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Programa da disciplina:

APTIDÃO, MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO


1. Apresentação da disciplina. 5.1.2.1. Erosividade.
5.1.2.2. Erodibilidade.
2. Revisão sobre geologia do Maranhão
5.1.3. Tipos de erosão hídrica do solo.
e cobertura pedológica.
5.2. Erosão eólica
3. Avaliação do potencial de utilização
5.2.1. Mecânica da erosão eólica do solo.
dos solos.
5.2.2. Fatores que afetam a erosão eólica.
3.1. Sistema de Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras. 5.3. Predição das perdas de solos por erosão.
3.2. Sistema de Capacidade de Uso.
5.4. Consequências da erosão do solo.
4. Planejamento, manejo e conservação
6. Práticas de conservação do solo.
do solo em bacias hidrográficas.
6.1. Práticas edáficas.
5. Erosão geológica x erosão do solo. 6.2. Práticas vegetativas.
6.3. Práticas mecânicas.
5.1.Erosão hídrica.
5.1.1. Mecânica da erosão hídrica do 7. Outras formas de degradação do solo.
solo. 7.1. Queimadas e Incêndios.
5.1.2. Fatores que afetam a erosão 7.2. Salinização, solonização e solodização.
hídrica. 7.3. Desertificação x Arenização x Desertização.
Marlen Barros e Silva
marlenbarros2012@gmail.com
Uma microbacia bem manejada
Avaliação do Potencial Agrícola das
Terras
Fundamental para o planejamento de uso sustentável das
terras (econômico, ambiental e social).
Definição de uso das terras de acordo com sua
capacidade.
Planejamento (diferentes escalas): propriedade, microbacia,
bacia, região, estado…

Marlen Barros e Silva


Sistema de Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras

Sistema de Capacidade de Uso


das Terras
Marlen Barros e Silva
Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das
Terras (SAAAT)
(Ramalho Filho; Beek, 1995)

CARACTERÍSTICAS:
Desenvolvido pela Secretaria Nacional de Planejamento Agrícola (SUPLAN) e
pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solo (SNLCS).
É interpretativo – a partir de dados de levantamentos de solos.
Enfoque amplo de planejamento (orientação no planejamento regional ou
nacional.
Envolve aspectos sócio-econômicos.
Considera três níveis tecnológicos (A, B, C).
A classificação da aptidão agrícola das terras para diversos tipos de utilização,
sob os três níveis de manejo considerados, é apresentada em um só mapa.
Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola
das Terras (SAAAT)

Estruturação do sistema: cinco níveis categóricos.

a) TRÊS níveis de manejo (A, B, C);


b) SEIS grupos de aptidão agrícola (1, 2, 3, 4, 5, 6);
c) QUATRO classes de aptidão agrícola (boa, regular,
restrita e inapta);
d) CINCO fatores de limitação (f, a, o, e, m);
e) Subgrupos de aptidão agrícola (4P, 3(ab), 5n, etc.).

Marlen Barros e Silva


1. NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS (03)

Nível de manejo A
Práticas agrícolas com
reduzido ou nenhum
investimento de capital.
Caracterizado pelo uso da
mão-de-obra familiar e cultivo
de subsistência.
Não prevê melhoramentos.
Inclui pastagens naturais.
1. NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS (03)

Nível de manejo B
Práticas agrícolas que refletem um nível
tecnológico médio.
Modesta aplicação de capital e de
tecnologias (calagem, adubação com
NPK, tratos fitossanitários, tração
animal ou motorizada no
desbravamento e preparo inicial do
solo).
Inclui silvicultura.
Não considera a irrigação.
1. NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS (03)

Nível de manejo C
 Práticas agrícolas que refletem um
alto nível tecnológico.
 Aplicação intensiva de capital,
tecnologia e de resultados de
pesquisas. A motomecanização
está presente em diversas fases.
Não considera a irrigação.
II. GRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA (06)

Grupos 1, 2 e 3 – Lavouras anuais


(considerados para os níveis de
manejo A, B e C).
Grupo 4 – Pastagem plantada e
culturas perenes.
Grupo 5 – Pastagem natural e/ou
silvicultura.
Grupo 6 – Preservação da fauna e
flora.
Sub-utilização Aptidão máxima Sobre-utilização
III. CLASSES DE APTIDÃO AGRÍCOLA (04)

