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Aprenda A Investir No Mercado Financeiro - Eric Dornelas
Aprenda A Investir No Mercado Financeiro - Eric Dornelas
NO MERCADO FINANCEIRO
ERIC DORNELAS
APRENDA A INVESTIR NO MERCADO FINANCEIRO
Eric Dornelas
www.investindo.org
Copyright © 2015
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser
reproduzida ou retransmitida em qualquer forma por qualquer meio,
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para: permissions@investindo.org.
Embora o autor e editor tenham feito todos os esforços para garantir que
as informações contidas neste livro estivessem corretas na época da
publicação, o autor e editor não se responsabilizam perante qualquer
perda, dano ou inconvenientes causados a pessoas ou a organizações que
utilizarem as informações e estratégias descritas neste livro.
Os nomes dos personagens, eventos, lugares e negócios citados neste livro
são ou produto da imaginação do autor ou usados de forma fictícia.
Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas ou eventos reais
é mera coincidência.
Todas as marcas registradas citadas neste livro são propriedades de seus
respectivos donos e foram utilizadas sem intenções de infringir os direitos
da marca, apenas de forma descritiva e sem ter qualquer vínculo com este
livro.
Ilustrações pelo autor.
ISBN:978-85-920498-0-5(Epub)
ÍNDICE
INTRODUÇÃO V
PARTE UM 1
POR QUE INVESTIR? 3
O GRANDE OBJETIVO 7
VOCÊ ESTÁ PERDENDO DINHEIRO! 11
O QUE É INVESTIR? 15
POR ONDE COMEÇAR? 17
PARTE DOIS 21
ANALISANDO UM INVESTIMENTO 23
O RENDIMENTO 27
RISCOS 37
VALOR INICIAL 43
LIQUIDEZ 47
APLICANDO O CONHECIMENTO5 53
MONTANDO SEU PLANO 57
SEGUINDO EM FRENTE 65
PARTE TRÊS 67
RENDA FIXA E RENDA VARIÁVEL 69
APLICAÇÕES DE RENDA FIXA 71
POUPANÇA 75
CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB) 85
LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI) 91
LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO (LCA) 95
CERTIFICADO DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS (CRI) 97
DEBÊNTURES 103
TESOURO DIRETO 107
APLICAÇÕES DE RENDA VARIÁVEL 123
AÇÕES 133
EVENTOS COM AÇÕES 141
ESCOLHENDO UMA AÇÃO 147
RESUMO DE AÇÕES 185
FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO 193
FUNDOS DE INVESTIMENTO 209
CONCLUSÃO 305
APÊNDICE 309
INTRODUÇÃO
O GRANDE OBJETIVO
Existem aqueles que, privilegiados, podem gastar seus dias passeando por
aí e usando sua criatividade pensando em como tornar sua própria vida
mais agradável, sem preocuparem-se com atividades “frívolas” como
cumprir o prazo dado pelo seu chefe insuportável ou colocar “comida na
mesa”.
Mas como é possível que, enquanto você se mata trabalhando por alguns
trocados, eles fiquem por aí gastando dinheiro sem se preocupar? Você já
deve ter se deparado com a expressão “quanto mais dinheiro você tem,
mais dinheiro você ganha” ou deve imaginar que quando você é
estupidamente rico, não é possível torrar todo esse dinheiro.
O QUE É INVESTIR?
ANALISANDO UM INVESTIMENTO
O RENDIMENTO
Matemática, oh não!
Todos esses cálculos podem ter assustado você. Acalme-se. Não é preciso
ter conhecimentos complexos de matemática para se iniciar nos
investimentos. Com as operações básicas e uma calculadora você já estará
pronto para começar.
Além disso, com o uso de algumas fórmulas amigas, tudo ficará mais
fácil.
No exemplo desse capítulo, ao calcular o rendimento real, simplesmente
subtraímos a inflação do rendimento líquido. Na verdade o valor exato
deve ser obtido através da fórmula:
Onde:
Ireal = rendimento real (em decimal, ou seja 8% = 0,08)
Inominal = o rendimento nominal líquido (também em decimal)
No nosso exemplo tínhamos um rendimento nominal líquido de 8% a.m.
e a inflação de 2% a.m., portanto:
Inominal = 0,08
Inflação = 0,02
Onde:
Iq = taxa que eu quero
It = taxa que eu tenho
q = período que eu quero
t = período que eu tenho (no exemplo, temos a taxa de um mês)
Observação: t e q devem estar na mesma unidade de tempo, ou em anos
(onde q seria igual a 1 e t igual a 1/12) ou em meses (onde q seria igual a
12 e t igual a 1).
