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ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Disciplina: Conservação do Solo

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DAS


TERRAS

Mestrando: Ronaldo de O. C. Filho


Orientadora: Prof. Dra. Vladia Correchel
Área de concentração: Solo e Água

Goiânia
2010
INTRODUÇÃO

Uso sustentável dos recursos naturais = metodologias que subsidiem o


planejamento (avaliar e classificar o potencial das terras)

Por que classificar?? Organizar, padronizar, facilitar


entendimento/interpretação, aumentar informação.

Sistema de classificação do solo:


natural/taxonômico X técnico/interpretativo.

Classificação técnico/interpretativo :
-interpretação de levantamentos de solo;
- facilitar planejamento;
-Inferir – limitações, potenciais e viabilidade (melhor uso).
INTRODUÇÃO

Brasil - Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras


(Ramalho-Filho & Beek, 1995); Sistema de Capacidade de Uso
(Lepsch et al., 1991).

O Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras - baseado


nas qualidades da terra + tipo de uso + níveis de manejo .

Orienta o uso adequado do solo, evitando a sub ou sobre-utilização


do solo.

Apropriado para avaliar aptidão de grandes extensões de terra


(planejamento regional e nacional).
INTRODUÇÃO

Processo interpretativo, caráter efêmero (varia com a evolução


tecnológica).

Aspectos favoráveis:
- considera diferentes níveis tecnológicos (adequado para a realidade do
Brasil);
- distingue o pequeno do grande agricultor;
- permite modificações (acompanha avanços tecnológicos);
- aceita adaptações e diferentes escalas.

Aspecto desfavorável:
- a escassez de variáveis socioeconômicas.
Parâmetros do Sistema

-Níveis de Manejo;

- Tipos de Uso;

-Condição Agrícola da Terra.


NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS

- Objetivo - diagnosticar comportamento da terra sob diferentes


níveis tecnológicos;

- Níveis de manejo: baseado na aplicação de capital e tecnologia p/


manejo, melhoramento, conservação do solo e lavoura;

- Consideram-se três níveis de manejo: com relação às práticas


agrícolas adotadas pela maioria dos agricultores (contexto técnico-
econômico e social).
NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS

Nível de manejo A (Primitivo) - práticas agrícolas de baixo nível


técnológico;

Nível de manejo B (Pouco desenvolvido) - práticas agrícolas de nível


tecnológico intermediário;

Nível de manejo C (Desenvolvido) - práticas agrícolas de alto nível


tecnológico.
X
Tipo de utilização

Forma de representação:

UTILIZAÇÃO X NÍVEIS DE MANEJO (NM)

LAVOURAS - NM: A, B e/ou C;

PASTAGENS PLANTADAS (P) E SILVICULTURA (S) - NM: B

PASTAGENS NATURAIS (N) - NM: A

PRESERVAÇÃO DE FLORA E FAUNA ( - )(s/ uso agrícola)


Condição agrícola das terras

CONDIÇÃO AGRÍCOLA :

- Fatores limitantes (representam a condição agrícola da terra): deficiência de


fertilidade, deficiência de água, deficiência de oxigênio (excesso de água),
susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização;

- Referência – solo “hipotético” (sem fatores limitantes);

- Realidade – solos apresentam uma ou várias deficiências - estabelecer o grau de


limitação da terra – considerar: a intensidade dos fatores limitantes, a diferença
entre as limitações e o solo referência.
ESTRUTURA DO SISTEMA

Níveis Categóricos:

GRUPO DE APTIDÃO AGRÍCOLA

SUBGRUPO DE APTIDÃO AGRÍCOLA

CLASSE DE APTIDÃO AGRÍCOLA


GRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA

Indica o tipo de utilização


mais intensiva das terras.

Fig. 1 - Uso da terra em função dos grupos de aptidão agrícolas.


Uso do solo e sua distribuição na paisagem:
função da aptidão da terra.
Subgrupo de aptidão agrícola
Avalia tipo de uso em relação ao nível de manejo (Indica a Classe).
Subgrupo Caracterização
Terras pertencentes à classe de aptidão boa para lavoura nos níveis
1 ABC
de manejo A, B e C.
Terras pertencentes à classe de aptidão boa para lavoura nos níveis
1 ABc
de manejo A e B, e regular no nível C.
Terras pertencentes à classe de aptidão regular para lavoura nos
2 ab(c)
níveis de manejo A e B, e restrita no nível C.
Terras pertencentes à classe de aptidão restrita para lavoura nos
3 (bc)
níveis de manejo B e C, e inapta no nível A.
Terras pertencentes à classe de aptidão boa para pastagem
4P
plantada.
Terras pertencentes à classe de aptidão restrita para pastagem
4 (p)
plantada.
Terras pertencentes à classe de aptidão boa para silvicultura e à
5 Sn
classe regular para pastagem natural.
6 Terras sem aptidão para uso agrícola.
Classes de Aptidão Agrícola

