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ARGUMENTOS

ARGUMENTO 1: NATUREZA DE PROPRIEDADE

Historicamente, os animais têm sido tratados como propriedade nos sistemas legais de muitos países,
estabelecendo uma base sólida para sua classificação como objetos de direito. Essa abordagem oferece
clareza e eficiência nas transações que envolvem animais, como compra, venda e herança.

É importante ressaltar que a legislação e jurisprudência em vários países, incluindo o Código Civil
Brasileiro, categorizam os animais como bens móveis. Essa classificação é crucial para lidar com
questões relacionadas à propriedade e responsabilidade legal de maneira organizada e bem definida.

ARGUMENTO 2: RESPONSABILIDADE PELOS ANIMAIS

Ao tratar os animais como objetos de direito, impõe-se a responsabilidade direta sobre seus proprietários.
Quando um animal é considerado propriedade, seu dono é legalmente responsável por seu bem-estar e
comportamento, incentivando assim uma abordagem cuidadosa e responsável na criação de animais.

A jurisprudência, em numerosos casos, confirma essa responsabilidade. Por exemplo, em situações de


maus-tratos a animais, os tribunais frequentemente impõem penalidades significativas aos proprietários,
reafirmando a noção de que os animais são objetos de direito e que a responsabilidade recai sobre aqueles
que os cuidam.

ARGUMENTO 3: BENEFÍCIOS PRÁTICOS

Tratar os animais como objetos de direito simplifica consideravelmente questões jurídicas práticas, como
contratos de compra, venda e adoção de animais. Essa abordagem contribui para a eficiência e clareza do
sistema legal, facilitando a vida dos cidadãos e das instituições jurídicas.

A manutenção dessa abordagem legal também permite à sociedade lidar de maneira mais eficaz com
questões complexas relacionadas aos animais, como regulamentação e resolução de disputas,
proporcionando assim uma estrutura sólida para a gestão das interações humanas com os animais.

ARGUMENTO 4: MANUTENÇÃO DA ORDEM JURÍDICA

Mudar o status legal dos animais para sujeitos de direito exigiria uma revisão completa das leis existentes,
um processo complexo e demorado. Ao manter os animais como objetos de direito, garante-se uma
transição suave que não interrompe drasticamente a ordem jurídica estabelecida.

A jurisprudência em muitos países reconhece a importância de manter a estabilidade legal ao abordar


questões relacionadas aos animais. Essa abordagem gradual permite que as leis se adaptem às mudanças
de perspectiva e à evolução da sociedade sem criar incertezas jurídicas significativas ou dificuldades
práticas.

ARGUMENTO 5: TRADIÇÃO JURÍDICA E ESTABILIDADE

- A tradição jurídica de tratar os animais como propriedade remonta a séculos. Mudar essa tradição
exigiria uma revisão abrangente de toda a estrutura legal, o que pode ser impraticável e desestabilizador
para a sociedade.

- A jurisprudência em muitos sistemas legais baseia-se nessa tradição, fornecendo estabilidade e


previsibilidade às decisões judiciais relacionadas a animais como objetos de direito.
ARGUMENTO 6: DIREITOS HUMANOS E RECURSOS LIMITADOS

- Considerar os animais como sujeitos de direitos poderia gerar conflitos entre os direitos dos animais e os
direitos humanos. Por exemplo, quando os direitos dos animais colidem com necessidades humanas,
como alimentação e pesquisa médica, podem surgir dilemas éticos difíceis de resolver.

- A jurisprudência tem tratado desses dilemas, muitas vezes decidindo em favor dos interesses humanos
em situações conflitantes.

ARGUMENTO 7: PROPRIEDADE RESPONSÁVEL

- Tratar os animais como objetos de direito incentiva a ideia de propriedade responsável. Os proprietários
são incentivados a cuidar adequadamente de seus animais, pois são responsáveis pelo seu bem-estar e
tratamento.

- A jurisprudência em casos de negligência animal demonstra que os tribunais reconhecem a


responsabilidade dos proprietários em garantir o cuidado adequado de seus animais.

ARGUMENTO 8: PROTEÇÃO CONTRA O COMÉRCIO ILEGAL

- Ao considerar os animais como objetos de direito, é mais fácil regulamentar o comércio de animais. Isso
pode ajudar a prevenir o tráfico ilegal de animais e garantir que as transações relacionadas a eles sejam
feitas de maneira transparente e legal.

- A jurisprudência envolvendo casos de comércio ilegal de animais frequentemente aplica leis que tratam
os animais como propriedade sujeita a regulamentação.

ARGUMENTO 9: COEXISTÊNCIA COM OUTRAS ESPÉCIES

- A perspectiva de que os animais são objetos de direito também reflete a realidade da coexistência
humana com outras espécies. Os seres humanos dependem de animais para comida, pesquisa e outros
recursos.

- A jurisprudência, ao reconhecer os direitos humanos e as necessidades das comunidades humanas,


frequentemente equilibra esses interesses com os direitos dos animais.

ARGUMENTO 10: VIABILIDADE PRÁTICA

- Considerar os animais como sujeitos de direitos com plenos direitos legais pode ser difícil de
implementar na prática, levando a desafios jurídicos e administrativos.

- A jurisprudência em muitos países demonstra que é mais viável tratar os animais como objetos de
direito, com responsabilidade legal atribuída aos proprietários, garantindo, assim, que as leis sejam
aplicadas eficazmente.
JURISPRUDÊNCIAS BRASILEIRAS:

1. Reconhecimento de animais como propriedade: Uma jurisprudência importante que respalda a ideia de
que os animais são considerados propriedade é o julgamento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) no
REsp 1.615.308/RS. Nesse caso, o tribunal manteve a decisão de considerar os animais como bens
móveis sujeitos à transferência de propriedade.

2. Responsabilidade do proprietário: Você pode citar jurisprudências que tratam de casos de maus-tratos a
animais e as penalidades impostas aos proprietários. Um exemplo é o REsp 1.688.577/SP, onde o tribunal
confirmou a condenação de um proprietário por maus-tratos a animais, demonstrando a responsabilidade
legal do dono.

DOUTRINAS BRASILEIRAS:

1. "Direito dos Animais no Brasil" por Fábio José Bittencourt Araújo: Este livro discute a evolução do
tratamento legal dos animais no Brasil, abordando temas como a classificação dos animais como
propriedade e a responsabilidade dos proprietários.

2. "Responsabilidade Civil e Direito dos Animais" por Iêda Aparecida de Castro: Esta obra aborda a
responsabilidade civil em casos de danos causados por animais e explora a questão da propriedade e dos
direitos dos animais no contexto legal brasileiro.

3. "Direito dos Animais: Entre o Protecionismo e a Liberação" por Georges Abboud: O autor discute
questões éticas e legais relacionadas aos animais, incluindo o debate sobre se os animais devem ser
considerados sujeitos de direitos ou objetos de direito.

4. "Animais em Juízo: Questões Jurídicas sobre Bem-Estar e Direitos Animais" por Silvana G. da Cunha:
Este livro aborda questões jurídicas relacionadas aos animais, incluindo a responsabilidade dos
proprietários e a classificação legal dos animais no Brasil.

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