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FACULDADE IEDUCARE

CURSO DE PSICOLOGIA

TÉCNICAS PROJETIVAS E PSICOMÉTRICAS

RENATO MARQUES DA SILVA

RESENHA: PERFIL DOS PSICÓLOGOS BRASILEIROS QUE UTILIZARAM


TESTES PSICOLÓGICOS: ÁREAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS

TIANGUA – CE

2021
RESUMO:

O artigo traz os resultados obtidos em uma pesquisa realizada com psicólogos


brasileiros, que teve o objetivo de investigar o perfil desses em relação ao uso dos testes
psicológicos. Introdutoriamente é feito um apanhado da história do uso dos testes
psicológicos no Brasil, sendo considerado a área da avaliação psicológica fundamental
para o desenvolvimento d profissão em nosso país. Destacasse o pouco conhecimento
sobre os testes entre os psicólogos que aqui atuam, sendo isso evidenciado em algumas
pesquisas anteriores. No entanto, chama a atenção o pouco numero de pesquisas feitas
com essa finalidade.

O estudo contou com 668 psicólogos(as) das cinco regiões do Brasil, dos quais
81,9% eram do sexo feminino, 45%com titulo de especialista, 20,6% com mestrado e
21,4% com doutorado. Foi utilizado um questionário de uso internacional contendo 33
questões sobre formação, áreas de atuação, testes que mais utiliza, dificuldades e
sugestões para melhoria da área da AP. A pesquisa foi divulgada com ajuda de órgãos
ligadas a atuação do psicólogo no brasil, foi aplicada de forma on-line entre maio de
2017 e janeiro de 2018.

Mostrou-se que a maioria dos Psicólogos respondentes atuava na área clínica e


da saúde seguidos da atuação na docência e investigação e neuropsicologia, sendo que a
maioria atua em mais de uma área. Já sobre o uso dos testes, 94,33% disseram que se
utilizam de testes, sendo que a maioria, 44,22% eram para fins de psicodiagnóstico,
seguidos de 15,11 para investigação cientifica e 10,1% para docência. Os testes são
usados principalmente na faixa etária de 26 a 64 anos. E os mais utilizados são o
Palográfico, WISC, HTP e Rorschach. Contudo foram citados 99 testes de primeira
escolha, dos quais 60 são favoráveis, de acordo com o STEPSI, 3 desfavoráveis e 26
não avaliados. Já sobre os testes mais utilizados foram citados 248 instrumentos, sendo
97 favoráveis, 9 desfavoráveis e 105 não avaliados pelo SATEPSI.

Entre os pontos que chama a atenção dos autores do estudo está o numero
diverso de atividades que os respondentes apontaram, talvez devido a característica
generalista dos cursos de Psicologia no Brasil, o que está de encontro com uma
tendencia de vários outros países. Outro ponto interessante é o grande número de
psicólogos que afirmam utilizar testes em sua atuação, o que também está de encontro
com uma tendencia mundial de aumento na confiança nos testes. Contudo, alertam para
esse dado, de 94,33% dos profissionais se utilizarem de testes, poder estar
superdimensionado nesse estudo em especifico.

Outro ponto importante está na justificativa para a não utilização dos testes, já
que enquanto em pesquisas anteriores se justificava pela baixa qualidade técnica dos
instrumentos, agora as justificativas são os altos custos e a falta de conhecimento
técnico para utiliza-los, o que pode ser reflexos dos esforços do CFP e órgãos
associados.

Já em relação aos testes mais utilizados, seguem sendo mais ou menos os


mesmos de levantamentos mais antigos e em outros países também, com preferencia
para os de personalidade e de inteligência. Provavelmente pela confiança em testes que
já domina, pela boa qualidade desses testes e a questão financeira envolvida na
aquisição de novos testes podem ser a justificativa dessa tendencia.

O que mais marca no estudo é a sugestão de que os psicólogos respondentes se


utilizam de testes desfavoráveis ou não avaliados pelo SATEPSI, um dado um tanto
quanto preocupante. Contudo, percebesse também a menção de um grande número de
testes favoráveis e recentes e testes com evidencia de validade, o que indica também
que muitos psicólogos estão atentos as novas publicações.

Referência: REPPOLD, Caroline Tozzi. et al. Perfil dos Psicólogos Brasileiros Que
Utilizaram Testes Psicológicos: Áreas e Instrumentos Utilizados. Psicologia: Ciência e
Profissão. v. 40, e. 201348, p 1-14. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-
3703003201348.

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