coroa tão rasa
te812-1824 ou com estreita terminação em quanto possível. A solução para ambos os
bisel.5'6'22"24 McLean e Wilson refutaram o problemas parece ser a eliminação do me-
argumento de que a linha de terminação tal na margem vestibular das coroas metalo-
vestibular seria um bisel, dizendo que, o cerâmicas e também nas áreas estetica-
bisel no degrau deve formar um ângulo de mente críticas.
160 a 170 graus para produzir efeito signifi- Muitos técnicos descrevem técnica para
25
cante. Isto porque, o bisel no degrau, fabricação de coroas metalocerâmicas com
requer um colar metálico na margem da res- degrau vestibular em porcelana. O uso de
tauração,26 um degrau de 135 graus tam- lâmina de platina era a divulgação corrente
527
bém é proposto, para permitir uma mar- na técnica de fabricação de coroa em por-
gem aguda, enquanto minimiza a borda do celana pura.628 Modelos de revestimento
metal na margem atual. foram empregados para realizar a queima

269
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

adicional da porcelana, complementando-se A avaliação qualitativa da justeza de


29 3334 35
o degrau no próprio modelo. Outros usa- margem em vivo e em vitro tem mos-
ram uma técnica de colocação direta a for- trado adaptação satisfatória da porcelana
no, formando o degrau em porcelana sobre na linha de terminação do preparo. A de-
o modelo tratado e depois retirado ao for- cisão do clínico para o uso de coroas meta-
30
no. A porcelana opaca ou porcelana es- locerâmicas com todas as margens em por-
31
pecial para degrau pode ser usada, ou a celana dependerá, se ele ou ela tiver aces-
porcelana usada para formação do degrau so ao técnico que é capaz de reproduzir
pode ainda ser misturada com material restaurações com margens justas em
37
cerâmico. porcelana.

Fig. 13-33 O degrau, que ficou irregular com a bro-


ca diamantada cónica de ponta chata, é terminada
neste estágio com uma broca com parte ativa na
extremidade e com instrumentos manual. A linha de
terminação deve seguir os contornos ondulantes dos
tecidos gengivais, levantando incisalmente na re-
gião interproximal.

Fig. 13-34 O degrau é instrumentado com um cin-


zel agudo de 1,5 mm de largura, para produzir uma
linha de terminação lisa. Não é necessário acentu-
ar o ângulo interno. De fato, alguns autores propu-
seram um ângulo interno arredondado, porque ele
reduz as pressões.3637 É importante certificar-se de
quenão há "lábio" ou bisel invertido de esmalte na
linha de terminação. De outro modo, essa borda po-
de não ser reproduzida quando a impressão for pre-
enchida ou pode fraturar-se no modelo, resultando
em restauração mal assentada. Também fica sus-
cetível à fratura no dente, o que causaria uma
margem aberta. O degrau não deve ter menos que
1,0 mm de largura. O cinzel de esmalte ajuda a veri-
ficar essa largura.

Fig. 13-35 Usar a moldagem de silicone gengivo-vesti-


bular em horizontal para verificar a redução através
de toda a superfície vestibular. Se houver alguma dú
vida, usar a largura da lâmina do cinzel de esmalte,
de 1,5 mm de largura, para fazer uma medida
comparativa.
270
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-36 Também pode-se usar uma moldagem mésio-


sagital vertical para verificar a quantidade de redução.

Fig. 13-37 Esta é uma vista inciso-vestibular de um


preparo para coroa metalocerâmica em um incisivo cen-
tral superior.

Fig. 13-38 Vista línguo-incisal do mesmo preparo em


um incisivo central superior.

271
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Chanfro
Integridade marginal

Aleta
Retenção e resistência
Preservação da estrutura
do dente
Chanfro
incisai
Durabilidade
estrutural
Redução axial
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Degrau
Integridade marginal
Durabilidade estrutural

Fig. 13-39 Características de um preparo para coroa metalocerâmica em um dente anterior e função de cada
uma delas.

272
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Exemplos Clínicos: coroa metalocerâ-


mica (Figs. 13-40 a 13-53)

Fig. 13-40 Vista incisai de um preparo para retentor de


prótese metalocerâmica em um canino superior. O pa-
ciente é um rapaz de 19 anos que perdeu esse e diver-
sos outros dentes em um acidente de automóvel.

Fig. 13-41 Vista lingual do mesmo preparo.

Fig. 13-42 Vista vestibular do preparo visto na boca


(esquerda) e no modelo de gesso (direita). Como
o dente sofreu trauma mínimo no acidente, foi pos-
sível fazer um preparo clássico com aletas em
ambas as superfícies proximais. A linha de termi-
nação é um degrau ligeiramente mais largo que
1,0 mm e com bisel.

Fig. 13-43 A prótese metalocerâmica é vista após


a cimentação. A linha de terminação vestibular no
canino está um pouco abaixo da margem gengival,
onde produz irritação mínima na gengiva. A restau-
ração não deve tornar-se um fator iatrogênico nos
problemas dentários do paciente. Se não usou a
margem toda de porcelana no canino, é necessário
colocar a linha de terminação muito mais profunda-
mente no sulco gengival.

273
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-44 Vista vestibular de preparos para coroa


metalocerâmica em incisivo lateral direito e canino
superiores.

Fig. 13-45 Vista incisai dos modelos de gesso dos


mesmos preparos mostra degraus vestibulares lisos e
de larguras uniformes. Usou-se margens todas de
porcelana, de modo que não há bisel.

Fig. 13-46 Essas coroas metalocerâmicas estão colo-


cadas nos preparos vistos nas fotografias anteriores.

Fig. 13-47 Estão sendo vistas coroas metaloce-


râmicas no incisivo lateral, canino e primeiro pré-
molar no lado contralateral do mesmo arco.

274
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-48 Modelos de gesso dos mesmos três


preparos.

Fig. 13-49 A vista de perto das coroas cimentadas mos-


tra que os degraus todos de porcelana, bem abaixo da
margem gengival, podem produzir um bom resultado
cosmético.

Fig. 13-50 Vista vestibular de um preparo para re-


tentor de uma prótese metalocerâmica em um in-
cisivo central, elemento de suporte da prótese.

Fig. 13-51 Vista línguo-incisal do mesmo preparo.


Ele foi modificado com uma forma de caixa na su-
perfície distai para acomodar um conector não rígi-
do. Os outros preparos para retentor são: coroa
metalocerâmica no incisivo lateral e um retentor
condicionado com ácido, com ligação de resina no
canino.

275
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Anteriores

Fig. 13-52 Vista línguo-incisal da prótese terminada.

Fig. 13-53 Vista na conversação do aspecto vesti-


bular da prótese cimentada.

276
Capítulo 14

Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

O uso das coroas metalocerâmicas per- perfícies oclusais dos dentes antagónicos.
mite obter restauração estética em dentes Embora, teoricamente, a abrasão não ocor-
posteriores, na zona, de aparência,^ande ra, se a atenção é voltada no ajuste da oclu-
necessita a colocação de uma coroa to.tal são, quando a restauração for confeccio-
estética. Como foi discutido no capítulo nada^ colocada, porém, a inspeção na
anterior, o limite de objetividade dessa zona boca, restauradas desta maneira muito fre-
(quando vista por outras pessoas na quentemente, exibe extensas facetas de
conversação) e o limite de subjetividade desgaste. Pacientes que _exigem as sy-
(quando percebida pelo paciente) podem £Tfirfírig^nr[Nsais em porcelana necessitam
diferir. ser informados sobre esses problemas em
Os p_ré-mnlarfis e ns primeirosj]nolares_ potencial.
superiores^e os primeiros prájnolares in- Os preparos para coroas metalocerâ-
terioies estão quase sempre na zona de micas devem ser realizados com o plano
aparência. Os segundos pré-molares in- de execução na mente, relativo à extensão
feriores podem também entrar nessa da cobertura em porcelana, limitando-se às
categoria. Os segundos molares superio- áreas a serem recobertas com porcelana,
res e os molares inferiores também po- onde necessitará de redução maior do que
deriam ser incluídos, se o paciente for seria simplesmente, se recobertas somen-
incomodado pela presença do metal nos te com metal único.
dentes. Rotineiramente, é indiferente As Figs. 14-1 até 14-39 mostram os por-
quanto ao critério da objetividade ou da menores das fases do preparo de um pré-
subjetividade, principalmente quando o molar superior para receber uma coroa
tratamento é extenso e a estrutura do dente metalocerâmica. As Figs. 14-40 até 14-50
precisa ser removida para acomodar a demonstram o uso das coroas metalo-
combinação de porcelana e metal. Há, cerâmicas para restaurar os pré-molares e
também, aumento de riscos de falhas de- molares.
vido a possível fratura da porcelana es-
tética.
A rotina no uso da porcelana nas super-
fícies oclusais tem opiniões segundo seus
1
Resistência à distorção marginal
críticos. Ela oferece o máximo de efeito
cosmético quando indicada numa área alta-
mente visível ou também pela preferência As coroas feitas com linha de termina-
do paciente. Porém, repetindo, necessita de ção em degrau foram apresentadas por
remover grande quantidade de estrutura do alguns investigadores, como sendo de me-
dente, que poderia, também, ocorrer uma nor probabilidade de distorção durante a
ameaça à integridade da estrutura das su- queima da porcelana. Shillingburg e co-

279
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

laboradores encontraram coroas metaloce- leceram, então, hipóteses de que a con-


râmicas em liga nobre, com margens fabri- figuração em degrau promove espaço para
cadas sobre degraus, exibindo menor fen- um volume interno de metal para apoiar
da marginal do que em outras, feitas em a margem.511 Outros investigadores não
algumas formas de chanfro.23 Faucher e encontraram diferença de justeza marginal
Nicholls encontraram uma resistência si- e acreditam que as fendas marginais,
milar à distorção nas coroas fabricadas depois da queima da porcelana, podem
com degrau em contraste com as fabri- ser causadas também por dificuldades
cadas em chanfro. Demonstraram que as técnicas em obter borda em forma de
25
alterações ocorrem num aumento de dis- lâmina de faca no metal e porcelana ou
tância mésio-distal e diminuição na distân- então, diferenças nas combinações de
26
cia vestíbulo-lingual do coping.24 Estabe- metal e porcelana.

Preparo para coroa metalocerâmica


posterior (Figs. 14-1 a 14-39)

Fig. 14-1 Antes de começar o preparo no dente ou


dentes que vão receber uma coroa metalocerâmica,
adaptar silicone pesado às superfícies vestibular, lingual
e oclusal do dente ou dentes a serem preparados e em
um dente de cada lado.

Fig. 14-2 Depois da polimerizaçao, uma moldagem


mésio-sagital pode ser formada a partir do silicone,
cortando-o na metade, ao longo da linha média ves-
tíbulo-lingual do dente a ser preparado. Experimen-
tá-la no dente para certificar-se de que ainda está
bem adaptada. Se o dente que está sendo restau-
rado está muito danificado, fazer moldagem do en-
cerramento de diagnóstico.

280
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-3 Fazer a moldagem vestibular convencional e


cortando-se o silicone ao longo das cúspides vestibular
dos dentes. A parte vestibular assim formada é ainda
dividida ao longo de uma linha média entre as linhas
cervicais dos dentes e as pontas das cúspides vestibu-
lares. Descartar a porção vestibular e usar a porção
gengival como índice. Ele é mostrado aqui depois de
recolocado nas superfícies vestibulares do pré-molar
direito e primeiro molares superiores.

Fig. 14-4 Redução oclusal: broca diamantada cónica de


ponta arredondada e broca carbide ne 171.

Fig. 14-5 Começar a redução oclusal fazendo sul-


cos de orientação com uma broca diamantada
cónica de ponta arredondada. Nas áreas onde deve
haver cobertura oclusal, a redução será de 1,5 mm2
a 2,0 mm.35 Por isso, a broca diamantada de diâ-
metro 1,6 mm deve ser aprofundada no esmalte em
seu diâmetro total e frequentemente mais.

Fig. 14-6 A redução oclusal é então obtida usando-se a


mesma broca para remover as estrias de esmalte
intactas, deixadas entre os sulcos de orientação. A re-
dução deve tomar a forma de planos definidos, reprodu-
zindo a morfologia oclusal geral,6 ou a forma geométrica
básica da superfície oclusal.

281
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-7 Biselado da cúspide funcional: broca dia-


mantada tronco-cônica de ponta arredondada e broca
carbide ns 171.

Fig. 14-8 O biselado da cúspide funcional, para propor-


cionar um volume uniforme de material restaurador na
inclinação lingual das cúspides linguais superiores e na
inclinação vestibular das cúspides vestibulares inferio-
res, é iniciado com a colocação de sulcos de orientação
com broca diamantada de 1,4 mm de diâmetro usado
para a redução oclusal. A profundidade exigida é de 1,5
mm se a cúspide tiver que ser coberta apenas por metal
e de 2,0 mm se tiver que ser revestida com porcelana.

Fig. 14-9 Completar o biselado da cúspide funcional,


removendo a estrutura de esmalte entre os sulcos
de orientação. O ângulo do bisel deve aproximar-se
da inclinação das cúspides opostas que, neste caso,
significaria ser paralelo às inclinações vestibulares
das cúspides linguais inferiores.

Fig. 14-10 Sulcos de orientação: broca diamantada


tronco-cônica de ponta chata.
282
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-11 Os sulcos de orientação, recomendados por


Preston5 e Miller,7 proporcionam um meio de julgar a
quantidade de estrutura do dente a ser removida. Re-
duz-se o dente com uma broca de diâmetro conhecido e
a superfície da estrutura remanescente do dente é usa-
da como um ponto de referência contra o qual a profun-
didade da redução pode ser medida.7 Alinhar a broca
diamantada tronco-cônica de ponta chata (com 1,6 mm
de diâmetro na haste), com o segmento oclusal da su-
perfície vestibular.

Fig. 14-12 Aprofundar três sulcos. Verticais na porção


oclusal da superfície vestibular. São colocados no
diâmetro total da broca, desaparecendo na área onde a
superfície vestibular é mais curva.

Fig. 14-13 Agora, alinhar a broca diamantada tron-


co-cônica com extremidade chata no componente
gengival da superfície vestibular.

Fig. 14-14 Usar o lado da broca diamantada para


reduzir a superfície vestibular, mantendo-o alinha-
do em paralelo com a porção gengival não reduzida
da superfície vestibular. Pelo menos, todo o diâme-
tro da broca deve reduzir o dente. A ponta da broca
deve estar ligeiramente supragengival nesse pon-
to, mesmo se a posição final pretendida da linha de
terminação for ao nível ou ligeiramente abaixo da
margem gengival. Colocar pelo menos mais dois
sulcos de orientação, posicionando-os perto dos ân-
gulos lineares do dente.

283
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-15 Redução vestibular, metade oclusal: broca


diamantada tronco-cônica de ponta chata.

Fig. 14-16 Reduzir o segmento oclusal da superfí-


cie vestibular com a broca diamantada tronco-cônica
de ponta chata, removendo toda a estrutura rema-
nescente entre os sulcos de orientação.

Fig. 14-17 Redução vestibular, metade gengival: broca


diamantada tronco-cônica de ponta chata.

Fig. 14-18 Estender a porção gengival da redução bem


dentro da superfície proximal. A profundidade da redu-
ção axial vestibular recomendada é 1,0,891,2'° 1,25" e
1,5 mm.9-12-13 Essas profundidades são razoáveis para
restaurações cuja espessura combinada de porcelana
e liga é de 1,2 a 1,4 mm. Se for feita uma redução me-
nor que 1,2 mm para uma coroa metalocerâmica com
liga não preciosa ou menor que 1,4 mm para coroa meta-
locerâmica com liga preciosa, a coroa ficará ligeiramente
opaca ou com sobrecontorno.

284
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-19 Redução axial proximal: broca diamantada


fina e curta.

Fig. 14-20 A redução axial proximal começa com uma


broca diamantada fina e curta, cujo diâmetro estreito
facilita a redução interproximal sem afetar o dente
adjacente.

Fig. 14-21 Usar a mesma broca fina na outra su-


perfície proximal. A broca pode ser usada com um
movimento para cima e para baixo na face vestibu-
lar ou lingual da estrutura interproximal, ou pode ser
mantida horizontalmente e usada na porção oclusal
com um movimento vestíbulo-lingual. Neste está-
gio, o único objetivo é obter a separação entre os
dentes, sem deixar a parede que está sendo prepa-
rada muito cónica ou mutilar a superfície do dente
adjacente.

Fig. 14-22 O passo final na redução inicial da superfí-


cie proximal é o uso de uma broca diamantada fina, para
tornar a parede axial lisa.

285
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-23 Redução axial lingual: broca diamantada


torpedo.

Fig. 14-24 Reduzir a parede axial lingual com uma bro-


ca diamantada torpedo. Produzir redução adequada nas
paredes axiais lingual e proximal para ter uma linha de
terminação biselada e distinta em todas as áreas do
dente onde não houver cobertura de porcelana. Tomaro
cuidado de arredondar o ângulo criado nos ângulos li-
neares com as superfícies proximais. A redução inade-
quada dos ângulos transicionais é um erro comum que
causa sobrecontorno da restauração e inflamação da
papila interdentária.

Fig. 14-25 Acabamento axial: broca carbide de aca-


bamento torpedo e broca carbide ns 170.

Fig. 14-26 A linha de terminação em chanfro e as su-


perfícies axiais adjacentes a ela são alisadas com a broca
de carbide torpedo para acabamento. Todas as superfí-
cies axiais do preparo que serão revestidas apenas de
metal, são terminadas dessa forma.

286
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-27 A superfície vestibular e as áreas das super-


fícies proximais a serem revestidas com porcelana são
alisadas com a broca carbide n5 171. Na extensão mais
lingual da redução vestibular, lingualmente ao contato
proximal, a transição da redução vestibular mais pro-
funda para a redução axial lingual é relativamente mais
rasa resultando em uma parede ou "aleta" vertical de
estrutura do dente. Certifique-se de que as aletas não
fiquem retentivas com a parede axial lingual do preparo
ou com o eixo de inserção do preparo. Se o degrau e as
aletas terminarem no contato proximal ou vestibularmente
a ele, a região interproximal da porcelana vestibular
terá aparência sem vida. Se houver uma restauração
de amálgama no dente antes de prepará-lo para uma
coroa metalocerâmica, a aleta usualmente coincide com
a parede lingual da forma de caixa proximal de
amálgama. Além de conservar a estrutura do dente, a
aleta acrescenta resistência de torque ao preparo. Se
toda a superfície proximal tiver que ser revestida com
porcelana, o degrau deve ser estendido através de toda
a superfície proximal sem aleta.

Fig. 14-28 Neste ponto, usar a broca carbide n9 170


para alisar os planos da redução oclusal para remover
qualquer aspereza ou orifício que possam interferir
no completo assentamento da coroa terminada.

Fig. 14-29 Arredondar também os ângulos ou bor-


das agudas no preparo, que possam apresentar
problemas na moldagem, no preenchimento, na in-
clusão, na fundição e finalmente, no assentamento
da coroa terminada.

287
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-30 Acabamento da plataforma: broca n2 957.

Fig. 14-31 O degrau que foi iniciado com a broca


diamantada de ponta chata, na hora em que a redução
vestibular foi obtida, é terminada neste ponto com uma
broca com parte ativa na extremidade. Defendeu-se o
degrau simples para a linha de terminação vestibular de
preparos para metalocerâmica,2 8-1417 com um bisel de
acabamento estreito.3518"20 O colar metálico exigido pelo
degrau com um bisel,21 frequentemente requer que a
linha de terminação seja colocada profundamente den-
tro do sulco gengival para esconder o metal.22 Em uma
área posterior da boca que seja particularmente visível,
como a região do pré-molar superior, deve usar uma mar-
gem toda de porcelana para se obter um bom resultado
estético sem invadir o sulco gengival. Haverá ocasiões,
no entanto, em que o degrau com bisel será a linha de
terminação de escolha: nas áreas onde as necessida-
des estéticas não são tão críticas, ou quando o técnico
é incapaz de produzir consistentemente uma margem
toda de porcelana com bom ajuste.

Fig. 14-32 Para produzir uma linha de terminação lisa, o


degrau é planificado com um cinzel agudo de 1,0 mm de
largura. Não se faz nenhum esforço especial para
acenturar o ângulo interno. Remover qualquer "lábio" ou
bisel inverso no esmalte, na linha cavo-superV\c\a\.
bordas agudas e pequenas, nesta área, não devem ser
reproduzidas na moldagem e são suscetíveis de fratura
no modelo ou no dente. O degrau deve ter pelo menos
1,0 mm de largura. Um instrumento manual nesta
dimensão é muito útil para verificar a largura.

288
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-33 Bisel gengival: broca diamantada e broca


carbide de acabamento em forma de chama.