 Boa: terras sem limitações para a produção sustentada de um determinado tipo de utilização, por
um determinado tempo. Restrições mínimas. Representada por letras maiúsculas.
 Regular: Limitações moderadas para a produção sustentada. As limitações reduzem a
produtividade elevando a necessidade de insumos. Representada por letras minúsculas.
 Restrita: Limitações fortes à produção sustentada. Representada por letras minúsculas entre
parênteses.
 Inapta: Exclusão da produção sustentada. Representada pela ausência de letras.
IV. SUBGRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA

Combinação dos grupos e classes de aptidão agrícola

1ABC Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola boa para lavouras


nos níveis de manejo A, B e C.
1Abc Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola boa para lavouras
no nível de manejo A e regular nos níveis de manejo B e C.
2ab(c) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola regular para
lavouras nos níveis de manejo A e B e restrita no nível de manejo C.
3(ab) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola restrita para
lavouras nos níveis de manejo A e B e inapta no nível de manejo C.
IV. SUBGRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA

4P Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola boa para


pastagem plantada.
5Sn Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola boa para
silvicultura e regular para pastagem natural.
5s(n) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola regular para
silvicultura e restrita para pastagem natural.
5n Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola regular para
pastagem natural e inapta para silvicultura.
6 Terras sem aptidão agrícola.
FATORES DE LIMITAÇÃO AO USO AGRÍCOLA (05)

f = Deficiência de fertilidade
h = Deficiência de água
o = Deficiência de oxigênio ou excesso de água
e = Suscetibilidade à erosão
m = Impedimentos à mecanização

Para cada fator de limitação existe uma classificação em:


N – nulo; L/M* – ligeiro a moderado; L – ligeiro; M – moderado; F – forte;
MF - muito forte.
Deficiência de fertilidade (f)
Nulo (N): terras que apresentam, até 80 cm de profundidade, V > 80%; S > 6
cmolc kg-1 de solo; CE < 4 mS cm-1 a 25 ºC; Valor m = 0. Boas colheitas por mais
de 20 anos.
Ligeiro (L): terras que apresentam, até 50 cm de profundidade, V > 50%; S > 3
cmolc kg-1 de solo; CE < 4 mS cm-1 a 25 ºC; Valor m < 30% e saturação por sódio
< 6%. Boas colheitas por mais de 10 anos.
Moderado (M): terras que apresentam, até 50 cm de profundidade, 30% < V <
50%, CTC de 3 a 5 cmolc kg-1. A CE entre 4-8 mS cm-1 a 25 ºC e saturação por
sódio entre 6% e 20%. Boas colheitas por mais de 5 anos.
Forte (F): terras que apresentam, até 50 cm de profundidade, 15% < V < 30%,
CTC (2 a 3 cmolc kg-1), CE entre 8 e 15 mS cm-1 a 25 ºC e saturação com sódio >
15%.
Muito forte (MF): V < 10 e CE > 15 mS cm-1 a 25 ºC.
Deficiência de água (a)

Deficiência de água
Deficiência de água (a)

Deficiência de água
Deficiência de água (h)

