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ISSN 2318-8014
Cristiane Marcantea, Kadigia Faccinb, Fábio Teodoro Tolfo Ribasc, Tais Zand , Bianca Fiorio
Olibonie
a
Curso de Graduação em Administração; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); cristiane@cristianemarcante.com.br.
b
Doutora em Administração; Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); kadigia@gmail.com .
c
Mestre em Administração; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Fabio.Ribas@fsg.br.
d
Curso de Graduação em Administração; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); tais.zan@bb.com.br.
e
Curso de Graduação em Administração; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); biancaoliboni@yahoo.com.br.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
que a informação é fluxo de mensagens, enquanto que o conhecimento é criado pelo fluxo de
informações, oriundo dos compromissos e crenças do seu portador.
Atualmente as organizações tratam o conhecimento como um processo, que as pessoas
criam e usam embora, anteriormente, os teóricos tratavam o conhecimento como uma
substância. Nas organizações baseadas no conhecimento, segundo Nonaka (2011) o
conhecimento nasce a partir de uma experiência, ou seja, é um processo humano, social que é
criado pelas interações entre os indivíduos e o ambiente.
Socializa
ção
Internali
zação
SECI Externali
zação
Combina
ção
de produção era o homem, com foco na busca tecnológica para a linha de produção
(MAGINA, 2012).
Ferraresi et al (2014) doutores em administração apresentam resultados de seu recente
estudo. O conhecimento é essencial para alicerçar e criar valor para as organizações, e
sugerem a GC para o gerenciamento dos processos. Esse gerenciamento facilita a captura de
conhecimento, que proporciona melhorias aos produtos, serviços e processos. Sobre aspecto
sistêmico, os autores contribuem argumentando que a gestão eficaz do conhecimento,
proporciona condições organizacionais tornando a gestão do conhecimento uma ferramenta
estratégica e determinante para o sucesso das empresas.
Esse último ponto é complementado por Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) sobre a
importância do conhecimento em todas as áreas da organização, que se resumem no ambiente
prático do ambiente de negócios. Sintetizando de nada ainda se falar em conhecimento tácito
ou em vantagem competitiva se a criação do conhecimento não estiver inserida como fonte
estratégica da organização. Para eles uma empresa criadora de conhecimento tem
responsabilidade dobrada por parte dos gestores, pois eles são responsáveis em transformar o
potencial de conhecimentos existentes dentro da organização em ações que agregam valor
para a mesma.
Para Cruz (2013) o conhecimento estratégico é aquele capaz de desenvolver planos
para organização em longo prazo variando de três a cinco anos, podendo ser usado tanto na
vida pessoal quanto profissional. Quanto ao uso estratégico nos planos da organização
Davenport (2006) contribui argumentando que as estratégias da estrutura organizacional, da
interação entre os níveis, do mapeamento do conhecimento existente, propiciam condições
necessárias para contribuir na missão da organização. Com isso é possível levantar as
necessidades futuras, criando maior aproximação e contribuição nos relacionamentos entre
funcionários, fornecedores, clientes, sociedade, inclusive a concorrência quando necessário.
Autores como Bessant e Tidd (2009) contribuem nas formas como administrar o
conhecimento para que este possa ser aproveitado como recurso estratégico dentro da
organização. Para os autores o conhecimento estratégico envolve cinco tarefas fundamentais:
gerar e adquirir um novo conhecimento; identificar e codificar o conhecimento existente;
armazenar e recuperar o conhecimento; compartilhar e distribuir o conhecimento na
organização e por último explorar e implantar o conhecimento em processos, produtos e
serviços.
2.2 Empreendedorismo
Na elaboração deste trabalho foi feita uma abordagem qualitativa utilizando a pesquisa
bibliográfica. A partir dessa serão investigadas diversas informações dos principais teóricos e
autores, extraídas de livros e artigos. Os assuntos investigados tratarão sobre gestão do
conhecimento e as práticas empreendedoras femininas em micro e pequenas empresas. Este
procedimento permite meios de aprofundamento no assunto abordado, e meios de referenciar
o problema citado, bem como conhecer novas áreas em que os problemas não foram
solucionados de maneira eficaz.
