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NUIPC: 362/08.1JAAVR
DECISÃO INSTRUTÓRIA
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O Tribunal é competente.
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Já não faz qualquer sentido, entender-se que tal prazo tenha que ser
inferior ás 48 horas concedidas pelo legislador ao Ministério Público, para se
pronunciar sobre as mesmas questões.
De facto, o legislador conhece as dificuldades associadas ao
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Mais uma vez, salvo melhor entendimento, o arguido não tem razão.
Mas, na verdade, tal não é a disciplina imposta pelo CPP, não só porque
se tratam de decisões distintas, com efeitos completamente distintos, como
ainda apenas em relação à primeira decisão- a da validação – é que o Código
estabelece prazos para o controlo judicial e formalismos cuja inobservância é
cominada com nulidade.
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Com efeito, também assim parece ter sido entendido, no Ac. do STJ, de
18 de Dezembro de 2008, em que foi Relator o Ex Juiz Conselheiro Rodrigues
da Costa - acessível no site do ITIJ – doc ref 08P2958-
SJ200812180029585.
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Por outro lado, das listagens de consultas dos autos e das intercepções
de fls. 27060 a 27065, não consta que o ilustre mandatário do arguido Paulo
Penedos, se tenha dirigido aos serviços do Ministério Público para consultar os
autos ou as intercepções, pelo menos até ao dia 22-11-2010.
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causa, pelo que havia que aguardar-se pelo trânsito da decisão, não podendo
ser revelado o conteúdo das intercepções mandadas destruir.
Nestes termos entende-se que não se mostra documentado nos autos
que tenha sido violado o disposto no artº 188º nº 8 do CPP, pelo que se
indefere a referida nulidade.
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Daí decorreu que o Eng. Penedos foi constituído como arguido em 02-11-
2009 e o seu primeiro interrogatório Judicial ocorreu no dia 17-11-2009,perante
o JIC, no Juízo de Instrução Criminal de Aveiro - Comarca do Baixo Vouga
– cfr fls, 10795 e ss., diligência que foi interrompida e continuada no dia 19-11-
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2009- cfr fls. 11450 e ss. Posteriormente, voltou a ser inquirido pelo JIC, na
qualidade de arguido, no dia 25-11-2009 - cfr. fls. 12394.
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O que acima ficou dito serve para demonstrar que, no caso concreto, por
ter sido determinada a tramitação dos autos sob segredo de justiça, tal facto
determinou que, até ao termo do prazo previsto no artº 276º do CPP, o
arguido não tivesse direito ao acesso a todos os meios de prova nem aos
depoimentos de qualquer testemunha ou co-arguido, mas apenas aos
elementos que o Ministério Público indicou aquando da apresentação ao JIC
para primeiro interrogatório Judicial e que ficaram a constar do respectivo auto.
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Ora , tal questão não se suscita nos presentes autos, na medida em que,
como se viu, o arguido foi submetido a primeiro interrogatório Judicial e, depois
disso, voltou a ser inquirido pelo JIC .
Por outro lado, o artº 272º nº 1, quer na versão anterior quer na actual,
tinha como campo de aplicação o interrogatório não judicial do arguido,
efectuado pelo MP ou pelos órgãos de polícia criminal.
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Com efeito, da leitura dos artigos 272.º, nº 1 e 58.º, nº 1, al. a), do CPP
resulta a obrigatoriedade de no inquérito se interrogar como arguido pessoa
contra a qual haja fundada suspeita da prática de um crime.
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O que o arguido poderia ter feito em sede de inquérito, mas não fez era
requerer a sua reinquirição perante o Ministério Público, tendo antes optado,
por usar tal faculdade em sede de instrução, diga-se com toda a legitimidade.
Sendo nessa altura já conhecedor da totalidade dos factos que lhe foram
imputados e dos meios de meios de prova indicados na acusação, o arguido
José Penedos prestou em sede de instrução, os esclarecimentos que entendeu
dever prestar sobre tais factos e meios de prova.
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Se é certo que a lei comina como nulidade absoluta a violação das regras
de competência, não distinguindo entre a competência material e territorial - cfr.
art.º 119º, al.e) do Código de Processo Penal -, também é verdade que,
relativamente às consequências de tal nulidade, a incompetência territorial
afasta-se da regra do art.º 122.º.
Pelo que, ainda que se concluísse que o Mmo. Juiz do juízo de instrução
criminal da comarca do Baixo-Vouga não seria o competente para, nestes
autos, praticar os actos jurisdicionais na fase de inquérito, tal decisão não
conduziria à anulação de qualquer acto ou decisão, o que declaramos
depois de os ter escrutinado par e passo e exaustivamente [ desde
17/12/10 até à presente data]
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Analisemos:
Nos termos do disposto na alínea b) do n.º 3 do Artº 283.º do CPP: “A
acusação contém, sob pena de nulidade:
a) (…)
b) A narração, ainda que sintética, dos factos que fundamentam a
aplicação ao arguido de uma pena ou de uma medida de segurança, incluindo,
se possível, o lugar, o tempo e a motivação da sua prática, o grau de
participação que o agente neles teve e quaisquer circunstâncias relevantes
para a determinação da sanção que lhe deve ser aplicada”.
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Não quer isto dizer que, se tal não for feito, o acto praticado padeça da nulidade
prevista no corpo do n.º 3 do citado artigo 283º do Código de Processo Penal.
Tal só aconteceria, a nosso ver, se a acusação omitisse qualquer narração dos factos
imputados, o que não é, manifestamente, o que acontece nestes autos.”
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É o que se decide.
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Esta exigência não invalida até que essa prova possa ser utilizada num
outro processo, em que se investigam factos ou sujeitos conectados com o
processo em que ela foi alcançada, desde que obtida legitimamente e de
acordo com os requisitos de proporcionalidade» - ide Acórdão da Relação de
Coimbra de 29/03/2006 in CJ – Ano 31 – Tomo 2, pág. 44 e seguintes.
São elas:
a) a exclusividade jurisdicional das ditas intervenções. (foi
observada)
b) A sua finalidade exclusivamente probatória. (foi cumprida)
c) A excepcionalidade da medida. (está patenteada)
d) A sua proporcionalidade. (está evidenciada)
e) A sua limitação temporal.
f) A especialidade do facto delitivo que se investigue.
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Estes elementos, no caso sub júdice, foram juntos aos autos na fase de
inquérito, pelo titular dessa fase processual, “de modo a constituir com eles o
entramado de material que pode levar, ou não, à formulação da acusação” (Cfr.
Ac. citado fls. 47).
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Daí que não possamos concordar que tenha havido qualquer violação
dos princípios da necessidade e da excepcionalidade ou da subsariedade, o
que declaramos improceder.
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Perante tudo que deixamos consignado, duvidas não temos de que, nas
autorizações que foram concedidas (tentando, ainda assim e sempre, seguir
um apanágio do TCIC, já com 11 anos, 6 dos quais sobre a insigne presidência
da ora Exm.ª Desembargadora Dr.ª Fátima Mata Mouros Aragão Soares
Homem, cujo legado de extrema exigência e rigor nas autorizações deste meio
de prova tão invasivo da privacidade das pessoas, pretendemos,
modestamente, seguir e sancionámos o entendimento de que se mostram
explicitados os fundamentos em que tal outorga se estribou e, considerando
deles ter sido feito adequada e exigente ponderação, aqui reputamos de
improcedente a arguição da nulidade das intercepções telefónicas, ora
reclamada.
Vale isto tudo para dizer que todo o constante do RAI vertente carece de
fundamento e, assim, julgamos improcedentes as nulidades arguidas.
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“DECLARAÇÃO DE VOTO
As garantias de defesa, reconhecidas no texto constitucional, não vão além, na
parte que agora mais interessa considerar, da previsão de um processo criminal com
estrutura acusatória em que apenas a audiência de julgamento e certos actos
instrutórios especialmente previstos na lei é que estão subordinados ao princípio do
contraditório.
Como bem se compreende, o arguido não pode interferir na actividade de
investigação, nem discutir, nessa fase, a relevância das diligências que tenham sido
efectuadas ou a importância dos resultados probatórios alcançados. Seria, aliás,
inexequível, e inteiramente contrário aos interesses da investigação, que o arguido,
ainda na fase do inquérito, pudesse examinar e pronunciar-se sobre os registos de
gravação de escutas telefónicas, quando é certo que a autoridade policial tem de dar
imediato conhecimento ao juiz da existência das gravações para o aludido efeito de se
efectuar a transcrição em auto ou se ordenar a sua destruição. Nesse contexto, a
audição do arguido teria de ser feita em tempo útil (e, portanto, também, imediatamente),
o que lhe permitiria o acesso também imediato às provas já existentes, com a completa
inviabilização da ulterior realização de outras operações de intercepção de
comunicações.
O princípio acusatório e o reconhecimento do direito de contraditoriedade tem,
pois, o sentido de assegurar ao arguido a possibilidade de, nas fases ulteriores do
processo, contrabater as razões e as provas que tenham sido contra ele coligidas e
tomar também iniciativas instrutórias e de realização de prova que considerar
pertinentes.
No entanto, como é bem de ver, esse direito de contraditório existe em relação às
provas em que se funda a acusação, as mesmas que serão ponderadas pelo juiz de
instrução, para efeito de emitir o despacho de pronúncia, e levadas a julgamento, para
efeito a condenação do réu.
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Com muito interesse para o caso sub júdice diga-se que, foi ainda na
vigência da redacção originária do artigo 188.º do CPP que o Tribunal
Constitucional proferiu o Acórdão n.º 407/97, que constitui a sua primeira
decisão sobre questão de constitucionalidade suscitada a propósito dessa
norma, embora centrada (como os posteriores Acórdãos n.ºs 347/2001,
528/2003, 379/2004 e 223/2005) na interpretação do conceito de
“imediatamente” reportado à apresentação, ao juiz que tiver ordenado ou
autorizado a operação, do auto de intercepção e gravação, juntamente com as
fitas gravadas ou elementos análogos. Após referências aos parâmetros
constitucionais pertinentes e ao direito comparado, o Acórdão n.º 407/97
fundou o seu juízo de inconstitucionalidade, por violação do disposto no n.º 6
(actual n.º 8) do artigo 32.º da CRP, da norma do n.º 1 do artigo 188.º do CPP –
“quando interpretado em termos de não impor que o auto da intercepção e
gravação de conversações ou comunicações telefónicas seja, de imediato,
lavrado e levado ao conhecimento do juiz, de modo a este poder decidir
atempadamente sobre a junção ao processo ou a destruição dos elementos
recolhidos, ou de alguns deles, e bem assim, também atempadamente, a
decidir, antes da junção ao processo de novo auto da mesma espécie, sobre a
manutenção ou alteração da decisão que ordenou as escutas” – nas seguintes
considerações:
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venção, para que de uma intervenção substancial se trate (e não de um mero ta-
belionato), pressupõe o acompanhamento da operação de intercepção telefó-
nica. Com efeito, só acompanhando a recolha de prova, através desse método
em curso, poderá o juiz ir apercebendo os problemas que possam ir surgindo,
resolvendo-os e, assim, transformando apenas em aquisição probatória aquilo
que efectivamente pode ser. Por outro lado, só esse acompanhamento coloca a
escuta a coberto dos perigos – que sabemos serem consideráveis – de uso des-
viado.
Com isto, não se quer significar que toda a operação de escuta tenha de
ser materialmente realizada pelo juiz. Contrariamente a tal visão maximalista, do
que aqui se trata é, tão-só, de assegurar um acompanhamento contínuo e
próximo temporal e materialmente da fonte (imediato, na terminologia legal),
acompanhamento esse que comporte a possibilidade real de em função do de-
curso da escuta ser mantida ou alterada a decisão que a determinou.
14. Refere-se ainda o Acórdão a dificuldades práticas que a situação é
susceptível de criar («Sabemos, isso sim, que a Polícia Judiciária como muitos
outros departamentos do Estado, nos quais se incluem os tribunais, segura-
mente carece, cronicamente, de meios técnicos e humanos que lhe não permi-
tem cumprir, muitas vezes, as suas tarefas em tempo normal»), moldando, no
que não deixa de ter um certo sentido correctivo, o conceito de «imediatamente»
(«usado por um legislador excessivamente preocupado com a aceleração
processual, porém esquecido das grandes lacunas e dos grandes estran-
gulamentos do sistema») ao que qualifica de entendimento «em termos hábeis».
A saber: aquele em que «imediatamente» equivale a «no tempo mais rápido
possível». Ora, o «mais rápido possível» significou aqui longos períodos de
tempo em que as escutas não foram acompanhadas (igual a controladas) pelo
juiz e, mais ainda, espaços muito significativos de tempo em que as escutas já
haviam terminado e o processo continuava sem ter qualquer conhecimento do
seu teor (vejam-se as conclusões 2.ª e 4.ª de fls. 4 verso, tendo-se presente que
as datas aí indicados obtêm confirmação nos autos).
É a teorização interpretativa que sufraga esta situação que de modo al-
gum se pode ter por conforme ao disposto no artigo 34.º, n.º 4, da Constituição,
lido à luz do princípio da proporcionalidade. Se é certo que se não podem igno-
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damente nos acórdãos Kruslin v. França e Huvig v. França, para evitar os abu-
sos a que podem conduzir as escutas telefónicas. Referiu-se, então, nomeada-
mente, à necessidade de definição das infracções que podem dar origem às es-
cutas, à fixação de um limite à duração de execução da medida, às condições de
estabelecimento dos autos das conversações interceptadas, bem como às
precauções a tomar para comunicar intactas e completas as gravações efectua-
das, de modo a permitir um possível controlo pelo juiz e pela defesa.
Assim sendo, verifica-se que a jurisprudência do Tribunal Constitucional
atrás referida, que, como se salientou já, mantém inteira validade e a que aqui
integralmente se adere, conduz a que, também no caso dos autos, tenha de
considerar-se inconstitucional a interpretação do n.º 1 do artigo 188.º do Código
de Processo Penal, na redacção anterior à que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º
320-C/2000, de 15 de Dezembro, que foi acolhida pela decisão recorrida. Com
efeito, entender que situações como as que ocorreram no presente processo –
em que os autos de intercepção e gravação de conversações telefónicas que
tinham sido entretanto autorizadas só foram levados ao conhecimento do juiz
que as ordenou 38 dias depois de elas terem tido início – são ainda abrangidas
pela expressão imediatamente colide frontalmente com os interesses que se
pretendem acautelar com aquela exigência, na medida em que impede o seu
acompanhamento próximo pelo juiz.
Resta apenas acrescentar, de modo semelhante ao que se fez nos acór-
dãos deste Tribunal citados supra, que o Tribunal Constitucional somente tem
poderes para verificar a constitucionalidade de normas, situando-se já fora do
âmbito da sua intervenção retirar as consequências da interpretação da norma
com o sentido apontado. Isto significa que é ao tribunal recorrido que compete
reformar a sua decisão em conformidade com o presente juízo de constitucio-
nalidade, extraindo dele as consequências pertinentes ao nível do direito infra-
constitucional e do concreto processo crime em causa.”
Por seu turno, o Acórdão n.º 379/2004 – que julgou inconstitucional, por
violação das disposições conjugadas dos artigos 32.º, n.º 8, 43.º, n.ºs 1 e 4, e
18.º, n.º 2, da CRP, a norma constante do artigo 188.º, n.º 1, do CPP, quer na
redacção anterior quer na posterior à que foi dada pelo Decreto-Lei n.º
320-C/2000, de 15 de Dezembro, quer quando interpretada no sentido de uma
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legislativas referidas no n.º 2.6 do citado Acórdão n.º 4/2006). E refira-se, aliás,
como mera nota marginal, que é também diferente da que está em apreciação a
solução prevista no anteprojecto de revisão do Código de Processo Penal que
foi tornado público pelo Ministério da Justiça já em 2006. Segundo o seu artigo
188.º, n.º 6, a destruição imediata apenas é determinada pelo juiz em relação a
“suportes técnicos e relatórios manifestamente estranhos ao processo” e que:
disserem respeito a conversações em que não intervenham o suspeito ou
arguido, pessoa “relativamente à qual haja fundadas razões para crer que recebe
ou transmite mensagens destinadas ou provenientes de suspeito ou arguido ou
vítima de crime, mediante o respectivo consentimento, efectivo ou presumido”;
abranjam matérias cobertas pelo segredo profissional, de funcionário ou de
Estado; ou cuja “divulgação possa afectar gravemente direitos, liberdades e
garantias”. Fora desses casos, prevê-se que, a partir do encerramento do
inquérito, o assistente e o arguido possam “examinar os suportes técnicos das
conversações ou comunicações e obter, à sua custa, cópia das partes que
pretendam transcrever para juntar ao processo”, sendo os suportes técnicos
referentes a conversações ou comunicações que não forem transcritas para
servirem como meio de prova “guardados em envelope lacrado, à ordem do
tribunal, e destruídos após o trânsito em julgado da decisão que puser termo ao
processo” (artigo 188.º, n.ºs 8 e 12, do citado anteprojecto).
14.Poderia – é certo – defender-se que estas soluções legislativas se
enquadram dentro da liberdade de conformação do legislador, sendo possíveis
várias soluções no plano infra-constitucional. Dir-se-ia, neste sentido, que
bastaria o controlo da relevância dos elementos de prova pelo juiz de instrução,
procedendo ao controlo da legalidade, da necessidade e da relevância desses
elementos.
Estes argumentos não podem, porém, considerar-se procedentes.
Na verdade, a destruição (permitida pela norma em apreço) de elementos
de prova obtidos mediante intercepção de telecomunicações, que o arguido
poderia pretender utilizar em seu benefício e que apenas foram conhecidos pelo
órgão de polícia criminal e pelo Ministério Público, com base na apreciação da
sua relevância, e na consequente ordem de destruição, apenas pelo juiz de
instrução, sem conhecimento pelo arguido, constitui logo, só por si, uma
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magnéticos com base numa apreciação alheia (ainda que do juiz de instrução).
Aliás, não está apenas em causa a possibilidade de conhecimento pelo arguido
do conteúdo das comunicações, para efectuar e fundamentar a sua apreciação
sobre a sua relevância, mas também a própria possibilidade de um controlo
judicial da decisão de destruir os registos das conversações, ou, mesmo, da
própria realização das escutas (em relação ao material destruído).
Sob este aspecto, a consideração de que a norma em causa apenas faz
sentido no pressuposto de uma total irrelevância dos registos, com
possibilidade (ou mesmo dever) de o juiz realizar esta avaliação, falha o alvo,
justamente porque o que está em causa é esta possibilidade de avaliação e a
intervenção nela do arguido – ou seja, saber se o arguido também há-de poder,
pelo menos, influenciar com devido conhecimento a apreciação da relevância
das conversações.
Não pode, aliás, excluir-se em absoluto que a apreciação pelo juiz de
instrução, na sequência dos elementos que lhe são facultados pelo órgão de
polícia criminal, e ainda que apenas de uma irrelevância clara, ou manifesta, dos
elementos em questão, possa não estar objectivamente correcta, podendo vir a
ser posta em causa pelo desenrolar futuro do processo ou por outros
acontecimentos (sendo que a destruição dos registos inviabiliza, porém, a
comprovação). E, de todo o modo, pelo menos quando não estejam em causa
situações de ilegalidade das escutas ou de outras qualificadas afectações de
direitos fundamentais justificadas em concreto, é ao arguido que tem de
competir a possibilidade de controlar essa correcção e de fundamentar a sua
própria apreciação sobre a relevância dos elementos em causa, o que só pode
ser conseguido, como tem salientado o Tribunal Europeu dos Direitos do
Homem, mediante precauções no sentido da comunicação integral e completa
das conversações interceptadas ao arguido, as quais são radicalmente
postergadas pela imediata destruição dos registos.
16.Em suma, conclui-se que é inconstitucional, por violação das garantias
de defesa do arguido, asseguradas pelo artigo 32.º, n.º 1, da Constituição, e em
particular da garantia de um processo leal e do princípio do contraditório, a
interpretação do artigo 188.º, n.º 3, do Código de Processo Penal que permite
que sejam destruídos elementos de prova obtidos mediante intercepção de
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foi aplicado para decidir qualquer questão concreta relativa ao seu sentido, que
o recorrente houvesse colocado ao tribunal de recurso, concernente às escutas
concretamente não destruídas, constantes dos autos, ou a concretas escutas
que houvessem sido efectivamente destruídas, donde resulta que o juízo de
inconstitucionalidade poderá ser irrelevante para o resultado do juízo probatório
a fazer pelo tribunal sobre as escutas que não foram apagadas, após a
contradita do recorrente a efectuar com base em outros instrumentos de prova.
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Ora, o nosso processo penal não está estruturado sobre esse princípio,
nem decorre da Constituição penal e processual penal essa exigência de
acautelar uma hipotética, eventual e indeterminada estratégia de defesa no
exercício do direito de defesa.
A questão relativa à destruição das escutas, cuja colocação se entende
que o arguido deveria colocar para se ver nela uma aplicação do critério
normativo de cuja constitucionalidade se conheceu, não é, como se deixa
entrever do acórdão, que o «arguido justificasse a “contextualização” que
pretendia realizar» em termos equivalentes ao “exigir-lhe que avançasse
hipóteses ou que fizesse conjecturas, baseadas no conteúdo de comunicações a
que não pode aceder”, mas que, com referência às escutas transcritas, pusesse
em crise o concreto sentido com que as mesmas foram entendidas pelo tribunal,
dentro da sua liberdade de convincência e de apreciação, com base em outros
elementos de prova ou até – na total ausência de outras provas – com base em
outras leituras, racionalmente, possíveis da linguagem transcrita.
O teste de que a dimensão normativa, de cuja constitucionalidade se
conheceu, não constituiu ratio decidendi de qualquer questão concreta, relativa
à validade de uma ponderação probatória das concretas escutas transcritas,
está no facto, admitido implicitamente no final do acórdão, de que as escutas
transcritas poderão, ainda, ser objecto de alguma valoração ou ponderação
probatórias, a concretizar pelo tribunal depois do contraditório efectuado sobre
elas.
5 – No que importa ao fundo, revejo-me na fundamentação do voto de
vencido da Senhora Conselheira Fernanda Palma.
Benjamim Rodrigues
Declaração de voto
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“10.3. Decorre dos presentes autos que a ordem dada, in casu, pelo juiz de
instrução – de destruição ‘definitiva’ e ‘irremediável’ de parte das gravações efectuadas
– o foi por razões apenas atinentes ao juízo, que ele próprio fizera, de valoração das
«escutas» como meios de prova. É aliás assim, ou a partir deste pressuposto, que é
colocada ao Tribunal a questão de constitucionalidade (fls. 4612 dos autos).
Deve no entanto considerar-se que a ordem de destruição parcial das escutas
pode ainda ser justificada por outra razão, atinente à protecção da reserva da intimidade
da vida privada do próprio arguido e de terceiros. Colocar-se-á então o problema de
saber se, nesses casos, não será (precisamente ao contrário do que até agora se tem
vindo a defender) constitucionalmente devida a ordem do JIC de destruição de parte das
gravações efectuadas, por corresponder ela «à possibilidade de correcção pelo tribunal
de uma intromissão injustificada na reserva de intimidade da vida privada do arguido ou
de terceiros (artigo 26º, nº 2 da Constituição).» (DR, II série, nº 7, 10/1/2007, p. 757. Itálico
aditado)
Não existem dúvidas quanto à inevitabilidade da colocação do problema.
Por serem expressão da «liberdade de disposição da comunicação não pública»,
inscrita no exercício do «direito à palavra», as comunicações privadas que são
interceptadas pelas «escutas» não contêm só discursos potencialmente fragmentários,
cujo sentido só pode ser, para quem «escuta», apenas inferido. Faz parte também da
especial estrutura comunicativa deste tipo de discurso, com as suas fronteiras fluídas,
que ele raramente se restrinja à esfera pessoal daqueles que nele participam. Enquanto
devassa da privacidade – na sua esfera mais íntima – as «escutas» são por isso,
frequentemente, manchas que alastram: muitas vezes e por seu intermédio, «a revelação
do segredo só se torna possível com a revelação de segredos de terceiros.» (MANUEL
DA COSTA ANDRADE, ob. cit. p. 50).
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Deve por isso ter-se em conta que o problema que nos ocupa – ou seja, a
questão de saber se será constitucionalmente admissível que o Juiz de Instrução ordene
a destruição de parte do material gravado, sem que dessa parte tenha conhecimento o
arguido – poderá em certos casos (que não seguramente o agora em juízo) ser
equacionado como um problema de colisão de direitos: o direito do arguido a um
processo equitativo, com todas as garantias de defesa, e que inclui, como já vimos, a
faculdade de acesso à integralidade das gravações efectuadas, pode conflituar, no modo
concreto do seu exercício, com direito ou direitos de outrem, afectando os bens
jurídicos por estes últimos protegidos. (Sobre a colisão de direitos, em geral, J.J.
GOMES CANOTILHO, ob. cit., p. 1270). No entanto, tal em nada legitima que se conclua
que a ordem judicial de destruição de parte das gravações efectuadas será sempre
constitucionalmente devida, por corresponder à correcção, feita pelo tribunal, da
devassa da intimidade de terceiros. Uma tal conclusão só seria sustentável se os
problemas de colisão de direitos pudessem ser resolvidos através do sacrifício unilateral
de um deles – como se tivera o juiz constitucional uma habilitação genérica para
declarar, em situações de conflito, qual o direito a sacrificar e qual o direito a tutelar.
Nada permite sustentar que assim seja. O que não é de excluir é que, nas circunstâncias
em que a colisão ocorra, se deva fazer a ponderação entre o direito do arguido a um
processo devido e os direitos de terceiros ao segredo e à reserva, podendo por isso vir a
ser constitucionalmente permitida a destruição, sem a audição do arguido, daquela parte
das gravações que lesem especialmente o segredo ou a intimidade de terceiros. Em
última análise, porém, caberá ao legislador ordinário identificar os casos em que deva
ser feita a ponderação.
Face ao regime legal vigente – e tendo em conta que ele obriga que todos os
participantes nas operações de «escutas» fiquem «ligados ao dever de segredo
relativamente àquilo de que tenham tomado conhecimento» (nº 3, in fine, do artigo 188º
do Código de Processo Penal) – não pode deixar de se julgar inconstitucional, por
violação do nº 1 do artigo 32º, da Constituição, a norma contida na primeira parte do
referido preceito, quando entendida no sentido de permitir que o juiz de instrução
ordene, por considerar relevantes para a prova, a transcrição parcial das gravações de
conversas telefónicas interceptadas, e prescreva a destruição das partes restantes,
antes de o arguido as ter ouvido e controlado.(…)
(…)Sendo assim, ainda que possa considerar-se aconselhável de jure condendo
assegurar a integralidade das conversações telefónicas interceptadas, por razões de
política legislativa que considerem prevalecentes as vantagens daí advenientes para a
justiça do caso concreto, tais considerações não justificam um juízo de
inconstitucionalidade relativo à norma do artigo 188º, n.º 3, do CPP, na sua versão
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actual, que, por tudo o que foi dito, não representa uma violação das garantias de defesa
do arguido.
Ou seja, tendo em conta o sentido jurídico-constitucional do princípio acusatório
e a possibilidade de colisão entre o interesse processual em manter intactas as provas
coligidas através de intercepção e gravação de comunicações e o correspondente risco
de devassa da reserva de intimidade da vida privada, cabe na liberdade de conformação
legislativa adoptar um critério mais ou menos restritivo no que se refere ao momento em
que, no decurso do processo penal, deverá efectuar-se a destruição dos elementos de
prova considerados irrelevantes.”
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outros arguidos, conforme consta das actas de debate há, ainda, que tecer mais
considerações.
Mais uma vez, teremos que afirmar que é ao Ministério Público que cabe
dirigir o inquérito.
Qualquer investigação séria, que tenha por objecto este tipo de crimes,
teria necessariamente que contemplar, no respectivo plano e estratégia
investigatória, o recurso a intercepções telefónicas dos alvos suspeitos de
serem utilizados para o cometimento dos crimes.
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invocada.
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Esta questão não é nova nos autos e já foi anteriormente suscitada pelo
arguido Armando Vara em sede de recurso interposto para o Tribunal da
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Relação do Porto.
Sufragamos a posição assumida pelo Ministério Público na resposta a
este recurso, a qual é do conhecimento do arguido Armando Vara.
Tal posição foi também acolhida no Acórdão de 10-11-2010, proferido
pela 1ª Secção Criminal do Tribunal da Relação do Porto, no âmbito do citado
recurso.
Entende-se que se mostra muito bem demonstrado no texto daquele
aresto porque razão Domingos José Paiva Nunes, na qualidade de quadro da
EDP- Imobiliária e Participações S.A., (sociedade que foi criada pela EDP-
Electricidade de Portugal SA e subordinada ao exercício do objecto desta
sociedade, concessionária de um serviço público) deve ser considerado
funcionário, para efeitos de aplicação do artº 335º do Código Penal.
Independentemente de se desconhecer se tal decisão transitou ou não
em julgado, acolhe-se e perfilha-se a tese defendida em tal Acórdão
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***
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- Fernando Santos
- Victor Baptista
- Juan Oliveira
- José Penedos
- Paulo Penedos
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Relativamente aos trabalhos na zona dos tanques, não sabe mais nada.
Em instancias da defesa de Juan Oliveira
A primeira reunião foi com Juan e Namércio da Cunha na CONSULGAL.
Juan Oliveira dizia que era impossível ter saído de lá aquilo tudo perante a
factura da O2.
Disse não saber se Juan Oliveira sabia tudo o que lá estava para ficar.
Na segunda vez em que foi ao local, não estava o Juan, só o Namércio
da Cunha e os 2 funcionários da REN (para credibilizar o que os da REN
diziam).
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Confrontado com AE6, fls. 116 e ss, o Engº. Vítor Baptista questiona a
quantidade de toneladas, se as empresas concorrentes são todas certificadas e
se se justifica a intervenção do Eng.º Nogueira para ganhar 3 mil euros por
mês para fiscalizar, pois tinham lá gente na subestação para ver se o camião ia
cheio ou vazio.
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Juan Oliveira, preocupado com o e-mail, foi falar com o arguido, os seus
gabinetes ficam a 4 metros, disse ao Juan para pegar no carro e ir lá parar a
obra e ele foi.
Para continuar os trabalhos, foi necessário utilizar uma báscula de
segurança da EDP, depois ia a Sacavém para ser pesada perante alguém da
REN, saía o talão onde ficaria o valor.
Entretanto, mantiveram conversações com a O2, mas sentiram-se
enganados.
No total foram 232 camiões, Passados mais de ¾ de cargas quando
detectaram o problema.
Quando começaram a controlar, acusava 24 toneladas por camião.
Tentaram chegar à carga correcta.
Procederam a reuniões com o Manuel Godinho, no dia 6/11, que
envolveu João Sandes, Luís Oliveira Pinto, Juan Oliveira e Fernando Santos e
da O2, Manuel Godinho e Namércio da Cunha.
Foi proposta uma entidade independente para avaliar a tonelagem que
foi retirada.
Manuel Godinho propôs um desconto de 20% para regularizar a
situação.
Fernando Santos disse que não aceitava, porque não eram nenhuma
empresa de descontos.
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Em instâncias do MP
Como é que dum pagamento a mais à O2 esta passou a ter dinheiro a
receber - verbas 1,2, 3, 4?!
O valor foi estimado pela O2, foi ela que efectuou os cálculos.
O valor não foi pré-orçamentado pela REN.
As empresas para a fase 2 foram consultadas pela REN para
apresentarem propostas.
Foram apresentadas 3 propostas.
A O2 apresentou até três preços diferentes, dois deles no mesmo dia.
A proposta da Mafremáquinas foi pura e simplesmente considerada não
credível (apesar de ser idónea para ser consultada).
O Eng.º Juan Oliveira foi com as duas empresas até ao local.
Quando houve divergência de valores, Juan disse-lhe que eram umas
coisas pequenas, mas afinal não!
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Quanto ao circuito das guias, estas levava um mês e tal dois meses para
vir o retorno.
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Foi perguntado pelo JIC que razões teria o Dr. Namércio da Cunha para
colocar o nome do arguido na lista de nomes que receberam presentes.
O arguido disse não vê motivo para tal e que nunca recebeu presente nenhum.
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esclareceu que não costuma participar, mas que o fez por curiosidade, para ver
como as coisas ocorriam.
O resultado foi de 14%, foi o melhor que conseguiram.
Achou a decisão do CA adequada para que se alcançassem um
conjunto de objectivos, como é o caso deste concurso, em que o objectivo era
a eficiência, para fixar o mecanismo referencial da tarifa pelo regulador, a
vigorar no ano seguinte.
Surge um despacho de urgência em Janeiro de 2008, cujo target seria o
desmantelamento até ao final de 2008 e cumpririam.
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Em instâncias do MP
A equipa da EX de segurança falou com o Eng.º Juan Oliveira, que
falaria com a sua própria hierarquia.
O Eng.º Juan Oliveira era o gestor do contrato.
Assim, era recomendável que Juan reportasse à sua hierarquia própria
e, que numa óptica de boa cooperação com a EX, lhe dissesse para
prevenirem na defesa do interesse da empresa.
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No tocante à Divisão comercial, diz nada ter a ver consigo, pois quando
chegou já havia o conceito.
Falou-se em GA- Gestores do ambiente e GLR- Gestores locais de
resíduos.
Mais referiu o facto de não ter havido concursos, mas só consultas e
propostas ao Conselho de Administração pelo Engº Rui Fernandes; excepto na
Administração da REN, em que existiram consultas, propostas e a ida ao CA,
método que não parece mau à testemunha.
Falou-se numa negociação entre Fernando Santos 8 Director da Divisão
Comercial) e Juan Oliveira (gestor local de obra) dos acertos, pois o acordo é
uma coisa normal do dia-a-dia.
A relevância do assunto é saber se há uma atitude montada e
sistemática de fazer estes acertos.
Perguntou-se se tinham poderes para fazerem aquele acordo ou se
precisavam de delegação, a que a testemunha respondeu dizendo que devia
estar no âmbito da delegação de poderes que os de baixo supostamente
tinham.
Devia ter ido a CA, então perguntou-se se o foi para o administrador do
pelouro ou o da F.P., mais, quem levou o assunto a CA,
Depois do acerto levaram a CA. No CA se fizessem isto não faziam mais
nada, Sempre a homologar.
No que respeita à acta, a testemunha disse não se lembrar, não saber
os termos da acta nem os termos da delegação de poderes em concreto
É confrontado com fls. 23.742 do Volume 70; fls.114 e 121 do AE29 e
fls.145 do AE 6.
A respeito da acta de reunião, perguntou-se se de acordo com a
peritagem receberiam mais de 3 mil e tal milhões de euros, deveria ir a CA.
A testemunha disse que já seria um valor razoável, não tendo alterado o
preço.
Quando se detectou e denunciou, parou-se!
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Perante dois pareceres, um com mil e tal toneladas e outro com sete mil
e tal toneladas, acha que poderia ter ido a Conselho.
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A dada altura, o Eng.º. Andrade Lopes elabora uma Informação 5/09 que
fala da arrumação dos resíduos.
A Kaflixa não tinha qualificação para retirar os resíduos, por isso não fez
os trabalhos , porque recebeu uma indicação de que não podia fazer uma
tarefa de levantamento.
A central térmica tinha vários resíduos espalhados por todo o lado.
A Kaflixa fazia o ajuntamento de tralhas por pessoal indiferenciado, pago
à hora, ou seja, procediam ao levantamento de resíduos e arrumavam a
“tralha”. Todavia, este tipo de trabalho só podia ser feito por pessoal qualificado
da REN, com o qual já havia contratos para cada tipo de resíduos com os
fornecedores.
Mais, a Kaflixa não fez até este tipo de ajuntamento de tralha, porque se
meteu em trabalhos na Ponte do Rio Douro e saiu.
Então pensou-se que os qualificados fizessem tudo, de fio a pavio.
Esta foi uma decisão da testemunha e do Engº Andrade Lopes.
Se o fizessem, o custo cabia na delegação competente.
O arguido Vítor Baptista não teve qualquer intervenção nesta parte do
trabalho.
Procedeu-se à consulta de três operadoras profissionais de resíduos:
CESPA, AUTOVILLA e O2.
As visitas foram feitas pelo Engº. Andrade Lopes, que é sénior, muito
autónomo e a testemunha dava-lhe autonomia para ir trabalhar, mas
informando-lhe sempre sobre tudo.
Havia na REN incerteza sobre o futuro do terreno da Tapada, terreno de
uma antiga central da EDP.
De pretérito, ficava com os sítios das velhas para ficar com o sítio para
fazer novas.
Hoje as centrais são apresentadas, pedindo uma licença à DG de
Energia e entram no mercado.
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Andrade Lopes faz tudo muito bem, mas muito minuciosamente, com
timings muito próprios e ela compreendeu-o, porque tem que se dar tempo
para ele fazer, mas só pode andar sempre ao ritmo de Andrade Lopes.
Aquilo era um trabalho que se fazia numa hora ou duas para apresentar
às pessoas, logo, fazia-se rapidamente. Faz parte de pressões habituais que
sofria e sofre.
É recorrente perguntar “ e não consegues despachar isso?”a ver se sai
esta semana”.
Ia a despacho semanalmente com o Engº. Vítor Baptista.
Vítor Baptista perguntava “ Maria José, temos que tratar da fase 2,
desmantelamento dos tanques, deixando um ou 2 para a ideia do museu!”,
então ela disse: “ Olha que a fase 2 não inclui desmantelamento de tanques,”
A fase 2 é um chamamento interno, era a fase da retirada.
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O arguido foi confrontado com AE0. fls. 140 e AE11, fls.4, informação de
11/09, em que o Engº. Andrade Lopes disse que o estavam a pressionar,
porque lhe estavam a exigir pressa.
Tomou conhecimento que andaram lá empresas a visitar o CTO.
Disse que a descontaminação fazia sentido.
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É engenheiro.
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Quanto à validação
Ao assinar a guia está-se a validar o conteúdo ou seja a tonelagem.
Mas havia boa fé.
Não sabe de instruções concretas.
Não sabe de nada em concreto.
São incidentes vários com a O2.
Ninguém foi chamado à pedra??
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Essa fiscalização não competia ao Eng, Juan Oliveira, está claro pelo
despacho que competia à divisão EX, e que ele, não estando no local, não
tinha meios para o fazer.
Confrontado com Apenso AE6 a fls.145 ss., acta da reunião, pensa que
seria a divisão logística a autorizar o pagamento à O2, cujo responsável é o
Eng. Luís Oliveira Pinto e a sua superior hierárquica a Eng. Isabel Ferrão.
Confrontado com fls. 148 - disse ser o pedido de compra, feito por Maria
Manuela da área financeira, é o registo que vai ter que ser liberado para que
possa ser feito o pagamento. Mas, em face deste documento, tem dificuldade
em dizer quem autorizou o pagamento.
Isto é um acerto de contas, que vai dar origem à facturação, mas o
documento, só por si, não se sabe quem liberou.
Mais à frente há a factura da O2 já com as coisas descriminadas.
Pensa que a autonomia da decisão era do director Fernando Santos.
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Confrontado com o Apenso AE 28 a fls. 100 e 101, disse que a fls. 100
se trata de email enviado pelo Eng, Fernando Santos para o Eng. Vítor
Baptista, com o conhecimento do Eng. Juan Oliveira.
A fls. 101, o anexo do email, relativamente ao fim da tabela “omissão de
facto importante”, tem ideia de que o director Fernando Santos estava a dar
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informação ao Eng. Vítor baptista do resultado de uma analise que tinha sido
feita anteriormente, mas que não consegue contextualizar.
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Gerardo Gonçalves
Licenciado em Direito.
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Cfr. com fls. 150 do Apenso AE6, o valor desta factura não caberia
naquela delegação de competência do Fernando Santos, dependeria de uma
autorização do CA.
Cfr. com fls, 114 do Apenso AE28, referente ao email de Manuela Cunha
para Fernando Santos. Este é o mesmo pedido que deu origem ao processo
que supra se descreveu. O director Fernando Santos introduziu-o no sistema
SAP.
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A instancias do MP:
Confirmou que na factura foi aposto o OK.
Não sabe quem fez isto nem se atreve a dizer um nome.
Confrontado com a acta de fls. 145 Apenso AE6, acta da reunião 7/3/07,
disse não saber se tinham poderes para obrigar a REN.
Opera-se pedido no SAP para receber e ele surge autorizado.
O que está para trás não é consigo.
Confrontado com fls. 146 [email de João Sandes], após a acta de 7/3/07,
refere que é a reunião para análise e proposta de solução do dito assunto.
Então a questão está ou não resolvida na acta? Perguntou-se-lhe e
disse:
Na delegação de competências nada disto estava previsto.
Teve que ser uma autorização ”intuitus personae”.
[Aos olhos do JIC a questão subsiste].
Quanto ao tempo médio do ciclo de pagamento (entre pedido de
liberação e efectivo pagamento da factura), refere que, o que está estipulado
na REN, há dois tipos de ciclos de pagamento, para facturas relativas a
serviços de gestão corrente, são 30 dias, a contar da data da recepção da
factura no serviço da REN, e no último dia do mesmo mês.
Entre a data da reunião e a data de emissão da factura não decorreu
muito tempo, “nas grandes empresas como a REN há quem seja voluntarioso”.
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Não teve nenhuma relação com o contrato entre a REN e O2 que visava
o desmantelamento de Alto de Mira.
Recorda-se de ter estado numa reunião, em finais de 2006, a pedido do
Eng. Fernando Santos, por causa de divergência com a O2 por causa dos
resíduos.
Na reunião estiveram para além dele, Luís Oliveira Pinto, Fernando
Santos, Juan Oliveira e, como representantes da O2, Namércio Cunha e
Manuel Godinho.
Quem tinha feito o apuramento dos elementos pela REN foi o Juan
Oliveira.
Julga que o Juan levou para reunião um mapa, mas não se recorda
bem.
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O Juan foi lá aferir se era verdade o que vinha nas fotos feitas pelo Sr.
Calado, passadas ao Sr. Patrão e daí por este ao Juan.
Decidiram suspender os pagamentos à CESPA no departamento de
logística, por alerta do Juan Oliveira.
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Confrontado com Apenso AE1 a fls 38, 40, 46, 49, desmantelamento das
bacias de retenção de betão à O2, pensa que quem emitia as guias e também
tinha que fazer a visualização das cargas era a divisão EX.
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Fez contactos com o Eng Parada mas os trabalhos não tiveram, grandes
resultados.
Em Maio viram-se confrontados com o mesmo problema, e optaram por
uma segunda prorrogação, da iniciativa do departamento que integra.
A instancias do MP:
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Confrontado com fls. 283 do Apenso AE12, era a este despacho que se
estava a referir, recomendava que se procurassem elementos alternativos à O2
com firmas fornecedores de serviços e ver as contas com a O2.
O que motivou isto foram as oscilações de pagamentos pela O2 na
recolha de sucatas.
Em 2002 houve um concurso de sucata, os anúncios eram publicados
previamente sobre dois items, sucatas diversas e óleos usados.
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Foi corrigido, após reclamação da Ren à O2, a O2 disse que era um erro
de pesagem, pensa que “é ver isto para o futuro, prejudica a relação de
confiança entre as partes”.
É engenheiro.
Aos costumes disse nada. Prestou juramento legal.
Confirma o teor das declarações prestadas em inquérito.
A instancias da Dra. Isabel Catalão
Disse ter entrado na REN desde Março de 2001, esta na Divisão de
Exploração.
Trabalha em Vermoin – Maia.
162
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
163
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Não sabia que o Calado tirou primeiro as fotos e após disse para Manuel
Patrão ir ver o mail e depois é que se aperceberam que havia problemas.
Comunicou ao Eng. Costa Martins seu superior hierárquico.
Caberia à Divisão Comercial do Eng. Juan tomar procedimentos,
suspensão.
Volvidos meses retomaram os trabalhos com a pesagem à saída.
164
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Zona de demolição – também soube pelo Manuel Patrão que não iria ser
abrangida mas de 300 toneladas, passou para 6.000 toneladas. ?
Incidentes 13/2
Também, soube, 2008 novas fotos do Calado, “não sabe de nada e é o
chefe directo dele”, lamenta posição de Calado.
A subestação apenas sabia que era para demolir aquilo tudo, não sabia
qual a tonelagem.
A instancias do MP
O JIC signatário não fica num non liquet porque é-lhe forçoso conjugar
estes elementos com o conjunto de toda a prova indiciária recolhida, resultar
além do mais fortemente evidenciada a permeabilidade às actuações da O2,
confiando-se, porventura em excesso, reiteradamente.
165
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
166
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
E quando o chefe directo de Manuel Patrão, o Eng. Jorge Martins lhe diz
que tem de acompanhar?
Ele diz que nas equipas obedeceriam e fariam o trabalho ipsis verbis.
Perante as assinaturas é ou não um trabalho de gestor local de
resíduos?
Admite que possa ter sido assim.
Confrontado com fls. 166, email, sabe que, Coelho da Silva, tinha
posição diversa, houve alguma desinteligências entre os dois pares.
167
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
168
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
169
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Acerca dos problemas com a “Quadrante”, esta firma fez, a seu ver, uma
excelente proposta.
Admite trabalhos excelentes
Valores diferentes entre projectistas, eles Quadrante e Consulgal.
É engenheiro.
170
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
171
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O trabalho acabou por ser feito pelas empresas qualificadas que faziam
o trabalho todo.
172
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Engª Maria José e Eng. Vítor Baptista de momento não (numa frase
gentil).
A sua ideia era preservar a Central Tapada do Outeiro.
173
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Pressionou ele próprio e deu uma resposta que não era a solução que
preconizava e fazia outras coisas com prioridade.
174
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A instancias do MP
Mediante a conversa com a Engª Maria José constatou que havia pressa
porque o Eng. José Penedos ia de férias e queria o assunto resolvido, para ser
submetido ao CA.
Vítor Baptista ainda estava ao serviço porque falou com ele e enviou
emails já no final de Julho.
Eng. Vítor Baptista ainda não tinha ido de férias, tendo conhecimento de
tudo.
175
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com fls 46, verso, do Apenso AE11. o Eng Vítor Baptista
pede uma analise mais detalhada dos resíduos perigosos não abrangidos pelo
contrato.
Eng Andrade Lopes tinha e tem mais volumes com anotações dispersas,
segundo referiu.
176
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
pensa por serem já questões técnicas que não se integravam nas suas
competências.
Quanto à gestão dos resíduos refere que haviam contratos com três
operadores a O2, a CESPA e Alto Vila, para o encaminhamento dos resíduos.
Só faziam a gestão administrativa dos contratos, viam se estavam a ser
cumpridos.
Foi a primeira vez que a EDP entregou uma central à REN em fim de
vida, a primeira foi a de Alto Mira, a segunda foi a Tapada do Outeiro.
177
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com o Apenso AE28 a fls. 28, o Sr. Juan Oliveira solicitou
informações dos fornecedores ao Eng. João Santos, apesar de isso estar no
site do instituto de resíduos, ele possivelmente não sabia. Quando alguém
domina melhor o assunto pede ajuda a colegas que sabem, é um procedimento
correcto.
Confrontado com Apenso AE6 a fls.114 e 115, refere que o que está
aqui proposto não é bem um ajuste directo, muitas vezes tinham que pedir
autorização para fazer as consultas, então possivelmente já havia uma
autorização do administrador do pelouro.
178
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com a Info. 45/05, Apenso AE21, a fls. 152 e ss. esclareceu
que esta informação é feita por João Sandes, com o seu conhecimento.
Não havia pesagens no local desde 2003, pratica essa que se manteve até
2010.
179
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com fls. 167 do Apenso AE21 refere que o Dr. Albino
Alencoão Marques decidiu comprar balanças móveis mas o seu Director
contestou e tudo se manteve.
Confrontado com fls. 146 ss do apenso AE6, a acta da reunião, disse ter
visto pela primeira vez o Sr. Manuel Godinho, referiu ainda que esta é uma acta
trabalhada, porque não foi isto que se decidiu, isto é o que a REN e a O2
estabeleceu depois entre si.
[O JIC não consegue dilucidar com toda esta rápida mutação dos
papéis.]
Confrontado com o Apenso AE6 a fls 114, refere que é Manuela Cunha
a dizer ao Fernando Santos que libera o pedido, porque pediam ajuda ao
departamento de compras.
Admite que quem autorizou o pagamento possa ter sido o Eng.
Fernando Santos.
180
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com fls. 200 do Apenso AE 27, e IFCS 15/2006, fls. 114 do
Apenso AE6 minuta feita pelo Juan ao Fernando Santos.
Não lhe parece que o Fernando Santos tenha feito um “copy paste” da
IFCS do Juan.
Na informação a fls 114 ficou só o mais importante, em matéria que o
Conselho de Administração tivesse que decidir, na info. a fls têm mais
informação, mas para quem vai decidir considera que não há diferenças.
A instancias do MP:
181
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O Juan Oliveira não teria competência para validar aquele acordo sem
deliberação do Conselho de Administração, que no seu entender deveria ser
prévia.
Podia ter ido mas para reportar para cima e obter autorização para
celebrarem o acordo consubstanciado na tal acta trabalhada.
Nos diferendos, em que haja prejuízo de encargos para a REN, têm que
se reportar para cima.
182
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Pensa que Juan Carlos Oliveira como profissional é uma pessoa calma.
Muito consciente do seu trabalho, rigoroso, bom colega, só tem a dizer bem
dele.
Quanto a Fernando Santos tem uma boa impressão dele, é boa pessoa.
Refere que podia estar aqui com o Juan Oliveira, como vitima.
O Eng, Fernando Santos era lá de dentro, do antigamente.
183
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Conhece Juan Carlos Oliveira desde que ele entrou na REN em finais
dos anos 90.
Sabe que este esteve em Sacavém, na Divisão dos Serviços
Comerciais, mas essa divisão foi extinta em 2007, e foi criada uma nova
divisão; actualmente trabalha na divisão de equipamento da rede eléctrica
nacional, sediada na Aª dos Estados Unidos da América.
184
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
185
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
186
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Por estarem a tratar disto o Eng, Victor Baptista e Eng. Fernando Santos
reuniam e contactavam, o assunto era muito absorvente, estavam aqui
envolvidos milhões de euros, o assunto dos resíduos era residual.
187
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
188
S. R.
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189
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
É vigilante da Prossegur.
190
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Falou com o Sr. Raul Calado, nos primeiros dias de Setembro de 2006,
pediu-lhe que parasse os carros e viu que estavam meio carregados.
191
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Esclareceu ainda que até foi louvado pela REN, por Juan Oliveira e
Fernando Santos, pelo bom desempenho, deram-lhe os parabéns e pareceu-
lhe sincero.
Trabalha na REN.
Aos costumes disse nada. Prestou juramento legal.
Confirmou o teor das declarações prestadas em inquérito.
192
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Recebeu ordens para passar guias apesar de não ser essa a sua
função.
Estava a assinar guias que supostamente correspondiam à verdade.
Tirou fotografias e enviou um email ao Sr. Manuel Patrão porque
entendeu que as palavras desacompanhadas e oralmente, tal não poderia ser
apagado.
Noutras obras também houve mais tarde problemas com a O2, dos
quais se recorda.
Nessa altura tinha as mesmas atribuições que tinha em 2006, frisou que
não era sempre ele que fazia as guias.
Confirma que, nesta altura, deixou de pôr o seu nome nas guias e
passou a colocar GLR - gestor local de resíduos, frisa que não assina papéis
em branco, não põe a sua assinatura em papéis com os quais não concorda.
193
S. R.
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194
S. R.
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195
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Uma das reuniões que agendou foi com o accionista público, Secretário
de Estado do Tesouro.
Também reunia com o Ministro das Finanças.
Esse agendamento também era feito por temas que alinhava por
despacho.