Para descobrir a taxa equivalente anual de 2% a.m. teríamos:
It = 0,02
q = 12
t=1
Ou seja, 2% a.m. equivalem a 26,82% ao ano.
Filosofia do Investidor
Não existe melhor investimento do que aquele que fazemos em nós
mesmos. Dedicar uma parte do tempo a aperfeiçoar nossas habilidades e a
adquirir conhecimento pode trazer resultados surpreendentes no futuro.
Ter algum conhecimento no cálculo de porcentagens, conversões de
taxas e juros compostos lhe será muito útil. Quanto mais você souber,
melhor será sua análise das opções disponíveis, permitindo-lhe alcançar
melhores resultados.
RISCOS
VALOR INICIAL
A 50,00 Bom
B 30,00 Bom
C 30,00 Bom
A 50,00 Bom
B 30,00 Bom
C 30,00 Bom
Sacrificando grande parte do seu capital, caso você venha a encontrar opções
melhores de investimento ou precise de dinheiro para alguma outra coisa, não
poderá fazer nada por não ter dinheiro disponível em mãos.
CAPÍTULO 10
LIQUIDEZ
Talvez você nunca tenha ouvido falar em liquidez até hoje. Isto porque
os investimentos mais comuns, como a poupança, têm liquidez imediata.
No momento em que você desejar o dinheiro, o banco lhe fornecerá. Essa
característica faz com que as pessoas encarem a poupança ou a conta
corrente como uma caixinha onde o banco guarda seu dinheiro e da qual é
possível tirá-lo quando quiserem. Na verdade, o que ocorre é o que
exemplificamos, ao aplicar seu dinheiro na poupança, o banco lhe dá o
direito de retirar aquela quantia quando solicitado, apesar de hoje em dia
não existir o “papel” (como no caso do certificado de depósito). Sua
garantia é a palavra do banco e as leis que regem esse tipo de transação. Se
o banco vier a falir ou mudar a política de retiradas, você poderá ser
prejudicado.
Agora, considere a situação em que foi preciso vender o direito ao seu
amigo por um preço abaixo do valor. Quando alguma coisa a ser vendida
não possui compradores, ou o inverso, algo para comprar não possui
vendedores, você está numa situação de baixa liquidez. Neste caso,
aqueles que estão dispostos a fazer negócio podem oferecer valores muito
abaixo (ou acima) do que você desejaria, buscando se aproveitar da sua
necessidade e da falta de concorrência.
Isso ocorre muito na venda de imóveis, onde o vendedor, para vender
logo e conseguir o dinheiro em mãos, se vê obrigado a ir baixando o preço
até encontrar algum comprador ou até se dar por vencido e aceitar uma
proposta abaixo do preço que gostaria.
Essa diferença entre os preços de venda e os preços oferecidos para
compra é chamada spread.
APLICANDO O CONHECIMENTO
Começamos o livro discutindo sobre o quão bom seria para você estar
agora na praia tomando água de coco enquanto seu dinheiro se multiplica.
Analisando o assunto, vimos que para atingir esse objetivo é preciso
primeiro cumprir duas metas: obter renda e acumular patrimônio.
Para a grande maioria das pessoas, obter renda significa conseguir um
emprego ou abrir um negócio que proporcione algum dinheiro no final do
mês. O primeiro passo seria então: ganhar dinheiro.
Em seguida, observamos que enriquecer significa acumular patrimônio,
em outras palavras, juntar dinheiro. Para cumprir essa meta foi
estabelecido o segundo passo: gastar menos do que ganha.
Quando você conseguir uma fonte de renda e estiver guardando uma
parte dela no fim do mês estará cumprindo as duas metas. E depois?
Uma melhor análise sobre o significado de investir leva a conclusão de
que investir nada mais é que colocar o dinheiro para trabalhar. O grande
objetivo de um investidor é chegar ao ponto em que seus investimentos se
tornem sua fonte de renda e sejam suficientes para lhe proporcionar boa
qualidade de vida com alguma sobra para ser reinvestido.