Bessant e Tidd (2009) discorrem em seu argumento que práticas empreendedoras bem
sucedidas dependem da integração e interação em três diferentes perspectivas que tangem
aspectos pessoais. Para ele as práticas empreendedoras são aquelas que incluem estilos
criativos, possuem habilidades de avaliar, identificar e desenvolver novos conceitos e ideias.
Outra prática condiz com aspectos de fatores sociais ou coletivos que envolvem equipes,
grupos e processos necessários para transformação de ideias em novos produtos, serviços ou
negócios. Por fim, o ultimo aspecto está relacionado aos fatores contextuais que consistem no
ambiente e nos recursos necessários para viabilizar a criação e o crescimento do
empreendedorismo.
Segundo Falconi (2009) os fatores que garantem os resultados de uma empresa em
qualquer iniciativa são a liderança, conhecimento técnico e método. Um dos fatores mais
importantes para o autor é a liderança, pois nada adianta ter conhecimento se não houver
liderança. Para ele o líder é o agente da mudança, ele promove o domínio de métodos,
promove a aquisição de conhecimento, inspira pessoas, promove cultura de alto desempenho,
promove a cultura de tomar decisões, garante o estabelecimento de melhorias contínuas,
padroniza processos. É preciso ter consciência que cada organização tem sua história de
avanços nas práticas de gestão. Diante deste contexto surgem as proposições a seguir:
Proposição 1 (P1) – A existência de uma orientação cultural para o conhecimento, ou
seja, de um conjunto compartilhado de valores, em uma empresa de pequeno porte garante a
criação de práticas empreendedoras aplicáveis no negócio.
A proposição acima irá auxiliar na busca pelo entendimento e a busca de evidências
que comprovem se a orientação cultural depende da GC, para criar práticas empreendedoras.
Segundo Johann (2004) a cultura de uma empresa é o compartilhamento de ideias, crenças,
costumes já estabelecidos, criando regras e modelos metais, fornecendo um mapa no modo de
encarar e interpretar e adaptar-se ao mundo. Cada organização tem sua própria cultura,
embora possa haver semelhanças, não existem “culturas idênticas”.
Proposição 2 (P2)– A existência de uma orientação competitiva para o conhecimento,
ou seja, de utilização do conhecimento organizacional em uma lógica de desempenho
comparativo aos concorrentes, em uma empresa de pequeno porte, garante a criação de
práticas empreendedoras aplicáveis no negócio.
Esta proposição irá investigar e buscar evidências empíricas do contexto
organizacional, para comprovar se a orientação competitiva contribui e depende da GC para
criação de práticas nos negócios. Para Porter (1989) competitividade, são os recursos e as
habilidades que uma empresa possui, proporcionando desempenho superior aos seus
concorrentes de setor, em relação aos atributos que o consumidor valoriza como alvo. As
organizações bem sucedidas em mercados competitivos são aquelas que oferecem valor para
seu cliente, considerando-se então que valor é a fonte da vantagem competitiva, assim
fazendo um link entre os conceitos desta teoria e os conceitos que serão apresentados nos
itens no decorrer do referencial.
Continua na sua linha de pensamento enfatizando que, normalmente a alta gerência,
dedica pouca concentração na função estratégica do conhecimento, ou na importância de
programas de criação do conhecimento. Fazem crítica na forma, como muitos gestores,
executivos e estrategistas enxergam o conhecimento dentro da organização. Muitas vezes eles
vêm o conhecimento como algo indefinido, poucas vezes relacionado à criatividade ao invés
de aproveitá-lo com objetividade e considera-lo um importante aliado, e/ou considera-lo um
recurso vinculado as “atividades, tarefas e resultados específicos”. A partir deste apontamento
nasce a terceira proposição:
Proposição 3 (P3) – A existência de práticas formais voltadas ao conhecimento, ou
seja, a utilização de processos e serviços formalizados para aquisição de conhecimento, em
uma empresa de pequeno porte garante a criação de práticas empreendedoras aplicáveis no
negócio.