Um dos temas discutidos nas reuniões foi o dos terrenos
electroprodutores, em 2008/2009.
A testemunha disse julgar que o Engenheiro falaria desse tema com os
outros administradores.
Não viu correspondência dos administradores.
A matéria dos terrenos estava no pelouro também do Eng.º Vítor
Baptista.
Nas questões de resíduos, não se lembra do Eng.º penedos
acompanhar directamente esta questão.
Existiam papéis no sistema de gestão documental, mas pensa que não
era sobre o pelouro.
Havia informações sobre estes temas interligados.
Os terrenos a vender tinham que estar em certas condições, sem
resíduos.
Em instâncias do MP
As reuniões do CA, que constavam de actas, haviam quando o Conselho
apreciava e deliberava, mas nas reuniões parcelares com 2 ou 3
administradores, não haviam actas.
A testemunha não secretariava essas reuniões, nunca esteve presente.
196
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
197
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
198
S. R.
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199
S. R.
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Em instâncias do MP
Foi perguntado à testemunha se tinha conhecimento da situação pessoal
de Paulo Penedos, isto é, se ele passou por algum tipo de dificuldade
económicas, vulnerabilidades, questão sobre a qual a testemunha disse nada
saber., porque nunca teve conversa de ordem pessoal sobre isso, mas via que
trocava de carro com frequência.
Deverá ter recebido apoio financeiro do pai, talvez tenha falado antes da
formação profissional, já formado não tem memória.
200
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
201
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
O MP perguntou à testemunha se tinha conhecimento de códigos
éticos< internos, a propósito das prendas, de regulamentos internos, códigos
de adequação social, como dever dos funcionários não aceitarem
determinados tipos de prenda na REN.
A testemunha disse não ter conhecimento sobre qualquer regulamento
nesse sentido.
202
S. R.
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203
S. R.
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204
S. R.
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205
S. R.
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Apenas uma vez esteve em contacto com o Paulo Penedos, ele foi-lhe
propor um negócio legítimo, mas que achou que aquilo era “maior do que a
perna dele”, achou um negócio excessivo, tinha uma dimensão muito grande,
embora legítimo.
Achou curioso que um jovem se mostrasse interessado em manter
contacto com empresas em áreas importantes.
Era uma imprudência, um desajustamento às suas próprias
possibilidades.
Há silêncios que são muito impressivos! - Disse a testemunha.
Manteve contacto com o pai por razões profissionais, quando foi
Secretário de Estado, na EDP, na REN, da qual saiu há um ano por causa
deste acontecimento.
O Eng.º Penedos é um homem honorável !
Relativamente ao assunto dos presentes, a testemunha disse cada vez
haverem menos, por causa da crise, mas que são uma prática comum e que,
na altura do Natal, é obrigatório, é uma pratica inserida em Portugal como o
presépio.
Como exemplos de presentes, referiu livros, vinhos, cabaz, robalos,
galinhas, dentro do contexto.
As empresas dão e recebem.
Ilustrou como exemplo a relação comercial da sua empresa em Aveiro, onde
tem 190 mil postos de venda, a sua empresa dá qualquer coisa, como uma
saladeira em vista Alegre e um centro de mesa.
Este ano, foi dito pela testemunha rindo-se, que a sua empresa cortou
os funcionários públicos “para não violarmos uma legislação que saiu no ano
2010. “(sic)
O valor das prendas vai depender da categoria das pessoas, podendo
variar entre 100, 50, 25 euros.
Mas, ao longo da sua vida, assistiu a prendas de valor superior a esses.
206
S. R.
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207
S. R.
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208
S. R.
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209
S. R.
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Em instâncias do MP
210
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Até este momento não tinha sido perguntado sobre o Alto Mira.
Segundo a acusação, o Engenheiro José Penedos, em conluio com os
arguidos Vítor Baptista, Fernando Santos e Juan Oliveira, actuaram no sentido
de privilegiar a O2 na fase 1 e 2 no que diz respeito ao desmantelamento da
central de Alto Mira., mas o arguido rejeita em absoluto tal termo, até porque
nem acompanhou o descomissionamento.
A central de Alto Mira, como central de ponta, completava os ciclos de
consumo na ponta final dos diagramas de produção. Com as centrais a gás,
deu-se o seu descomissionamento. Era a central mais cara, difícil de manter,
necessitava de armazenamento significativo de gasóleo, que era muito
improdutivo, pois estava meses sem funcionar.
A tarefa de descomissionar as centrais era uma actividade que estava
cometida à SAP, mas tinham o CAE – contratos de aquisição de energia, no
fim da vida do CAE, o seu fim de vida útil era entregue à REN e depois havia
acerto de contas com a EDP.
A REN estava encarregada de fazer o descomnissionamento do terreno,
bem como da desinstalação da produção, para o terreno ficar disponível para
outra instalação.
A REN era a responsável pelo CAE.
Estava a ser reiniciado para extensão da área afecta à Divisão de
Exploração.
No âmbito da gestão dos CAE´s, a testemunha disse conhecer o Eng.º
Fernando Santos, foi convidado para ser administrador da REN TRADING, SA,
pelo seu desempenho foi escolhido, geria os contratos CAE´S.
Era o acerto interno que tratava Ada facturação mensal entre a REN e a
EDP ou entre a REN e os produtores de energia eólica.
O Eng.º. Santos dominava o giro documental das facturas e autorizava o
respectivo pagamento das facturas.
O fim da central de Alto Mira foi levado a CA e aí aprovado.
211
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
212
S. R.
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213
S. R.
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214
S. R.
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215
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
216
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Esteve em debate com a Brisa o facto de nesse sítio passar uma Auto –
Estrada e a Brisa levava-as, uma das compensações da Brisa ou então as
cinzas eram vendidas para cimenteiras.
217
S. R.
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218
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
219
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
***
220
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(fls.
188)
(fls.
189)
221
S. R.
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222
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
referido que a simulação dos custos de recolha dos resíduos tem como base a
estimativa da quantidade de resíduos a recolher apresentada pela “O2”.
223
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Aliás, se assim não fosse por que razão Juan Oliveira, técnico
competente, pediu à O2 que enviasse a estimativa da quantidade de resíduos a
recolher?
Tal estudo não instruiu a elaboração da Informação, tendo sido junto
antes do seu interrogatório, já em sede de Instrução, pelo arguido Fernando
Santos!
Indiciam ora os autos que ao invés de ter sido elaborado para sustentar
a decisão de adjudicação à O2, foi-o para sustentar, seis anos depois, a tese
da sua legalidade!
224
S. R.
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225
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
este os da O2, por petição de José Penedos) pode explicar que assuma
encargos que, manifestamente, não eram seus!
Adiante desenvolveremos melhor esta afirmação a propósito da Fase II!
226
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Namércio Cunha) e agir “by the book” (produto 383 do alvo Paulo Penedos) –
do ponto de vista das suas competências e do procedimento inexistia razão
bastante para que tomasse conhecimento de quaisquer questões relacionadas
com este assunto.
Diz o arguido Juan Oliveira que “não recebeu para o efeito qualquer
prévia indicação de quem quer que seja, maxime dos seus superiores
hierárquicos, nem actuou sob a vinculação de dar satisfação aos interesses de
Manuel Godinho ou da 02.”
227
S. R.
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Artº 823º Apenso AE27 – fls. 205 a 218 – Interrogatório de Juan Oliveira;
(fls.190)
Apenso AE6 – fls. 114 e 115;
(fls. 193)
228
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Procedimento concursal
Flui da análise do JIC a consideração de que se indicia que, na 2ª fase,
se pretendeu proceder à adjudicação directa dos trabalhos à O2.
229
S. R.
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230
S. R.
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231
S. R.
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Aos olhos do JIC resulta frágil e não colhe a justificação, segundo a qual
o interesse na adjudicação à O2 resultava da sua presença no local, na medida
em que os trabalhos da 1ª fase foram dados como concluídos em 31 de Março
de 2006 e a decisão de adjudicação é de 24 de Maio de 2006, ou seja, cerca
de dois meses depois.
232
S. R.
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Então a REN expressa uma necessidade à O2, que sabe que quanto
mais rapidamente apresentar a proposta mais garantias tem de adjudicação
(até por evitar a consulta de outras empresas) e a O2 demora, pelo menos,
mais de quinze dias a apresentar a sua proposta!!!
Mas, há mais:
Se foi a EX que desencadeou a necessidade da realização dos trabalhos
da 2ª fase, então somos forçados a concluir que Manuel Godinho e a “O2”
possuem dotes adivinhatórios, pois que, antes da manifestação da
necessidade dos trabalhos, pela REN, a “O2” adivinhou a míngua e apresentou
uma proposta!
Não esqueçamos que Fernando Santos diz ter sido Juan Oliveira a
contactar a O2 e que este refuta, por completo, tal afirmação!!!
Outro elemento reforça o entendimento da acusação e a convicção
indiciária do JIC, qual seja a data de entrada na REN das propostas
apresentadas pelas diferentes empresas concorrentes – 1ª proposta da 02 em
11 de Abril e das outras empresas em 27 de Abril e 02 de Maio.
233
S. R.
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234
S. R.
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PAULO PENEDOS – Não. Atão, oh pá, eh, se as decisões não tivessem tomadas,
podíamos tar preocupados. Mas…
NAMÉRCIO CUNHA – Pois.
PAULO PENEDOS – Inda ho, inda hoje…
NAMÉRCIO CUNHA – Não, sabe o que é que me preocupa. É que, pronto, eh, é que
entretanto eu sei que o outro, ele está, (imp.), quer dizer,
os outros, as outras situações, que foram convidadas a ir
ao outro processo, estão, também em, a, num é? A
manter o outro processo in aberto, num é? E quanto mais
tarde isto se atrasar, se calhar depois mais se complica.
PAULO PENEDOS – Não, porque vão ser dois processos separados.
NAMÉRCIO CUNHA – Ai é?
PAULO PENEDOS – É.
NAMÉRCIO CUNHA – Pronto.
PAULO PENEDOS – Nós temos é que ganhar os dois. É pra isso…
NAMÉRCIO CUNHA – Pois.
PAULO PENEDOS – Que servem os advogados.
NAMÉRCIO CUNHA – Ok. Vamos ver então.
PAULO PENEDOS – Eh, eh, eh, eh! Esta é boa.
NAMÉRCIO CUNHA – Vamos ver então, o que é que chega.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Não se preocupe.
NAMÉRCIO CUNHA – Logo que eu saiba alguma coisa, eu digo-lhe, pá.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Não se preocupe.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá bem?
PAULO PENEDOS – Não se preocupe. Vá, um abraço então.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá. Um abraço tamém. Obrigado, obrigado.
235
S. R.
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236
S. R.
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237
S. R.
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238
S. R.
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E porquê?
Aduzem os requerentes que a vontade de ajustar directamente à O2
radicou na circunstância de esta empresa se encontrar já no local.
Todavia, os trabalhos da 1ª fase foram dados como concluídos em 31 de
Março de 2006 e a decisão de adjudicação é de 24 de Maio de 2006, ou seja,
cerca de dois meses depois.
239
S. R.
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240
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241
S. R.
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242
S. R.
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Neste sentido, o ora arguido solicitou autorização, que lhe foi concedida,
para consultar o mercado, designadamente uma ou duas empresas.”
243
S. R.
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Mais uma vez, Juan Oliveira não confirma, antes pelo contrário “Face ao
que lhe foi transmitido, o ora arguido, respondeu que se "isto é para ser um ajuste
directo, temos de ter noção dos valores de mercado, neste tipo de trabalho."
Neste sentido, o ora arguido solicitou autorização, que lhe foi concedida, para
consultar o mercado, designadamente uma ou duas empresas.”
244
S. R.
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245
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247
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248
S. R.
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NAMÉRCIO CUNHA – Oh pá, isto é assim, ehhh, eu na altura falei com umas
pessoas, e tenho aí os contactos. Agora, nós (imp.)
pronto, e mandámos processo de qualificação,
depois nunca chegou a haver foi uma, uma resposta
da parte da REN. Entretanto, agora as qualificações
são feitas por uma empresa de fora. Eh, mas parece
que não são todas. Eh pá, sinceramente, é um
assunto, digamos, é uma matéria, que se tem que
retomá-la de, de raiz outra vez, pá.
PAULO PENEDOS – Prontos, eh pá…
NAMÉRCIO CUNHA – (imp.) Retomar isso de raiz outra vez, para…
PAULO PENEDOS – Porque deve estar na altura da renovação dessas coisas.
NAMÉRCIO CUNHA – Eh pá, pronto, num sei. Ehhh, aquilo você conseguia-
me…
PAULO PENEDOS – Eh pá, eu também num sei, eu, eu só estou a falar…
NAMÉRCIO CUNHA – (imp.) se me conseguir saber, só quais são as portas,
digamos, mais adequadas, num é, para… Porque,
pronto, posso recuperar aqui os, as situações
anteriores, tentar, mas eu vi que as outras pessoas
num tinham muita, muita, voz na matéria. E, qu’é
para arquitectarmos aqui também essa forma, pá,
de, de, de…
PAULO PENEDOS – Eh pá, ó, ó amigo Namércio, desculpe lá. Eh, primeiro, a
gente, ehh, deve estar na Net como é que se põe
uma candidatura, num é? E depois, ehh, em função
disso, se houver alguma ardistice, eh, logo, deixe a
intervenção, qu’é pra isso que servem os advogados,
num é.
NAMÉRCIO CUNHA – Num sei se tá na Net. Isso tá na Net?
PAULO PENEDOS – Hã?
NAMÉRCIO CUNHA – (imp.) isso tá na net?
PAULO PENEDOS – Tá na Net. Atão, tem que estar, pá!
NAMÉRCIO CUNHA – Ok. Hã, pronto. Entretanto, vou-lhe enviar então agora
essa situação…
PAULO PENEDOS – Percebe? E por isso, a minha ideia é, a minha ideia é, fazer
um processo, num é? Ver em que estado é que está. Hã,
porque o ambiente me pede… Quem é o director
d’ambiente lá?
NAMÉRCIO CUNHA – Eh pá, não sei dizer. Isso, isso num tem a ver co as outra
áreas, pá. A parte, essa, essa, esse sector, é
249
S. R.
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250
S. R.
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251
S. R.
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253
S. R.
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254
S. R.
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MARIBEL RODRIGUES – Pronto, porque ele também disse que caso não
pudesses estar cá logo e pudesses estar cá amanhã, ele vai para Coimbra, vai
passar o fim de semana a Coimbra, porque amanhã dava cá uma saltada se
fosse preciso.
MANUEL GODINHO – Pois é o caso, pronto, se ele me ligar, se me ligar eu
atendo, Ok.
MARIBEL RODRIGUES – Ok.
MANUEL GODINHO – Tá.
MARIBEL RODRIGUES – Até já.
255
S. R.
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NAMÉRCIO – Sim.
MANUEL GODINHO – Sim, Namércio.
NAMÉRCIO – Sim. Então?
MANUEL GODINHO – O, o nosso amigo já falou contigo?
NAMÉRCIO – Não, agora ainda não.
MANUEL GODINHO – Não falou!
NAMÉRCIO – Não.
MANUEL GODINHO – Pronto. Aquilo que eu te tinha dito, ele já percebeu, já
me telefonou duas vezes
NAMÉRCIO – Ah!
MANUEL GODINHO – Eh. É fazer a carta baseada naquilo que eu tinha falado
contigo, tás a ver?
NAMÉRCIO – Sim, sim, é isso.
MANUEL GODINHO – Pronto.Eh, mandas uma minuta para ele, mas tem que
ser logo de manhã
NAMÉRCIO – Sim (imperceptível)
MANUEL GODINHO – Porque o outro senhor vai para o estrangeiro.
NAMÉRCIO – Ok. Isso, ele tem lá isso logo de manhãzinha.
MANUEL GODINHO – Pronto. Logo de manhã.
NAMÉRCIO – Vou adiantar isso.
MANUEL GODINHO – Ok. Tá bem.
NAMÉRCIO – Tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá.
NAMÉRCIO – Olhe, outra coisa
MANUEL GODINHO – Diz.
NAMÉRCIO – Eh, é pá, eu precisava de mais um homem para por ali em Cacia
durante uma semana, para eles me acabarem, garantir que me acabam a, a
parte do fibro-cimento.
256
S. R.
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GODINHO – Estou.
PAULO PENEDOS – Ele vai para o Algarve e eu só vou estar com ele Domingo,
dia 14. Podemos esperar até lá ou não?
GODINHO – Oh pá… é evidente que não! Eh pá… é que é muito chato, é uma
situação muito, muito chata… eh… e… pronto, se for assim eu desisto porque de facto
isso não tem… não faz sentido. Não é? O contrato acaba no dia 30 de Junho…
PAULO PENEDOS – Sim, mas depois vai haver novo contrato! Não é?
GODINHO – A…. oh pá…. Eu não sei! Eu acho que isto hoje é muito rápido, é
tudo muito perto, eu acho que deverias dar um saltinho lá, falar com ele para ver o
que é que se passa. Isso é uma situação grave. Não é? É que… pedem o contentor,
agora dizem para retirar o contentor sem retorno? Percebes? Estás a perceber a
situação?
PAULO PENEDOS – Eu estou a perceber mas…
GODINHO – Pronto, olha… vê lá a melhor maneira e… pronto…
257
S. R.
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258
S. R.
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Cumpre não olvidar como nos foi bastamente enfatizado nas diligências
e no debate que falamos de uma empresa – O2 – que é insignificante no
volume de negócios da REN!
259
S. R.
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260
S. R.
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261
S. R.
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De acordo com a tese da acusação, esta asserção apenas pode ser lida
da seguinte forma:
Sendo Fernando Santos e Juan Oliveira os gestores da consulta e, como
tal, achando-se na posse das propostas apresentadas, eram os únicos em
condições de fornecer a informação delas constante, designadamente o preço.
Assim, satisfazendo a petição que Victor Baptista lhes havia endereçado
e como a O2 não havia apresentado proposta que permitisse a adjudicação,
transmitiram-lhe a informação constante das propostas dos outros concorrentes
para que a fizesse chegar à O2 em ordem à reformulação da proposta inicial.
262
S. R.
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263
S. R.
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Que outra razão poderia levar o responsável pela consulta a reunir com
um dos concorrentes que não o melhor posicionamento que não fosse a
vontade de lhe adjudicar a obra sem comprometer a integridade do
procedimento?
264
S. R.
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Decisão de adjudicação
265
S. R.
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Ignorou o santo sacro princípio de José Penedos – By the book para não
serem criadas fragilidades.
266
S. R.
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267
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268
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Com efeito, a "02" não era um fornecedor qualificado pela REN para a
classe de fornecimento de serviços na área da construção civil e demolição,
apenas se encontrando qualificada para a gestão de resíduos.
269
S. R.
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Acresce que, fruto dos problemas surgidos na sua relação com a REN, o
Conselho de Administração da REN havia recomendado em 2002 a procura no
mercado de alternativas à 02.
270
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271
S. R.
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Logo após e sem que nenhuma das premissas que o havia levado a
elaborar aquela informação se tivesse alterado, ao para tal ser questionado por
272
S. R.
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Destarte, constatou que, para além dos camiões saírem com pouca
carga, o espaço temporal entre a sua hora de saída e a hora constante dos
talões de pesagem, apresentados pela "02" se mostrava incompatível com a
distância percorrida entre as instalações da Central de Alto Mira e as
instalações daquela empresa.
275
S. R.
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Nesse mesmo dia, pelas lOh06, este e-mail foi reencaminhado por
Manuel Patrão para o arguido Juan Oliveira.”
276
S. R.
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Resolução do conflito
Alvitram os requerentes que a vontade de beneficiar a 02 não era
compatível sequer com negociações.
Sendo certo que, tal qual como aconteceu nas demais matérias em que
foi interveniente a O2, a final e depois de cumprida a necessária máscara de
legalidade, os interesses de Manuel Godinho saíram prevalecentes.
277
S. R.
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278
S. R.
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de betão armado ou simples (valor que seria pago pela REN) e as terras
movimentadas (sem custos para a REN).
279
S. R.
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280
S. R.
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Com efeito, a REN não tinha interesse algum num acordo que não fosse
de encontro ao parecer técnico por si pedido: cabia-lhe a obrigação de pagar e,
portanto, o protelamento jogava a seu favor, tanto mais que o parecer técnico
por si pedido apontava para quantidades bem inferiores!
281
S. R.
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Refere até que o Dr. Paulo Penedos sempre lhe disse que este conflito
iria ser resolvido a favor da 02, ou seja, que a REN iria aceitar os valores
apresentados pela empresa 02, pelo que deveriam manter o valor que
resultava das guias e respectivos talões de pesagem.” (vol. 72, fls. 24538).
O que se indicia, porém, é que após interpelar seu Pai, Paulo Penedos
instruiu Manuel Godinho a elaborar um memorandum sobre o
desmantelamento das bacias de retenção dos tanques da Central de Alto Mira,
aludindo às considerações ensaiadas pelo arguido Juan Oliveira na reunião
supra mencionada, apresentando as explicações da "02" para o sucedido e
concluindo pela sua indisponibilidade para discutir a quantidade de resíduos
recolhidos.
282
S. R.
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Mais lhe disse para o enviar para a conta de correio electrónico de Paulo
Penedos, que este o remeteria ao Conselho de Administração da REN.
283
S. R.
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Inexiste qualquer suporte para esta afirmação, nem ela coincide com as
mensagens enviadas por Juan Oliveira a Fernando Santos!
284
S. R.
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285
S. R.
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S. R.
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288
S. R.
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significativas (o total dos talões das pesagens eram à volta de 7700 toneladas,
valor coerente com as apresentadas pela CONSULGAL) tendo conseguido
encerrar o negócio por cerca de 4500 toneladas, salvaguardando, desta forma,
os interesses da REN.”(!?)
Isto quando havia um parecer técnico mandado elaborar pela REN que
apontava no sentido da “alavancagem” dos trabalhos quantidades e valores
apresentados pela O2
Na sequência da informação prestada pela REN a fls. 24 do apenso AE
29, de acordo com os respectivos estatutos (art. 17°), a REN - Rede Eléctrica
Nacional, SA, NIF 507 866673,vincula-se
a. (i) pela assinatura de dois administradores,
b. (ii) pela assinatura de um administrador no âmbito dos
poderes que lhe hajam sido delegados pelo conselho de administração e
c. (iií) pela assinatura de mandatários constituídos, nos
termos dos correspondentes mandatos.
Embora durante a instrução tivesse sido referido que tinha havido uma
autorização verbal, tal não chega para vincular a REN.
289
S. R.
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Até a própria O2, não se coíbe, no seu memo, de afirmar que a pesagem
foi por sua iniciativa!
290
S. R.
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291
S. R.
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292
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(fls. 208)
293
S. R.
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(fls. 212)
(fls. 213)
294
S. R.
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Por outro lado, também não podemos compreender qual a razão que
levou o Eng. Jorge Martins a consultar apenas duas empresas (RSA-Abrantina
e a O2) para estes trabalhos de desmantelamento, invocando que as empresas
qualificadas para a manutenção de subestações não estavam para tal
vocacionadas.
Para além da ilegalidade de tal opção, que deveria ter sido aferida
superiormente, é notório que a consulta a duas empresas, não permitiria obter
um preço verdadeiramente competitivo em mercado concorrencial.
295
S. R.
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segurança, permitiria obter no mercado um melhor preço do que aquele que foi
negociado com a O2, de cerca de €595.000.
Com uma ressalva muito importante, pois que permite perceber o nível
de engajamento de Victor Baptista às petições de José Penedos.
296
S. R.
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Logo após, Manuel Godinho fez chegar ao arguido José Penedos, por
intermédio de Paulo Penedos, queixas sobre a forma como decorriam os
trabalhos na subestação de Estarreja, designadamente alegados
constrangimentos colocados por funcionários da REN.
297
S. R.
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298
S. R.
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299
S. R.
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300
S. R.
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Na sequência das suas declarações, para além de fazer juntar aos autos
este estudo, juntou também impressão das mensagens de correio electrónico,
contendo em anexo este estudo, enviadas para o administrador Vítor Baptista,
director da divisão de Produção e Planeamento, Francisco Saraiva, seu
superior hierárquico e para o director da divisão de sustentabilidade e sistemas
de gestão, Eng. Vicente Martins. (fls. 213 a 216 do apenso AE 27)
301
S. R.
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302
S. R.
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PAULO PENEDOS – Olhe... Eu estou-lhe a ligar, ahh... pelo seguinte: Tal como
lhe tinha dito, eu vou agora almoçar com o... Chefe de Gabinete do...
Engenheiro Mário Lino. E a pergunta é: Vale a pena falar em alguma coisa, ou
não?
MANUEL GODINHO – Ahh... não, porque o nosso amigo...
PAULO PENEDOS – Sim?
MANUEL GODINHO – O nosso amigo telefonou para ele a dizer para
(imperceptível)
PAULO PENEDOS – Para...??
MANUEL GODINHO – P’ra chamar aí o senhor.
PAULO PENEDOS – Ah! Ok.
MANUEL GODINHO – Certo?
PAULO PENEDOS – Ok.
MANUEL GODINHO – Não vale a pena falar nesse assunto.
PAULO PENEDOS – Pronto, ok.
MANUEL GODINHO – Oh pá! ‘Tamos é a tratar do assunto da deservagem e a
REN nunca mais nos mandou nada...
PAULO PENEDOS – Sim?
MANUEL GODINHO – É, pá. E nós ‘tamos aflitos com o trabalho. Aflitíssimos.
PAULO PENEDOS – Ok... Ok... Eu falei no fim-de-semana, sobre isso. Aham...
não... não falei desse assunto da deservagem, falei dos outros... Aham... E ele
disse-me que o concurso... a renovação desse concurso de longa duração, que
deve estar p’ra sair. Ahamm... e... e que em relação à... à limpeza daquelas
cinzas da Central que está desactivada... aham... que também só estão à
espera de chegar a um acordo... aham... com a Brisa... aham... p’ra ver...
aham... em... pronto, em que medida é que a REN suporta parte da limpeza e a
Brisa suporta outra parte, porque parte do terreno vai ser expropriado pela
Brisa, sabia disso?
MANUEL GODINHO – Não, não sabia.
PAULO PENEDOS – Pronto. E ele disse-me que só estão à espera de chegar a
um acordo, que é para a REN não avançar sozinha com o suporte da limpeza
dessas cinzas. Aham... E... assim que estiver esse acordo feito, que também vai
avançar.
MANUEL GODINHO – Mas isso ainda está um bocado atrasado, não é?
PAULO PENEDOS – Eh pá, está em cima da mesa. Pode-se fechar a qualquer
momento. Estão as negociações em curso.
MANUEL GODINHO – Eh pá, estou aflito, oh Paulo.
PAULO PENEDOS – (sobreposto) Pronto!...
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Jorge Liça:
306
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Uma vez que a produção de resíduos de betão irá ser muito significativa não
seria prudente olhar para o contrato de gestão de resíduos à luz desta nova realidade?
Como sabe o futuro paradigma de regulação (por preços standard) não é muito
compatível com contratos de gestão de resíduos em que os preços terão sido
estabelecidos para pequenas quantidades a remover. Sugere-se então uma reflexão
sobre os contratos existentes”.
“(…) Relativamente à questão colocada pelo Eng. Jorge Liça, embora estando
para além das nossas competências, pensamos que, no futuro e de acordo com a
legislação actual, a solução poderá passar por a gestão deste tipo de resíduos ser da
responsabilidade de quem executa a obra, carecendo, contudo, de um controlo
apertado por parte da gestão da obra.(…)”
Por sua vez, no dia 25 de Maio de 2009, pelas 14h23, Namércio Cunha
liga a Manuel Godinho (produto 7051 do alvo 38250PM, que abaixo se
transcreve, na integra, para melhor se alcançarem os exactos fundamentos do
juízo de prognose a final efectuado pelo JIC/TCIC) e informa-o que a REN está
a colocar nos cadernos de encargos dos concursos de empreitadas “como
aquela de Carnaxide” o encaminhamento dos resíduos ao cuidado dos
empreiteiros e a O2 foi contactada pela C.M.E. a pedir cotação para uma obra
que vão concorrer em Lisboa e no Porto.
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Alvo 38250PM
Voz da operadora: Aviso: está a ligar para um assinante que agora pertence à
OPTIMUS. Aguarde.
Manuel Godinho – Tou.
Namércio Cunha – Sim.Podes falar
Manuel Godinho – Sim diz.
Namércio Cunha – A REN penso que agora tá a por nos concursos, nos
concursos dos empreiteiros, das empreitadas como aquela de Carnaxide, tá a por nos
cadernos de encargos o encaminhamento dos resíduos aos cuidado dos… à
responsabilidade dos empreiteiros
Manuel Godinho – Aí é?
Namércio Cunha – E fomos contactados pela CME a pedir-nos cotações para
uma obra que eles se vão candidatar, portanto vão concorrer em Lisboa e no Porto
(imperceptível) Carnaxide.
Manuel Godinho – Mas isso é que não convinha e dizer isso já ao Paulo.
Namércio Cunha – Pronto é isso, vou…
Manuel Godinho – Telefona-lhe. Ok?
Namércio Cunha – Tou a pôr-lhe ao corrente. Tá bem.
Manuel Godinho – Tem o empreiteiro deles que num faz sentido.
Namércio Cunha – Pronto.
Manuel Godinho – E é da REN mesmo?
Namércio Cunha – É. É para uma obra da REN e tão-nos a ligar …
Manuel Godinho – Fala já.
Namércio Cunha – Tá bem. Ok. Tá até.
308
S. R.
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Alvo 38250PM
Voz da operadora: Aviso: está a ligar para um assinante que agora pertence à
OPTIMUS. Aguarde.
Manuel Godinho – Tou.
Namércio Cunha – Sim.
Manuel Godinho – Já falaste com o indivíduo?
Namércio Cunha – Já. Ele disse que vai tentar saber alguma coisa logo.
Manuel Godinho – Logo?
Namércio Cunha – Sim, Logo (imperceptível) é que consegue saber.
Manuel Godinho – Pois. …
Namércio Cunha – Já o pus ao corrente e… e… isto não é nenhuma obra
especial… São obras iguais às que estão a ser feitas neste momento.
Manuel Godinho – Tu… Não tens nada que falar naquilo que se está a fazer.
Não és tu que tas as trabalhar directamente com a REN.
Namércio Cunha – A….
Manuel Godinho – Só tens que dizer que é uma situação que não convêm, que
não interessa…
Namércio Cunha – (imperceptível) Sim. Olhe uma empresa que trabalha na
PORTUCEL, a ATRIT (fonético) trabalha em termos de…. (imperceptível) a instalar
aqueles sistemas lá de biocombustagem, ou coisa assim do género…
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S. R.
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S. R.
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Namércio Cunha – Pronto. O que tiver a ver connosco nós fazemos assim
Manuel Godinho – Tá bem.
Namércio Cunha – Ok.
311
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Manuel Godinho: É que isso é muito mau, isso é, quer dizer as empresas gestoras de resíduos,
então acabam.
Manuel Godinho: Isso, acho que isso não pode ser, mas. Pronto é ver isso.
Manuel Godinho: Assim as empresas gestoras de resíduos não são precisas para nada.
Manuel Godinho: Que é que os gajos fazem. Assumem o compromisso dos resíduos, adepois
andam a enterrá-los para aí, por qualquer sitio, e quem fica prejudicado.
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Voz desconhecida: Sim senhor Godinho tenho em linha o doutor Paulo Penedos.
Paulo Penedos: Pronto, é pá, como eu pensava ele não sabia de nada, aaaa ainda me perguntou
se não estaríamos a fazer confusão com a EDP.
Paulo Penedos: Não, e eu também lhe disse não há confusão nenhuma e ele disse, então mande
o, mandem já um mail a dizer que foram contactados neste sentido assim, assim e que isso não
está conforme os contratos que estão em vigor de gestão de resíduos e que.
Manuel Godinho: Olha, faz-me um favor que eu estou em viagem, explica isso ao Namércio, e
ele que faça já.
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NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos: Tá bem, pronto, mas o senhor deu-me ordem para eu falar consigo e estou a
falar consigo.
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Alvo 38250PM
VF – Sim
Namércio Cunha – Ligaste?
VF – Sim, liguei. O que é que ficou por causa do VERCOVINA . É que a
engenheira Isa já foi chatear o Hugo. Foi acompanhar os trabalhos lá…
Namércio Cunha – Óh pá ainda não ficou… Tou a caminho de lá p’ra ver com o
Zé Maria o que é que se consegue fazer.
VF – Pronto … Ok. É preciso dizer alguma coisa.
Namércio Cunha – É pois, pois, vai ter que ser amanhã. Há-de ver o meu e-mail
das Pedras Deslizantes. Tá aí um e-mail que quero que depois me passas p’rá
Margarida, tá bem? É Paulo Penedos.
VF – Paulo?
Namércio Cunha – Penedos.
VF – E é para passar p’rá Margarida?
Namércio Cunha – Sim e ela que me ligue logo a seguir. Tá bem?
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VF – Tá.
Namércio Cunha – Que é urgente.
VF – Até já.
Alvo 38250PM
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Namércio Cunha – Você se quiser nem diga que é do empreiteiro, né? Tendo
sido contacto pelo vosso empreiteiro, acho que aí também… não é
Margarida – Tendo sido contactados pelo vosso empreiteiro, por um vosso
empreiteiro…
(ouve-se em som de fundo, o som de teclar)
…. a dar conta dos vossos serviços para empreitadas de resíduos de construção
de linhas subterrâneas…” Depois tem aqui entre parêntesis “ fazer referência
às linhas em causa” …
Namércio Cunha – Então pois aí,
Margarida – locais Lisboa e Porto.
Namércio Cunha – Então, pões…
(ouve-se em som de fundo, o som de folhear)
(ouve-se em som de fundo, o som de teclar)
Margarida – …Lisboa e Porto… (pausa) (imperceptível) que o destinatário da
proposta da referida empresa, ficamos surpreendidos (imperceptível) quando
o destinatário da proposta da referida empresa seria a REN. É assim, quem vai
ficar com os resíduos não é a REN
Namércio Cunha – Eu sei, mas o destinatário da proposta da CME era a
(imperceptível)
Margarida – Sim, sim…
Namércio Cunha – É nesse sentido que está aí…
Margarida – “… com efeito, estando em vigor o contrato de por nós realizado
coma (imperceptível) para a gestão de resíduos cujo âmbito abrange os
resíduos resultantes das obras citadas, ahmmm… não nós parece que seja
juridicamente possível sendo lançada consultas em que cessa a (imperceptível)
que a REN já tinha contratados com prestações de serviços especializados
(pausa)
Namércio Cunha – Mais…
Margarida – Está bem esta parte?
Namércio Cunha – “No entanto como tudo não passe de um mal entendido
inequívoco vimos solicitar pela presente o esclarecimento desta situação Pede-
se a vossa compreensão para o solicitado. Apresentamos os nossos melhores
cumprimentos.
Margarida – Pronto.
Namércio Cunha – Tire a palavra “Minuta”, não é?
Margarida – Claro.
Namércio Cunha – Pronto e vais mandar isso ao cuidado do…
319
S. R.
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NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 38250PM
322
S. R.
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Pelas 19h20, Namércio cunha diz que aquilo já seguiu (o fax foi recebido
às 18h07 do dia 25 de Maio de 2009) e que vão aguardar. Paulo Penedos
considera esquisito “como é que se pede…” ao que Namércio cunha diz que
“deve ter sido alguém por iniciativa própria”.
Dados do Produto
Alvo 38250PM
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Paulo Penedos – Não era só para saber se já tinha tido algum feedback
Namércio Cunha- Não, Nada, Niente. Até ao momento nada.
Paulo Penedos – Tá bem.
Namércio Cunha- Vamos ver, vamos aguardar. Aguardar… O pessoal é lento a
responder… Já devem andar lá a indagar… Vamos ver se amanhã já há alguma
resposta.
(pausa)
Paulo Penedos – Pronto, logo veremos.
Namércio Cunha- Se houver alguma coisa eu passo-lhe informação.
Paulo Penedos – OK. Ok. Vá então.
Namércio Cunha- Tchau. Até amanhã.
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Enquanto está a ler o e-mail, i. e., o fax, Paulo Penedos diz-lhe que a
resposta corresponde à verdade. Ao ler “que o contrato termina a 30 de Junho”
Paulo Penedos continua e diz “ e vai ser renovado”, aproveitando para
perguntar se a empresa O2 já foi contactada, ao que Namércio Cunha
responde negativamente.
Paulo Penedos refere que Namércio Cunha não lhe deu esse elemento
“2010” e eles defenderam-se formalmente, porque isto é assim. Paulo Penedos
finaliza dizendo que se fosse ele não se preocupava.
327
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Gonçalves, ao que Namércio Cunha refere que é o “que da última vez assinou o
prolongamento”
No dia seguinte, 29 de Maio de 2009, o departamento SGCS, através de
João Sandes e devido ao facto de:
E aqui entroncamos no art.º 1195º, o tal que foi referido no debate como
uma “vergonha” de forma assaz enfática e impressiva.
Não pode o JIC deixar de manifestar a propósito enorme perplexidade ,
face ao que escrutinou.
328
S. R.
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329
S. R.
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330
S. R.
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331
S. R.
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Apenas e tão só após Manuel Godinho ter alertado Paulo Penedos para
a possibilidade da modificação do quadro legal poder bulir com o contrato de
gestão dos resíduos industriais produzidos pela REN, celebrado com a “O2”,
nomeadamente no que aos resíduos de construção e demolição se reportava,
é que a REN desencadeou, internamente, o processo de prorrogação.
332
S. R.
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333
S. R.
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PAULO PENEDOS – Eh… Porque ele acha muito estranho… porque ele no
último despacho dele…
* Ruído*
334
S. R.
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335
S. R.
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336
S. R.
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Dados do Produto
Alvo 38250PM
337
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO CUNHA – Agora, entretanto, sei que estão a aparecer mais pedidos
de consultas de empreiteiros a pedir cotações para este tipo de resíduos, para obras de
2010.
PAULO PENEDOS – Pronto, então… se isso tem que ver com uma alteração
legal, temos que nos acomodar!
NAMÉRCIO CUNHA – Não, não tem a ver com alteração legal! Tem a ver… isto
depois é uma questão de opção da empresa, não é? Portanto a questão… o que
alterou… o que houve de alteração legal foi a classificação dos resíduos e a possibilidade
de reutilização de…
PAULO PENEDOS – Oh Dr. Namércio, oh Dr. Namércio, podemos falar
amanhã?
NAMÉRCIO CUNHA – OK.
PAULO PENEDOS – Então, falamos amanhã. Vá. Um abraço, um abraço.
NAMÉRCIO CUNHA – Um abraço. Adeus.
338
S. R.
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339
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
**
(Ruído/ vozes de fundo) **
340
S. R.
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341
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Com efeito, não fora esta prorrogação sem exclusão dos resíduos de
construção e demolição e a 02 veria o seu volume de negócios com a REN
reduzido em cerca de 90%.
342
S. R.
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343
S. R.
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344
S. R.
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345
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ PENEDOS – Eh pá, pois. Era pa falarmos um bocadinho, mas, eh, no dia de
véspera d’eu sair, que deve estar…
PAULO PENEDOS – Não. Então falamos amanhã.
JOSÉ PENEDOS – Tudo baralhado
PAULO PENEDOS – Vá. Falamos amanhã.
JOSÉ PENEDOS – Co aquele, co aquele desgraçado, daquele Ministro da Economia,
que faz uma, faz uma preparação de última hora, de coisas
destas. Eu inda num sei bem exactamente, o que é que é
preciso da REN. Tás a perceber?
PAULO PENEDOS – Sim senhor.
JOSÉ PENEDOS – Ah pois é! Sim senhor, mas é assim.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Atão amanhã trocamos umas impressões, pá.
JOSÉ PENEDOS – Tá bem. Ó fim do dia.
PAULO PENEDOS – E depois, tás lá até quando?
JOSÉ PENEDOS – Até sexta.
PAULO PENEDOS – Pois. Tá bem. Ok.
JOSÉ PENEDOS – Vá.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Atão vá. Um beijinho, beijinho.
JOSÉ PENEDOS – Mas tá cá, mas tá cá, ehh, o pessoal da REN que faz andar as coisas.
Num penses que…
PAULO PENEDOS – Tá bem, papá.
JOSÉ PENEDOS – Num penses que a REN, que depende só de mim.
PAULO PENEDOS – Ehh, ehh, ehh, ok.
JOSÉ PENEDOS – Tá.
PAULO PENEDOS – Atão vá. Mas a gente depois fala. Mas tá tudo bem.
JOSÉ PENEDOS – Óptimo.
PAULO PENEDOS – Mas a gente depois fala. Tá tudo bem…
JOSÉ PENEDOS – Amanhã.
PAULO PENEDOS – Porque, há uma relação de confiança. Mas, pronto!
JOSÉ PENEDOS – Amanhã.
PAULO PENEDOS – Ok. Vá, beijinhos, beijinhos.
JOSÉ PENEDOS – Até amanhã.
346
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
No dia 3 de Junho, Paulo Penedos fala com o José Penedos que diz que
está no Dubai, (produto 2366 do alvo 39263M, que abaixo se transcreve, na
integra, para melhor se alcançarem os exactos fundamentos do juízo de
prognose a final efectuado pelo JIC/TCIC).
347
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
348
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NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ PENEDOS – Eh pá, isto é uma coisa. Os gajos num souberam ler, as, as
profecias, que diziam, aquelas coisas que diziam, “não construas
sobre areia”, num é?
PAULO PENEDOS – (imp.).
JOSÉ PENEDOS – Os gajos num lêm bem o, num lêm bem os, os, os testamentos de
Deus, num é?
PAULO PENEDOS – Eh, eh, eh!
JOSÉ PENEDOS – Os evangelhos e tal. Pronto. Ok, vá.
PAULO PENEDOS – Olha, só uma nota. E…
JOSÉ PENEDOS – Diz.
PAULO PENEDOS – E tens, tens falado co, Paulo Varela, não?
JOSÉ PENEDOS – Sim, sim. Não muito, qu’ele anda noutra, ele anda n’outra, n’outra,
caravana.
PAULO PENEDOS – Ai é?
JOSÉ PENEDOS – Nós temos, nós temos aqui várias especialidades, num é?
PAULO PENEDOS – Tá bem.
JOSÉ PENEDOS – A minha é uma caravana mais próxima, hã, do ministro, num é? Eu
tenho estado mais ou menos agarrado, mais perto ao Ministro
da Economia, num é? Tás a perceber?
PAULO PENEDOS – Tá bem.
JOSÉ PENEDOS – Pronto, mais perto…
PAULO PENEDOS – Mas tá a correr bem, num é?
JOSÉ PENEDOS – Mas tá a correr muito bem. Tá.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Atão vá.
JOSÉ PENEDOS – (imp.) depois conto-te os pormenores. Qu’os pormenores tão, tão
deliciosos.
PAULO PENEDOS – Tá bem. Vocês vão votar, ehh, no domingo, num é?
JOSÉ PENEDOS – Vamos, vamos, claro.
PAULO PENEDOS – Tá bem, tá bem.
JOSÉ PENEDOS – Tá? Ok?
PAULO PENEDOS – Atão vá.
JOSÉ PENEDOS – Vá. Beijinhos, beijinhos.
PAULO PENEDOS – Tá. Beijinhos, beijinhos.
349
S. R.
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350
S. R.
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351
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos diz-lhe para “ter calma” que “tem que falar pessoalmente
com ele”, talvez no fim-de-semana, quando for a Coimbra, mas que lhe vai ligar
para saber.
De seguida, Paulo Penedos liga ao seu pai e pergunta se nos feriados
(10 de Junho - dia de Camões e das comunidades portuguesas e 13 de Junho
feriado municipal de Lisboa) vai a Coimbra, ou fica em Lisboa.
GODINHO – Estou.
PAULO PENEDOS – Ele vai para o Algarve e eu só vou estar com ele Domingo,
dia 14. Podemos esperar até lá ou não?
352
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
GODINHO – Oh pá… é evidente que não! Eh pá… é que é muito chato, é uma
situação muito, muito chata… eh… e… pronto, se for assim eu desisto porque de facto
isso não tem… não faz sentido. Não é? O contrato acaba no dia 30 de Junho…
PAULO PENEDOS – Sim, mas depois vai haver novo contrato! Não é?
GODINHO – A…. oh pá…. Eu não sei! Eu acho que isto hoje é muito rápido, é
tudo muito perto, eu acho que deverias dar um saltinho lá, falar com ele para ver o
que é que se passa. Isso é uma situação grave. Não é? É que… pedem o contentor,
agora dizem para retirar o contentor sem retorno? Percebes? Estás a perceber a
situação?
PAULO PENEDOS – Eu estou a perceber mas…
GODINHO – Pronto, olha… vê lá a melhor maneira e… pronto…
PAULO PENEDOS – Não… eh pá… prontos, a… eh pá… eu acho que nós… a…
as coisas estão todas encaminhadas e esse tipo de…. a… de manobras que estão a
fazer não têm eficácia nenhuma em relação ao futuro que aí vem… a… Percebe? Eu sei,
ainda agora falei com ele. Eh pá…
GODINHO – Pois é, pronto… eu já mandei a CESPA reagir, a CESPA que reaja.
A CESPA que reaja! A… eh pá…
PAULO PENEDOS – É que as nossas coisas estão todas encaminhadas pá.
GODINHO – Pois é mas é que o problema, o problema é que os resíduos de
betão, os resíduos de betão faz parte do contrato da CESPA e nós fomos adjudicatários
da CESPA! Estás a perceber?
PAULO PENEDOS – Sim…
GODINHO – Pronto, ok. Olha, gere isso da melhor maneira que tu achares
melhor.
PAULO PENEDOS – Eles que reajam e o Dr. Namércio que me dê
conhecimento da reacção deles que é para eu dia 14 lhe mostrar pá!
GODINHO – Está bem, ok. Eu vou… eu vou dizer ao Namércio para tratar
disso.
PAULO PENEDOS – Que Terça… Quarta e Quinta é feriado, por isso se eles
reagirem amanhã, também… não é Sexta, porque ele está no Algarve… não é Sexta
que ele vai resolver… e eu Sábado á noite estou com ele já.
GODINHO – Está bem, ok, tá… eles que tratem. Ok… tá Paulo.
PAULO PENEDOS – Está bem?
GODINHO – ok… tá Paulo, continuação…
PAULO PENEDOS – Um abraço.
353
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos tem depois uma justificação para com Manuel Godinho
que o compromete a si e o seu pai, ao afirmar “que quarta e quinta é feriado,
por isso se eles reagirem amanhã, não é sexta porque ele está no Algarve, não
é na sexta que ele vai resolver…”
354
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Namércio Cunha pergunta se tem que ser para ele, ao que Paulo
Penedos responde que “tem que ser, não há outra maneira de agir”. Namércio
Cunha questiona se essa será a melhor opção, pois não vale a pena fazerem
as coisas a quente e que da outra vez se enviou para as pessoas relacionadas
com o processo e responderam rápido. Refere que já teve conhecimento de
que houve saída de resíduos por outro operador pelo que Paulo Penedos diz
que a CESPA deve dar conhecimento ao seu interlocutor na REN com
conhecimento ao Eng. Victor Baptista que é o administrador do pelouro e
Namércio Cunha envia cópia para ele,. Cfr. Produtos 2990 e 2991 do Alvo
39263M, que abaixo se transcrevem, na integra, para melhor se alcançarem os
exactos fundamentos do juízo de prognose a final efectuado pelo JIC/TCIC
NAMÉRCIO – Estou?
PAULO PENEDOS – Oh Dr. Namércio, bem disposto?
NAMÉRCIO – Está tudo. Então?
PAULO PENEDOS – Tudo bem.. eh pá… mas o senhor Godinho ligou-me agora
com uma situação desagradável, duma retirada de um contentor…
NAMÉRCIO – Sim…
PAULO PENEDOS – A… sem retorno e em violação, outra vez, do contrato,
não é?
NAMÉRCIO – Esta é que é um bocado concreto… o outro foi… são diferentes,
são situações diferentes.
PAULO PENEDOS – Pois… mas oh Dr. Namércio… você tem o telefone directo
da secretária do meu pai, não tem?
NAMÉRCIO – Não…
PAULO PENEDOS – Então tome nota se faz favor.
NAMÉRCIO – Espere aí então, espere aí… Ora diga.
PAULO PENEDOS – 210013951. Ela chama-se D.ª Anabela Moreira.
355
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO – Sim…
PAULO PENEDOS – Pronto. Que ela… o meu pai ainda está hoje e amanhã a
trabalhar, não é? E o fax tinha que chegar entre hoje e amanhã de manhã, o mais
tardar…
NAMÉRCIO – Sim…
PAULO PENEDOS – Dirigido a ele, a explicar a situação, sem ser numa
linguagem agressiva, só com factos…
NAMÉRCIO – Claro, não é caso para linguagens agressivas…
PAULO PENEDOS – Não, não é isso. Pronto, só com factos a dizer passa-se
isto e isto e isto, pronto a descrever a situação que é para ele poder intervir e pedir
esclarecimentos.
NAMÉRCIO – Mas acha que é conveniente mandar directamente a ele?
PAULO PENEDOS – Tem que ser pá, não temos outra maneira de agir pá.
NAMÉRCIO – Pronto, não… eu só estou a dizer isto no sentido de…
PAULO PENEDOS – Tem que ser, tem que ser, tem que ser…
NAMÉRCIO – A… pronto… pronto. Então eu ligo só para a D.ª Anabela a pedir
o número de fax. Correcto?
PAULO PENEDOS – Fax para mandar… pronto, dirigido mesmo ao presidente.
NAMÉRCIO – Pronto, ok… está bem. Ok.
PAULO PENEDOS – Ou então manda para o Dr. Vítor Batista, com
conhecimento para ele.
NAMÉRCIO – Parece-me mais isso…
PAULO PENEDOS – A…?
NAMÉRCIO –Bem, parece-me mais isso… bem parece-me mais isso. Às vezes
não vale a pena fazer as coisas a quente e depois colocar as pessoas… porque, bem, é
assim, isto tem uma situação em que o operador directo nem somos nós…
PAULO PENEDOS – Eu sei, é a CESPA.
NAMÉRCIO – Pronto… a… portanto eu acho que se tem que se fazer já,
digamos, levantar já a situação… tem que ser que é para as pessoas intervenientes no
processo até ainda… isso vem no sentido contrário ao esclarecimento que nos deram
na outra vez, não é, portanto em que alguém tomou uma decisão inadequada, não é…
portanto… que é isso que importa responder já, não é, e levantar… a… Manda-se…
Prepara-se isto e acho que se deve fazer como da última vez que foi ao cuidado do
engenheiro Vítor, do engenheiro Vítor Batista, com conhecimento.. aliás, até foi ao
cuidado de outra pessoa com conhecimento dele e responderam rápido, são os
responsáveis directos no processo. Agora se entender que também se deve dar
conhecimento directo ao Presidente, tudo bem! Mas veja como é que… Pense nisso e
diga-me, está bem? Que eu entretanto…
356
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO PENEDOS – A…
NAMÉRCIO – Estou? Estou?
357
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos liga, logo de seguida, (18h05) para o pai, José Penedos,
e diz-lhe que sugeriu ao cliente, empresa O2, que seguisse as “vias normais”
(as palavras são de Paulo Penedos…) e que quando tivesse acesso às
minutas técnicas lhe dava conhecimento. Mas que se trata de um
incumprimento contratual, desconhecendo se foi da iniciativa da REN ou do
empreiteiro. José Penedos pede ao filho para não o meter nisto, ao que Paulo
Penedos diz que vai ser pelas «vias normais». – cfr Produto 2994 Alvo
39263M, que abaixo se transcreve, na integra, para melhor se alcançarem os
exactos fundamentos do juízo de prognose a final efectuado pelo JIC/TCIC.
