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Apostila Física 1º Ano 3º Bim
Apostila Física 1º Ano 3º Bim
Relatividade Restrita
Introdução
Como se estuda em mecânica clássica, a velocidade, por exemplo, é uma grandeza relativa, isto é,
uma grandeza que depende do referencial em relação ao qual é determinada.
As grandezas comprimento, tempo e massa, entretanto, sempre foram tratadas como absolutas na
mecânica clássica, isto é, independem do referencial em que são medidas. Entretanto, como veremos
nesta breve exposição, comprimento, massa e tempo, também são grandezas relativas! A relatividade
dessas grandezas, porém, só fica evidenciada quando estudamos situações em que as velocidades são
muito altas, isto é, não desprezíveis em comparação com a velocidade da luz no vácuo, que é de
300.000 km/s, aproximadamente.
Os postulados de Einstein
Einstein construiu a Teoria da Relatividade Restrita a partir de dois postulados:
1º - As leis da Física são as mesmas, expressas por equações que têm a mesma forma, em qualquer
referencial inercial. Não existe um referencial inercial privilegiado.
2º - A velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor c (c = 300.000 km/s) em relação a qualquer
referencial inercial.
Note que o segundo postulado contraria radicalmente a maneira newtoniana de compor velocidades.
A dilatação do tempo
Vamos agora estudar a relatividade do tempo.
Constataremos que o intervalo de tempo decorrido entre dois eventos, isto é, entre dois
acontecimentos, depende do referencial que observa esses eventos.
Para um referencial R, que se move em relação ao local onde ocorrem eventos, o intervalo de tempo
Δt entre os eventos é maior que o intervalo de tempo Δt’ medido pelo referencial R’ , em repouso em
relação ao local dos eventos. A isso se dá o nome de dilatação do tempo.
A contração do comprimento
Nesta seção, vamos estudar a relatividade do comprimento.
Constataremos que o comprimento de um corpo depende do referencial em que é medido.
Para um referencial R, que está em repouso em relação a um corpo, esse corpo tem comprimento ℓ, e
para um referencial R’, que se move em relação ao mesmo corpo, o comprimento desse corpo é ℓ’,
sendo ℓ’ menor que ℓ. A isso se dá o nome de contração do comprimento.
1
É preciso destacar que essa contração só acontece na direção do movimento.
Massa relativística
Considere, por exemplo, uma pedra em repouso em relação ao solo.
Vamos simbolizar por m0 a massa nessa situação (m0 chama-se massa de repouso).
Suponha, agora, que essa mesma pedra esteja em movimento em relação ao solo, com velocidade v:
Pode-se demostrar que, nessa situação, a massa da pedra passa a ser m, dada pela expressão:
m0
m em que m se chama massa relativística.
v2
1 2
c
v2
Note que sendo 1
menor que 1, m é maior que m0 , ou seja, a massa da pedra em movimento é
c2
maior que sua massa de repouso. Note também que, quanto maior for v, maior será a massa m.
Evidentemente esse aumento de massa não significa um aumento da quantidade de partículas que
constituem a pedra, mas um aumento da sua inércia. Por exemplo, se a pedra estiver em movimento
retilíneo acelerado, sob ação de uma força resultante constante, sua aceleração não será constante,
mas diminuirá à medida que sua velocidade aumentar, conforme ilustra o gráfico abaixo.
v
1 A reta 1 representa a previsão da mecânica clássica: a aceleração da
c pedra é constante e sua velocidade cresce indefinidamente.
2 Já a curva 2 representa a previsão relativística: a aceleração da pedra
diminui com o tempo, em virtude do aumento de sua inércia, e sua
0 t velocidade é limitada pelo valor de c. (velocidade da luz no vácuo)
E0 = m0 .c2
A pequena e elegante sequência de símbolos acima é, certamente, a equação mais famosa da ciência.
Ela foi idealizada pelo físico de origem alemã Albert Einstein (1879-1955) em 1905, como consequência
de sua Teoria da Relatividade Especial. Ela significa que uma gigantesca quantidade de energia (E0)
pode ser obtida a partir de uma insignificante porção de massa (m0).
Por exemplo, se fosse possível aniquilar uma pequena massa de repouso do isótopo urânio-235 (235U)
igual a 1g, transformando-a totalmente em energia, obteríamos: