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Processo: 211/15.4GATND.C1
Nº Convencional: JTRC
Votação: UNANIMIDADE
Tribunal Recurso: VISEU (SEC. INST. CRIMINAL DA INST. CENTRAL DE VISEU - J1)
Texto Integral: S
Decisão: CONFIRMADA
I - RELATÓRIO
v) A decisão proferida pelo Meritíssimo Juiz a quo deve, por isso, ser
alterada, pronunciando-se o arguido pela prática de um crime de
usurpação.
***
II – FUNDAMENTAÇÃO
“ I- Relatório:
(…)
***
***
Por sua vez o art. 283º, n.º 2 refere que: "Consideram-se suficientes os
indícios sempre que deles resultar uma possibilidade razoável de ao
arguido vir a ser aplicada, por força deles, em julgamento, uma pena
ou uma medida de segurança".
a) ( ... );
(...)".
"1- Os crimes previstos nos artigos anteriores são punidos com pena
de prisão até três anos e multa de 150 a 250 dias, de acordo com a
gravidade da infração, agravadas uma e outra para o dobro em caso
de reincidência, se o facto constitutivo da infração não tipificar crime
punível com pena mais grave.
A nosso ver, que art.° 149°, n.º 2 do CDADC não prevê a mera receção
de emissões de radiodifusão, que é livre, mas a transmissão daquelas
emissões.
Pelo exposto:
III- Decide-se:
(…).”
***
APRECIANDO
Tendo em conta o disposto nos artigos 68º, n.º 2, al. e), 149º, 155º,
195º e 197º, todos do CDADC (já transcritos na decisão recorrida),
sendo o estabelecimento em causa um lugar público (de acordo com
a definição do n.º 3 do art. 149º do CDADC), pergunta-se se a
audição/visionamento de estações de televisão em cafés,
restaurantes, bares, e outros estabelecimentos abertos ao público em
geral determinará a obrigação para os seus responsáveis de obter
autorização dos autores das obras transmitidas?
A esta pergunta respondeu o Acórdão Uniformizador de
Jurisprudência n.º 15/2013 (DR, 1ª série, n.º 243, 16 Dez. de 2013),
nos seguintes termos:
(…) A lei não pode pois pretender limitar uma recepção que se quer
sem barreiras, e está já prevista na autorização para a radiodifusão.
(…) A recepção é livre, qualquer que seja o modo como se realiza. Não
tem a ver com o uso privado. Mesmo a recepção pública não altera
esta situação».
*****
III - DECISÃO
Sem tributação (dado a recorrente estar isenta de custas – art. 4º, n.º
1, al. f) do Regulamento das Custas Processuais).
***
[1]
- in Direito de Autor e Direitos Conexos, 2008, págs. 301 e 302.