358
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO PENEDOS – Não. É pelas vias normais da empresa, foi isso que eu
disse.
JOSÉ PENEDOS – É… os gajos estão-te a usar para uma coisa que não deviam
usar!
PAULO PENEDOS – Não pá. Têm que dar conhecimento ao advogado dele, de
violações contratuais que é o caso, ou alegadamente. Por isso tem que ser, não é?
JOSÉ PENEDOS – É… muito bem…
PAULO PENEDOS – Ai Jesus…
JOSÉ PENEDOS – Vá, até logo…
PAULO PENEDOS – E de resto, tudo a andar?
JOSÉ PENEDOS – Tudo a andar o quê?
PAULO PENEDOS – Reacções da malta!
JOSÉ PENEDOS – São reacções muito preocupadas…
PAULO PENEDOS – Ninguém estava a contar com uma coisa destas.
JOSÉ PENEDOS – Exactamente, exactamente. É, a surpresa é geral.
PAULO PENEDOS – Pois…
JOSÉ PENEDOS – E tu tens hoje alguma percepção do que se está a passar lá
na Comissão de Inquérito?
PAULO PENEDOS – Com o Constâncio?
JOSÉ PENEDOS – Sim.
PAULO PENEDOS – Não. Mas aquilo… oh pá, vamos lá ver uma coisa… aquilo
de dizerem que o Constâncio tem informação assim, assado, frito ou cozido, o
Constâncio é uma pessoa séria…
JOSÉ PENEDOS – Pois…
PAULO PENEDOS – …e antes de ir o Constâncio, acho eu, ainda tinha que ir o
administrador com pelouro da supervisão.
JOSÉ PENEDOS – Pois…
PAULO PENEDOS – E por isso a haver algum… a… menor cuidado com a
supervisão prudencial, o que eu não acredito, a… eh pá… porque é a mesma coisa
que… é a mesma coisa que as pessoas acusarem a polícia por certo tipo de burlas e
coisas que são feitas, quer dizer…
JOSÉ PENEDOS – Não, claro…
PAULO PENEDOS – … quer dizer, não podemos inverter aqui os papéis. A
supervisão tem os seus mecanismos de despistagem e de verificação…
JOSÉ PENEDOS – Sim, sim…
359
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO PENEDOS – …a… por amostragem e por aí fora. Claro que quando
entramos no domínio de burlas qualificadas dessa dimensão não há…
JOSÉ PENEDOS – Tu estás sozinho em Lisboa, ou não?
PAULO PENEDOS – Não, eu já estive e agora já estou em Coimbra e vou
presidir, daqui a bocado, á Comissão Política Concelhia.
JOSÉ PENEDOS – Presidir?
PAULO PENEDOS – Sim. Eu é que presido à mesa!
JOSÉ PENEDOS – Ai é?
PAULO PENEDOS – É.
JOSÉ PENEDOS – Ai… não sabia.
PAULO PENEDOS – É…
JOSÉ PENEDOS – Então olha, felicidades.
PAULO PENEDOS – Que bem preciso, que dá-me ideia que…
JOSÉ PENEDOS – Exactamente.
PAULO PENEDOS – … dá-me ideia que o Henrique já está a patinar outra vez…
JOSÉ PENEDOS – Pronto, está bem.
PAULO PENEDOS – … isto é uma malta muito medrosa e…
JOSÉ PENEDOS – Exactamente.
PAULO PENEDOS – …e os resultados de ontem não ajudam a actos de
coragem.
JOSÉ PENEDOS – Não ajudam não. Beijinhos, até logo, até logo.
360
S. R.
TRIBUNALPRODUTO
CENTRAL DE INSTRUÇÃO CRIMINAL
Nº: 11643
DATA/HORA: 08/06/2009 16:52:30
INTERVENIENTES:
NUIPC: 362/08.1JAAVR
• DE – Manuel Godinho
• PARA – NAMÉRCIO CUNHA - 938 959 707
361
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO CUNHA – É pá, em principio de lá vai sair um bocado. Vai sair um bocado
de material, né. Eles vão lá desmantelar aquilo, ehhh...Mas eu, eu vou agora, eu vou
à CESPA.
MANUEL GODINHO – Já mandas-te os preços...os preços da...do...da...do que tratas-
te hoje...da (imperceptível).
NAMÉRCIO CUNHA – Tá afixado. Já tive com um...uma das pessoas envolvidas,
também para saber o que é que tenho que fazer e agora vou estar lá com os outros
que é para estar tudo alinhado. E a nossa...eu, a nossa já deixo lá amanhã.
MANUEL GODINHO – Já deixas amanhã, como? A proposta já devia lá estar hoje, pá.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá...
MANUEL GODINHO – A proposta já deveria lá estar hoje, pá. Tu tens...tens que me
ver uma pessoa. É pá, tou a ver que isso tem que passar outra vez para as mãos do
(imperceptível). É que vocês demoram muito tempo a fazer qualquer coisa. É pá, eu
discordo com isso.
NAMÉRCIO CUNHA – Óó.
MANUEL GODINHO – Isso já deveria...não é ó Namércio.
NAMÉRCIO CUNHA – A questão é que...
MANUEL GODINHO – Isso...
NAMÉRCIO CUNHA – ...a questão é...desculpe lá, ó senhor Godinho. A questão não
está na produção. O papel está feito, isso é o mais fácil.
MANUEL GODINHO – Óóó, foda-se.
NAMÉRCIO CUNHA – Isso é o mais fácil, está feito.
MANUEL GODINHO – Ó, foda-se. Ai, c’um caralho...eu tou fodido com estes gajos.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá, tá resolvido.
MANUEL GODINHO – Pá, essa merda, pá. Vocês têm que dar a volta, vocês levam à
falência essa merda de um momento p’ró outro. Se eu tiver de fechar os olhos, vocês
fodem essa merda toda em cinco tempos. Vocês não podem andar a fazer esse tipo
de coisas, pá. É só problemas, eu vejo as coisas a fugirem, a fugirem todos os dias,
todos os dias são casos.
NAMÉRCIO CUNHA – Humm.
MANUEL GODINHO – Percebe?
NAMÉRCIO CUNHA – Sim. Esse processo tá fechado. Só falta...só quero ir falar ...ao
Porto, que é para estar tudo em sintonia. Que é para as coisas correrem bem.
MANUEL GODINHO – Quando é que a proposta lá entra?
NAMÉRCIO CUNHA – Amanhã tá lá.
MANUEL GODINHO – Pronto...
NAMÉRCIO CUNHA – Entra em mão...
362
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – ... amanhã quero fazer o ponto da situação e quero saber
como é que está a proposta. Ok?
NAMÉRCIO CUNHA – Tá bem. Amanhã tá entregue. Tá.
MANUEL GODINHO – Tá, tá, tá, tá.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá, até já.
363
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos diz ao pai que a Juliana vai levar uma carta relacionada
com o assunto de ontem, ou seja, a situação de incumprimento contratual de
Setúbal. (produto 3147 de alvo 39263M) facto que é transmitido a Manuel
Godinho, tendo Paulo Penedos acrescentado que foi entregue em mão e que
6ª feira (12/06/2009) já terão notícias. (produto 11805 do alvo 1T167PM e 3153
do alvo 39263M, que abaixo se transcrevem, na integra, para melhor se
alcançarem os exactos fundamentos do juízo de prognose a final efectuado
pelo JIC/TCIC).
364
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JULIANA
– Tou?
PAULO PENEDOS – Então?
JULIANA – Já está aqui o teu pai. Apanhei…
PAULO PENEDOS – Já lhe entregaste?
JULIANA – Já! Já lhe entreguei. Achas que ia ficar com o papel?
PAULO PENEDOS – Pronto, então passa lá a ele?
JOSÉ PENEDOS – Sim?
PAULO PENEDOS – Pronto Zéquinha, já aí tens isso.
365
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Pelas 20h00, Paulo Penedos liga ao pai (produto 3244 alvo 39263M, que
abaixo se transcreve, na integra, para melhor se alcançarem os exactos
fundamentos do juízo de prognose a final efectuado pelo JIC/TCIC) e percebe-
se que este recolheu informação sobre o assunto, pois afirma que “tem um
primeira reacção – recebeu logo um feedback – e tem a haver com uma
alteração da legislação dos resíduos de construção civil - resulta da entrada em
vigor do DL 46/2008 de 12 de Março, nomeadamente por força do art. 10º
“Plano de prevenção e gestão de RCD” em obras públicas - e portanto essa
resposta vai ser dada oficialmente e por escrito e pelos vistos existem
condições legais para isso ser aplicado”.
366
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
367
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
368
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NUIPC: 362/08.1JAAVR
369
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO PENEDOS – Está bem. Olha, então só mais uma notinha. Então tu
sexta à noite vais para as marchas mas depois Sábado estão lá… estão lá em casa.
JOSÉ PENEDOS – Estamos cá em casa. Sábado é feriado, é dia de Santo
António em Lisboa!
PAULO PENEDOS – Então vá. Então não se comprometam para almoçar no
Sábado.
JOSÉ PENEDOS – Vá, beijinhos.
PAULO PENEDOS – Beijinhos.
370
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Pelas 20h45, (produto 3507 do alvo 39263M, supra transcrita) tal como
tinha prometido, Paulo Penedos liga a Manuel Godinho e transmite-lhe que em
relação ao concurso à renovação, o seguinte:
“A pessoa não estava mas parece que se ainda não tiverem feito o
trabalho terá de ser prorrogado mais uma vez, porque ele (José Penedos) acha
muito estranho porque no último despacho dele tinha dado orientações para
que as coisas fossem feitas a tempo e acha muito estranho que estando a dia
15 não tenha saído a consulta por isso ele diz que, se calhar ainda vai ter que
ser prorrogado mais uma vez.”
371
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
372
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Penedos diz-lhe que se isso resulta de uma alteração legal, têm
que se acomodar. Namércio Cunha não concorda e diz-lhe que isso é uma
373
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
questão de opção da empresa, porque o que houve foi uma alteração legal na
classificação dos resíduos.
“Zé Ribeiro” diz ainda que está acompanhado por Laurentino, que é do
Porto e é a pessoa que vai fazer a fiscalização. “Zé ribeiro” diz a Manuel
Godinho que interessa por pouca carga nos camiões e que “ele fez um reparo,
mas que está tudo bem”.
Manuel Godinho pergunta então “se já falou com ele”, ou que este lhe
responde “que o mandou sair em Santa Maria da Feira para lhe dar um pão-de-
ló e uma ou duas garrafitas para ele levar”.
374
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
375
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho diz a Namércio Cunha para lhe dizer que “a nossa
actuação (O2) deixa de ser(…) reduz-se a 10%!
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
376
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
377
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO CUNHA – Aí, isso é… E atenção como o outro, o outro com a REN
isso vai pelo mesmo caminho.
MANUEL GODINHO – Pois vai…(pausa) pois vai…
NAMÉRCIO CUNHA – Digamos, os empreiteiros, em principio, são os mesmos.
MANUEL GODINHO – Pois… pois é… pois é…
NAMÉRCIO CUNHA – Ó pá, vamos ter que nos adaptar…
MANUEL GODINHO – É uma chatice… então, a REN vai pelo mesmo caminho e
é só nos resíduos de betão…
NAMÉRCIO CUNHA – Sim.
MANUEL GODINHO – Né?
NAMÉRCIO CUNHA – Sim, sim , só nos resíduos de betão. Aí é só nos de
betão.
MANUEL GODINHO – É só nos de betão. Mas o Paulo o que é que quer falar
contigo…
NAMÉRCIO CUNHA – diga?
MANUEL GODINHO – O Paulo, o que é que quer falar contigo?
NAMÉRCIO CUNHA – É sobre isso.
MANUEL GODINHO – Sobre isso, é?
NAMÉRCIO CUNHA – Eh, é sobre isto, é sobre isto. Eu vou-lhe deixar aqui
alguns elementos… eeeh… e pronto é. Vou contextualizá-lo, não é? Que é para
ele estar por dentro. Que é para não deixar…
MANUEL GODINHO – E mesmo dizes que a situação na REN deixa de ter…
NAMÉRCIO CUNHA – Perfeitamente
MANUEL GODINHO – Percebe?
NAMÉRCIO CUNHA – (imperceptível) reduz a dez por cento.
MANUEL GODINHO – Exacto.
NAMÉRCIO CUNHA – Reduz a dez por cento.
MANUEL GODINHO – A EDP nunca mais mandaram pedido nenhuns, pois
não?
NAMÉRCIO CUNHA – Não, mas até é natural. Mas isso vou… vou almoçar
com… eu vou almoçar com o Sr. Fernando. Mas isso é natural, mas isso depois
na reunião eles disseram que até… tinha a ver até… eles vão procurar fazer
alguma limpeza ainda antes de entrarem em vigor o novo contrato. Portanto,
vamos ver se isto mexe… pelo menos até ao final do ano. Temos que procurar
varrer tudo.
MANUEL GODINHO – Pois.
378
S. R.
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379
S. R.
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Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
380
S. R.
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381
S. R.
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382
S. R.
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383
S. R.
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384
S. R.
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385
S. R.
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NAMÉRCIO CUNHA – Pronto. Olhe, não quer, não quer. Está o assunto
resolvido.
MANUEL GODINHO – Ok.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá.
MANUEL GODINHO – Pronto. É fazer…é fazer isso dentro daquilo que eu
estou a dizer, ok?
NAMÉRCIO CUNHA – Tá. Até já.
MANUEL GODINHO – Tá. Até já.
(*) Imperceptível
“Em termos gerais apenas refiro que nos estamos a justificar-nos em excesso.
386
S. R.
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No mundo empresarial, cada empresário assume os riscos que quiser. A REN não pode
ficar refém das expectativas que eles próprios criam, justificadamente ou não. Em
muitos outros sectores os nossos fornecedores investem em meios (e muitas vezes para
uma actividade exclusiva) e pelo facto de não terem encomendas não lhes é permitido
invocar que tem os seus meios ociosos. O risco foi deles.
387
S. R.
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388
S. R.
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Não pode o JIC corroborar a imagem que lhe quiseram elucidar de que
Paulo Penedos é um efabulador, um megalómano e que invoca gratuitamente
o pai. Como eu compreendo agora o que me quis laconicamente referir.
Com efeito, Paulo Penedos após conversar com o seu pai, garante que
uma eventual proposta de desmantelamento de estruturas metálicas e de
betão, caso seja apresentada, será aprovada e que tem apenas de fazer uma
carta dirigida à REN, a mencionar a visita que a empresa fez às instalações.
389
S. R.
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390
S. R.
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391
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392
S. R.
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Foi salientado que nas visitas à ex-CTO não foi possível aceder a todos
os locais da Central, urna vez que algumas salas se encontram encerradas, o
que permitiria determinar com exactidão os tipos e quantidades de resíduos e
que a identificação das medidas de minimização do risco ambiental foi
efectuada numa perspectiva de garantir uma primeira intervenção em caso de
derrame localizado e controlável. A minimização significativa do risco só seria
393
S. R.
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conseguida com a limpeza dos principais órgãos que ainda tinham fuelóleo e
gasóleo, corno é o caso dos depósitos e das tubagens da zona das caleiras.
394
S. R.
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395
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Ainda nesse dia, pelas 15h15, Namércio Cunha liga para Manuel
Godinho – produto 1433 do alvo 38250PM – sugerindo a elaboração de um
proposta da REN para que fosse feita uma exposição por parte da O2, “em
parceria com a REN na qualidade de prestadores de serviços na área do
ambiente”, alertando para pretensos problemas ambientais e de segurança. A
O2 propor-se-ia realizar um estudo técnico-ambiental actualizado e mais
profundo. Neste contexto, Namércio Cunha propõe contactar Paulo Penedos
para saber quem seria a pessoa indicada a quem entregar a proposta. Manuel
Godinho é peremptório dizendo-lhe “para fazer chegar ao Zé Penedos,
particularmente”, tendo inclusivamente dito “que marcaria um café com ele para
lhe entregar a proposta”.
396
S. R.
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397
S. R.
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398
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399
S. R.
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400
S. R.
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Também não restam dúvidas que esta informação foi transmitida pelo
arguido Victor Baptista ao arguido Paulo Penedos, através do seu pai, que logo
401
S. R.
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402
S. R.
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Nessa reunião o Eng.º. Moreira da Silva alertou que, perante o que viu
(v.g. salas fechadas) os trabalhos iriam durar mais tempo do que o previsto.
403
S. R.
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Nesse sentido, foi decidido que ficaria sem efeito a adjudicação anterior
e que seriam contactadas as empresas qualificadas pela REN e com as quais,
esta teria contrato de recolha de resíduos. Para tal, o Eng. Andrade Lopes
pede celeridade à divisão de sustentabilidade e sistemas de gestão (Eng.
Vicente Martins) na conclusão da actualização do estudo, recebendo a
indicação do Dr. Domingos Correia que estaria finalizado na semana entre 20 e
24 de Abril, o que permitiu ao Eng. Andrade Lopes marcar as visitas das
empresa O2, CESPA e AUTO-VILA à ex-CTO para 29 de Abril e 30 de Abril, tal
como veio a acorrer. (fls. 90 frente e verso e fls 91 do apenso AE9)
Em conversa com Namércio Cunha, este diz-lhe que não recebeu e que
deverá ser um e-mail interno. (produto 6772 do alvo 1T167PM)
404
S. R.
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para visitar o local e que mais tarde lhe seriam enviadas quantidades. (produto
4083 do alvo 38250PM)
405
S. R.
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Manuel Godinho é claro: a AUTO-VILA é que não lhe agrada muito, pelo
que é de presumir de que haveria concertação de preços, pelo menos, com a
empresa CESPA.
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S. R.
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Namércio Cunha encontra-se com Paulo Penedos junto à PT, sendo que
na reunião foram debatidos os termos da carta. (produto 5083 do alvo
38250PM). Manuel Godinho insiste com Namércio Cunha de que o que falou
com Paulo Penedos na reunião foi que a “O2 se propunha a fazer a demolição
e faziam a triagem do material e que eram entregues ao abrigo do contrato, o
betão, as cinzas, o ferro(…)”. não tendo feito qualquer referência à valorização
das cinzas.
Por sua vez, no produto 8446 do alvo 1T167PM, Paulo Penedos diz
claramente a Manuel Godinho que “é preciso fazer uma cartinha a oferecer a
limpeza e a descontaminação de tudo e depois dizer que os custos são ao
abrigo dos contratos” e que “já explicou a Namércio Cunha a quem deve
entregue a carta”, referindo que ”a pessoa vai sair para o estrangeiro”.
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S. R.
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S. R.
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411
S. R.
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Dados do Produto
Alvo 38250PM
412
S. R.
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PAULO PENEDOS – Pronto. E pá, só dei ali um toquezinho em três sítios, mas
penso que… pronto… está diferente…
NAMÉRCIO CUNHA – Sim.
PAULO PENEDOS – Eee… é para não cairmos na questão da… de parecer que
estamos a recriminar, que os outros não fizeram o trabalho…
NAMÉRCIO CUNHA – claro…
PAULO PENEDOS – Pronto…
NAMÉRCIO CUNHA – Tá bem, tá bem…
PAULO PENEDOS – Por mim, pode seguir.
NAMÉRCIO CUNHA – Tá bem.
PAULO PENEDOS – Ok.
NAMÉRCIO CUNHA – Ok.
PAULO PENEDOS – Tá, um abraço
NAMÉRCIO CUNHA – Um abraço, obrigado.
Porém, Namércio Cunha responde que tal afirmação foi uma “sugestão”
(de Paulo Penedos) e lembra que a empresa O2 está a assumir um custo
significativo pois esteve a ver no caso de Alto Mira e só para o
desmantelamento do betão foi cobrado €20/ton.
413
S. R.
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Ainda nesse dia, o Eng. Andrade Lopes, regista nos seus apontamentos
uma chamada da Eng.ª. Margarida Marques da O2, sobre o assunto das
cinzas. (fls. 133 do apenso AE 9)
Dois dias mais, tarde (9-5-2009), Paulo Penedos liga a Namércio Cunha
para esclarecer se na proposta que fizeram, “as cinzas estavam incluídas” ao
que Namércio Cunha diz que não porque “tem custos associados”, pelo que
tem de ser “um processo à parte”, mas que ”estão interessados” .
414
S. R.
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MANUEL GODINHO – Eh… é pá, diz-lhe que eu ando aqui com um senhor e
para… ou passa, passa…
***
PAULO PENEDOS – Olhe, é só para lhe dizer que aquela cartinha que o Dr.
Namércio lhe fez já foi vista ontem e será respondida positivamente.
415
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO PENEDOS – Está bem. Então se depois quiser comer um bife ou…
MANUEL GODINHO – Está bem.
416
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Está bem, está ok, está bem ok, ok.
417
S. R.
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Ainda nesse dia Eng. Andrade Lopes recebeu mails da CESPA e AUTO-
VILA a pedir novas visitas que ficaram marcadas para dia 18 de Maio. Do que
percebeu, a AUTO-VILA e parafraseando o Eng. Andrade Lopes, “torceu o
nariz!” (fls. 138 e 139 do apenso AE9)
418
S. R.
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419
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Dados do Produto
Alvo 38250PM
Destinatário 351938959707
420
S. R.
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421
S. R.
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422
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Nesta medida, podemos considerar, pelo que ficou exposto que o Eng.
Victor Baptista, astutamente, não aceitou a proposta tal qual como foi
apresentada pela O2, pois seria delicado justificar esta decisão perante o
conhecimento que os intervenientes da Divisão de Gestão de Mercados tinham
423
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Aliás, no dia 27 de Maio, Eng. Andrade Lopes, anota que conversou com
o administrador Victor Baptista para esclarecer a dúvida do encaminhamento
de 21/5/2009 sobre a possibilidade de separar as actividades.
424
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Por outro lado, Paulo Penedos informa-o que são 3 fases: “ que a que
está, vai acelerar e por isso é preciso responder rapidamente e que depois o
resto é logo a seguir. (…) eles agora estão a estudar a forma de abordar o
425
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
resto e foi por isso é que foi lá um administrador (Victor Baptista) ver e agora
segue uma carta para o resto.”
426
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
conversa, a determinado momento, Namércio Cunha diz que “vai dar um salto
à CESPA, já falou com uma das pessoas envolvidas e agora vou estar com os
outros para estar tudo alinhado”
Não há pois, ao ver do JIC signatário nenhum vestígio de que, por esta
altura temporal da sua vida, Paulo Penedos não tenha já “assentado jogo”
como o Dr. Jorge Sampaio exortava a seu pai o seu correligionário de tantas
lutas cívicas Eng. José Penedos.
427
S. R.
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428
S. R.
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429
S. R.
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No dia 7 de Julho de 2009, a Eng. Maria José Clara liga para o Eng.º
Andrade Lopes para esclarecimentos ao administrador Victor Baptista porque
“não perceberam os resíduos não abrangidos pelo contrato” que foi
mencionado por si no encaminhamento que fez associado à IF – fls. 6 do
apenso AE 11.
430
S. R.
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de betão propostos pela empresa O2) ser sujeita a análise mais detalhada até
final de Julho – fls. 268 do apenso AE 3, remetendo de imediato a sua decisão
para homologação pelo CA que foi obtida, na reunião que se realizou nesse
mesmo dia. (fls. 268 verso e fls. 270 do apenso AE 3).
Cerca das 10h56, Andrade Lopes liga a Namércio Cunha dizendo que a
proposta da empresa O2 fora a escolhida (produto 10798 do alvo 38250M) que
logo se encarregou de transmitir a Manuel Godinho, anunciando uma reunião
para dia 10 (sexta-feira) para programação dos trabalhos (produto 14245 do
alvo 1T167PM), cuja início se previa que fosse no dia 20, após uma reunião de
coordenação entre as várias empresas - fls. 8 do apenso AE 11.
Pelas 15h30 do dia 8, provavelmente após ter almoçado com o seu pai e
desconhecendo que o Eng.º. Andrade Lopes já tinha ligado a Namércio Cunha
a comunicar a adjudicação, Paulo Penedos liga para a SCI e deixa recado com
Bruno para avisar Manuel Godinho de que a comunicação que estava a espera
está para sair. (produto 14486 do alvo 1T167PM)
431
S. R.
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432
S. R.
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Aliás Namércio diz que Paulo Penedos nunca advogou pelas empresas
em qualquer litigio.
433
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O enfado que denota quando contactado por Paulo Penedos e que o JIC
escrutinou em audições dos produtos mencionados a que pacientemente como
é seu dever procedeu e a relutância que patenteia em recebê-lo ou não fossem
estas as ocasiões em que aquele lhe solicitava a entrega de avultadas quantias
monetárias, apenas eram ultrapassados pela circunstância de, nas suas
próprias palavras, “precisar de Paulo Penedos”.
434
S. R.
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435
S. R.
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436
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Senão vejamos:
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Paulo Penedos transmitiu a Manuel Godinho ter falado com o seu Pai e
que este lhe havia assegurado a adjudicação à O2 dos trabalhos a serem aí
realizados - nos produtos 5110, 6140 e 10328 do Alvo 1T167PM e, bem assim,
nos produtos 383 do Alvo 39263M.
Acrescente -se que tal decisão apenas viria a ser, formalmente, tomada
cerca de três meses depois, a 08 de Julho de 2009.
442
S. R.
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S. R.
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445
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446
S. R.
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S. R.
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Por “diminuta” deve entender-se a vantagem que tem o valor não excedente a uma
unidade de conta no momento do facto, uma vez que este é o critério geral sobre o
valor patrimonial das coisas na lei penal Portuguesa.”
448
S. R.
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Senão vejamos:
449
S. R.
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450
S. R.
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***
451
S. R.
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452
S. R.
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453
S. R.
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redacção do art. 372º do CP, ao referir a atenuação especial, não se destinava a outra
situação que não fosse a do repúdio da vantagem depois de aceite e recusa do
funcionário a conceder benesses, ou seja, à atenuação era apenas devida quando
houvesse demonstração de que o agente tinha, como se diz popularmente, “caído em
si”, ou seja, demonstrasse arrependimento activo pelo acto praticado, o que não é
demonstradamente o caso de nenhum dos arguidos dos presentes autos.
Outra confusão, por errónea interpretação da anterior redacção do artigo 372º
do CP, é a decorrente do que se entende ser a necessidade de demonstração de que a
vantagem concedida ao corruptor activo fosse efectivamente praticada. Contra tal
entendimento se insurgiu também o legislador na referida exposição de motivos,
explicitando que tal entendimento erróneo e nunca pretendido pelo legislador levou à
eliminação do nº 2 da anterior redacção, que pretendia unicamente contemplar
situações de arrependimento activo.
Por outro lado, é irrelevante para o caso dos autos que a corrupção fosse
antecedente ou consequente. A corrupção antecedente é aquela em que a promessa ou
dádiva tem lugar antes da conduta do funcionário, como demonstradamente sucedeu no
caso dos autos, sempre que os arguidos apareciam nas empresas a solicitar vantagens
para não exercer a devida fiscalização aos veículos dos corruptores activos. A
corrupção subsequente é aquela em que a promessa ou dádiva é posterior à conduta do
funcionário, o que seria o caso dos arguidos comparecerem nas empresas a solicitar
prémio por não terem exercido a competente fiscalização, como ficou também exposto
na fundamentação da matéria de facto.»(…)
454
S. R.
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Ainda hoje o JIC recorda que os princípios éticos e morais por vezes não
obtêm circulação concêntrica com as regras do direito positivado.
Daí que, sendo o JIC prolator de origem humilde [com isso não cultor de
justiça de classe] lhe seja indiferente que outros cidadãos recebam presentes,
por razões de cortesia e adequação social.
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S. R.
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Está o JIC prolator seguro de que a sua decisão instrutória não é, hélas!
a última palavra em relação a nenhum dos actos sindicados neste juízo de
prognose.
É apenas com base nesse juízo e não por remissão que entende o JIC
remeter os arguidos ao tribunal de julgamento.
***
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S. R.
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457
S. R.
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Esclareceu que uma vez o Dr. Namércio disse para terem cuidado
porque a GNR estaria lá fora com as balanças.
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Sabe que o Laranjeira foi a uma reunião, lá na gerência, mas não sabe
para quê.
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Oleg Kuzmun
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É montador de andaimes.
Havia duas peças a primeira era para eles REN e levaram-na para a
sucata, a segunda ficou então para a REN.
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S. R.
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É instalador de gás.
As peças eram separadas e iam para um armazém mas já não era ele
que as acondicionava.
462
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Assim, quanto aos factos que são imputados ao arguido Pedro Miguel
Silva Laranjeira, estribando-nos nos elementos probatórios acima referidos,
entende-se que existem indícios suficientes para pronunciar este arguido por
todos os factos que lhe são imputados.
463
S. R.
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****
464
S. R.
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S. R.
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S. R.
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NAMÉRCIO CUNHA – É
VOZ MASCULINA – …o que for.
NAMÉRCIO CUNHA – Isso tem…isso…isso vai ser de certeza.
VOZ MASCULINA – Bem (*)
NAMÉRCIO CUNHA – Porta-te bem
VOZ MASCULINA – Ciao.
NAMÉRCIO CUNHA – Ciao, ciao.
VOZ MASCULINA – Adeus
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S. R.
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pronto.); (De seguida retoma conversa com Namércio Cunha) Estava aqui
a….aguenta aí um bocadinho…estou só aqui a…de resto já tudo feitinho.
Ficou-te de enviar um e-mail…digitalizar aqui a factura…
NAMÉRCIO CUNHA – Hum, hum
VOZ MASCULINA – Espera um bocadinho…já agora. Ouve lá,
disseram que tu…Tu não…
NAMÉRCIO CUNHA – Sim
VOZ MASCULINA – A O2 está cheia de dívidas e pagamentos
em atraso aqui, pá.
NAMÉRCIO CUNHA – Aí?
VOZ MASCULINA – (*)
NAMÉRCIO CUNHA – (*)Tou clean. Limpinho.
VOZ MASCULINA – Olha que não estás. Sabes que eu liguei à
financeira não sei quê – Olhe isto adjudicado à O2 não pode ser que eles
estão cheios de dívidas e não pagam e não sei quê.
NAMÉRCIO CUNHA – (*) da CP.
VOZ MASCULINA – Épá, não estou a brincar….
NAMÉRCIO CUNHA – Não pagam também há mais tempo.
Não…então…então eu fui aí limpar tudo. E não era nada de especial.
O…fui aí pagar na…no…antes disso, não é, que é para não haver
motivos, fui aí pagar trinta mil euros. Que raio de dívida é que tem?
VOZ MASCULINA – Então vamos lá ver…
NAMÉRCIO CUNHA – A sério tiveram-te com esses
comentários?
VOZ MASCULINA – A sério. A sério.
NAMÉRCIO CUNHA – Fogo. Isso… isso quem está a dizer isso
sinceramente não está actualizado. Mas depois levantaram algum
problema ou quê?
474
S. R.
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VOZ MASCULINA – Não, não. Épá mas disseram - épá isto não
pode ser um gajo…hás-de-ficar não sei quê, pessoas que têm…que têm
aqui dívidas e atrasos e não sei quê
NAMÉRCIO CUNHA – Não tem. Eles deviam ter consultado.
Não tinha, estava zero.
VOZ MASCULINA – (pausa) Em anexo..
NAMÉRCIO CUNHA – Deve ser algum benfiquista ou o caralho
que está para aí.
VOZ MASCULINA – Conhecimento do concurso…eu vou-te fazer
um e-mail é mais fácil.
NAMÉRCIO CUNHA – Sim.
VOZ MASCULINA – Conhecimento do concurso de
desmantelamento, de remoção e transporte de resíduos resultantes das
trinta carruagens estacionadas na estação do Pinheiro informamos que foi
adjudicado a vossa excelência o referido concurso. (*) e de acordo com o
ponto sete do concurso deverão proceder ao pagamento integral do
levantamento dos materiais da factura número xpto em anexo no valor de
cento e dez mil quinhentos e cinquenta euros.
Ora, perante tais evidências, não nos convence a versão dos factos
apresentada pelo arguido Ricardo Anjos no seu Rai, antes se entendendo que
475
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
*****
476
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
477
S. R.
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Quanto ao tema da lista dos presentes, disse que foi por si elaborada
em 2002, quando entrou, para ajudar no procedimento de entrega de
lembranças de Natal.
Lançou as listas organizadas e, através dessa lista, poupava tempo e
dinheiro e facilitava as compras. Nesta lista punha-se valores para se perceber
o gasto.
No primeiro ano os nomes foram fornecidos pelo Paulo Godinho, o
João ainda estava a entrar nos assuntos.
A decisão final era de Manuel Godinho que avaliava o tipo de prendas
e se queria, ainda, incluir ou excluir alguém.
478
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A validação final teria que ser feita por ele ou pelo João Godinho.
479
S. R.
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480
S. R.
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481
S. R.
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Quanto ao património que possui, disse ter a ajuda dos pais e viver do
seu ordenado.
Enfatizou, “Até disse ao Dr. Belchior que não aceita que o seu
património esteja arrestado” (sic.).
No caso do contrato com a CP, mencionado na acusação, assumiu as
suas responsabilidades.
Tirou uma vantagem para a O2
Desmantelar 30 carruagens – foi a Dra. Dália Marques que lhe deu
conhecimento da existência da possibilidade de consulta deste assunto.
482
S. R.
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483
S. R.
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484
S. R.
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485
S. R.
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O nome do Eng. Jorge Martins foi sugerido pelo próprio arguido, por
ter tido contactos com ele e foi aceite .
Não tem a ver com a posição hierárquica de destinatários [os que
estão mais abaixo têm mais importância para as relações comerciais com a
empresa, dizia por vezes Hugo Godinho]
Caso Setúbal
Reclamação foi apresentada pela CESPA, a O2 era subcontratada, por
minuta que veio da O2 e pensa que foi feita por Paulo Penedos.
A REN não respondeu.
A instancias de MP
Lista de prendas já vinha de antes.
486
S. R.
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487
S. R.
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488
S. R.
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489
S. R.
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Refere, também, que esse objectivo da prática de crimes “pode ter logo
presidido à fundação ou criação da organização ou ter somente surgido mais
tarde, como “desvio da finalidade” de uma associação legalmente constituída.
Figueiredo Dias, in Col. Jur., Ano X, tomo 4 explica, ainda “Não se exige
pois – nem tal seria possível, que a associação apareça dotada de
personalidade jurídica, nem sequer que releve juridicamente em termos, v.g, de
figurar como referência de um património autónomo.
490
S. R.
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491
S. R.
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492
S. R.
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493
S. R.
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494
S. R.
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495
S. R.
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Tudo isto tem de ter um carácter estável. E aqui está indiciado que o
tinha (pelo menos teve-o durante anos).
496
S. R.
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497
S. R.
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498
S. R.
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da actividade criminosa (ac. STJ de 13 de Maio de 1992; CJ, XVII, tomo 3, 15).”
(fim cit)
499
S. R.
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Namércio cunha, com muito ênfase diz que nunca participou nem sabe
de associação criminosa nenhuma.
500
S. R.
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501
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
81º,1082º,1084º,1086º,1091º,1092º,1093º,1095º,1100º,1101º,1102º,1103º,110
4º,1109º,1112º,1114º,1116º,1121º,1122º,1123º,1125º,1128º,1130º,1147º,1151º
,1153º,1155º,1156º,1167º,1168º,1173º,1174º,1175º,1199º,1208º,1217º,1224º,1
225º,1227º,1246º,1248º,1249º,1250º,1252º,1314º,1380º,1381º,1402º,1403º,14
08º,1409º,1413º,1414º,1440º,1442º,1443º,1445º,1475º,1524º,1525º,1535º,159
2º,1596º,1597º,1601º,1602º,1606º,1607º,1611º,1612º,1616º,1622º,1623º,1624º
,1626º,1707º,1708º,1711º,1723º,1724º,1727º,1728º,1732º,1735º,1736º,1737º)
Tudo isto inculca fortes indícios de que o Dr. Namércio tinha perfeita
noção do que se passava.
António Gomes
Confirmou o teor das declarações já prestadas.
É Director Financeiro da O2 há dez anos e Licenciado em
Administração e Gestão de Empresas.
Conhece o Dr. Namércio, porque já lá trabalhava quando este foi para
lá.
O Namércio estava em Ovar e ele em Aveiro.
Mas como era director comercial admite que o Namércio andasse por
fora a contactar clientes.
Admite também receber dinheiro de mão por despesas –
estacionamento, almoços, combustíveis (tinha o cartão frota) e carro da
empresa.
502
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
503
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Durante a sua inquirição, foi confrontada com doc. 3 a fls. 6 a 24, hoje
junto pela defesa.
Esclarece que depois do Namércio ter entrado e antes de sair da
empresa, foram feitas conferências por si ou pela Maribel, não sendo ela que
processava os dados, aquilo depois ia para a contabilidade e não sabe o
tratamento que lá era dado.
Foi ainda confrontada com Doc. 4 também junto pela defesa, o qual
admitiu ser a sua letra.
504
S. R.
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505
S. R.
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506
S. R.
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507
S. R.
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508
S. R.
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509
S. R.
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510
S. R.
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511
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Costa, Paulo Pereira da Costa, Mário Pinho e José Valentim, também pelo
mencionado ilícito, só aí se podendo escrutinar, conclusivamente, o grau e a
forma de participação do ora acusado nos factos delituosos sob apreciação.
512
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
513
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Namércio Cunha – Ainda falta chegar uma, não sei, até pode ser que
não chegue, mas é assim, para já temos que avançar com 110
514
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO CUNHA – Ai é?
NAMÉRCIO CUNHA – Nada pá. A outra era aquilo que me tinhas dito,
não é?
515
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
VOZ MASCULINA – Épá, ele enviou um e-mail para mim e não tenho
aqui o e-mail, raios. Ele diz ok, foi enviado um e-mail para ti e para a Dália…e
não enviou nada.
516
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(*) Imperceptível
517
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
VOZ MASCULINA – Ai é
518
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
VOZ MASCULINA – Ok
NAMÉRCIO CUNHA – É
519
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
520
S. R.
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521
S. R.
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522
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
******
No que toca à sua relação com o arguido Manuel Godinho, através das
escutas telefónicas apercebeu-se que gravitavam à volta do Sr. Godinho.
523
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
524
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Foi dito pelo arguido sobre o constante da acusação ter passado a sua
vida a organizar uma lista para traficar influências, para fazer lobby.
“ Acho isto inqualificável, doentio e espero poder agir em relação a isto,
conforme a lei me permitir”.
Sobre Manuel Godinho sabe que teve uma empresa do tempo da Expo
98, que faliu, onde era accionista maioritário, fez um plano de pagamentos,
honrou no BCP – passar movimento diário para o BCP, de um depósito de
150/200 mil euros, mais contas auditadas e aprovadas para melhorar a relação
com o Banco.
525
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
526
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Foi perguntado ao arguido sobre o caso dos dez mil euros ao que o
arguido respondeu, dizendo que Manuel Godinho saiu do alcance deles
durante uns minutos.
Foi-lhe, ainda, perguntado sobre os documentos que Manuel Godinho
queria trazer-lhe e falar-lhe pessoalmente.
527
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Foi dito pelo arguido ter almoçado várias vezes com Manuel Godinho.
O arguido Armando Vara sempre viu nele uma pessoa simples
trabalhadora e honrada.
Em instâncias do MP
528
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O arguido afirmou que Manuel Godinho não tem nenhuma razão para
falar mal de si.
O facto de Manuel Godinho dizer que Armando Vara estava a dar os
empurrões necessários, o arguido entende que tenha sido o Dr. Lopes Barreira.
A Manuel Godinho procurou ajudá-lo.
No caso da REFER, tinha facturas para pagar.
Manuel Godinho tinha ficado prejudicado nos novos concursos, pois os
concorrentes tinham tomado conta do campo.
529
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Confrontado com o produto 1037, alvo 1T167PM, disse que a sua ideia é
“pôr as pessoas a falar umas com as outras”.
Produto 3669, alvo 1T167PM, do dia 10/03/2009 – Conversa de Manuel
Godinho com Paulo Penedos:
530
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
531
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
532
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Esclarece que era normal referir 1 kilo para se referir a mil contos.
533
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
534
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
535
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
536
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A maior parte dos cheques não foi directamente depositada nas contas
do Eng. João Valente mas sim numa conta conjunta com os seus então sócios
na empresa Unilógica, e alguns mesmo em nome do seu sócio João Manuel
Marques Silva Oliveira, que garante que nunca teve qualquer negócio com as
empresas do Manuel Godinho, conforme adiante será melhor explicitado.
537
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A "02" tinha «(…) um limite mínimo diário de cerca de 248 travessas para
fragmentar» (fls. 972 dos autos de Inquérito 3/08.7TELSB apensos ao
362/08.1JAAVR);
538
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
539
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
540
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
recordando-se, ainda, que segundo o motorista, foram as pessoas da 02 quem lhe deu
ordem para efectuar o carregamento e que não estaria qualquer representante da
REFER a acompanhar a carga» - fls. 980 e 981 dos autos de Inquérito
3/08.7TELSB apensos ao 362/08.1JAAVR).
541
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
542
S. R.
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543
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
-«Hora e/ou data de emissão das guias de remessa posterior à saída das
viaturas»
544
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
INTERVENIENTES:
DE – Engº. João Valente (Refer Entroncamento)
PARA – Manuel Godinho
MANUEL GODINHO – Tou.
Engº João Valente – Tou, tou, bom dia. Está Bom?
MANUEL GODINHO – Bom dia.
Engº João Valente – João Valente.
MANUEL GODINHO – Oh engenheiro, está tudo bem ou quê,
amigo?
545
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
546
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
547
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
548
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Engº João Valente – Pois, eu sei, eu sei, eu sei. Sim, é pá, mas
é assim. Há muita coisa que podia ser feita doutra forma e que enfim, o
Fernando Silva
MANUEL GODINHO – Eh
Engº João Valente – O Fernando Silva também vos boicotava
um bocado, atenção. Por isso é que, por isso é que convinha porem lá
alguém que tivesse outra postura, pá. Por isso é que era importante.
Isto é um ponto, é um ponto chave para vocês também.
MANUEL GODINHO – Isso, o nosso problema, o nosso
problema é ele, tá a ver?
Engº João Valente – Certo. Certo, mas ele!
MANUEL GODINHO – É. Diga.
Engº João Valente – Desde que cá tenha, tenha cá por baixo
quem, quem dê uma, uma imagem diferente, o problema contorna-se.
Agora assim é que, como, como era o Fernando
MANUEL GODINHO – Eu estou, eu não estou, não estou
parado, tá a ver?
Engº João Valente – Tá bem, tá bem, tá bem.
MANUEL GODINHO – Eu não estou parado. É pá, vamos com
calma. Isto também agora está, também está próximo.
Engº João Valente – Pois, pois, pois, pois, pois, pois tá bem.
MANUEL GODINHO – Vamos com calma. Desde que não
mexam mais do que com aquilo que já mexeram
Engº João Valente – Exacto.
MANUEL GODINHO – Tá a ver?
Engº João Valente – Uh! Uh!
MANUEL GODINHO – Pá.
Engº João Valente – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Deixe, aguente-se calmo
Engº João Valente – Pois. Ah, não. Isso tudo bem.
MANUEL GODINHO – Eu depois eu digo-lhe alguma coisa.
Engº João Valente – Tá bem. Tá ok.
MANUEL GODINHO – Ok. Um abraço.
549
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Mas, se nada havia a esconder mal se percebe que a maior parte dos
cheques não tenha sido directamente depositada nas contas do Eng. João
Valente mas sim numa conta conjunta com os seus então sócios na empresa
Unilógica, e alguns mesmo em nome do seu sócio João Manuel Marques Silva
550
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Oliveira, que garante que nunca teve qualquer negócio com as empresas de
Manuel Godinho (Apenso 162 – fls. 112; Apenso 122 – fls. 45 e 49; Volume 2 –
fls. 495; apenso AJ7 – fls. 393 a 410 depoimento de João Manuel Marques
Silva Oliveira e docs. juntos por este).
Tal forma de actuação, indicia que o depósito dos cheques nas contas
indicadas visava dissimular quem era o verdadeiro beneficiário das quantias
depositadas, de forma a não ser estabelecida uma relação directa entre tais
cheques e o arguido João Valente.
551
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
552
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
553
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Pedro Rafael Nunes Ferreira Lopes Pinto, Técnico II, PI n.º 1001866;
inquirido a fls. 297 a 304 do Apenso AJ 6;
Helena Maria Mourão da Eira Neves, Técnico II, PI n.º 9405044;
inquirida a fls. 15 a 24 e 214 a 216 do Apenso AJ 6;
António Normando Maia Ramos. Técnico II, PI n.º 1002500; inquirido a
fls. 185 a 188 do Apenso AJ 6;
Luís Miguel Rodrigues Genebra, Assistente de Gestão, PI
nº.º9600230; inquirido a fls. 10 a 13 do Apenso AJ 7;
José Manuel Caldeira Lagartinho, Operador de Infra-estruturas, PI n.º
7632565; inquirido a fls. 18 a 20 do Apenso AJ 7;
João Domingos Amaral de Morais Sarmento, Técnico II, PI n.º
1001577; inquirido a fls. 292 a 296 do Apenso AJ 6;
Deve aditar-se ao rol da acusação a testemunha Jorge Manuel
Ribeiro Antunes, ouvida na instrução no dia 27-01-2011 às 14:25.
Os depoimentos prestados pelos trabalhadores da REFER constituem
o Anexo IV do relatório constante dos autos de Inquérito 3/08.7TELSB apensos
ao 362/08.1JAAVR.
554
S. R.
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555
S. R.
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exercido pelos directores da CPL, em Lisboa (cfr. Produto 3546, de 02-04-2009, que
contém uma intercepção telefónica entre o arguido Manuel Godinho e o arguido João
Valente e se encontra transcrita a fls. 148 e ss. do Apenso de Transcrições 2 do Alvo
1T167PIE).
Ou, ainda, por hipótese, o de elaborar, a pedido do arguido Manuel Godinho,
um plano de recuperação de equipamentos de via usados e antigos, conforme é alegado
no seu requerimento de abertura de instrução (cfr. artigos 7.º a 23.º). Tal prestação de
serviços teria sido paga através da entrega de cheques ao arguido João Valente, no
período compreendido entre Dezembro de 2001 e Agosto de 2002, perfazendo – de
acordo com a acusação – o montante total de € 52.451,90€.
A elaboração do referido plano de equipamentos de via usados e antigos
adquiridos pelo arguido Manuel Godinho e respectiva remuneração recebida pelo
arguido João Valente não deixam, porém, de suscitar algumas perplexidades:
(i) A quem se destinava o plano elaborado? O documento não o refere.
(ii) O grau de dificuldade na elaboração do documento que aparenta ser uma
compilação de instruções técnicas relativas àquele equipamento complementada por
notas manuscritas – que se supõem do arguido João Valente – justifica uma
remuneração total de mais de € 50.000,00, paga, ainda para mais, em prestações de €
2.500,00 diferidas no tempo? Isso reflectiu-se nos rendimentos declarados e constituía
mais, menos ou o mesmo que o seu rendimento anual? Não se vislumbra nas
declarações de rendimentos constantes dos autos (cfr. Apensos 91 e 131) o reflexo desse
rendimento extraordinário.
Enfim, nada do que as testemunhas vieram dizer ou do que resulta da prova
documental junta com o requerimento de abertura de instrução do arguido merece
crédito que permita infirmar a indiciação da acusação a que já aderimos.
Em suma, numa apreciação global dos autos, entendemos que o arguido
João Valente deve ser sujeito a julgamento.”
556
S. R.
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557
S. R.
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569
S. R.
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“…3.1. O recorrente começa por defender que não existem nos autos indícios
sustentados e credíveis que permitam considerar como indiciado ter praticado os factos
que como tal vêm descritos no despacho recorrido. Em seu entender, a leitura que o
JIC faz dos elementos de prova, recolhidos é incorrecta e até arbitrária e abusiva -
porque incide apenas sobre um universo limitado de contactos estabelecidos pelo
arguido Manuel Godinho quando todos os demais, caso tivessem sido apurados,
conduziriam uma interpretação totalmente diferente dos dados constantes do processo -
, assim sucedendo nomeadamente quando no despacho recorrido se considera que o
recorrente é o "chefe" referido na intercepção telefónica daquele arguido, quando se
considera que era ao recorrente que esse arguido se referia ao transmitir que ele iria
570
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
falar com o chefe da EDP e o tinha mandado ir lá na segunda-feira "para os gajos lhe
arranjarem algum trabalho" naquela empresa, quando se conclui que o encontro entre
o referido arguido e Paiva Nunes, promovido pelo recorrente, se destinou a arranjar
trabalho para o primeiro na EDP, quando se liga a alusão aos 25 kms aos 50
documentos mencionados em outra conversa travada entre aquele arguido e a sua
funcionária para concluir que se tratava de 50.000 € destinados a dividir por duas
pessoas, e se infere que metade desta quantia foi entregue ao recorrente por se
considerar que o dito arguido só com ele e com o arguido Lopes Barreira se teria
encontrado depois de ter saído das instalações onde aquela funcionária trabalha..
571
S. R.
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parte desse despacho, em concreto e em síntese que o arguido Manuel Godinho dirigiu
solicitação ao recorrente, por este aceite, no sentido de, a troco de contrapartidas
patrimoniais, diligenciar pelo favorecimento do. universo empresarial directa ou
indirectamente administrado pelo primeiro na adjudicação de trabalhos em várias
áreas do processamento de resíduos produzidos por empresas do sector empresarial do
Estado e concessionárias de serviços públicos, nomeadamente exercendo a sua
influência, com esse objectivo e relativamente aos concursos e consultas públicas de
adjudicação efectuados pela EDP Imobiliária e Participações, S.A, junto do arguido
Paiva Nunes que, enquanto vogal do conselho de administração da mesma, dispunha de
poder e capacidade de decisão e/ou de influenciar decisivamente um favorecimento
daquela natureza.
E, analisado todo o acervo probatório recolhido nos autos, muito em
particular aquele que vem expressamente aludido no despacho recorrido, é inegável
que a apreciação que ali foi feita não evidencia qualquer interpretação distorcida ou
distanciada do seu conteúdo. Muito pelo contrário, evidencia um exercício de
concatenação de uma pluralidade de indícios, analisados e interpretados à luz da
lógica e das regras da experiência comum - cuja incorrecção o recorrente, apoiado
numa apreciação fragmentária e ao jeito das suas conveniências, não logrou
demonstrar - e denota uma ponderação extremamente prudente e cuidada, de forma
que a factualidade ali delimitada como sendo a que se considerou suficientemente
indiciada encontra suporte adequado nos elementos de prova que para o efeito foram
indicados (2) , aliás como lapidarmente vem explanado pelo MºPº nas conclusões 5 a 8
e 10 a 17 da resposta ao recurso, que subscrevemos integralmente e, por isso; nos
dispensamos de repetir. É essa a imagem factual que resulta à saciedade da apreciação
conjugada do que se extrai -tanto do próprio teor como da sua sequência temporal -dos
encontros documentados nos RDE e das conversas telefónicas que o arguido Manuel
Godinho travou nomeadamente com o recorrente, com os arguidos Lopes Barreira e
Paiva Nunes e com a sua funcionária, a também arguida Maribel Rodrigues, sendo bem
evidentes os cuidados, umas vezes insinuados outros explícitos, de que os interlocutores
bastas vezes se rodearam para não adiantarem muitos esclarecimentos acerca da
572
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
natureza dos assuntos abordados, com a remessa para posteriores contactos pessoais e
o recurso a meias palavras ou códigos de linguagem destinados a inviabilizar ou
dificultar a sua compreensão por terceiros, sendo ainda de salientar o facto de Manuel
Godinho utilizar exclusivamente um número de telemóvel para os contactos com o
recorrente e posteriormente também com Paiva Nunes, a quem aquele o forneceu,
conhecido apenas por esse círculo. restrito e pela referida funcionária, tudo
contribuindo para demonstrar a consciência que tinham da ilicitude das respectivas
condutas.