Fig. 14-34 Um bisel estreito, não maior que 0,3 mm, é


colocado no degrau, com a ponta de uma broca
diamantada em forma de chama. Manter o bisel estrei-
to, desde que o colar metálico na coroa resultante tenha
que ser tão largo quanto ele. Um bisel mais distinto, com
um ângulo aceitável no enceramento e fundição, é for-
mado inclinando-se a broca diamantada e a cabeça da
peça de mão para o centro do dente, o máximo possível.

Fig. 14-35 Terminar o bisel com a broca de carbide em


forma de chama, para criar a superfície mais lisa e a
linha de terminação mais nítida que possível.

Fig. 14-36 O preparo terminado, para uma coroa


metalocerâmica é visto em um segundo pré-molar su-
perior. A presença de aletas equidistantes nas superfí-
cies proximais indica que a coroa feita para esse dente
deveria ter uma superfície oclusal, cujos dois terços
linguais seriam de metal polido não revestido.

289
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-37 A moldagem vestibular de silicone está


posicionada para demonstrar a redução axial adequada
e uniforme através da superfície vestibular da face mesial
para a distai.

Fig. 14-38 A moldagem mésio-sagital mostrando a re-


dução uniforme ocluso-gengivalmente da superfície
vestibular. A redução oclusal da cúspide vestibular que
deve ser revestida com porcelana, é ligeiramente maior
do que a da cúspide lingual, que será coberta apenas
com metal. A redução axial e a linha de terminação em
chanfro na superfície vestibular também refletem a ne-
cessidade de menos redução, onde será colocado
apenas o metal na coroa terminada.

Bisel gengiva!
Integridade marginal
Chanfre
Integridade marginal
Durabilidade estrutural

Redução axio-lingual
Retenção e resistência Degrau
Durabilidade estrutural Integridade marginal
Aleta
Preservação da estrutura do dente
Retenção e resistência Redução axio-vestibular
Retenção e resistência
Bisel de cúspide funcional Durabilidade estrutural
Durabilidade estrutural
Redução da superfície oclusal
Durabilidade estrutural

Fig. 14-39 Características do preparo para coroa metalocerâmica em um dente posterior e função de cada
uma delas.

290
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteric

Exemplos Clínicos: coroa metalocerâ-


rnica (Figs. 14-40 a 14-50)

stá Fig. 14-40 Esta é uma vista vestibular de preparos


da para retentores de prótese metalocerãmica em um
ilal segundo pré-molar e canino superiores. A combi-
nação de altura e conicidade mínima tornou esses
preparos muito retentivos.

Fig. 14-41 Vista oclusal dos mesmos dois preparos.


Observe as aletas em ambas.

Fig. 14-42 Esta é a prótese terminada fabricada para


preparos vistos nas Figs. 14-40 e 14-41.

Fig. 14-43 Vista oclusal do preparo para metaloce-


rãmica em primeiro molar superior que anteriormen-
te foi restaurado com um amálgama grande de qua-
tro superfícies.
29'
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-44 O modelo de gesso deste preparo mostra a


largura uniforme do degrau. O degrau não foi colocado
perto do sulco gengival ou dentro dele, embora a erosão
indique que a margem da coroa estendeu-se até lá. Se
o degrau fosse estendido apicalmente para a constru-
ção cervical do dente, um degrau de largura normal te-
ria exigido que a parede axial fosse colocada tão perto
no centro do dente que teria posto a polpa em risco.

Fig. 14-45 Vista vestibular da coroa terminada, a


bochecha está retraída, mostrando um colar metálico
largo ao longo da margem gengival. Esse colar permite
que os contornos da coroa sejam mínimos perto do
sulco gengival, apresentando assim um risco menor de
inflamação gengival do que se o técnico tentasse cobri-
lo com porcelana. Não é visível quando o paciente fala
ou sorri.

Fig. 14-46 Esses quatro dentes foram preparados para


coroas metalocerâmicas no canino e pré-molares e uma
coroa total veneer no molar.

Fig. 14-47 Vista vestibular do modelo de gesso mos-


trando os degraus de largura uniforme em preparos
do canino e pré-molar. Não há aletas nos preparos
de pré-molares por causa da extensão planejada da
porcelana.

292
Coroas Metalocerâmicas para Dentes Posteriores

Fig. 14-48 A coroa total veneer e as metalocerâmicas


são vistas cimentadas nos dentes preparados.

Fig. 14-49 Vista oclusal de um preparo para coroa


metalocerâmica em um primeiro molar inferior na boca
(esquerda) e no modelo de gesso (direita). Existe uma
aleta na parte distai do preparo, mas não há na mesial.

Fig. 14-50 Coroa metalocerâmica terminada, no molar


inferior.

293
Capítulo 15

Coroas Totais em Cerâmica Pura

Por muitos anos o único tipo de coroa Coroas de jaqueta de porcelana


total em cerâmica era a coroa de jaqueta
em porcelana pura, que era construída apli- A coroa de jaqueta em porcelana origi-
cando a porcelana sobre uma matriz de nal, era feita de porcelana convencional e
lâmina fina de platina adaptada no modelo apresentava excelente estética, mas muito
ou troquei obtido do dente preparado. Do propensa à fratura. Com o desenvolvimen-
ponto de vista da tecnologia, era análoga to de reforço em alumínio, novamente a res-
1
às primitivas incrustações e coroas par- tauração em porcelana ganhou interesse
2
ciais 4/5, que eram também construídas entre os dentistas. É ainda uma restaura-
pelo escoamento da solda sobre fina lâmi- ção inerentemente fraca, entretanto, o seu
na de ouro, anteriormente adaptada no uso restringe aos incisivos, onde o máximo
modelo ou na cavidade preparada do dente de resultado estético é necessário.
natural. Mais do que outras restaurações, a coroa
Nos anos recentes, desenvolveu-se di- de jaqueta em porcelana depende de muito
ferentes tipos de coroas totais em cerâmi- capricho no preparo do dente. O dente de
ca, usando outra forma de fundição. Então, suporte é mais crítico para a resistência à
um substrato ou "matriz" de porcelana alu- fratura da restauração do que é o volume
7
minizada é formada primeiramente num pro- de porcelana. A "fratura em meia-lua cres-
cesso. Depois, sobre esta matriz é coloca- cente", frequentemente vista neste tipo de
da a porcelana convencional, obtendo-se, restauração, é resultado direto do compri-
710
então, os contornos naturais da coroa ter- mento inadequado do preparo. A técnica
3
minada. Nos dois outros sistemas, os con- seguida no preparo de um incisivo para rece-
tornos da coroa final são obtidos pela fundi- ber uma coroa de jaqueta em porcelana, é
ção de vidro especial, usando-se a técnica apresentada nas Figs. 15-1 a 15-40. Os pre-
45
de cera perdida. paros para coroas de cerâmicas fundidas
são apresentadas nas Figs. 15-41 a 15-71.

295
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Coroas de Jaqueta de porcelana (Figs.


15-1 a 15-40)

Fig. 15-1 antes de começar o preparo, tornar uma


moldagem de redução de profundidade, adaptando um
pouco de pasta de silicone às superfícies vestibular e
lingual do dente ou dentes a serem preparados. A pasta
deve estender-se até pelo menos um dente de cada lado
do que será preparado.

Fig. 15-2 Faz-se uma moldagem vestibular


seccionando-se a pasta adaptada ao longo das bor-
das incisais das impressões do dente. Então, o seg-
mento vestibular é cortado na metade incisai e
gengival. A porção gengivo-vestibular assim forma-
da, é recolocada nos dentes, para garantir que está
bem adaptada. Se o contorno vestibular do dente
tiver sido significativamente alterado pela coroa, fa-
zer a moldagem a partir de uma moldagem de ence-
ramento de diagnóstico, do contorno proposto.

Fig. 15-3 Também é possível fazer uma moldagem


seccionando-se a pasta ao longo da linha mésio-sagital
do dente, a partir do ângulo gengivo-sagital do dente para
o gengivo-lingual. Essa moldagem fornece mais infor-
mações sobre a redução ao longo de toda a linha média
do preparo, incluindo as superfícies incisai e lingual. Por
outro lado, não fornece informações sobre a redução
vestibular mésio-distalmente. Se desejar, ambas as
moldagens podem ser feitas com duas misturas distin-
tas de pasta.

Fig. 15-4 Sulcos de orientação: broca diamantada


tronco-cônica com ponta chata.

296
Coroas Totais em Cerâmica Pur

Fig. 15-5 Os sulcos de orientação têm sido usados para


o preparo de coroa de jaqueta de porcelana, por muitos
anos.1112 Usa-se instrumento cortante rotatório de diâ-
metro conhecido, de modo que, a profundidade de redu-
ção possa ser medida contra a superfície do esmalte
intacta. Posicionar a broca diamantada tronco-cônica
de ponta chata, de modo que fique paralela com a por-
ção gengival da superfície vestibular.

Fig. 15-6 Reduzir o centro mésio-distal da superfície


vestibular com o lado da broca diamantada, mantendo-a
paralela com a porção gengival da superfície vestibular.
A broca deve ser inserida no dente em seu diâmetro
total ou um pouco mais profundo. A ponta da broca
diamantada deve ficar ligeiramente supragengival a esse
ponto, mesmo que a linha de terminação eventualmente
seja ao nível ou ligeiramente abaixo da margem gengival.
Repetir o processo duas vezes, colocando um sulco de
orientação equidistante entre o sulco mésio-sagital e
cada ângulo linear proximal.

Fig. 15-7 Agora, oriente a broca diamantada tronco-


cônica de ponta chata de acordo com o aspecto incisai
da superfície incisai da face vestibular.

Fig. 15-8 Fazer dois ou mais sulcos verticais na


porção incisai da superfície vestibular. Eles devem
ser aprofundados dentro do esmalte, no diâmetro
total da broca diamantada. Desaparecem no meio
da superfície vestibular, na horizontal, onde a cur-
vatura da superfície é maior.

29
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-9 Redução incisai: broca diamantada tron-


co-cônica de ponta chata.

Fig. 15-10 Fazer pelo menos dois sulcos de orientação


vestíbulo-lingual na incisai, de 2,0 mm de profundidade. A
broca diamantada deve ficar paralela ao ângulo da borda
incisai ainda não cortada e no sentido vestíbulo-lingual.

Fig. 15-11 As recomendações para a redução incisai


variam de 1,013-14 a 1,5 mm1415 até 2,0 mm.1316 Para produzir um
resultado estético adequado, é melhor reduzir a borda
incisai 2,0 mm ao nível dos sulcos de orientação.
Qualquer redução maior aumenta a pressão na superfície
vestibular,1719 podendo resultar nafratura vestibular em meia-
lua, mencionada anteriormente.710 O plano da superfície
incisai reduzida deve ser paralelo à primeira borda incisai
e, o mais importante, perpendicular às forças de
mastigação." 152° O insucesso ao criar esse biselado inciso-
lingual de quase 45 graus produz pressão excessiva no
degrau.21

Fig. 15-12 Redução vestibular, metade incisai: broca


diamantada tronco-cônica de ponta chata.

298
Coroas Totais em Cerâmica Pur£

Fig. 15-13 A redução vestibular deve ser feita em


dois planos 22 Isto permite que o ângulo vestíbulo-
incisal seja reduzido o suficiente no sentido lingual,
para permitir camada de porcelana suficiente para
um resultado estético satisfatório, sem ameaçar a
polpa ou deixar o preparo muito cónico. A broca
diamantada tronco-cônica de ponta chata é empre-
gada com esse propósito, removendo toda a estru-
tura remanescente do dente, entre os sulcos de
orientação incisais para "quebra" horizontal através
da superfície vestibular do dente.

Fig. 15-14 Redução vestibular, metade gengival: broca


diamantada tronco-cônica de ponta chata.

Fig. 15-15 A metade gengival da redução vestibular é


feita com a mesma broca, formando a grosso modo uma
linha de terminação em degrau ao mesmo tempo. Essa
porção da redução vestibular é feita de modo que se
obtenha uma quantidade mínima de conicidade com a
parede lingual vertical. Há concordância geral de que a
redução axial seja de mais ou menos 1,0 mm de profun-
didade.7814-22

Fig. 15-16 Estender a redução vestibular através das


superfícies proximais, com a broca diamantada tronco-
cônica de ponta chata, produzindo um degrau no pro-
cesso. O degrau pode ser estendido em volta de toda a
superfície lingual nesse momento, mas nesta sequên-
cia, pode ser adiada até depois que o cíngulo for reduzi-
do. Isso ajuda a enfatizar a distinção entre a parede
vertical lingual e a redução do cíngulo côncavo.

299
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-17 Redução lingual: roda diamantada pequena.

Fig. 15-18 Para assegurar a redução adequada da


porção do cíngulo na redução lingual, fazer sulcos de
orientação com uma broca diamantada esférica e pe-
quena, cujo diâmetro é 1,4 mm maior do que a haste.
Quando o lado da broca é aprofundado na superfície
lingual até a haste da broca, o corte terá 0,7 mm de pro-
fundidade. A maioria dos dentes exige três sulcos
de referência. As recomendações para redução da
superfície lingual variam de 0,5 a 1,0 mm.1623'25

Fig. 15-19 Usar uma roda diamantada pequena de bor-


da arredondada para produzir a redução do cíngulo
aconcavada. Produzindo essa forma côncava é possí-
vel obter a maior redução viável no meio da superfície
lingual, onde é necessário o máximo de espaço na maio-
ria dos dentes. Uma curva distinta na redução do cíngulo
também decompõe a superfície lingual em um compo-
nente horizontal e um segmento vertical reto, que pode
auxiliar a retenção e a resistência do preparo. Finalmen-
te, a superfície curva nessa área reduz a compressão,"
enquanto a redução feita em um plano inclinado ou
inclinação cónica, produz maior esforço de compres-
são.19 Em um canino, o cíngulo é reduzido com uma
leve crista lingual para dividir a superfície em duas
concavidades, o que aumenta a resistência rotacional."

Fig. 15-20 Redução axial lingual: broca diamantada


tronco-cônica de ponta chata.

300
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-21 Usar a broca diamantada tronco-cônica de


ponta chata para a outra redução axial para preparar a
parede lingual vertical. Ela deve estender-se 1,0 mm no
dente e deve exibir muito pouca conicidade em relação
à porção gengival da superfície vestibular. A conicidade
2629
mínima é altamente recomendada, uma vez que se
o preparo for muito cónico não proporciona resistência28
e pode exercer forças de cunha em uma restauração,27
aumentando a compressão18 e ao mesmo causando
fratura na coroa.9

Fig. 15-22 Combinar cuidadosamente a redução de


cada superfície axial com a que está na superfície axial
adjacente (neste caso, as superfícies lingual e distai).
Se as junções não forem arredondadas, a coroa será
fina e propensa à fratura nessas áreas de transição. Um
preparo retangular com ângulos pode criar melhor es-
tabilidade, mas o preparo com ângulos arredondados
produz maior resistência.30

Fig. 15-23 Acabamento axial: broca carbide n9 171.

Fig. 15-24 Alisar as superfícies axiais com uma broca


carbide fissurada tronco-cônica não dentada. As bro-
cas especiais de diâmetro maior têm menos possibili-
dade de riscar e irregularizar a superfície do dente,
Q
mas a broca n 171 funciona melhor se for usada com
cuidado.

301
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-25 Acabar todas as superfícies axiais do prepa-


ro, novamente tomando o cuidado de remover qualquer
aresta residual nos ângulos do dente. Tomar cuidado
especial para evitar a criação de retenções perto do
degrau gengival do preparo.

Fig. 15-26 Usar a broca carbide fissurada tronco-


cônica para arredondar todos os ângulos positivos
distintos no preparo. Se forem deixados, os ângu-
92731
los agudos causam fratura à coroa.

Fig. 15-27 Acabamento do degrau: broca carbide ne 957.

Acabamento do degrau proximais aumenta o esforço nas superfí-


21
cies mesial e distai da coroa.
Um degrau com ângulo interno arredon- Um degrau com 1,0 mm de largura é ge-
dado é um assunto diferente daquele visto ralmente preferido8'13'16'22-23-25'31'34, embora
na Fig. 15-28. Um ângulo interno vivo não é larguras de 0,5 a 1,0 mm tenham sido apre-
32
reproduzido pela cerâmica, e é ineficiente sentadas,11'13'15-22'23'25'26'29'31'35 e degrau mais estreito
16
para suportar a porcelana. A coroa sem que 1,0 mm seria reservado para aqueles
degrau, por outro lado, provavelmente re- dentes muito pequenos, para seguramente
sulta na justeza marginal pobre e o no sobre- permitir o mínimo na redução de estrutura
33
contorno. A ausência de degraus inter- do dente.

302
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-28 O degrau liso geralmente é aceito como


a linha de terminação de escolha para esta coroa.
Ele deve ser perpendicular à linha de força®2024 ou
ao longo eixo do dente.131624 O degrau forma um
ângulo quase reto com a superfície externa da es-
trutura do dente.26 Embora os chanfros tenham sido
ocasionalmente recomendados para esse fim, o
chanfro verdadeiro forma um ângulo obtuso com a
superfície externa do dente, aumentando a pressão
conforme o ângulo do degrau aumenta.17

Fig. 15-29 Para garantir o degrau ainda mais uni-


forme possível, usa-se uma machadinha de esmalte
de 1,0 mm de largura, para planificar a superfície
do degrau e verificar sua largura. Não é necessário
nem desejável produzir um ângulo interno agudo na
junção da parede axial e do degrau. Um degrau liso
é essencial para a margem bem ajustada na coroa
de jaqueta de porcelana.24 32

Fig. 15-30 A moldagem vestibular horizontal é vista


no lugar, para verificar a quantidade de redução vesti-
bular feita inciso-gengivalmente no meio do preparo.

O degrau é realizado inicialmente com nas arestas do degrau. O degrau pode ser
broca diamantada de ponta plana. Uma bro- depois alisado com uma broca com a parte
ca diamantada com a borda da extremidade ativa na ponta, tendo a sua borda ligeiramen-
biselada, é recomendada por Goldstein,23 e te biselada para prevenir seu escapamento,
pode produzir menos trauma para o tecido quando o degrau sobe incisalmente.
mole. Permite ainda ir seguindo "para cima Há vários tipos de restaurações estéti-
e para baixo", os traçados dos contornos cas completas em porcelana em que os
inciso-gengivais para o degrau da face ves- processos de fabricação envolvem alguma
tibular e seguir para a face interproximal e técnica de fundição para formar parte ou a
depois para lingual, sem arranhar as peque- restauração inteira.

303
uoroas lotais em cerâmica Pura

Fig. 15-31 A redução exagerada pode ser checada


com uma impressão mésio-sagital. Pode-se ver aqui
que a qualidade de redução é essencialmente
uniforme.

Fig. 15-32 Esta é uma vista inciso-vestibular da


coroa de jaqueta de porcelana terminada em um in-
cisivo central superior.

Fig. 15-33 Vista lingual do mesmo preparo. Observe a


ausência de ângulos agudos nos aspectos lingual e
incisai do preparo.

304
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Redução aconcavada do estrutural


cíngulo
Durabilidade

Degrau
Integridade marginal
Durabilidade estrutural
Redução axial
Retenção e resistência
Parede lingual Durabilidade estrutural
vertical Retenção e
.(redondamente dos ângulos Durabilidade estrutural

Fig. 15-34 Características do preparo para uma coroa de jaqueta em porcelana e função de cada uma delas.

305
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-35 Vista vestibular do preparo para coroa de ja-


queta em porcelana em um incisivo central superior.

Fig. 15-36 Vista incisai do preparo para coroa


jaqueta em porcelana, visto na Fig. 15-35.

Fig. 15-37 Vistas vestibular (esquerda) e lingual


(direita) de modelo de gesso do preparo para coroa de
jaqueta em porcelana.

Fig. 15-38 Coroa de jaqueta em porcelana terminada.

306
Coroas Totais em Cerâmica Pi

Fig. 15-39 Preparos para coroa de jaqueta em porce-


lana em ambos os incisivos centrais superiores (Fo-
tografia cedida por Dr. Sumiya Hobo, de Tóquio).

Fig. 15-40 Preparo para coroa de jaqueta em porcelana


pode ser feito na estrutura do dente natural ou em nú-
cleo de pino pré-fabricado, se o dente foi tratado endo-
donticamente. (Fotografia cedida pelo Dr. Sumiya Hobo,
de Tóquio).