Para chegar nesse patamar é preciso de dinheiro cuja única função seja
ser investido, ou seja, dinheiro que você não irá precisar utilizar com outra
coisa. Como o futuro é incerto, deve-se ter certeza de que jamais utilizará
essa grana. Para isso, nada é mais eficaz do que ter uma reserva de
emergência, aquela quantia de dinheiro que servirá para situações
inesperadas. Surge o terceiro passo, criar uma reserva de emergência.
Uma vez tendo garantido seu sono tranquilo, você pode começar a
pensar em colocar o seu dinheiro para trabalhar. É hora de pensar em
investir, o quarto passo.
A maioria das pessoas acha que o segredo da riqueza reside no quarto
passo. Basta encontrar o pote de ouro, o investimento que lhe dará mil por
cento de rendimento em poucos dias e pronto, é só fazer as malas e ir
aproveitar a vida.
Ao aprender sobre o cálculo dos rendimentos, você viu que não é bem
assim. A inflação faz com que você comece o jogo perdendo e mesmo o
mais habilidoso dos investidores tem de se esforçar muito só para
conseguir manter o valor de seu patrimônio. Além disso, altos
rendimentos estarão associados a altos riscos, e não é uma boa ideia para o
pequeno investidor, com suas pequenas economias, colocar-se em risco,
podendo perder tudo e voltar à estaca zero.
Se o segredo não está no quarto passo, em qual passo ele está?
Enriquecer nada mais é do que acumular patrimônio. O raciocínio é
lógico: quanto mais dinheiro você juntar mais rico você será. Esta ideia
está presente no segundo passo: gastar menos do que se ganha. E é aqui
que a maioria das pessoas desiste. A ideia de economizar é rapidamente
considerada como sacrifício e uma consequente diminuição da qualidade
de vida.
Uma abordagem radical do assunto certamente exigirá o corte de gastos
com atividades não essenciais para gerar mais economia, no entanto, nada
disso é necessário. Investir e economizar não devem exigir sacrifício ou
esforços desproporcionais. Finalizar o mês com saldo positivo não exige
radicalismo, basta um uso inteligente e eficiente do dinheiro disponível.
Trate bem o seu dinheiro.
Mas se somente o uso eficiente do dinheiro não é o segredo, o que resta?
Restou o primeiro passo: obter renda. Focar no aumento da sua renda
pode ser a única solução para que você consiga enriquecer. Porém, não se
esqueça que a riqueza consiste no acúmulo de patrimônio, portanto não
adianta você ganhar milhões por mês e gastar tudo.
JUROS COMPOSTOS
O efeito mais sensacional e eficaz do investimento de longo prazo está nos
juros compostos. Este tipo de juros está presente no dia a dia das pessoas,
porém a maioria só conhece seu lado negativo. Os juros compostos são
utilizados em empréstimos, tornando a dívida cada vez maior, e, por mais
que a pessoa pague suas parcelas, o valor devido continua aumentando.
O investidor inteligente joga com os juros compostos a seu favor,
deixando seu dinheiro aplicado e permitindo que os juros rendam sobre os
juros já ganhos, num ciclo que poderá deixar-lhe rico.
Para que você possa entender melhor, saiba que existem dois tipos de
juros, o simples e o composto.
Os juros simples são aqueles aplicados somente sobre o valor inicial.
Por exemplo: você aplica R$100 com juros de 1% ao mês na
modalidade de juros simples. Passado o primeiro mês você ganhará R$1
de juros. Na sua conta agora existem R$101 (R$100 aplicados mais R$ 1
de juros). Mais um mês se passa. Como você recebe juros simples, você
receberá novamente R$1 de juros (1% de R$100). Depois de dois meses
você terá na conta R$102.
Os juros compostos incidem não só sobre o valor aplicado inicialmente
como também sobre os juros já recebidos.
Se os R$100 forem aplicados na modalidade de juros compostos,
também com juros de 1% a.m, após o primeiro mês, você terá na sua conta
R$101 (R$100 aplicados mais R$1 de juros). Após o segundo mês, você
receberá 1% de juros sobre o valor aplicado (R$100) somado aos juros do
mês anterior (R$1), ou seja, receberá 1% de juros sobre R$101, que
equivale a R$1,01. Portanto, ao final do segundo mês você terá R$102,01.
Pode parecer pouco, somente 1 centavo de diferença, no entanto
imagine isso acontecendo pelos próximos 10 anos.