Assim, não é de modo algum abusiva a conclusão de que o encontro entre
Manuel Godinho e Paiva Nunes, promovido pelo recorrente, se destinou «a arranjar
trabalho» para o primeiro na EDP, pois isso mesmo se infere, nomeadamente, da
conversa entre Manuel Godinho e Namércio Cunha em 20/4/09 ( 2ª feira ), em que o
primeiro pergunta pela situação dos transformadores da EDP e se ainda havia muito
para recolher, instando o segundo a começar imediatamente a fazer o carregamento,
dando como justificação para tal o facto de ter estado no sábado em Lisboa e deduzir
haver queixas a esse respeito na medida em que, quando deu um toque para lhes
arranjarem trabalho, "o chefe (3 - Designação aliás que, na linguagem coloquial, não
significa necessariamente que o visado exerça funções de chefia e que, no contexto em
que foi utilizada, terá apenas querido qualificar a pessoa que teria capacidade para
arranjar ao suplicante o trabalho almejado.) falou nisso", resultando da conversa
travada entre Manuel Godinho e Tavares ( Finibanco ) em 21/4/09 que ele .se referia
ao recorrente, pois afirma textualmente que "eu no sábado estive a almoçar em Lisboa.
E estive com o Armando"; da conversa entre Manuel Godinho e o seu filho João, em
23/5/09 ( sábado) - logo depois de terminado o almoço em que esteve com o recorrente,
ocasião em que este esteve a analisar folhas com o logótipo de uma das empresas do
primeiro, tal como vem documentado no RDE de fls. 2752-2784 -, em que lhe diz já se
encontrar sozinho e que tem de vir 2ª feira, respondendo, a pergunta do segundo sobre
se estava tudo bem, que "está tudo, mas... temos de falar com o chefe da EDP. E ele
mandou-me vir cá segunda-feira, É preciso ir aí pra, que é para as gajos, ver se
desbloqueiam algum trabalho."; das duas conversas entre Manuel Godinho e o
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recorrente no dia 25/5/09, na primeira das quais este lhe pergunta se "já foi falar com
o homem" e, perante a resposta negativa daquele, lhe diz para ir lá "que a gente liga-
lhe daqui", e na segunda, pouco menos de 2 horas depois, aquele lhe dá conta de que
saíra nesse momento, que tinha lá estado "a conversar um bocadinho com o senhor",
que as coisas tinham corrido bem e que na 4ª feira tinha lá um almoço para ir falar
"com uma outra pessoa" ( almoço esse que, efectivamente, terá tido lugar no dia 27,
como se infere do voice mail que Paiva Nunes enviou a Manuel Godinho, dando conta
de que já se encontrava no restaurante); da conversa entre Manuel Godinho e o
recorrente no dia 28/5/09, em que, além do mais, trocam algumas palavras acerca do
modo como as coisas estavam a correr, que estava tudo a correr bem, referindo ainda o
segundo que isso mesmo lhe havia sido dito por "ele", numa alusão que não podia ser
senão a Paiva Nunes. Se a isto tudo somarmos, por um lado, as intenções de Manuel
Godinho, que resultam abundantemente evidenciadas pelo teor de inúmeras conversas
transcritas e que nem a contenção nelas utilizada consegue mascarar, e, por outro, o
facto de já ter havido pelo menos um encontro anterior, em Vinhais, no dia 7/2/09,
entre Manuel Godinho e o recorrente (a que o primeiro faz alusão nas conversas com
Fátima Godinho, Toninho e Álvaro Santos ), bem como o teor de algumas conversas,
uma das quais entre o primeiro e Paulo Penedos, no dia 10/3/09, na qual ele dá conta,
a este de que está "aflitíssimo" com o trabalho, que não sabe “até que ponto nós
podemos garantir os pagamentos" e que vai “telefonar pró nosso amigo, a ver se ele dá
um empurrão aqui, um empurrão acolá, a ver se me arranja algum trabalho",
deduzindo-se que o "amigo" a quem se refere é o recorrente até pelo facto de, no dia
11/3/09, ter contado a Lopes Barreira que tinha falado na véspera com “ o nosso
amigo Armando", e outra entre Manuel Godinho e Lopes Barreira, no dia 12/3/09, na
qual este lhe diz que "O Armando agora...com as relações com Angola e isso ... o gajo
pode arranjar umas coisas bestiais para si, pá. Eu no fim-de-semana vou-lhe
telefonar... Para ele lá ir falar comigo a casa... E vou dizer ao gajo: "Ó pá, o Sr.
Godinho tem de ser priorizado ( ...) Pois o Armando, tem que... é amigo... .tem que ser,
tem... Ó pá, ele é o Presidente… é o Presidente do Banco, pá ... Com vários negócios,
como é que 'é isso, pá? (...) Eu vou falar com ele. Hoje já... Hoje já.... telefono-lhe...
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Porque ele agora tem todas as condições, pá. Todas! (...) entretanto, eu vou falar este
fim-de-semana com o nosso amigo Armando, pá ...e... e...Eh pá... Ele tem condições
para ,fazer, pá, Pá, o Presidente de um Banco tão importante como aquele, com os
mais variados negócios, pá ... E o senhor é um homem de negócios, pá, e podia... e o
senhor pode dar um ( imperceptível) muito grande aos negócios, pá", já para nem
mencionar aquela entre Manuel Godinho e Lopes Barreira, em 10/4/09, na qual este
último faz alusões dos quais se infere que até junto do primeiro ministro o recorrente
terá intervindo a favor do primeiro e contra as posições assumidas pelo ( depreende-se)
presidente da REFER, no gajo [que] continua a lixar-nos", é forçoso concluir que o
papel do recorrente, tal como surge delineado através da soma das vários indícios, não
pode ter sido outro senão aquele que 'foi considerada no despacho recorrido. Como
bem salienta o Mº Pº, é evidente que não foi objectivo do recorrente "resolver
problemas com o grupo EDP provenientes da anterior relação do Manuel Godinho com
a EDP ao promover os contactos com o arguido Paiva Nunes" – a quem, aliás, o
apresentou dando-lhe "referências extraordinárias", como resulta claramente da
conversa entre Lopes Barreira e Paiva Nunes no dia 30/6/09, na qual o primeiro, além
do mais, explica ao segundo as razões pelas quais lhe estão a fazer "a vida negra" -
"Desde logo porque o arguido Paiva Nunes exercia funções na EDP Imobiliária, com
a qual o arguido Manuel Godinho não tinha relações", sendo ainda de realçar que o
próprio arguido Paiva Nunes alega ter referido ao arguido Armando Vara quando este
lhe falou no Manuel Godinho que não tinha trabalhos na área dos resíduos tendo
aceitado o contacto devido à especial consideração que tinha pelo arguido Armando
Vara".
Por outro lado, também há indícios de que a intervenção do recorrente não foi
desinteressada ou motivada por interesses de natureza não patrimonial. A sua
intercessão no estabelecimento de contactos com as pessoas com capacidade para
concretizar os negócios almejados por Manuel Godinho, nomeadamente Paiva Nunes, e
o exercício de influência junto delas nesse sentido ( e que culminaram, nomeadamente,
com a celebração do contrato da Rua do Ouro, no Porto, com a EDP por uma soma
muito superior à estimativa anteriormente feita) terão sido disponibilizados em troca de
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Por tudo o que deixou exposto concluiu-se que nenhuma razão assiste ao
recorrente quando se insurge contra a factualidade que no despacho recorrido foi
considerada como suficientemente, indiciada.
Como tem sido salientado pela ( escassa) doutrina que sobre o tipo legal do
crime de tráfico de influência se tem debruçado, a redacção da norma incriminatória
em questão contém conceitos imprecisos, susceptíveis de gerar dificuldades de natureza
interpretativa, sendo um deles precisamente a expressão "abusar da sua influência".
No entanto, com os sucessivos alargamentos do âmbito da norma
incriminatória, operados pelas alterações que lhe foram sendo introduzidas (4),
deixaram de fazer sentido algumas objecções e entendimentos que foram expendidos à
sombra das suas anteriores redacções. Tal sucede, além do mais, não só com a
necessidade que antes se sentiu em frisar que a utilização do vocábulo "abuso" não tem
ligação com a ilegalidade da decisão pretendida ( o que resulta agora à evidência na
medida em que passou a prever-se que o fim da conduta também pode ser a obtenção
de uma decisão lícita favorável, relevando a determinação dessa natureza da decisão
pretendida apenas para efeitos de moldura penal aplicável, sendo obviamente mais
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severa a que corresponde aos casos em que essa decisão seja ilícita ), mas também, a
nosso ver, com o entendimento que, partindo da consideração de que o tipo é
preenchido "quando o agente celebra o negócio, oferecendo em troca de vantagem
recebida ou prometida a possibilidade de se aproveitar de circunstâncias que lhe
proporcionam uma situação de superioridade sobre o decisor público e que são de
molde a constranger este último a tomar a decisão ilegal pretendida", defendia que a
referência expressa ao negócio supõe "que o constrangimento tenha um nexo com a
situação profissional do decisor" ou seja, que decorra de uma posição de superioridade
que o agente detenha sobre o decisor relacionada corri a sua actividade profissional
(5) ( e isto porque foi eliminada a enumeração exemplificativa do objecto das decisões
ilegais e substituída pela fórmula mais abrangente de qualquer decisão" favorável, seja
ela lícita ou ilícita ). Parece-nos inegável que o sentido mais consentâneo com a
literalidade da norma, na redacção actualmente vigente ( que já o era à data da prática
dos factos ), e também com a intenção do legislador, é o de que a influência pode
resultar de qualquer tipo de ascendente do traficante de influência sobre o decisor, seja
de natureza familiar, profissional, creditícia, religiosa, afectiva ou outra natureza" (6).
E que o abuso dessa influência, tal como propugnado pelo Mº Pº na resposta ao
recurso, não é senão a alteração da finalidade de uma qualquer relação de influência
de um fim socialmente adequado para um fim socialmente censurável (7). Refira-se,
enfim, que a influência em questão pressupõe que o seu exercício, caso se viesse a
concretizar, incidisse (8), não sobre quem exerça um qualquer tipo de funções, mas.
sobre quem tenha capacidade de decisão -não se excluindo a configuração de hipóteses
de tráfico de influência em cascata, e, nem, tão pouco ( mas já com a convocação de
outras normas incriminatórias ), que ao próprio decisor, como contrapartida pela sua
conduta, seja prometida ou entregue uma. determinada vantagem, ou, até, que ele
próprio a solicite, o que não implica' necessariamente que essa capacidade seja
exclusiva da(s) pessoa(s) concreta(s) que dela possa(m) vir a ser alvo, podendo,
perfeitamente e como é comum competir a um órgão colegial, desde que aquele(s)
tenha(m) meios ou disponha(m) de competência para intervir de modo decisivo na sua
formação no sentido pretendido.
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3.2.2. o recorrente defende, por outro lado, que a intenção do legislador não
foi a de incluir o crime de tráfico de influências nos crimes cometidas no exercício de
funções públicas, não tendo querido nem definir o seu âmbito subjectivo por referência
à qualidade de funcionário, nem, no âmbito objectivo, ir além da definição. de direito
público de entidade pública. Nessa medida, a lei restringiu as condutas puníveis à
interferência no processo decisório das entidades públicas estaduais, conceito no qual
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como objecto. Basta-nos, assim e por ora, reafirmar a ilicitude criminal dessa conduta
e, assente esta, dizer que a eventual e mera incorrecção da qualificação jurídica
apontada não Seria de molde a, por si só, retirar o suporte em que assenta a aplicação
das medidas de coacção, verificados que se mostrem os requisitos de que a lei a faz
depender e cujo preenchimento em seguida iremos conferir.
3.3. O recorrente insurge-se, finalmente, contra a aplicação que lhe foi feita
de outras medidas de coacção, para além do T.I.R., por as considerar violadoras dos
arts. 193° e 204º ( por lapso foi mencionado o art.194°, mas, pela transcrição que da
norma foi feita na motivação do recurso, conclui-se que o recorrente não era a este
preceito, mas sim àquele, que pretendia aludir) do C.P.P., considerando que não se
verificam, no caso, os perigos que as podem fundamentar.
No que concerne ao art. 193º a que o recorrente alude, interessam-nos apenas
para aqui os seus n.ºs 1 e 4, na medida em que os demais respeitam exclusivamente a
uma medida de coacção, a prisão preventiva, diversa das que foram aplicadas. Aí vêm
consagrados os princípios da necessidade adequação e proporcionalidade das medidas
de coacção ( as previstas na lei e só elas - cfr. n.º1 do art. 191º do mesmo diploma ),
em função das exigências cautelares e da gravidade do crime e das sanções que
previsivelmente venham a ser aplicadas no caso concreto, não devendo a sua execução
prejudicar o exercício de direitos fundamentais que não forem incompatíveis com as
exigências cautelares que "o caso requer.
Quanto ao art. 204°, este preceito faz depender o decretamento de qualquer
das medidas de coacção, com excepção do TLR., - e para além quer dos condições
gerais impostos pelo art. 192°. quer das condições específicas atinentes àquela(s) que
em concreto se perfile(m) - da verificação, em concreto, de pelo menos um dos
requisitos enunciados nas suas alíneas.
No despacho recorrido considerou-se ocorrer o perigo aludido na al. b) do
referido art. 204º ( perigo de perturbação do decurso do inquérito e, especificamente,
perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova ), tendo em conta as
dificuldades concitadas pela natureza do crime em investigação e o sério risco de
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recorrente, para evitar ser acusado e/ou condenado, desenvolver esforços no sentido de
concertar com os demais arguidos estratégias de defesa que dificultem o trabalho da
investigação. Decidiu-se, por isso, aplicar-lhe para, além do T.I.R. que já havia
prestado, a obrigação de não contactar, directa ou indirectamente, com oito dos outros
arguidos, precisamente aqueles que têm ligação, conhecimento e/ou . participação nas
situações em que há indícios ou suspeitas de também estar envolvido, e, com vista a
garantir o cumprimento dessa medida, caução que foi fixada em 25.000 €.
Qualquer das medidas impostas é admissível, face à natureza da pena e
respectiva moldura abstracta que correspondem ao crime indiciariamente praticado
pelo recorrente, sendo evidente a inexistência de ofensa ao princípio da
proporcionalidade.
No que toca à verificação do perigo que fundamentou a sua aplicação - e só
este para aqui interessa - mostram-se, uma vez mais, inteiramente certeiras as
considerações que o Mº Pº teceu na resposta ao recurso ( sintetizadas nas conclusões
31ª a 34ª), nas quais se salienta o papel de charneira desempenhado pelo recorrente, a
importância que os demais arguidos lhe atribuem, a sua capacidade de influência, de
intervenção e de cobertura social, económica e política de eventuais actos ilícitos,
decorrendo dos contornos da sua actuação tal como indiciada, e, bem assim, da
própria natureza da rede alargada em que se movimentava, o risco, não meramente
hipotético, mas sério e consistente, de que ele, tal como antes procurou rodear-se das
mais variadas cautelas para dissimular a sua conduta, procure agora evitar que
relativamente à verificação e extensão da mesma sejam recolhidas e conservadas as
necessárias provas.
Não nos sofrendo dúvida, face aos elementos constantes dos autos, a
existência do perigo em questão, também se mostram adequadas as medidas de
coacção aplicadas, senão pela sua eficácia, pelo menos porque não deixarão de
exercer uma função dissuasora, tornando mais difícil e arriscado o desenvolvimento
dos contactos e movimentação de influências que se pretendem evitar.
4. Decisão
Nos termos e pelos fundamentos expostos, negam provimento ao recurso,
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MANUEL GODINHO – Pronto, mas é para lhe dizer que, que eu não
tenho nada a, não tenho nada que me aponte, não é?
ARMANDO VARA – Sim.
MANUEL GODINHO – Eh.
ARMANDO VARA – Quando é, quando é que vem a Lisboa?
MANUEL GODINHO – Eh, posso ir, quando é que você tem, tem
disponibilidade?
ARMANDO VARA – Eh, eu estou no Porto, hoje.
MANUEL GODINHO – Você está no Porto?
ARMANDO VARA – Estou no Porto.
MANUEL GODINHO – Pois. E a que horas é que vem para baixo?
ARMANDO VARA – Eh, eh, o senhor está onde?
MANUEL GODINHO – Eu estou em Ovar.
ARMANDO VARA – Então, se calhar, até poderíamos, quer, tem, tem
hipótese de dar um saltinho à D. João I, hoje, ao fim da tarde?
MANUEL GODINHO – Aonde, aonde?
ARMANDO VARA – Aqui ao Porto, à D. João I.
MANUEL GODINHO – À D. João I?
ARMANDO VARA – Que é a sede do BCP.
MANUEL GODINHO – Ai, à sede do BCP.
ARMANDO VARA – Praça D. João I.
MANUEL GODINHO – Você vai ficar aí até que horas?
ARMANDO VARA – Eu estou aqui até por volta das seis e meia, sete
horas. Portanto, seis, se você tivesse oportunidade, eu, trocávamos umas
impressões às seis e meia, por, seis e meia, sete.
MANUEL GODINHO – Eh, eh, D. João I, D. João I. Ok.
ARMANDO VARA – D. João I, é a Praça D. João I.
MANUEL GODINHO – Mas você vem para baixo hoje, não vem?
ARMANDO VARA – Eu vou, eu vou para baixo sim.
MANUEL GODINHO – A que horas, por exemplo?
ARMANDO VARA – Mas, mas não estou só. Estou, vou com mais
gente, não é?
MANUEL GODINHO – Ah! Eh, pronto, eu vou aí. Seis e meia estou aí.
ARMANDO VARA – Não, é que há um assunto que eu gostava de
lhe falar, tá bem?
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LOPES BARREIRA – A sua nora, aquela gente toda, os seus filhos, são
form..., olhe, o sr. tem dois filhos fantásticos, ã?
MANUEL GODINHO – É bom, são bons rapazes, às vezes, às vezes,
quando não me chateiam
LOPES BARREIRA – Não, mas Sr. Godinho, digo-lhe uma coisa, são
pessoas muito responsáveis, pá
MANUEL GODINHO – É
LOPES BARREIRA – Ã? E está tudo... e gira...
MANUEL GODINHO –São bons rapazes
LOPES BARREIRA – E gira tudo em volta do patrão, ã? Eheheh
MANUEL GODINHO – É um bocado isso, é um bocado isso
LOPES BARREIRA – O Patrão comand... É o comandante.
MANUEL GODINHO – É, eheheh
LOPES BARREIRA – Não é? Olhe...
MANUEL GODINHO – Sim, sim
LOPES BARREIRA – Aquilo que o Armando lhe disse, eu concordo, pá, que
isto não pode ficar assim, tem que se ver aí...
MANUEL GODINHO – Não, eu um dia desta semana, antes de eu reagir
LOPES BARREIRA – Mas eu queria fazer uma coisa
MANUEL GODINHO – Eu encontro-me consigo em Lisboa e a gente fala
LOPES BARREIRA – Eu até ia fazer uma coisa, ia, ia, ia, ia, pôr, pôr a
questão, fica aqui entre nós, nem diga nada ao Armando, ia pôr a questão ao
Lino, hum?
MANUEL GODINHO – Sim, é isso que eu pretendo, tá a ver?
LOPES BARREIRA – Sim, porque o Lino, o Lino está, também, está farto do,
do Vicente Pereira e do, e pá e o gajo tá ali amarrado que a Ana Paula põe-lhe ali os
(imperceptível) e portanto queria perguntar ao Lino, queria perguntar, falar com o gajo,
ver como é que, que, qual é a melhor maneira, porque isto não pode ficar incólume,
pá, porra, pá. Foi uma coisa do outro mundo, hã?
MANUEL GODINHO – Não, isso eu, um dia desta semana quando você tiver
disponível
LOPES BARREIRA – É, é, a gente, a gente encontra-se lá. É, é isso
MANUEL GODINHO – A gente encontra-se em Lisboa e conversa sobre isso
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MANUEL GODINHO – Você ouviu... você ouviu o nosso amigo a dizer que
ela, que ela que ía demitir o... o Cardoso?
LOPES BARREIRA – Foi, foi
MANUEL GODINHO – Você ouviu
LOPES BARREIRA – E eu sei... Eu sabia disso
MANUEL GODINHO – Pois
LOPES BARREIRA – É que ela, repare uma coisa, eu não... há coisas que
eu não entendo, ã? O Sócrates, pá, é contra ela, que ela isto que ela aquilo. Ele diz,
diz mal dela. Não é?
MANUEL GODINHO – Pois
LOPES BARREIRA – Ela, ela diz mal do Lino, ã?
MANUEL GODINHO – Não, mas compreende-se a posição do chefe neste
momento
LOPES BARREIRA – Pois
MANUEL GODINHO – Era mais um problema, está a ver?
LOPES BARREIRA – É pois é, é isso. Ela diz mal do Lino...
MANUEL GODINHO – Porque os problemas, de problemas está o pessoal ...
LOPES BARREIRA – É. O Lino, sabe o que é que ela, o que é que ela diz
dele. Tá a perceber? Que o gajo se deixa dormir e que o gajo não sei quê. E o gajo...
Eu disse... Eu disse ao Lino várias vezes, já — Então porra pá, diz mal de ti, que tu
isto, e tu aquilo, pá, e tu que é? Como é que é? — Eu até lhe disse, até disse ao Lino
— É pá, não me digas que andas a comer a gaja
MANUEL GODINHO – Pois
LOPES BARREIRA – Eu disse ao Lino: eheheh “Dá a ideia que andas a
comer a gaja”.
MANUEL GODINHO – Também fracos gostos, que... Ela pesa para aí cento
e cinquenta quilos
LOPES BARREIRA – Eheheh, fracos gostos, ehehe
MANUEL GODINHO – É muito mais gorda que (imperceptível)
LOPES BARREIRA – Poça, ok Sr. Godinho, eheheh
MANUEL GODINHO – Essa não, é não desejar esse mal ao sr. que ele não
merece
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LOPES BARREIRA – Sim, sim, ehehe, ai, ai, ai. Pois, olhe, foi um dia
estupendo, estupendo
MANUEL GODINHO – É, para a semana, veja o dia que esteja disponível
que eu almoço consigo aí em Lisboa
LOPES BARREIRA – É, ok, ok. Depois, eu ligo-lhe e encontramo-nos, está
bem?
MANUEL GODINHO – Tá, sr. dr.
LOPES BARREIRA – Olhe, um grande abraço...
MANUEL GODINHO – Tá. Continuação de boa viagem. Um grande abraço
LOPES BARREIRA – Cumprimentos para os seus filhos, cumprimentos
p’ra...para a sua senhora e para todos
MANUEL GODINHO – Tá, igualmente para vocês.
LOPES BARREIRA – E muito obrigado por tudo. Bem haja.
MANUEL GODINHO – Igualmente para vocês, obrigado
Apesar de parte dos jantares e almoços com Mário Lino e Ana Paula
Vitorino não terem ocorrido, o arguido Lopes Barreira teve encontros com os
dois e nos encontros que manteve com Ana Paula Vitorino, referenciados nos
artigos 353.º a 355.º e 474.º a 476.º da acusação, procurou convencê-la a
demover o Luís Pardal da sua atitude (que mais não era do que a defesa dos
interesses da REFER) face às empresas de Manuel Godinho.
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Godinho para este não ir dizer nada ao Vara, porque vai voltar a falar com o
Mário Lino.
Daí que se justifique o teor das conversas de 03-08-2009, 11-08-2009
e 13-08-2009 entre Manuel Godinho e Carlos Vasconcellos a 1.ª e a última e
entre Manuel Godinho e Namércio Cunha a 2.ª, referidas nos artigos 569.º,
572.º e 573.º da acusação, produtos 16809, 17554 e 17748 do Alvo 1T167PM
Transcrições 4 a fls. 318, 331 e 334, respectivamente, donde resulta que o
objectivo da reunião por parte de Manuel Godinho era acima de tudo arranjar
matéria que pudesse servir de fundamento à demissão de Luís Pardal,
conforme se vê dos seguintes extractos:
03-08-2009:
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11-08-2009
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Ângelo Magalhães
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S. R.
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MANUEL GODINHO – Não. Mas não tem problemas. As coisas estão a ficar
melhores.
GUIOMAR – Tá bem. Não. Mas eu ando a ser vigiado. Não. Mas o que é que eu
te queria dizer?
MANUEL GODINHO – Sim.
GUIOMAR – Hã…o Sousa e a Maria José Gamelas, mais pela Maria José
Gamelas…
MANUEL GODINHO – Sim.
GUIOMAR – …estão a fazer um documento…estão a fazer um
documento…e…e em vez de serem feitos por concursos é feitos por convites
para não te…pra não convidarem a “2NDMARKET”.
MANUEL GODINHO – Ah…eles não fazem isso. Não podem fazer isso.
GUIOMAR – Escute. Mas eu estou-te a dizer que é isso que está prevenido(?),
porque agora houve uma situação com a porcaria do…do vagão, que era para o
desmantelamento de um vagão em que o…houve um…funcionário da REFER
que telefonou para mim…eu percebi as coisas de que era uma questão de
ambiente…e quem ia…como, como ia ao lado o Sousa eu passei o…o…o
telefone ó Sousa. “É pá fale aqui com o engenheiro Sousa pá” e caraças aquele
caralho foi…foi…eu a dizer que era o Sousa…foi falar da história na O2 e o
catano. No dia a seguir o…o…o nosso amigo Sousa foi logo fazer queixas à
Gamelas e o raio e foi aí que eu apanhei a conversa…e porque ele depois me
disse a mim…eu fazendo o papel ao contrário…ele me disse a mim…que só
havia duas pessoas porque…hã…hã…quer a O2 quer a 2NDMARKQUET… eram
para não ser convidadas.
MANUEL GODINHO – Mas eles hoje…eles hoje…nós fomos com a…
(imperceptível)
GUIOMAR – Eu sei. Eu tive lá na abertura…que vocês ganharam duas…
MANUEL GODINHO – Nós ganhamos o que nos interessava.
GUIOMAR – Vocês ganharam dois lotes e… e os outros dois foi o…o tipo aqui
de…do Fundão.
MANUEL GODINHO – Pois, são duas toneladas.
GUIOMAR – Exactamente. E quem estava quase para ganhar era a RSA
mas…mas como eles apresentaram o preço/tonelada foram excluídos.
MANUEL GODINHO – Pois.
GUIOMAR – Eles com o preço/tonelada o valor…o valor era…era maior. E
depois houve para ali uma grande discussão…jurídico prá ali e o raio, porque
já estavam a esfregar as mãos de contentes que era uma maneira da
“2NDMARKET” não…não…não ganhar…
MANUEL GODINHO – Não…mas se fosse noutros tempos eles tinham cortado.
As coisas estão a ficar melhor, ó Guiomar.
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S. R.
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GUIOMAR – Tou.
MANUEL GODINHO – Sim.
GUIOMAR – Desculpa lá. Olha, só agora é que cheguei à Gare do Oriente.
Estou a andar pé.
MANUEL GODINHO – He…atão eu vou…eu vou sair daqui…
GUIOMAR – Sim.
MANUEL GODINHO – …E…passa para o lado de cá.
GUIOMAR – Eu estou pela…sim? Tou a ver, tou …pela…na João XXI.
MANUEL GODINHO – Eu vou num Mercedes preto
GUIOMAR – Tá bem. Assim que eu vir faço-te sinal.
MANUEL GODINHO – Tá bem. Ok.
GUIOMAR – Vá. Até já.
MANUEL GODINHO – Tá.
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GUIOMAR – O…o…o jurídico estava a dizer era porque é que não…não era
empreitada e ela estava-me a dizer que por empreitada que havia poucas
empresas…eh…que tinham alvará para…para fazer esse tipo de trabalho
MANUEL GODINHO – Isso é público.
GUIOMAR – Pronto.
MANUEL GODINHO – E nem eles arriscavam a excluir-me.
GUIOMAR – Acho que o único…o único que tinha esse tipo de…que podia
fazer isso era a…essa a…esta aqui da Arruda ou o que é que é essa merda.
MANUEL GODINHO – A quem?
GUIOMAR – A da Arruda. Como é que se chama? Que…
MANUEL GODINHO – Ai a…a…a (imperceptível)
GUIOMAR – Exactamente. Era a única.
MANUEL GODINHO – Ah. E nós.
GUIOMAR – Pronto. Mas eu…eu aí disse assim: (…) vai ver…vai ver estras
assim assim. E ela: “Não, mas…” a…a…a “ …2NDMARKET não tem, pois não?
MANUEL GODINHO – Não tem o quê?
GUIOMAR – Para poder fazer esse tipo de trabalhos.
MANUEL GODINHO – Vamos em consórcio.
GUIOMAR – Ah! Pronto, é isso.
MANUEL GODINHO – Vamos em consórcio.
GUIOMAR – Pronto, mas…para já por convite não é.
MANUEL GODINHO – Pois. E nós é que rejeitámos, tás a ver?
GUIOMAR – Sim, sim.
MANUEL GODINHO – Nós é que rejeitámos. Não aceitámos os preços.
GUIOMAR – Claro.
MANUEL GODINHO – Tás a perceber?
GUIOMAR – Sim, sim.
MANUEL GODINHO – Ah…pá, mas depois é uma questão da gente falar.
Pronto. Tamos no caminho certo é o que interessa.
GUIOMAR – Tá.
MANUEL GODINHO – Ok?
GUIOMAR – Ok.
MANUEL GODINHO – Na certeza porém que…vamos trabalhar…vamos
trabalhar.
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S. R.
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GUIOMAR – Tá.
MANUEL GODINHO – Ok? Um abraço. Bom fim-de-semana.
GUIOMAR – Um abraço. Bom fim-de-semana. Obrigado.
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S. R.
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te posso... daqui por dez minutos, eu tiro ali da pasta o papel... que eu vou a
conduzir.. e... e já te posso dizer quem são as duas empresas.
MANUEL GODINHO – Mas os gajos continuam-nos a lixar, é?
GUIOMAR – Eh pá... Há... há uma tentativa nesse sentido. Eu... eu continuo a
perceber que há ali... ali... Eu fu... Ontem... ontem fui almoçar com a rapariga...
aham... E a rapariga armada em... em coiso... e eu ‘tive a aconselhá-la:
‘Atenção...’ ... aham... ‘Não deves pensar assim’ ... ‘As coisas não... não é
bem assim’. E eu depois até lhe disse a ela: ‘Tu queres apostar que aparece
alguém ligado à “SECOND MARKET” a... a concorrer? ‘ – “Ah, não, porque não
têm ninguém” – ‘Pois ‘tá bem, tá... Não têm ninguém, não têm ninguém...’
MANUEL GODINHO – O “Correia & Correia” tem.
GUIOMAR – Não. Não ‘tá lá, pá.
MANUEL GODINHO – Não?
GUIOMAR – Não. Não. ... Não tá. ... Não é o “Correia & Correia”. É esse que tu
disseste e mais outro. O “Correia & Correia” não... não... não tá. ... Se me deres
cinco minutos, eu ligo-te já e digo-te quais são as empresas.
MANUEL GODINHO – Tá bem. Então daqui a cinco minutos...
GUIOMAR – Tá bem.
MANUEL GODINHO – ...liga-me a dizer, tá?
GUIOMAR – Tá bem. Tá. Até... Um abraço. Adeus. Até já.
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GUIOMAR – Olha, no... a questão do va... do... da... aquilo que eu te disse do
vagão, aha... aha... ´ta a ser mesmo por convite. Mas o vagão, como tu dizes,
aquilo é uma treta, que tá ali...
MANUEL GODINHO – Quais?
GUIOMAR – Não vale nada. Os outros, não está a ser nada feito por... por
convite. É... é por concurso, por isso é que eu...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) É tudo por concurso.
GUIOMAR – ... te disse que aquilo... É! Apareceu esse agora dos dezasseis
lotes... lá de cima do Norte... E vai aparecer, aham..., aham... mais outro,
também, que anda ao Centro, ali de... da zona de... Ramal de Cáceres e... e...
MANUEL GODINHO – Qual?
GUIOMAR – Este, e também do Sul.
MANUEL GODINHO – Ah! Pronto! Tu, põe-te atento. Não dês a perceber...
que... que nós falámos...
GUIOMAR – Não, não, não...
MANUEL GODINHO – Tás a ver? Aham... E eu vou fazer a mesma coisa. Certo?
GUIOMAR – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Aham... Quando é que eles fazem a adjudicação aqui do
Norte?... Do Sul! Do Sul!
GUIOMAR – Aham... A qual? A do Sul... a do Sul a qual?
MANUEL GODINHO – A que nós ganhámos na semana passada.
GUIOMAR – Eh pá, deve ser mais uma semana.
MANUEL GODINHO – De hoje a uma semana?
GUIOMAR – Sim. Mais u... mais uma semana. A... o... Isso ‘tava...
MANUEL GODINHO – Mais uma semana?
GUIOMAR – Sim, Isso estava a ser tudo tratado... ainda ontem se estava a falar
nisso... aham... que se tinha de começar a... a tratar disso.
MANUEL GODINHO – Eh pá, é fazer isso.
GUIOMAR – Uma... uma... uma semana, semana e meia.
MANUEL GODINHO – Pronto, é fazer isso. Ok?
GUIOMAR – Tá bem?
MANUEL GODINHO – E vai-te pondo atento... vai-te pondo atento... aham... e
vai-me informando, tá bem?
GUIOMAR – ‘Tá. Não, Isso, eu vou-te informando, e... e... lá dentro, eu não te
conheço de lado nenhum.
MANUEL GODINHO – Exactamente. A ideia... É isso mesmo, ok?
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S. R.
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GUIOMAR – Tá bom.
MANUEL GODINHO – Tá, um abraço.
GUIOMAR – Um abraço, pá. Adeus, obrigado.
MANUEL GODINHO – Adeus, obrigado.
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VALENTIM (Refer) – Está bem, eu vou ligar ao gajo para ele, a ver se o gajo te
fala, está bem.
MANUEL GODINHO – Ele que me ligue que eu precisão falar com.
VALENTIM (Refer) – Está bem. Está bem. Está bem. Está bem. Até já.
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S. R.
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porque o Batistas não concorreu, e os tipos, a RFA foi lá e viu que os lotes
estavam num sitio muito mau e também não ia concorrer, se calhar iam
apresentar preços, preços zerose não sei quantos;
Manuel Godinho – Pois…
Guiomar - E então ele depois disse-me assim, Hã, lá vai, lá vai outra vez o… ele
tem a mania de dizer o meu amigo, o meu amigo que vocês…
Manuel Godinho – (imperceptível)
Guiomar – Sim por causa de, só diz lá vai o teu amigo outra vez ganhar ao meu
amigo por causa do, do Valentim. Lá vai o teu amigo ganhar, e eu disse, quero
lá saber desde que seja da mesma maneira como tem sido até aqui.. Ah, eu
também, eu não quero saber disso para nada, a gente até suporta bem, os
tipos não levantaram ainda nunca nenhum problema. E eu fico assim sem
saber, eh, pá…
Manuel Godinho – Ele já deve ter levado um toque, estás a ver ?
Guiomar – E não se quer abrir à minha frente
Manuel Godinho – Pronto, porque o Pardal, o Pardal está flexível
Guiomar – Eh pá, então..
Manuel Godinho – Em relação a nós
Guiomar – Talvez seja , talvez seja por isso
Manuel Godinho – Pronto, pelo menos, pelo menos já não está com a
agressividade que estava, estas a ver ?
Guiomar – Sim, sim
Manuel Godinho - E estou convencido, estou convencido que daqui a 2 ou 3
meses as coisas estão alteradas
Guiomar – O pá, Deus queira que sim
Manuel Godinho – Sabes que o Fernando Silva também não se portou muito
bem com nós
Guiomar – Pois não
Manuel Godinho – Um dos objectivos dele, dele ou de outras pessoas, era que
ele, houvesse uma reconciliação entre nós
Guiomar – Quem, queria ele que houvesse… ?
Manuel Godinho – Ele, ele foi recomendado isso
Guiomar – Ah…
Manuel Godinho – E depois não fez
Guiomar – E nunca fez, ah, sim
Manuel Godinho – Exactamente.
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S. R.
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Guiomar – Exactamente
Manuel Godinho - Vamos com calma. Quando é que vais ao Algarve carregar
aqueles lotes ?
Guiomar – Eh pá, ainda ontem ele mandou, mandou-me um mail e hoje
estivemos os dois a falar disso e ele mandou-me falar com o Jorge Rodrigues
para saber como é que… O Jorge Rodrigues que é o do Algarve, que é para
saber como é que é, porque o tempo está a passar, que era para começar a
tratar disso
Manuel Godinho –Diz-me quando é que queres, diz-me quando é que queres
Guiomar – Está bem
Manuel Godinho – OK ? És tu que lá vais, é ?
Guiomar – Eu posso ir a uma parte e a outra, eu estou a fazer força para ser,
estás a ver ?
Manuel Godinho – Pronto, vê isso
Guiomar – Eu queria lá ir
Manuel Godinho – Vê isso que eu depois dou lá um salto
Guiomar – Assim que, assim que for o, o…, assim como este aqui de Casa
Branca
Manuel Godinho – Está bem
Guiomar – Está bem ?
Manuel Godinho – Está, ok. A gente vai falando, está bem ?
Guiomar – Um abraço, desculpa lá, adeus, um abraço
Manuel Godinho – Nada, nada
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S. R.
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Guiomar – Diz
Manuel Godinho – Sim, ó Guiomar, nem, nem de propósito, recebi uma carta
a marcar uma reunião para o dia 16, para o dia 16 de Junho, para haver, para
tentar uma reconciliação entre a O2 e a Refer.
Guiomar – (Risos)
Manuel Godinho – Nem de propósito
Guiomar – … que carago…
Manuel Godinho – As coisas estão-se a compor, calma
Guiomar – Eh pá, ainda bem, fico contente
Manuel Godinho – As coisas vão-se compor, tem calma, não comentes nada
disto ainda
Guiomar – Eu tenho de começar, tenho de continuar a fazer tal e qual como
estou a fazer
Manuel Godinho – Exactamente, calas-te bem calado, estás a ver ? Porque as
coisas, as coisas
Guiomar – …as coisas são para acompanhar…e isso ele está…que é importante
eu ir
Manuel Godinho – Está bem
Guiomar - e isso já eu fico satisfeito
Manuel Godinho – Pronto, ok, porreiro, um abraço
Guiomar – Tchau, obrigado
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S. R.
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640
S. R.
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S. R.
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O peso estimado para este lote, foi de 37,20 Toneladas. (fls. 120
Apenso Documentação AJ4)
642
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Esta variação não se mostra relevante, uma vez que facilmente poderá
ser justificada pela alteração de peso dos camiões, originada pela variação de
combustível.
Por outro lado, as comunicações interceptadas aquando do
levantamento do lote anteriormente referido são bem elucidativas quanto à
forma de actuar dos arguidos, Manuel Godinho, Manuel Guiomar e Hugo
Godinho.
643
S. R.
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644
S. R.
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645
S. R.
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Mas, como refere o arguido Hugo Godinho, evocando o que lhe foi dito
pelo Manuel Guiomar – oportunidades não vão faltar.
Indiciam todavia os autos que efectivamente os propósitos destes
arguidos foram postos em prática, como se demonstra nos procedimentos que
seguidamente se analisam.
646
S. R.
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647
S. R.
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S. R.
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649
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
material que, no mês, passou a fazer parte do lote, ou seja, foram retiradas as
60 toneladas transportadas para o Entroncamento, mas também foi
acrescentado material ao lote, pelo que no final do mês, apresentava o valor de
304 826 Kg de carril.
Como a factura foi emitida para os lote 11 e 16, consta de fls. 376 a
388 do Apenso AJ 7, as contas descriminadas por lote, onde, no mapa de fls.
387 é reflectido o valor que foi devolvido à “SCI” , 28 213,88€.
650
S. R.
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S. R.
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S. R.
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VALENTIM – REFER – O… Tive agora aqui com o Guiomar, ele quer falar
contigo…
VALENTIM – REFER – Pronto, ele queria hamm… Tem aqui a balança para ver
como é que... Para falar consigo depois para combinar consigo, se vai para
cima…
VALENTIM – REFER – Tá bem , vá até já, até já, até já, até já.
654
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GUIOMAR – REFER – Olha, com quem é que eu falo pra, pra fazer a
marcação, que é para ir no dia vinte e dois, pra estarmos na (imperceptível)
para ir ver os, os lotes e combinarmos...
655
S. R.
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656
S. R.
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MANUEL GUIOMAR - REFER– Só pra te dizer que está tudo combinado, que eu
depois que eu depois falei…
MANUEL GUIOMAR - REFER– mas está descansado que está tudo tratado, OK?
MANUEL GUIOMAR - REFER– Mas se vier o Hugo tudo bem, eu depois logo…
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S. R.
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MÁRIO – Tá ?
658
S. R.
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S. R.
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MANUEL GODINHO – É é, mas o pessoal está todo queimado com ela porque
ela só tem prejudicado, só tem prejudicado as pessoas, não é?
MÁRIO – Hum hum
MANUEL GODINHO – Mas isso é uma conversa
MÁRIO – Depois falamos
MANUEL GODINHO – Isto é uma conversa pessoalmente
MÁRIO – Tá bem
MANUEL GODINHO – Para a semana, para a semana vê se dás uma, um
saltozinho a Ovar ou
MÁRIO – Tá bem
MANUEL GODINHO – Ou eu vou aí ou qualquer coisa do género
MÁRIO – Tá bem
MANUEL GODINHO – Temos que falar urgentemente
MÁRIO – Tá bem, tá combinado
MANUEL GODINHO – Olha, tu dá uma ajuda, com o teu pessoal, para ele pôr o
material em posição de carga, pá
MÁRIO – Tá bem
MANUEL GODINHO – Mas trata já disso
MÁRIO – Mas isso já está. Ele aí, vocês estão onde? Vila Real não é
MANUEL GODINHO – Diz
MÁRIO – Estão em Vila Real não é
MANUEL GODINHO – Estamos em Vila Real, cheguei agora mesmo
MÁRIO – Aí está em posição de carga
MANUEL GODINHO – Aqui está porreiro
MÁRIO – Onde ele não estava bem era no outro lado
MANUEL GODINHO – Pronto, mas vê os sítios onde não está, que é para eu
não me demorar muito tempo com isso e não fazer asneiras
MÁRIO – Está Combinado
MANUEL GODINHO – Ok
MÁRIO – Um abraço
MANUEL GODINHO – Um abraço, adeus, bom fim-de-semana
660
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MÁRIO – Tou
MANUEL GODINHO – Sim Mário.
MÁRIO – Diga
MANUEL GODINHO – É Godinho. Eh … tas a jantar
MÁRIO – Inda não pá, tou a sair agora do serviço
MANUEL GODINHO – Tas a trabalhar?
MÁRIO – Pois, que remédio
MANUEL GODINHO – Ok. Como é que está a … deste a ordens ao Victor ou
não
MÁRIO – Dei
MANUEL GODINHO – Deste?
MÁRIO – Espero transmitir as informações, aliás isso já estava no despacho de
lá de baixo, precisamente a dizer isso, pá.
MANUEL GODINHO – Havia um despacho a dizer isso?
MÁRIO – Havia. Havia um despacho na documentação
MANUEL GODINHO – A ver se as coisas começam a normalizar
MARIBEL – Aparentemente, pelo menos, parece que sim.
MANUEL GODINHO – Sim sim sim, está normal. As pessoas começam a
MÁRIO – O pessoal que está a acompanhar da parte do CPL que transmita isso
também ao pessoal de lá porque isso está lá no despacho. Eu já hoje tive o
cuidado de enviar o despacho
MANUEL GODINHO – Pois
661
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL – Tou
MANUEL GODINHO – Sim
MARIBEL – Bom dia
662
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
663
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
HUGO – Estou
MANUEL GODINHO – Sim
HUGO – Sim
MANUEL GODINHO – Como é que está isso aí, pá?
HUGO – Vou começar a carregar.
MANUEL GODINHO – Já está tudo no sítio?
HUGO – Ainda não, ainda não.
MANUEL GODINHO – Fogo. É muita coisa?
HUGO – Eu mandei vir quatro carros. Tenho outro carro a caminho. Depois se
tiver carga para ele tenho, se não desvio-o para outro lado. Carrega noutro
lado.
MANUEL GODINHO – Ok. Pronto. Onde é que vocês foram almoçar?
HUGO – Fomos ali ao lado.
MANUEL GODINHO – O que é que comeram?
664
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(Ouvem-
se diversas vozes em fundo)
GUIOMAR – Tou.
MANUEL GODINHO – Sim
GUIOMAR – É só para dizer que fiquei satisfeito.
665
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
666
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
667
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
ID de Intercepção 351917649864
668
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
669
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
670
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
671
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
672
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOÃO – Sim.
MANUEL GODINHO – O senhor já chegou?
JOÃO – Não.
MANUEL GODINHO – Ainda não?
JOÃO – Não.
MANUEL GODINHO – Está já no armazém?
JOÃO – Tou a chegar.
MANUEL GODINHO – Ok. Tá até já.
JOÃO – Vá até já.
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
673
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
674
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
Destinatário 351917649864
675
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
Destinatário 351917649864
676
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
677
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
A chamar 351917649864
678
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GUIOMAR – E pá, pr’á já sim. Eles, ele só chegou hoje ao fim do dia.
Para eu agora me aperceber amanhã o que… o que é que foi o resultado. Se foi
despachado ou não.
MANUEL GODINHO – Pois.
MANUEL GUIOMAR – Que é para depois confirmar isso mesmo.
MANUEL GODINHO – Tá bem. Pronto
MANUEL GUIOMAR – O resto tá tudo bem.
MANUEL GODINHO – Eles andaram a trabalhar até às tantas para resolver,
não foi?
MANUEL GUIOMAR – Exactamente.
MANUEL GODINHO – Então, deve ter despachado. De certeza.
MANUEL GUIOMAR – Amanhã, sei de certeza. Assim que vir aquilo
despachado, depois eu digo logo.
MANUEL GODINHO – Tá bem. Ok. Pronto
MANUEL GUIOMAR – (imperceptível)
MANUEL GODINHO – Diz?
MANUEL GUIOMAR – Tudo bem?
MANUEL GODINHO – Tá tudo. Tá tudo bem.
MANUEL GUIOMAR – Então vá.
MANUEL GODINHO – Ok?
MANUEL GUIOMAR – Vou agora no diaaaa…. Segunda-feira. De hoje a oito
dias. É o levantamento do pontão, de Setúbal.
MANUEL GODINHO – Isso calhou a quem?
MANUEL GUIOMAR – À Recifemetal.
MANUEL GODINHO – À Recifemetal é?
MANUEL GUIOMAR – Pois, pois.
MANUEL GODINHO – Mas isso como é, é ao peso, é?
MANUEL GUIOMAR – Não foi por proposta.
MANUEL GODINHO – Aí foi um (imperceptível)?
MANUEL GUIOMAR – Foi, foi. Vocês tiveram lá.
MANUEL GODINHO – pois estou a perceber.
MANUEL GUIOMAR – Não interessava assim muito.
MANUEL GODINHO – É, é, eu tou mais ou menos a ver o que é.
MANUEL GUIOMAR – Já tas a ver?
679
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
680
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
de fls. 230 a 247 e o respectivo caderno de encargos de fls. 248 a 264, ambas
do Apenso Documentação AJ 4.
681
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
682
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
25/09/09
?? 33-CO-44 50 660 32 375
683
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
684
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
685
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(2) Não foi localizado o talão de pesagem, pelo que foi assumido o
peso à saída da obra.
686
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Por outro lado, no que se reporta ao dia 25/09/05, existem dois talões
de pesagem para os mesmos camiões, o que também não é possível, uma vez
que os motoristas que fizeram os transportes declararam que nunca
efectuaram duas vezes viagem com o mesmo camião e ainda para mais em
balanças diferentes, no mesmo dia.
687
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Beira Baixa, de onde era proveniente a sucata que foi parqueada na estação
de Caria.
688
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
689
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
690
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
691
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
692
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
693
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
*****
694
S. R.
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MANUEL GODINHO – OK
Carlos Vasconcelos (Refer) – eu pra semana vejo isso
MANUEL GODINHO – Depois para a semana ou qualquer coisa, está ?
Carlos Vasconcelos (Refer) – Você agora vai de férias, é ?
MANUEL GODINHO – Pá, estamos, isto está, quer dizer não pára totalmente,
que há pessoas que não têm direito a férias, não é ? Mas está tudo um bocado
Carlos Vasconcelos (Refer) – Um bocado parado, não é ? Eu vou continuando
a ir lá se houver novidades eu vou-lhe dando, está bem ?
MANUEL GODINHO – Está bem doutor
Carlos Vasconcelos (Refer) – Um grande abraço
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Por outro lado, nas várias conversas que Manuel Godinho mantém
sobretudo com Carlos Vasconcellos, vai sendo desenvolvida a ideia de que o
presidente do CA da REFER, Engº Luís Pardal, constitui o principal obstáculo
à satisfação dos interesses daquele primeiro e das sua empresas e que tal se
resolveria com a respectiva destituição.
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CARLOS VASCONCELOS – É... o... o... o coiso, o... o Mário Olivença ‘teve numa
reunião no concelho outro dia por causa de sinalização. Cada vez que há um
gajo que abre a boca o gajo atira-se ao gajo, pá...
MANUEL GODINHO – Ai é?
CARLOS VASCONCELOS – Já... Já ninguém percebe o que é que o gajo quer...
Ah! ‘Tá tudo fodido. O gajo é que sabe, o gajo é que manda, o gajo é que diz, e
pronto. É o campeão.
MANUEL GODINHO – Então... fixe.
CARLOS VASCONCELOS – ‘Tamos fodidos. ‘Tá (imperceptível)...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) ‘Tamos fodidos, ‘tamos.
CARLOS VASCONCELOS – ‘Tá (imperceptível)...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Não chegou a falar com o Vicente Pereira?
CARLOS VASCONCELOS – Como?
MANUEL GODINHO – Não chegou a falar com o Vicente Pereira?
CARLOS VASCONCELOS – O gajo... o gajo não me ligou. Liguei-lhe outra vez e o
gajo continua... Não sei se o gajo não está cá. Também não tenho o Muralha,
p’ra perguntar. Mas amanhã de manhã, a ver se ligo ao gajo, porque eu vou...
vou à... à puta da Junta, na... na... no dia 14. E vou pedir alta, ‘tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois...
CARLOS VASCONCELOS – E... e vou falar pró gajo “Eh pá, veja lá se me arranja
outra coisa, se há alguma coisa...”
MANUEL GODINHO – Pois...
CARLOS VASCONCELOS – E... e o Frederico,... o Valssassina,... vou... almoçar
com o gajo na sexta-feira, p’ra ver se o gajo também diz qualquer coisa ao
Pardal, p’ra (imperceptível)
MANUEL GODINHO – Pois...
CARLOS VASCONCELOS – Vamos lá a ver. (imperceptível) Eu quando souber de
alguma coisa eu depois aviso, ‘tá bem?
MANUEL GODINHO – Ok, boa tarde.
CARLOS VASCONCELOS – Um abraço, adeus.
MANUEL GODINHO – Tchau. Um abraço, adeus.
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CARLOS VASCONCELOS – Isto está tudo a mesma merda, pá estes gajos não mexem,
nem atam nem desatam, nem fazem, nem fazem nada, o Vicente Pereira, tá bem, tá
bem, vamos ver, tá bem, tá bem, vamos ver, tá a ver. Eu disse ao … imperceptível …
que ia trabalhar para a semana, eu para a semana já estou bom, já vou trabalhar,
veja lá agora se com estas mexidas, o que é que vai haver, se há hipótese de me
colocar noutro sitio, por que aquilo realmente, a linha de Cascais, é pouco, não dá
para tanto, tá a ver.
