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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ
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Escritório Central de Arrecadação e Distribuição –ECAD.
I. Relatório
“1. Trata-se de Ação de Cumprimento de Preceito Legal c/c Perdas e Danos que
ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO – ECAD move contra
BIELLE CLUB e PROMOÇÕES ARTÍSTICAS EIRELI / HELL SIN LOUNGE MARCELO
CARLESSO BARBOSA.
É o relatório.
A teor do art. 68, da Lei n. 9.610/98: caput, ‘Sem prévia e expressa autorização do
PROJUDI - Recurso: 0006184-19.2021.8.16.0000 - Ref. mov. 35.1 - Assinado digitalmente por Lilian Romero:7856
19/05/2021: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargadora Lilian Romero - 6ª Câmara Cível)
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autor ou titular, não poderão ser utilizadas obras teatrais, composições musicais ou
lítero-musicais e fonogramas, em representações e execuções públicas.’, e ainda
prossegue, o mesmo artigo, quanto à obrigatoriedade de recolhimento antecipado
relativo aos direitos autorais em seu §4º: ‘Previamente à realização da execução
pública, o empresário deverá apresentar ao escritório central, previsto no art. 99, a
comprovação dos recolhimentos relativos aos direitos autorais.’
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2.010,00, por força da aplicação do fator de enquadramento (7,5% do
faturamento bruto);
a magistrada entendeu tratar-se de hipótese prevista no art. 68, §4º, da Lei nº
9.610/68, que condiciona a execução pública das obras ao prévio recolhimento
dos valores devidos pelos direitos autorais;
II. Voto
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e ramo de atividade (cláusula segunda): “wiskeria e música ambiente”.
Portanto, tudo indica que ao promover eventos e realizar festas, conforme fotos e
mensagens em redes sociais (Ms. 1.28/1.30), a recorrente executa, reproduz ou
transmite obras musicais.
Os documentos até então acostados aos autos levam a crer que de março de 2017
a fevereiro de 2020 – período anterior à pandemia do Covid 19, sublinhe-se – a
agravante deixou de pagar pelos direitos autorais.
Por outro lado, o fato de a ação proposta pelo ECAD apontar como causa de pedir a
faceta patrimonial dos direitos autorais desrespeitados não obsta a concessão da
tutela de urgência inibitória, sobretudo porque o já mencionado art. 105 da Lei de
Direitos Autorais visa a proteger e coibir qualquer violação de direitos autorais, sem
distinguir violações aos direitos morais do autor (arts. 24 a 27 da Lei nº 9.610/1998)
e patrimoniais do autor (arts. 28 e 29 da Lei nº 9.610/1998).
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1. Discussão relativa ao cabimento da medida de suspensão ou interrupção da
transmissão obras musicais, por emissora de radiodifusão, em razão da falta de
pagamento dos direito autorais.
4. Não se deve confundir a pretensão de recebimento dos valores devidos, a ser obtida
por meio da tutela condenatória e executiva, com a pretensão inibitória, que visa
cessar ou impedir novas violações aos direitos autorais. Ao mesmo tempo, há
que se frisar que uma não exclui a outra.
5. Admitir que a execução das obras possa continuar normalmente, mesmo sem
o recolhimento dos valores devidos ao ECAD - porque essa cobrança será objeto
de tutela jurisdicional própria -, seria o mesmo que permitir a violação aos
direitos patrimoniais de autor, relativizando a norma que prevê que o pagamento
dos respectivos valores deve ser prévio (art. 68, caput e §4º da Lei 9.610/98) 6.
Recurso especial provido.
Nesse contexto, a decisão agravada deve ser mantida por seus próprios
fundamentos, mais os aqui explicitados.
III. Dispositivo
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do voto da Relatora.
LILIAN ROMERO
Desembargadora Relatora