Nulo (N): vegetação natural é normalmente de floresta perenifólia, campos


hidrófilos e higrófilos e campos subtropicais sempre úmidos.
Nulo/ligeiro (N/L): vegetação natural é de floresta subperenifólia, cerrado
subperenifólio e alguns campos.
Ligeiro (L): vegetação natural é do tipo cerrado e floresta subcaducifólia bem
como a floresta caducifólia em terras com alta capacidade de retenção de
água.
Moderado (M): vegetação natural é a floresta caducifólia, transição de
cerrado para a caatinga e caatinga hipoxerófila, ou seja, com caráter seco
menos acentuado.
Forte (F): vegetação natural é tipicamente de caatinga hipoxerófila ou de
outras espécies de caráter seco muito acentuado.
Muito forte (MF): vegetação natural é a caatinga hiperxerófila.
Deficiência de oxigênio (o) ou excesso de água
Suscetibilidade à erosão (e)
Nulo (N): baixa suscetibilidade à erosão. Relevo plano ou quase plano (0 a 3% de
declive) e com boa permeabilidade. A erosão pode ser controlada com práticas
simples de manejo.
Ligeiro (L): pouca suscetibilidade à erosão. Relevo suave-ondulado (3 a 8% de
declive). Práticas conservacionistas simples podem prevenir contra esse tipo de
erosão.
Moderado (M): moderada suscetibilidade à erosão. Relevo é normalmente
ondulado, com declive de 8 a 13%. Práticas de controle à erosão desde o início de
sua utilização agrícola.
Forte (F): forte suscetibilidade à erosão. Relevo ondulado a forte ondulado, com
declive de 13 a 20%. A prevenção à erosão depende de práticas intensivas de
controle.
Muito Forte (MF): suscetibilidade maior que a do grau forte. Relevo forte
ondulado, com declives entre 20 e 45%. O controle à erosão é dispendioso,
podendo ser antieconômico.
Impedimentos à mecanização (m)
Nulo (N): Relevo plano ou quase plano (0 a 3% de declive). Sem impedimentos à
mecanização.
Ligeiro (L): Relevo suave-ondulado (3 a 8% de declive). Alguma dificuldade (textura
muito arenosa ou muito argilosa, restrição à drenagem, pedregosidade, pouca
profundidade, etc...).
Moderado (M): Relevo ondulado (declive de 8 a 20%). Dificuldades como: textura
muito arenosa ou muito argilosa tipo 2:1, drenagem imperfeita, pedregosidade, solo
raso, grandes sulcos de erosão, etc. Práticas de controle à erosão desde o início de
sua utilização agrícola.
Forte (F): forte suscetibilidade à erosão. Relevo ondulado a forte ondulado, com
declive de 20 a 45%. Sulcos e até voçorocas, pedregosidade, rochosidade, má
drenagem, solo raso, limitam a mecanização. A prevenção à erosão depende de
práticas intensivas de controle.
Muito Forte (MF): suscetibilidade maior que a do grau forte. Relevo forte ondulado,
com declives > 45%. O controle da erosão é dispendioso, podendo ser
antieconômico.
Viabilidade de melhoramento das terras*
(para os níveis de manejo B e C)

Classe 1 - melhoramento viável com práticas simples e pequeno emprego de


capital.
Classe 2 - melhoramento viável com práticas intensivas e mais sofisticadas e
considerável aplicação de capital.
Classe 3 - melhoramento viável somente com práticas de grande vulto aplicadas a
projetos de larga escala, normalmente além das possibilidades individuais.
Classe 4 - sem viabilidade técnica ou econômica de melhoramento.

*Não inclui o nível A nem irrigação.


*SEMPRE OBSERVAR A RELAÇÃO DE CUSTO/BENEFÍCIO!!!
Em um Mapa de Aptidão Agrícola de Terras de uma microbacia hidrográfica,
construído em acordo com o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras
(Ramalho Filho; Beek, 1995), consta uma gleba identificada por: 2a(b)

Esta simbologia representa:


( ) Terras sem aptidão agrícola.
( ) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola boa para lavouras no nível de
manejo A e regular nos níveis B e C.
( ) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola restrita para lavouras nos
níveis de manejo A, B e C.
( ) Terras pertencentes à classe de aptidão agrícola regular para lavouras no nível
de manejo A, restrita no nível de manejo B e inapta no nível de manejo C.
O sistema de avaliação de aptidão agrícola é realizado através da
interpretação de levantamentos das características de solos.
Assinale a alternativa CORRETA abaixo que estabelece as classes de
aptidão agrícola.

A) Boa, irregular, restrita e inapta.


B) Regular, restrita, apta e vantajosa.
C) Boa, regular, restrita e inapta.
D) Boa, regular, não restrita e apta.
REFERÊNCIAS

MOTTA, P. E. F. da; SILVA, E. F. da; CARVALHO FILHO, A. da.; BACA, J. F. M.;


SILVA NETO, L. de. F. da; OLIVEIRA, A. P. Avaliação da aptidão agrícola das
terras desmatadas da Amazônia Legal – Silvicultura. In: Congresso Brasileiro De
Ciência do Solo, 35, 2015, Natal. O solo e suas múltiplas funções: anais. Natal:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2015.

RAMALHO FILHO, A.; BEEK, K. J. Sistema de avaliação da aptidão agrícola das


terras. 3ª ed. Rio de Janeiro: Embrapa-CNPS, 1995. 65p.

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