CARLOS VASCONCELOS – Tá bem, tá bem, vamos ver, sabe como é que é aquela
conversa de puta do cabrão, não é.
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CARLOS VASCONCELOS – Não sei se vai haver alguma coisa, ou se não vai haver
nada, não é. Mas de qualquer das maneiras….
MANUEL GODINHO – Não acredito, não acredito muito pá. Nesse gajo não
acredito muito.
MANUEL GODINHO – Aquele gajo não acredito que consiga, digo-lhe já.
CARLOS VASCONCELOS – Pois. E tem que ser o Pardal, não pode ser o gajo.
MANUEL GODINHO – Pois, tem que ser o Pardal, o gajo não manda nada.
CARLOS VASCONCELOS – O Frederico ainda não tinha falado com o gajo, pá, é pá
ainda não consegui falar com o gajo, teve a almoçar hoje com o … imperceptível … e
o gajo ainda não conseguiu falar com ele.
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CARLOS VASCONCELOS – Qual, Valsassina, não, não, não é um gajo porreiro. Não o
cabrão é.
MANUEL GODINHO – Então, mas se ele se dá bem com o Pardal, não me diga
que o gajo não consegue.
MANUEL GODINHO – Ai é.
CARLOS VASCONCELOS – Pois. Não te preocupes que o gajo agora vai ter muito
trabalho, pá, não é nada assim, vais ver e tal e agora o que eu quero é que o
Valsassina diga ao gajo, é pá o gajo continua sem fazer nada, arranja-lhe lá outra
coisa, que o Valsassina é todo assim para a frente, tá a ver.
CARLOS VASCONCELOS – O Valsassina diz logo, ainda é pior do que eu, o cabrão.
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MANUEL GODINHO – E ele por que é que não consegue um almoço a três.
CARLOS VASCONCELOS – Na, na, não, isso o gajo, nem o Pardal vai nisso. Tá a ver. O
Pardal foge de mim como o diabo da cruz. Já com o. o. o cunhado do meu irmão
Chico, o … imperceptível ….
CARLOS VASCONCELOS – O gajo nunca quis nada. Disse sempre ao gajo que sim
senhor, que sim senhor, que sim senhor e depois nunca me recebeu, mandou o
Fernando Silva receber-me.
CARLOS VASCONCELOS – Do modo que, o cabrão não quer nada connosco, percebe,
o filho de uma grande puta, pá este gajo, têm que pô-lo andar daqui para fora.
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CARLOS VASCONCELOS – Na história do Tua, disse lá ao Mexia, sim senhor, você faz
aí a barragem, mas, mas paga o caminho de ferro para cima. E era uma merda que o
Sócrates já tinha dito que queria fazer, não é.
CARLOS VASCONCELOS – Ó pá, o cabrão do Sócrates tem de dar uma sticada na gaja,
agora quando é que eu não sei. O Sócrates também já deve estar farto da gaja, não é.
CARLOS VASCONCELOS – Vamos lá a ver. E de resto por aí, tudo calmo, não.
MANUEL GODINHO – Pois é. É quer isto está de facto a entrar por um caminho
preocupante.
CARLOS VASCONCELOS – Sim, sim, sim. Tão á espera de gajos a despedir, gajos a
despedir, é pá, agora aquele gajo que, o arquitecto que fez aquela merda lá de
Aveiro, lembra-se, o gajo que é meu primo.
CARLOS VASCONCELOS – O cabrão, hoje, falou-me, é pá, anda a vender merdas, por
que não lhe pagam. E o gajo tem de pagar lá aos gajos que tem a trabalhar no atelier
dele, pá.
MANUEL GODINHO – Ai é.
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CARLOS VASCONCELOS – É pá, não sei quê, tenho um relógio, ei pá, ó António eu
gostava muito, mas não tenho é dinheiro, por que. Mas anda a vender merdas a
metade do preço.
CARLOS VASCONCELOS – Hoje é dia dez e ainda não paguei aos gajos por que estou á
espera de receber e os outros gajos não me pagam e eu tenho de pagar. Pá, mas tu
não tens uma conta caucionada, não tens uma, é pá não e o caraças, devem-me uma
data de massa e não me pagam.
MANUEL GODINHO – Quando começa assim, começa assim, vai tudo e não
chega a nada.
CARLOS VASCONCELOS – Olhe um dos gajos que lhe deve dinheiro é o gajo da
Teixeira Duarte.
CARLOS VASCONCELOS – Tá bem, mas não pagam, quanto mais não seja não pagam
aos fornecedores.
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CARLOS VASCONCELOS – Pois, mas que é para mostrar que estão á rasca, não
pagam, tá a perceber.
MANUEL GODINHO – Há muita boa gente que não vai resistir, não é.
CARLOS VASCONCELOS – Ai não vai não. Como isto está e cada vez vai ser pior, isto é
uma bola de neve.
MANUEL GODINHO – E agora vão criar, vão criar um imposto mais, para os
mais ricos, não é, para pagar a crise.
CARLOS VASCONCELOS – É pá, mas os mais ricos sempre pagaram a crise, não é por
aí, está a perceber, são os gajos é que têm a mania.
MANUEL GODINHO – Imperceptível … por que estão nas eleições, por que os
mais ricos depois mandam, mandam-nos dar uma volta
CARLOS VASCONCELOS – Pois, pois. São meia dúzia deles, tá perceber, e os outros
gajos é que são aos milhares para votarem neles.
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MANUEL GODINHO – Pois é. É pá, vamos com calma, vamos com calma a ver
se isto passa.
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CARLOS VASCONCELOS – Tou? Então é assim, meio dia e meio, vamos lá ter ao
escritório dele e o gajo, eu acho, ele penso que tem uma solução para o seu
caso, tá a ver, mas o sócio do gajo é que está mais metido dentro desse
assunto e pediu para levar o sócio, para poderem discutir, não há problema,
pois não?
MANUEL GODINHO – Imperceptível, não há problema
CARLOS VASCONCELOS – Não há problema? O sócio do gajo é que está mais
metido da solução que o gajo está a pensar para o seu caso.
MANUEL GODINHO – A gente fala. A gente vai almoçar
CARLOS VASCONCELOS – Não há problema ir o sócio do gajo
MANUEL GODINHO – Diga
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MANUEL GODINHO – Não, uma hora, uma hora, porque eu às onze horas da
manhã vou sair daqui, tá a ver
CARLOS VASCONCELOS – Tá bem
MANUEL GODINHO – Duas horitas para chegar aí. Você quer que o vá buscar
ao Cais do Sodré?
CARLOS VASCONCELOS – É indiferente. Se você
MANUEL GODINHO – Eu vou lá buscá-lo, não há crise
CARLOS VASCONCELOS – O senhor vem por ali abaixo e depois seguimos,
também é, em vez de vir por cima, vem por baixo
MANUEL GODINHO – Tá bem ok
CARLOS VASCONCELOS – Tá bem
MANUEL GODINHO – Está combinado
CARLOS VASCONCELOS – Eu por volta do meio-dia, meio-dia e qualquer coisa
estou-lhe a ligar
MANUEL GODINHO – Tá bem, tá bem
CARLOS VASCONCELOS – Adeus.
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S. R.
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CARLOS VASCONCELOS – Para eles…para o cliente deles. (…) Por outro lado
até é bom você conhecê-lo, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois.
CARLOS VASCONCELOS – Que é p´ra…he…levar aquelas coisas mais muito
mais ligeiras do que aquilo que está, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Não…ele tem que lhe dizer…ele tem que…
CARLOS VASCONCELOS – O que é que quer.
MANUEL GODINHO – dizer ó…dizer ó patrão dele
CARLOS VASCONCELOS – Ao cliente dele.
MANUEL GODINHO – Ao cliente dele que…ele comprou o imóvel e eu comprei
os móveis.
CARLOS VASCONCELOS – Pois.
MANUEL GODINHO – Atão o que é que ele quer?
CARLOS VASCONCELOS – Evidente, é evidente. O gajo não quer é
complicações consigo, não percebeu?
MANUEL GODINHO – Pois. Tou a perceber, tou a perceber.
CARLOS VASCONCELOS – Claro que ele não quer é complicações consigo.
Porque o gajo, o gajo é um gajo porreiro
MANUEL GODINHO – Na certeza porém…eu vou ter muito mais interesse para
ele do que a outra parte.
CARLOS VASCONCELOS – É evidente. O gajo já percebeu isso.
MANUEL GODINHO – Tá a perceber?
CARLOS VASCONCELOS – É evidente. O gajo já percebeu isso, homem.
MANUEL GODINHO – A gente vai almoçando com ele…
CARLOS VASCONCELOS – Pois.
MANUEL GODINHO – …um dia destes a gente convida-o a lá ir acima
CARLOS VASCONCELOS – Pois. O gajo comigo vai, porque o gajo é muito meu
amigo. Eu dou-me muito, muito, muito, muito, muito, muito bem com o gajo.
Mas mesmo muito bem, está a perceber?
MANUEL GODINHO – E a gente vai falando…
CARLOS VASCONCELOS – Já estive com o gajo hoje…de manhã, e se calhar
agora à tarde vou estar outra vez em casa de…lá do cunhado do gajo, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois.
CARLOS VASCONCELOS – Pronto, eu dou-me muito bem com o gajo. Não há
problemas nenhuns. É pá, ouça lá, então o gajo é meu advogado, é à borla.
MANUEL GODINHO – Pois.
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MANUEL GODINHO – Ora bem daqui a cinco minutos, dez minutos vou estar
ocupado.
MARIBEL RODRIGUES – Sim.
MANUEL GODINHO – Se precisares de falar comigo.
MARIBEL RODRIGUES – Falo normalmente.
MANUEL GODINHO – Ok.
MARIBEL RODRIGUES – Tá bem e vais acompanhado é isso.
MANUEL GODINHO – Vou almoçar acompanhado.
MARIBEL RODRIGUES – Eu falo-te normalmente.
MANUEL GODINHO – Está bem então.
MARIBEL RODRIGUES – Ok. O resto.
MANUEL GODINHO – O resto está tudo bem.
MARIBEL RODRIGUES – Está bem. Então vais-te encontrar com o Vasconcelos
não é?
MANUEL GODINHO – É com o Dr. Góis, com o Dr. Manuel Carvalho e o Dr.
Vasconcelos.
MARIBEL RODRIGUES – Ok.
MANUEL GODINHO – Ok.
MARIBEL RODRIGUES – Ok. Como é que está o tempo aí?
MANUEL GODINHO – O tempo aqui está bom e aí também está?
MARIBEL RODRIGUES – Aqui está calor, está sol e dão tempo bom para o fim-
de-semana.
MANUEL GODINHO – Dão!
MARIBEL RODRIGUES – Dão.
MANUEL GODINHO – Ontem anunciaram.
MARIBEL RODRIGUES – Anunciaram chuva e já não há chuva outra vez.
MANUEL GODINHO – Jesus, cabões.
MARIBEL RODRIGUES – Pois, estavam a anunciar chuva, agente até estava
naquela de domingo por causa da Serra da Estrela.
MANUEL GODINHO – Sim.
MARIBEL RODRIGUES – Porque estava programado e a chuva ia ser chato.
MANUEL GODINHO – Agora está aqui o transito parado.
MARIBEL RODRIGUES – Foi algum acidente então? Foi algum acidente.
MANUEL GODINHO – Ah.
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CARLOS VASCONCELOS – Da Régua a Vila Real mandou fechar uma linha. Esta
manhã já tava tudo em frente da linha, pra não deixar passar os comboios... o
homem só faz porcaria, pá.
MANUEL GODINHO – Atão...o homem, se não é rentável porque é que há-de
estar aberto? Eu aí estou com ele... aah ...aah
CARLOS VASCONCELOS – Vamos lá a ver... vamos lá a ver
MANUEL GODINHO – Não é?
CARLOS VASCONCELOS – É.
(Falam ambos em sobreposição e só é possível perceber o Manuel Godinho a
dizer qualquer coisa sobre “comboio...passageiros...o que é que você quer?”)
CARLOS VASCONCELOS –Tá bem, mas tem é de avisar que vai fechar.
O gajo não avisou nada
MANUEL GODINHO –Ah! Ok.... Tá Dr. Veja isso e diga-me alguma coisa, tá
bem?
CARLOS VASCONCELOS – Digo alguma coisa. Um abraço.
MANUEL GODINHO – Tá. Um abraço
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CARLOS VASCONCELOS – Pois, também disse ao gajo, portanto ... os gajos vão
ter uma conversa concerteza esta semana e o outro gajo já deve dizer mais
qualquer coisa, tá bem?
MANUEL GODINHO – Ok.
CARLOS VASCONCELOS – Mal eu saiba novidades ligo-lhe logo, tá bem?
MANUEL GODINHO – Ok, ok.
CARLOS VASCONCELOS – Tá, um abraço
MANUEL GODINHO – Um abraço até logo.
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há uma grande intimidade entre eles os dois. E… e sabendo o gajo que eu sou
amigo do Soares Lopes, ó pá, é evidente que o gajo, o Pardal não o deixa fazer
nada, não é, não o deixa fazer nada a ninguém, nem a ele, nem ao Vicente
Pereira nem nada. Ó pá, mas pelo menos mais uma conversa, mais um bocado
de gasolina para a fogueira, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois.
CARLOS VASCONCELOS – Que é para ver se para a semana vou lá dar mais
uma palavrinha ao gajo. Quem perguntou por si foi o Soares Lopes. “O gajo tá
porreiro, tá lá com o escritório do gajo, aquelas coisas todas e tal”.
MANUEL GODINHO – Um dia destes havemos de ir lá almoçar.
CARLOS VASCONCELOS – A ver… a ver se quando você cá vier abaixo, a ver se
a gente lhe dá uma apitadela.
MANUEL GODINHO – Está bem.
CARLOS VASCONCELOS – Tá bom.
MANUEL GODINHO – Ok.
CARLOS VASCONCELOS – Pronto, a gente vai falando
MANUEL GODINHO – Tá.
CARLOS VASCONCELOS – Um abraço, tá.
MANUEL GODINHO – Tá.
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Carlos Vasconcelos: E diz que desejava de falar consigo. Se você lhe dá jeito quinta-feira, não sei.
Manuel Godinho: Mas tenha calma, que isto está a correr muito bem, haaa.
Carlos Vasconcelos: Está bem, a gente tem de conversar. Você não bem cá abaixo antes de segunda-
feira, pois não.
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Carlos Vasconcelos: Falaram. Mas você não quer falar cu, é pá não é preciso vir almoçar, a gente
junta-se a uma hora qualquer, conversa e…. acabou.
Manuel Godinho: Pois, isso a gente almoça, não tem problema, mas…..
Carlos Vasconcelos: É pá não sei, não sei por que eu falei agora com o João e o João disse, é pá, eu
esta semana estou muito entalado, e, mas de qualquer das maneiras, vais, vais…
Carlos Vasconcelos: Pronto, vais tu falar com o, vais tu com o Zé, e com o Godinho e pronto, e
conversam aquilo que têm a conversar, você diga, ouça lá, é só para as coisas não se atrasarem
mais, você é que manda.
Manuel Godinho: Há. E eu estou a, eu, é pá, isto só daqui a quinze dias, três semanas, é que as
coisas, se….
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Manuel Godinho: Haaaa as coisas estão, estão a se encaminhar, estão a se encaminhar, e o gajo,
está toda a gente muito chateada com o gajo.
Carlos Vasconcelos: Mas eu não sei se o gajo quer falar disso se quer falar daquilo que falou com o
Melchior, tá a ver.
Manuel Godinho: Pois, estou a perceber. Haaa não há problema nenhum, na segunda-feira estamos
a falar e eu dou aí um salto.
Carlos Vasconcelos: Pronto, então aponto para segunda-feira, que é para a gente avisar os gajos,
que é para depois não haver confusões, ta bem.
Carlos Vasconcelos: Pronto e entretanto a gente vai falando de qualquer das maneiras.
Carlos Vasconcelos: Tá
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MANUEL GODINHO – Ainda não pá, ainda tou aqui. A que horas é que você
tinha marcado?
MANUEL GODINHO – Ora bem, ao meio-dia, eu tenho que estar no Altis à uma
hora.
CARLOS VASCONCELOS – Está bem… eh pá… onze e meia, meio dia., de modo
que… dá perfeitamente tá a ver, o Altis é ali ao lado.
CARLOS VASCONCELOS – Ai não sei se o gajo tem alguma coisa à tarde não é?
MANUEL GODINHO – Diga? Não, não tava, não tava nada confirmado.
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MANUEL GODINHO – E como é que eu hei-de agora fazer isto? É que eu tou
aqui no escritório, ainda.
CARLOS VASCONCELOS – Está bem, mas não falha nada. Ninguém falha nada.
Venha por aí abaixo pá. Venha nas calmas, não é… ó pá, a malta fala aquilo que
tem a falar, conversa aquilo que tem a conversar, o Altis é ali ao lado, à uma
hora você tá no Altis.
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Carlos Vasconcellos diz que esteve a falar com o João e que este lhe disse
que esteve com o Zé Manel (José Manuel Mesquita) e que ele já fez o telefonema e está
à espera que lhe digam quando é lá pode ir falar, presume-se que com a Secretária de
Estado, Ana Paula Vitorino.
Manuel Godinho conta a Carlos Vasconcellos que “a cabrona”, referindo-se
a Ana Paula Vitorino, na quinta-feira demitiu o Cardoso dos Reis e depois teve que
recuar.
Manuel Godinho pede ele não dizer nada.
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andar a brincar quatro anos, sem fazer uma remodelação ministerial, não é? O
Francês entrou agora, e já está a fazer. O Espanhol entrou e fez, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – O gajo não pode estar a aguentar estes
gajos, estas gajas, o Mário Lino, esta merda toda. E ainda por cima o cabrão do
Mário Lino (imperceptível) tá velho. Você...
MANUEL GODINHO – Que está velho, toda a gente sabe,
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Pois. O Mário Lino... o Mário Lino, da
reformas que queria, que era o aeroporto em Alcochete, que era não sei quê,
que era... o, o TGV, que era... meteu a viola no saco em tudo, hã? Já viu que o
gajo não avançou com uma?
MANUEL GODINHO – Não avança com nada.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Nada.
MANUEL GODINHO – Não avança com nada.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Tá, tudo parado.
MANUEL GODINHO – E nesta fase, avançar...
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Não pode. Nesta fase, já não pode avan...
MANUEL GODINHO – más decisões dessas, é uma bronca do caraças.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Mas por outro lado, os outros gajos que
vierem é que vão ter que as tomar, não é? Ou sim , ou não.
MANUEL GODINHO – Pois.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – E isso vai ser...
MANUEL GODINHO – Sabe que isto é logo no início da legislatura...
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – É. Isso depois é diferente.
MANUEL GODINHO – Já é diferente.
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – É...Isso já édiferente.
MANUEL GODINHO – É. Como é? As sondagens dão o Pedro a ganhar, é?
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Aqui em baixo, se os gajos... se não houver
coligação, o Pedro ganha.
MANUEL GODINHO – Se não houver coligação...
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – Se não houver coligação da esquerda, o
Pedro ganha. E vai ser muito difícil, porque a Roseta não quer nada com
ninguém. O gajo, o, o, o Costa, até ofereceu ao Carmona, o lugar de... de
Presidente, da... daquela coisa da... dos...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Da (imperceptível).
CARLOS VASCONCELOS (REFER) – ... da Simtejo. Não, da SIMTEJO.
771
S. R.
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772
S. R.
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773
S. R.
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MANUEL
GODINHO – Estou
Carlos Vasconcelos – Bom dia, Godinho, está tudo bem consigo ou quê ? Está
tudo a correr bem ?
MANUEL GODINHO – Está tudo como o caralho, amigo
Carlos Vasconcelos – É ? Isso é que é pior
MANUEL GODINHO – Os gajos andam-me aqui a chatear
Carlos Vasconcelos – Pois, isso é que é pior
MANUEL GODINHO – Mas podemos almoçar amanhã
Carlos Vasconcelos – Amanhã ? está bem, está bem. Então eu vou amanhã…
MANUEL GODINHO – está tudo fodido mesmo
Carlos Vasconcelos – Eu arranco logo cedinho que é para não apanharmos
muito trânsito e vou ter consigo, está bem ?
MANUEL GODINHO – Olhe uma coisa, como é que está isso praí para baixo ?
Carlos Vasconcelos – Está tudo uma grande merda; ainda agora fui com o
Mexia e com o Pinto Leite no avião, lá para Inglaterra ver as minhas filhas e eh
pá, o gajo diz que, estava-lhe a dizer eh pá o Pardal é maluco e diz o cabrão
pior do que ele é ela, a gaja é muito mais maluca do que ele e o Mário Lino
está-se cagando
MANUEL GODINHO – Pois é
Carlos Vasconcelos – É a opinião que o gajo tem
MANUEL GODINHO – Quem é que disse ?
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S. R.
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CARLOS VASCONCELOS – REFER – Mas o gajo não vai a tempo de nada, mas
então o que é isto, estamos a brincar? Estava-me o (imperceptível) a dizer: Ó
pá, você veja lá a deliberação. Eu não vejo nada, quero que eles se fodam, eu
nem quero conhecer os gajos, eu quero é que passem estes três meses
depressa, não é?
778
S. R.
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MANUEL GODINHO – Já não merece a pena, já nem vale a pena, é que já nem
vale a pena.
MANUEL GODINHO – Já não vale a pena fazer nada. Isso agora o que é que
vão fazer?
CARLOS VASCONCELOS – REFER – Pois, falar com o gajo, falar com os outros
gajos, falar para quê?
MANUEL GODINHO – Eles não querem nada, pá, eles não querem nada. E
agora a lei que o primeiro pôs, das pessoas não podem ter, não podem
concorrer às câmaras, desde que tenha, desde que estejam colocadas noutros
lados, isso é mesmo para acabar.
CARLOS VASCONCELOS – REFER – Pois pois, isso é mesmo para dar o… é pá,
vamos ver ó, ó… Nós temos de aguentar agora estes dois três meses de pé
firme e não mexer, não é? E pronto e vamos ver o que é que isto vai dar.
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S. R.
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CARLOS VASCONCELOS – REFER – Porque isto tem que dar qualquer coisa e eu
não desisto, eu continuo, sou um lutador até ao fim, portanto não eu desisto.
À pá, os gajos dizem reformar-se, reformo é o caralho, reformem-se vocês,
foda-se.
MANUEL GODINHO – Você diga: idade para me reformar e vou fazer o quê?
CARLOS VASCONCELOS – REFER – Eu nem, nem, nem digo isso, eu digo: eu sou
um lutador e quero trabalhar, dêem-me é trabalho, não me proponham a
reforma,
CARLOS VASCONCELOS – REFER – Porque isto está tudo fodido, tudo fodido.
780
S. R.
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CARLOS VASCONCELOS – REFER – E eles até, e para eles até saberem, que eu
abro o computador e os gajos sabem a que horas é que eu cá estive, quando é
que me fui embora, os gajos sabem tudo.
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S. R.
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MANUEL GODINHO – Eu tinha aqui uma chamada não atendida, você ligou-
me?
ARMANDO VARA – Não, não, não foi agora, já foi da outra vez.
MANUEL GODINHO – Ah!
ARMANDO VARA – Já foi da outra vez.
MANUEL GODINHO – Eh!
ARMANDO VARA – Já fez lá o pedido?
MANUEL GODINHO – Pedido?
ARMANDO VARA – Lá para, lá da REFER, já, já, já fez lá a chamada?
MANUEL GODINHO –Não.
ARMANDO VARA – Eh!
MANUEL GODINHO – Falaram-lhe nisso outra vez, é?
ARMANDO VARA – Como?
MANUEL GODINHO – Falaram-lhe nisso, é?
ARMANDO VARA – Não, não. Mas não, não ia pedir uma reunião lá com o
homem?
MANUEL GODINHO – Nós temos uma reunião marcada
ARMANDO VARA – Ai já está? Pronto.
MANUEL GODINHO – Não. Isso quem marcou foi o Juiz, tá ver?
ARMANDO VARA – Sim.
MANUEL GODINHO – Eh, para o dia dezassete, salvo erro.
ARMANDO VARA – Uh!
MANUEL GODINHO – Mas há uma situação que nós, eh, a acção vamos ganhar.
ARMANDO VARA – Pois. Já me, já me tinha dito. Mas tinha ficado combinado
que, ah, mas depois de publicar, não é?
MANUEL GODINHO – Mas depois você disse-me que não, que (imperceptível)
para deixar sair.
ARMANDO VARA – Que era melhor deixar sair. Exactamente. Tá bem, tá bem.
Pronto. Tá tudo a correr bem então, não é?
MANUEL GODINHO – Está. Eh, pronto. Eh, parece que se viu agora uma luz ao
fundo do túnel.
ARMANDO VARA – Muito bem.
MANUEL GODINHO – Eh!
ARMANDO VARA – Então olhe. Eu estou fora esta semana que vem
790
S. R.
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S. R.
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Valentim diz que pensava que era hoje. Pergunta se, em princípio, vai tudo
correr bem.
Manuel Godinho responde que sim, mas diz-lhe para se calar com isso e não
andar para aí com coisas.
Manuel Godinho diz que vai a Lisboa e combina encontrar-se com o Valentim
na zona da Expo às 11h00.
VALENTIM – Tou.
MANUEL GODINHO – Sim, Valentim.
VALENTIM – Sim.
MANUEL GODINHO – Bom dia.
VALENTIM – Tudo bem, ou não.
MANUEL GODINHO – Tudo.
VALENTIM – Então é hoje que começa o principio do fim do gajo, não...do paredão
MANUEL GODINHO – Possivelmente.
VALENTIM – Pois. Então a decisão é hoje. Não é?
MANUEL GODINHO – Não, não. Terça fei...amanhã.
VALENTIM – Ai, é só amanhã. Ahhhh.
MANUEL GODINHO – É dia nove. Não é?
VALENTIM – É dia...pois. Ahhh, então é amanhã. Eu pensava que era hoje.
MANUEL GODINHO – Não, não.
VALENTIM – Ai é só amanhã.
MANUEL GODINHO – É amanhã, é.
VALENTIM – Mas em principio...em principio tá tudo...
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S. R.
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MANUEL GODINHO – E... E eu vou-te dizendo alguma coisa. Mas cala-te com
isso, não andes a dizer nada.
VALENTIM DA REFER – Pois, mas isso convém... convém por um lado eles
saberem... Bom, mas para já ainda é cedo, não é?
MANUEL GODINHO – Não pode. Eles vão receber uma notificação.
VALENTIM DA REFER – Pois. Pois, mas então eles podem...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Cala-te com isso.
VALENTIM DA REFER – Está bem.
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Cala-te com isso, não andes a dizer nada.
VALENTIM DA REFER – (sobreposto) Pronto. Então é melhor não dizer nada,
não é?
MANUEL GODINHO – É! Cala-te com isso.
VALENTIM DA REFER – ‘Tá bem, tá bem.
MANUEL GODINHO – ‘Tá?
VALENTIM DA REFER – ‘Tá bem, tá.
MANUEL GODINHO – Senão eles depois (imperceptível) e... levas dois
pontapés, vais p’rá rua.
VALENTIM DA REFER – Pois, pois.
MANUEL GODINHO – Ok?
VALENTIM DA REFER – Ok. Pois, pois.
MANUEL GODINHO – ‘Tá, ok.
VALENTIM DA REFER – ‘Tá bem, vá, até já.
MANUEL GODINHO – Vá, até já.
798
S. R.
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DR.
MELCHIOR GOMES – Tá?
MANUEL GODINHO – Sim, sô tôr.
DR. MELCHIOR GOMES – Bom dia.
MANUEL GODINHO – Bom dia. Tá ocupado?
DR. MELCHIOR GOMES – (imperceptível) ontem seguiu. Teve de seguir por...
como é que se chama àquilo? Ahem... E-mail!
MANUEL GODINHO – Ah.
DR. MELCHIOR GOMES – Porque o... o Fax deles é que está avariado.
MANUEL GODINHO – Ai é?
800
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
DR. MELCHIOR GOMES – É. Não dá. Não dá sinal. Tentou-se duas vezes...
dava... dava negativo. Mas tinha seguido... na véspera... não sei se lá chegou.
Admito...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Pois.
DR. MELCHIOR GOMES – Porque... no nosso relatório dava erro.
MANUEL GODINHO – Ah... Olhe...
DR. MELCHIOR GOMES – Eu tentei ligar agora p´ra lá p´ró escritório. Ninguém
me atendeu. Há coisa de meia hora.
MANUEL GODINHO – Sim.
DR. MELCHIOR GOMES – Mas vou ligar outra vez, que eu estou... Eu estou fora
de Lisboa, neste momento. Mas...
MANUEL GODINHO – Pois
DR. MELCHIOR GOMES – Ligo p’lo telemovel.
MANUEL GODINHO – Você podia-me era fazer o favor...
DR. MELCHIOR GOMES – (sobreposto) Diga, (imperceptível)
MANUEL GODINHO – de me mandar uma cópia... da... do acordo da relação...
DR. MELCHIOR GOMES – Mando sim senhora. Pra quem?
MANUEL GODINHO – Ma... Mande para Aveiro. Que é p’ra... Eu amanhã tenho
aqui um amigo...
DR. MELCHIOR GOMES – Tá bem.
MANUEL GODINHO – E queria mandar isso.
DR. MELCHIOR GOMES – Tá bem. Mando-lho... Só lhe posso mandar lá para as
onze e meia, meio-dia.
MANUEL GODINHO – (sobreposto) O assinado, está a ver?
DR. MELCHIOR GOMES – Hã?
MANUEL GODINHO – O assinado.
DR. MELCHIOR GOMES – O... o que eu recebi por... por registo
MANUEL GODINHO – Exactamente, exactamente.
DR. MELCHIOR GOMES – Tá bem. Mando-lho por volta das onze e meia, meio-
dia, porque eu... a Teresa... a Doutora Teresa foi agora ao Tribunal...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Tá bem, não faz mal.
DR. MELCHIOR GOMES – ... e daqui a uma hora está outra vez no escritório.
Hum?
MANUEL GODINHO – Tá bem, tá bem. Não há crise.
DR. MELCHIOR GOMES – Pronto.
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S. R.
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802
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DR.
MELCHIOR GOMES – Tá?
MANUEL GODINHO – Sim.
DR. MELCHIOR GOMES – Tou, bom dia.
MANUEL GODINHO – Bom dia, Senhor Doutor
DR. MELCHIOR GOMES – Tudo bem consigo?
MANUEL GODINHO – Tá tudo. E consigo?
DR. MELCHIOR GOMES – Óptimo. Olhe, eles interpuseram recurso.
MANUEL GODINHO – Diga?
806
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
807
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
DR. MELCHIOR GOMES – O Supremo não altera. Não pode alterar a matéria de
facto
MANUEL GODINHO – Não?
DR. MELCHIOR GOMES – Não. Na matéria de facto provou-se... o que se prova,
hum?, é que... houve uma determinada quan... houve a... um indeterminado
levantamento ou carregamento de... de carril, cujo valor não se sabe.
MANUEL GODINHO – Pois.
DR. MELCHIOR GOMES – Este é que é os factos. Estes factos não são alterados.
MANUEL GODINHO – Pois. E a outra parte...
DR. MELCHIOR GOMES – E com... e com base... E com base na acção... foi
posta com base...
MANUEL GODINHO – Pois
DR. MELCHIOR GOMES – Num simples... num simples não locupletamento,
portanto, no princípio do enriquecimento sem causa, e esse foi considerado
que estava prescrito.
MANUEL GODINHO – Pois.
DR. MELCHIOR GOMES – E está.
MANUEL GODINHO – Está prescrito.
DR. MELCHIOR GOMES – Sim...
MANUEL GODINHO – Portanto, o Supremo aí não pode fazer nada, não é?
DR. MELCHIOR GOMES – Não, não, não.
MANUEL GODINHO – Mas os gajos não... não conseguiram dar a volta, lá no
Supremo?
DR. MELCHIOR GOMES – Eu tenho a impressão que não, mas a gente também
vai estar atenta, não é?
MANUEL GODINHO – Pois é.
DR. MELCHIOR GOMES – Nós vamos estar atentos. A gente conhece lá gente.
Muita gente. E boa.
MANUEL GODINHO – Pois. Pronto, é isso que temos que ver. Ou é
necessário... falar?
DR. MELCHIOR GOMES – Não, não. Não. É melhor
MANUEL GODINHO – Não?
DR. MELCHIOR GOMES – Não, atão aquilo primeiro que lá ... Isto vai lá só
chegar a... lá para daqui a quinze dias, três semanas. Lá mais para o princípio
de Julho. Primeira semana de Julho.
808
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
809
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
810
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
811
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 38250PM
812
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
813
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
ELSA – Eu não posso desmarcar (*) de amanhã. Eles já queriam hoje, diz que
aquilo está um caos (*)
NAMÉRCIO CUNHA – Pode ser troca de contentor?
ELSA – Hã?
NAMÉRCIO CUNHA – Pode ser troca de contentor?
ELSA – Não.
NAMÉRCIO CUNHA – Pronto, então…
ELSA – (*) buracos por todo o lado (*) a dizer O2
NAMÉRCIO CUNHA – Já falamos então. Tá? Eu ligo-te. Ciao.
ELSA – Pronto.
(*) Imperceptível
Dados do Produto
Alvo 38250PM
ELSA – Sim
NAMÉRCIO CUNHA – (*)
ELSA – Sim. Quer que lhe leia o fax ou posso enviar?
NAMÉRCIO CUNHA – (*) Leia lá então.
814
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
815
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
816
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
817
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Alvo 38250PM
818
S. R.
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819
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
820
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Não, ele não tem mais para onde sair, está a ver, ele fez
tantas asneiras, que ninguém lhe vai perdoar
Carlos Vasconcelos (Refer) – Ai isso não, não, mas nós temos que fazer o
mesmo jogo que o gajo, não é ? Um gajo diz que sim, sim e
MANUEL GODINHO – Mas você não antecipe nada, calma
Carlos Vasconcelos (Refer) – Não antecipo nada, não antecipo nada
MANUEL GODINHO – Porque a conversa até pode correr mal, não é ?
Carlos Vasconcelos (Refer) – Eu não vou dizer nada
MANUEL GODINHO – Diga ?
Carlos Vasconcelos (Refer) –Eu não vou dizer nada, vou estar caladinho,
sossegadinho
MANUEL GODINHO – Você vai estar calado e eu vou começar por, começar
por dizer mais ou menos o que se passou, está a ver e dizer que ele que não
tem culpa nenhuma, induzido em erro e não sei e não sei mais quantas e que
os prejuízos por baixo que ascendem os seis milhões de euros, está a perceber
? A ver qual a reacção dele
Carlos Vasconcelos (Refer) – A ver qual é a reacção dele, precisa de trabalho,
precisa de trabalho e que o gajo lhe dê trabalho para pelo menos repor um
bocadinho, está a ver
MANUEL GODINHO – Exactamente, e ele e ele, não sei; nesta fase eu não sei
que é que ele quer, está ver
Carlos Vasconcelos (Refer) – Está bem, mas pelo menos há- de querer
qualquer coisa, tanto que o mandou chamar, não é ? Agora resta saber é se vai
ser ele e o outro, ou se é só ele, está a ver ?
MANUEL GODINHO – Ele e o Vicente, é ?
Carlos Vasconcelos (Refer) – Sim, sim, sim; o gajo é capaz de ter medo e
meter o Vicente lá pra dentro, está ver
MANUEL GODINHO – Mas se ele está de férias
Carlos Vasconcelos (Refer) – Está de férias mas para a semana acho já vem,
mas eu posso saber isso, se o gajo está cá na terça-feira ou não
MANUEL GODINHO – Não, mas aí eu posso dizer, olhe, isto, isto é assim, eu aí
tenho que reduzir, tenho que falar o mínimo, percebe?
Carlos Vasconcelos (Refer) – Sim, sim, você tem de ouvir, ouvir
MANUEL GODINHO – pois, é que os gajos, os gajos são muito homens para
estar de má-fé
Carlos Vasconcelos (Refer) – Pois, para serem dois pode estar de má-fé, está
a perceber? Você vai ouvir o que os gajos têm para dizer
MANUEL GODINHO – Exactamente
821
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
822
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
******
823
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
824
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
825
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
Foi perguntado à testemunha o nome dos principais fornecedores da
Mantém Verde.
Foi lhe perguntado se conhecia alguns destes fornecedores: Neto
Araújo, a testemunha nunca ouviu falar.
Quanto pagamento dos fornecedores, vêm as facturas, controlam-se
os pesos e são emitidos cheques.
Também não conhece Bernardino Manuel Ramos Ferreira nem João
Reis e Manuel Reis, Luatrans, transportes, Lda, mas conhece a Axiomola, mas
apenas porque já viu facturas dessa empresa como fornecedora.
Disse que só toma contacto com a parte administrativa (não controla
as cargas).
826
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
827
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
Não teve negócios com o Godinho, só uma vez há anos.
Nas empresas de Manuel Godinho entram todos os materiais, mas só
sai cobre.
Não compra cobre a Manuel Godinho, mas é um dos principais clientes
compradores de cobre, os Taxa.
828
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
A testemunha disse que conhece a actividade do arguido Paulo Costa.
Viu lá alguns fornecedores.
Foram-lhe citadas algumas empresas, todavia não conhece nenhuma
delas: Neto Araújo; Ferricristal e Axiomola, Richout.
829
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
Disse saber que Manuel Costa teve problemas com dívidas e fechou
duas empresas que ele tinha: Ferrovar e a Nogueira da Costa.
Não sabe como deu a volta por cima. Não ouviu nada relacionado com
o facto de Manuel Costa ter recorrido a Manuel Godinho.
A testemunha pensava que o terreno onde está pertencia a Manuel
Costa e não Manuel Godinho.
Relativamente ao BMW 525 cinzento, pensava que era também de
Manuel Costa e não de Manuel Godinho.
O carro foi vendido e, mesmo assim, continuava a andar com ele.
Foi perguntado à testemunha se MANUEL Costa também manda na
empresa, afinal tem lá um cantinho, no perímetro à beira, aquilo é tudo junto.
830
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
831
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
832
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Em instâncias do MP
Foi dito pela testemunha que apenas assiste aos negócios do Paulo
Costa se estiver ali perto, fisicamente.
Disse saber que Manuel Godinho poderia ter outras empresas, mas
não conhece a BIBERLAU.
Nunca assistiu a nenhum negócio em concreto, só se estiver perto é
que ouve, porque Paulo Costa não se inibe de falar perto dos funcionários.
Disse que Paulo Costa tem um temperamento de voz um pouco
elevado.
Em instâncias do MP
833
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
834
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
835
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
836
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
837
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
838
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(cf. fls.24, 46, 116 e 358 do apenso 24, 266, 269 e 277 do apenso
25, 244 a 252 do apenso 26, 52, 63 a 73, 236 do apenso 27, 52 a 124 do
apenso 28).
839
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
840
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Mas tive……., muito tempo á sua espera, muito tempo.
MANUEL GODINHO – Pois é, mas o problema é que ele já não leva mais nada.
MANUEL GODINHO – Eles são, eles são uns espertos. Eles são uns espertos.
841
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Sim, nem sequer falei em cheques pré datados enquanto
ele não me pagar, esses, é evidente que não vou aceitar outros, ou ele julga
que vai ser como o pai.
MANUEL GODINHO – É, é, mas é que não vai ser nem mais nada, nem mais
nada, não lhe fio nem mais um centavo, por que esse gajo já está a entrar pelo
caminho do pai, percebes. E depois quando se der por ela, há uma porrada de
cheques lá no banco.
MARIBEL RODRIGUES – Diz que, que lhe ficava muito apertado ser para o dia
quinze, que depois que não conseguia pagar.
MANUEL GODINHO – Até aqui, até aqui tinha dinheiro, tinha que o tirar do
banco e não sei quê, era só dinheiro
MARIBEL RODRIGUES – Pronto, mas eu não sei o que é que se estava a passar
ou o que é que não estava, queria-me deixar aquela bodega, diz que era para
assinar por causa de um vidro, que o carro que era dele, mas que estava em
nome do sobrinho, não sei quê, pronto.
842
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL RODRIGUES – Hum, tu disseste-me que ias para Setúbal que te ias
encontrar com o Namércio, pensei que…
MANUEL GODINHO – Não, não andava. Quer dizer, eu não almocei com o
Namércio, eu estive com o Namércio das onze ao meio dia.
MARIBEL RODRIGUES – Pois, e depois ele foi á vida dele e tu vieste á tua.
843
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL RODRIGUES – Há ….
MARIBEL RODRIGUES – Como é que está o tempo para aí, está melhor, ou
não.
MANUEL GODINHO – Ó pá, para aqui está muitas nuvens e parece que vai dar
muita chuva, ó menos está a anunciar na televisão. Parece que vai dar o alerta
amarelo ou não sei quê.
844
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Mas deve estar a comprar aí, já pra umas quinhentas
toneladas por mês, não.
845
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
846
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
847
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
848
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAULO COSTA – Arranje outro, deixe ficar esse para mim, que eu gosto dele
como o caralho.
MANUEL GODINHO – Eh… pronto, é isso.
PAULO COSTA – Deixe-o ficar, deixe-o ficar. Não é… ó… eu vou ser franco
consigo, eu… eu depois que comprei-o gastei dinheiro naquilo que é um
disparate. Pronto. Você sabe bem que eu gastei. Eu meti-lhe jantes, eu meti-
lhe… para pôr aquilo à minha maneira, tá a perceber?
MANUEL GODINHO – Pois.
PAULO COSTA – E ó pá, ganhei um tal amor àquilo, não vale a pena. Gosto
mais dele do que gosto do BM.
MANUEL GODINHO – Eh… pois sim, aquilo é fodido é para a coluna, não é?
PAULO COSTA – É, pronto… tem (imperceptível) tem aquela maneira, deixe lá
que (imperceptível). Foda-se deixe tar lá, arranje outro gajo, você arranje
outro.
MANUEL GODINHO – Eu vou arranjar outro.
PAULO COSTA – É você arranje outro, deixe ficar o carrinho para mim, está
bem?
MANUEL GODINHO – Tá, não há crise.
PAULO COSTA – Tá, tá, até logo.
MANUEL GODINHO – Tá, até logo.
849
S. R.
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850
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paiva Nunes comenta que nessa altura vai para África e só regressará na
próxima quarta-feira.
Paiva Nunes pergunta a Manuel Godinho o que é que ele achou da pessoa que
estava com ele. Este responde que o achou porreiro e que já lhe ligara.
Paiva Nunes diz que, com toda a certeza, se vai arranjar “uma coisa porreira”.
851
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAIVA NUNES – Olhe eu agora, eu não sei se... se lhe disse, eu agora vou hoje
para África e só venho quarta-feira.
MANUEL GODINHO – Sim, sim você disse-me. Exacto.
PAIVA NUNES – Ok?
MANUEL GODINHO – Por isso é que eu tou-lhe a dizer que para a semana
tratamos...
PAIVA NUNES – Muito bem, muito bem.
MANUEL GODINHO – Ok?
PAIVA NUNES – Olhe e o que é que achou da... da, da pessoa que ia comigo?
MANUEL GODINHO – Porreiro, porreiro, já me ligaram.
PAIVA NUNES – Já... já lhe ligaram, é que ele já me disse, dia dois, não é?
MANUEL GODINHO – Sim, sim. Sexta-feira vou lá.
PAIVA NUNES – Tá, ok. Este é... é um tipo espectacular.
MANUEL GODINHO – Tá bem, ok.
PAIVA NUNES – É. E pode ser que se arranje... vai-se com toda a certeza fazer
aqui uma coisa porreira.
MANUEL GODINHO – Está bem, está bem.
PAIVA NUNES – Está bem?
MANUEL GODINHO – Ok! Para a semana a gente tá a falar, tá bem?
PAIVA NUNES – Ok, um abraço, muito obrigado pela atenção.
MANUEL GODINHO – Um grande abraço.
PAIVA NUNES – Ok, obrigado, obrigado.
852
S. R.
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853
S. R.
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854
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856
S. R.
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Em sede de inquirição, o Sr. Ivo Ferreira disse – “Em data que não se
recorda mas que julga ter sido no ano transacto, o seu patrão, Paulo Costa, pediu-lhe
para ser ele, o depoente, a assumir a propriedade de uma viatura da marca Mercedes.
857
S. R.
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858
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JOÃO GODINHO – Então. O carro está em Lisboa, paizinho. Ele ontem falou-me pra ir
ver...mas o carro está em Lisboa.
MANUEL GODINHO – Ehhh. Pronto, diz-lhe a ele que tenho que...tenho que... Que
tenho que entregar o carro hoje ou amanhã.
861
S. R.
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JOÃO GODINHO – Tá bem. Se for... para lhe emprestar um carro, que carro...queres
que lhe empreste o meu?
JOÃO GODINHO – Ahh, posso andar com a carrinha, com a três vinte.
JOÃO GODINHO – Eu tenho a três vinte em casa, paizinho. Não tem problemas
nenhuns.
862
S. R.
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João Godinho informa o pai que já falou com o Paulo Costa e que este pediu
para lhe emprestar o Porsche Cayenne pois ele iria emprestar o BMW ao pai (Manuel
Nogueira da Costa).
João diz também ao pai que o Paulo Costa ficou de entregar o carro (Mercedes
SL500) ao final do dia.
JOÃO GODINHO – O ji...o CAYENE, sim. Diz que é mais espaçoso para levar as pessoas,
num sei quê...
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S. R.
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JOÃO GODINHO – Eu acho que era trocar um carro, e levar o outro. Que ele disse que
vai emprestar o outro BM á...ao pai.
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João Godinho responde que o carro já foi entregue e que mandou o Paulo
Costa entregá-lo no estaleiro (O2 – Ovar), para evitar que ele fosse lá a casa. Diz
também ao pai que vai mandar o carro para o Furadouro.
Manuel Godinho, referindo-se a Paiva Nunes, diz que amanhã o “gajo” irá lá.
865
S. R.
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Senão vejamos!
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Manuel Godinho informa Maribel que ela vai receber umas cargas
com muito cobre.
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874
S. R.
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Ora o que acima se referiu quanto aos factos imputados aos arguidos
Paulo Costa e Manuel Nogueira Costa e quanto aos meios de prova que os
indiciam, leva-nos a concluir que existem indícios suficientes dos factos e que
os mesmos são susceptíveis de integrar os crimes discriminados na acusação.
*****
875
S. R.
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876
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Eng. Manuel Rodrigues, Eng. João Moita e Manuel Godinho, não são
pessoas ligadas à Sacor.
Assunto IDD – conhece o Contradanças há 6/7 anos.
Recebeu emails do Contradanças com a tipologia do concurso, mas
não os encaminhou para Manuel Godinho.
Se ele quisesse saber que desse corda aos sapatos e/ou num carrinho
e viesse por aí abaixo.
Dito que o Contradanças ficou a ideia que ele trabalhava com Manuel
Godinho ou para Manuel Godinho, respondeu que se ele ficou com essa ideia
terá ele que explicar porquê.
Os emails aterraram no computador e ficaram lá, ponto.
Soube pelo Jornal de Negócios que o Manuel Godinho ficou em último
lugar.
Se tivesse transferido os dados talvez o Manuel Godinho tivesse
ganho o concurso.
Eng. Manuel Rodrigues e Manuel Godinho almoçaram no pátio. Só
uma vez, aquela lá atrás.
Quanto a Sacor 2 – proposta.:
Disse ter-se deslocado ao Porto e à vinda “passei por Aveiro e acabei
por trazer uma carta de apresentação de Manuel Godinho para a GALP.”
À volta passou por lá.
No seu carro (via GALP) não no carro de Manuel Godinho passou por
Aveiro, em Lisboa meteu no correio interno, utilizando um envelope interno
normal onde escreveu o destinatário com a sua letra, não acredita que lá no
Departamento em causa soubessem a sua letra.
Pôs no canal do correio e foi parar ai site das compras.
Se entrasse na portaria o procedimento era o mesmo.
Metiam num envelope verde ou amarelo e iam colocar no canal
interno.
877
S. R.
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Carro desde 17/6, mostrou aos amigos e aos colegas que gostam de
carros, não escondeu de ninguém.
Em principio de Julho quis devolver o carro, Manuel Godinho disse que
tinha lá dez carros em casa e que o levasse para férias.
Segundo erro que cometeu: Aceitou.
Levou o carro para férias, deu voltas com amigos, com a família, no
Algarve e depois esteve parado à sua porta, dias seguidos.
Não tem garagem.
Mudava-o de sitio e punha-o a trabalhar para não perder a bateria.
Em Setembro de 2009 telefonou para angariar negócios da parte do
Eng. Paiva Nunes.
Devia ter-se afastado.
Telefonou a Manuel Godinho a desculpar-se por não ter nada, foi
demasiado bem-educado.
Entende que quem ouve os telefonemas fique com alguma
perplexidade, é a sua maneira de ser.
Mas não tratou de nada.
Quanto ao email de Namércio para José Pereira Bastos com o seu
conhecimento, com a expressão “de acordo com o nosso amigo”, referindo-se
a si, perante isto não fez nada porque o que podia fazer era telefonar a
Namércio e dizer que não o conhecia de parte nenhuma. Como sabia que
aquilo não tinha influência nenhuma.
O seu insucesso (é a melhor prova de que não fez nada), vai
emoldurar esta conversa telefónica atrás da sua secretaria.
Manuel Godinho se quiser que faça boas propostas para ganhar.
Não tem que garantir sucesso a ninguém.
Há uma conversa a garantir que trata desta garantia de conseguir o
trabalho.
Em 17/10/09 – entrega do AMG a Namércio [retirado abruptamente],
sem aviso, lavagem, enceramento [?]
878
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
879
S. R.
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A instancias do MP
Esclareceu que o almoço de 25/5 foi por intercessão de Dr. Armando
Vara, amigo do Paiva Nunes
Segundo ele, Paiva lhe contou.
880
S. R.
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881
S. R.
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882
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Refere que Paulo Costa nunca lhe pediu para favorecer o Sr. Godinho,
O2.
Paulo Costa pediu-lhe cópia de uma carta de apresentação da O2,
institucional, sem números, nem nomes e dirigida à GALP energia.
Não considera que seja habitual um quadro da GALP indicar novos
fornecedores, mas não vê mal nisso.
883
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
884
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
885
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Artigos da Acusação:
- 81º, 83º;
- 88º - Sobre estes factos os indícios colhidos constam do Produto 192 – Alvo
39559PM - Paiva Nunes; Produto 12260 a 12538 do Alvo 1T167PM – Manuel
Godinho; do RDE de fls.3182 a 3225; e do interrogatório de António Paulo
Costa fls. 4874 a 4884, 7476);
886
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
- 298º;
- 1328º;
- 1333º ( Factos que surgem corroborados pelo RDE – fls. 2872 a 2885)
- 1337º;
- 1357º, 1359º;
- 1365º;
- 1377º, 1378º;
887
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
- 1384º, 1390º;
- 1393º;
- 1400º;
- 1412º;
- 1423º;
- 1522º;
888
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
- 1531º;
889
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
890
S. R.
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“área dele”, referindo-se a António Maria Kopke de Melo Túlio – antigo Director
de Comunicação da GALP Energia e, actualmente, administrador executivo da
Soturis – Sociedade Imobiliária e Turística S.A., cujo capital social é detido
quase na totalidade pela Petrogal S.A.