Núcleo fundido de cerâmica coping de cerâmica "verde" é suficienteme


te resistente para permitir o refinamento co
3
A coroa Cerestore*, introduzida em 1982, pedra ou broca. Depois é removido c
utiliza o núcleo fundido. Um coping em pa- troquei, e é completada a queima a 1295° (
drão de cera é fabricado no troquei de resi- Em seguida, camadas de porcelana são ap
na epóxica. O troquei e o coping em cera cadas sobre coping até completar a forrr
são incluídos no gesso e depois a cera é e contornos da restauração.
eliminada com água quente. Pelo fato da primeira camada de pó
Uma porção de porcelana aluminizada celana, nesta técnica, ser moldada diret;
compacta é aquecida até 160° C, e é força- mente no troquei reproduzido do preparo,
da na cavidade do molde pré-aquecido e sob possível obter excelente justeza margine
pressão, formando o coping de transferên- A resistência à compressão não difere, si<
cia sobre o troquei. Depois de resfriado, o nificativamente, das coroas convenciona
de porcelana aluminizada.36 No presenti
este sistema está limitado para restauraçã
"Cerâmco Inc., East Windsor, N.J. unitária.

3C
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Coroa fundida ca Dicor, cuja restauração ceraminizada


contém cristais de Tetrasilicic. Fluormica
A segunda técnica recente de fabricação (K2Mg5Si8O20F4). O outro sistema é o
de coroas totalmente em porcelana é pela Cerapearl, cujo produto final é uma hidroxia-
obtenção de um padrão de cera, com todos patita Ca10(PO4)6O. 37 As pigmentações
os pormenores dos contornos anatómicos especiais para ambos os sistemas são rea-
e em seguida, incluído num revestimento lizadas pela aplicação de corantes.
especial fosfatado. Depois da cera ser elimi- Cada um desses métodos usa a injeção
nada no forno, a porcelana própria para fun- para obter o coping de cerâmica fundida ou
dição é aquecida até a sua fusão e injetada uma coroa fundida inteiramente em porcela-
no molde através de centrifugação movida na, e necessita muita redução da estrutura
mecanicamente. do dente para permitir volume adequado de
Depois de resfriada à temperatura am- materiais cerâmicos e proporcionar à restau-
biente, a coroa é removida do revestimento ração a resistência necessária. A sequência
e é embebida num material refratário, onde seguinte mostra desenvolvimento do preparo
recebe o tratamento térmico para ser con- num pré-molar inferior (Figs. 15-41 a15-71),
vertida numa restauração semicristalina e exemplos clínicos são apresentados no pré-
e translúcida. O primeiro sistema é a técni- molar superior (Figs. 15-72 a 15-78).

Coroas Cerâmicas fundidas (Figs. 15-41 a


15-71)
Fig. 15-41 Faz-se uma combinação de moldagem vesti-
bular e lingual, adaptando-se pasta de silicone pesada
às superfícies vestibular, lingual e oclusal de um dente
posterior. Depois que o material é polimerizado, é remo-
vido da boca. O segmento é removido primeiro fazendo
cortes ao longo das linhas médias das cúspides mesial
e distalmente ao dente que está sendo preparado. Es-
ses cortes são unidos por um slice horizontal feito em
cada uma das superfícies vestibulares e linguais. Em
virtude dessa orientação nas superfícies oclusais dos
dentes adjacentes, essa moldagem proporciona uma
referência precisa tanto para a redução vestibular,
quanto para a lingual.

Fig. 15-42 Também pode-se usar uma impressão mé-


sio-sagital, cortado ao longo da linha média vertical de
um dente com uma só raiz ou da linha média da cúspide
mesial de um molar, para verificar a redução. Pode ser
usado no lugar da impressão vestíbulo-lingual ou junta-
mente com ela. Obviamente, exige uma segunda mis-
tura de pasta de silicone.

308
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-43 Vista de perto da impressão mésio-sa-


gital com os dentes adjacentes removidos para de-
monstrar a íntima adaptação da pasta de silicone à
linha média do dente não preparado.

Fig. 15-44 Redução oclusal: broca diamantada tron-co-


cônica de ponta arredondada grande.

Fig. 15-45 Usar uma broca diamantada tronco-cô-


nica de ponta arredondada grande para fazer sul-
cos de orientação na superfície oclusal. Deve
haver um em cada crista triangular e um em cada
sulco principal, na parte mesial ou distai da crista
triangular.

Fig. 15-46 Usar uma machadinha de esmalte de 1,5


ou 2,0 mm de largura para medir a profundidade dos
sulcos de orientação. A redução oclusal final deve ter
1,5«8"<°a 2,0 mm4'3841 de profundidade.

309
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-47 Remover a estrutura remanescente do


dente entre os sulcos de orientação, com a broca
diamantada tronco-conica de ponta arredondada
grande. A redução segue os planos inclinados geo-
métricos da superfície oclusal, para garantir volu-
me suficiente de material e suportar a porcelana e
manter a altura do preparo.

Fig. 15-48 Biselado da cúspide funcional: broca dia-


mantada tronco-conica grande, de ponta arredondada.

Fig. 15-49 Usar a mesma broca diamantada tronco-


conica de ponta arredondada para produzir sulcos
de orientação para o biselado da cúspide funcional
que, neste caso, é a inclinação vestibular da cúspide
vestibular.

Fig. 15-50 Fazer o biselado da cúspide funcional


para garantir que a vertente vestibular da cúspide
vestibular tenha a mesma espessura de porcelana
que a vertente lingual. Em um dente superior, a re-
dução deve ser na vertente lingual da cúspide lin-
gual. O biselado da cúspide funcional é mais ou
menos paralelo às vertentes das cúspides dos den-
tes antagónicos.

310
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-51 Verificar a redução oclusal fazendo o pa-


ciente morder uma folha de 1,5 mm de um aferidor de
espessura. (Flexible Clearance Guide, Belle de St.
Claire, Van Nuys, Califórnia). Se o guia puder ser
puxado através da área reduzida no sentido
vestibular, isso indica que se obteve um mínimo de 1,5
mm de espaço. Se o guia não puder ser puxado, é
necessário maior redução. Fazer com que o paciente
morda um pedaço de cera vermelha para determinar o
local onde fazer uma redução extra.

Fig. 15-52 Redução axial vestibular e lingual: broca


diamantada trônco-cônica grande de ponta ar-
redondada.

Fig. 15-53 Fazer sulcos de orientação nas superfí-


cies vestibular e lingual para garantir que a redu-
ção adequada seja obtida. Foram recomendadas
quantidades de 1,0 1,2 e 1,5 mm para a redução
axial.4384041 Para se obter uma espessura mínima de
1,0 mm de porcelana na linha de terminação
gengival, é necessário ter 1,5 mm ou um pouco
menos de redução axial no meio da coroa. Como
mais estrutura do dente é removida para a redução
oclusal e para o biselado da cúspide funcional des-
se preparo do que para a maioria deles, provavel-
mente o biselado da cúspide funcional tem a fun-
ção de fazer a redução vestibular em dois planos.

Fig. 15-54 Remover a estrutura remanescente do


dente entre os sulcos de orientação, levando a
redução o máximo possível dentro das ameias ves-
tibulares, sem raspar os dentes adjacentes. Usa-
se uma broca diamantada trônco-cônica grande de
ponta arredondada, para a redução axial, de modo
que se forme um degrau com ângulo interno arre-
dondado, ao mesmo tempo da redução axial. Em-
bora possa-se usar tanto um chanfro de 135 graus,
quanto um degrau, para preparar este tipo de co-
roa 38,40.41 prefere-se o degrau porque proporciona
material suficientemente nas paredes axiais e na
área marginal da restauração.

311
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-55 Repetir o processo na superfície lingual, as-


segurando-se de obter a mesma quantidade de redução
produzida na superfície vestibular dessa redução. Re-
sulta uma linha de terminação em degrau, com ângulos
internos arredondados.

Fig. 15-56 Completara redução axial: brocadiaman-


tada fina e curta, e broca diamantada tronco-cônica
grande de ponta arredondada.

Fig. 15-57 Usar a broca diamantada fina e curta para


iniciar a redução axial proximal. Evitar o toque no dente
adjacente com a broca, mas não tornar a parede muito
cónica durante o processo.

Fig. 15-58 Pode ser necessário manter a broca


diamantada na horizontal, ao longo da crista marginal
para iniciar a redução na área interproximal.

312
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-59 Repetir o processo na outra superfície


proximal. Conforme se cria mais espaço, a broca
diamantada fina pode ser usada em toda a superfície
proximal para fazer mais redução e uma superfície mais
lisa. A linha de terminação pode estar ainda um pouco
irregular neste ponto, porém isso logo será resolvido.

Fig. 15-60 Completar a redução axial interproxi-


malmente, passando a broca diamantada tronco-
cônica de ponta arredondada, que agora se ajusta
pelas superfícies mesial e distai. Combinar cuida-
dosamente a redução axial proximal e o degrau com
os das superfícies vestibular e lingual. Os ângulos
agudos nas junções das superfícies próximo-vesti-
bulares ou linguais produzem irregularidades ou re-
tenções inaceitáveis no degrau e em pontos de pres-
são nas superfícies axiais da coroa de cerâmica.

Fig. 15-61 Acabamento do preparo: broca carbide


tronco-cônica de ponta arredondada.

Fig. 15-62 As superfícies axiais devem ser planifi-


cadas neste momento, utilizando-se uma broca car-
bide para acabamento. Pode-se usar uma broca
carbide em forma de torpedo, como a H282-016,
(Brasseler USA inc., Savannah, Ga.) cuja ponta é
romba para facilitar seu uso em um degrau, ou uma
broca carbide fissurada longa e arredondada 1157L.

313
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-63 Continuar o processo de alisamento nas


áreas interproximais, tomando o cuidado de planificar
os ângulos que ainda possam estar presentes nas
regiões da linha do ângulo do dente. Alisar o próprio
degrau nesse momento.

Fig. 15-64 Usar a broca carbide para acabamento,


para terminar o biselado da cúspide funcional, remo-
vendo todos os ângulos agudos no processo.

Bi

Fig. 15-65 Prosseguir a redução oclusal da mesma


maneira. Enquanto os planos inclinados devem ser
distintos, alguns ângulos agudos que interferem de-
vem ser removidos.

Fig. 15-66 Por causa de seu potencial gerador de


pressão na coroa final, não se pode permitir ângulos
agudos nesse tipo de preparo.38 4041

314
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-67 A moldagem horizontal vista de oclusal,


mostrando a quantidade de redução axial na superfície
vestibular e na lingual. Uma machadinha de 1,5 mm
de largura foi colocada na impressão, para permitir
a comparação da redução axial.

Fig. 15-68 A machadinha para esmalte, com 1,5 mm


de largura é vista sobreposta a uma moldagem mé-
sio-sagital, para revelar a quantidade de redução
oclusal e axial.

Fig. 15-69 Vista vestibular do preparo para uma coroa


totalmente em porcelana em um pré-molar inferior.

Fig. 15-70 Vista lingual do preparo para coroa de ja-


queta de porcelana.

315
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Redução do plano oclusal


Durabilidade estrutural

Bisel da cúspide funcional


Durabilidade estrutural
Ângulos arredondados
Durabilidade estrutural
Linha de terminação
do degrau
Integridade marginal
Redução axial
Retenção e resistência

Fig. 15-71 Características de preparo para coroa de porcelana em


dente posterior e função de cada uma delas.

316
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-72 Vista vestibular do preparo para coroa


de porcelana em segundo pré-molar superior direito.
Observe a ampla redução oclusal.

Fig. 15-73 Vista oclusal do preparo visto na Fig. 15-72.


Nesta vista, o degrau de largura uniforme pode ser
observado abrangendo completamente o dente.

Fig. 15-74 Vista ocluso-vestibular de um modelo de


gesso do mesmo preparo.

317
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-75B Padrão de cera terminado para a coroa


fundida de cerâmica.

Fig. 15-75A O modelo foi pintado com um espaçador,


cuja cor é combinada no tom desejado da coroa, com-
binando com a cor do cimento final.

Fig. 15-76 A-C A coroa de porcelana fundida* é vista no modelo. Depois de fundida e removida do revestimento
(esquerda). Depois de completar a aplicação da cerâmica (centro). Depois da pintura e Glaze (direita).

*Dicor, Dentsply International, York, Penn.

318
Coroas Totais em Cerâmica Pura

Fig. 15-77 Vista vestibular da coroa terminada e colo- Fig. 15-78 Vista oclusal da coroa de porcelana fun-
cada na boca. dida cimentada.

Referências

1. Vorhees, F. H. History and progress of the cast gold 5. Hobo, S., and Iwata, T. Castable apatite ceramics as a
inlay. J. Am. Dent Assoe. 17:2111, 1930. new biocompatible restorative material. II. Fabrication
2. Carmichael, J. P. Attachment for inlay and bridgework. oftherestoration. Quint. Int. 16:207, 1985.
Dent. Rev. 15:82, 1901. 6. McLean, J. W., and Hughes, T. H. The reinforcement
3. Sozio, R. B., and Riley, E. J. The shrink-free ceramic of dental porcelain with ceramic oxides. Br. Dent. J.
crown. J. Prosthet. Dent 49.182, 1983. 119:251, 1965.
4. Grossman, D. G. Processing a dental ceramic bycas- 7. Bartels, J. C. Preparation of the anterior teeth for por
ting methods. Presented at Conference on Recent De- celain jacket crowns. J. South. Calif. Dent Assoe.
velopmentS'in Ceramic and Ceramim-lvletal Systems 30:199, 1962.
for Crown and Bridge. Ann Arbor. W . K. Kellogg 8. Klaffenbach, A. O. Science, art and ceramic funda
Foundation Institute, OcL 10-12, 1983. Availablefrom mentais involved in porcelain jacket prosthesis. Aust.
Dentsphy, York, Pa. Dent. J. 55:88, 1951.

319
Capítulo 16

Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Os preparos descritos nos capítulos an- rador na situação e execução do desejado


teriores são desenhados para promover o tipo de restauração e o respectivo desenho
máximo de retenção e resistência, consti- do preparo.
tuindo, então, os princípios de preparos Deveria ser notado que, para muitos den-
dentários e entre eles: a preservação da tes, os objetivos da restauração são melho-
estrutura do dente, durabilidade da estrutu- res encontrados com a restauração direta
ra da prótese, saúde periodontal e integri- com materiais com amálgama e resina com-
dade marginal. Entretanto, os desenhos dos posta. A grande vantagem da restauração
preparos clássicos podem ser empregados metálica fundida sobre a restauração com
sem modificações, nos elementos de supor- materiais de preenchimento direto é a sua
te de prótese fixa, que são virtualmente ín- grande resistência tênsil. Para as restaura-
tegros ou com dentes danificados severa- ções pequenas que estão fixas no seu lu-
mente, porém, depois de realizada a res- gar e protegendo a estrutura relacionada do
tauração prévia da porção coronária em dente, a grande resistência tênsil não é tão
amálgama, resina composta ou com núcleo necessária. Uma incrustação de ouro po-
pré-fabricado do tipo dowel. deria ser selecionada para restauração de
Muitos dentes individuais apresentam pequena lesão onde a abrasão normal é
restaurações cimentadas e uma grande esperada, tais como, sob um grampo de
porcentagem de elementos de suporte de uma prótese removível ou onde o amálgama
prótese fixa selecionada, sofreu destruição em contato com uma restauração a ouro
pelas cáries ou trauma e, portanto, neces- poderia causar desagradável galvanismo.
sita de modificação de forma do preparo Se a restauração deve se estender além
clássico. Embora os preparos clássicos não da dimensão do dente original para restau-
modificados sejam usados relativamente em rar o contato com os dentes adjacentes ou
poucas situações clínicas, devem estar antagónicos, a restauração metálica fundi-
sempre fixos na mente do operador. Todas da seria indicada porque necessita de uma
as características têm um propósito defini- grande extensão da restauração para corri-
do e quando as condições as excluem, a gir os contornos numa larga área, onde o
colocação dessas características num pa- material necessita de grande resistência aos
drão clássico, então outras características, esforços a serem submetidos.
com forma geométrica devem ser improvi- A quantidade de estrutura do dente des-
sadas para preencher o seu objetivo. truído não é exclusivamente o fator a ser
Como todos os dentes danificados são considerado na seleção do material res-
diferentes, é impossível descrever em "cor- taurador e o desenho do preparo. De igual
reto" para cada circunstância individual. importância é a localização da destruição
Seguindo as regras gerais e exemplos típi- e a quantidade de superfície do dente en-
cos das situações, podemos orientar o ope- volvido. A localização pode ser classifica-

321
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Dentes com tratamento endodontico


Fig. 16-1 A-P Plano de tratamento para dentes anteriores polpados e com tratamento endodontico.

Fig. 16-1A e B Dano mínimo na Fig. 16-C e D Dano moderado na Fig. 16-1E e F Dano de moderado a
estrutura dentária periférica. estrutura dentária periférica. severo na estrutura dentária perifé-
rica.

Fig. 16-1A Cárie proximal ou pe- Fi g. 16-1C Um ângulo incisai Fig. 16-1E Ambos os ângulos in-
quena lesão da Classe V. envolvido. cisais envolvidos.

Fig. 16-1B Tratamento: Fig. 16-1D Tratamento: resina Fig. 16-1F Tratamento: a resina
resina composta. composta; incrustação da Classe III composta pode ser usada, mas o
apenas na parte distai do canino. prognóstico é observado; coroa de
jaqueta de porcelana ou coroa
metalocerâmica.

da em periférico que ocorre nas superfí- Os guias de plano de tratamento são


cies axiais do dente, central quando ocorre apresentados para os dentes anteriores
no centro do dente e ainda, combinada, (Figs. 16-1 A até P), em dentes posteriores
quando incluem destruição em ambos os polpados (Fig. 16-2) e em dentes posterio-
locais. res endodonticamente tratados (Fig. 16-3).

322
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-1G e H Fig. 16-11 e J Da- Fig. 16-1K e L Fig. 16-1M e Fig. 16-1O e P
Dano severo na no moderado na Dano severo na Dano mínimo. Dano moderado.
estrutura dentária estrutura dentária estrutura dentária
periférica. central. central.

Fig. 16-1G Mais Fig. 16-11 Lesões Fig. 16-1 K Mais Fig. 16-1 M Acesso Fig. 16-1 0 Acesso
de 50% da superfí- proximais pro- de 50% do "núcleo endodôntico e le- endodôntico e le-
cie do dente (peri- fundas invadindo vital" destruído sões proximais pe- sões proximais
férica) envolvida. o "núcleo vital" (central). quenas (combina- grandes, com pos-
(central). dos). sível perda de
ângulo(s) inci-

1 1 1 1 sal(is) (combina-
dos). •

Fig. 16-1H Tra- Fig. 16-1J Trata- pino. Fig. 16-1L Trata- Fig. 16-1N
tamento: coroa mento: coroa de mento: Pulpecto- Tratamento:
de jaqueta de por- jaqueta de porce- mia, coroa de ja- restaurações
celana ou coroa lana ou coroa me- queta de porcelana de resina
metalocerâmica. talocerâmica com e núcleo de pino composta nas
base de cimento pré-fabricado, ou superfícies
e/ou núcleo de re- coroa metaloce- linguais, bem
sina composta com râmica. como nas
proximais. Fig. 16-1P Trata-
mento: núcleo pré-
fabricado com pino
e coroa de jaqueta
de porcelana, ou
coroa metaloce-
râmica.

323
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-2A a J Plano de tratamento para dentes posteriores polpados.

Fig. 16-2A e B Dano mínimo. Fig. 16-2C e D Dano moderado.

Fig. 16-2A Lesão oclusal pequena (central); lesões proximais e/ou vesti- Fig. 16-2C Lesão oclusal 1,0 mm de-
bulares (periféricas); oclusal e proximal (combinada). pois da JDE (central); lesão proximal ou
vestibular 1,0 mm depois da JDE (peri-
férica); oclusal e proximal (combinada).

Fig. 16-2B Tratamento: restaurações oclusais e de Classe II, feitas em Fig. 16-2D Tratamento: amálgama so-
amálgama, exceto em áreas estéticas críticas, onde se usa resina bre base de cimento para lesões
composta. As incrustações podem ser usadas para as lesões de Clas- oclusais e da Classe II em molares. As
se II. A resina composta é usada na superfície vestibular e zona estética. lesões combinadas em pré-molares po-
dem exigir restaurações MOD com co-
bertura oclusal. Resina composta sobre
base, usada em superfícies vestibular
e em zona estética.

324
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-2E e F Dano moderado a Fig. 16-2G e H Dano Severo. Fig. 16-21 e J Destruição coronária
severo. total.

Fig. 16-2E A destruição central Fig. 16-2G A destruição central Fig. 16-21 A destruição central in-
estende-se ao núcleo do dente. estende-se ao núcleo do dente e a clui a maior parte do núcleo. Todo o
Destruição periférica pode cobrir grande parte da dentina de suporte. esmalte remanescente está minado.
até 50% da superfície do dente. Dano periférico maior que 50% da
Uma cúspide perdida (combinados). superfície do dente.