- Expressam à aptidão agrícola para determinado uso e nível de manejo;

- Refletem a intensidade com que as limitações afetam as terras;

interação da condição agrícola, nível de manejo e utilização;

- Terras inaptas para lavoura – apta p/ usos menos intensivos (pastagem


plantada, silvicultura ou pastagem natural);

- Terras inaptas para as utilizações consideradas - preservação da flora e


fauna, recreação ou uso não-agrícola (grupo 6).
Classes de Aptidão Agrícola
-Classe Boa - sem limitações significativas - produção sustentável; mínimo de
restrições que não afetam produtividade, benefícios e uso insumos;

-Classe Regular - limitações moderadas para a produção sustentável; redução


da produtividade e benefícios, elevando a necessidade de insumos; vantagens
inferiores àquelas das terras de classe Boa;

- Classe Restrita - limitações fortes para a produção sustentável; redução da


produtividade e benefícios, aumento sensível dos insumos necessários e do
custo de produção;

- Classe Inapta - condições que excluem da produção sustentável; esta classe


não é representada por símbolos e sua interpretação é feita pela ausência de
letras no tipo de utilização considerado.
Classes de Aptidão Agrícola
Pereira & Lombardi Neto, 2004
Avaliação das Classes de Aptidão Agrícola

- Objetivo - diagnosticar o comportamento das terras em relação aos usos,


nos níveis de manejo considerados;

- Comparam-se os graus de limitação da terra com os estipulados nos


quadros-guias;

- Quadro-guia - orienta a classificação da aptidão agrícola, apresenta o


grau de limitação que a terra pode ter para esta pertencer a uma classe de
aptidão;

- Classificação da aptidão agrícola da terra feita em conjunto com a


viabilidade de melhoramento;

- Ex.:Graus de limitação por deficiência de fertilidade: Nulo (N), Ligeiro


(L), Moderado (M), Forte (F), Muito Forte (MF).
AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE APTIDÃO AGRÍCOLA
(MATCHING)
Aptidão Agrícola Graus de limitação das condições agrícolas das terras para os níveis de manejo A, B e C
deficiência de deficiência de suscetibilidade à impedimento à utilização
excesso de água
fertilidade água erosão mecanização indicada
grupo subgrupo classe
A B C A B C A B C A B C A B C
N/
1 1ABC boa N/L 1 N1 L L L L L1 N 2 L/M N/L1 N1 M L N
L
2 2abc regular L L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L1 N2/L1 M/F M/F L lavoura
3 3(abc) restrita M L/M1 L2 M/F M/F M/F M/F M1 M2 F M1 L2 F M/F M

4P boa M1 M M/F
pastagem
4 4p regular M/F1 M/F F
plantada
4(p) restrita F1 F F

5S boa M/F1 M L1 F1 M/F

5s regular F1 M/F L1 F1 F silvicultura


5(s) restrita MF F M1 MF F
5
M/
5N boa M M F MF
F
pastagem
5n regular F M/F M/F F MF
natural
M
5(n) restrita F MF F MF
F
6 6 sem apt. - - - - - preservação
VIABILIDADE DE MELHORAMENTO DAS
CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS

- Viabilidade de melhoramento da condição agrícola - adoção dos níveis de


manejo B e C;

- Expressa em algarismos sublinhados; acompanham as letras dos graus de


limitação;

- Classe 1 – melhoramento viável com práticas simples e baratas (NM: B);

- Classe 2 - melhoramento viável com práticas intensivas e mais elaboradas e


caras, ainda é economicamente viável (NM: C);

- Classe 3 - melhoramento viável com práticas de grande vulto, em larga


escala, além das possibilidades individuais do agricultor;

- Classe 4 - sem viabilidade técnico-econômico, ausência de algarismo.


Referências bibliográficas

RAMALHO FILHO, A; BEEK, K. J. Sistema de avaliação da aptidão agrícola


das terras. 3. ed. Rio de Janeiro. EMBRAPA-CNPS, 1995. 65p.

PEREIRA, L. C.; LOMBARDI NETO, F. Avaliação da Aptidão Agrícola das


Terras: proposta metodológica. Documentos 43. Jaguariúna. Embrapa Meio
Ambiente, 2004. 36 p.

PEREIRA, L. C. RAMALHO FILHO, A. Aptidão agrícola das terras do Brasil:


potencial de terras e análise dos principais métodos de avaliação. Documentos 1.
Rio de Janeiro. Embrapa Solos, 1999. 36 p.

CONTATO:
ROCFILHO@GMAIL.COM

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