891
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Aduziu que a Galp Energia iria lançar uma consulta pública, com vista
ao desmantelamento do batelão Sacor II, propriedade da Sacor Marítima,
empresa do Grupo Galp Energia, disponibilizando-se para diligenciar pela
adjudicação daquela prestação de serviços à "02".
892
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Foi dito por António Túlio, no âmbito das declarações por si prestadas
no inquérito, que – “O Eng. Paulo Costa contactou o depoente, através de um
telefonema, ocorrido 2 ou 3 dias antes da reunião do dia 29-05-2009, dizendo que tinha
acabado de estar num almoço com um senhor (Manuel Godinho) que pretendia
informações sobre o terreno do Parque de Sacavém, uma vez que, esse mesmo senhor
tinha algumas reservas relativamente ao processo do Parque de Sacavém”
893
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Acerca dessa reunião, Paiva Nunes, uns dias mais tarde, questionou
Manuel Godinho sobre a forma como decorreu tendo mencionado já ter
conversado com o Engº Paulo Costa sobre o mesmo assunto. (Produto 11187 -
Alvo 1T167PM - 03/06/2009 Manuel Godinho Paiva Nunes).
894
S. R.
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895
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Aliás, por alguma razão, esta reunião não conheceu registo formal.
896
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Diz o arguido que não deu, nem podia dar conhecimento prévio da
realização de quaisquer concursos ou consultas públicas de adjudicação de
contratos de prestação de serviços.
897
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Aliás, António Paulo Costa diz mesmo: “Pois, não sei, você disse
cinco mil toneladas, não é?”, ou seja, remete o enquadramento para um
encontro anterior em que a questão havia sido discutida.
E isto apenas cinco dias após o ter conhecido, o que se afigura ao JIC
ser, pelo menos, um indicio de que lhe queria ser prestável.
Sobre esta situação foi inquirido Luís Ourique Martins Carneiro que,
desde 2002, é administrador delegado da sociedade Sacor Marítima SA,
898
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
899
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
900
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho iria ser consultado com referência a um trabalho, dado que o
navio novo que a Galp possuía apresentava problemas.
901
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
902
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
903
S. R.
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904
S. R.
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905
S. R.
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906
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Senão vejamos:
907
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
908
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
909
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
INTERVENIENTES:
• DE – Namércio Cunha
• PARA – Manuel Godinho
910
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
NAMÉRCIO CUNHA – Mas faço uma cartinha a dizer que vimos por
este meio a disponibilizarmo-nos... Para… Tá bem, tá bem.
MANUEL GODINHO – Mas isso é para mandar para Lisboa, pá, tás a
entender?
911
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
912
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
onde se terão ido encontrar com o Eng.º Manuel Rodrigues (RDE de fls. 3286
a 3305 VOLUME 11\RDE 22.06.2009).
913
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
914
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
915
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAIVA NUNES – E eu espero, ter tempo de, de... quando vier de Rio Maior...
Ou então ainda lhe dou um toque, tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá bem, tá bem.
PAIVA NUNES – Mas esteja à vontade...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Mas aquilo...
PAIVA NUNES – Mas esteja à vontade...
MANUEL GODINHO – (sobreposto) Olhe...
PAIVA NUNES – ... com eles, tá a perceber?
MANUEL GODINHO – da... Sim, sim, sim. Daquilo, de lá de baixo... o
(imperceptível) não é para já, é?
PAIVA NUNES – Não, não. Estou a tratar de tudo. Porque é preciso licença, é
preciso uma série de coisas. Mas eu estou a tratar, não se preocupe.
MANUEL GODINHO – Tá bem ok.
PAIVA NUNES – Não vai agora... se não vai hoje vai amanhã. Se não vai
amanhã, vai depois de amanhã.
MANUEL GODINHO – Tá bem. Ok
PAIVA NUNES – Mas isso não se preocupe, que eu trato-lhe disso.
MANUEL GODINHO – Tá bem.
PAIVA NUNES – E agora, eu também... está bem encaminhado lá com o Paulo,
não é?
MANUEL GODINHO – Tá bem, tá bem.
PAIVA NUNES – Está, não está?
MANUEL GODINHO – Diga, diga?
PAIVA NUNES – Lá com o... com o Paulo, está bem en... estão... as coisas estão
bem encaminhadas?
MANUEL GODINHO – Tá, tá tudo porreiro.
PAIVA NUNES – Veja lá. Se... se fosse... Se precisar de alguma coisa que eu
faça...
MANUEL GODINHO – Não. Tá tudo porreiro.
PAIVA NUNES – Eu já...
MANUEL GODINHO – Nes... Tá tudo. Eu queria é que... começasse a ver...
alguma coisa, percebe? Que eu tou um bocadito à ras... à rasca aqui com o
pessoal.
PAIVA NUNES – Pois, eu... eu... eu... eu combinei com eles “Eh pá, ou de um
lado ou do outro, tem que... tem que... tem que se arranjar”, não é?
MANUEL GODINHO – (sobreposto – imperceptível)
916
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAIVA NUNES – Mas isso esteja des... Quer dizer, o problema aqui é só de
timing, tá a ver?
MANUEL GODINHO – Pois.
PAIVA NUNES – É só o timing, porque... isso...
MANUEL GODINHO – Pois.
PAIVA NUNES – ...tudop se resolve. Agora, aham... não pode é... quer dizer,
você sabe... como é que é estas coisas...
MANUEL GODINHO – Eu percebo
PAIVA NUNES – E depois...
MANUEL GODINHO – Eu percebo.
PAIVA NUNES – ... é como dizem lá na minha terra: Quere-se a cadela...
MANUEL GODINHO – Aham... Eu depois eu falo, e a gente toma um café, tá
bem?
PAIVA NUNES – Tá bem, tá bem, tá bem.
MANUEL GODINHO – Tá?
PAIVA NUNES – Tá bem, ok.
MANUEL GODINHO – Ok
PAIVA NUNES – Um abraço para si. Obrigado
917
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
ENGº
PAULO COSTA – Tou? Sim?
MANUEL GODINHO – Sim?
ENGº PAULO COSTA – Tá bom, desde há bocadinho?
MANUEL GODINHO – Tudo bem, obrigado. Aham... Só agora é que saí de lá.
ENGº PAULO COSTA – Eh, pá!
MANUEL GODINHO – Foi. Estive lá na conversa com... com o sr. Engenheiro.
ENGº PAULO COSTA – (ri-se)
MANUEL GODINHO – Pois. Aham... Recebi a consulta... recebi a consulta
daquilo que falámos.
ENGº PAULO COSTA – Tá bem, ok. Porreiro.
MANUEL GODINHO – Da... da IDA
ENGº PAULO COSTA – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Aham... Depois vamos (imperceptível) nisso.
ENGº PAULO COSTA – Tá bem. Então agora... uma boa proposta.
MANUEL GODINHO – Não fez... não fez mal eu ter falado nisso ao senhor, pois
não?
ENGº PAULO COSTA – Não, por amor de Deus, não fez mal nenhum, então.
MANUEL GODINHO – Pronto, ok.
ENGº PAULO COSTA – (sobreposto – imperceptível)
MANUEL GODINHO – Pronto, ok.
ENGº PAULO COSTA – Não tem problema nenhum.
MANUEL GODINHO – Aham... Pá, vê se me a... se apertas um bocadinho, com
o... com o nosso amigo, a ver se ele manda...
918
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
919
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Rodrigues diz que, depois de falar com ele, percebeu que pode haver
ali um bom potencial de coisas em que possa ajudar.
Lopes Barreira sugere juntarem-se os três, mas que antes gostaria de falar com
Manuel Rodrigues para lhe explicar como funciona Manuel Godinho.
Manuel Rodrigues refere que lhe explicou que tinha um bom leque de
conhecimentos nas empresas, mesmo nas públicas, e que lhe sugeriu prestar-lhe uma
assessoria. Acrescenta que Manuel Godinho tinha um assunto e que ele hoje já
telefonou para umas pessoas ligadas ao Exército.
Lopes Barreira diz que irá almoçar com Manuel Godinho na próxima segunda-
feira e combina com Manuel Rodrigues encontrarem-se antes na Consulgal para
falarem.
Como decorre dos textos das ditas conversas, resulta dos produtos
supra referidos, que após o almoço no restaurante “O Pateo”, Manuel Godinho
deslocou-se até ao escritório do Engº Manuel Rodrigues, situado na mesma rua
do restaurante, tendo aí recebido a consulta da IDD.
920
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
LB – Sossegadinho, não é?
MR – Sossegadinho e tal
921
S. R.
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LB – Ó pá, olhe o Godinho, você nem imagina o que é aquilo pá, não faz ideia
nenhuma
MR – Não, não faço nenhuma, eu conheci-o hoje, por simpatia, ele foi ao meu
gabinete pá e depois falou de si com tanta elevação, que eu liguei logo
LB – Muito mesmo, ã?
MR – Ele tem uma gratidão, mas uma gratidão por si que é uma c..., por isso é que eu
liguei, então eu disse — Ó pá, então já somos dois — Disse eu eheh
LB – Sim, eu ajudei este tipo, porque é um tipo sé..., é franco, tá a ver? E é um tipo de
grande gabarito, você nem imagina, este homem pá, o património deste homem, com
que, com este homem lida, ã?
LB – É pá é uma coisa louca, mas é uma coisa louca, o gajo tem... dúzias de fábricas
que comprou pá, he..., foram à falência pá, he... o gajo tem, tem... , é um mundo, ele é
em Esposende
MR – Ó pá, a gente tem que falar os dois, porque eu, é pá, passei aí um mau bocado,
com a história da..., aqui para nós dois não é? Da fábrica da EURONEIVA, os gajos
limparam-me um milhão e meio de euros em dinheiro não é? Em dinheiro, deram-me
cabo da vida, bom, não interessa, mas isso foi, pá e hoje
LB – O quê?
MR – A mim não é?
LB – O quê pá?
MR – Uns bandidos, não é? É pá, eu pus aquilo, pus dinheiro, pus dinheiro, pus
dinheiro, os gajos limparam-mo, mas mão interessa, ó pá, a vida continua. Eu estive
agora em Angola, com o meu compadre Zé Leitão, a falar aí do meu grande amigo
Rogério e da, pronto, tudo o que tem a ver com a CONSULGAL e não sei quê, os
meus filhos estão lá, a gente está lá é pá, e aparece-me hoje no almoço, eu estava
com o João Moita e o Paulo Costa, o Paulo Almeida e Costa, com este senhor pá, é
922
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
pá e este senhor era uma simpatia ao almoço, uma grande simpatia, uma grande
simpatia, depois convidei-o para ir ao meu gabinete pá. É pá, ele começou a falar da
LISNAVE, é pá da LISNAVE o Dr. Lopes Barreira, tenho uma dívida eterna de
gratidão, foi uma pessoa. É pá, não me diga, atão já somos dois, que é uma pessoa
que eu adoro, bom, é pá, então foi daí a razão do telefonema e ele a falar, mas a falar
com uma elevação pá, ,muito educado, um homem muito ponderado
MR – Eu disse-lhe, é pá, olhe, no que estiver ao meu alcance, eu também gostava até
porque
LB – Você para fazer negócios com o gajo, eu até sugeri a ele, mas ele disse, ee, ele
vem falar comigo para a semana
MR – Ai é? Fantástico
LB – É para a sema... esta semana não posso, mas para a semana vem falar comigo
e eu até disse, é pá, você, Godinho, estive a falar de si, evidentemente
MR – Claro, obrigado
MR – Não, quer dizer, vamos lá a ver, eu tenho, eu tenho, depois a gente tem que
falar os dois, eu tenho de uma vez por todas de deixar-me de andar a fazer favores a
to..., ao mundo inteiro
LB – Isso é verdade
LB – Isso é verdade
MR – Eu pago, a sério ó Lopes Barreira, eu pago, eu vou para Angola, pago a viagem
do meu bolso, da minha mulher
MR – Começa a ser chato, pá, quer dizer, é pá, começo-me a sentir utilizado
923
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MR – E agora é pá, começa a ser, porra, quer dizer, eu olho para o lado e assim,
espera aí, o tempo passa, as pessoas não sei quê, é pá e o Rogério sabe bem porra
eu nunca tive, o Rogério, tudo, onde o levei para minha casa naquele dia , eu
apresento-lhe a pessoas, é pá, eu não quero nada, mas quer dizer. Com este homem
percebi que pode haver um potencial de coisas
LB – É sim sr. mas é isso mesmo. Eu até disse a ele, para a semana, se você estiver
cá, vamos almoçar os três
MR – Porque é que a gente não vem aqui um dia almoçar a minha casa?
MR – Para a outra?
MR – Olhe lá, o
924
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
LB – Sim
LB – Eu sei, eu sei
LB – Eu sei, eu sei
MR – É pá, por isso, no dia 2, é pá, não sei, se a gente puder estar juntos, antes, era
bom
MR – Bem é pá, eu
MR – Tá bem
LB – Cem por cento, cem por cento, não é noventa e nove, é cem por cento
MR – É um homem bom pá
LB – É e a mim, pá, eu sempre o ajudei muito, você nem queira saber o que eu fiz por
este homem, também
MR – Ai, se calhar o Dr. Lopes Barreira vai ficar aborrecido de eu ter-lhe dito que ele
era uma pessoa boa. Vai ficar aborrecido não, por ele não é bom, ele é óptimo, é uma
jóia pá
925
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LB – Eh eh eh
LB – Eheheh
LB – Mas repare uma coisa ó Manel, mas eh... portanto, eu conheço-o, este Godinho
é sensacional pá
MR – É, é
LB – E eu, repare, tenho ajudado muito, sempre, ajudei-o sempre muito, em coisas
fundamentais, ajudei o gajo
LB – Claro
MR – Agora eu é que, eu é que, por razões do que se passou comigo, pessoais, não
é? Que fui aqui bombardeado pá, por todo o lado, não é?
LB – Sim, sim
LB – Sim, sim
LB – Pois
LB – Sim, sim
LB – Olha, quero dizer uma coisa, ele, ele, eu, enfim, ele aconselha-se sempre comigo
pá
MR – Pois
926
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MR – Fantástico pá
LB – Olha, ainda estive, estive a almoçar em casa dele, no, quando é que foi? No
sábado
MR – Aveiro, pois, que ele disse-me que era ali daquela zona
LB – E, e portanto, ele aconselha-se, tudo o que, pois, mas o gajo, pá, são muitos
milhões ã? Eh, eh
LB – Muitos milhões
LB – Pois
LB – Sim
LB – Sim, mas ele também, ele falou comigo e eu disse-lhe, com o engenheiro Manuel
Rodrigues, quem? Só um segundinho, eu já, eu já atendo
MR – Tá, tá
927
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
LB – Mas ó Manel, eu disse a ele — Olhe, com este amigo, cem por cento — Ele quer
falar comigo, quer falar comigo depois para a semana, quer almoçar comigo esta
semana
MR – Hum, hum
LB – Mas eu não posso esta semana, portanto ele vem cá segunda-feira almoçar
comigo
LB – É isso mesmo
MR – Eu ia ter consigo
LB – Ok
LB – Ok, ok
MR – Tá lá na CONSULGAL?
MR – E depois a gente fala os dois, um bocadinho, que até, olhe é uma ajuda boa
para mim, ok?
LB – Ok, um abração
928
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Ora, todas estas acções, desenvolvidas pelo Engº Paulo Costa, a favor
de Manuel Godinho (concursos, consultas, reuniões), foram graças ao seu
poder de influência e, tiveram como contrapartida, tudo o indicia, à semelhança
do que aconteceu com Paiva Nunes, a entrega, pelo menos para uso pessoal,
de uma viatura de alta cilindrada, pelo Manuel Godinho, cujo valor comercial
ultrapassa as duas centenas de milhar de euros.
929
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
930
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
931
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
932
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
933
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
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S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
935
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 1T167PM
Destinatário 351917649864
936
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
937
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
938
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
939
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
940
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
941
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
942
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
943
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
944
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
945
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
A chamar 351917829670
946
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
947
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
948
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
949
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
Destinatário 351917829670
950
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
951
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAIVA NUNES –Tá bem. Então olha… Vamos tomar um café na parte
da tarde. eu tou por aqui.
PAULO COSTA – Tá bem. Eu dou-te um toque.
PAIVA NUNES – OK. Um abraco.
PAULO COSTA – Ok?
PAIVA NUNES – Tá.
PAULO COSTA – Vá até já.
PAIVA NUNES – Abraço, abraço.
952
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
953
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
954
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
955
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
956
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Dados do Produto
Alvo 39559PM
ID de Intercepção 351917829670
A chamar 351912032873
Destinatário 351917829670
957
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PAIVA NUNES – Sim tou a perec…quer dizer, tou a ouvi-lo mas não estou a
perceber.
MANUEL GODINHO – Pois. Não está a perceber. Portanto…
PAIVA NUNES – Nem você.
MANUEL GODINHO – Nem eu percebi. Percebe?
PAIVA NUNES – (risos) A indicar como? Não percebi.
MANUEL GODINHO – Outros interesses, por exemplo, há qualquer coisa
noutra empresa qualquer, não é.
PAIVA NUNES – Ó
MANUEL GODINHO – Dar-lhe trabalho a ele, tá a ver?
PAIVA NUNES – Ó Godinho. Ó.
MANUEL GODINHO – Pronto. Eu percebo.
PAIVA NUNES – Está a inverter as coisas, é?
MANUEL GODINHO – É. Eu percebi a mensagem. Prontos. Nós somos
adultos…
PAIVA NUNES – Claro. Deixe estar e diga que não sabe, que não precisa, que
não sei quê.
MANUEL GODINHO – Exactamente. Isso já lhe disse. Já lhe disse, é pá, eu
não, eu conheço as coisas. Percebe?
PAIVA NUNES – Pois, ele ficou a…quer dizer…Ele já viu que não há golpes.
MANUEL GODINHO – Exactamente.
PAIVA NUNES – O que eu disse ao almoço é muito simples – é pá, é coisas
concretas. É pá, deixem-se lá de tretas que a gente não tem muito tempo para
ganhar dinheiro.
MANUEL GODINHO – Exactamente. É isso.
PAIVA NUNES – Claro. Ou é ou não é.
MANUEL GODINHO – Exactamente. Pronto. Isto está a andar…as coisas
estão…
PAIVA NUNES – As coisas estão…
MANUEL GODINHO – Eu ontem, ontem estive lá no norte, aquilo está
porreiro.
PAIVA NUNES – Foram lá para a parte de cima ou não?
MANUEL GODINHO – Já. Já está. A parte de cima já está limpa. Só falta meter
o barraco abaixo. Estou a mudar o arquivo.
PAIVA NUNES – Sim. Óptimo.
958
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Estou a mudar o arquivo. Vou ter que ter cuidado com
o indivíduo que está a viver por cima porque…
PAIVA NUNES – Ah, veja lá.
MANUEL GODINHO – Exactamente. Inclusivamente dei ordens para levar dois
pedreiros porque há lá uns buracos na parede, percebe?
PAIVA NUNES – Ah, sim, sim, sim. A parede tem um ar de solidez não tem?
MANUEL GODINHO – Eh, tem. Tem, tem e eu vou, eu vou dar um jeito aquilo
e vou dar uma pinturazinha depois…
PAIVA NUNES – Óptimo, óptimo
MANUEL GODINHO – …depois de estar aquilo no chão, está a ver?
PAIVA NUNES – Mas ainda não começou a tirar de lá os resíduos, pois não?
MANUEL GODINHO – Os resíduos já tiramos. Tudo.
PAIVA NUNES – Ai já? Tudo?
MANUEL GODINHO – Já. Na Terça-feira o senhor vê.
PAIVA NUNES – Mas prolongue, prolongue. Está a perceber?
MANUEL GODINHO – Está bem. Atenção que o dia sete é na Quarta não na
Terça.
PAIVA NUNES – O dia sete…
MANUEL GODINHO – No dia sete…
PAIVA NUNES – É Quarta-feira é. Sabe porquê? Porque eu fiquei confuso
porque no dia cinco que é segunda-feira é feriado.
MANUEL GODINHO – Pois é.
PAIVA NUNES – E eu por acaso até estou lá em cima no Geres.
MANUEL GODINHO – E eu vou aproveitar no dia três e vou a Bilbau.
PAIVA NUNES – Pois eu vou…Ah sim?
MANUEL GODINHO – Vou.
PAIVA NUNES – Mas eu também sobre isso queria falar consigo.
MANUEL GODINHO – Está bem.
PAIVA NUNES – Tem lá alguma coisa, é?
MANUEL GODINHO – Diga.
PAIVA NUNES – Tem lá alguma coisa?
MANUEL GODINHO – Temos. Temos lá o Cervando que é um grande
industrial ao nível da Europa que trabalha bastante connosco.
PAIVA NUNES – Mas quê? Da sua área?
959
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
960
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
961
S. R.
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962
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
963
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho liga ao Engº Paulo Costa, após ter sido previamente
alertado pelo Paiva Nunes para o facto de aquele ter um concurso preparado
para ele.
964
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
965
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
966
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
967
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Explicita também que, até agora, tem sido uma firma de Abrantes que efectua
esse serviço, mas que introduziu a questão de querer fazer uma consulta a algumas
entidades.
Manuel Godinho solicita o n.º de fax para poder enviar a identificação da sua
empresa.
Contradanças fornece o n.º 21 2308070, explicando-lhe que pode dirigi-lo a
ele ou ao director-geral.
Manuel Godinho propõe-lhe um encontro com ele. Contradanças diz que pode
escrever previamente uma carta de apresentação, o que não seria impeditivo de
combinarem encontrar-se na próxima semana.
Contradanças, respondendo a Manuel Godinho, informa que a fábrica se
localiza junto à portagem da A1, no Pinhal Novo, na estrada para Alcochete.
968
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
969
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Ehhhh, que era para ver...em que moldes é que a
gente haviamos de fazer isso.
970
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Pois. Até pode, até pode visitar a empresa, lá ir.
Eu, ehhhh, não me importo nada e de irmos dar uma volta com o Director
Geral, ele explicar aquelas coisas. Ehhh, portant...eu tava a querer era
obviar. Porque, tá bem, que agora vai-se meter este feriado todo e isso não
vai nada, não é?
JOSÉ CONTRADANÇAS – Porque, segunda e terça este Pais pára todo, não
é.
971
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Vou passar pela empresa, mas estou assim. Dai
que, o que eu lhe pedia era, se quer fazer isso em meu nome, manda pra
mim. Portanto, e então endereça o fax...tem que m andar para alguém, não
é. Portanto...
972
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Um I, um D e um D.
973
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
974
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
975
S. R.
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S. R.
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977
S. R.
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978
S. R.
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979
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
980
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
981
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
982
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Conhece o arguido há cerca de quatro anos, desde que tem contactos com a
GALP. O seu pai é amigo do depoente, foi seu secretário de estado no
tempo em que presidiu ao seu 3º Governo Constitucional.
Pode dizer que considera o arguido como uma pessoa honesta e correcta e
sabe que também é assim considerado pela própria GALP, uma vez que
teve oportunidade de o constatar por várias vezes, quando almoçou com
ele e alguns dos seus responsáveis.
983
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O próprio depoente tem algus carros que não uso e podia ter emprestado ao
Eng. Paulo Costa. Reconhece que o Eng. Paulo Costa não devia ter andado
com o carro do Sr. que ainda por cima conhecia há pouco tempo.
984
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Não que qualquer destes amigos do Eng.º Paulo Costa não possa ser
considerado pessoa de bem.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
986
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
987
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Então, pode o JIC a justo titulo inferir que o próprio Dr. Paulo Penedos
também conhecia o Eng.º Paulo Costa, ao ponto de possuir o seu próprio
contacto telefónico e estar ao par das conversas.
988
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
989
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
990
PRODUTO Nº: 11232
DATA/HORA: 03/06/2009 16:41:28
INTERVENIENTES:
S. R.
• DE – ENGº. PAULO COSTA – 962 971 903
• PARA – Manuel Godinho
TRIBUNAL CENTRAL DE INSTRUÇÃO CRIMINAL
NUIPC: 362/08.1JAAVR
991
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
ENGº
PAULO COSTA – Sim?
MANUEL GODINHO – Sim.
ENGº PAULO COSTA – Tá bom?
MANUEL GODINHO – Olá. Tá tudo bem?
992
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
993
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Engº
Paulo Costa – Estou ?
MANUEL GODINHO – Sim senhor engenheiro
Engº Paulo Costa – Está bom, como é que vai ?
MANUEL GODINHO – Está tudo bem, obrigado. Eu ontem não lhe falei, porque
eu tive aqui umas visitas e estive ocupado; eu amanha, amanhã talvez não me
seja possível mas na terça-feira vou aí a Lisboa, tomávamos um café e fazíamos
o ponto da situação. O que é que diz ?
Engº Paulo Costa – Amanhã... pode ser na terça ?
MANUEL GODINHO – Sim, na terça
Engº Paulo Costa – Está bem, ok. Está combinado.
MANUEL GODINHO – As coisas estão a andar ou não?
994
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
995
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
996
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
997
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
998
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
999
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1000
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1001
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1002
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1003
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1004
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1005
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Paulo Costa convida Manuel Godinho para almoçar em Lisboa no dia 09.
1006
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho diz que precisava de saber porque iria estar hoje com uma
pessoa.
1007
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
*****
1008
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1009
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1010
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1011
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1012
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho liga ao Engº Paulo Costa, após ter sido previamente
alertado por Paiva Nunes para o facto de aquele ter um concurso preparado
para ele.
1013
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1014
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1015
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Mas, qualquer das maneiras, se for preciso fala para
a MERCEDES.
Engº. PAIVA NUNES – Pois.
MANUEL GODINHO – Tá a ver. E pergunta, e pergunta, eee resolve logo
isso.
Engº. PAIVA NUNES – Tá bem, é isso que eu queria, mas...se conseguir
depois dizer-me onde é que tem o li...onde é que imagina que esteja o livro de
instruções...
MANUEL GODINHO – Eu vou, eu vou tentar ver isso...
Engº. PAIVA NUNES – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Eu falo já com o meu filho para ver isso, tá bem.
Engº. PAIVA NUNES – Tá bem, tá bem. Depois diga-me alguma coisa,
então.
MANUEL GODINHO – Tá, tá.
Engº. PAIVA NUNES – Olhe, não se esqueça de falar lá ao Paulo, com o
Paulo...
MANUEL GODINHO – Eu falo, eu falo. Ok.
Engº. PAIVA NUNES – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Tá. Um abraço.
Engº. PAIVA NUNES – Um abraço para si. Obrigado, obrigado.
1016
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
INTERVENIENTES:
• DE – Manuel Godinho
• PARA – Engº. PAULO COSTA - 962971903
1017
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Engº. PAULO COSTA – Portanto, ele deixou...eu acho que ele lhe deixou
uma mensagem.
MANUEL GODINHO – Sim.
Engº. PAULO COSTA – Ele chama-se José António Contradanças.
MANUEL GODINHO – Sim.
Engº. PAULO COSTA – Tá a ver.
MANUEL GODINHO – Eugénio...
Engº. PAULO COSTA – Não. José António Contradanças.
MANUEL GODINHO – José António...
Engº. PAULO COSTA – Contradanças.
MANUEL GODINHO – ...António...Contravanças.
Engº. PAULO COSTA – Tá bem. Eu se calhar...eu vou, eu peço a ele para
daqui a bocadinho ligar pra si. Tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá bem, ok.
Engº. PAULO COSTA – E você...e você dá-lhe os dados todos, que é para
ele depois lhe mandar um convite.
MANUEL GODINHO – Tá bem, tá bem.
Engº. PAULO COSTA – Tá bem?
MANUEL GODINHO – Quando é que vocês vêm cá ao Norte.
Engº. PAULO COSTA – Pá, o..olhe amanhã...hoje vou ai, vou à Figueira,
amanhã... venho para Lisboa outra vez, amanhã vou pró Porto.
MANUEL GODINHO – Ahhh. Pronto, quando tiver disponibilidade, diga...
Engº. PAULO COSTA – Pode...
MANUEL GODINHO –...que eu marco com o Paulo e a gente almoça ai, ou
qualquer coisa.
Engº. PAULO COSTA – Tá bem. Esta semana que vem, não, porque depois
vou a Paris com os miúdos. Mas na outra a seguir...
MANUEL GODINHO – Tá bem, ok.
Engº. PAULO COSTA – Tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá.
Engº. PAULO COSTA – Tá bem, grande abraço.
MANUEL GODINHO – Esteja atente, esteja atento àquelas demolições.
Está bem?
Engº. PAULO COSTA – Sim, eu sei. Não se...esteja descansado com isso. Tá
bem?
1018
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1019
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Explicita também que, até agora, tem sido uma firma de Abrantes que efectua
esse serviço, mas que introduziu a questão de querer fazer uma consulta a algumas
entidades.
Manuel Godinho solicita o n.º de fax para poder enviar a identificação da sua
empresa.
Manuel Godinho propõe-lhe um encontro com ele. Contradanças diz que pode
escrever previamente uma carta de apresentação, o que não seria impeditivo de
combinarem encontrar-se na próxima semana.
1020
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Sim senhor. É isso que eu aqui tenho, pois. Ehhh,
olhe...ehhh, o nosso bom amigo Paulo Costa, portanto...
1021
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Ehhhh, que era para ver...em que moldes é que a
gente haviamos de fazer isso.
1022
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Pois. Até pode, até pode visitar a empresa, lá ir.
Eu, ehhhh, não me importo nada e de irmos dar uma volta com o Director Geral, ele
explicar aquelas coisas. Ehhh, portant...eu tava a querer era obviar. Porque, tá bem,
que agora vai-se meter este feriado todo e isso não vai nada, não é?
JOSÉ CONTRADANÇAS – Porque, segunda e terça este Pais pára todo, não
é.
1023
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Vou passar pela empresa, mas estou assim. Dai
que, o que eu lhe pedia era, se quer fazer isso em meu nome, manda pra mim.
Portanto, e então endereça o fax...tem que m andar para alguém, não é. Portanto...
1024
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOSÉ CONTRADANÇAS – Um I, um D e um D.
1025
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1026
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1027
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1028
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1029
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Eng.º Paulo Costa pergunta a Manuel Godinho se já falou com o amigo dele
(José Contradanças). Este responde que foi enviado um mail na passada sexta-feira
(05/06/2009).
Manuel Godinho diz que um dia destes têm que falar para fazer um ponto de
situação. Este diz que naquela semana iria estar fora.
1030
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1031
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1032
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
“Caro Paulo,
A consulta está em marcha. 5 empresas contactadas. Apresentação de
propostas e escolha das duas melhores para negociação.
Alguma ajuda necessária sobre os preços do actual contrato com a empresa
de Alferrerede (Abrantes), tendo em conta:
Factura de 2008
Sucata de aço (47.320kgx0,11651€)
Sucata de latão (538kgx1,723€)
Sucata de alumínio (265kgx1,333€)
Sucata de fios eléctricos (144kgx1,333€)
Sucata de chumbo e zamak (777kgx1,13€)
Mistura de metais (48kgx0,75€)
1033
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
No dia 25 de Junho de 2009, pelas 12h04, (Vol. 69, fls. 23568) José
António Contradanças, a propósito da consulta promovida pela “IDD”
designada por “Venda de Sucata”, enviou um e-mail para o endereço de correio
electrónico de António Paulo Costa com o seguinte teor:
“Caro Paulo,
Para além de alguns dados fornecidos ontem, consultei a resposta dada pela
firma RSA - Reciclagem de Sucatas Abrantina, SA e faz indicação de mais alguns
valores:
Cobre €2,653/kg
Chumbo €1,130/kg
Latão queimado €0,60/kg
(…)”
1034
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
• DE – MANUEL GODINHO
• PARA – Namércio Cunha
1035
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Namércio Cunha –Não, eu ando a tentar falar com o Jorge, mas ele
na semana passada tinha uma desculpa que ele estava com bastantes reuniões
por causa daquele caso de pereiros, que eles vão por cá o transformador,
afinal já não o vão retirar
MANUEL GODINHO –Ai já não retiram, é ?
Namércio Cunha –Não, porque surgiu, ardeu um pé da EDP e eles
vão, eles vão trocar por aquele, eles tiram-no; no entanto eu já tive uma
conversa prévia com ele e ele vai depois ter mais, vão surgir mais situações,
vamos manter o processo em aberto, não se dá por encerrado e eles vão ter
mais situações e depois
MANUEL GODINHO –Vão ter, mas quando ?
Namércio Cunha –Pois, é isso que estou a tentar saber; pronto e ele
na semana passada, ele pediu desculpa mas ele andava lá super ocupado,
espero durante esta semana saber mais alguma coisa
MANUEL GODINHO –Pá, é ver essa porcaria; e da Tapada do Outeiro
?
Namércio Cunha –Na semana passada ainda não tinham, ainda
estavam a trabalhar naquilo, não havia desenvolvimentos nenhuns, ainda
estava tudo, pronto, digamos, em bruto
MANUEL GODINHO –Aquele senhor que nos andou a acompanhar
Namércio Cunha –Sim, sim, não, não, ele na semana passada ainda
não tinha dados nenhuns de concreto
MANUEL GODINHO –Então, mas já mandou isso pra baixo ?
Namércio Cunha –Penso que ainda está com ele.
MANUEL GODINHO –Ainda está com ele ?
Namércio Cunha –Ainda está com ele
MANUEL GODINHO –Pá, telefona e pergunta isso, pá.
Namércio Cunha –está bem, está bem
MANUEL GODINHO –Ok ?
Namércio Cunha –Está, ok, até já .
1036
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO –
Engº Paulo Costa – Está bom
MANUEL GODINHO –Olá, está tudo bem ? Vamos almoçar aonde ?
Engº Paulo Costa - Á uma hora no Sete Mares, já conhece ?
MANUEL GODINHO –Sete Mares ? É hotel, é?
Engº Paulo Costa - É ali na Columbano Bordalo Pinheiro, sabe qual
é? Que vai da Praça de Espanha para Sete Rios, é em frente ao hotel, àquele
hotel que eu lhe disse
MANUEL GODINHO –Ok, Sete Mares, é ?
Engº Paulo Costa - Sim
MANUEL GODINHO –Ok, se tiver alguma dificuldade eu aviso, está
bem ?
Engº Paulo Costa - Está a ver aquela avenida que vai da Praça de
Espanha a Sete Rios, rua Columbano Bordalo Pinheiro
MANUEL GODINHO –Está bem
Engº Paulo Costa - E o hotel é do lado esquerdo e o restaurante é
mesmo em frente ao hotel, é só atravessar a rua
MANUEL GODINHO –Está bem, ok
Engº Paulo Costa - Aquilo come-se muito bem aquilo é óptimo
MANUEL GODINHO –está ok.
Engº Paulo Costa - está bem ?
MANUEL GODINHO –está, até já.
1037
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Manuel Godinho diz que entregou “aquele papel ao nosso amigo” e pede para
Paulo Costa lhe transmitir que ”aquilo” foi entregue hoje.
PRODUTO Nº: 13806
DATA/HORA: 30/06/2009 16:19:41
INTERVENIENTES:
• DE – MANUEL GODINHO
• PARA – Engº Paulo Costa
1038
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O2 para serem consultados pela IDD. Na sequência desse pedido, chegou a ir sozinho
às instalações da IDD onde deixou a apresentação da O2 a um Director das respectivas
instalações, cujo nome não se recorda. Porque perguntado afirma nunca ter conhecido
pessoalmente, nem conversado, com o outro arguido nos presentes autos, José António
Chocolate Contradanças.
Posteriormente, receberam uma consulta da IDD para recolha e tratamento
de lotes de material que tinham acumulado no local. Deslocou-se com o Sr. Manuel
Godinho para visionarem os lotes tendo sido acompanhados na visita por uma
Engenheira cujo nome não se recorda. Apresentaram uma proposta com os preços que
foram indicados pelo Sr. Manuel Godinho, não tendo sido a O2 a ganhar esta consulta.
Esta foi a primeira e única consulta, de que se recorda, efectuada por parte da IDD.
De seguida, o produto 10084, do alvo 38250PM, ocorrido no dia 29-06-2009,
foi dado a ouvir ao declarante. O interrogado reconhece as vozes como sendo a sua e a
do Sr. Manuel Godinho. Questionado sobre quem era o amigo que o Manuel Godinho
queria avisar aquando da visita às instalações da IDD refere que deduz tratar-se do
Engº Paulo Costa, que naquele período temporal desenvolvia algumas acções tendentes
a proporcionar a contratação de serviços para a O2.” (fls. 22970 22974 do Volume 67)
1039
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1040
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Mas, mais.
1041
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1042
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1043
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
*****
1044
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A pesagem de cada uma das cargas apenas para obter o peso líquido total,
ignorando a necessária segregação, ainda que fossem compostas por materiais de
diferente natureza e valor;
1045
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Escrutinando:
Neste dia, pelas 09h17, após ter sido alcançado o supra aludido
consenso quanto à proporção, Hugo Godinho deu a conhecer a Manuel
Godinho que Figueiredo Costa lhe transmitira esperar uma compensação
1046
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1047
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Por outro lado, da análise das cópias das guias de venda e dos
respectivos talões de pesagem constantes de fls. 7 a 18 do Apenso AI
fornecidas pela LISNAVE, resulta indiciado o seguinte:
e) que a carga transportada pelas viaturas era composta por dois tipos
de sucata com um valor unitário substancialmente diferente – ferro (€189,00/t)
e latas (€30,00/t);
1048
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
PESO
GUIA DE
TOTAL DA SUCATA VALOR LATAS VALOR
VENDAS+ TALÃO DATA MATRÍCULA
CARGA (€189,00/t) (A) (€30,00/t) (B)
PESAG.
(unid. t.)
TOTAL A+B
16.796,70€
(40%/60%)
1049
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
do peso por tipo e valorização de material que inicialmente terá sido proposta
pelo Eng.º Figueiredo Costa e aceite pelo arguido Hugo Godinho – Fls. 7 a 8, 9
a 10, 11 a 12, 13 a 14, 15 a 16 e 17 a 18 – Apenso AI.
PESO
GUIA DE SUCATA VALOR LATAS VALOR
DATA TOTAL DA CARGA
VENDAS+ TALÃO PESAG. (€189,00/t) (C) (€30,00/t) (D)
(unid. t.)
11-02- 3
fls. 7 a 8 2009 32,15 16,075 038,18 € 16,075 482,25 €
11-02- 2
fls. 9 a 10 2009 24,12 12,06 279,34 € 12,06 361,80 €
11-02- 2
fls. 11 a 12 2009 28,55 14,275 697,98 € 14,275 428,25 €
11-02- 3
fls. 13 a 14 2009 34,55 17,275 264,98 € 17,275 518,25 €
11-02- 2
fls. 15 a 16 2009 29,85 14,925 820,83 € 14,925 447,75 €
11-02- 2
fls. 17 a 18 2009 30,1 15,05 844,45 € 15,05 451,50 €
TOTAL 16 2
(50%/50%) 89,66 945,74 € 89,66 689,80 €
TOTAL 19
C+D (50%/50%) 635,54€
DIFERENÇA 2
= (C+D) - (A+B) 838,84€
1050
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1051
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1052
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
HUGO GODINHO – Ah. O gajo daqui, o gajo que está agora lá na balança.
MANUEL GODINHO – Sim.
HUGO GODINHO – Ah. O gajo é um carneiro de primeira.
MANUEL GODINHO – Pois.
HUGO GODINHO – Ah. Começou aí a dar umas bocas.
MANUEL GODINHO – Sim.
HUGO GODINHO – Que agente faz o que quer e apetece e que fazemos do
engenheiro o que queremos e não sei o que mais.
MANUEL GODINHO – Sim.
HUGO GODINHO – Ah, eu não sei, mas um gajo devia aconselhar esse marreta
a tira-lo de lá para fora.
MANUEL GODINHO – Quem é esse gajo?
1053
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
HUGO GODINHO – É um velhote de bigode que lá está agora. O gajo sobe aos
camiões, o gajo, o gajo é do piorio mesmo.
MANUEL GODINHO – Ah. Ó pá. Ah, isso tem que ser uma conversa
pessoalmente.
HUGO GODINHO – Pois tem. Pois tem.
MANUEL GODINHO – Com o director.
HUGO GODINHO – É que eu nem posso dizer nada disso ao Figueiredo, senão
ele borra-se todo.
MANUEL GODINHO – Ui, com caralho, isso é pior, isso é pior. Ele mandou as
bocas a quem?
HUGO GODINHO – Mandou as bocas aos motoristas.
MANUEL GODINHO – Ós motoristas!
HUGO GODINHO – Sim, na pesagem.
MANUEL GODINHO – Foda-se.
HUGO GODINHO – E mandou uma boca ao Lino. Ele a mim não diz nada. Ele
vê-me e enfia o focinho no chão, mas é que eu não conheço o gajo de lado
nenhum, nunca vi o gajo.
MANUEL GODINHO – Foda-se. Bem isso é não ligar, não passar confiança
nenhuma ao gajo.
HUGO GODINHO – Exacto e você depois com tempo veja isso.
MANUEL GODINHO – Exactamente é não dar importância nenhuma ao gajo e
pronto. Ah é o xerife.
HUGO GODINHO – Ok.
MANUEL GODINHO – Ok?
HUGO GODINHO – Ok.
MANUEL GODINHO – Pronto já tens aí o cabo para carregar os metais ou não?
HUGO GODINHO – Ainda não, ainda não chegou.
MANUEL GODINHO – Pronto é ver isso. É pá foda-se, eu saí na saída de
Aljustrel e agora já vou a caminho do Cacem, de SanTiago do Cacem.
HUGO GODINHO – Santiago do Cacem!
MANUEL GODINHO – Isso é perto de Vila Nova de Milfontes, não é?
HUGO GODINHO – Sim é Santiago do Cacem, você está ainda um bocado para
trás.
MANUEL GODINHO – Ai é?
HUGO GODINHO – Você de Santiago do Cacem, você está a ir a Santiago do
Cacem, de Santiago do Cacem vem a Sines e de Sines vai por aí a baixo.
1054
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1055
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1056
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1057
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1058
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1059
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
*******
1060
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1061
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
E qual prova?
1062
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1063
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1064
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL RODRIGUES – Atão a Isabel ontem saiu às seis e meia da tarde e se havia
algum problema em ele sair às seis e meia. Eu disse: “Não, não há problema nenhum, poder
ir”. “Ah, é que o meu marido tá tão doente, está cheiinho de febre, está com um obcesso na
cara. Agora quando sair daqui vou ter que ir à farmácia aviar-lhe a receita e buscar o comer
que ele diz que não está em modo de fazer o comer…e ainda tenho que ir a casa de um colega
dele buscar um processo que ele tem amanhã em Tribunal e…olha é assim a minha vida”.
MANUEL GODINHO – Ó pá…mete…mete…mete fastio… faz fastio falar com essa
gente, digo-te já.
MARIBEL RODRIGUES – É que ela fala de uma maneira que até parece que o marido
está a morrer.
MANUEL GODINHO – Ah. E que o marido seja uma pessoa muito importante. É
um…é um lateiro, é um GNR.
MARIBEL RODRIGUES – Tu lhe acontece. É uma gastroenterite ou não sei que raio é
que ele disse. É um obcesso…é um obcesso num dente, é sempre cheio de febre. Poça.
MANUEL GODINHO – É, é, é. É não ligar a isso.
MARIBEL RODRIGUES – Não, eu não ligo. Ela pediu-me meia hora e eu disse: “Vai
embora”.
MANUEL GODINHO – Ela pede…ouve…ela pedindo nem que seja dias de férias, nem
que seja ia a meio da tarde… (imperceptível) ela pensa…ela está lá…está lá por favor, não é?
Mas pensa que…enfim. Ele está muito preocupado é se eu vou desempregar alguém.
MARIBEL RODRIGUES – Hã…o marido?
MANUEL GODINHO – Pois.
MARIBEL RODRIGUES – Sabe se desempregares pode a esposa ir, não é?
MANUEL GODINHO – Pois. Já me perguntou para aí uma dúzia de vezes.
MARIBEL RODRIGUES – Ok.
MANUEL GODINHO – Enfim. Olha…quando puderes pede-me dez mil euros
MARIBEL RODRIGUES – Tá. Prá amanhã?
MANUEL GODINHO – Pó caixa.
MARIBEL RODRIGUES – Tá bem.
MANUEL GODINHO – Ok?
MARIBEL RODRIGUES – Até já.
MANUEL GODINHO – Até já.
1065
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1066
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1067
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
OLIVEIRA – Ah. Nós, nós não temos parado nem lá dentro do serviço
temos parado, isto tem sido noite e dia, de volta de um grupo que está aí a
actuar de todas as formas, que nem notícias de lá de dentro temos, e não
sabia, por acaso não sabia, não, mas é bom saber, porque assim a gente tem
que dar os pêsames
MANUEL GODINHO – Pois, foi ontem, foi ontem
OLIVEIRA – Não sabia. Olhe Sr. Godinho, faça um favor, então na
quarta-feira dê-me um toquezinho para falar consigo, tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá bem. Deixa lá as indicações à Maribel
OLIVEIRA – Tá bem tá bem, Sr. Godinho, eu amanhã de manhã passo
lá e falo com ela, tá bem?
MANUEL GODINHO – Tá bem
OLIVEIRA – Tá bem, até amanhã.
1068
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Era, era, perguntou-me até que horas é que estava para deixar então a baixa
Tá bem, ... eu estou a chegar
Tá bem, ok
MARIBEL – Tou
MANUEL GODINHO – Tou
MARIBEL – Sim
MANUEL GODINHO – Estou a chegar a casa.
MARIBEL – Vais para casa é?
MANUEL GODINHO – Vou para casa. … Dizes aí ao nosso amigo, que
me telefonou, que eu por volta das nove horas, sou capaz de lhe ligar
MARIBEL – É capaz de lhe ligar
MANUEL GODINHO – Sim, que passo aí
MARIBEL – Tá bem
MANUEL GODINHO – Chegou mais algum camião?
MARIBEL – Não, não chegou mais nada. Veio o Brás, com umas
máquinas da IMA, que foram descarregadas para pôr dentro do armazém com
jeito, e camiões novos, não veio mais nada.
MANUEL GODINHO – Está tudo lá para cima ainda
MARIBEL – Chegou só o Miguel
MANUEL GODINHO – Ok
MARIBEL – Pronto. Entretanto … entretanto o marido da Isabel
perguntou até que horas é que eu estava aqui
MANUEL GODINHO – O quem?
MARIBEL – O marido da Isabel, para vir trazer a baixa
MANUEL GODINHO – O quê?
MARIBEL – Entretanto, telefonou o marido da Isabel a perguntar até
que horas eu estava aqui, para vir trazer a baixa da esposa
MANUEL GODINHO – Não é nada, pois, diz-lhe a ele que eu por volta
das nove horas que ligo
1069
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1070
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL – Tou
MANUEL GODINHO – Não lhe digas nada do telefonema
das nove horas. Ouve aquilo que ele diz
MARIBEL – Sim, e depois amanhã
MANUEL GODINHO – E depois ligas para o telemóvel da
minha esposa
MARIBEL – Tá bem
MANUEL GODINHO – Não lhe digas nada das nove horas
MARIBEL – Tá bem, tá bem
MANUEL GODINHO – Até já.
1071
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1072
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1073
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1074
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
O arguido tem que optar – não pode servir-se da expressão “Esse gajo é
um palhaço do carago” utilizada por Manuel Godinho para se defender (como o
1075
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
É que uma e outra pessoa, são a mesma. Disso não restam quaisquer
dúvidas.
Dados do Produto
Número de produto
19865
do alvo
Alvo 1T167PM
ID de Intercepção 351917649864
351234302420 (Maribel –
A chamar
SCI)
Hora inicial 09/09/2009 18:41:24
351917649864 (Manuel
Destinatário
Godinho)
1076
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1077
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1078
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Tou, Tou de serviço que a gente anda aqui de volta de um serviço e está-nos a ocupar
noites e dias (…).”
1079
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MARIBEL – Sim
MANUEL GODINHO – Manda ligar à Augusta
MARIBEL – Hum
MANUEL GODINHO – E que espere um bocado que eu que lhe vou lá assinar
as coisas, está bem?
MARIBEL – Está bem. O André, o marido da Isabel, ligou até agora. Agora não
é preciso
MANUEL GODINHO – Agora já não
MARIBEL – Ok. Até já.
MANUEL GODINHO – Até já.
Dados do Produto
Número de produto do
3941
alvo
Alvo 38249PM
1080
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
(música de espera)
Tá bem.
MARIBEL – Porque há... houve uma denúncia anónima e eles vão sair p’r’ai
agora
Dados do Produto
Número de
3943
produto do alvo
Alvo 38249PM
351917768679 (João
ID de Intercepção
Godinho)
351917649864 (Manuel
A chamar
Godinho)
1081
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – sim, João. Vocês não andam a tirar… a tirar areia, poi
não?
JOÃO GODINHO – Não faço a mínima ideia. Não faço a mínima ideia! Nós
não estávamos…
MANUEL GODINHO – Nã, nã! Isso não é nada com nós! Manda-os dar uma
volta!
JOÃO GODINHO – é…
JOÃO GODINHO – Eu vou ver como é que aquilo está lá em baixo e vou…
JOÃO GODINHO – Aí é?
MANUEL GODINHO – É.
1082
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
JOÃO GODINHO – Nem sequer vou para lá. Nem sequer vou para lá.
Dados do Produto
Número de
3945
produto do alvo
Alvo 38249PM
351917768679 (João
ID de Intercepção
Godinho)
351917768679 (João
A chamar
Godinho)
Hora inicial 02/04/2009 12:13:16
917649864 (Manuel
Destinatário
Godinho)
JOÃO GODINHO – Isto… isto nem vale a pena esperar por eles, poi não? Ou achas
que vale?
MANUEL GODINHO – Por quem? Nem pode! Nem pode! Tens que fazer de conta
que não sabes que eles vão aí.
1083
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
MANUEL GODINHO – Ahm… Nem podes dar a perceber que foste avisado.
MANUEL GODINHO – Tens de fazer de conta que não sabes de nada. Fechas só À
hora de almoço e mandas foder tudo.
1084
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
****
1085
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
convicção de que existe uma possibilidade razoável de que foi cometido o crime
pelo arguido.
Esta possibilidade é uma possibilidade mais positiva do que negativa; o
juiz só pode pronunciar o arguido quando pelos elementos de prova recolhidos
nos autos forma a sua convicção no sentido de que é mais provável que o
arguido tenha cometido o crime de que não o tenha cometido”.
E acrescenta ainda o referido autor “ A referência que o artº 301º, nº3 faz
à natureza indiciária da prova para efeitos de pronúncia inculca a ideia de
menor exigência, de mero juízo de probabilidade. Na pronuncia o juiz não julga
a causa; verifica se justifica que com as provas recolhidas no inquérito e na
instrução o arguido seja submetido a julgamento pelos factos da acusação. A lei
só admite a submissão a julgamento desde que da prova dos autos resulte uma
probabilidade razoável de ao arguido vir a ser aplicada, por força dela, uma
pena ou uma medida de segurança ( artº 283º nº2 ); não impõe a mesma
exigência de verdade requerida pelo julgamento final”.
Em suma será necessário fazer pré-juízo sobre a criminalidade e
exigência dos factos, a partir do material probatório que consta dos autos.
Estas são as linhas gerais de orientação que o juiz terá de ter presente
quanto se lhe solicita a introdução de um feito penal em juízo.
Bem, assim compulsados os elementos a que a acusação faz referência,
conjugados com todos os elementos indiciários a que, ao longo do excurso
desta decisão instrutória, nos fomos arrimando, entende o TCIC que se
mostram preenchidos os pressupostos conducentes à consideração de que,
está suficientemente indiciada a participação desses arguidos, sendo mais forte
a probabilidade de, uma vez provados em julgamento os factos que lhes são
imputados, serem os mesmos condenados pela comissão dos crimes que lhes
vêm, respectivamente, imputados na acusação, em detrimento da
probabilidade da sua absolvição, pelo que serão pronunciados nos exactos
termos daquela – art.ºs 286.º, 287.º e 308.º, n.º 1 e 3, todos do CPP.