Fig. 16-2F Tratamento: só o dano Fig. 16-2H Tratamento: o dano pe- Fig. 16-2J Tratamento: é necessá-
periférico é restaurado com coroa. riférico extenso sem envolvimento rio núcleo de amálgama com pino,
O envolvimento do núcleo (central) do núcleo (central) é restaurado ape- antes da fabricação de coroa em
pode ser restaurado com restaura- nas com coroa. O núcleo de amál- molares. Em geral, são necessá-
ção com cobertura da superfície gama com pino é necessário antes rios a desvitalização eletiva e o nú-
oclusal. da colocação da coroa, com des- cleo pré-fabricado com pino nos pré-
truição central extensa. molares, antes que a coroa seja
construída.

325
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-3A a F Plano de tratamento para dentes posteriores endodonticamente tratados.

Fig. 16-3AeB Dano mínimo. Fig. 16-3C e D Dano de moderado a severo.

Fig. 16-3A Destruição mínima do núcleo (central) do Fig. 16-3C Perda de suporte de dentina, de caixas
acesso endodôntico, com ligeiro envolvimento proximal proximais mais largas ou envolvimento superficial peri-
(periférico). Sem dano vestibular ou lingual. férico mais extenso.

Fig. 16-3B Tratamento: a restauração MOD com cober- Fig. 16-3D Tratamento: núcleo pré-fabricado com pino
tura oclusal é a restauração mínima necessária para (moldado ou feito com pinos pré-fabricados e amálga-
proteger a estrutura remanescente do dente. A coroa ma ou resina composta) e coroa para os pré-molares.
parcial veneer é usada se o esmalte lingual estiver Núcleo de amálgama (com ou sem pino) para molares.
prejudicado. A maior cobertura para um envolvimento
superficial maior exige núcleo.

326
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-3E e F Destruição coronal total.

Fig. 16-3E Perda de toda a estrutura dentária supragengival.

l \

Fig. 16-3F Pode ser necessário que o núcleo com pino e coroa para pré-molares seja precedido por cirurgia
para aumento da coroa. Os molares devem ter pinos para dar resistência lateral, com núcleo de amálgama, ou
núcleo com pino em duas peças sob a coroa.

327
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Modificações de preparos para dentes 2. Remover as cáries e restaurações an


polpados e danificados tigas.
3. Reavaliar a resistência das paredes re
A maioria das modificações consiste na manescentes e decidir no desenho final do
adaptação das paredes dos preparos, de- preparo.
pois de remover as cáries ou restaurações 4. Executar o desenho escolhido.
antigas, adicionando as características
biomecânicas para aumentar a retenção e
resistência. Por isso, requer a redução da
estrutura do dente que já está enfraquecida, Considerações sobre a polpa
seguindo as duas regras que deverão ser
observadas para evitar a destruição exces-
siva do dente, durante a obtenção de forma A condição da polpa é um fator importante
de retenção: na determinação do desenho do preparo.
Se o dente não sofreu exposição da polpa,
1. Quando o dente for polpado, a parte é assintomático, não mostra na radiografia
central ou "núcleo vital", contém a polpa e, a evidência da patologia periapical, respon-
ao seu redor, uma camada protetora de de normalmente o teste elétrico pulpar e tem
dentina, cerca de 1,0 mm de espessura que adequada estrutura coronária do dente para
não pode ser invadida.2 Na obtenção das retenção e resistência. Portanto, muito es-
características retentivas a redução seria forço deverá ser feito para manter a vitali-
aprofundada na estrutura do dente, cerca dade da polpa. Embora a habilidosa execu-
de 1,5 mm na altura da linha cervical e não ção do tratamento endodôntico seja usual-
mais do que 1,5 mm abaixo da fossa cen mente feita com sucesso, ainda podem ha-
tral (Fig. 16-4). Se, na remoção da cárie re ver alguns riscos de falhas. Ainda quando o
sultar em uma cavidade muito profunda, e tratamento for realizado com sucesso, existe
se alguma parte aproximar ou quase atingir a fraqueza inerente de dente despolpado e
a cavidade pulpar, deverá então ser forrada também aumento das despesas para o
com um cimento isolante. A retenção me paciente.
cânica para alguns dentes deverá ser feita Porém, se a condição da polpa for duvi-
na área de segurança do dente, que está dosa ou se uma exposição, embora peque-
na periferia da polpa para o núcleo vital. na, ocorrer durante o preparo do dente,
2. Nenhuma parede de dentina deve ser a polpa poderia ser removida, e os canais
reduzida a uma espessura menor do que a obturados antes da restauração fundida ser
3
altura, em favor da retenção. Às vezes, esse colocada. Ao contrário, haveria grande
procedimento pode excluir o uso de uma risco da restauração posteriormente neces-
coroa veneer, ou se for necessário usá-la sitar de ser perfurada e o tratamento endo-
deve-se primeiramente colocar um núcleo. dôntico ser realizado. Se houver alguma
probabilidade da polpa ser envolvida, o pa-
A restauração de dentes destruídos pode ciente deveria ser avisado, antes de iniciar
ser organizada de uma maneira resumida. o preparo e estabelecer que o tratamento
Se forem dentes polpados, as fases são as endodôntico poderia ser necessário. Um
seguintes: depoimento é aceitável como uma explana-
ção razoável, antes de ocorrer o fato, em-
1. Avaliação das condições da polpa e bora seja aceito como um fraco álibi, é
tecidos periodontais, e obter primeira deci- melhor do que avisar após o acontecimen-
são do desenho da restauração. to do fato.

328
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

rações antigas devem ser removidas. Ainda


quando uma restauração parece aceitável
na superfície, ela pode ocultar a cárie ou a
exposição da polpa. O forramento da cavida-
de com produto contendo hidróxido de cál-
cio deverá ser feito nas cavidades profun-
das, o mais breve possível, como prática
de proteger a polpa contra efeitos de seca-
gem e mudanças de temperaturas, enquan-
to o preparo está sendo desenvolvido.

Reavaliação
A decisão deve agora ser confirmada, se
deverão ser incorporados no preparo, os
defeitos da destruição do dente pela remo-
Fig. 16-4 Não se deve fazer características retentivas ção das cáries ou restaurações antigas e
no "núcleo vital" do dente (área sombreada), quando se
quer preservar sua vitalidade.
preencher a destruição com material tem-
porário. Se mais de 50% da estrutura co-
ronária de um dente posterior estiver intacta
e ele não for destinado a receber retentor
de uma prótese fixa, poderá, então, rece-
Condição periodontal ber retenção necessária adicionando-se
características retentivas suplementares na
Deve ser realizada uma avaliação cuida- estrutura remanescente do dente. Podem
dosa do tecido periodontal ao redor do den- ser características internas como um istmo
te a ser restaurado, dando ênfase especial ou para ser mais efetiva em forma de uma
à profundidade da extensão subgengival das caixa, e as paredes ao redor da dentina
cáries, fraturas ou restaurações antigas. A seriam, no mínimo, tão largas quanto a al-
colocação profunda da linha de terminação tura (Fig. 16-5A). Se a relação espessura/
pode violar o "espaço biológico" de 2,0 mm altura das parede remanescentes for 1:1 e
entre o epitélio e o tecido conectivo aderen- 1:2, a cavidade poderia ser preenchida com
te, e, às vezes, há necessidade de uma ci- amálgama para suportar as paredes en-
rurgia periodontal antes de realizar uma res- fraquecidas (Fig. 16-5B). Algumas paredes
tauração adequada.45 Fazer ao contrário, com relação espessura/altura menor que 1:2
poderia resultar num comprometimento pela estão sujeitas à fratura (Fig. 16-5C) e deve-
inflamação crónica nos tecidos ao redor da riam ser então rebaixadas (Fig. 16-5D).
restauração. As escolhas para os dentes anteriores
são mais limitadas pelos requisitos estéti-
cos e também pelo volume menor da
Remoção das cáries e restaurações dentina, onde as características da reten-
antigas ção suplementares deverão ser colocadas.
As modificações dos preparos clássicos
Antes do desenho final da restauração para os dentes anteriores são limitadas pela
substituição da caixa pelo sulco, para en-
ser selecionado, todas as cáries e restau-

329
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-5 Uma cavidade pode ser


usada como característica de reten-
ção interna, se as paredes circun-
dantes forem, pelo menos, tão es-
pessas quanto longas (A). Se a es-
pessura da cúspide for menor que sua
altura, pode-se colocar um núcleo de
amálgama (B). Se a espessura for
menor do que a metade da altura, há
perigo de fratura, mesmo com um
núcleo de amálgama (C). As cúspides
finas e altas devem ser diminuídas e
reconstruídas com amálgama retido
com pino (D).

volver a pequena lesão cariada, em adição enfraquecidos pela perda de grande quan-
extra de sulcos ou pequenos condutos. Se tidade de sua estrutura são inadequadamen-
mais de um terço da estrutura coronária for te preparados para suportar e distribuir as
perdida, a colocação de retenção de um nú- forças de oclusão. A proteção pode ser pro-
cleo com pino e em seguida, a colocação porcionada pela cobertura das cúspides com
de uma coroa metalocerâmica são usual- a superfície oclusal em restauração fundi-
mente indicadas. da.67 A espessura oclusal da restauração
deve ser de 1,0 mm nas cúspides não fun-
cionais e 1,5 mm nas cúspides funcionais.

Proteção da estrutura remanescente do


dente Conversão de defeitos em
características retentivas
Um aspecto importante da restauração
de dentes danificados é a proteção da es- Os defeitos podem ser incorporados no
trutura remanescente do dente. Dentes já preparo, se eles não forem muito extensos.

330
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-6 Cavidade formada pela re-


moção de cárie (A). A conversão de
uma cárie em uma caixa aumenta a
retenção (B). A parte da cavidade que
se estende ao núcleo vital do dente
deve ser preenchida com cimento,
para proteger a polpa e eliminar qual-
quer retenção remanescente.

Algumas lesões cariadas ou restaurações cais opostas bem definidas, na estrutura do


antigas que se estendem numa profundida- dente, limitando-se a periferia da área dani-
de maior do que 1,5 mm, no dente polpado ficada. São as paredes das caixas e não as
poderiam ser preenchidas com um cimento linhas de ângulos que resistem ao desloca-
isolante. As paredes remanescentes com mento.8 Devido à remoção de grande quan-
defeitos poderiam ser preparadas removen- tidade da estrutura do dente, a caixa não é
do as cristas até obter paredes verticais comumente usada na superfície íntegra.
aproximadamente paralelas com o plano de Se houver uma pequena cárie inter-
inserção (Fig. 16-6). proximal ou restauração antiga, a caixa
usualmente pode substituir os clássicos sul-
cos, para obter duplo propósitos de re-
mover a cárie e obter forma de retenção
9 15
Formas de caixa (Fig. 16-7A). ' As caixas proporcionam ex-
celente retenção e resistência nos prepa-
Com o uso da forma da caixa é possível ros para coroa parcial 4/5 se, pelo menos,
obter vantagem preparando paredes verti- a metade da circunferência (180°) perma-

331
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

180

Fig. 16-7 Vista oclusal de um pré-molar que está sendo preparado para uma coroa parcial 4/5, onde a destruição
ocorreu ao redor do contorno de um sulco mesial padrão (A). O defeito é convertido em caixa para substituir o sulco
do desenho clássico (B). Idealmente, não deve haver menos de 180 graus de estrutura sadia remanescente do dente
entre a caixa e o sulco oposto.

Fig. 16-8 Se houver menos de 180 graus da circunferência do dente entre a caixa e o sulco, a cúspide lingual
pode fraturar durante a função (A). Levar o sulco distai para a superfície vestibular compensa a caixa mesial
superestendida(B).

332
Modificações de Preparos em Dentes Danificado;

Fig. 16-9 Não permanecendo o suficiente da cúspide


lingual para suportar uma coroa parcial 4/5, deve-se
empregar retenção, complementar com pino ou cober-
tura oclusal total.

necer na área entre as paredes linguais


das caixas ou sulcos (Fig. 16-7B). Se o
semicírculo do preparo for menor que 180°,
a cúspide lingual seria sobrecarregada e
poderia fraturar-se sob a ação de forças
direcionadas lingualmente (Fig. 16-8A). Se
a estética permitir, o sulco distai poderá
ser colocado mais para superfície vestibu-
lar para compensar a largura da caixa me- então a resistência à compressão, enquantc
sial (Fig. 16-8B). que os componentes verticais são paralelos
Se ambas as superfícies, mesial e distai ao eixo de inserção e auxiliam na retenção
forem envolvidas muito extensamente, ou- e resistência à rotação.
tros meios podem ser encontrados para Se a superfície inclinada não cobrir gran-
compensar a diminuição da estrutura do de área do dente, poderá ter apenas o com-
dente (Fig. 16-9). As possíveis soluções in- ponente horizontal, que tomará a forma de
cluem a mudança do desenho para restau- degrau periférico (Fig. 16-11).
ração com cobertura total, ou a colocação
de um núcleo parcial de amálgama com re-
tenção a pino, seguido de preparo clássico
para coroa parcial 4/5. Adição das características de retenção e
resistência

Depois do dente preparado, de acordo


Orientação das superfícies inclinadas com o desenho inicial, ele será avaliado na
retenção e resistência adequadas. Algumas
As superfícies inclinadas extensas, dei- condições requerem a adição ou suplemen-
xadas pela fratura da cúspide ou escava- tação de características retentivas nas cús-
ção pelas lesões cariosas extensas pode- pides perdidas ou enfraquecidas nos pre-
riam ser transformadas em múltiplos peque- paros baixos, na inclinação excessiva e no
nos degraus, do que deixar a dentina rema- uso de dentes como elementos de suporte
nescente enfraquecida ou correr o risco de de uma prótese fixa.
invadir a polpa na tentativa de formar uma A retenção e resistência são aumenta-
longa parede vertical (Fig. 16-10). A inclina- das pela adição de superfícies, alinhadas
ção é reduzida em componentes vertical e aproximadamente perpendiculares com o
horizontal. Os componentes horizontais for- eixo de inserção e localizadas de maneira
mam os degraus que devem ser perpendi- que fiquem opostas a uma parede íntegra,
culares ao eixo de inserção, aumentando resistindo, então, à rotação da restauração.

333
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-10 Uma superfície inclinada oferece pouca resistência ao deslocamento (A). A resistência pode ser aumentada
com segurança, decompondo-se o declive em degraus, isto é, com paredes verticais e superfícies horizontais (B). A
conversão da superfície inclinada em uma parede vertical alta é contra-indicada. Isso pode enfraquecer desnecessa-
riamente o dente e pôr a vitalidade da polpa em perigo (C).

Fig. 16-11 Tornou-se uma parede axial supercônica (con-


torno quebrado) mais retentiva, criando-se um degrau
gengival. Isso permite que as paredes verticais sejam
quase paralelas.

334
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-12 O sulco da esquerda foi feito paralelo com o


eixo de inserção. Ele é mais eficiente para limitar o eixo
de inserção e aumentar a resistência do que o sulco da
direita, que foi incorretamente preparado, paralelo à
parede axial supercônica.

Isto pode ser realizado também pela exten-


são de cobertura sobre as superfícies axiais
que, de outro modo, seriam deixadas
intactas ou pela colocação de sulcos e pe-
quenos condutos na estrutura remanescen- associação de múltiplos sulcos colocada nos
te íntegra do dente, para serem preenchi- preparos para coroas totais que atuam des-
das depois pelas pequenas vigas ou pinos favoravelmente no assentamento de coroas
de metal, duplicados na parte interna da res- totais veneer.17 Porém, um sulco no preparo
tauração fundida final. que não é ocupado pela pequena viga de
metal correspondente, duplicada dentro da
restauração, cumpre elegantemente o papel
como um canal interno de escape para o
Sulcos cimento melhorando então, o assentamento
da restauração, chegando a uma justeza
Os sulcos são colocados nas paredes aproximadamente em 0,9 mm.18
verticais da estrutura volumosa do dente e Quando o módulo de elasticidade da re-
têm por propósito formar minicaixas. Para sistência final atingida da estrutura do den-
19
serem efetivos, devem ser bem realizados, te é menor do que a metade do ouro fundido,
tendo, no mínimo, 10 mm em diâmetro (pro- então a dentina separa-se dos múltiplos
fundidade, tão boa quanto largura), e tão sulcos, os quais aumentam em duas vezes
alta quanto possível, sem invadir a linha de o valor do que as pequenas vigas metálicas
terminação. Os múltiplos sulcos são tão efe- que ocupam os sulcos. Para obter grande
tivos como as caixas, proporcionam resis- resistência ao deslocamento por rotação,
16
tência e podem ser colocados nas pare- em preparo cónico, um sulco deve ser colo-
des axiais sem excessiva destruição da es- cado aproximadamente paralelo ao eixo de
trutura do dente. Os sulcos podem também inserção, ao invés de ser paralelo à super-
ser colocados nos ângulos internos das cai- fície externa da parede inclinada do preparo
xas maiores, com o argumento de que pro- (Fig. 16-12).
porcionam resistência às paredes da caixa.
Isto é muito útil quando as paredes vestibu-
lar e lingual da caixa têm considerável dis-
tância entre si. Pequenos condutos
Os sulcos são usados judiciosamente
segundo a explanação de Tjan, em uma Os pequenos condutos são os únicos de
retenção que não requerem a existência de
estrutura supragengival vertical para sua
colocação. Podem ser usados para obter
o comprimento adicional interno apicalmen-

335
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-13 Pode-se fazer pequenos condutos para pinos, paralelos ao eixo de inserção para receber os pinos que
fazem parte da restauração. Os pequenos condutos não devem ser paralelos para pinos individuais que retêm um
núcleo de amálgama sobre o qual a restauração será cimentada.

Fig. 16-14 (A) Um pino a uma distância relativamente grande do fulcro de rotação proporciona resistência efetiva sem
ficar superpressionado, pois o braço de alavanca da força de resistência (F,) é mais comprido em relação à da força da
rotação (F2). (B) Um pino perto do fulcro pode ser facilmente superpressionado, resultando em distorção do pino e/ou
fratura de dentina ao redor dele. Nesses dois exemplos, uma força na direção oposta àquela mostrada poderia ser
adequadamente resistida pela parede vertical da estrutura remanescente do dente.

336
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-15 O pequeno conduto da esquerda tem um


pequeno bisel na boca que guia o pino para o seu inte-
rior. Sem a abertura biselada, o pino pode não entrar no
pequeno conduto e ficar distorcido (direita).

20 26 28
te, em vez de externamente, e são meios sura de dentes. " A retenção aumenta com o
efetivos para aumentar a retenção.21-22 Ain- aumento de número de pinos, de profun-
da, para restaurar dente danificado, os didade e de diâmetro do conduto.2930 Como
pinos paralelos múltiplos são muito úteis regra, um pino pode ser usado para cada
31 32
para aumentar retenção nos retentores par- cúspide perdida e, na linha de ângulo ou
ciais 4/5.23 33
na parede axial parcialmente perdida. Os
Os pinos podem ser colocados onde o pinos rosqueáveis são aproximadamente
comprimento da parede axial é insuficiente cinco vezes mais retentivos do que os pinos
para colocar sulcos efetivos ou onde outras cimentados.
características retentivas deixam muito me- Por esta razão, os pinos rosqueáveis
tal à vista. São usados comumente em dois necessitam ser colocados somente a uma
modos. Pequenos condutos paralelos com profundidade de 2,0 mm, mas os pinos ci-
o eixo de inserção podem ser incorporados mentados que são parte integrante da fundi-
no preparo final para receber pinos e eles ção, podem ser estendidos até 4,0 mm den-
formam parte integrante da restauração fun- tro da estrutura do dente.
dida (Fig. 16-13A). O uso de pinos tem sido Para a máxima resistência à rotação, o
mostrado experimentalmente como sendo pequeno conduto deve ser colocado tão
um meio efetivo para obter retenção nos longe quanto possível do fulcro, prevendo
preparos seriamente cónicos.24 Os pinos a direção do movimento de rotação (Fig.
colocados não paralelamente podem ser 16-14).
cimentados, rosqueados ou pressionados Quando o pino é parte integrante da fun-
dentro da estrutura do dente para reter nú- dição, a entrada do pequeno conduto deve
cleo parcial de amálgama ou de resina com- ter abertura ligeiramente afunilada. Isto fa-
posta, sobre os quais, um preparo clássico cilita a moldagem e procedimentos labora-
para restauração fundida pode ser realizado toriais e pela resistência do pino, na sua
(Fig. 16-13B). base onde ele se une ao corpo do bloco fun-
Diferentes tipos de pinos podem ser co- dido35 e, também, guia o pino dentro de pe-
locados, quando apoiados em pelo menos queno conduto quando a restauração for
25
0,5 mm de dentina. Portanto, o uso de pi- posicionada no preparo (Fig. 16-15).
nos é contra-indicado na pequena espes- Os pequenos condutos devem ser pre-

337
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-16 A localização mais segura para os pequenos condutos para pino em dentes posteriores superiores e inferi-
ores está indicada conforme os pinos inseridos. As localizações secundárias estão indicadas por pequenos condutos
vazios. O x marca áreas de risco que devem ser evitadas. O núcleo vital (linha quebrada) não deve ser invadido.