Esta proposição irá investigar e buscar entender como a empresa enxerga
empiricamente o conhecimento dentro de suas práticas de gestão. Irá buscar respostas dentro
de sua estrutura formal utiliza o conhecimento como recurso estratégico para criação de novas
práticas empreendedoras. Para entender as práticas formais se faz necessário entender uma
estrutura formal de uma organização. Segundo Cruz (2013), as estrutura formais estabelecem
relações de hierarquia e foram criadas para que as empresas pudessem dividir e executar as
funções básicas da administração, essas funções permeiam todos os níveis da organização,
começando pelo estratégico e indo até o operacional, possibilitando cada nível “controlar,
planejar, organizar e dirigir cada processo” ou parte com responsabilidade. Um
questionamento importante surge quando se trata aspectos relevantes que tangem o
funcionamento das estruturas formais. Como seriam as práticas nas estruturas informais? A
partir deste questionamento surge a seguinte proposição.
Proposição 4 (P4) – A existência de práticas informais voltadas ao conhecimento,
amplia as relações sociais e pessoais, garantindo a criação de práticas empreendedoras
aplicáveis no negócio.
Esta proposição nos leva a pensar de que forma as práticas informais dependem da GC
e podem contribuir para criação de novas práticas empreendedoras dentro da organização.
Para que analise dessas abordagens se faz necessário o entendimento sobre definições e
conceitos das estruturas informais. Para Cruz (2013) as estruturas informais sempre
contribuíram para desaceleração da produtividade que diz respeito aos processos do negócio.
Destaca que nos dias de hoje existem meios e conhecimentos, onde que as organizações
possam tirar proveito deste tipo de estrutura. Momentaneamente, se faz necessário a gestão de
uma organização diminuir este tipo de estrutura informal.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em todo construto deste trabalho, foram levantados conceitos e definições sobre os temas
relacionados à GC, empreendedorismo, empreendedorismo feminino e as micro e pequenas
empresas. Esses conceitos foram extraídos de livros de importantes teóricos e pesquisadores e
artigos recentes, que tratam e mencionam aspectos relevantes sobre os temas abordados.
Foram levantadas algumas evidências concretas sobre alguns apontamentos que serão
descritos abaixo.
No que diz respeito à GC, apesar de ser um tema que ressurgiu em 1990, foi possível
observar que não existem muitos autores que abordam o conhecimento como recurso
estratégico, poucas literaturas foram encontradas. No que diz respeito à criação do
conhecimento, foi possível encontrar diversas literaturas que descrevem este fenômeno, e
artigos atuais também, porém todos baseados na teoria da criação do conhecimento de
Nonaka e Takeuchi.
Já no discorrimento dos assuntos referentes a empreendedorismo, foi possível
encontrar inúmeras literaturas e artigos relacionados, sob aspecto de vários autores, foi
possível assim construir um referencial com embasamento interessante e rico dentro deste
contexto. Já no que se refere ao empreendedorismo feminino, quase toda construção foi
embasada a partir de artigos, pois pouquíssimos autores tratam deste tema. Mesmo nos artigos
encontrados, existe pouco conteúdo pertinente, e no que diz respeito às práticas
empreendedoras quase insuficiente.
Nas peculiaridades das micro e pequenas empresas, se conclui que muitas referências
encontradas, foram extraídas do SEBRAE, justamente por ser um órgão que presta auxílio aos
pequenos negócios. Outras referências levantaram aspectos importantes sobre as taxas de
sobrevivência e mortalidade dessas, por insuficiência de conhecimento da parte dos gestores.
Alguns gestores têm carências quanto às capacitações, principalmente na forma de gerir o
negócio, e nos controles financeiros.
Conclui-se, portanto que apesar de haver vastas literaturas disponíveis tratando desses
temas construídos durante o referencial, poucos são os estudos relacionados às mulheres. Foi
possível observar também através dos dados levantados pelo GEM, que o empreendedorismo
feminino tem um crescimento considerável no cenário econômico. Referente às práticas
empreendedoras femininas, quase não existe pesquisas e literaturas que abordem sobre isso.
Referente ao sucesso e ao reconhecimento de mulheres empreendedoras foi possível encontrar
apenas dois artigos que abordam essa questão, dificultando a construção deste referencial.
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Matos; TEIXEIRA, Rivanda Meira. Empreendedorismo feminino e estilo de gestão
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COHEN, Marleine. Como escalar montanhas de salto alto? Exercendo no poder feminino.
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