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REDAÇÃO

TEXTO 1

A marca de luxo Balenciaga lançou uma nova campanha promovendo uma série de tênis
desbotados com um preço que causou indignação por sua aparência. As imagens, tiradas pelo
fotógrafo Leopold Duchemin para a marca, de modelos de sneakers de cano alto severamente
esfarrapados e desgastados, tornaram-se virais logo após o lançamento na segunda-feira (9). Mas as
fotos dos tênis destruídos que circulam nas redes sociais não contam exatamente toda a história.
Embora tenham levantado polêmicas, as imagens são na verdade de versões exageradas e de
edição limitada dos tênis que a Balenciaga está vendendo. De acordo com a marca, apenas 100
pares dos tênis "extra destruídos" estarão disponíveis para compra por US$ 1.850. ($9.329).
Enquanto isso, a edição não limitada e as versões menos grosseiras estão sendo vendidas no site da
Balenciaga por US $495 ($2496,33) e US $ 625 ($3151,94), dependendo do estilo.
Em um comunicado à imprensa, a marca com sede em Paris disse que as fotos da
campanha mostram os sapatos “extremamente gastos, marcados e sujos”. Os retratos seriam de
“natureza morta” e “sugerem que o tênis Paris deve ser usado por toda a vida” – um ponto que
parece especialmente relevante em meio a crescentes conversas sobre a indústria da fast fashion e
o impacto do consumo excessivo no planeta. Demna é conhecido por seu talento disruptivo e esse
lançamento não marca a primeira vez que seus designs são recebidos com reações confusas.

TEXTO 2

Nos anos de 1970, em pleno tremor econômico causado pela crise do petróleo, surge um
modelo de produção que prometia viabilizar lucro e democratizar a moda com roupas mais baratas,
produzidas em tempo recorde e em maior escala: o Fast Fashion. O modelo se alastrou pelo mundo
e, no Brasil, foi adotado por marcas de varejo. Francisca Dantas Mendes, professora do curso de
Têxtil e Moda na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, explica que o Fast Fashion é um
modelo em que os produtos são produzidos, consumidos e literalmente descartados em um curto
período de tempo, tanto pela má qualidade das roupas quanto pelas constantes mudanças de
tendências de moda. Os principais pontos de contração do sistema Fast Fashion estão nos âmbitos
social e ecológico.
Do ponto de vista social, “como não há garantia de volume de produção de roupas, as
empresas prestadoras desse tipo de serviço mantêm um número reduzido de funcionários
contratados e, quando a demanda pela produção aumenta, ocorre a quarteirização e até a
quinterização do serviço, sendo que nestes dois últimos casos o processo ocorre de forma informal e
com preços ainda mais reduzidos”, explica a professora. Nesse ambiente de exploração do trabalho,
a mão de obra análoga à escravidão prolifera. Alguns dos focos de trabalho escravo estão na China,
Bangladesh e Camboja, mas também em países da América.
O setor da moda é considerado o segundo maior poluidor do planeta. A Associação Brasileira
da Indústria Têxtil aponta que foram produzidas um milhão e 32 mil toneladas de vestuários no Brasil
em 2019. “Se o processo produtivo gera 15% de resíduo, a conta resulta em 150 mil toneladas de
resíduos gerados em 2019. É muito importante a gente lembrar que esses são dados da economia
formal e que uma característica desse segmento de confecção é a informalidade”, afirma a
professora.
TEXTO 3

Em São Paulo, uma das técnicas de investigação para descobrir oficinas clandestinas de
costura, é acompanhar o aumento dos casos de tuberculose nos bairros. Se há aumento súbito de
casos, muitas vezes é por conta da chegada de oficinas clandestinas, que constantemente migram
para fugir da fiscalização. Essas mulheres costuram para a lojinha da esquina, para as marcas de
médio porte, para grifes caras e para grandes magazines instaladas em shopping centers. Com as
estruturas de fiscalização precarizadas e com consumidores mais interessados no valor da roupa do
que no valor da vida, dificilmente esse cenário vai mudar.
TEXTO 4

TEXTO 5

Com base nas informações dos textos e em seus próprios conhecimentos, escreva um artigo de
opinião, de acordo com as normas ­padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Para quem estamos realmente nos vestindo?


Instruções:

• A ilegibilidade da letra acarretará prejuízo à nota do candidato.

• Não marque seu nome (nem faça qualquer outro sinal que o identifique) na sua folha de
redação.

• O texto deverá ter entre 20 e 30 linhas (incluindo eventuais título e linhas vazias) e contar com,
pelo menos, quatro parágrafos.

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