338
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-17 Os pré-molares superiores geralmente


têm concavidades nas superfícies mesial e distai da raiz,
o que torna essas áreas inadequadas para a colocação
de pinos.

Fig. 16-18 Os centros das superfícies mesial, vestibu-


lar e lingual de molares inferiores, em geral está sobre
as concavidades, radiculares, o que exclui seu uso como
localização para pequenos condutos para pinos.

Fig. 16-19 As trifurcações dos molares superiores es-


tão embaixo dos centros das superfícies mesial, distai e
vestibular, tornando essas áreas inadequadas para co-
locação de pequenos condutos para pinos. A superfície
mésio-lingual também deve ser evitada por causa do
perigo de se encontrar o canal radicular lingual.

parados cuidadosamente para evitar expo- tadas para prevenir possível penetração na
sição da polpa ou penetração no ligamento polpa ou no ligamento periodontal como são
periodontal. As localizações seguras para apresentadas nos pré-molares superiores,
os pequenos condutos são as linhas de ân- nos molares inferiores e nos superiores
36
gulos nos cantos dos dentes (Fig. 16-16). (Figs. 16-17 e 16-19).
As áreas mínimas desejáveis para a colo- Para prevenir acidentes, o leitor deverá
cação de pequenos condutos estão situadas fixar na mente o volume da estrutura do
no meio das superfícies do dente,36 es- dente disponível para a colocação de pe-
37
pecialmente, fora das fulcras. Estas e queno conduto, e a espessura do dente pode
outras áreas não favoráveis deverão ser evi- ser medida do interior da câmara pulpar para

339
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Tabela 16-1 Espessura da estrutura dos dentes superiores (mm).38

Espessura

JCE Raiz

Dente M F D L M F D L

Incisivo central 2.2 2.5 2.3 3.1 2.3 2.5 2.2 2.8
Incisivo lateral 1.8 2.2 1.7 2.4 1.7 2.5 1.6 2.6
Canino 2.0 2.7 2.2 2.9 2.0 2.7 1.9 3.0
Primeiro pré-molar 2.2 2.6 2.2 2.7 1.3 2.0 1.5 2.2
Segundo pré-molar 2.0 2.2 1.9 2.3 1.5 2.2 1.7 2.5
Primeiro molar 2.5 2.8 2.6 2.8 2.4 2.7 2.5 2.8
Segundo molar 2.6 2.9 2.6 3.0 2.4 2.7 2.5 2.8

38
Tabela 16-2 Espessura da estrutura dos dentes inferiores (mm).
Espessura

JCE Raiz

Dente M F D L M F D L

Incisivos 1.5 2.3 1.5 2.4 1.3 2.4 1.4 2.4


Canino 2.1 2.8 2.2 2.9 1.7 2.5 1.8 2.7
Primeiro pré-molar 2.1 2.5 2.1 2.8 1.9 2.3 1.6 2.7
Segundo pré-molar 2.2 2.6 2.2 2.5 2.1 2.7 1.9 2.9
Primeiro molar 2.5 2.8 2.7 2.6 2.3 2.7 2.5 2.6
Segundo molar 2.5 3.0 2.8 2.6 2.4 2.8 2.4 2.6

340
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-20A Este molar foi perdido por causa da coloca-


ção prejudicial de pinos, que perfuraram lateralmente a
membrana periodontal. Radiografia (Cortesia do Dr.
Dean L. Johnson, Oklahoma City).

Fig. 16-20B Fotografia da figura 16-20A (Cortesia


do Dr. Dean L. Johnson, Oklahoma City).

a parede externa do dente, na junção ci- e direção onde será preparado o pequeno
mento-esmalte (CEJ) e a 3,0 mm abaixo, conduto. Isto limita o uso dos pinos parale-
na raiz, como pode ser visto nos dentes los, que são partes integrantes da restaura-
38
superiores na Tabela 16-1. A mesma in- ção, pois o eixo de inserção do preparo
formação pra os dentes inferiores pode ser orienta a direção do pino para evitar as com-
vista na Tabela 16-2. Os níveis são coloca- plicações da polpa ou do periodonto.
dos próximos ao nível da junção cemento- A colocação negligente dos pequenos
esmalte e a estrutura do dente é muito re- condutos pode ter resultados desastrosos
duzida nesta área. Os valores mostrados (Fig. 16-20). Se aparecer sangue durante a
nas tabelas são as médias, dentro de 2 a atuação da broca no pequeno conduto, deve
5% das dimensões apresentadas por Dilts ser verificada se a polpa ou a membrana
e Mullaney37 e por Stambaugh e Wittrock.39 periodontal está sendo a vítima. Se for a
Eles apresentaram valores que diferem polpa, a terapia endodôntica deve ser exe-
acentuadamente das dimensões apresenta- cutada antes de prosseguimento. Se o pe-
das por Gourley, para os molares.36 queno conduto sair na superfície da raiz, o
Para evitar problemas, o ponto de entra- pino poderá ser cuidadosamente medido,
da e direção da broca devem ser cuidado- antes da inserção, para que não ultrapasse
samente planejados e controlados. A corre- ou não falte no pequeno conduto. A cura é
ta direção para o pequeno conduto pode ser então possível, porém não garantida. Quan-
determinada estudando a radiografia ou do um pino sair dentro do periodonto
colocando-se suavemente uma sonda ou coronário em direção à crista alveolar, a
uma broca dentro do sulco gengival e ponta do pino pode ser exposta cirurgica-
encostá-la dentro da parede da raiz, obten- mente e depois apará-la, nivelando com a
do-se, assim, a imagem nítida da localização superfície da raiz.

341
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-21 O defeito que tem um volume de dentina sadia sobre ele e está a, pelo menos, 1,0 mm da linha de termina-
ção, deve ser preenchido com cimento antes de fazer a impressão. Se for necessária retenção adicional, o defeito pode
ser convertido em uma caixa, como se mostrou anteriormente.

Bases de cimento e núcleo o preparodeumacaixa. Porém, se a retenção


adicional não for necessária ou se for preci-
Os defeitos da estrutura do dente resul- so remover excessiva estrutura íntegra do
tantes da remoção de cáries ou restaura- dente para preparar a caixa, é melhor pre-
ções antigas podem ser preenchidos com encher a retenção com cimento (Fig. 16-21).
base de cimento, se ainda tiver um volume Deve haver 1,0 mm de estrutura íntegra do
adequado de estrutura remanescente do dente, entre a base de cimento e a linha de
dente para resistir às forças oclusais e tam- terminação do preparo para assegurar a in-
bém superfície suficiente de parede axial tegridade marginal. Se o defeito for próximo
para proporcionar retenção e resistência. As da linha de terminação, deve ser usado o
bases de cimento são usadas somente para amálgama, porque ele apresenta maior re-
proteger a polpa e para eliminar retenções. sistência e insolubilidade.
O cimento de policarboxilato é um exce- Os núcleos com retenção a pinos foram
41 43
lente material para este propósito, porque utilizados por mais de 30 anos ' para re-
não é irritante à polpa e tem algumas pro- tenção de restauração fundida e colocados
priedades adesivas que, provavelmente, nos dentes fraturados. O amálgama e a re-
evitam o seu deslocamento durante subse- sina composta podem ser usados para re-
quente preparo do dente. As bases de ci- composição da estrutura perdida do dente.
mento não têm resistência suficiente para As resinas compostas são favorecidas por-
reforçar ou recompor as paredes de dentina que apresentam certas vantagens com a fa-
enfraquecidas. Por esta razão, o amálgama cilidade em preencher grandes cavidades e
ou a resina composta devem ser usados. pelo rápido endurecimento, permitindo, en-
Colocar as características retentivas como tão, que o preparo possa ser realizado na
sulcos no cimento é apenas expressar as mesma consulta. O amálgama, porém, apre-
boas intenções. senta maior resistência à compressão, e a
Uma retenção criada pela remoção de cá- nova fase simples, em amálgama rica em
ries pode, frequentemente ser eliminada com cobre, atinge alta dureza para permitir pre-

342
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-22A O núcleo de amálgama Fig. 16-22B Se a linha de termina- Fig. 16-22C Apenas se a linha de
pode ter excessos por causa das ção da coroa for colocada no núcleo terminação for colocada apicalmente
extensões subgengivais, ou outros de amálgama, o excesso ainda es- ao núcleo, é possível assegurar uma
fatores que impeçam a boa adapta- tará presente. área marginal lisa.
ção da matriz.

paro para coroa e pode ser continuada, lo- te. Todas as características retentivas para
go após 10 minutos.44 Portanto, onde há o núcleo devem ser bem profundas, a ponto
necessidade máxima de resistência, o de não serem eliminadas pela redução axial,
amálgama é ainda o material preferido para feita no preparo subsequente para coroa. O
núcleo. preparo para coroa pode ser completado tão
O núcleo de amálgama com retenção a logo o material do núcleo tenha endurecido
pinos ou de resina composta é indicado suficientemente. Ou, o próprio contorno
quando menos da metade da estrutura co- coronário do núcleo de amálgama pode ser-
ronária do dente polpado remanescer após vir como restauração temporária por várias
a remoção de todas as cáries e restaura- semanas, dando ao tecido mole uma opor-
ções antigas. Todas as cúspides mais finas tunidade de recuperar, enquanto o tratamen-
do que a metade da sua altura devem ser to mais urgente estiver sendo realizado.
rebaixadas. As cavidades devem ter as- A linha e terminação do preparo para res-
soalhos e paredes planas para aumentar a tauração fundida deve estender abaixo do
resistência e este procedimento necessita núcleo e localizar-se na estrutura do den-
muito cuidado para não traumatizar a polpa te.46 O núcleo, quando colocado muito
ou enfraqueceras paredes remanescentes. subgengivalmente, é mais provável de apre-
O núcleo deve estar apoiado firme no den- sentar espaços e rebarbas, tomando-se
te e não somente preencher espaço vazio. impróprio para servir como margens da res-
Ao contrário, ele não oferece vantagem so- tauração final (Fig. 16-22 A e B). Se o nú-
bre o volume da fundição final em ocupar o cleo for de amálgama, contactando com
espaço. metais diferentes e expostos ao meio oral,
A retenção para um núcleo de amálgama torna-se mais propenso à corrosão. Se o
45
pode ser conseguida com ranhuras ou com núcleo exposto for de resina composta, se
os pinos não paralelos descritos previamen- tornará susceptível à formação de fendas.

343
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS pela colocação de um degrau biselado na


COMUNS linha de terminação gengival (Figs. 16-23A
até C). Os sulcos são também um meio efe-
Conicidade exagerada das paredes axiais tivo para aumentar a resistência nos prepa-
ros com conicidade exagerada das paredes
A forma de retenção de um preparo com (Figs. 16-24Ae B).47
conicidade exagerada pode ser melhorada

Fig. 16-23A Paredes supercônicas de um molar supe-


rior com preparo para coroa total.

Fig. 16-23B A superconicidade pode ser parcialmente


compensada pela verticalização do segmento gengival
das paredes axiais.

Fig. 16-23C Obtém-se maior compensação removen-


do-se restaurações antigas de amálgama e incorporando
os preparos anteriores no preparo da coroa (esquer-
da). As várias características são facilmente observadas
em um modelo de gesso do preparo (direita).

l
344
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-24A Preparos supercônicos e muito diminuídos


em dois suportes de prótese fixa.

Fig. 16-24B Os preparos foram refeitos, usando-se o


degrau e sulcos múltiplos. A extensão da destruição do
dente não permitiu o uso de núcleos de amálgama.

Paredes axiais baixas na estrutura sólida do dente e caixa, incor-


porando as cáries podem também ser em-
pregadas (Fig. 16-27A até D). Os pequenos
Um preparo baixo pode-se tornar mais condutos podem também ser usados em
retentivo usando múltiplos sulcos na conjunção com retenção interna da pare-
estrutura do dente (Fig. 16-25) ou núcleo de ou com canaleta externa de retenção
48
(Fig. 16-26). As combinações de sulcos (Figs. 16-28A até C).

Fig. 16-25 A adição de múltiplos sulcos pode ser usada


para aumentar a retenção em um preparo pequeno em
estrutura natural do dente, como se observa neste pre-
paro para coroa total veneer em um pré-molar inferior.
(Esquerda) Vista vestibular. (Direita) Vista oclusal.

345
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-26 Os sulcos múltiplos foram acrescentados ao


núcleo de amálgama em um molar superior muito pe-
queno (esquerda). O detalhe dos sulcos pode ser visto
em um modelo de gesso do dente preparado (direita).

Fig. 16-27A Uma antiga e extensa restauração de


amálgama precisa ser substituída.

Fig. 16-27B A remoção da restauração revela volume e


comprimento adequados de estrutura do dente para
restaurá-lo sem um núcleo.

Fig. 16-27C A área retentiva no "núcleo vital" é protegi-


da com uma base de cimento.

346
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-27D O modelo de gesso mostra as várias ca-


racterísticas do preparo: a caixa mesial e o sulco disto-
lingual do preparo de amálgama foram convertidos em
partes do preparo para coroa. A cárie na superfície dis-
to-lingual do dente, foi incorporada à caixa e colocou-se
sulcos na estrutura íntegra do dente nas superfícies
mésio-lingual e disto-vestibular do dente.

Fig. 16-28A O comprimento da parede axial marginal


foi aumentado neste preparo para coroa metalocerâmica,
colocando-se um pequeno conduto para pino em cada
um dos quatro ângulos do dente.

Fig. 16-28B Os pinos estão visíveis dentro da coroa,


onde seu comprimento pode ser comparado com o das
paredes axiais.

Fig. 16-28C A coroa metalocerâmica terminada é vista


já cimentada no dente.

347
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Formas de caixa com sobreextensão dente produzindo uma caixa extremamente


larga, os sulcos podem ser adicionados nos
ângulos para aumentar a resistência da cai-
Se as cáries ou traumas causaram a des- xa pela formação de pequenas causas de
truição de grande extensão da estrutura do andorinha (Fig. 16-29A até C).15

Fig. 16-29A Um molar inferior com amálgama extensa


e com cúspide disto-lingual fraturada.

Fig. 16-29B O preparo com cobertura oclusal termina-


do para restauração utilizando as paredes distai e lin-
gual na caixa, bem como, sulcos nos ângulos da caixa
mesial rotineira, e da caixa distai "envolvente" estendida
(esquerda, vista intra-oral do preparo; direita, modelo
de gesso).

Fig. 16-29C A restauração terminada é mostrada em


vista vestibular(esquerda) e lingual(direita).

348
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Retenções nas paredes axiais defeitos forem preenchidos depois no


troquei, a impressão obtida poderia estar
distorcida no ato da retirada do preparo na
Os defeitos ao longo das paredes axiais boca. É também difícil para operador inex-
devem ser preenchidos com cimento para periente visualizar a própria configuração do
eliminar as retenções antes da conclusão preparo final, se um grande segmento do
do preparo (Figs. 16-30A e B). Se esses dente foi perdido.

Fig. 16-30A A remoção de uma coroa defeituosa e da


cárie associada deixou ainda o molar com estrutura
sadia adequada, tendo porém, retenções axiais e uma
grande destruição central.

Fig. 16-30B Depois de preencher os defeitos com uma


base de cimento de policarboxilato, pode-se fazer um
preparo clássico para coroa total veneer.

349
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Cúspides fraturadas inclinação, sendo então uma componente


horizontal e outra vertical. A componente
Se a fratura da cúspide produzir plano horizontal deve ser perpendicular ao plano
inclinado, a retenção e resistência podem de inserção e a componente vertical, li-
ser conseguidas transformando o plano geiramente paralela ao eixo de inserção
inclinado em duas etapas para quebrar a (Figs. 16-31A até C).

Fig. 16-31A O pré-molar superior com cúspide reduzi-


da é mostrado após a remoção de amálgama disto-
oclusal.

Fig. 16-31B Permanece estrutura do dente suficiente


para uma restauração simples, se ela for utilizada ade-
quadamente. Todas as áreas em declive do dente são
transformadas em componentes verticais e horizontais.

Fig. 16-31C Vista distai de um modelo de gesso mostra


os degraus ou terraços nas superfícies lingual e oclusal
(esquerda). Vista lingual do modelo mostra os mesmos,
nas superfícies distai e oclusal (direita).

350
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Perda de uma cúspide Essa restauração pode ser uma coroa par-
cial 4/5 (Figs. 16-32A e B) ou uma coroa
Quando uma cúspide inteira, incluindo a total veneer (Figs. 16-33A e B), dependendo
dentina subjacente for perdida, e existindo do volume da cárie, da destruição periférica
ainda as características de preparo para e da possibilidade de colocação da retenção
amálgama, como um istmo ou uma caixa, no dente. Os sulcos podem ser colocados
essas características podem ser incluídas nas superfícies verticais com altura suficien-
no preparo para coroa. Isto é usualmente te, ou na estrutura ao redor da cúspide per-
acompanhado pela formação de uma caixa dida (Figs. 16-34A até C). Um pequeno con-
na estrutura do dente, que será localizada duto pode também ser colocado na área da
na superfície adjacente à cúspide perdida. cúspide perdida.

Fig. 16-32A Apresenta-se um molar superior com uma


cúspide disto-lingual fraturada, após a remoção de uma
restauração antiga de amálgama.

Fig. 16-32B O preparo da restauração de superfície


oclusal difere da forma clássica, pois tem uma caixa dis-
tai larga, com sulcos nos ângulos vestibular e lingual
para aumentar a retenção (esquerda, preparo; direita,
modelo e gesso).

Fig. 16-33A e B A cúspide disto-lingual foi perdida nes-


te molar inferior. Selecionou-se uma coroa total veneer
por causa da descalcificação e cárie das superfícies
axiais. Formou-se uma caixa estendida distinta na su-
perfície distai, e com o istmo estendendo-se através da
superfície mesial.

Fig. 16-33A Vista intra-oral lingual (esquerda) e oclu-


sal (direita) do preparo.

351
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-33B Vista vestibular (esquerda) e lingual


(direita) no modelo de gesso do preparo.

Fig. 16-34A A cúspide mésio-lingual perdida deste mo-


lar inferior (esquerda, mesial; direita, oclusal) será
incorporada no retentor de prótese de coroa total veneer
planejada, que vai restaurar o dente.

Fig. 16-34B Vista mesial (esquerda) e oclusal (direita)


mostram o istmo de amálgama convertido e os quatro
sulcos axiais que foram acrescentados ao preparo.

Fig. 16-34C Vistas mesial (esquerda) e oclusal


(direita) mostram os pormenores do preparo.

352
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Duas cúspides perdidas


Se duas ou mais cúspides estão destruí-
das, será necessário colocar um núcleo com
retenção a pino para obter a retenção e re-
sistência (Figs. 16-35A até D).

Fig. 16-35A Apenas uma cúspide mésio-vestibular for-


te e uma cúspide mésio-lingual não destruída permane-
cem neste molar inferior. O número de pinos usados
provavelmente é maior do que o exigido pela situação.

Fig. 16-35B Condensação do núcleo de amálgama.

Fig. 16-35C A seguir um preparo para coroa completa.

Fig. 16-35D Agora pode-se fabricar a restauração


fundida para o dente.

353
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-36A Um núcleo de amálgama retido com pino é


Fig. 16-36B A desvitalização eletiva e a colocação de
adequado para este dente estreito. A força de desloca-
um núcleo com pino proporcionam resistência adequa-
mento (F2) no pequeno conduto do pino é quase tão gran-
da. Agora F2 é muito menor que F, porque atua sobre
de quanto a força aplicada (F,), porque os braços de
um braço de alavanca maior (F, x L, = F2 x l_2). Além
alavanca (L, e L2) são quase iguais.
disso, a força de deslocamento é resistida por uma área
mais extensa de estrutura do dente (setas pequenas).

Fig. 16-36C Um núcleo de amálgama retido com pino


geralmente é adequado em um molar polpado porque a
coroa restaurada é mais larga que o normal. Por isso, F2
é menor do que F,.