1086
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
****
Assim:
Face a tudo o que vem de ser exposto, para serem julgados em
processo comum, com a intervenção do Tribunal Colectivo, decido
pronunciar, pelos factos constantes da acusação (com as rectificações
aos artºs 23º, 27. 29º, 31º, 36º, 44º, 49º, 63º, 68º, 70º, 77º, 79º, 80º, 83º 88º,
104º, 283º, 284º, 305º, 312º, 404º, 433º, 434º, 475º, 513º, 545º, 554º, 557º,
567º, 569º, 596º, 605º, 607º, 609º, 611º, 613º, 615º, 617º, 619º, 621º, 625º,627º
631º, 633º, 635º, 637º, 639º, 642º, 644º, 646º, 648º, 651º, 654º, 657º, 660º,
663º, 665º, 831º, 840º, 868º, 874º, 900º, 901º, 915º, 948º, 1076º, 1254º, 1256º,
1258º, 1260º, 1262º, 1264º, 1266º, 1268º, 1270º, 1272º, 1274º, 1276º, 1278º,
1280º, 1283º, 1285º, 1287º, 1290º, 1293º, , 1300º, 1301º, 1303º, 1368º, 1458º,
1503º, 1545º, 1548º, 1551º, 1555º, 1558º, 1561º, 1564º, 1566º, 1568º, 1570º,
1637º, 1639º, 1641º, 1643º, 1645º, 1647º, 1693º, 1696º, 1698º, 1700º, 1702º,
1741º, 1743º, 1769º, 1771º, 1780º, 1801º, 1840º, 1843º, 1850º, 1852º, 1860º,
1867º, 1879º, 1881º, 1888º e 1890º), os seguintes arguidos:
1087
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1088
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1089
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1090
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1091
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1092
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1093
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Porquanto:
1094
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1095
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1096
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1097
S. R.
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1098
S. R.
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1099
S. R.
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1100
S. R.
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1101
S. R.
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1102
S. R.
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funcionários dos serviços de finanças das áreas nas quais as suas empresas
detêm interesses, a membros do executivo camarário e funcionários de
Municípios nos quais as suas empresas conhecem implantação e
desenvolvem o seu objecto social, a membros das forças de segurança e a
responsáveis e funcionários de organismos de tutela directa ou indirecta ou
de fiscalização nas áreas de actividade das suas empresas;
1103
S. R.
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1104
S. R.
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1105
S. R.
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1106
S. R.
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1107
S. R.
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56.º João Godinho era visto por Manuel Godinho como o seu sucessor
natural.
1108
S. R.
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1109
S. R.
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63.º Por fim, Manuel Godinho informava-os de ter garantido a omissão dos
poderes/deveres de fiscalização e, assim, a subtracção e apropriação de
resíduos nobres como se de ferrosos se tratassem, a adulteração do peso
dos resíduos recolhidos, a retirada de resíduos sem a necessária pesagem,
a sua pesagem global ignorando a necessária segregação e a
sobrefacturação dos serviços prestados.
1110
S. R.
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Godinho. (vide Ap. 24, fls. 116, Produtos 13097, 13132, 13812, 13813, 13823
e 13827 – Alvo 1T167PM, Ap. 27, fls. 69 a 73 e Ap. 23, fls. 49 a 54).
66.º O arguido Paulo Pereira da Costa nunca suportou qualquer renda pela
utilização daqueles prédios.
69.º Não obstante serem formalmente detidas pelo arguido Paulo Pereira da
Costa, as empresas “Mantenverde – Comércio de Sucatas, Ld.ª” e “Sucatas
109, Unipessoal, Ld.ª” são, por força do domínio e da ascendência que o
arguido Manuel Godinho exerce sobre aquele, efectivamente, controladas
por Manuel Godinho.
1111
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1112
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
78.º A Mário Pinho competia curar dos interesses de Manuel Godinho junto
da Administração Fiscal, diligenciando pela preterição de formalidades
essenciais quanto à eficácia das notificações e pela prática de nulidades
processuais insanáveis, por forma a garantir o arquivamento dos processos
fiscais movidos contra o universo empresarial, directa ou indirectamente,
gerido por Manuel Godinho.
1113
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
81.º Por outro lado, José Valentim funcionava, também, como guia de
Manuel Godinho sempre que este se deslocava a Lisboa, nomeadamente
quando nesta Cidade se encontrava com Armando Vara, Paiva Nunes e
António Paulo Costa.
83.º Por outro lado, na prossecução do seu projecto delituoso, Manuel José
Ferreira Godinho criou uma rede tentacular integrada, entre outros, por Jorge
Paulo Martins Pereira dos Penedos, José Rodrigues Pereira dos Penedos,
Victor Manuel Costa Antunes Machado Baptista, Fernando Manuel dos
Santos, Juan Carlos Fernandes Oliveira, Fernando Vítor Lopes Barreira,
Armando António Martins Vara, Domingos José Paiva Nunes, António Paulo
Cadete de Almeida Costa, José António Chocolate Contradanças, António
1114
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
84.º Neste quadro, Manuel Godinho entregou a Paulo Penedos, pelo menos,
1.232,500,00€, sendo 490.500,00€ o saldo líquido favorável a Paulo Penedos dos fluxos
financeiros estabelecidos com Manuel Godinho; (vide Ap. 162, fls. 37).
1115
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
88.º A António Paulo Costa, pelo menos, o veículo automóvel ligeiro, marca
Mercedes-Benz, modelo CL 65 AMG, com a matrícula nº 68-GV-25, no valor
de 284.376,00€; (vide Produto 192 do Alvo 39559PM, Produtos 12260 a
12538 e RDE de fls. 3182 a 3225).
90.º A Manuel Guiomar, pelo menos, 5.110,00€; (Confrontar com Ap. 162,
fls. 78).
91.º Celebrou com Carina Manuel Ribeiro Guedes, filha de Abílio Pinto
Guedes, um contrato de trabalho. (vide fls. 7788 a 7796).
92.º Daquela rede tentacular fazia, igualmente, parte, entre outros, André
Manuel Barbosa de Oliveira, o qual, a troco da promessa e da entrega de
vantagens patrimoniais e não patrimoniais para si e para terceiros consigo
relacionados, olvidava o exercício dos actos próprios das funções públicas
que desempenhava, praticava actos contrários aos seus deveres funcionais,
bem como exercia a sua influência para que outros os preterissem e/ou
praticassem, nomeadamente por forma a informar Manuel Godinho das
acções de fiscalização promovidas pela Guarda Nacional Republicana das
quais podiam ser alvo as empresas por si administradas.
93.º Manuel Godinho celebrou com Isabel Cristina Sousa Lucas Oliveira,
esposa de André Manuel Barbosa de Oliveira, um contrato de trabalho.
(Confrontar com Produtos 721, 16238, 16253, 16264, 16708, 19865 e 16590
do Alvo 1T167PM).
1116
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
95.º Neste contexto, Manuel Godinho entregou a João Valente, pelo menos,
52.451,90€; (vide Ap. 162, fls. 112).
97.º a João Tavares, pelo menos, 12.500,00€. (Vide RDE’s de fls. 2158 a
2164 e 2168 a 2191).
1117
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1118
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
105.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei, o
que quiseram.
1119
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
112.º A “SEF”, pelo menos, nos anos de 2004 e 2005, apresentava como seu
principal fornecedor e cliente a REFER.
1120
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
115.º A REFER encontra-se sob a tutela dos Ministérios das Finanças e das
Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
1121
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1122
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
127.º Assim, os valores facturados pela “SEF” foram pagos pela REFER sem
que se tenha previamente assegurado, através da medição dos trabalhos
concretamente realizados, de que o respectivo valor correspondia à
“qualidade”, “tipo” e ”quantidade” dos indicados nas facturas apresentadas a
pagamento.
130.º Neste documento, o arguido José Magano Rodrigues, sem para tal
apresentar qualquer fundamentação, aceitou preços unitários para a
utilização de compressor e autobetoneira que não constavam da proposta da
“SEF”, bem como aceitou a facturação do preço unitário da mão-de-obra de
"oficiais" a 26,84€/hora quando o preço unitário constante da proposta
daquela empresa se cifrava em 16,31€/hora (o que significou um sobrecusto
de 12,629,56€).
1123
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1124
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
141.º Para tanto, nos anos de 2002, 2004, 2005 e 2007, a propósito da
quadra natalícia, por forma a, desde logo, criar e potenciar um clima de
permeabilidade e cumplicidade para posteriores diligências e de
1125
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1126
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1127
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1128
S. R.
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1129
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1130
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1131
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
179.º Sucede, contudo, que, não obstante não tivesse sido removido
qualquer balastro, o arguido Silva Correia ordenou que fossem satisfeitos
pela REFER custos resultantes da sua alegada remoção ao abrigo do
contrato 06/01/CA/CN.
1132
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1133
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
187.º Como tal, foi emitida factura pela quantidade de 390,680 Kg, no
montante de 65.087,29€.
1134
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
queixas-crime contra a “O2”, as quais vieram a dar origem aos inquéritos sob
os NUIPC´s 120/04.2GAMCD e 149/07.9TAMCD.
1135
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1136
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
211.º Nos anos de 2002, 2004 e 2006, a propósito da quadra natalícia, por
forma a, desde logo, criar e potenciar um clima de permeabilidade e
cumplicidade para posteriores diligências e de predisposição à aceitação das
suas pretensões ou mesmo com carácter remuneratório (bónus), Manuel
Godinho entregou, em nome das sociedades comerciais que compõem o
1137
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1138
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
218.º Com efeito, o arguido João Valente não utilizou as folhas de controlo
instituídas pela REFER, não acompanhou os trabalhos de carga e descarga
de materiais, não instruiu o processo de fiscalização com os documentos
internamente definidos e os legalmente exigidos, preencheu de modo
incorrecto e incompleto as guias de remessa, designadamente consignando
horas e/ou datas daquelas posteriores às da saída dos camiões, não as
numerou de forma sequencial e preencheu de forma incorrecta os talões de
pesagem. (Confrontar com fls. 48 e 49 do NUIPC 3/08.7TELSB.
219.º Nos termos deste contrato, para além da “02” se ter comprometido com
um limite mínimo diário de fragmentação de 248 travessas, a proporção entre
betão e aço devia situar-se numa relação de 9 para 1 e a separação da
fracção metálica da fracção de betão devia ocorrer à cadência diária de 44,8
toneladas de betão (capacidade máxima indicada pela “O2”). (vide Ap. AJ6,
fls. 292 a 296 e Fls. 997 a 1008 do NUIPC 3/08.7TELSB).
1139
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
226.º Logo após, tendo detectado um camião da “O2” prestes a ser pesado,
decidiram verificar o processo de pesagem na presença de um representante
daquela empresa.
1140
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1141
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
234.º Caso a “O2” por força da actuação dos arguidos lograsse que lhe fosse
paga a fragmentação e valorização das 1.007,47 toneladas que fez passar
nas pesagens como betão fragmentado, lograria locupletar-se com a quantia
total de 34.314,43€ correspondentes à multiplicação das 1007,14 toneladas
pelo preço da fragmentação e valorização fixados no contrato (1.007,14 X
34,06 €).
237.º Mais lhes solicitou que, junto daqueles, diligenciassem pela alteração
do comportamento comercial da REFER e do Presidente do Conselho de
Administração desta empresa para com a “02”, por forma a que as
pretensões de Manuel Godinho conhecessem acolhimento, bem como pela
manutenção do arguido João Valente nas funções que desempenhava, pese
embora a sua actuação em notório prejuízo da REFER na execução do
contrato de valorização de 5.000 toneladas de travessas de betão bi-bloco.
1142
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
239.º Nos anos de 2004, 2006 e 2007, a propósito da quadra natalícia, por
forma a, desde logo, criar e potenciar um clima de permeabilidade e
cumplicidade para posteriores diligências e de predisposição à aceitação das
suas pretensões ou mesmo com carácter remuneratório (bónus), Manuel
Godinho entregou, em nome das sociedades comerciais que compõem o
universo empresarial, directa ou indirectamente, por si gerido, diferentes
bens, a título de presentes, a Armando Vara e Lopes Barreira. (Vide fls. 1864
a 1902 – Lista de Prendas).
240.º No ano de 2004, Armando Vara viu ser-lhe atribuída a categoria AAA, a
segunda mais elevada, tendo recebido um estojo com decantador, Herdade
de Prata, no valor de 685,00€; no ano de 2006, manteve aquela categoria,
tendo recebido uma caneta Mont Blanc e um relógio, no valor global não
inferior a 1.500,00€.
241.º No ano de 2006, Lopes Barreira viu ser-lhe atribuída a categoria AAA,
a segunda mais elevada, tendo recebido um cantil português e um relógio,
no valor global não inferior a 1.500,00€; no ano de 2007, foi-lhe atribuída a
categoria A, tendo recebido uma caneta Mont Blanc, no valor de 330,00€.
1143
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
245.º Aduziu que Luís Pardal estava a perseguir a “O2” e o arguido João
Valente por ter “boas relações” com aquela empresa, induzindo-a a resolver
a situação.
1144
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
249.º Helena Neves assim fez, sendo certo que, após a apresentação a
Vicente Pereira de um esquiço do documento, foi afastada das funções que
desempenhava.
250.º Com efeito, antes de Helena Neves concluir o seu parecer, Luís Pardal
exibiu a sua própria proposta de reestruturação, a qual veio a merecer a
aprovação unânime do Conselho de Administração da REFER.
251.º Deste modo, o arguido João Valente manteve-se no exercício das suas
funções de Director do Departamento de Logística.
1145
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1146
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
264.º Mais viu como essencial assegurar que aquela rede diligenciasse pela
criação de aparentes necessidades da celebração de contratos de prestação
de serviços na área dos resíduos pela REFER, bem como consentisse e
promovesse as condições necessárias à adulteração do peso dos resíduos
recolhidos, à retirada de resíduos sem pesagem e à sobrefacturação dos
serviços prestados.
1147
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1148
S. R.
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1149
S. R.
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1150
S. R.
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1151
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
287.º Nos anos de 2004 e 2006, a propósito da quadra natalícia, por forma a,
desde logo, criar e potenciar um clima de permeabilidade e cumplicidade
para posteriores diligências e de predisposição à aceitação das suas
pretensões ou mesmo com carácter remuneratório (bónus), Manuel Godinho
entregou, em nome das sociedades comerciais que compõem o universo
empresarial, directa ou indirectamente, por si gerido, diferentes bens, a título
de presentes, a José Domingos Lopes Valentim.
1152
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1153
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
298.º Por outro lado, José Valentim funcionava, também, como guia de
Manuel Godinho sempre que este se deslocava a Lisboa, nomeadamente
quando nesta Cidade se encontrava com Armando Vara, Paiva Nunes e
António Paulo Costa.
299.º Manuel Godinho intercedeu junto de Abílio Pinto Guedes para que, a
troco de compensações patrimoniais e não patrimoniais, para si e para
terceiro, lhe revelasse o conhecimento prévio da natureza, das condições e
dos termos dos concursos e das consultas públicas de adjudicação de
contratos de compra e venda e de prestação de serviços na área dos
resíduos a lançar pela REFER e, bem assim, omitisse os poderes/deveres de
fiscalização que lhe incumbiam na identificação das existências e no
acompanhamento dos levantamentos efectuados na Linha do Tâmega e no
âmbito concurso público para a alienação de 16 lotes de resíduos dispersos
por diferentes estações sob a jurisdição da Unidade Operacional Norte.
300.º Para tanto, Manuel Godinho celebrou com Carina Manuel Ribeiro
Guedes, filha de Abílio Pinto Guedes, um contrato de trabalho.
1154
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1155
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
311.º Lopes Barreira encetou, igualmente, contactos com Ana Paula Vitorino,
Secretária de Estado dos Transportes sob cuja tutela directa se achava a
REFER, no sentido de lhe fazer crer da bondade das pretensões de Manuel
Godinho e, bem assim, da necessidade de Luís Pardal ser destituído do
cargo que ocupava.
1156
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
318.º Durante o almoço, Manuel Godinho fez ver a Manuel Guiomar que, em
breve, o iria mimosear com gratificações venais e não patrimoniais para que
lhe revelasse o posicionamento, o sentir e o pensar da Administração da
REFER e da direcção de Contratualização, Procurement e Logística
relativamente às suas empresas, o conhecimento prévio da adjudicação, da
natureza, das condições e dos termos dos concursos e das consultas
públicas de adjudicação de contratos de compra e venda e de prestação de
serviços na área dos resíduos a lançar pela REFER, o conhecimento da
identidade dos concorrentes, da natureza, das condições, dos termos e do
valor das propostas por estes apresentadas, permitisse a adulteração do
peso dos resíduos recolhidos e a retirada de resíduos sem a necessária
pesagem.
1157
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1158
S. R.
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1159
S. R.
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334.º Pelas 11h49, Manuel Godinho pediu a Maribel Rodrigues para colocar
2.500,00€ num envelope. (Confrontar com Produto 2606 do Alvo 1T167PM).
1160
S. R.
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1161
S. R.
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1162
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
347.º Conforme havia sido estipulado, em Fevereiro de 2008, por Maria José
dos Santos Gamelas, directora de Contratualização, Procurement e
Logística, de modo a inviabilizar a participação da “O2” nos procedimentos
concursais lançados pela REFER, foi estabelecido, para além do mais, um
requisito essencial para admissão dos proponentes neste concurso público,
qual tenha sido
350.º Ainda assim, nas propostas juntas pela “SCI” e que viriam a merecer
adjudicação, a “O2” foi apresentada e assumiu-se como destino final de
valorização dos resíduos por si recolhidos, nomeadamente no que aos lotes
n.ºs 11 e 16 se reportou.
1163
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
352.º Como tal, a quantidade de resíduos que compunha cada um dos lotes
não correspondia, por defeito, à efectivamente existente em cada uma das
localizações.
354.º Neste encontro, afiançou-lhe que, fruto do “feitio lixado” de Luís Pardal,
a sua posição enquanto Presidente do Conselho de Administração da
REFER estava muito fragilizada, uma vez que os empresários, como, por
exemplo, Manuel Godinho, se queixavam frequentemente dele.
356.º No dia 05 de Março de 2009, pelas 17h22, José Valentim deu conta a
Manuel Godinho que, em breve, a REFER, na pessoa do Engenheiro José
Sousa, Director-Adjunto da Direcção de Contratualização, Procurement e
Logística, iria lançar consultas públicas nas quais iria convidar empresas
integrantes do universo empresarial, directa ou indirectamente, por si gerido
para realizar trabalhos na área dos resíduos. (Confrontar com Produto 3261
do Alvo 1T167PM).
1164
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
359.º Sublinhou que a opção pela realização de consultas seria para que as
suas empresas, nomeadamente a “O2”, não fossem convidadas a apresentar
proposta.
1165
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1166
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
371.º Logo a seguir, pelas 08h40, Manuel Guiomar elucidou Manuel Godinho
quanto às empresas possuidoras de alvará de obras públicas para ferrovia -
“Transsucatas – Soluções Ambientais” e “Recifemetal”. (Confrontar com
Produto 3878 do Alvo 1T167PM).
372.º Mais lhe disse que, em breve, seria lançado concurso público para o
levantamento do Ramal de Cáceres.
1167
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
376.º No dia 20 de Março de 2009, pelas 09h28, Abílio Pinto Guedes pediu a
João Godinho que informasse o seu Pai que a REFER iria lançar concursos
públicos para o desmantelamento de linhas encerradas e sua reconversão
em eco-pistas (Estremoz, Borba e Vila Viçosa), bem como relativo à
alienação de 16 lotes de resíduos dispersos por diferentes estações sob a
jurisdição da Unidade Operacional Norte. (Confrontar com Produto 2814 do
Alvo 38249PM).
377.º Instantes depois, pelas 09h32, João Godinho fez chegar a Manuel
Godinho a conversa, que acabara de manter com Abílio Pinto Guedes.
(Confrontar com Produto 2815 do Alvo 38249PM).
380.º No dia 27 de Março de 2009, pelas 14h43, Lopes Barreira deu conta a
Manuel Godinho que, por sua iniciativa e de Armando Vara, iria ocorrer, no
dia seguinte, uma reunião em sua casa com Mário Lino versando a contenda
judicial e extra-judicial que opunha as suas empresas à REFER. (Confrontar
com Produto 5184 do Alvo 1T167PM).
1168
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
381.º Mais lhe disse que havia já abordado o assunto com Mário Lino no
sentido de o elucidar sobre a falsidade das notícias que imputavam a Manuel
Godinho a subtracção de carris.
383.º Acrescentou ter obtido de João Folque a crença de que José Manuel
Mesquita teria novidades no decurso daquela semana.
1169
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
390.º No dia 02 de Abril de 2009, pelas 16h53, José Valentim, para além de
aludir ao receio que havia sentido em Manuel Guiomar, comunicou a Manuel
Godinho ter-lhe transmitido a sua vontade em falar com ele. (Confrontar com
Produto 5657 do Alvo 1T167PM).
1170
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
398.º Neste mesmo dia, pelas 18h24, Manuel Godinho participou a Manuel
Guiomar que acabara de receber uma carta comunicando-lhe a marcação de
uma reunião para o dia 16 de Junho com vista à obtenção de um eventual
acordo entre a REFER e a “O2”. (Confrontar com Produto 5674 do Alvo
1T167PM).
399.º Pelas 18h52, Lopes Barreira por forma a alardear e demonstrar a sua
influência, fez saber a Manuel Godinho que Ana Paula Vitorino iria almoçar a
sua casa. (Confrontar com Produto 5687 do Alvo 1T167PM).
1171
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
401.º No dia 08 de Abril de 2009, pelas 15h40, deu-se início à abertura das
propostas apresentadas relativamente ao concurso público para a alienação
de 16 lotes de resíduos dispersos por diferentes estações sob a jurisdição da
Unidade Operacional Norte. (Vide Ap. AJ4, fls. 142 a 178).
404.º Manuel Godinho, através das sociedades “2nd Market” e da “SCI”, não
encontrou dificuldades em apresentar propostas com valores
substancialmente mais elevados que os demais concorrentes para os lotes
em que a diferença entre o estimado e o real assim o justificava.
1172
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
408.º Pelas 20h12, enviou uma outra SMS, asseverando-lhe que o dia
seguinte seria consagrado apenas à análise das propostas. (Confrontar com
Produto 6223 do Alvo 1T167PM).
410.º No dia 09 de Abril de 2009, pelas 09h29, Carlos Vasconcellos deu nota
a Manuel Godinho que João Folque e José Manuel Mesquita continuavam a
diligenciar pela resolução do diferendo com a REFER. (Confrontar com
Produto 6244 do Alvo 1T167PM).
412.º Por fim, aduziu ao conhecimento que Armando Vara, Mário Lino e José
Sócrates tinham do assunto.
413.º No dia 14 de Abril de 2009, pelas 09h08, Manuel Godinho fez sentir a
José Valentim a necessidade de entrar em contacto com Manuel Guiomar.
1173
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1174
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
421.º Mais o informou ter sido decidido na REFER adquirir uma balança
móvel para efectuar as pesagens.
1175
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
428.º Mais lhe garantiu que, presencialmente, lhe cederia a informação que
obtivera.
1176
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Zona Industrial de Taboeira, lote 17, em Aveiro, nas quais permaneceram até
cerca das 14h40.
1177
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
439.º Mais lhe transmitiu que lhe haviam subtraído o seu computador portátil
e que tinha pedido a Paulo Godinho um outro computador para o substituir e
que este já lho havia entregue.
442.º Neste encontro, Melchior Gomes, após para tal ter sido instado,
entregou a José Manuel Mesquita o conjunto dos elementos relativos ao
diferendo entre a “O2” e a REFER na sua posse para que este pudesse
exercer pressão sobre Luís Pardal.
1178
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
444.º Manuel Godinho aduziu que, fruto das suas diligências, do mau
ambiente e da contestação em torno de Luís Pardal, existiriam novidades
favoráveis às suas pretensões entre duas a três semanas.
450.º Pelas 10h10, Manuel Godinho encontrou-se com Armando Vara no seu
gabinete nas instalações do Millenium BCP, sitas no n.º 19 da Avenida José
Malhoa, em Lisboa. (Confrontar com Produto 5 do Alvo 1T167PM).
1179
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
455.º No dia 29 de Maio de 2009, pelas 08h08, João Godinho leu a Manuel
Godinho o texto do Acórdão do Venerando Tribunal da Relação do Porto,
que conheceria datação e publicidade a 09 de Junho de 2009, absolvendo a
“O2” na contenda judicial que a opunha à REFER. (Confrontar com Produto
10739 do Alvo 1T167PM).
1180
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
462.º Armando Vara disse-lhe, então, ser melhor esperar pelo conhecimento
público da decisão para agirem.
1181
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
466.º Acto contínuo, José Manuel Mesquita pediu-lhe uma cópia do acórdão
para o apresentar numa reunião a marcar com Ana Paula Vitorino.
470.º De pronto, Lopes Barreira disse ir transmitir tal facto a Mário Lino.
1182
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
473.º Por fim, Manuel Godinho rogou a Lopes Barreira que transmitisse a
Armando Vara o ganho de causa da “O2”.
476.º Acto contínuo, Ana Paula Vitorino pôs termo à conversa, não sem
antes reafirmar tudo quanto lhe havia dito no encontro entre ambos
acontecido no início do ano.
1183
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
479.º No dia 20 de Junho de 2009, pelas 11h21, Lopes Barreira e Mário Lino
combinaram almoçar na semana seguinte. (Confrontar com Produto 1051 do
Alvo 39354PM).
485.º No dia 20 de Junho de 2009, pelas 17h22, Lopes Barreira deu conta a
Manuel Godinho que iria abordar com Mário Lino a contenda judicial e extra-
judicial que opunha as suas empresas e a REFER. (Confrontar com Produto
1063 do Alvo 39354PM).
1184
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
486.º Mais tarde, pelas 17h33, reiterou-lhe tal propósito, ao mesmo tempo
que teceu comentários depreciativos relativamente a Alfredo Vicente Pereira,
membro do Conselho de Administração da REFER. (Confrontar com Produto
1066 do Alvo 39354PM).
1185
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
494.º A “SCI” fez-se representar por Zálio Couceiro, que, após tomar
conhecimento do valor das propostas apresentadas pelos diferentes
concorrentes, deu a conhecer a Namércio Cunha ser a da “SCI” a que exibia
melhor valor.
495.º Pelas 11h52, Hugo Godinho verberou Namércio Cunha por ter
apresentado uma proposta com um valor tão elevado no quadro do concurso
público para levantamento e alienação da superstrutura de via do Ramal de
Vila Viçosa entre o PK 175,870 e o PK 191,924, quando havia conseguido
que o mais capaz dos seus competidores apresentasse uma proposta menos
competitiva, de valor superior na prestação de serviços e de valor inferior na
alienação de materiais, naquele concurso, por forma a garantir a sua
adjudicação a Manuel Godinho e às suas empresas. (Confrontar com
Produto 10497 do Alvo 38250PM).
1186
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
502.º Concluiu afirmando ser uma situação favorável a Manuel Godinho, pois
que, assim, o Entroncamento iria ficar repleto de carril 54.
1187
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
504.º Mais o informou que iria ser lançado concurso público para o
levantamento de sucata ferrosa, constituída por carril e material de fixação,
na linha da Beira Baixa, na Estação de Caria, e, bem assim, que iria falar
com o responsável pela Unidade Operacional Norte, António Vasconcelos,
para combinarem o início do levantamento dos lotes que haviam sido
adjudicados ao universo empresarial administrado por Manuel Godinho no
quadro do concurso público para a alienação de 16 lotes de resíduos
dispersos por diferentes estações sob a jurisdição da Unidade Operacional
Norte.
505.º Três minutos volvidos, Manuel Godinho deu nota a Namércio Cunha da
adjudicação às suas empresas do concurso público para levantamento e
alienação da superstrutura de via do Ramal de Vila Viçosa entre o PK
175,870 e o PK 191,924. (Confrontar com Produto 15024 do Alvo 1T167PM).
1188
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
508.º Momentos após, pelas 17h34, Manuel Godinho discutiu com Carlos de
Vasconcellos a vida interna da REFER, designadamente as sucessivas
deliberações tomadas por Luís Pardal. (Confrontar com Produto 15097 do
Alvo 1T167PM).
1189
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
513.º No dia 20 de Julho de 2009, pelas 22h37, Lopes Barreira instruiu a sua
secretária de nome Maria Domingas da Conceição Charrua da Costa
Almeida a entrar em contacto com Ana Paula Vitorino para marcar um jantar.
(Confrontar com Produto 3079 do Alvo 39354PM).
515.º Mais lhe disse que Ana Paula Vitorino lhe tinha solicitado um almoço,
mas que decidiu ir adiando a sua concretização.
1190
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
525.º Mais ordenou que as pesagens deste levantamento, como dos demais
integrados no concurso público para a alienação de 16 lotes de resíduos
dispersos por diferentes estações sob a jurisdição da Unidade Operacional
1191
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
527.º Esta balança é constituída por dois pratos (plataforma onde é colocado
o rodado para a pesagem) e uma unidade central de dados, composto por
visor e sistema de impressão.
529.º O registo da pesagem pode ser feito por eixo ou individualizado por
roda, sendo o primeiro o comummente utilizado.
1192
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
537.º Por outro lado, cargas houve que nem sequer foram objecto de
pesagem.
1193
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
541.º Na verdade, quer por não terem sido pesados, quer por declaração
distinta, por excesso, do resultado da pesagem, quer por a sua pesagem ter
sido realizada com os veículos parcialmente cheios, as taras declaradas
foram-no em medida superior às constantes dos seus documentos de registo
automóvel.
542.º Por fim, pese embora esta balança emita dois talões de pesagem, um
para acompanhar a carga e outro para ser junto ao processo de
acompanhamento do levantamento existente na REFER e para permitir um
posterior cruzamento de dados,
1194
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
548.º Esta junção mereceu conhecimento por parte de Abílio Pinto Guedes e
Manuel Guiomar por força das funções que desempenhavam na REFER.
1195
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1196
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1197
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
562.º Logo após, procedeu ao depósito na sua conta dos 1.600,00€, que
Manuel Godinho lhe destinara.
566.º Armando Vara comunicou-lhes que Mário Lino tinha ordenado a Luís
Pardal que se reunisse com Manuel Godinho com vista à resolução do
diferendo que opunha a REFER à “O2”.
1198
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
570.º Acrescentou não ter ainda obtido resposta ao pedido de reunião que
formulara à REFER e que iria preparar um dossier para fazer valer os seus
direitos resultantes da absolvição da “O2”.
1199
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1200
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
584.º Nos termos do caderno de encargos, o preço era fixo e não sujeito a
acerto se o peso real dos resíduos ferrosos não diferisse, por defeito ou por
excesso, em mais de 5%. (vide Ap. AJ4, fls. 230 a 247).
1201
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
590.º Com efeito, como José Sousa o havia advertido, em finais de Agosto
de 2009, da necessidade de emitir duas vias dos talões de pesagem, Manuel
Guiomar e Manuel Godinho viram-se na contingência de alterar o modo
como adulteravam os registos das pesagens.
591.º Uma vez que a colocação incorrecta dos rodados nas plataformas onde
se encontram os sensores distorce os registos de pesagem, a pesagem
individualizada por roda permitia uma adulteração mais substancial daqueles.
1202
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1203
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
604.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
logrando convencer a REFER que os trabalhos elencados na factura n.°
30/2001 haviam sido, efectivamente, realizados, levando-a, assim, a pagá-
los à “SEF”, bem sabendo que, deste modo, percebia um benefício
patrimonial a que sabia não ter direito, pelo menos, no montante de
386,909,09€, e que, como tal, causava à REFER um prejuízo, ao menos, de
valor equivalente.
1204
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
605.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
607.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
608.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido Silva Correia,
funcionário da REFER, para que praticasse actos contrários aos seus
deveres, omitisse os actos próprios das suas funções e se desviasse dos
poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu
exercício e, assim, o favorecesse a si e às suas empresas, designadamente
adjudicando directamente às empresas integrantes do seu universo
empresarial contratos de compra e venda e de prestação de serviços na área
1205
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
609.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiram livre e voluntariamente.
610.º O arguido Silva Correia sabia e quis agir do modo supra descrito,
violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de
legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear
o desempenho de funções públicas, a troco da promessa e da entrega de
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem
devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de funcionário da REFER,
praticando os supra citados actos contrários aos seus deveres, omitindo os
actos próprios das suas funções e desviando-se dos poderes inerentes ao
cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a
sua vontade, as suas iniciativas e as suas decisões pelas peitas prometidas
e recebidas, no sentido do favorecimento de Manuel Godinho e das suas
empresas, designadamente adjudicando directamente às empresas
integrantes do seu universo empresarial contratos de compra e venda e de
prestação de serviços na área dos resíduos, bem como criando as condições
e permitindo a adulteração do peso dos resíduos recolhidos.
611.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiram livre e voluntariamente.
1206
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
613.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
615.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
616.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita
com o intuito concretizado de retirar e fazer coisa sua 3.690 metros de carril
e 5.275 unidades de travessas de madeira e respectivos elementos de
ligação e fixação da linha do Tua entre o Km 90,500 e 94,190, no valor global
de 106.585,00€, bem sabendo que eram pertença da REFER e que agiam
contra a sua vontade.
617.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1207
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
618.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido João Valente,
funcionário da REFER, para que praticasse actos contrários aos seus
deveres, omitisse os actos próprios das suas funções e se desviasse dos
poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu
exercício e, assim, o favorecesse a si e às suas empresas, designadamente
omitindo os poderes/deveres de fiscalização públicos que lhe incumbiam no
desempenho das suas funções.
619.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiram livre e voluntariamente.
620.º O arguido João Valente sabia e quis agir do modo supra descrito,
violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de
legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear
o desempenho de funções públicas, a troco da promessa e da entrega de
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem
devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de funcionário da REFER,
praticando os supra referidos actos contrários aos seus deveres, omitindo os
actos próprios das suas funções e desviando-se dos poderes inerentes ao
cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a
sua vontade, as suas iniciativas e as suas decisões pelas peitas prometidas
e recebidas, no sentido do favorecimento de Manuel Godinho e das suas
empresas, designadamente omitindo os poderes/deveres de fiscalização
públicos que lhe incumbiam no quadro da execução do contrato n.º 07/05-
CA/AM relativo à prestação de serviços de valorização de 5.000 toneladas de
travessas de betão bi-bloco pela “O2” à REFER.
621.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1208
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
623.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei, o
que quiseram.
625.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
626.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais a Armando Vara, Lopes
1209
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
627.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1210
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
629.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
630.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
em seu nome e em representação e no interesse da “O2”, violando a
autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando contrapartidas
patrimoniais e não patrimoniais aos arguidos Carlos de Vasconcellos, Manuel
Guiomar, José Valentim e Abílio Pinto Guedes, funcionários da REFER, para
que praticassem actos contrários aos seus deveres, omitissem os actos
próprios das suas funções e se desviassem dos poderes inerentes aos seus
cargos e dos poderes de facto decorrentes do seu exercício e, assim, o
favorecessem a si e à “O2”na sua relação comercial com a REFER com
sacrifício dos interesses desta, designadamente fornecendo-lhe informação
privilegiada sobre o posicionamento, o pensar e o sentir da Administração da
REFER e da direcção de Contratualização, Procurement e Logística
relativamente ao universo empresarial por si gerido, dando-lhe conhecimento
prévio à sua divulgação pública da natureza, das condições e dos termos dos
concursos e das consultas públicas de adjudicação de contratos de compra e
venda e de prestação de serviços na área dos resíduos a lançar pela
REFER, transmitindo-lhe o conhecimento da identidade dos concorrentes, da
natureza, das condições e dos termos das propostas por estes
apresentadas, participando-lhe, previamente à sua divulgação pública, a sua
adjudicação às suas empresas, bem como criando as condições e permitindo
a adulteração do peso dos resíduos recolhidos e a retirada de resíduos sem
a necessária pesagem.
1211
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
631.º Mais sabia serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei Penal,
e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
633.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
634.º O arguido Manuel Guiomar sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de
legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear
1212
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
635.º Mais sabia serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei Penal,
e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
636.º O arguido José Valentim sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de
legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear
1213
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
637.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
638.º O arguido Abílio Pinto Guedes sabia e quis agir da forma supra
descrita, violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências
de legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem
nortear o desempenho de funções públicas, a troco da promessa e da
entrega de contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe
serem devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de funcionário da
REFER, praticando os supra aludidos actos contrários aos seus deveres,
omitindo os actos próprios das suas funções e desviando-se dos poderes
inerentes ao cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu exercício,
subordinando a sua vontade, as suas iniciativas e as suas decisões pelas
peitas prometidas e recebidas, no sentido do favorecimento de Manuel
Godinho e da “O2” na sua relação comercial com a REFER preterindo os
1214
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
639.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1215
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
642.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
643.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
em seu nome e em representação e no interesse da “O2”, violando a
autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando contrapartidas
patrimoniais e não patrimoniais a Armando Vara, a Lopes Barreira e a
terceiros com estes relacionados, para que Armando Vara e Lopes Barreira
exercessem a sua influência junto de entidades públicas com o fito de
alcançar decisões ilícitas favoráveis às suas aspirações e da “O2”,
designadamente junto de titulares de cargos políticos e governativos no
sentido de os convencerem da bondade das pretensões de Manuel Godinho
e, assim, da necessidade de Ana Paula Vitorino e Luís Pardal serem
destituídos dos cargos que ocupavam e da REFER modificar o seu
comportamento comercial para com a “02”, desde logo, pondo termo ao
contencioso que as opunha com satisfação dos seus interesses.
644.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1216
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
646.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
648.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1217
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
651.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
654.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1218
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
657.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
660.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1219
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
663.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
665.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1220
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1221
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1222
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1223
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1224
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1225
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1226
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1227
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1228
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1229
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
678.º O arguido Fernando Santos foi seu superior hierárquico directo de 1999
a 2007.
680.º No ano de 2002, José Penedos viu ser-lhe atribuída a categoria AAA, a
segunda mais elevada, tendo recebido um centro de mesa “Grand Lagoon”,
no valor de 1.432,50€; no ano de 2003, foi-lhe atribuída a categoria AAAA, a
mais elevada, tendo recebido uma fruteira sem asas, no valor de 1.897,90€;
no ano de 2004, manteve aquela categoria, tendo recebido uma jarra em
prata, no valor de 1.689,00€; no ano de 2006, conservou aquela categoria,
tendo recebido uma caneta, marca Dupont, no valor de 260,00€; no ano de
2007, foi-lhe atribuída a categoria AA, tendo recebido um cantil D. João II, no
valor de 330,00€.
1230
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1231
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1232
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1233
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
695.º Esta intermediação proposta por Manuel Godinho e aceite por Paulo
Penedos era do conhecimento de José Penedos, merecendo não só a sua
concordância, como o seu estímulo, ao persistir no exercício do poder que o
cargo que ocupava lhe conferia no sentido do favorecimento das empresas
de Manuel Godinho.
1234
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1235
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1236
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
714.º Apenas após Manuel Godinho ter alertado Paulo Penedos que as
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, bulia
com o contrato de gestão dos resíduos industriais produzidos pela REN
celebrado com a “O2” ao entregar a gestão dos resíduos de construção e
demolição aos empreiteiros, é que a REN espoletou, internamente, o
processo de prorrogação.
1237
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
719.º Com a prorrogação, a REN não só assumiu uma obrigação que já não
era sua, onerando-se duplamente, como o afastamento da “O2” da gestão
dos resíduos de construção e demolição passou a implicar responsabilidades
indemnizatórias.
723.º O levantamento dos materiais teria que ser realizado nas diferentes
instalações, nos 20 dias úteis seguintes à data do documento comprovativo
1238
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
724.º Findo aquele prazo, a REN não mais se responsabilizaria pela guarda
ou conservação dos materiais, reservando-se o direito de debitar as
correspondentes taxas de armazenamento.
1239
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1240
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1241
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1242
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1243
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
758.º Por outro lado, os serviços prestados seriam remunerados pelo preço
unitário fixo, que seria válido por um ano, independente das variações que,
durante esse período, se viessem a verificar no mercado.
1244
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
759.º No final do ano, os preços poderiam ser revistos, sendo que, não
havendo acorda das partes, seriam revistos segundo o índice de preços ao
consumidor.
1245
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1246
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
771.º Em 2004, foram identificados resíduos que não integravam a lista inicial
dos constantes no processo de concurso, para os quais era necessário
assegurar a recolha, transporte e destino final adequado.
772.º Assim, a REN decidiu alargar o âmbito dos contratos firmados e, por
adenda a estes, lançou consulta pública para a contratação de serviços
adicionais junto das empresas inicialmente proponentes, estabelecendo o dia
13 de Dezembro de 2004, pelas 17h00, como data limite para a recepção de
propostas nas suas instalações, independentemente da data da sua
expedição.
1247
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1248
S. R.
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1249
S. R.
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1250
S. R.
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797.º Neste estudo, enfatizou que para a adjudicação do novo contrato seria
necessário proceder a uma consulta aos operadores de gestão de resíduos
entretanto qualificados, que deveria observar entre outras questões, os
requisitos legais aplicáveis à gestão de resíduos.
801.º Por fim, fez menção que, face à previsível publicação de legislação
sobre os resíduos de construção e demolição, poderiam ser, eventualmente,
consideradas alternativas à gestão deste tipo de resíduos pela REN, que
poderiam passar, por exemplo, pela atribuição dessa responsabilidade
operacional aos prestadores de serviço nas obras, com apoio no local das
equipas de supervisão QAS contratadas pela REN.
1251
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
807.º A Central de Alto Mira foi uma central de produção eléctrica integrante
do sistema produtor térmico da EDP, que no final dos contratos de aquisição
de energia (CAE) celebrados entre a REN e a EDP em 2003 e 2005, passou
para a dependência daquela empresa, enquanto entidade responsável pela
manutenção das infra-estruturas e gestão dos respectivos sítios.
1252
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1253
S. R.
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1254
S. R.
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824.º Nesta informação, para além de sustentar ter a “O2” realizado um bom
trabalho (não obstante inexistissem registos sobre o trabalho prestado e ter
sido o arguido Juan Oliveira o responsável pelo acompanhamento),
consignou que, para a conclusão dos trabalhos de descomissionamento da
Central do Alto Mira e adaptação do espaço a futuras utilizações, entendia
adequado a demolição de algumas estruturas em betão, relativas às bacias
de retenção, nomeadamente paredes e bases de assentamento dos tanques
de combustível.
1255
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
826.º Assim, em Abril de 2006, a REN lançou consulta pública para a Fase II
de desmantelamento da Central de Alto Mira, designadamente para a
demolição de algumas estruturas de betão, como fossem as bacias de
retenção para que pudessem ser utilizadas como apoio à subestação de Alto
Mira ao nível de estacionamento e armazenagem de volumes.
829.º Deste modo, a gestão seria efectuada pela própria “O2” na qualidade
de subfornecedora do operador qualificado “CESPA-Portugal S. A.”, à qual
fora atribuída a gestão deste resíduo no âmbito do contrato de gestão de
resíduos celebrado em 2006.
1256
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
834.º Logo após, José Penedos, por intermédio de Paulo Penedos, deu a
conhecer a Manuel Godinho a identidade dos concorrentes, a natureza, as
condições, os termos e o valor das propostas por estes apresentadas.
1257
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
840.º Não obstante tal constituir uma violação dos procedimentos internos de
“Aprovisionamento com Abertura Simultânea de Propostas” e “Aquisição de
Bens, Serviços e Empreitadas” – Procedimento PR-0011 de Setembro de
2005 -, os arguidos Victor Baptista, Fernando Santos e Juan Oliveira, de
comum acordo e em conjugação de esforços, aceitaram as propostas
apresentadas pela “O2”, sendo que semelhante possibilidade não
reconheceram às demais empresas concorrentes.
1258
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1259
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
849.º Mais previu uma quantidade de 200 a 300 toneladas de resíduos, muito
inferior ao que se veio a verificar, e que não se opunha à fiscalização por
parte da divisão de Exploração.
852.º Aliás, foi mesmo esta prestação de serviços que levou a REN a
convidar a MAFRIMÁQUINAS a apresentar proposta.
1260
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
853.º Por outro lado, a “O2” não era um fornecedor qualificado pela REN
para a classe de fornecimento de serviços na área da construção civil e
demolição, apenas se encontrando qualificada para a gestão de resíduos.
1261
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
862.º A medição e pesagem dos resíduos, mediante a qual foi aferida a sua
valorização, foi realizada nas instalações da “02”, inexistindo quaisquer
mecanismos de controlo por parte da REN para a sua validação.
864.º Deste modo, os valores apresentados pela “02” foram aceites pela
REN sem que se tenha previamente assegurado, através da medição e
pesagem dos resíduos, de que o respectivo valor correspondia à quantidade
dos indicados pela “02”.
1262
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
869.º Destarte, constatou que, para além dos camiões saírem com pouca
carga, o espaço temporal entre a sua hora de saída e a hora constante dos
talões de pesagem apresentados pela “02” se mostrava incompatível com a
distância percorrida entre as instalações da Central de Alto Mira e as
instalações daquela empresa.
1263
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
872.º Neste período, Pedro Correia vistoriou camiões que à saída das
instalações da Central de Alto Mira apresentavam cargas muito reduzidas,
sendo que os respectivos talões de pesagem juntos pela “02” correspondiam
a cargas cheias.
875.º Nesse mesmo dia, pelas 10h06, este e-mail foi reencaminhado por
Manuel Patrão para o arguido Juan Oliveira.
876.º Ainda nesta data, pelas 11h21, após para tal ter sido prevenido, como
forma de justificar os relatos supra aludidos, Namércio Cunha enviou um e-
mail para a conta de correio electrónico de Juan Oliveira, com conhecimento
a Fernando Santos, com o seguinte teor:
“Estimados Senhores,
Vimos por este meio esclarecer que, devido a encontrarem-se junto às
Vossas instalações de Alto Mira, as balanças da Brigada de Trânsito, foram
1264
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
879.º O arguido Fernando Santos, pese embora já lhe houvesse dado conta
do sucedido de forma verbal e informal, reenviou-o para o arguido Victor
Baptista, o qual reservou a informação para si e para o arguido José
Penedos, ocultando-a dos demais membros do Conselho de Administração.
(vide Ap. AE27, fls. 184).
1265
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
885.º Finda esta reunião, Manuel Godinho deu conta do seu resultado a
Paulo Penedos.
887.º Mais lhe disse ir contactar seu Pai sobre a forma de dirimir a contenda
em favor da “O2”.
888.º Após interpelar seu Pai, Paulo Penedos instruiu Manuel Godinho a
elaborar um memorandum sobre o desmantelamento das bacias de retenção
dos tanques da Central de Alto Mira, aludindo às considerações ensaiadas
pelo arguido Juan Oliveira na reunião supra mencionada, apresentando as
explicações da “O2” para o sucedido e concluindo pela sua indisponibilidade
para discutir a quantidade de resíduos recolhidos.
1266
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
891.º Mais lhe disse para o enviar para a conta de correio electrónico de
Paulo Penedos, que este o remeteria ao Conselho de Administração da
REN.
893.º Na posse do dito e-mail, Paulo Penedos imprimiu-o e enviou-o, via fax,
para o número em uso pelo Conselho de Administração da REN. (vide Ap.
AE29, fls. 5).
895.º De pronto, ainda naquele dia, pelas 20h53, o arguido Fernando Santos
enviou ao arguido Victor Baptista um documento rebatendo a argumentação
expendida pela “O2” e relatando as irregularidades detectadas na execução
dos trabalhos na Central de Alto Mira. (vide Ap. AE28, fls. 100 e 101).
1267
S. R.
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1268
S. R.
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kg de betão simples e betão armado. (vide Ap. AE20, fls. 164 e Ap. AE6, fls.
134).
1269
S. R.
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909.º Neste ínterim, Paulo Penedos, depois de auscultar seu Pai, sugeriu a
Manuel Godinho que propusesse um desconto comercial de 20% sobre o
valor facturado. (vide Ap. AE6, fls. 139 e 140).
1270
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
917.º No dia 06 de Março de 2007, pelas 12h19, Namércio Cunha, após para
tal ter sido instado por Manuel Godinho, enviou um e-mail para a conta de
correio electrónico de Fernando Santos, com conhecimento a Victor Baptista
e Juan Oliveira, solicitando a marcação de uma reunião, com a presença de
Manuel Godinho, para o dia seguinte, pelas 10h00. (vide Ap. AE6, fls. 144).
920.º Com este acordo, a “O2” obteve um beneficio patrimonial de, pelo
menos, 67.223,54€ e a REN um prejuízo patrimonial, pelo menos, de igual
montante, correspondente à diferença entre o valor apresentado pela
“Quadrante” e o valor acordado.
1271
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1272
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1273
S. R.
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1274
S. R.
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1275
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1276
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
950.º A negociação com a “O2”, propondo uma redução de 25% nos itens
relacionados com o desmantelamento e contentorização convergindo para
um valor global de 546.574,75€ (permitindo garantir a concretização máxima
da obra durante o ano de 2008).
1277
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
958.º Logo após, foram encetadas negociações com a “O2”, tendo o valor da
adjudicação decrescido em 14%, cifrando-se em 595.504,62€.
1278
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
963.º Quando sujeita a pesagem, foi descrita na respectiva guia como sendo
sucata de ferro.
968.º Logo após, Manuel Godinho fez chegar ao arguido José Penedos, por
intermédio de Paulo Penedos, queixas sobre a forma como decorriam os
trabalhos na subestação de Estarreja, designadamente alegados
constrangimentos colocados por funcionários da REN.
1279
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
971.º Neste sentido, interpelou Costa Martins sobre o sucedido, ao que este
o elucidou sobre a necessidade de serem observadas regras de cariz técnico
(qualidade e de segurança) que, inclusivamente, se encontravam previstas
no caderno de encargos e nas especificações técnicas.
972.º Face aos argumentos invocados e para que não fossem levantadas
suspeições sobre a sua conduta, o arguido Victor Baptista cessou as suas
diligências.
1280
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
981.º Na posse desta informação, Jorge Martins reuniu com Albino Marques,
director da divisão de exploração, e Costa Martins, subdirector da divisão de
exploração – responsável pelo departamento de subestações.
1281
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1282
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1283
S. R.
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1284
S. R.
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1285
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
iria lançar uma consulta pública para uma prestação de serviços nas
instalações afectas à desactivada Central Termoeléctrica da Tapada do
Outeiro.
1286
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1287
S. R.
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1288
S. R.
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1289
S. R.
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1290
S. R.
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Especiais, ACE, para a construção da nova ponte sobre o Rio Douro. (vide
Ap. AE9, fls. 85vº)
1041.º Logo após, Namércio Cunha elucidou Manuel Godinho que não
iria enviar idêntica oferenda para António Mexia, pois que apenas se
destinava a “quem estava mais próximo”, ao que aquele concordou.
1291
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1292
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1293
S. R.
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1294
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1295
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1053.º Nesse mesmo dia, pelas 16h46, Manuel Godinho, instado por
Paulo Penedos sobre o modo como havia decorrido a visita à Tapada do
Outeiro, manifestou-lhe o seu interesse em acrescentar aos trabalhos que a
REN se propunha adjudicar a demolição das infra-estruturas metálicas e de
betão ali existentes. (Confrontar com Produto 8040 do Alvo 1T167PM).
1296
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1297
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1062.º Mais lhe solicitou um encontro para lhe transmitir os termos em que
devia redigir a proposta a apresentar à REN.
