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1
INTRODUÇÃO
atmosfera.
A água doce disponível para uso da humanidade encontra-se no subsolo, na
forma de água subterrânea. No entanto, pelo fato de ser um recurso invisível, a
grande maioria das pessoas, incluindo governantes e políticos, nunca a levam em
consideração quando falam em água. A água subterrânea desempenha um papel
muitas vezes vital para a população do estado do Rio de Janeiro. Atualmente,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado do Rio
de Janeiro compreende a 92 municípios em uma área de aproximadamente 44.000
Km2 e com uma população estimada de 15,4 milhões de habitantes.
O desenvolvimento populacional, econômico e agroindustrial desencadeou
uma demanda progressiva de água subterrânea para o consumo doméstico e
industrial e para o abastecimento público dos municípios. Dessa forma, durante os
últimos anos, a água subterrânea tem sido utilizada como fonte de abastecimento
de municípios, indústrias e propriedades particulares. Assim, faz-se necessária
uma avaliação das características dessas águas.
Em relação à captação de água subterrânea feita através de poços para o
consumo humano e irrigação, atualmente, não é importante avaliar somente o
aspecto quantitativo, a vazão, mas também o aspecto qualitativo. Segundo Leal
INTRODUÇÃO 24
1.1
Água Subterrânea
1.1.1
Histórico
1.1.2
Ciclo Hidrológico
Ciclo da
Água
Figura 1: Ciclo Hidrográfico (www.simae.com.br/ciclo.htm)
Ao cair no solo, a água da chuva pode seguir vários caminhos. Parte dessa
água persistirá como gotas na vegetação ou persistirá na superfície do solo e
evaporará logo depois do término da chuva. Outra será absorvida pelas raízes das
plantas e evaporada através das folhas, um processo chamado de transpiração. O
termo evapotranspiração é usado pelos processos combinados de evaporação e
transpiração. Outra parte se infiltra no solo, onde migra lateralmente em direção a
um rio ou um lago, um processo chamado de fluxo subterrâneo (Drever, 1997); ou
INTRODUÇÃO 30
1.1.3
A água no subsolo
Como dito anteriormente, a água da chuva pode ter vários destinos após
atingir a superfície do solo. Uma parte se infiltra no solo e percola no interior do
subsolo, durante períodos de tempo extremamente variáveis, dando origem à água
subterrânea. Conforme Pedrosa e Caetano (2002) e ABAS (2005), a taxa de
infiltração da água depende de fatores como:
INTRODUÇÃO 31
zona de aeração (Capucci et al., 2001). Uma parte da água pode ser removida da
camada subterrânea por drenagem ou bombeamento dos poços; contudo, as forças
de tensão molecular e superficial retêm o resto da água no lugar (Todd, 1980).
Segundo Mestrinho (2006), em maiores profundidades, as águas subterrâneas
circulam mais lentamente aumentando a concentração de sais. A pressão e a
tensão aumentam com a profundidade, permitindo um ataque mais intenso dos
carbonatos e dos silicatos.
A direção do fluxo da água de um corpo d’água superficial muitas vezes
varia sazonalmente: durante a estação chuvosa, a água flui dos corpos d’água
superficiais para a água subterrânea, enquanto na estiagem a direção do fluxo se
inverte (Capucci et al., 2001).
Segundo Hubbert (1940), a água se move de áreas de maior energia total de
fluido para áreas de menor energia. A energia cinética, a energia mecânica, o
potencial gravitacional, o potencial interfacial e o potencial químico podem
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1.2
Os aqüíferos
1.2.1
Tipos de aqüíferos
1.2.2
Recarga e descarga dos aqüíferos
1.2.3
Explotação dos aqüíferos
Nas regiões costeiras, é a pressão exercida pela água que impede o avanço
da cunha salina. Nos aqüíferos costeiros, a água salgada encontra-se em contato
com a água doce e por ter uma densidade maior ocupa a posição espacial abaixo
da região da água doce. Em condições naturais, essa situação se mantém em
equilíbrio. Porém, quando é feita a explotação de água do aqüífero sem os devidos
cuidados ou feita uma captação intensa das águas dos rios litorâneos, a cunha
salina começa a avançar, podendo atingir os poços e salinizar todo o aqüífero
(Figura 5). Em regiões de rochas carbonáticas, o bombeamento intensivo da água
subterrânea pode romper o equilíbrio de pressão, criando espaços vazios. Além
disso, com a velocidade de fluxo aumentada, maior será a dissolução das rochas,
provocando subsidência do terreno (Capucci et al.,2001; Pedrosa e Caetano,
2002). A figura 5 mostra o processo de intrusão salina.
INTRODUÇÃO 40
1.2.4
Poluição
nitrogenados e outras substâncias que podem ser levados para os aqüíferos pela
águas de infiltração (Mestrinho, 2006).
No caso de haver contaminantes dissolvidos na água subterrânea, o
transporte destes, de um aqüífero a um rio, tem lugar através da interface água
subterrânea/água de superfície onde os processos são governados pela rápida
mudança nas condições físicas e químicas (Ellis et al., 2003).
Apesar dos aqüíferos apresentarem uma proteção natural contra a poluição
em função do solo sobreposto e das camadas confinantes, se a água subterrânea
for contaminada, os custos e o tempo para descontaminação são superiores aos da
água superficial, podendo inviabilizar seu uso. Quando se detecta poluição nas
águas subterrâneas, necessita-se de um intenso trabalho de investigação para
delimitar as plumas e determinar a origem da contaminação (CETESB, 2004).
1.3
Classificação das águas minerais e padrões de potabilidade
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500
Cálcio (Ca2+) 75 250
Magnésio (Mg2+) 50 65
Sulfato (SO4=) 400 250
- 250
Cloreto (Cl ) 250
Nitrato (NO3-) 10 50
Antimônio (Sb) 0,005 0,005
Alumímio (Al) 0,2 0,2
Manganês (Mn) 0,1 0,5 0,1
Ferro (Fe) 0,3 0,3
Cobre (Cu) 1 1
Zinco (Zn) 5 5
Níquel (Ni) 0,2
Arsênio (As) 0,05 0,01
Bário (Ba) 0,005 0,7
Cádmio (Cd) 0,005 0,003
Chumbo (Pb) 0,05 0,01
Cianeto (CN-) 0,1 0,07
Cromo (Cr6+) 0,5 0,05
Fluoreto (F-) 1,5
Mercúrio (Hg) 0,001 0,001
Selênio (Se) 0,1 0,1
* Unidade das espécies, sólidos totais disslvidos (STD) e dureza total (CaCO3): mg L-1
* Unidade de cor: Pt-Co/L (Unidade Hazen)
* Unidade de tubidez: UT