354
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Desvitalização eletiva sucesso em dentes posteriores tratados en-


dodonticamente e não protegidos, eram so-
51
Há situações em que a desvitalização mente em 56,3%.
intencional do dente para obter retenção é Se uma coroa parcial ou total veneer é
justificável. Há ocasiões em que uma coroa indicada, quando houver perda de estrutura
deve ser colocada num dente unirradicular do dente, de moderada para severa. Deve
que apresenta a coroa clínica remanescen- ser, então, colocado, primeiramente um
te extremamente baixa. Também deve ser núcleo. Um núcleo de amálgama ou de re-
colocado um núcleo quando um dente an- sina composta pode ser usado em molares.
terior está severamente danificado ou num Se houver estrutura coronária íntegra do
pré-molar que não apresenta suficiente re- dente para proporcionar resistência às for-
sistência ao deslocamento, sem introduzir ças direcionadas lateralmente, pode ser
um pino no conduto radicular (Figs. 16-36A usada retenção a pino simplesmente. Se
até C). toda a estrutura coronária do dente for per-
dida, devem ser colocados dois pinos pré-
fabricados no conduto das raízes para ob-
ter resistência lateral. Ocasionalmente
Dentes tratados endodonticamente usam-se dois pinos pré-fabricados. Nos pré-
molares, por outro lado, quase sempre re-
querem a colocação de pinos pré-fabrica-
Um dente anterior ao tratamento endo- dos porque a sua pequena largura e falta
dôntico nem sempre necessita de coloca- de espaço dificulta a colocação de pino fun-
ção de uma coroa.49 Entretanto, se uma dido ou de núcleo com maior volume.
coroa metalocerâmica for necessária por- Às vezes, na prática diária, é possível
que houve a destruição coronária, pode, fazer com que o pino pré-fabricado tome
então, ser colocado um núcleo pré-fabrica- parte integral da coroa. Isto frequentemen-
do para suportar a restauração final. A re- te resulta numa pobre adaptação, porque a
dução axial necessária para o preparo para expansão do revestimento necessário para
coroa, combinada com o preparo do aces- obter uma coroa com alta justeza é prejudi-
so endodôntico, usualmente deixa dentina cial para o ajuste do pino pré-fabricado e
íntegra insuficiente para suportar a restau- vice-versa. Um resultado melhore alcança-
ração adequadamente. do pela cimentação em separado do núcleo
Nos dentes posteriores, a situação é algo pré-fabricado, antes da colocação da coroa.
diferente. Isto porque, a estrutura com A maior vantagem da coroa cimentada so-
multicúspides apresenta a superfície oclusal bre o núcleo é a facilidade em refazer, futu-
anatomicamente dividida, ainda que livres ramente, a coroa se for necessário.
de cáries, são dentes com perigo à fratura Existem dois métodos gerais para formar
vertical quando sujeitos às forças oclusais o núcleo pré-fabricado de plástico com alta
pesadas. Da mesma maneira, seria para um precisão, ou pode ainda ser feito combinan-
molar ou pré-molar tratado endodontica- do diretamente o núcleo de resina compos-
mente, por isso necessitam de colocação ta com o pino pré-fabricado de aço inoxidá-
de uma restauração fundida, com proteção vel. Quando o núcleo pré-fabricado falha,
50
oclusal. Sorensen e Martinoff encontraram é, quase sempre, porque houve perda de
94,2% de molares e pré-molares tratados retenção ou fratura da raiz onde o núcleo
endodonticamente que eram subsequente- foi cimentado (Fig. 16-37). Ambos os riscos
mente protegidos com cobertura coronária poderão ser minimizados ajustando o pino
e com sucesso. Por outro lado, o índice de o mais longo possível, sem comprometer o

355
Modificações de Preparos em Dentes Danificados

Fig. 16-37 O risco de fratura de raiz é maior com


um pino curto do que com um longo. Com o pino
curto, o comprimento do braço de alavanca através
da qual a força aplicada atua, é três vezes o com-
primento do braço resistente (parte encaixada na
raiz), formando a pressão três vezes maior do que
a força aplicada na margem da coroa (esquerda).
Em um pino longo, o braço de alavanca tem 1,8 ve-
zes o comprimento do braço da resistente (direita).
Por isso, a pressão é apenas 1,8 vezes maior do
que a força aplicada na margem. Além disso, o pino
maior distribui a pressão sobre uma área maior da
raiz suportada por osso.

selamento apical. As margens cervicais da a possível rachadura da raiz, pelo efeito da


46
coroa final devem estar sobre estrutura ín- base circular. Este procedimento também
tegra do dente e nunca sobre o material do promove um ótimo selamento marginal. O
núcleo. Essas margens devem formar uma efeito de fortalecimento da coroa fundida,
banda circular de metal para promover "efei- cujas margens estendem abaixo do núcleo,
52
to de abraçamento", que auxilia a proteger foi demonstrado por Hoag e Dwyer.

356
Capítulo 17

Modificações dos Preparos para Situações


Especiais

Há muitas circunstâncias nas quais o ca e torques transmitidos pelo pôntico. Por-


desenvolvimento do preparo a ser empre- tanto, uma cobertura mais extensa pode ser
gado no dente restaurado será significante indicada para o dente destinado a servir de
na seleção e no seu desenho. Este desen- elemento de suporte de uma prótese fixa,
volvimento pode também apresentar modi- do que necessitaria se fosse uma prótese
ficação necessária no desenho do preparo unitária. Incrustações e MOD com cobertura
clássico quando os dentes são relativamen- oclusal terão indicações restritas como
te íntegros. Os exemplos são (1) modifica- retentor de ponte fixa. As coroas parciais
ções feitas nos preparos de elementos de 4/5 e coroas parciais 3/4 com pinos são
suporte de uma prótese fixa para suportar usualmente adequadas para pequenas
o aumento mecânico de carga; (2) variações próteses fixas, substituindo um dente au-
nos preparos para elementos de suporte de sente ou dois dentes unirradiculares, con-
uma prótese parcial removível em conse- tanto que os dentes de suporte sejam rela-
quência de aumento necessário (ocasiona- tivamente íntegros e com adequada altura
do pela colocação de apoios oclusais na da coroa clínica. Para um longo espaço
coroa final); (3) necessidades especiais no profético e próteses fixas complexas, com
preparo de elementos de suporte para re- mais de dois elementos de suporte, as co-
ceber retentores de Prótese Fixa Adesiva roas parciais 7/8 ou coroas totais deverão
para obter retenção e resistência, enquan- ser selecionadas.
to mantém o preparo na maior parte ou in- Poderiam ser colocados sulcos adicionais
teiramente no esmalte. nos preparos para receber retentores de
próteses fixas para auxiliar a resistir o deslo-
camento. A localização eficiente dos sulcos
Preparos de elementos de suporte para depende da direção e avaliação antecipada
Prótese Fixa do torque. Cada retentor de uma prótese
extensa e posterior está submetida ao tor-
As modificações de desenhos de prepa- que ao redor do eixo vestíbulo-lingual, bem
ros clássicos para coroa são frequentemen- como no espaço ocupado pelo pôntico, onde
te exigidos quando os dentes são destinados existe tendência de deflexão sob a carga
aos elementos de suporte de uma prótese oclusal. O enfraquecimento da coroa sub-
fixa, a fim de aumentar a retenção e resis- metida a este tipo de torque pode ser evita-
tência das condições de obtenção de mar- do pela adição de sulcos na face vestibular
gens adjacentes acessíveis para conectores e lingual (Fig. 17-1).
de pôntico e também para aumentar o es- Quando uma prótese fixa inferior apre-
paço, no caso de encaixe de precisão. senta curvatura ao longo do arco dentário,
O retentor de prótese fixa está sujeito à de tal maneira que, as cargas incidem nos
grande concentração de forças de alavan- pônticos mais para vestibular do que no seu

359
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-1 A localização mais efetiva para que um sulco resista à rotação é em um plano perpendicular ao eixo
da rotação. A causa em uma ponte de grande envergadura com pônticos retos produz rotação ao redor dos
eixos vestíbulo-lingual. A resistência pode ser aumentada pela adição de sulcos vestibulares e linguais.

360
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-2 A carga em um pôntico que


está vestibular à linha do eixo do inter-
elementos de suporte produz rotação
primariamente ao redor desse eixo. A
localização mais efetiva para os sulcos
complementares nessa situação é nas
superfícies mesiais e distais.

Fig. 17-3 A margem deste retentor em


molar está muito perto do conectar de
pôntico, tornando-se difícil de acabar, lim-
par e inspecionar. A linha de terminação
no pré-molar foi levada mais vestibular e
gengivalmente, tendo sido colocada em
uma área mais acessível.

361
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-4 Um impacto em um pônticocantiléver, produz


uma força de levantamento forte no retentor distai. A
resistência pode ser aumentada, adicionando-se sulcos
vestibulares e linguais, tornando a superfície axial que é
mais distante do pôntico, quase paralela à parede mais
próxima do pôntico possível. A parede mais próxima do
pôntico deve ser o mais alto possível, para abaixar o
fulcro e aumentar o ângulo no qual o arco de desloca-
mento encontra a parede distai.

centro, haverá nesta situação, torque com de suporte não forem paralelos, a caixa pode
tendência de rotação ao redor do eixo mé- estar inclinada em vários graus em relação
sio-distal. A resistência ao deslocamento pa- com o longo eixo do dente que está sendo
ra esse tipo de torque pode ser obtida adicio- preparado. Neste caso, a profundidade das
nando-se sulcos nas faces mesial e distai paredes deve ser cuidadosamente calibrada
dos preparos (Fig. 17-2). com auxílio de radiografias para evitar inva-
Consideração deve ser dada para a loca- dir o núcleo vital do dente.
lização da linha de terminação na área As próteses fixas em cantilever ou em
adjacente ao conector do pôntico. A mar- balanço criam uma única distribuição de
gem localizada abaixo do conector de uma forças que devem ser resistidas pelos seus
prótese fixa deve estender-se gengival- elementos de suporte. O deslocamento em
mente para não ser invadida pelo conector direção apical do pôntico pode ser frequen-
(Fig. 17-3). Um dente curto, às vezes, ne- temente resistido pela extremidade não ci-
cessita de colocação da linha de terminação mentada, onde o apoio oclusal se ajusta e
ligeiramente abaixo da papila gengival. assenta, numa posição bem definida, so-
Um terceiro tipo de modificação, às ve- bre uma restauração metálica. Quando um
zes, requerido para elemento de suporte de apoio não for possível, dois dentes adjacen-
prótese fixa, é adição de uma caixa para tes podem ser usados como elementos de
1
alojar um conector não rígido. A caixa deve suporte duplos para reduzir a solicitação de
ser bem larga para conter o volume da fê- concentração de esforços no periodonto.
mea do conector dentro dos contornos nor- Sob curta duração das forças de impacto,
2
mais da coroa completa. Ao contrário, o os dentes atuam como se fossem imóveis.
técnico deixaria grosseiramente o sobrecon- Um toque criado por um impacto no pôntico
torno da coroa, que não somente criará área de uma prótese fixa em balanço é centrali-
para retenção da placa bacteriana como zado na margem cervical do primeiro reten-
também originarão forças de rotação desfa- tor, próximo ao pôntico. O resultante da força
voráveis sobre o elemento de suporte. A de elevação no segundo retentor é aproxi-
caixa deve ser alinhada com o eixo de inser- madamente paralelo com o eixo de inser-
ção em relação ao preparo do outro elemen- ção e isto se origina por causa do longo raio
to de suporte. Se os preparos de elementos de rotação (Fig. 17-4).

362
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Portanto, o preparo do segundo elemento dados8 e ser colocado tão longe gengival-
de suporte deve ser realizado com a maior mente e tão perto quando possível do lon-
retenção possível, pela adição de sulcos e go eixo do dente (Fig. 17-5 A até D). Com a
formando a parede axial da superfície distai, perfuração do nicho para apoio na peça fun-
o mais distante do pôntico e com um míni- dida ou no padrão de cera é provável de
mo de inclinação e um máximo de altura. ocorrer o sobrecontorno se não for compen-
sada a característica correspondente, na
estrutura do dente, durante o preparo. Neste
Preparos de elementos de suporte para preparo deve ser colocado sulco em cada
Prótese Parcial Removível lado do cíngulo, unindo-os por um degrau
bem saliente para compensar a posição in-
Os apoios oclusais são elementos vitais na clinada da superfície lingual (Fig. 17-6).
estabilização e função de uma prótese parcial
removível e os nichos destes apoios devem
ser colocados nas restaurações fundidas. A Apoio Oclusal
modificação do preparo do dente é feita com
remoção maior do que a quantidade normal Um apoio oclusal deve apresentar 1,4 mm
da estrutura do dente, porque torna-se neces- de espessura9 e ocupar o meio terço da
sário para acomodar um assentamento ade- superfície vestíbulo-lingual de um dente
quado do apoio.3'7 Isto deve ser feito para posterior e apresentar a função de limitar o
alcançar os requisitos de um bom desenho movimento de uma prótese parcial removí-
da prótese parcial removível, sem compro- vel no sentido apical. Deveria ser em forma
meter a integridade da coroa individual. de colher com arredondamento das ares-
tas marginais e o assoalho inclinado para o
centro do dente (Figs. 17-7A e B).10
Apoios no cíngulo Apesar do preparo ser modificado de
1,4 mm de profundidade, o nicho de apoio po-
Um cíngulo forma, naturalmente, um de ser perfurado na superfície oclusal de uma
apoio na superfície lingual de um incisivo coroa feita com 1,0 mm de redução oclusal.
ou canino, que proporciona excelente resis- Enquanto o aumento global da redução oclu-
tência ao deslocamento apical e horizontal sal é analisado no final, poderá ser rebaixa-
da prótese parcial removível. Também ofe- do demasiadamente o preparo e resultar err
rece retenção indireta porque proporciona redução drástica da retenção e resistência.
uma estabilidade no sentido vertical, ante- Em vez disso, um nicho bem definido com 0,5
rior à linha do fulcro, quando a força incide a 1,0 mm de profundidade pode ser realiza-
sobre a extensão distai da prótese. Embora do na superfície oclusal do dente que está
esse tipo de apoio possa ser usado em área sendo preparado na área correspondente ao
intacta ou em dentes não restaurados, exige nicho de apoio (Fig. 17-8)." Com isto, o seu
que o dente apresente considerável volu- contorno segue o desenho de apoio com
me do cíngulo. Portanto, o uso deste tipo aproximadamente 0,5 mm de espaço entre
de apoio, ainda quando o dente não neces- o nicho no preparo e o nicho de apoio.
sita ser restaurado, pode exigir a fabricação Um nicho no preparo com paredes verti-
de uma coroa para permitir a colocação do cais é preferido ao invés de uma escavação
apoio assentado numa adequada profundi- amorfa.
dade e protegida com apreciável volume. O seu contorno é facilmente visto, seguro
O nicho para o apoio deve ser em forma com extensão adequada e com ambos os
de letra V, com ângulos internos arredon- requisitos de retenção e resistência.

363
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-5A e B Apoio no cíngulo em um canino inferior.

Fig. 17-5A Vista distai. Fig. 17-5B Vista incisai.

Fig. 17-5C A prótese parcial removível é vista no Fig. 17-5D Vista inferior da estrutura da prótese
lugar, no apoio. parcial removível mostrando apoio (seta).

Fig. 17-6 O assento do apoio do cíngulo em uma coroa


anterior é acomodado por sulcos verticais e um sulco
incisai.

364
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-7A e B Assento de apoio feito adequadamente em uma coroa posterior.

Fig. 17-7A O apoio oclusal está acomodado. Fig. 17-7B Proporciona-se estabilidade para a prótese.

Fig. 17-8 Nicho para o assento e apoio. Isolado para um preparo de coroa total veneer (A). Unido à aleta para
um preparo para coroa metalocerâmica (B). Em conjunto com uma caixa proximal em um preparo para coroa parcial
4/5 (C).

365
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-9 A resina extruindo pelas pequenas perfura- Fig. 17-10 A micrografia de varredura eletrônica do
ções na estrutura de metal, usada por Rochette, para metal condicionado eletroliticamente, revela a rede
15
reter próteses adesivas. extensa de retenções microscópicas criada pelo pro-
cesso de condicionamento.

Preparos para Prótese Fixa Adesiva ligação entre a resina convenientemente tra-
tada e o metal apresentou resistência tênsil
A qualidade da dentística restauradora duas vezes maior do que a resina tratada e
1719
teve sempre como um dos objetivos a con- o esmalte.
servação da estrutura do dente, sempre que Porém, tanta atenção tem focalizado o
possível. O desenvolvimento da técnica de sistema de ligação resina/metal, que a ne-
ataque ácido13 tem grandemente aumento cessidade de um desenho próprio do pre-
20
nessa habilidade em manter com vida a es- paro não foi divulgada. Com o abuso da
trutura do dente íntegra. A técnica de cola- indicação deste novo tratamento, alguns
gem permanente de prótese fixa com metal operadores deram muita atenção à neces-
fundido e fixado nos dentes de suporte com sidade de um adequado preparo de dente.
14
resina, foi primeiro descrito por Rochette Se o preparo for realizado corretamente,
que advogou o uso de pequenas perfura- obtém-se forma de resistência tão efetiva
ções na estrutura metálica. A resina extrui para este tipo de prótese, tal como se obtém
através dessas perfurações localizadas na nos preparos para coroas comuns. A quan-
face lingual da estrutura retendo-se a pró- tidade de estrutura do dente removida é
tese (Fig. 17-9). Os outros clínicos e inves- mínima, mas o preparo para retentores de
tigadores começaram a explorar muitas va- prótese fixa adesiva deve apresentar a es-
riáveis de tratamento oferecidas por essa trutura metálica desenhada para que as for-
técnica.15 Eles acharam que a colagem en- ças oclusais sobre a prótese sejam resisti-
tre a resina e a estrutura metálica era pobre das pela compressão da resina adesiva. A
6
em ligação neste sistema. resistência tênsil da resina não depende iso-
17
Livaditis eThompson adaptaram a técni- ladamente do efeito de retenção.
ca introduzida porTanaka e colaboradores,18
que consiste no desenvolvimento seletivo
de corrosão pontilhada de liga níquel-cro- Desenho do preparo
mo. Isto resulta num sistema de união entre
a resina composta com o metal e com es- A discussão dos preparos para próteses
malte, o que possibilita numa ligação mais fixas adesivas está dividida em desenho
forte do que as técnicas prévias (Fig. 17-10). A para os dentes anteriores e para os poste-

366
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-11A A redução proximal é feita em dois Fig. 17-11B Quando vistos do aspecto incisai, os pla-
planos, o que acomoda as direçoes de extensão ves- nos são óbvios.
tibular e lingual da estrutura, aumentando a resistência.

riores. Enquanto a maioria dessas próteses da altura do contorno em 2 a 3 mm (Fig.


são colocadas na região anterior, a expe- 17-12). O resultado aparece como um pla-
riência clínica tem demonstrado que esse no curvo ou ângulo de plano guia. Quando
tipo de prótese pode ser usado igualmente a estrutura metálica é fabricada atingindo
para recolocação de dentes posteriores ligeiramente a componente vestibular do pla-
perdidos.21 no guia, efetivamente resiste o deslocamen-
to para lingual (Fig. 17-13). Esta caracterís-
tica cria, ao mesmo tempo, linha definida
Desenho do preparo anterior de expulsividade do preparo.
Em várias ocasiões, por causa da posi-
O preparo para os dentes anteriores po- ção ou rotação de um elemento de suporte,
de ser subdividido em quatro e distintos forma-se um plano vestibular de redução, o
21 26
segmentos: " que resultaria em inaceitável aparecimento
do metal. Nestes casos, prepara-se um sul-
23
1. Redução proximal co raso no esmalte proximal (Fig. 17-14).
2. Parada vertical Este sulco é colocado mais em direção ves-
3. Linhas de terminação tibular para obter altura adequada, porém,
4. Redução lingual não muito para permitir a visibilidade do me-
tal, pela translucidez do esmalte proximal.
O primeiro e possivelmente o mais impor- A linha de expulsividade é usualmente pa-
tante destes segmentos é a redução pro- ralela com um a dois terços incisais do dente
ximal adjacente ao espaço protético (Figs. (Fig. 17-15).
17-11 A e B). A primeira função das carac- Novamente, tendo este sulco registrado
terísticas do preparo proximal é a obtenção positivamente no metal da estrutura fundida,
da forma de resistência. Certamente, pode cria-se então um guia definido de inserção
ser evitado o aparecimento do metal por e proporciona resistência ao deslocamento
vestibular, por isso deve ser cuidadosamen- lingual.
te planejada. O clássico desenho de redu- As próximas características para serem
ção proximal consiste na extensão correta consideradas no desenho de preparo ante-
dos planos vestibular e lingual e a obtenção rior são as paradas verticais. Estas para-

367
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-12 A redução em dois planos, vista da superfí-


cie proximal resulta uma altura do contorno diminuída
de 2,0 a 3,0 mm.

Fig. 17-13 Uma estrutura de metal desenhada ade-


quadamente é estendida para o plano vestibular e
resiste ao deslocamento lingual.

Fig. 17-14 Pode-se usar sulcos rasos porém defi-


nidos, como características de resistência proximal.
Eles são mostrados em um canino na boca (esquer-
da) e no modelo (direita).