Depois de 10 anos da aplicação rendendo juros simples, haveria na
conta R$220. O mesmo período rendendo juros compostos resultaria em
R$330 na conta.
Observe, com juros simples seu capital rendeu 120%, enquanto que
pelos juros compostos foram 230% de rendimento, 110% a mais.
Deixe os juros compostos fazerem seu trabalho, evite movimentar seu
dinheiro de um investimento para outro.
DIVERSIFIQUE
A 100,00 100%
Diversificado
A 25,00 25%
B 25,00 25%
C 25,00 25%
D 25,00 25%
SEGUINDO EM FRENTE
Agora você está pronto para começar. O restante do livro irá lhe apresentar
uma grande quantidade de aplicações financeiras disponíveis ao pequeno
investidor e suas características dentro dos critérios que foram estudados.
Além disso, você verá de forma prática como efetivamente abrir uma
conta em uma corretora, comprar uma ação, movimentar seu dinheiro e
esses tipos de coisas que não ensinam na escola.
Aproveite agora para definir seu objetivo e analisar quais as
características que você quer em seus investimentos. Com as informações
que virão, você será capaz de escolher as melhores opções e aprofundar
seus estudos.
Porém, não se esqueça: foque em diminuir o risco e diversifique.
Para o pequeno investidor, rendimentos pequenos e constantes são
melhores do que crescimentos acelerados intercalados por quedas
abruptas, não só por uma questão de disponibilidade de capital, como
também por uma questão psicológica, e só a diversificação poderá te
protegê-lo com eficácia dos seus próprios erros.
PARTE TRÊS
CAPÍTULO 14
Isso significa que , com algumas exceções, os ativos de renda fixa que
você verá neste livro são garantido pelo FGC.
Qual o valor garantido?
O valor garantido pelo FGC é de até R$250.000,00 por CPF/CNPJ por
instituição bancária.
Isto significa que um investidor que possui R$200.000,00 investidos no
Banco A e R$200.000,00 investidos no Banco B, receberá R$400.000,00
caso ambos os bancos venham a falir. Já um investidor que possui
R$400.000,00 investidos no Banco Alfa, caso o Banco Alfa venha a falir,
receberá somente R$250.000,00.
Na prática você deve evitar ter mais de R$250.000,00 investidos em
ativos de uma mesma instituição financeira garantida pelo FGC.
Ainda que o FGC ofereça uma garantia, você deve sempre estar atento ao
fazer seus investimentos, afinal você receberá seu dinheiro somente após
um longo tempo e não receberá nenhum tipo de correção nesse período.
Ao se expor a um risco elevado aplicando em instituições financeiras
pouco sólidas em busca de um rendimento maior, caso ela venha a falir,
você poderá ficar um longo tempo sem o seu dinheiro e no final obter um
rendimento pífio em comparação às alternativas existentes.
Caso queira saber mais sobre o Fundo Garantidor de Crédito, acesse o
site do fundo em www.fgc.org.br
CAPÍTULO 16
POUPANÇA
RENDIMENTO DA POUPANÇA
Ou seja, com meta da taxa SELIC maior que 8,5% ao ano, você receberá
TR + 0,5% ao mês. Com SELIC menor ou igual a 8,5% ao ano, você recebe
TR + 70% da taxa SELIC convertida para o valor mensal.
A coisa parece meio complicada agora? Não se preocupe, uma análise
detalhada irá sanar suas dúvidas.
A TR é uma taxa calculada diariamente pelo Banco Central do Brasil. O
cálculo e obtenção dos valores não serão demonstrados aqui e podem ser
encontrados no site do Banco Central1. De qualquer forma, entender a TR
com tantos detalhes não ajudará muito sua análise.
Já a taxa SELIC merece ser estudada com mais detalhes. Leia o quadro
abaixo para compreender seu funcionamento.
Taxa SELIC
Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
É um conjunto de supercomputadores que registram todas as operações
que envolvem títulos públicos. O sistema faz o registro, liquidação
(pagamento) das transações e a custódia (armazenamento).
Imagine o SELIC como uma feira gigante, dessas onde você iria para
comprar legumes e hortaliças, a diferença aqui é o produto que está sendo
negociado.
Participam da feira governo, bancos, corretoras e outras instituições
financeiras. O único produto negociado são títulos do governo. O governo
pega dinheiro emprestado e se compromete a devolver dali a algum tempo
pagando certos valores de juros.
