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Tipicidade material dos crimes de maus tratos dos animais domésticos: à luz
da teoria do bem jurídico
Sete Lagoas
2021
BRUNA APARECIDA RIBEIRO VALGAS
Atividade Avaliativa TC I
Relatório
Sete Lagoas
2021
Tema
Tipicidade material dos crimes de maus-tratos dos animais domésticos: à luz da teoria
do bem jurídico.
Contextualização do tema
As leis que sintetizam esses direitos visam garantir que os animais que não sejam da
espécie humana não sofram negligência e desumanidade, garantindo-lhes o respeito
e a dignidade básica.
Assim, animais ainda são vítimas de crueldade, uma vez que contornos sociais e
culturais ainda estão enraizados na sociedade. Logo, a ação precisa ser combatida,
não apenas por meio de leis eficazes, mas também através de uma conscientização
da população em geral.
Objetivos
Objetivo Geral
Realizar uma contextualização ideológica e jurídica dos maus tratos aos amimais.
Objetivos Específicos
Justificativa
Marco Teórico
No que diz respeito à proteção brasileira em relação aos direitos dos animais,
o surgimento teve início com o Decreto 16.590/1924, onde regulamentou-se as
famosas casas de diversões públicas, que passou a impedir brigas de galo, canários,
corrida de touros e entre outros, os quais eram maltratados. Durante o governo de
Getúlio Vargas, promulgou-se no ano de 1934 o decreto nº 24.645, tornando
contravenção penal, os maus tratos contra os animais. Em 1941, incluiu-se na Lei
Federal 3.688, esse impedimento, porém fora revogada no decreto nº 11 de 1991.
Freitas (1998), entende que, antes da lei 9.605/98 vigorar no Brasil, os crimes
ambientais se consideram na maioria das vezes, como crime de dano, e com isso, se
consuma diante do bem jurídico lesionado. Portanto, as práticas restringiam-se tais
crimes de forma culposa, o que gerava impunidade quando era cometido de forma
negligente, imprudente e/ou imperícia. Conquanto, necessitava-se revisar a lei,
fazendo-lhe tornar eficiente no que tange ao meio ambiente.
Sendo assim, editou-se a lei 9.605/98, que passou a ser chamada “Lei dos
Crimes Ambientais’’. E de acordo com Freitas (1998):
’Deixando de lado algumas incorreções e equívocos que poderão ser corrigidos com o tempo, é
verdade que dispomos de uma lei penal ambiental com indiscutíveis avanços, como a
responsabilidade penal da pessoa jurídica, que, certamente, em muito concorrerá para uma maior
eficácia na repressão às violações ao meio ambiente, no combate à poluição.’’
Dentre os tipos penais que tutelam a fauna, destaca-se o tipo penal do art. 32 da
Lei de Crimes Ambientais, o único passível de aplicação contra aqueles que
praticarem crimes contra animais domésticos e domesticados, uma vez que todas os
demais tipos penais que tutelam a fauna preocupam-se em tipificar condutas
envolvendo caça, pesca, tráfico ou lesão a animais nativos, silvestres e exóticos, visto
que estes possuem função ecológica relevante ao meio ambiente e,
consequentemente, à preservação da sadia qualidade de vida humana.
“Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a
um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa
ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem
recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre
morte do animal”.
Dito isso, é importante que esta visão ultrapassada seja dissipada, para que só
assim, tenham uma vida digna e saudável, sendo reconhecidos por todo carinho e
amor que estes seres tão “sensíveis” se dedicam a nos oferecer.
Cumpre salientar que o abandono também se torna um problema, já que leva
às ruas milhares de animais, na qual observa-se segundo estatísticas recentes que
há mais 30 milhões, sendo 20 milhões destes cães. Importante mencionar também
que, apesar de haver uma regulamentação no ordenamento jurídico contra estes
abandonos, percebe-se que a pena é muito branda, tratando-se então, de uma
legislação pouco utilizada.
Portanto, denota-se que, apesar de já existirem normas vigentes que regulamentam a tutela
dos animais domésticos no Brasil, constata-se a ineficácia em suas aplicações, pois não houveram
resultados positivos no que tange à diminuição do abandono e dos maus tratos. Isso ocorre em
virtude de dois fatores, onde o primeiro resulta do abrandamento das penas, o que
consequentemente não gera temor algum para àqueles que cometem o ato ilícito. Em se tratando
do segundo fator, é necessário que haja iniciativas de conscientização a respeito da proteção
animal no âmbito social, por meio de palestras e conferências acerca do respeito a estes seres; e
dentre inúmeras outras atitudes que possam ser eficazes no combate aos maus-tratos dos animais
domésticos, tornando-se necessária a reflexão no que tange a esta problemática atual que
vivenciamos.
Hipótese
Metodologia
Essa pesquisa terá como metodologia uma revisão bibliográfica pautada nos meios
que a Legislação e o Estado devem apontar para combater os maus tratos dos animais
domésticos. E também, ressaltar grandes informações sobre a proteção dos animais
domésticos, aludindo especificamente a penalização dos maus-tratos, usando bases
disponíveis nas fontes de dados bibliográficas. Em seguida com o propósito de servir
ao objetivo de discussão serão explanados conceitos, histórico e etc, com intuito de
melhorar o entendimento sobre o assunto.
O período da pesquisa inicial, ponto de partida para o projeto, se dará entre os meses
de agosto a novembro de 2021, e para a busca das referências foram utilizadas as
seguintes palavras-chaves: animais domésticos; maus tratos; leis.
Revisão de Literatura