Fig. 17-15 O sulco e o eixo de inserção resultante


devem ser paralelos aos dois terços incisais da super-
fície vestibular.

368
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

das são necessárias porque há um elemento estão no terço gengival dos dentes superio-
definido e reprodutível para o deslocamento res, são considerados contra-indicações pa-
no sentido gengival, durante a colocação e ra os retentores para prótese adesiva.
retirada da prótese. No princípio, as próte- Um chanfro suave normalmente pode ser
ses fixas adesivas eram desenhadas com preparado supragengivalmente (Fig. 17-19).
pequenos grampos de metal estendendo A linha de terminação deve ser orientada
para as bordas incisais dos dentes de supor- para o lado oposto da ameia lingual inter-
te.20 Estes grampos não eram aderidos e proximal, permitindo então, o máximo de
permitiam então o seu deslocamento após extensão na estrutura metálica. Esta exten-
a prótese ser colocada no lugar. Porém, isto são cruza a crista marginal, oposta ao es-
era uma inconveniência para a sua estabili- paço protético, e é considerada importante
dade pois não apresentavam forma de resis- porque incluirá esmalte que, quando no ata-
tência para opor as forças na direção incisai. que ácido, se une e resulta em retenções
Pequenos planos horizontais podem ser orientadas em diferentes ângulos na lingual
colocados na superfície lingual, usualmen- e nas superfícies proximais opostas. O de-
te nas áreas das cristas marginais, onde a senho circunferencial incorpora a área de
espessura do esmalte é maior (Fig. 17-16). superfície máxima e retenção da resina em
Estas formas proporcionam paradas defini- diferentes planos, obtendo-se resistência às
21
das da prótese. Estas paradas são particu- forças que atuam em várias direções.
larmente importantes para se opor a um as- A adição de elementos de suporte secun-
sentamento brusco e exagerado, o que se- dários será uma aproximação conservado-
ria desastroso. Uma outra característica, ra. Muito frequentemente é notado que, o
ainda mais definida pode ser colocada na aumento da área de superfície do preparo
maioria dos caninos, como forma de apoio proporciona um aumento de área do retentor
no cíngulo (Fig. 17-17). e, portanto, pode auxiliar na retenção. Por-
Esta característica é desenhada aprofun- tanto, a tendência do retentor nos elemen-
dando ligeiramente o preparo, de gengival tos de suporte secundários é de desloca-
para borda lingual de apoio. Esta configura- mento.27 Em muitos casos, a resistência e
ção não somente atua como uma parada retenção podem ser obtidas pelas caracte-
vertical, mas também resiste ao desloca- rísticas auxiliares do preparo, tais como os
mento lingual. sulcos ou as caixas, eliminando-se a neces-
Na maioria dos dentes anteriores o plano sidade de elementos de suporte suplemen-
de inserção é estabelecido com a redução tares (Figs. 17-20 A e B e Figs. 17-21 A
proximal e a estrutura remanescente do pre- e B). Se o retentor adicional é indicado como
paro, isto para retirar a prótese livremente necessário, o dente seria modificado, de tal
e sem retenção. Portanto, a necessidade maneira que, teriam as características para
da redução lingual e linhas de terminação é resistir ao deslocamento lingual de estrutura
somente para permitir a visualização do metálica resultante das forças que provo-
espaço oclusal. Aproximadamente 0,5 mm cam os movimentos vestibulares do dente.
de redução é requerida para a configuração
202126
típica do metal por lingual. Isto pode,
usualmente ser obtido nos dentes anteriores Desenho do preparo posterior
superiores com ligeira redução lingual do
preparo (Fig. 17-18), e às vezes, acompa- O primeiro passo no preparo dos dentes
nhado por pequena redução das bordas posteriores é estabelecer o eixo de inser-
28 30
incisais dos dentes inferiores. Oclusões em ção. " A altura do contorno seria rebaixada
sobremordida, na qual as paradas cêntricas cerca de 1,0 mm para a gengiva, quando

369
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-16A Pode-se preparar paradas verticais, na forma de nichos planos e pequenos.

Fig. 17-16B Quando o volume de esmalte permitir, os apoios do cíngulo devem atuar como paradas verticais.

Fig. 17-17 O preparo no incisivo central incorpora


a redução proximal de dois planos e nicho planos
para paradas verticais, enquanto o canino tem sul-
cos e um apoio do cíngulo.

370
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-18 A redução mínima de 0,5 mm (amarelo) é adequada para permitir uma espessura aceitável de metal (A). A
oclusão com sobremordida profunda, na qual os contatos cêntricos ocorrem na metade gengival de um dente superior,
pode exigir muito mais redução de estrutura do dente para usar um retentor adesivo (B).

Fig. 17-19 A linha de terminação gengival colocada


em um dente anterior consiste de um ligeiro chanfro
supragengival.

371
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-20A As características auxiliares do preparo


aumenta a retenção e a resistência e podem eliminar a
necessidade de suportes secundários. Os dois prepa-
ros para suporte de uma prótese superior anterior são
mostrados na boca.

Fig. 17-20B O pormenor dos sulcos e apoios no ele-


mento de suporte são observados nesta vista de perto
do modelo de gesso.

Fig. 17-21A Vista lingual da prótese cujos elementos


de suporte foram mostrados nas Figs. 17-19 e 17-20.

Fig. 17-21B A vista vestibular da prótese, que mostra


os excelentes resultados estéticos que são possíveis
de obter com este desenho conservador.

372
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-22 A altura do contorno é abaixada para 1,0 mm


dentro do sulco gengival na superfície lingual. Frequen-
temente o resultado é a linha de terminação em lâmina
de faca em um dente inferior e um leve chanfro em um
dente superior.

possível (Fig. 17-22). Entretanto, todos os Um apoio oclusal deve ser preparado com
preparos são cuidadosamente mantidos no uma forma de contorno comparável com
esmalte. A altura do contorno interproximal aquela usada na prótese parcial removível
é rebaixada um mínimo de 2,0 mm, permi- (Fig. 17-25). A dimensão vestíbulo-lingual
tindo-se um volume adequado do metal na deve ser de 1,5 a 2,0 mm e a profundidade
área do conector (Fig. 17-23). A redução lin- de 1,0 a 1,5 mm. A diferença no desenho
gual é estendida tão longe quanto possível neste preparo está nas paredes verticais,
da ameia oposta ao espaço protético, asse- que necessitam minimizar o potencial do
gurando, assim, máxima área de superfície movimento lateral da estrutura metálica (Fig.
necessária para adesão. 17-26). O preparo desse apoio deve ser pro-
Como no preparo para os dentes anterio- gressivamente mais profundo a partir da
res, criar forma de resistência é muito im- crista marginal para a fossa.
portante, o preparo e a estrutura metálica Finalmente, a necessidade do espaço in-
devem estender-se abaixo do ângulo da li- ter-oclusal é avaliado. Na maioria dos casos,
nha vestibular de dentes de suporte. Esta com um cuidadoso plano de tratamento pré-
extensão do metal resiste ao deslocamento operatório, a parada cêntrica pode ser obtida
lingual da prótese. Quando corretamente na estrutura metálica. Se alguma redução
estendida, a estrutura dos retentores pos- oclusal for necessária, o espaço deverá ser
teriores estendem, no mínimo 180 graus ao cerca de 0,5 mm na espessura do metal.
redor da circunferência de cada dente de Se houver algumas restaurações antigas,
suporte (Fig. 17-24). elas podem ser conservadas, se o dente

373
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-23 A altura interproximal do contorno é abaixada


pelo menos 2,0 mm, para acomodar o volume adequado
do conector.

Fig. 17-24 A estrutura metálica deve estender-se além do ângulo de linha vestibular e pelo menos 180 graus ao
redor do dente no sentido lingual.

374
Modificações dos Preparos para Situações Especiais

Fig. 17-25 A forma do contorno para um apoio oclusal para uma prótese condicionada com ácido e ligada com resina ó
comparável à usada para próteses parciais removíveis.

Fig. 17-26 Os apoios oclusais para próteses adesivas


devem ser preparados com paredes linguais definidas
que resistam ao deslocamento lateral.

apresentar boas condições para receber ou de resina composta, parcialmente reco-


retentor de prótese adesiva. Uma boa regra berta necessitar ser refeita por algumas ra-
seria, quando estiver desenhado o preparo zões. E casos onde a restauração inteira
nos dentes previamente restaurados, reali- necessita ser removida, o acesso para a
zar o preparo somente com a remoção da futura remoção e recolocação deverá ser
restauração existente. Isso previne a dificul- considerado durante o desenho da estrutura
dade de certas situações, que poderia resul- metálica.
tar, quando uma restauração de amálgama

375
índice de Autores

O número em negrito indica a página na qual aparece toda a referência. O número depois
dos dois pontos é o número da referência.

Berman, M. H. 59:69
Bjorn, A. L. Bjorn, 59:59
Andullah, M. A. Abrahams, 113:18 H. Black, G. V. 59:59
E. J. Adair, P. J. Alexander, 59:36 Blackwell, R. E. 59:33
A. G. Allan, D. N Alpert, C. C. 319:38 Blankenau, R. J. 234:17
Anderhalden, K. Anderson, J. 59:39 Blaser, P. K. 58:3; 80:30
N. Anusavice, K. J. Arbo, M. 80:29:235:66 Bodecker, H. W. C. 235:35; 258:22
A. Argue, J. E. Arnim, S. S. 171:15 Boucher, L. Boyde. 44:40; 234:7
Atsuta, M. Avary, H. 59:48 A. Boyer, D. B. 376:5
80:26 Brackett, S. E. 81:42
294:26 Braly, B. V. 172:54; 357:24
171:9 Brannstrom, M. 357:1
B 319:31 Brauer, G. M. 258:12
80:3 Brecker, S. C. 80:7
Baez, R. J. 376:18 Brigadier, L. R. 43:12
Barkmeier, W. 319:13 Bronner, F. J. 277:6; 294:3
Barnes, I. E. Brooks, T. D. 171:23
Barrack, G. Brown, l. W. 113:35; 234:24
Bartels, J. C. Brown, R. K. 278:31
Bassett, R. W. Brown, W. S. 204:1
151:3; Bruce, R. W. Bruki, 234:9, 15; 235:46
Bastian, C. C. C. E. Buchana, R. 90:5; 18
43:30
Battistuzzi, P. N. Buonocore, M. 171:7
W. 58:3 80:30; 357:5
Baum, L. G. Burgess, J. K. 319:36
58:11; 81:31; 235:62
Beard, J. R. Burns, B. B. Burns, 43:30
376:22, 30
Becker, C. M. R. C. 376:13
319:7, 14
Behrand, D. A 171:1, 18,33
44:57; 58:7,20; 131:9;
Bell, J. G. 171:30
188:2; 204:7; 235:61; 357:4
Belser, U. C. 358:46
319:24, 33
Bergman, B.
G. 258:2
171:4, 8; 357:26 Cacciatore. A.
234:27; 258:5 Caputo. A. A.
59:66 Carmichael, J. P.
59:67; 277:19; 294:17 294:25
258:13 258:18; 357:33
278:33 11:6; 44:54; 151:1;
376:4 319:2

377
índice de Autores

Carpenter, E. E. 171:35 Deubert, R. W. 319:22


Carreno, J. A. 43:7; 59:65; 113:10 Dhilon, M. 43:13
Cascone, P. J. 277:1 Diamond R. D. 80:17
Chan, K. C. 172:53; 357:24 Dickson, G. 80:23
Chandler, H. H. 58:12; 235:58 Dietz, W. H. 131:6
Charbeneau, G. T. 58:1; 81:38 Dilts, W. E. 151:23; 172:58; 357:2,3,
Chechik, M. M. 171:12 35834, 37
Christensen, D. O. 80:5 Dodge, W. W. 43:30
Christensen, G. J. 59:58; 151:9; 235:63; Donovan, T. 278:32
258:26; 294:1 Douglas, W. H. 258:23
Civjan, S. Clark, N. 43:12 Douglass. G. D. 44:33, 58:24
P. Clayman, L H. 234:28 Doxtater, L. W. 113:33; 151:17; 171:11;
Clayton, I. A. 81:37; 94:21 234:18; 319:15
Clyder. J. S. 376:4 Draheim, R. N. 235:42; 257:17
Cochran, M. A. 171:10; 357:25 Drennon, D. G. 376:16
Coelho, D. H. 235:35; 258:22 Dressel, R. P. 94:1; 113:32; 131:5;
Cohen, G. Cohen, 43:31 151:11; 357:10
K. S. Cohen, S. 80:6 43:4, 28; 58:14;
Colin, L. Collett, H. 43:27 94:17, 10,20; 113:6, 13, 15;
A. Contino, R. M. 358:46 151:15; 172:55; 188:5; 258:18, 30;
Conzett, J. V. 43:31 357:16; 358:52; 376:12
Coslet. J. G. 44:38 Dwyer, T. G. 358:52
Courtade, G. L 171:4; 357:26 Dykema, R. W. 277:12, 21, 28; 27835,
235:43 294:2, 8; 376:3
Cowger, G. T. 59:73; 357:4
Craig, R. G. 171:25,28,29; 172;47, Ducanson, M. G.
31 48, 51; 357:31
151:7
Crispin, B. J. 43:20; 44:45, 46; 58;30,
; 94:29; 23426; 258:19; Eames, W. B. 43:27; 58:10; 80:19, 27
Cruickshanks-Boyd 278:36,37; 357:19 Eisenbrand, G. F. 204:2
Culpepper, W. D. 151:18; 171:6; 188:4; Eissmann, H. F. 59:64; 358:46
Cunningham, D. M. 357:28 EI-Ebrashi, M. K. 4320; 44:45, 46;
, D. W. 278:34 58:30; 94:29; 234:26; 258:19; 278:36
376:6 Engleman, M. A. 277:15; 294:11
376:3 Ewing, J. E. 319:9

Danielson, G. l. 44:37; 58:25 Fairhurst, C. W. 358:45


Davies, E. H. 278:34 Fairley, J. M. 31922
DeHoff, P. H. 294:26 Farah, J. W. 58:31; 234:31 25828;
Del Castillo, E. 376:19 278:37
Denehy, G. E. 376:15 Faucher, R. R. 29424
Dennison, J. B. 234:31; 258:28 Feder, M. 94:31
de Ront. J. J. 258:13 Feldman, A. J. 172:52
Derand, T. 319:17, 18, 19,32 Fenton, A. H. 43:13
378
índice de Autores

Ferrier, W. 1. 235:48 H

Finger, E. M. 235:67
Fisch, G. M. 151:25 Hamaguchi, H. 294:25
Fisher, D. W. 44:36; 113:1,37; 131:8; Hamilton, A. l. 80:8
151:16; 1883; 2043, 11; 258:3, 18; Hampson, E. L. 319:21
29423; 376:1 Harris, R. 235:47
Frank, A. L. 358:50 Hartley, J. L. 8023
Frates, F. E. 235:54 Hausing, F. J. 43:5; 59:32
Hegdahl, l. 44:42
Hembree, J. H. 234:27; 258:5
Henderson, D. 376:8
Henry, E. E. 80:25
Herlands, R. E. 58:26; 94:25
G Heymann, H. O. 376:24
Hiqdon, S. J. 44:51; 58:21; 94:26;
Gabei, A. B. 235:44, 51 188:6
v?

Gabriel W. M. 171:17 Hmds, F. W. 94:11; 234:21


Gade, E. 151:8 Hinman, T. D. 234.3
Gage, J. P. 58:23 Ho, G. 113:25, 151:28
Gardner, F. M. 59:70; 376:7 Hoag, E. P. 358:52
G argui l e, A. W. 59:74 Hobo, S. 58:14; 113:6; 277:22;
Gavelis, J. R. 58:18 294:19, 23; 319;5, 37
Gavin, J. B. 81:34 Hoffman, E. J. 277:17: 294:13
Gerson, l. V. 235:65 Holland, C. S. 357:7
Gietzen, C. H. 235:34; 258:1 1 Holland, G. A. 94:32
Gilboe, D. B. 4432; 357:20 Hollenback, G. M. 43:8: 44:55: 113:28:
Gildenhuys, R. R. 277:26; 294:21 15129; 234:6
Gillett, H. W. 58:6; 234:10, 16, 19 Howard, M. C. 277:16, 24: 294:12, 18
Gilmore, H. W. 235:37, 258:27 Howard, W. W. 94:6
Goldberg, A. J. 358:44 Howe, D. F. 376:15
Goldstein, R. E. 59:72; 277:23; 294:4, Hudson, D. C. 80:23
20: 319:23 Hughes, H. J. 151:5: 171:5: 357:27
Goodacre, C. J. 277:28: 278:35 Hughes, T. H. 319:6
Gourley, J. V. 358:36 Hunt, J. L 278:34
Gowan, W. C. 235:45
Grace, C. S. 358:38
Grainger, D. A. 235:38: 258:25; 357:8
Granath, L. E. 234:30 1
Grkovic, B. 59:59
Grossman, D. G. 319:4, 38 Ingber, J. S. 59:70: 357:4
Grosso, F. P. 43:7: 59:65; 113:10 Ingraham, R. 43:5: 44:57: 59:32,
Grundy, J. R. 94:27: 235:50: 277:20: 53: 80:10: 113:9: 151:3: 188:2:
294:16 204:7: 234:25 235:61: 258:8: 357:6, 14
Gulker, l. A. 58:2 Inskipp, E. F. 234:1
Gustteld, R. E. 258:23 Irving, A. J. 58:6: 234:10, 14, 16, 19
Gutbrie, J. D. 172:41 Ishikiriama, A. 235:40: 258:6
Guyer, S. E. 43:21; 58:20; 94:30: Iwansson, R. 171:14: 319:35
113:17; 151:33; 357:15 Iwata, T. 319:5. 37
379
índice de Autores

J Koser, J. R. 44:57; 5820, 113:14;


131:9; 151:3; 188:2; 204:7; 235:61;
Jacobi, R. 357:1,2 357:14
Jameson, L. M. 59:52 Koth, D. L 59:57
Janenko, C. 59:42 Kramer, l. R. H. 80:2, 8
Janota, M. 80:22 Krause, O. G. 113:34; 357:11
Johnson, B. W. 235:41; 258:15 Kumar, B. K. 113:18
Johnson, D. L 376:10 Kuratli, J. 358:43
Johnson, D. W. 357:19 Kuwata, M. 44:50; 59:71; 277:7
Johnson, M. A. 172:41
Johnston, J. F. 1712; 277:12,21, 294:
2, 8; 376:3 L
Jones, W. E. 113:29
Jorgensen, K. D. 43:15, 17; 151:10 Lamb, R. T. 235:68
Jubach, T. S. 235:41; 258:15 Lammie, G. A. 80:26
Land, C. H. 11:8
Lang, N. P. 59:48
Langeland, K. 80:4, 13
Langeland, L. K 80:13
K Larato, D. C. 59:45, 46
Larson, T. D. 258:23
Kabnick, H. H. 171:19 Lawrence, K. E. 171:13
Kahn, A. E. 43:9; 94:7; 1132; 172:45 Leander, C. T. 94:9; 113:9; 151:6
Kaldahl, W. B. 59:66 LeGro, A. L. 319:11
Karlsen, K. 59:50 Lehman, M. L. 319:21
Karlstrom, G. 59:62 Leidal, T. l. 81 :32, 43
Kashani, H. G. 582 LePeak, P. J. 234:26; 258:19
Kaufman, E. G. 43:31 Levin, M. M. 319:30
Kawashima, l. 376:18 Lieban, E. A. 80:1 1
Kayser, A. F. 258:2 Litch, W. F. 171:16
Keenan, M. P. 278:31 Little, R. M. 58:10
Kelsey, W. P. 58:3; 80:30 Livaditis, G. J. 376:17, 19, 20, 21,28,29
Kent, W. A. 4328 Lloyd, B. A. 80:5, 18
Kessler, J. C. 188:1; 278:31; 358:49 Loe, H. 59:47
Khera, S. C. 582; 172:53 Lorey, R. E. 43:2, 14, 16; 94:15; 113:11;
Kiel, R. A. 59:48 151:13, 22; 17121; 172:42; 357:21, 29
King, G. E. 358:45 Lou, R. 80:24
Kinzer, R. L. 81:33 Lovel, R. W. 11:4
Kishimoto, M. 58:14; 94:19,20; Lucca, J. J. 58:26; 94:25
113:6, 15 ; 172:55; 258:30; 357:16; Lum, L. B. 43:22
376:10 Lund, M. R. 235:35; 258:22
Klaffenbach, A. O. 94:8; 1 13:36; Lustig, L. P. 44:52; 58:22; 81:35,36
171:32; 204:6; 234:22,32;
25820; 319:8
Kleffner, J. H. 43:26
Klein, G. 277:16,24; 294:12, 18 M
Knapp, K. W. 43:1; 94:14; 234:12
Knox, E. L. 235:57 MacEntee, M. l. 278:33
380
índice de Autores

Mack, A. O. 235:66 Mount, G. J. 58:27

Mack, P. J. 43:25 Mucko, K. A. 81:35


Mahler, D. B. 44:34; 58:9; 235:33; Muhlemann, H. R. 376:2
258:21 Mullaney, T. P. 358:37
Malament, K. 319:39 Mumford, G. 277:3, 12,21; 294:2,8
Malone, W. F. P. 59:52 Murray, H. V. 94:32
Mann, A. W. 171:25,28; 172:47 Murrin, J. R. 357:5
Manninq, E. A. 171:27 Myers, G. E. 43:2, 14, 16; 94:15;
59:55 113:11; 151 :13, 22; 171:21; 172:42;
S7>

Marcum, J. J.
Markely, M. R. 294:1; 358:40,42 357:21, 29
Martinoff, J. T. 358:51
Matich, J. A. 358:47
Maxwell, E. H. 258:12 N
Maxwell, E. L. 43:6; 94:10; 113:3
McAdam, D. B. 151:24; 277:27 Nabers, C. L. 294:1
McCollurn, B. B. 235:53 Nale, J. L 80:27
McEwen, R. A. 151:21 Nally, J. N. 278:37
McGehee, W. H. O. 234:1 Navarro, M. F. 235:40; 258:6
McKay, H. F. 376:4 Nealon, F. H. 172:37
McKay, R. C. 80:1 Nelson, E. A. 94:1 1 ; 234:21
McLaughlin, G. 376:23 Nevins, M. 59:68
McLean, J. W. 11:3, 58:15; 80:1, 2, 10, Newcomb, G. M. 59:51
15,; ?5; 294:7; 319:6, 16,25 Nicholls, J. l. 44:47; 294:24
McMath, J. F. 235:55 Nitkin, D. A. 358:44
Metzler, J. C. 58:12; 235:58 Nohle, W. H. 59:64
Meyer, F. S. 258:10 Norling, B. K. 235:42
Miller, E. F. 294:1 Nuckles, D. B 234:27, 29; 258:5
Miller, G. D. 44:48; 59:60; 94:23; Nuttal, E. B. 80:12; 319:28
113:19, 26; 131 :12, 13; 151:34; 277:11;
294:6; 357:17
Miller, L 11:3; 80:15; 113:4; O
277:10; 294:7; 357:23
Minker, J. S. 43:18; 59:35; 94:28; Ohm, E. 43:24
319:29 Oilo, G. 43:17
Mittleman, G. 235:69 O'Neal, S. J. 43:27
Moffa, J. P. 171:22; 357:30 Oppice, H. W. 319:20
Mollersten, L. 1 72:44 Orban, B. 59:74
Mondelli, J. 235:40; 258:6 Oshorne, J. 80:26
Monteiro, J. 43:27 Outhwaite, W. C. 358:45
Moore, B. K. 278:35
Morency, J. D. 58:18
Mormann, W. 59:41 P
Morran, G. A. 171:3
Morris, C. 81:33 Pameijer, C. H. 277:26; 294:21
Morris, M. L 44:49; 58:26; 94:25 Pankey, L. D. 294:1
Mosteifer, J. H. 171:24; 172:43 Pardo, G. l. 58:17
Moulton, P. S. 376:6 Pascoe, D. F. 58:16
381
índice de Autores

Perel, M. L. 43:11; 44:53; 258:16 Roberts, E. W. 357:32


Perlitsh, M. J. 81:35 Rochette, A. L. 376:14
Perry, G. D. 172:49 Rodda, J. C. 81:34
Peterka, C. 113:8 Rogers, E. J. 5828; 113:20; 131:2;
Peterson, D. S. 58:3; 80:30 151:19
Pettrow, J. N. 319:27 Romanelli, J. H. 59:43; 277:8; 294:15
Peyton, F. A. 43:20; 44:45,46; 58:1,30; Rose, L. T. 59:73; 357:4
80:25; 81 :38; 94:29; 234:26; 258:19; Rosen, H. 171:26
278:36; 357:19 Rosenstiel, E. 44:35; 58:4, 13;
Phillips, R. W. 80:20; 171:22; 277:21; 235:59, 60
294:2; 357:30 Rosner, D. 58:8
Philp, G. K. 319:36 Rudin, B. M. 15126; 17156
Potter, H. R. 131:4; 204:5; 258:14
Potler, R. H. 235:35; 258:22
Potts, J. W. 294:1
Potts, F. G. 43:4; 94:17; 113:13;
151:15; 188:5
Powers, J. M. 234:31; 258:28 Saklad, M. J. 319:10
Preston, J. D. 277:5; 294:5 Sanell, C. 43:19; 17125,28,31;
Prime, J. M. 151:12 172:47, 52 9433; 357:17,
Prince, J. 278:32 Sarkissian, R. 18 81:40
Pruden, K. C. 151:4 Schàrer, P. 58:5; 8139; 277:14;
Pruden, W. H. 94:2; 172:57; 35722 Schóler, A. 294:10 80:28 35724
Przetak, C. 81:35 Schuchard, A. 131:7; 2045; 234:13
Pugh, C. E. 294:1 Schulein, T. M. 59:61; 94:4 171:10;
Schwartz, J. R. 35725 31934 37627
Selberg, A. 17237
Sharkey, S. W. 277:18; 294:14 433, 4,
R Sharp, T. B. 28; 4436, 44; 58:14;
Shaw, M. J. 94:16,17, 18,20,22;
Racowsky, L. P. 113:21; 258:29; 358:35 Sheakley, H. G. 113:1,6,7, 12, 13, 15,37;
Radke, R. A. 59:64; 358:46 Shelby, D. S.
235:42 131:8,11; 151:14, 15, 16;
Re, G. J. Reder, Shillingburg, H. T. 172:55; 188:1, 3, 5; 10:3,
B. S. Redfern, 80:19
11; 258:1, 3, 18, 30;
M. L. Regolati, 235:64
27722; 294:19,23:357:1,2,16;
B. Reinhardt, J. 59:41
172:54 35838,49:376:1, 11, 12 943,
W. Reisbick, M. 17120; 358:41 115; 234:8 11331;
H. 43:3; 94:16; 113:12;
15127; 235:56; 357:12 4324;
151:14
44:42; 59:40,49,54,63;
Renggli, H. H. 59:41
Shooshan, E. D. 113:5 277:16, 24;
Renner, R. 376:5
Sigurjons, H. 294:12,18 376:16 37622,
Rhoads, J. E. 44:55; 113:28; 151:29;
Silberhom, O. W. 30
357:13
Rich, J. A. 80:18
Silness, J.
Richter, W. A. 59:56; 278:33
Riley, E. D. 58:18
Silver, M.
Riley, E. J. 319:3
Silverstone, L. M.
Roan, J. D. 43:27
Simonsen, R.
382
índice de Autores

Skinner, J. A. 171:34 Tanner, H. M. 80:10


Skurow, H. M. 59:68 Tay, W. M. 376:27
Sloan, K. M. 43:14 Taylor, D. F. 94:32
Smales, R. J. 59:42 Terkla, L G. 4434; 58:9; 235:33;
Smith, B. G. N. 44:39 258:21
Smith, D. E. 11:1; 94:12; 113:23; Teteruck, W. R. 44:32; 35720
131:3,4; 151:31; 204:4, 5, 8; 234:23; Thom, L. W. 58:29; 94:13; 113:30;
258:7, 9, 14 131:10; 151:30; 234:20
Smith, G. A. 80:19 Thompson, V. P. 376:17, 19,22,29,30
Smith, G. E. 23428; 235:38; 258:25; Timmermans, J. J. 17129; 172:48
357:8 Tinker, E. T. 1 13:22,27; 131:1; 151:2;
Smith, G. P. 59:84; 80:9; 94:5 235:52; 357:9
Smith, M. C. 258:13 Tinker, H. A. 113:24; 15120
Smyd, E. S. 44:41,43 Tjan, A. H. L. 44:48; 59:60; 9423, 33;
Snoek, P. A. 258:2 113:19,26; 131 :12, 13; 151:34; 272:11;
Soares, F. B. 235:40; 258:6 294:6; 357:17, 18
Sobel, S. L 172:46 Torney, D. L. 172:53
Sochat, P. 43:5; 59:32 234:11
Travis, J. J.
Sorensen, J. A. 358:51 81:32,43
Tronstad, L.
Southan, D. E. 319:16 234:1
True, H. A.
Sozio, R. B. 58:18; 277:13; 278:29; 376:9
Tsao, D. H.
294:9; 3193 277:1
Tuccillo, J. J.
Spanauf, A. J. 2582 80:14; 234:4
Tucker, R. V.
Stambaugh, R. V. 358:39 294:25
Tueller, V. M.
Standlee, J. P. 357:33 43:23; 94:24
80:16, 17 Turner, C. H.
Stanley, H. R. 358:45
235:40; 258:6 Twiggs, S. W.
Steagall, L.
Steen, P. M. 172:38
Steffel, V. L. 376:8
Stein, R. S. 44:50, 59:71; 277:7 U
Stibbs, G. D. 11:2
Stovall, J. 15123: 172:58; 358:34 Uchiyama, Y.
376:18
Strating, H. 277:26; 294:21 Ueno, H.
59:56
Stratton, R. J. 376:10 27728
Ullman, R. B.
Street, E. V. 81:41
Sundbe, E. J. 235:49
Sweeney, W. T. 80:23
Swerdlow, H. 80:17
Suddick, R. P. 43:26 235:39
Vale, W. A. Van
277:28
Rockel, N. B. Vehe,
319:26
W. D. Vorhees, F.
2342; 319:1
H. Vryonis, P.
278:30

Taggart, W. H. 11:7; 234:5


Talbot, E. S. 11:5 W
Tanaka, T. 376:18
Tanner, H. 113:38; 258:4 Waerhaug, J. 59:37
383
Índice de Autores

Wagner, A. W. 172:39; 358:48 Williams, V. D. 376:16


Walton, C. B. 319:12,30 Willmott, J. T. 172:40
Ward, M. L. 235:36; 258:24 Wilson, A. D. 58:15; 277:25
Wasser, V. E. 43:6; 94:10; 113:3 Wilson, R. D. 59:44; 277:9; 294:22
Watkins, E. C. 80:28 Wittrock, J. W. 358:39
Watson, P. A. 43:13 Wollnsky, L E. 113:21; 258:29; 358:35
Webb, E. L 94:32 Wood, M. 37625, 26
Weed, R. M. 43:26. 29, 30 Woolsey, G. D. 358:47
Weinberg, L. A. 59:38
Weisgold, A. S. 94:31
Weiss, P. A. 277:4
Weissman, B. 172:50
Welk, D. A. 15123; 172:56, 58; 358:34 Y
Wentz, F. M. 59:74
Werrin, S. R. 235:41; 258:15 Yock, D. H. 43:10
West, A. J. 278:35
Wheeler, R. C. 94:18
Wiebelt, F. J. 376:11 Z
Willey, R. E. 44:56; 58:19; 113:16; Zach, L. Zarb, 80:7
151:32; 188:7; 204:10 G. A. 376:4

384
índice Remissivo

Bisel oclusal 49,183, 198, 214, 218


Biselado 105, 124, 161,
Ação da cunha 237; 240 45,4 212,224,249
Altura do contorno 373 9-51,78, 143, 163
Altura da cúspide 239 1 106, 182, 197
Análise de pressão, 81, 198, incisai 105, 124, 161,224,249
elemento finito 241 oclusal proximal
fotoelástica 237, 240 Brocas,
Ângulo, ângulo de incidência 69
de elevação 68 de ação cortante 67, 69
de incidência 68,69 de carbureto de tungsténio 65, 67,
helicoidal 68 70,72
Ângulo de elevação 68 fissurada cónica 69, 70
Ângulo de incidência 68,69 instrumentação dual 73, 79
Ângulo helicoidal 68 manufatura 65,67
Aleta proximal Apoio 268, 287 Brocas de forma de espiral 71
no cíngulo Apoio 363 Brocas helicoidais 63
oclusal 363

B Caixa, proximal 209, 222, 246


"Canaletas" 67
Bisel, Canaleta, em forma de V 163
de cúspide funcional 39, 86, 99, 117, Carbueto de tungsténio 65, 67, 70, 72
176, 192,243,282,310 Cimentes,
gengival 213, 250, 288 bases 342
incisai 145, 166 compressão e 16
lingual 251 ruptura e 22
MEE 74-77 Condição periodontal 329
oclusal 49,183,198,214,218 Conector não rígido 362
vestibular 108,125,224,251 Conicidade,
Bisel de cúspide funcional 39, 86, 99, 117, defeitos 344, 345
176, 192,243,282,310 retenção e 18,22
Bisel vestibular 108, 125, 224, 251 seleção 35, 45, 47
Bisel gengival 213,250,288 Considerações pui pares 328
Bisel incisai 145, 166 Contorno,
Bisel lingual 251 lingual 221

385
índice Remissivo

oclusal 207,217 exemplo clínico 93, 94


vestibular 227 mandibulares 84,93
Coroas, maxilares 93
preparação, história 10 percurso de inserção 33, 35
preservação do periodonto 54, 57 preparação do dente 83, 92
retenção 20, 23 resistência 31,84
Coroas, anterior, retenção 84
de porcelana fundida a metal 259, 278 Coroas, sete oitavos 173, 188
de quarto quinto 133, 151 características e funções 188
Coroas, cerâmicas 295, 320 exemplos clínicos, mandibulares 186,
Coroas, cerâmicas moldadas 308, 319 187
características e funções 316 exemplos clínicos, maxilares 187, 188
exemplo clínico 317,319 indicações 173
preparação do dente 308, 315 preparação do dente 173, 185
Coroas, jaquetas de porcelana 295, 307 resistência 174
acabamento de plataforma 302, 303 retenção 174
características e funções Coroas,
305 quarto quintos,
exemplos clínicos 306, 307 contrafortes de reforço 41
história mandibular
10 posterior 115
indicações características
295 e funções 127
preparação do dente 296, 308 exemplos clínicos 128, 130
Coroas, metade proximal 189,204 indicações
características e funções preparo do dente
200 116, 126
exemplos clínicos 201,203
maxilar anterior 133,151
indicações características189
e funções 147
preparação do dente 200 clínicos
exemplos 148, 150
Coroas, núcleo cerâmico moldado 307 história 133
Coroas, porcelana fundida a metal, preparo do dente 135
anteriores retenção
259,278 141, 146
características e funções maxilar posterior
272 95,113
exemplos clínicos 273, 276características e funções 109
indicações exemplos clínicos
259 110, 112
preparação do dente 260, 271 preparo do dente 98, 109
posteriores resistência
279, 294 96,97
características e funções 290retenção 96,97
exemplos clínicos 291,modificadas
293 por pino 153, 172
indicações 279e funções
características 168
preparação do dente 280, 289 exemplos clínicos 169, 170
resistência à distorção 279
história 170
preparação de plataforma 269
indicações 153
retenção preparação do dente 20 156, 167
Coroas, revestimento parcial, retenção 154, 155
percurso de inserção 32 tipos de pinos 154, 155
resistência 30,31,84 preparo do dente,
retenção 84 caninos maxilares 135, 146
Coroas, revestimento total 83, 94 incisivos centrais maxilares 156, 167
características e funções 92 molares mandibulares 116, 126
386
índice Remissivo

pré-molares maxilares 98, 109


resistência 96,97
retenção 22,96,97,141 Guia de plano de tratamento,
Coroas, três quartos invertida 115, 131 dentes anteriores 322, 323
Cúspides, dentes posteriores não vitais 326, 327
fraturadas 350 dentes posteriores polpados 324, 325
perdidas 351,353

História da peça de mão 61


Defeitos,
forma de caixa 348
parede axial 344, 345, 349 l
Degrau,
com linha de acabamento biselada 52, Impressão, silicone 135, 146, 156, 260,
53, 288 270, 280, 289, 296, 303, 308, 315
oclusal 118,244 Incrustações, 205,235
porcelana 269,288 Classe l, 217-220,232
Dente, características e funções 220
inclinado 33,35 exemplos clínicos 232
espessura da estrutura 15, 340 indicações 217
preservação da estrutura 205, 331 preparo do dente 217-219
Dentina, espessura 14,15 Classe II, 207-216, 231
Diamante, características e funções 216
instrumentação dual 73, 79 exemplos clínicos 231
tamanho da partícula 64 indicações 205
Durabilidade estrutural 37 preparo do dente 207-216
Ver também Restaurações de
Superfície Oclusal, MOD
Classe III, 221,226,232-233
características e funções 226
"Efeito de abracamento" 356 exemplos clínicos 232, 233
Escareador indicações preparo do 221
Esmalte, espessura 14, 15 dente 221-225
Espaço biológico 57, 329 Classe V, 226-230
Espessura da estrutura dental 340 características e funções 230
indicações preparo do dente 226
desvantagens história 227-230
retenção si ice Istmo 205, 206
Instrumentação, instrumentos 61,81
205
"Fiscodontia" Instrumental 62
20
62
205
9 196,208,245
Forma geométrica da preparação 16
"Fratura em lua crescente" 295

387
índice Remissivo

formas de caixa 332-333


orientação de vertente 333-335
Linha de acabamento, sulcos 335
chanfrada 54 soluções dos problemas,
em borda de faca 54 cúspides fraturadas 350
gengival 52 cúspides perdidas,
MEE 74, 78 uma 351
plataforma com bisel 52, 53 duas 353
Linha de acabamento chanfrada 54 retenções nas paredes axiais 349
Linha de terminação degrau 52, 53, 269, paredes axiais baixas 345
287, 302 paredes axiais super-cônicas 344
Linhas de terminação gengival 52 formas de caixa com sobre-extensão
Linha tangente 25 348
Localização da margem gengival 54, 56 Mordida cruzada 40

N
M
Nicho incisai "Núcleo 163
Margens, vital" Núcleo pré- 328
co-senos, senos e 45-46 fabricado Núcleos 355
exigências 45 342, 343, 354, 355
localização, gengivais 54-56
Margens da restauração
ajuste 45
chanfrada 52-54 Orifícios de pino 164,
distância das 45, 53 228, 336-339, 341
e periodonto 45-59
exigências 45-59
linhas de terminação 45-59
Modificações do preparo dental para dentes
polpados e danificados, 369
condição periodontal 329 Paradas verticais Percurso de inserção
considerações pulpares 328-329 coroas de quatro quintos anteriores
dentes endodonticamente tratados 32, 34
355-356 coroas posteriores pontes 32
ponte fixa 359-362 Periodonto, preservação do 36
pontes ligadas por resina 366-375 Pivôs 54, 57
proteção dos dentes remanescentes ponte fixa 359, 362
330 prótese parcial removível 363
próteses parciais removíveis 363-365 apoios no cíngulo 363, 364, 370
reavaliação 329 apoios oclusais 363, 365, 375
remoção de cárie 329 Pontes
remoção de restauração 329 desenho anterior 367, 372
resistência, 335 desenho posterior 372, 375
condutos para pino 336-339, 341 ligadas por resina 366, 375
retenção, fixa
defeitos de forma 331-333
388
índice Remissivo

Preparação do dente Restaurações de Superfícies Oclusais,


desvitalização, eletiva 354, 355 MOD 237,258
durabilidade estrutural e 37 análise da tensão 237, 240
instrumentação 61,81
princípios biomecânicos 13, 44 exemplos clínicos 254, 257
situações especiais 359, 376 preparação do dente 242, 252
Ver também restauração específica resistência do dente e Retenção 238
Preservação da estrutura dental 13 área de superfície e
Princípios de preparação 13 área sob ruptura 19,22
aspereza de superfície 19
comprimento da preparação 23
R conicidade e 21
coroas 18,22
Reborde, incisai definida 20,23
Redução axial incrustações 17
40,41,87, 100, 119, 137, 158, princípios de 20
177, resistência e Rotação em torno 16,18
incisai 193,266,285,300,3 16
do eixo vertical
oclusal Redução 11 136, 264, 298 30
lingual Redução oclusal 37,38,85,98, 116,
planar 174 135,
157,266,300 85,
116, 175, 191, 242, 281
Redução vestibular 264, 284, 298
Reforço da Estrutura 40, 41 Sulco
Resfriamento com água 61 de retenção 91
Resistência alavancagem vestibular 181, 197
comprimento da preparação e 23 gengivo-axial 211
25, 26, lingual 197
conicidade e definida 29 orientação de profundidade 85, 98, 116,
largura do dente e princípios de 28,30 175, 191,262,282,296,309
retenção e Restaurações 23,25 proximal 103, 122, 140, 159, 180
durabilidade estrutural efeitos de 27,29
aspereza da superfície moldadas, 16,23
história rotação ao redor do eixo 16
vertical
37
23
9 Zona de aparecimento 259, 279
30,31

389

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