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CIEP 496 MUNICIPALIZADO MAESTRO FRANCISCO MIGNONE GEOGRAFIA : 9° ANO PROFESSOR: SANDRO AULA:13

ÁSIA: TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS, TENSÕES E CONFLITOS

1. A mobilidade das fronteiras


Sob o ponto de vista histórico-geográfico, as fronteiras entre os países ou Estados sempre apresentaram
mobilidade, ou seja, expandiram ou retraíram e, em muitos casos, desmembraram-se, dando origem a novos
países. Tomando-se por base três momentos do tempo histórico e seus impactos no espaço geográfico asiático,
representados nos mapas das figuras 16 e 17 e no da figura 2, da aula 11, você pode observar o surgimento de
novos países e alterações de fronteiras em sua divisão política.

1.1. A transitoriedade das fronteiras na Ásia


Vê-se que há uma transitoriedade na definição de fronteiras entre os países. Diante disso, cabem duas
perguntas: no futuro, o mapa político da Ásia continuará igual ao de hoje? Será que muitos povos que vivem em
territórios que historicamente lhes pertencem, mas que estão sob a tutela de um Estado que lhes nega a
independência, vão se tornar livres para formar seus próprios Estados?

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Quanto à primeira pergunta, provavelmente o mapa político da Ásia deverá apresentar alterações em um
futuro próximo ou distante. E quanto à segunda, é possível que novos Estados surjam, pois existem movimentos
ou mobilizações de povos — tibetanos e uigures, na China; curdos, na Turquia, Síria, Iraque e Irã; tâmeis, no Sri
Lanka; além de outros — em busca da formação de seus próprios países.

2. Ásia: tensões, conflitos e intolerância


A descolonização asiática, como também a da África, e a formação de novos países não representaram o
fim de conflitos entre eles, como também no interior de suas fronteiras. Em alguns casos, os conflitos se
transformaram em guerras de grandes proporções, como a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953; a Guerra do
Vietnã, entre 1960 e 1975; e o “eterno” conflito entre árabes-palestinos e israelenses, que acontecem desde 1947
até os dias atuais, sem contudo conseguir a obtenção da paz, a definição de suas fronteiras e a convivência
pacífica entre seus povos.
Mas, além de guerras, persistem os conflitos motivados por interesses econômicos, questões religiosas e
preconceitos étnicos ou culturais que impedem a convivência pacífica entre os povos.
O anseio pelo controle econômico e político sempre foi uma constante na vida de muitos governantes em
aliança estreita com as elites locais que, ao mesmo tempo que se beneficiam do poder, dão-lhes a sustentação
política — é esse um dos componentes da Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011 e que até 2018, quando ainda
se encontrava em curso, já havia causado cerca de 500 mil mortes e mais de 6,5 milhões de refugiados (figura
18).

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2.1 A intolerância gera conflitos


Cumpre ressaltar que em muitas sociedades as pessoas são vítimas do racismo, do preconceito e da
segregação, o que dificulta o convívio harmônico. Muitos grupos sociais ainda apresentam resistência em conviver
com as diferenças. Não entendem que a humanidade é biologicamente, quanto à aparência física, e culturalmente
diversa. A diversidade não representa desigualdade entre os povos ou entre as etnias. Ao contrário, representa
riqueza. Após tantos anos de ações desrespeitosas e agressivas para com o outro e para com grupos sociais,
grande parte das pessoas continua intolerante. Não compreendemos, ainda, que é na diversidade ou na diferença
que está a unidade da humanidade. No entanto, há discriminação religiosa, étnica, de classe social, de nível de
instrução e outras que impedem ou dificultam a convivência pacífica entre grupos sociais do mundo.

2.2. A intolerância na Ásia: alguns exemplos


Na Ásia, os exemplos de intolerância se multiplicam. Para citar apenas alguns: assim como não existe
apenas uma única religião cristã, também não podemos falar em uma única religião islâmica, pois esta se divide
em várias correntes, entre elas a sunita e a xiita, que passam por muitos episódios de confronto, principalmente
em países do Oriente Médio; os sikhis, minoria étnico-religiosa do noroeste da Índia, estado de Punnjab, e
indianos; os rohingyas, grupo étnico que professa o islamismo e habita o oeste de Mianmar (ex-Birmânia),
perseguidos por praticantes do budismo nesse país (figura 19); os uigures e tibetanos, respectivamente,
habitantes do oeste e sudoeste da China, reprimidos e subordinados pelo governo chinês, que é ocupado pela
maioria étnica han.

Figura 19. Perseguidos em Mianmar, os rohingyas, povo muçulmano que habita


esse país, fogem para Bangladesh (2017).

Além disso, cabe ressaltar acontecimentos recentes provocados por grupos terroristas que se
autodenominam islâmicos. Equivocadamente, muitas vezes esse terrorismo é confundido com fundamentalismo
islâmico. O terrorismo deve ser entendido como o modo pelo qual grupos político-religiosos radicais tentam impor
sua vontade por meio de práticas violentas ou atentados que têm causado milhares de mortes no Afeganistão, no

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Paquistão (figura 20), no Iraque, na Indonésia e, também, nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, na
Espanha e no Reino Unido, além de outros. Observe na figura 21 os principais conflitos na Ásia e suas causas,
indicadas na legenda do mapa.

Figura 20. Autoridades isolam área após atentado na cidade de Quetta,


Paquistão (2018).

EXERCÍCIOS

1) Explique o que você entende por transitoriedade de fronteiras no mapa político da Ásia.
2) A descolonização asiática representou a paz no continente? Explique.
3) Aponte alguns tipos de intolerância entre pessoas e grupos sociais existentes na Ásia, como também em outras
sociedades.
4) Terrorismo é o mesmo que fundamentalismo islâmico? Explique.

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