Os supercomputadores fazem o registro dessa operação:
Fazem a liquidação (troca dos valores e dos títulos):
TAXAS DA POUPANÇA
PAGAMENTO DE JUROS
Juros depósito Faz um mês que você realizou o depósito A, você recebe
01/02/2000 os juros relativos a este período.
A
Você resgatou todo o valor disponível na conta. Como o
Resgate do
03/02/2000 dia de aniversário do depósito B é dia 5, você não recebe
valor total qualquer rendimento relativo a este depósito.
LIQUIDEZ
RISCOS
RENDIMENTO DO CDB
Prefixado: São aqueles em que é paga uma taxa fixa. Por exemplo:
10% a.a.
Pós-fixado: São aqueles CDB onde a taxa paga é baseada em um
índice. Por exemplo: 90% do CDI ou IPCA + 3% a.a. Você só
conhecerá o rendimento final depois de passado o período
combinado.
TAXAS DO CDB
PAGAMENTO DE JUROS
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
RISCOS
RENDIMENTO DA LCI
O rendimento da LCI pode ser alguma percentagem do CDI ou algum índice
de preço (como o IPCA) somado a uma taxa. Assim como no CDB, valores e
prazos maiores podem obter taxas de remuneração maiores. Bancos
menores costumam oferecer melhores taxas.
TAXAS DA LCI
PAGAMENTO DE JUROS
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
Caso sua LCI seja remunerada pelo DI, é necessário manter a aplicação por
no mínimo noventa dias antes de poder resgatar. Após esse período,
normalmente a liquidez se torna diária e o dinheiro do resgate é creditado
em sua conta no próximo dia útil.
Em outros casos, será preciso verificar com o seu banco.
RISCOS
RENDIMENTOS DA LCA
Assim como na LCI e no CDB, as LCA podem ter rendimentos pré ou pós-
fixados e baseadas nos resultados de algum índice ou indicador.
O rendimento varia de acordo com o valor inicial a ser investido, o
período de aplicação e o risco da instituição que as emite. Como na LCI,
bancos menores irão oferecer taxas de rendimento melhores pois possuem
um risco maior.
TAXAS
PAGAMENTO DE JUROS
São realizados no momento do resgate.
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
RISCOS
RENDIMENTOS DO CRI
Os rendimentos dos CRI são normalmente pós-fixados e atrelados a índices
de inflação como o IPCA e o IGP-M.
TAXAS
PAGAMENTOS DE JUROS
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
Calote do devedor;
Risco de oportunidade devido ao alto valor inicial;
Mudança na legislação do imposto de renda; e
Pouca liquidez.
1 www.bmfbovespa.com.br/rendafixa/
CAPÍTULO 21
DEBÊNTURES
TAXAS
Sobre o lucro obtido com aplicações em debêntures incide a tabela
regressiva de imposto de renda:
O principal risco está na empresa para a qual você está emprestando seu
dinheiro. Você deve ter certeza de que ela será capaz de pagar a dívida.
Será preciso analisar, através dos balanços, como anda a saúde financeira
da empresa, a governança (a forma como a empresa é dirigida) e o
histórico de emissão debêntures ( para saber se a empresa pagou em dia ou
realizou negociações e pagamentos antecipados).
Estas demonstrações financeiras podem ser obtidas nos próprios
prospectos.
Existe o risco da empresa desejar adiantar o pagamento da dívida, o que
implica em seu dinheiro ficar aplicado menos tempo do que você esperava
e lhe obrigar a pagar as alíquotas maiores de imposto de renda. Em alguns
casos, a possibilidade do pagamento antecipado já é prevista no prospecto
da emissão. Procure saber se a debênture em que você deseja investir pode
incorrer nesse caso.
A baixa liquidez no mercado secundário também é um risco para o
investidor de debêntures. Caso você se encontre em uma situação em que
precisa retirar o dinheiro aplicado, isto poderá não ser possível, ou exigirá
a venda com lucro ínfimo, às vezes até mesmo no prejuízo.
Investir em debêntures exigirá uma boa capacidade de analisar empresas
e seus resultados frente a possíveis acontecimentos para se ter certeza de
que ela será capaz de pagar a dívida. Além disso, a característica de baixa
liquidez do mercado secundário e o valor inicial que pode ser alto implica
em investir dinheiro que não será necessário no curto prazo.
