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FAEX- FACULDADE DE EXTREMA

BÁRBARA VITÓRIA SANTOS MACHADO - RA: 10687


CAROLINE MARIA ZANOTTI FORNIELLES - RA: 11633
DARA VALÉRIA GUIMARÃES SILVA - RA: 09060
GABRIEL GOES NICOLINI NOGUEIRA- RA: 10317
RAFAELA JOCELI SANTOS DE JESUS - RA: 07591
MARIANA GOMES PIAZZAROLI- RA:10242

DAS OBRIGAÇÕES DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO EM SEGUIR AS


DETERMINAÇÕES INTERNACIONAIS

EXTREMA 2021

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PARECER JURÍDICO

PARECER JURÍDICO nº 002/2021

Assunto: Das Obrigações do Judiciário Brasileiro em seguir as Determinações Internacionais

Interessado: José Maria Maia

EMENTA: Tratado Internacional. Liberdade de Expressão.

Direitos Humanos. Pacto de São José da Costa Rica.

RELATÓRIO

Trata-se de trâmite Processual, o qual o Sr. José Maria Maia, foi condenado injustamente por

inobservância das normas do Tratado Internacional do qual o Brasil é signatário.

CONCLUSÃO

O crime de desacato está previsto no art. 331 do Código Penal


brasileiro, tal conduta típica consiste na ofensa a funcionário público no exercício da função.
Todavia, o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, garante
o direito à liberdade de expressão e pensamento e dispõe acerca dos mecanismos de proteção
dos mesmos. A criminalização desta conduta é vista por grande parte da doutrina e pela
jurisprudência internacional – existindo manifestação da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos (CIDH) sobre o assunto nesse sentido – como violadora do direito à liberdade de
expressão e pensamento dos indivíduos, razão pela qual vem sendo reconhecida em vários
países a sua descriminalização. A referida norma internacional deve ser observada pelo
Judiciário brasileiro, no qual o Brasil, como signatário do Pacto de São José da Costa Rica,
deve estrita observância às suas normas.

Assim, de acordo com a Teoria Objetivista, que contrapõe o


argumento da vontade, fundada na ideia de superioridade das normas internacionais frente às
normas estatais e na sua autonomia e independência da vontade dos Estados, e pela regra do
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pacta sunt servanda que fundamenta a obrigatoriedade das normas internacionais, tendo em
vista que o Pacto foi aceito pelo Brasil de boa-fé, da mesma forma sua obediência é
imperativa, ou seja, a influência das normas internacionais no Direito brasileiro é inegável.

Quanto às regras de hierarquia dos tratados internacionais no


ordenamento brasileiro, devemos observar que o Pacto Internacional em questão aborda
sobre a proteção de direitos humanos, como a liberdade de expressão e pensamento.

Por conseguinte, suas normas adquiriram um status supralegal,


uma vez que foram reputadas válidas no ordenamento brasileiro, e estando, portanto,
hierarquicamente posicionadas acima das leis ordinárias em razão do seu conteúdo. O que
significa que toda a legislação infraconstitucional deve observar as normas contidas no
Tratado internacional, não podendo ir em sentido contrário às mesmas.

Ante ao exposto, o prefácio, as característica e fontes no


julgamento do Sr. José Maria Maia é pela superioridade hierárquica do art. 13 do Pacto de
São José da Costa Rica em relação ao Código Penal brasileiro, já que este é uma lei
ordinária.

Portanto, esses são os fundamentos que justificam e explicam


porque José Maria Maia não pode ser condenado por um crime que viola o conteúdo de uma
norma de Tratado Internacional de Direitos Humanos do qual o Brasil é signatário.

É o parecer, sem embargo de opiniões divergentes.

Extrema, em 17 de maio de 2021.

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