1064.º Esta sugestão mereceu acolhimento por parte de Jorge Liça, director
da Divisão de Equipamento, a partir da qual são lançadas as obras e
1298
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1067.º Nesse momento, deu nota a Namércio Cunha que o seu Pai havia
aceite a inclusão da prestação de serviços de recolha e descontaminação de
resíduos no pressuposto da obtenção pela REN de mais-valias com as
cinzas.
1299
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
natureza daquele resíduo e, como tal, da sua habilitação legal para o seu
encaminhamento, seria preferível ponderar mais demoradamente a questão.
1075.º Mais tarde, pelas 18h36, dando-lhe conta de para tanto ter obtido
o acordo de seu Pai, Paulo Penedos instruiu Manuel Godinho a apresentar
uma proposta assegurando, sem custos para a REN, a descontaminação e
desmantelamento das infra-estruturas metálicas e de betão, assim como a
recolha e acondicionamento dos resíduos, sendo os resíduos daí resultantes
encaminhados ao abrigo do contrato de gestão global de resíduos celebrado
entre a REN e a “O2”. (Confrontar com Produto 8446 do Alvo 1T167PM).
1300
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1301
S. R.
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1302
S. R.
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1303
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
transmitiu a Paulo Penedos que a proposta enviada pela “O2” ainda não
chegara a Victor Baptista.
1094.º Namércio Cunha apelou para que o seu parecer não inviabilizasse a
proposta da “O2”.
1095.º Mais tarde, pelas 17h09, Namércio Cunha relatou a Paulo Penedos a
conversa mantida com Andrade Lopes. (Confrontar com Produto 5773 do
Alvo 38250PM).
1304
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1305
S. R.
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1306
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1112.º Pelas 14h23, Namércio Cunha deu conta a Manuel Godinho que a
REN, por força da alteração legislativa introduzida pelo Decreto-Lei n.º 46/08,
1307
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1114.º Pelas 14h34, Namércio Cunha informou Manuel Godinho que havia já
transmitido a Paulo Penedos que a aludida alteração legislativa lesava os
interesses das suas empresas. (Confrontar com Produto 7055 do Alvo
38250PM).
1308
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1123.º Logo após, não obstante as instruções que havia dado a Namércio
Cunha, Paulo Penedos redigiu uma minuta a ser enviada à REN pela “O2”,
expondo o acontecido, sustentado que a entrega da gestão dos resíduos de
construção e demolição aos empreiteiros se achava desconforme com o
contrato de gestão global de resíduos e solicitando esclarecimentos. (vide
Ap. AE21, fls. 27).
1309
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1125.º Namércio Cunha, tendo sido alertado por Paulo Penedos para o envio
daquele e-mail, solicitou a Elsa Almeida que o reencaminhasse para
Margarida Marques. (Confrontar com Produto 7081 do Alvo 38250PM).
1310
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1130.º De pronto, Namércio Cunha digitalizou este fax e enviou-o, via e-mail,
para Paulo Penedos. (Confrontar com o Produto 1543 do Alvo 39263M).
1311
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1140.º Esta carta foi assinada por Maria José Clara em obediência a
ordens expressas nesse sentido de Victor Baptista. (vide Ap. AE9, fls. 147vº
e 148, Ap. AE3, fls. 49 e Ap. AE28, fls. 153).
1312
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1147.º Logo após, pelas 12h43, Namércio Cunha transmitiu a Paulo Penedos
o descontentamento de Manuel Godinho face ao conteúdo da carta recebida
da REN. (Confrontar com Produto 2772 do Alvo 39263M).
1313
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1314
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1155.º Pelas 16h52, Namércio Cunha deu conta a Manuel Godinho que,
numa obra a realizar numa subestação da REN em Setúbal, a empresa
“Abrantina” enquanto empreiteira, tinha assumido o encaminhamento
daqueles resíduos, nos termos do regime jurídico instituído pelo Decreto-Lei
n.º 46/08, de 12 de Março. (Confrontar com Produto 11643 do Alvo
1T167PM).
1159.º Três minutos depois, Paulo Penedos disse a José Penedos carecer
de falar consigo sobre os resíduos, uma vez que Manuel Godinho continuava
a “fazer patifarias”. (Confrontar com Produto 2987 do Alvo 39263M).
1315
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1316
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1170.º Acrescentou que devia, igualmente, remeter-lhe uma cópia, para que
pudesse dar conhecimento a seu Pai e, assim, este ficasse capaz de intervir.
1171.º Pelas 18h05, Paulo Penedos deu conta a José Penedos do sucedido
e dos procedimentos que havia aconselhado Manuel Godinho a adoptar.
(Confrontar com Produto 2994 do Alvo 39263M).
1173.º Mais tarde, pelas 20h11, Paulo Penedos deu a conhecer a Manuel
Godinho o modo como havia instruído Namércio Cunha a proceder.
(Confrontar com Produto 3034 do Alvo 39263M).
1317
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1179.º Vinte minutos após, José Penedos confirmou a Paulo Penedos estar
na posse da carta. (Confrontar com Produto 3153 do Alvo 39263M).
1181.º Pelas 20h01, José Penedos transmitiu a Paulo Penedos ter recolhido
junto de Victor Baptista informação no sentido de que, uma vez que tinha
existido uma alteração legislativa, a resposta teria que ser dada oficialmente
e por escrito. (Confrontar com Produto 3244 do Alvo 39263M).
1182.º Aduziu que Victor Baptista lhe assegurou existirem condições legais
justificantes do procedimento adoptado pelo empreiteiro.
1318
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1183.º Pelas 20h14, José Penedos reiterou a Paulo Penedos não dispor de
mais informações sobre as repercussões do regime jurídico instituído pelo
Decreto-Lei n.º 46/08, de 12 de Março, na gestão dos resíduos de construção
e demolição do que aquelas que lhe havia prestado, pois que as tinha
recebido de Victor Baptista numa ocasião em que este estava com pressa.
(Confrontar com Produto 3245 do Alvo 39263M).
1184.º Neste mesmo dia, pelas 14h15, a “O2”, ao contrário das demais
concorrentes, entregou, em mão, em envelope fechado, no edifício-sede da
REN, na Avenida dos EUA, em Lisboa, a sua proposta relativamente aos
trabalhos de recolha e acondicionamento dos resíduos existentes nas
instalações afectas à desactivada Central Termoeléctrica da Tapada do
Outeiro, no valor de 284.000,00€. (vide Ap. AE3, fls. 182 a 208, Ap. AE10,
fls. 3 a 9 e Ap. AE9, fls. 189vº).
1319
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1189.º Findo o almoço, pelas 15h52, José Penedos deu a conhecer a Paulo
Penedos estar na posse da missiva, datada de 01 de Junho de 2009,
enviada pela REN à “O2” manifestando o propósito de prosseguir com o
plano inicialmente traçado de acondicionamento e recolha de resíduos,
remetendo para momento posterior os trabalhos de descontaminação e
desmantelamento das infra-estruturas metálicas e de betão. (Confrontar com
Produto 3478 do Alvo 39263M).
1190.º Mais lhe transmitiu ter indicação que a “O2” ainda não tinha
apresentado proposta relativamente aos trabalhos de recolha e
acondicionamento dos resíduos existentes nas instalações afectas à
desactivada Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro.
1320
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1193.º Acrescentou que, uma vez que a alteração legislativa introduzida pelo
Decreto-Lei n.º 46/08, de 12 de Março, se repercutia num contrato em
execução, a REN iria encontrar uma forma de compensação.
1194.º Neste mesmo dia, pelas 20h44, Paulo Penedos afiançou a Manuel
Godinho que o seu Pai estava a controlar o processo relacionado com o
contrato de gestão global dos resíduos produzidos pela REN, sendo muito
provável a sua prorrogação nos precisos termos em vigor. (Confrontar com
Produto 3507 do Alvo 39263M e Ap. AE1, fls. 166 e 167).
1321
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1322
S. R.
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1209.º Pelas 14h43, Maria José Clara insistiu com Andrade Lopes pela
informação, alegando urgência na decisão da fase de recolha e
acondicionamento dos resíduos, na medida em que José Penedos havia
manifestado a intenção de ver o assunto resolvido na reunião do Conselho
de Administração que se realizaria no dia seguinte. (vide Ap. AE11, fls. 9).
1323
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1324
S. R.
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1220.º Durante o período de férias as visitas seriam realizadas uma vez por
semana. (vide Ap. AE3, fls. 272 e Ap. AE11, fls. 11).
1325
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1227.º Pelas 13h08, Namércio Cunha deu nota a Manuel Godinho de não ter
conseguido demover Andrade Lopes da utilização da balança para a
pesagem dos resíduos recolhidos na Tapada do Outeiro, sendo certo que
1326
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1327
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1328
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1241.º Com esta conduta, Manuel Godinho imputou à REN a recolha de, pelo
menos, 125,36 toneladas de resíduos eléctricos e electrónicos que, na
verdade, eram madeira.
1242.º Deste modo, logrou que a REN lhe pagasse 59.607,42€, que não
lhe eram devidos.
1329
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1252.º Esta carta foi, previamente, encaminhada por correio electrónico por
Namércio Cunha para Paulo Penedos, que, depois de a rever e minutar, lha
devolveu.
1330
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1254.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1331
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1332
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1256.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1333
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1258.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1334
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1260.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1335
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1262.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1336
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
das suas funções e desviando-se dos poderes inerentes ao seu cargo e dos
poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a sua vontade,
as suas iniciativas e as suas decisões às peitas prometidas e recebidas,
designadamente recolhendo e reunindo informação privilegiada, por
inacessível externamente, relativa aos concursos e às consultas públicas de
adjudicação de contratos de compra e venda e de prestação de serviços na
área dos resíduos a lançar pela REN, fornecendo-lhe prévio conhecimento
da natureza, das condições, dos termos daqueles concursos e consultas
públicas, da identidade dos concorrentes, da natureza, das condições, dos
termos e do valor das propostas por estes apresentadas, propondo ao
Conselho de Administração e sustentando nas suas reuniões deliberativas a
adjudicação à “O2” de contratos de compra e venda e de prestação de
serviços na área dos resíduos, escolhendo os procedimentos concursais ou
afins mais convenientes à “O2”, criando aparentes necessidades da
celebração de contratos de compra e venda e de prestação de serviços na
área dos resíduos, permitindo a adjudicação directa à “O2” de contratos de
compra e venda e de prestação de serviços na área dos resíduos e
recrutando quadros da REN, seus subordinados hierárquicos, com funções
na área dos resíduos que os ajudassem no favorecimento de Manuel
Godinho e suas empresas, nomeadamente assumindo, na sua esfera de
competências, decisões que conferissem um tratamento privilegiado e
preferencial à “O2”, elaborando informações de serviço com um sentido e um
alcance capazes de fundamentar, formalmente, posteriores decisões de
adjudicação e a necessidades da celebração de contratos de compra e
venda e de prestação de serviços na área dos resíduos, bem como omitindo
o exercício dos poderes/deveres de fiscalização públicos que lhes
incumbissem.
1264.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1337
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1266.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1338
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1268.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1339
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1270.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1272.º Mais sabia serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1340
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1274.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1276.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1341
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1278.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1280.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1342
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1283.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1285.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1343
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1287.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1290.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1344
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1293.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1345
S. R.
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1346
S. R.
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1347
S. R.
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1348
S. R.
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1349
S. R.
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1350
S. R.
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1351
S. R.
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1352
S. R.
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Neste contexto,
1353
S. R.
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1307.º Armando Vara garantiu-lhe que o faria, sendo certo que, desde
logo, o convidou para a realização de negócios em Angola.
1354
S. R.
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1355
S. R.
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1356
S. R.
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1323.º Findo o repasto, pelas 14h27, Manuel Godinho deu conta a João
Godinho de se ter reunido com Armando Vara e de o ter instado a angariar-
lhe trabalhos na área dos resíduos. (Confrontar com Produto 10197 do Alvo
1T167PM).
1357
S. R.
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1358
S. R.
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1335.º De outro passo, lançou similar repto a António Paulo Costa para
que, a troco de contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais,
designadamente um veículo automóvel ligeiro, marca Mercedes-Benz,
modelo CL 65 AMG, no valor de 284.376,00€, o favorecesse a si e à “O2”
e/ou exercesse a sua influência junto de indivíduos que exercem funções de
poder, que detêm capacidade pessoal de decisão, com capacidade para
influenciar decisivamente o decisor e com acesso a informação privilegiada,
no sentido do seu favorecimento e da “O2” nos concursos e consultas
1359
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1360
S. R.
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1340.º Aduziu que a Galp Energia iria lançar uma consulta pública com
vista ao desmantelamento do batelão Sacor II, propriedade da Sacor
Marítima, empresa do Grupo Galp Energia, disponibilizando-se para
diligenciar pela adjudicação daquela prestação de serviços à “O2”.
1343.º Como modo de ressarcir Paulo Pereira da Costa pela sua perda,
Manuel Godinho instruiu João Godinho a encomendar uma outra viatura de
igual marca e modelo para lhe ser entregue.
1361
S. R.
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1362
S. R.
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1363
S. R.
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1364
S. R.
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1365
S. R.
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1366
S. R.
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1367
S. R.
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1375.º No dia 17 de Junho de 2009, pela manhã, conforme lhe havia sido
determinado, Alexandre Teixeira conduziu António Paulo Costa no veículo
automóvel ligeiro de passageiros, marca Alfa Romeo, modelo 159, matrícula
47-BI-98, à Rotunda existente nas cercanias do Estádio Municipal de
Aveiro, local onde estacionaram. (vide RDE de fls. 3182 a 3225).
1368
S. R.
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1382.º Por outro lado, no dia 18 de Junho de 2009, pelas 08h50, Manuel
Godinho deu a conhecer a João Godinho ser sua convicção avizinhar-se
uma grande vaga de trabalho, até porque a EDP formalizara já o pedido
para as empresas por si geridas iniciarem umas obras. (Confrontar com o
Produto 12404 do Alvo 1T167PM).
1369
S. R.
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1370
S. R.
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“Caro Paulo,
1371
S. R.
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“Caro Paulo,
Para além de alguns dados fornecidos ontem, consultei a resposta dada pela
firma RSA - Reciclagem de Sucatas Abrantina, SA e faz indicação de mais
alguns valores:
Cobre €2,653/kg
Chumbo €1,130/kg
1372
S. R.
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1373
S. R.
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1407.º No dia 03 de Julho de 2009, pelas 09h24, por forma a avaliar das
diligências que teria de levar a cabo, António Paulo Costa indagou junto de
Manuel Godinho se este havia apresentado proposta na consulta relativa ao
desmantelamento do batelão Sacor II, bem como enviado a carta de
apresentação revelando o propósito de prestar serviços na área dos
resíduos para o Grupo Galp Energia. (Confrontar com o Produto 14031 do
Alvo 1T167PM).
1409.º Logo após, pelas 12h20, Namércio Cunha entregou, em mão, nas
instalações da “IDD”, a proposta da “O2” relativa à consulta designada por
“Venda de Sucata”, sendo que os valores nela inscritos foram,
pessoalmente, indicados por Manuel Godinho.
1374
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1375
S. R.
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1376
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1425.º Pelas 19h06, Manuel Pinto Teixeira enviou um e-mail para a conta
de correio electrónico de Aníbal António Caldas Lousa, Director do
Departamento de Gestão Urbanística e Fiscalização da Câmara Municipal
do Porto, dando-lhe conta da disponibilidade da EDP para limpar o terreno
da Rua do Ouro e solicitando-lhe que a notificasse, com nota de urgência,
de modo a habilitá-la a invocar razões de saúde pública e segurança para
intervir.
1377
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1378
S. R.
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1379
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1438.º Logo após, enviou estes documentos para Pedro Néu e para
Paiva Nunes.
1380
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1381
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1382
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1383
S. R.
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1460.º Assim e tal como previamente acordado com Paiva Nunes, No dia
28 de Agosto de 2009, a “O2” apresentou uma proposta no valor de
780.000,00€ para a prestação de serviços de limpeza, demolições,
desmatação e remoção de resíduos a vazadouro, a realizar nas instalações
da EDP, sitas na Rua do Ouro, no Porto,
1384
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1385
S. R.
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1386
S. R.
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1387
S. R.
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1487.º Aduziu que a obra teria o valor de 90.000.00€ e que iria ser
adjudicada à “O2”, tendo o processo sido preparado por Ricardo Santos, da
equipa de Francisco Nogueira.
1388
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1389
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1492.º Acresce ainda, que o estado de contaminação dos solos tem sido
o principal obstáculo, referido pelos possíveis interessados, à
comercialização do terreno em causa.
2ndmarket 950.000
O2 740.000
Proposta:
1390
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1391
S. R.
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1392
S. R.
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1393
S. R.
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1513.º Emílio Mesquita concordou, ao que Paiva Nunes lhe sugeriu que
a Câmara Municipal por si presidida enviasse uma carta ao Conselho de
Administração da “EDP Imobiliária e Participações, S.A.”, com
conhecimento a si, descrevendo um cenário de urgência na limpeza
daquela zona.
1394
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1395
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1396
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1530.º Uma vez que havido sido ele quem tinha apresentado e
intermediado os contactos entre Manuel Godinho e António Paulo Costa,
nesse mesmo dia, pelas 09h54, Paiva Nunes indagou António Paulo Costa
sobre as diligências por si empreendidas no sentido de assegurar a
adjudicação às empresas de Manuel Godinho de prestações de serviços na
área dos resíduos. (Confrontar com o Produto 7240 do Alvo 39559PM).
1397
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1398
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1399
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1545.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1400
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1548.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei, Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1401
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1551.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1552.º O arguido Paiva Nunes sabia e quis agir da forma supra descrita,
em seu nome e em representação e no interesse da “O2”, violando a
autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de legalidade,
objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear o
desempenho de funções públicas, a troco da promessa e da entrega de
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem
devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de Vogal do Conselho de
Administração da EDP-Imobiliária e Participações, S.A., praticando os supra
citados actos contrários aos seus deveres, omitindo os actos próprios das
suas funções e desviando-se dos poderes inerentes ao seu cargo e dos
poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a sua
vontade, as suas iniciativas e as suas decisões pelas peitas prometidas e
recebidas, no sentido do favorecimento de Manuel Godinho e da “O2” nos
concursos e nas consultas públicas de adjudicação e, bem assim, na
adjudicação directa de contratos de compra e venda e de prestação de
serviços na área dos resíduos produzidos pela “EDP-Imobiliária e
Participações, S.A.”, nomeadamente criando a aparente necessidade da
celebração de um contrato de prestação de serviços na área dos resíduos
na Rua do Ouro, no Porto, e garantindo a sua adjudicação à “O2”.
1402
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1554.º Mais sabia que, ao praticar os supra referidos actos contrários aos
seus deveres, ao omitir os actos próprios das suas funções, ao se desviar
dos poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto decorrentes do
seu exercício na adjudicação à “O2” do contrato de prestação de serviços a
realizar na Rua do Ouro, no Porto, incluindo o serviço de descontaminação,
remoção e tratamento de resíduos, violava a fidelidade reclamada pela sua
qualidade de membro do Conselho de Administração da “EDP-Imobiliária e
Participações, S.A.”, infringindo exigências de legalidade, objectividade,
imparcialidade e independência que devem nortear o desempenho de
funções públicas, com o propósito de que Manuel Godinho e a “O2”
percebessem benefícios patrimoniais a que sabiam não terem direito, no
valor de 719.500,00€, não obstante conhecesse que ofendia interesses
patrimoniais da “EDP-Imobiliária e Participações, S.A.” cuja administração,
fiscalização, defesa e realização aquele cargo fazia sobre si impender e,
assim, lhe causava prejuízos, ao menos, de montante idêntico.
1555.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1403
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1558.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1559.º O arguido Paiva Nunes sabia e quis agir da forma supra descrita,
de comum acordo e em conjugação de esforços com o arguido Manuel
Godinho, prometendo ambos e entregando o arguido Manuel Godinho
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido António Paulo
Costa, que sabia não lhe serem devidas, para que praticasse actos
contrários aos seus deveres, omitisse os actos próprios das suas funções e
se desviasse dos poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto
decorrentes do seu exercício e, deste modo, beneficiasse Manuel Godinho
e a “O2” nas suas relações comerciais com o grupo GALP ENERGIA,
SGPS, S.A. prejudicando os interesses deste, nomeadamente nos
concursos e nas consultas públicas de adjudicação e, bem assim, na
adjudicação directa de contratos de compra e venda e de prestação de
1404
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1561.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1562.º O arguido António Paulo Costa sabia e quis agir da forma supra
descrita, a troco da promessa e da entrega de contrapartidas patrimoniais e
não patrimoniais, que sabia não lhe serem devidas, praticando os supra
citados actos contrários aos seus deveres, omitindo os actos próprios das
suas funções e desviando-se dos poderes inerentes ao seu cargo e dos
poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a sua
vontade, as suas iniciativas e as suas decisões pelas peitas prometidas e
recebidas, no sentido de favorecer Manuel Godinho e a “O2” nas suas
relações comerciais com o grupo GALP ENERGIA, SGPS, S.A. em
detrimento dos interesses deste, nomeadamente nos concursos e nas
consultas públicas de adjudicação e, bem assim, na adjudicação directa de
contratos de compra e venda e de prestação de serviços na área dos
resíduos promovidos pelo grupo GALP ENERGIA, SGPS, S.A.
1405
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1564.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1566.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1567.º O arguido António Paulo Costa sabia e quis agir da forma supra
descrita, violando a autonomia intencional do Estado, a troco da promessa e
da entrega de contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não
lhe serem devidas, para exercer a sua influência junto de entidades públicas
no sentido de Manuel Godinho e da “O2” serem favorecidos nos concursos
e nas consultas públicas de adjudicação e, bem assim, na adjudicação
directa de contratos de compra e venda e de prestação de serviços na área
dos resíduos produzidos por empresas do sector empresarial do Estado,
concessionárias de serviços públicos e empresas privadas, nomeadamente
1406
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1568.º Mais sabia serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1407
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1570.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1408
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1409
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1410
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1411
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1583.º Nos anos de 2004 e 2006, a propósito da quadra natalícia, por forma
a, desde logo, criar e potenciar um clima de permeabilidade e cumplicidade
para posteriores diligências e de predisposição à aceitação das suas
1412
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1413
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1414
S. R.
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1415
S. R.
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1416
S. R.
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1417
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1622.º No dia 03 de Fevereiro de 2009, pelas 17h44, uma vez que no dia
seguinte terminava o prazo estabelecido para a apresentação de propostas
no âmbito da supra aludida consulta, Manuel Godinho, por forma a garantir a
adjudicação à “O2”, instruiu Namércio Cunha a indagar José Santos Cunha
sobre os preços constantes das propostas apresentadas pelos demais
concorrentes. (Confrontar com o Produto 657 do Alvo 1T167PM).
1623.º Namércio Cunha acrescentou que, caso viesse a ser necessário face
aos valores apresentados pelos restantes concorrentes, José Santos Cunha
alteraria os valores constantes da proposta a apresentar pela “O2”.
1418
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1419
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1636.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido José Santos
Cunha, funcionário da EMEF, para que praticasse actos contrários aos seus
deveres, omitisse os actos próprios do cargo que desempenhava, se
desviasse dos poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto
decorrentes do seu exercício e, assim, o favorecesse a si e às suas
empresas na sua relação comercial com a “EMEF” preterindo os interesses
desta, designadamente lhe garantisse a adjudicação e lhe revelasse a
natureza, as condições e os termos dos concursos e das consultas públicas
de adjudicação de contratos de compra e venda e de prestação de serviços
na área dos resíduos e, bem assim, o conhecimento da identidade dos
concorrentes, da natureza, das condições, dos termos e do valor das
propostas por estes apresentadas naqueles concursos e consultas.
1420
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1637.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1638.º O arguido José Santos Cunha sabia e quis agir do modo supra
descrito, violando a autonomia intencional do Estado e infringindo exigências
de legalidade, objectividade, imparcialidade e independência que devem
nortear o desempenho de funções públicas, a troco da promessa de
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem
devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de funcionário da EMEF,
praticando os actos contrários aos seus deveres supra citados, desviando-se
dos poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto decorrentes do
seu exercício, subordinando a sua vontade, as suas iniciativas e as suas
decisões pelas peitas prometidas, no sentido do favorecimento de Manuel
Godinho e das suas empresas na sua relação comercial com a “EMEF”
postergando os interesses desta, nomeadamente garantindo-lhe a
adjudicação e revelando-lhe a natureza, as condições e os termos dos
concursos e das consultas públicas de adjudicação de contratos de compra e
venda e de prestação de serviços na área dos resíduos e, bem assim, o
conhecimento da identidade dos concorrentes, da natureza, das condições,
dos termos e do valor das propostas por estes apresentadas naqueles
concursos e consultas.
1639.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1640.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido Rogério Nogueira,
funcionário da “EMEF”, para que praticasse actos contrários aos seus
deveres, omitisse os actos próprios do cargo que desempenhava, se
desviasse dos poderes inerentes ao seu cargo e dos poderes de facto
1421
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1641.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1643.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1422
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1645.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1647.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1423
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1424
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1425
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1655.º Para além do mais, João Tavares era responsável pelo designado
"Parque de Sucata", dispondo da chave do portão, que abria e fechava
quando necessário, designadamente aquando do depósito ou da retirada de
material.
1426
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1427
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1428
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1429
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1430
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1684.º Acontece, todavia, que neste período de tempo, Hugo Godinho, sem
para tal estar autorizado, de comum acordo e em conjugação de esforços
com Manuel Godinho e João Tavares, dirigiu a retirada do “Parque de
Sucata” da Refinaria de Sines da PETROGAL de, pelo menos, cem
toneladas de cabos e fios de cobre, no valor de 550.000,00€, um quadro
eléctrico de 10 KV de marca Efacec, com 26 celas, um quadro eléctrico de
10 KV de marca, Siemens, com 12 celas e respectivos barramentos de
cobre, um quadro eléctrico 3 KV de marca Efacec composto por 14 celas e
respectivos barramentos de cobre, um quadro eléctrico de 380 V,
Efacec/Amec e Alstom, com 120 gavetas e respectivos barramentos, seis
UPS, no valor global de 61.045 €.
1685.º Por outro lado, estes quadros eléctricos e UPS integravam 14.380 kg
de cobre, no valor de 79.090,00€, e 1.000 kg de alumínio, no valor de
1.800,00€.
1431
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1686.º Como tal, todo este material seria valorizado como se de resíduos
ferrosos se tratassem.
1691.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
em seu nome e em representação e no interesse da “O2”, prometendo e
1432
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1693.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente..
1694.º O arguido João Tavares sabia e quis agir da forma supra descrita, a
troco da promessa e da entrega de contrapartidas patrimoniais e não
patrimoniais, que sabia não lhe serem devidas, praticando os actos
contrários aos seus deveres supra citados, omitindo os actos próprios da
função que desempenhava e desviando-se dos poderes inerentes ao seu
cargo e dos poderes de facto decorrentes do seu exercício, subordinando a
1433
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1696.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1434
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1698.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1699.º O arguido João Tavares quis agir da forma supra descrita, no quadro
de uma mesma resolução criminosa, não obstante soubesse que, ao fazer
constar das guias e dos impressos supra aludidos a recolha de sucata
metálica quando haviam sido removidos resíduos nobres, punha em causa a
confiança e credibilidade das pessoas na exactidão e genuinidade merecidas
por aqueles documentos, visando, assim, obter para Manuel Godinho e para
a “O2” um benefício patrimonial a que sabiam não ter direito, pelo menos, no
montante de 701.185,00€, e causar à PETROGAL um prejuízo, ao menos,
de valor equivalente.
1700.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1701.º O arguido Paulo Pereira da Costa sabia e quis agir da supra referida
forma, recebendo os mencionados materiais e equipamentos, no valor global
de 701.185,00€, com o propósito logrado de obter para si vantagem
patrimonial, não obstante soubesse que haviam sido subtraídos do "Parque
de Sucata" da Refinaria de Sines da Petrogal.
1702.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1435
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1436
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1437
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1438
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1439
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1440
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1723.º Logo após, Ricardo Anjos informou Namércio Cunha que a proposta
da "Batistas - Reciclagem de Sucatas, S.A.” se cifrava em 107.770,00€.
1441
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1732.º Mais tarde, pelas 18h14, Ricardo Anjos deu conta a Namércio Cunha
de ter enviado um e-mail ao seu director propondo a adjudicação à “O2” e
que este, por sua vez, já o tinha remetido à Administração da “CP” com
semelhante proposta. (Confrontar com o Produto 14104 do Alvo 38250PM).
1442
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1734.º Acontece, todavia, que, à data, a “O2” tinha uma dívida vencida para
com a “CP” no valor de 16.699,50€, relativa à factura n.º 2091000455,
emitida em 01 de Julho de 2009 com vencimento a trinta dias, relativa à
venda de sucata resultante da demolição de veículos ferroviários dispersos.
(vide Ap. 127, fls. 66).
1443
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1741.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1742.º O arguido Ricardo Anjos quis agir do modo supra descrito, violando a
autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de legalidade,
objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear o
desempenho de funções públicas, a troco da promessa e da entrega de
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem
devidas, ao mercadejar com a sua qualidade de funcionário da CP,
praticando os actos contrários aos seus deveres supra citados e desviando-
se dos poderes inerentes ao cargo e dos poderes de facto decorrentes do
1444
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1743.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e apesar
disso agiu livre e voluntariamente.
1445
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1746.º Para tanto, Manuel Godinho entregou a Mário Pinho, pelo menos,
32.500,00€, o veículo automóvel ligeiro de passageiros, marca Audi, modelo
A4 Avant Diesel, matrícula 68-75-XX, no valor de 15.000,00€, e um cartão de
acesso ao serviço móvel terrestre, suportando os custos decorrentes da sua
utilização;
1446
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1447
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1754.º Por outro lado, não obstante tal isenção haja sido concedida a título
precário e, como tal, sujeita a reavaliação constante, Mário Pinho conseguiu
obstar à prática de diligências no sentido da reapreciação da situação.
1448
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1449
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1768.º O arguido Manuel Godinho sabia e quis agir da forma supra descrita,
violando a autonomia intencional do Estado, prometendo e entregando
contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais ao arguido Mário Pinho,
funcionário público, para que praticasse actos contrários aos seus deveres,
omitisse actos próprios das suas funções, se desviasse dos poderes
inerentes ao seu cargo, dos poderes de facto decorrentes do seu exercício e,
bem assim, exercesse a sua influência para que outros os praticassem e
omitissem e, deste modo, garantisse o arquivamento dos processos fiscais
movidos contra o universo empresarial, directa ou indirectamente, gerido por
Manuel Godinho.
1769.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1770.º O arguido Mário Pinho quis agir do modo supra descrito, violando a
autonomia intencional do Estado e infringindo exigências de legalidade,
objectividade, imparcialidade e independência que devem nortear o
desempenho de funções públicas, a troco da promessa de contrapartidas
patrimoniais e não patrimoniais, que sabia não lhe serem devidas, ao
1450
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1771.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1451
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1452
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1453
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1454
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1455
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1801.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1456
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
disposições conjugadas dos art.ºs 11º, n.º 2, al. a), 90º A e 258º, n.º 1, al. c) do
Código Penal.
1457
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1458
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1811.º No ano de 2002, Manuel Gomes viu ser-lhe atribuída a categoria AA,
a terceira mais elevada, tendo recebido um estojo com delicanter base de
prata, no valor de 373,00€; no ano de 2003, foi-lhe atribuída a categoria AAA,
a segunda mais elevada, tendo recebido um estojo com decantador
“Herdade de Prata”, no valor de 685,00€; no ano de 2004, manteve aquela
categoria, tendo recebido um centro de mesa “Bahia”, no valor de 404,50€;
no ano de 2006, recebeu um centro castiçais ritual, no valor de 1.100,00€; no
ano de 2007, foi-lhe atribuída a categoria AAA, tendo recebido um cantil D.
João II, no valor de 330,00€, e um cantil português, no mesmo montante.
1459
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1818.º Nos anos de 2006 e 2007, a propósito da quadra natalícia, por forma
a, desde logo, criar e potenciar um clima de permeabilidade e cumplicidade
para posteriores diligências e de predisposição à aceitação das suas
pretensões ou mesmo com carácter remuneratório (bónus), Manuel Godinho
entregou, em nome das sociedades comerciais que compõem o universo
empresarial, directa ou indirectamente, por si gerido, diferentes bens, a título
de presentes, a Afonso Aguiar Figueiredo Costa.
1460
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
violação das suas obrigações funcionais e com evidente prejuízo para a sua
entidade patronal, aceitou a proposta.
1461
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
- A pesagem de cada uma das cargas apenas para obter o peso líquido
total, ignorando a necessária segregação, ainda que fossem compostas
por materiais de diferente natureza e valor;
1462
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1827.º Neste dia, pelas 09h17, após ter sido alcançado o supra aludido
consenso quanto à proporção, Hugo Godinho deu a conhecer a Manuel
Godinho que Figueiredo Costa lhe transmitira esperar uma compensação
monetária pela sua actuação em prol dos interesses de Manuel Godinho e
da “O2”. (Confrontar com o Produto 1296 do Alvo 1T167PM).
1463
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1464
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1465
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1840.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1466
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1843.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1467
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1850.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1852.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1468
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
pelo art.º 41º-C, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 28/84, de 20 de Janeiro, e agora pelo
art.º 9º, n.ºs 1 e 2 da Lei n.º 20/08, de 21 de Abril;
1469
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1470
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1471
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1472
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1473
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1867.º Mais sabiam serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1474
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1475
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1476
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1879.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1881.º Mais sabia serem as suas condutas proibidas e punidas por Lei
Penal, e apesar disso agiram livre e voluntariamente.
1477
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1478
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1479
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1888.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente..
1890.º Mais sabia ser a sua conduta proibida e punida por Lei Penal, e
apesar disso agiu livre e voluntariamente.
1480
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1481
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
sete crimes de burla qualificada, previsto e punido pelo art.º 217º, n.º 1 e
218º, n.º 2, al. a) ambos do Código Penal;
sob a forma tentada, um crime de burla qualificada, previsto e punido
pelos art.ºs 23º, n.º 1, 217º, n.º 1 e 218º, n.º 1 todos do Código Penal;
doze crimes de falsificação de notação técnica, previsto e punido pelo
art.º 258º, n.ºs 1 e 2 do Código Penal;
um crime de perturbação de arrematações, previsto e punido pelo art.º
230º do Código Penal.
1482
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1483
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1484
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1485
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
três crimes de tráfico de influência, previsto e punido pelo art.º 335º, n.º
1, al. a) do Código Penal.
1486
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1487
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1488
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A arguida “O2”,
cinco crimes de corrupção activa para acto ilícito, previsto e punido
pelas disposições conjugadas dos art.ºs 11º, n.º 2, al. a), 90º A e 374º, n.º 1 do
Código Penal;
três crimes de corrupção activa no sector privado, previsto e punido
pelas disposições conjugadas dos art.ºs 4 e 9º, n.ºs 1 e 2 da Lei n.º 20/08, de
21 de Abril;
dois crimes de corrupção activa no sector privado, previsto e punido, à
data dos factos, pelos art.ºs 3º, n.º 1 e 41º-C, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 28/84, de
1489
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
A arguida “SCI”,
dois crimes de burla qualificada, previsto e punido pelas disposições
conjugadas dos art.ºs 11º, n.º 2, al. a), 90º A e 217º, n.º 1 e 218º, n.º 1 do
Código Penal;
dois crimes de burla qualificada, previsto e punido pelas disposições
conjugadas dos art.ºs 11º, n.º 2, al. a), 90º A e 217º, n.º 1 e 218º, n.º 2, al. a) do
Código Penal;
três crimes de falsificação de notação técnica, previsto e punido pelas
disposições conjugadas dos art.ºs 11º, n.º 2, al. a), 90º A e 258º, n.ºs 1 e 2 do
Código Penal;
*
PROVA:
1490
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1491
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
11377, 11379, 11380, 11381, 11387, 11389, 11390, 11472, 11474, 11475,
11491, 11515, 11517, 11528, 11539, 11542, 11545, 11556, 11565, 11599,
11603, 11633, 11643, 11644, 11646, 11648, 11651, 11674, 11675, 11677,
11680, 11690, 11735, 11767, 11797, 11805, 11812, 11813; 12191, 12200,
12223, 12245, 12247, 12258, 12260, 12261, 12283, 12285, 12317, 12320,
12321, 12330, 12335, 12339, 12361, 12369, 12370, 12389, 12404, 12410,
12432, 12445, 12536, 12538, 12562, 12588, 12590, 12593, 12638, 12645,
12649, 12676, 12702, 12719, 12721, 12761, 12778, 12783, 12803, 12861,
12883, 12992, 13025, 13097, 13132, 13140;13215, 13222, 13228, 13268,
13282, 13306, 13324, 13334, 13390, 13400, 13451, 13506, 13515, 13516,
13536, 13560, 13572, 13618, 13682, 13749, 13806, 13812, 13813, 13823,
13825, 13827, 13841, 13861, 13868, 13870, 13896, 13911, 13967, 14005,
14024, 14031, 14061, 14087, 14148, 14152, 14164, 14167, 14245, 14343,
14411, 14418, 14422, 14438, 14441, 14486, 14496, 14560, 14603, 14648,
14724, 14732, 14734, 14912, 14950, 14994, 14996, 15013, 15019, 15022,
15024, 15025, 15026, 15029, 15040, 15046, 15048, 15049, 15053, 15055,
15078, 15079, 15091, 15097, 15199, 15236, 15245, 15278, 15404, 15423,
15452, 15460, 15745, 16048, 16135, 16154, 16156, 16198, 16208, 16238,
16253, 16264, 16277, 16396, 16403, 16510, 16512, 16528, 16546, 16559,
16564, 16590, 16657, 16675, 16702, 16703, 16705, 16708, 16809, 16859,
17449, 17450, 17458, 17467, 17473, 17474, 17493, 17498, 17499, 17500,
17554, 17563, 17594, 17748, 17768; 18067, 18069, 18272, 18275, 18473,
18504; 18770, 18865, 18980, 19006, 19011, 19012, 19018, 19028, 19085,
19101, 19103, 19104, 19141, 19148, 19301, 19486;19574, 19614, 19865;
20319, 20573, 20581, 20612, 20719, 20845; 20863, 20948, 20973, 20990,
21029, 21187, 21191, 21192, 21585; 22056, 22059, 22062, 22078, 22800,
22961, 22965, 23086, 23408; 23616, 23628, 23651, 23633, 23638, 23653,
23654 e 23667;
1492
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1493
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
8530, 8553, 8565, 8614, 8615, 8622, 8624, 8672, 8728, 8771, 8775, 8777,
8778, 8789, 8812, 8845, 8932, 9024, 9071, 9080, 9084, 9086, 9087, 9088,
9089, 9092, 9103, 9104, 9105, 9107, 9109, 9121, 9182, 9201, 9206, 9219,
9263, 9279, 9300, 9306; 9674, 9737, 9751, 9752, 9764, 9794, 9840, 9844,
9906, 9907, 9915, 9928, 9934, 9952, 9996, 10002, 10019, 10020, 10021;
10085, 10117, 10506, 10529, 10530, 10536, 10539, 10543, 10544, 10556,
10560, 10561, 10594, 10600, 10621, 10724, 10738, 10905, 10906, 11026,
11028, 11143, 11159; 11327, 11386, 11460, 11477, 11481, 11482, 11486,
11490, 11528, 11538, 11539, 11540, 11564, 11568, 11662; 11841, 11869 e
12030;
1494
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
11887, 12494, 12515, 12634, 12643, 13048, 13679, 13787, 13923, 13976,
14004, 14036, 14081, 14104, 14193 e 14199;
1495
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1496
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1497
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1498
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1499
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1500
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1501
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1502
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1503
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1504
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1505
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1506
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1507
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1508
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume VI – fls. 1799 a 1801, 1803 a 1902, 1904 a 1912, 1941 a 1954,
1974 a 1986, 1998, 2013, 2015 a 2022;
Volume VII - fls. 2065 a 2074, 2090 a 2093, 2121 a 2132, 2158 a 2217,
2218 a 2329;
Volume X - fls. 2841 a 2870, 2872 a 2895, 2947 a 3005, 3008 a 3076,
3087 a 3088;
Volume XI - fls. 3182 a 3274, 3286 a 3312, 3327 a 3339, 3360 a 3385,
3392 a 3515;
Volume XII - fls. 3632 a 3648, 3711 a 3748, 3755 a 3762, 3788 a 3790,
3814, 3815, 3816 a 3820, 3826, 3828 a 3850, 3866 a 3868;
1509
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume XV - fls. 4694 a 4729, 4778, 4779 a 4781, 4795 a 4833, 4836 a
4871, 4874 a 4884, 4885 a 4948;
Volume XXI – fls. 7436 a 7474, 7476 a 7481, 7494 a 7514, 7518 a 7748;
Volume XXIV – fls. 8556 a 8559, 8609 a 8610, 8672 a 8673, 8677 a 8678,
8680, 8801 a 8802, 8808 a 8809, 8814 a 8821, 8829;
Volume XXV – fls. 8881, 8895 e 8896, 8903, 8904 a 8934, 8942;
1510
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume XXVI – fls. 9158, 9159 a 9161, 9168 a 9170, 9174, 9175, 9184 a
9185, 9191 a 9194, 9300, 9323, 9398 a 9407;
1511
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume XLI – fls. 14249, 14432 a 14442, 14443 a 14444, 14492 a 14502;
Volume XLII – fls. 15621, 15622 a 15624, 15649, 15657 a 15660, 15661,
15667 a 15696;
Volume XLV – fls. 16338 a 16343, 16396, 16419, 16447 a 16529, 16595
a 16629;
Volume XLVII – fls. 16900, 16911, 16919, 16920, 16924 a 16926, 16954,
17042 a 17048;
Volume XLIX – fls. 17472 a 17512, 17513 a 17530, 17622, 17643, 17654,
17668 a 17670, 17671, 17678, 17679 a 17681, 17686 a 17688, 17689 a 17692,
17693 a 17701, 17705, 17707 a 17708, 17712 a 17714, 17717 17718, 17719 a
17725, 17726 a 17727, 17728 a 17732, 17733 a 17734, 17735, 17736 a 17737,
17739, 17740, 17753, 17754 a 17757;
1512
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume LII – fls. 18322, 18327, 18335, 18384 a 18387, 18393, 18399 a
18417, 18431 a 18433, 18497 a 18498;
Volume LVI – fls. 19473, 19579 a 19580, 19581, 19582, 19583 a 19586,
19592, 19593, 19594, 19596, 19599, 19618 a 19622, 19623, 19624, 19627 a
19629 a 19630, 19639 a 19640, 19675 a 19676, 19677 a 19679;
Volume LVII – fls. 19895, 19896, 19897, 19898, 19899, 19900 a 19906,
19907 e 19908, 19909, 19910, 19911 e 19912, 19913, 19914 e 19915, 19918,
19935, 19950 a 19955, 19957 a 19974;
1513
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Volume LIX – fls. 20303 a 20305, 20306, 20307, 20308 e 20309, 20310 e
20311, 20312, 20313, 20314, 20315, 20326, 20334 e 20335, 20336, 20337 a
20340, 20351, 20352, 20353 a 20355, 20356, 20358 a 20360, 20361, 20362,
20363, 20539 a 20543, 20545 e 20546, 20635 a 20638, 20639;
Volume LXI – fls. 20834 a 20930, 20973 a 20975, 21000, 21025 a 21028,
21029, 21038 a 21043, 21044 a 21045, 21046, 21088 a 21090, 21091 a 21094,
21095, 21105, 21106, 21108 a 21110, 21114, 21123 a 21139 21140 e 21141,
21148 e 21149;
1514
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
22186, 22189, 22191, 22196 a 22199, 22200, 22201 a 22203, 22204 a 22207,
22208, 22209, 22210, 22211, 22212, 22213, 22214, 22215, 22216, 22217,
22218, 22219, 22220, 22222, 22223, 22224, 22231, 22232, 22233, 22234,
22235, 22236, 22237, 22238 a 22242, 22243, 22244 a 22246, 22247, 22248,
22249, 22250 e 22251, 22252, 22253, 22254 e 22255, 22256 e 22257, 22258,
22259, 22260, 22262, 22263e 22264, 22265 a 22267, 22268;
Volume LXVI – fls. 22237 a 22329, 22343 a 22349, 22373, 22374, 22375
a 22377, 22378, 22379 a 22382, 22383 a 22386, 22387 a 22389, 22390 a
22393, 22394 a 22398, 22399, 22400 e 22401, 22402, 22432, 22433, 22441 a
22443;
Volume LXIX – fls. 23445 a 23448, 23450, 23451, 23531 a 23535, 23564
a 23577;
1515
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1516
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1517
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
BCP - Manuel José Ferreira Godinho; Conta nº. 0432193 - BCP - Manuel José
Ferreira Godinho e Maria de Fátima da Silva Magina Godinho;
1518
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1519
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1520
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Conta nº. 8 1849063 000 001 - BPI - Manuel Nogueira da Costa; Conta nº. 5
3383925 000 001 - BPI - Manuel Nogueira da Costa; Conta nº. 9 2602384 000
001 - BPI - Nogueira da Costa e Pereira, Lda;
1521
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1522
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1523
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1524
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1525
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1526
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1527
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
APENSO 63 - Jorge Paulo Martins Pereira dos Penedos - NIF 213 990
059 - síntese cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS,
referentes aos anos de 2004 a 2008, património imobiliário;
1528
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 65 - Armando António Martins Vara - NIF 103 638 547 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 66 - Fernando Vítor Lopes Barreira - NIF 112 204 716 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 67 - Domingos José Paiva Nunes - NIF 105 741 272 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 68 - António Paulo Cadete Almeida Costa - NIF 126 163 499 -
síntese cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos
anos de 2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 71 - Manuel José Ferreira Godinho - NIF 171 534 883 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
1529
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 72 - João Jorge da Silva Godinho - NIF 233 682 465 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 75 - Mário Manuel de Sousa Pinho - NIF 113 309 910 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 77 - José Domingues Lopes Valentim - NIF 142 417 564 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 78 - Manuel João Alves Espadinha Guiomar - NIF 121 347 613 -
síntese cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos
anos de 2004 a 2008, património imobiliário;
1530
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 79 - João Manuel Tomás Tavares - NIF 154 636 118 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 81 - Paulo Manuel Pereira da Costa - NIF 188 683 461 - síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
Apenso 82 - Paulo Manuel Moreira da Rocha - NIF 188 683 461- síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2008, património imobiliário;
1531
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 87 – Manuel São José Gomes – NIF 162 805 454 – Síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2009, património imobiliário;
Apenso 91 – João Manuel da Silva Valente – NIF 117 652 083 - Síntese
cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos anos de
2004 a 2009, património imobiliário;
1532
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 96 – GALP Energia, SGPE, S.A. (NIF 504 499 777) – Teor da
matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo Comercial;
Apenso 97 – GALP Energia, S.A. (NIF 505 060 515) – Teor da matrícula
e inscrições em vigor na Conservatória do Registo Comercial;
Apenso 99 – EDP – Energias de Portugal, S.A. (NIF 500 697 256) – Teor
da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo Comercial;
Apenso 100 – EDP – Imobiliária e Participações, S.A. (NIF 503 529 524)
– Teor da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo
Comercial;
1533
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 101 – LISNAVE – Estaleiros Navais, S.A. (NIF 503 847 151) –
Teor da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo
Comercial;
Apenso 104 – Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. (NIF 503 933
813) – Teor da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo
Comercial;
1534
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 112 – Comércio de Sucatas Godinho, Lda (NIF 502 485 876) –
Teor da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo
Comercial;
1535
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 118 – Sucatas 109 – Unipessoal, Lda (NIF 507 108 272) – Teor
da matrícula e inscrições em vigor na Conservatória do Registo Comercial;
1536
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Apenso 131 - João Manuel da Silva Valente - NIF - 117 652 083 -
Síntese cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos
anos de 2001 a 2008, património imobiliário;
Apenso 132 - João Manuel Marques Silva Oliveira - NIF 127 932 755 -
Síntese cadastral e relações interpessoais, declarações de IRS, referentes aos
anos de 2001 a 2008, património imobiliário;
1537
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1538
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1539
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1540
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1541
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1542
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1543
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1544
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1545
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1546
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1547
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1548
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1549
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1550
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1551
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1552
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1553
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1554
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1555
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1556
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1557
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1558
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1559
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1560
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1561
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1562
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1563
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1564
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1565
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
Testemunhal:
1566
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
1567
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
60) José Luís Andrade Lopes, id. a fls. 11.819 dos autos;
61) Maria José Menéres Duarte Pacheco Clara, id. a fls. 148 do Apenso
AE28;
62) Aníbal Durães dos Santos, id. a fls. 139 do Apenso AE30;
63) Rui Manuel Janes Cartaxo, id. a fls. 9 do Apenso AE20;
64) Agostinho Costa Martins, id. a fls. 157 do Apenso AE28;
65) Jorge Filipe Pinheiro Martins, id. a fls. 74 e 122 do Apenso AE27;
66) Luís Manuel Coelho de Oliveira Pinto, id. a fls. 111 do Apenso AE27;
1568
S. R.
NUIPC: 362/08.1JAAVR
67) João António Travanca Sandes, id. a fls. 100 do Apenso AE20 e a fls.
170 do Apenso AE30;
68) Gerardo Gonçalves, id. a fls. 137 do Apenso AE28;
69) Jorge Manuel Pais Marçal Liça, id. a fls. 111 do Apenso AE30;
70) Manuel Maria Cunha Coelho da Silva, id. a fls. 144 do Apenso AE30;
71) Diana Mónica Gonçalves Bezerra Martins Gandra, id. a fls. 3 do
Apenso AE20;
72) Luís José Araújo dos Santos, id. a fls. 13 do Apenso AE27;
73) Sónia Alexandra de Abreu Vieira, id. a fls. 22 do Apenso AE27;
74) Tiago Branco Andrade, id. a fls. 170 do Apenso AE20;
75) Jorge Fernando Ribeiro Constante, id. a fls. 183 do Apenso AE20;
76) João Afonso da Silva Lucas Guincho, id. a fls. 198 do Apenso AE20;
77) Domingos António Morais Correia, id. a fls. 203 do Apenso AE20;
78) Pedro Miguel Gorgulho Rodrigues, id. a fls. 249 do Apenso AE20;
79) Manuel Luís Marques Batista, id. a fls. 142 do Apenso AE28;
80) Rui Manuel Vicente Martins, id. a fls. 3 do Apenso AE30;
81) Nuno Miguel Batista Martins, id. a fls. 142 do Apenso AE20;
82) Isabel Maria Domingues Lopes da Costa Ferrão, id. a fls. 166 do
Apenso AE20;
83) Jorge de Oliveira Silva, id. a fls. 48 do Apenso AE20;
84) Vítor Eugénio Sousa e Brito Cardoso, id. a fls. 61 do Apenso AE20;
85) Raul Jorge Ribeiro Calado, id. a fls. 83 do Apenso AE20;
86) Manuel Baía Patrão, id. a fls. 108 do Apenso AE20;
87) Pedro Jacinto Pereira Correia, id. a fls. 113 do Apenso AE20;
88) Carlos Alberto Carvalho Lopes, id. a fls. 215 do Apenso AE20;
89) Luís Manuel Conceição Navalho Alves, id. a fls. 220 do Apenso AE20;
90) António Manuel Pereira, id. a fls. 225 do Apenso AE20;
91) João Miguel Ferreira dos Santos, id. a fls. 229 do Apenso AE20;
92) José António Valério Valente, id. a fls. 69 do Apenso AE30;
93) Ernesto Manuel Pina Parracho, id. a fls. 132 do Apenso AE30;
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