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- Normatização ou Autorização

- É a legitimação da estrutura adotada pelas organizações com base no


reconhecimento de sua validade por uma entidade supra organizacional (órgão
regulamentador)
- Essa entidade que valida a estrutura, ao contrário do Estado, não pode impor o seu
modelo normativo às outras organizações (ao contrário do modelo de
institucionalização coercitivo)
- As organizações devem escolher adotar ou não esse modelo.
- As entidades são consideradas supra organizacionais porque as organizações de um
setor produtivo conferem a elas o poder de autorizar ou não o uso de suas marcas de
prestígio após um acompanhamento.
- A validação dada por essas entidades, pode se tornar para as organizações uma
forma de diferenciação ou destaque no mercado, e ainda, abrir a possibilidade de
alcance de novas ofertas, se equiparar a concorrência e fatores dessa natureza.
Exemplo: autorização de exportar seus produtos para novos mercados
- A adesão a essas normas torna-se quase obrigatória para organizações que desejam
se manter atualizadas e bem posicionados em seu setor, por um jogo de poder e
pressão do mercado.
- ISO 9000: Um conjunto de normas e técnicas de gestão da qualidade estabelecidas
para organizações em geral de quaisquer dimensões. Para obter o certificado é
realizada uma auditoria para avaliar se a organização cumpre todos os requisitos
exigidos.
- Em certo ponto, tornou-se quase que uma necessidade para sobrevivência das
organizações no mercado obter o certificado ISO 9000.
- Consequentemente, alguns estudos mostram que determinadas organizações
montavam fachadas no momento da auditoria para obterem o certificado e se
manterem competitivas, sem exercer de fato o modelo proposto. Enquanto outras,
ainda adotavam parcialmente o modelo.

- As organizações realizavam esse tipo de atitude para obterem os benefícios que obter o
certificado proporcionava, sem atender necessariamente os requisitos.

- Essa prática fez com que as auditorias se tornassem mais rígidas para remediar essa atitude
das organizações, porque a ISSO 9000 estava perdendo credibilidade.

- Dessa forma, se torna evidente outro conceito do neo-intitucionalismo, a incorporação de


modelos pode ser realizada de forma cerimonial (aparência). Mesmo assim esses modelos
continuarão ser fonte de recompensas, pois muitas vezes a prática das organizações se
dissocia das regras e modelos.
- A Indução

- Em determinados casos, os agentes econômicos não tem autoridade ou poder para impor ou
pressionar as organizações a adotar seus modelos/normas, seja pela coerção ou pela
normatização

- São utilizados então, estímulos financeiros indiretos para persuadir as organizações a


seguirem seus modelos.

- Ex de estímulos financeiros indiretos: Subsídios fiscais, empréstimos com taxas muito abaixo
do mercado, ajuda de mão de obra especializada, entre outros.

- Sendo assim, os agentes econômicos deixam especificados as condições para recebimentos


desses estímulos. As organizações devem provar para os agentes que estão em conformidade
com as exigências.

- Em um estudo conduzido por DiMaggio, analisando as ações do Estado norte-americano, por


meio de uma organização governamental nativa, que mostra que o governo federal dos
estado-unidenses utilizou dessa estratégia de estímulos financeiros para obter autoridade
diante dos estados e impor suas normas.

- O Mimetismo Organizacional

- As normas estabelecidas pelas entidades normalizadoras servem como modelos, mas além
disso, as estruturas organizacionais, ferramentas de administração, tecnologias e modelos de
produção utilizados pelas empresas líderes de um setor, também podem ser considerados
modelos a serem seguidos (benchmarking).

- Sendo assim, existem casos em que os gestores decidem implementar em sua empresa
determinado modelo organizacional ou produtivo, porque compreendem que o atual está
ultrapassado ou menos eficiente que outros.

- Assim, ao tomar essa decisão, os gestores procuram além do prestígio e reconhecimento


trago pela instrumentalização desses modelos, mas também, uma medida maior de eficiência
e produtividade.

- Consideram o modelo superior ao atual, além da fama.

- O ato de uma empresa se inspirar em outra organização e incorporar um modelo adaptando


a sua realidade é chamado “Mimetismo Organizacional” pelos autores

- Scott relata que em comparação com modelos impostos ou induzidos, as mudanças


introduzidas dessa maneira são menos superficiais. Os lideres estão mais implicados nesse
contexto.

- O neo-intitucionalismo permite compreender que as mudanças ocorridas nas organizações


não ocorrem necessariamente por conta de maior eficiência ou qualidade, mas sim porque
adotar determinado modelo pode ser fundamental para legitimar certa organização em seu
setor.

- A não incorporação de elementos considerados pelos gestores como superiores pode levar a
organização a ser considerada ultrapassada e perder clientes.
-” Decoupling” (Separação entre teoria e prática organizacional): compreende que a
organizacional não funciona na prática da mesma maneira que é estabelecida em suas normas.

- Grande parte das ferramentas implementadas por modismos exigidos pelo mercado do setor,
na prática não são utilizadas por não se adequarem às necessidades do grupo social. Em
muitos casos os modelos são parcialmente empregados.

- A adesão varia conforme a maneira utilizada de institucionalização daquele modelo.

- Estudos apresentados demonstram que empresas brasileiras de internet apresentam um


grande comportamento “mimético”, incorporando modelos e ferramentas de organizações
norte-americanas para serem legitimadas no setor. Foi comprovado que não há empenho
dentro destas empresas com a geração de resultados através desses modelos.

- Assim, compreende-se que a adoção desses modelos se afasta da prática organizacional,


porque o simples ato de incorporar esses padrões e normas já traz recursos para a empresa.

- A política de ignorar a infração à regra: conscientes da separação entre prática


organizacional e a teoria, os supervisores toleram, em certa medida, infrações às normas,
contribuindo para que os subordinados se adaptem conforme as necessidades próprias e
organizacionais.

- A política de “Overlooking”(fazer vista grossa)

- Os estudos comprovam que regras burocráticas seguidas de forma rigorosa prejudicam a


prática organizacional

- É dito que uma das formas mais eficientes de greve é quando os funcionários trabalham
seguindo as regras ao pé da letra, paralisando o sistema organizacional.

- Outro ponto é que, altos níveis de vigilância demandam um alto custo para as organizações.

- Portanto, as organizações funcionam com um certo nível de confiança mútua, que consiste
no bom senso dos subordinados e respeito aos padrões de eficiência, o que faz com que os
supervisores tenham liberdade para “ignorar” certas infrações e conferir maior autonomia aos
subordinados.

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