Analise com cuidado as taxas de remuneração; normalmente, quando
comparadas a outros investimentos de renda fixa, elas oferecem vantagens
somente em certas condições: inflação estabilizada, aumento da taxa SELIC,
queda da taxa SELIC, etc.
Resumindo, os principais riscos do investidor em debêntures são:
TESOURO DIRETO
TÍTULOS PREFIXADOS
Caso você faça a venda dos seus títulos antes da data de vencimento,
você receberá o preço que está sendo oferecido no dia da venda e isso,
como você verá, não tem qualquer ligação com a taxa acordada na compra
do seu título, podendo inclusive ser um preço abaixo do que você pagou.
TAXAS
Para investir pelo Tesouro Direto é necessário ter conta em uma corretora
de valores que faça parte desse sistema.
A BM&FBOVESPA cobra uma taxa de custódia (manutenção da sua conta)
de 0,3% ao ano sobre o valor total dos seus títulos. O valor é descontado
semestralmente, no primeiro dia útil dos meses de janeiro e julho. Fique
atento para disponibilizar dinheiro na corretora para pagar estas taxas.
Sua corretora pode ou não cobrar uma taxa de custódia. Existem
corretoras que não cobram essa taxa, procure se informar a respeito, pois
isso pode ser uma vantagem. No próprio site do Tesouro Direto3 é possível
obter uma lista com as corretoras e suas respectivas taxas.
O imposto de renda é cobrado na já conhecida tabela regressiva:
PAGAMENTOS DE JUROS
Nas NTN-B PRINCIPAL, LTN e LFT o pagamento é feito na data de vencimento
do título.
Nas NTN-B e NTN-F é feito o pagamento de cupons semestrais até a data
de vencimento do título, onde é pago o restante da rentabilidade
combinada.
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
RISCOS
Á Í Ú
CÁLCULO DOS PREÇOS DOS TÍTULOS PÚBLICOS
O preço unitário de um título público (PU), é calculados pela seguinte
fórmula:
Onde:
taxa: Taxa de juros anual
du: dias úteis até o vencimento.
Finalmente, multiplicando o valor da COTAÇÃO vezes o VNA e dividindo
por 100, você terá o valor do PU.
LTN e NTN-F:
1 Todas as figuras desse capítulo foram tiradas do site do Tesouro Direto, disponível em
www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto.
2 Você pode estimar o valor que irá receber utilizando a calculadora do Tesouro Direto disponível
em www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-calculadora.
3 www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-instituicoes-financeiras-habilitadas.
CAPÍTULO 23
BOLSA DE VALORES
INVESTIDOR OU ESPECULADOR
AÇÕES
Ações são como pequenas partes de uma empresa que lhe dão direitos em
relação a esta empresa. Para ter acesso a compra e venda de ações, o
pequeno investidor deve operar em um ambiente de Bolsa de Valores
através de uma corretora de valores.
Para que você possa entender melhor o assunto, serão explicados
diversos termos surgidos à medida que as coisas evoluíram e novas regras
surgiram, criando uma terminologia específica do meio financeiro.
SEGMENTOS DE LISTAGEM
TIPOS DE AÇÕES
FREE FLOAT
NA PRÁTICA
Para conhecer quais os tipos de ações, free float e tag along de uma
empresa, acesse o site da BM&FBOVESPA e, utilizando o menu de navegação,
acesse Mercados>Ações>Empresas.
Observe os dados disponíveis da PETROBRAS S.A:
Figura 24-1: Dados da PETROBRAS S.A. no site da Bovespa.
Inicialmente são apresentados alguns dados da companhia como nome,
código de negociação, CNPJ, atividade, site para os acionistas etc.
Figura 24-2: Informações sobre as ações da PETROBRAS S.A.
Em seguida vem uma pequena tabela com as cotações das ações.
Observe na coluna “Espec.” como as ações ON são representadas pelo
código PETR3 e as PN pelo código PETR4. Não há nenhuma indicação de
segmento de listagem após o ON na coluna “Espec.”, indicando que as
ações da Petrobras são do segmento de listagem “Tradicional”.
Se você investe em ações para se tornar sócio, como poderá ganhar nesse
investimento?
Já se falou bastante sobre a variação do preço e como as pessoas têm a
impressão de que essa é a forma mais óbvia de ganhar dinheiro com ações.
No entanto, a principal vantagem de se tornar sócio de empresas é que
você tem direito a receber uma parte do lucro e ganhar com a valorização
da empresa. E é basicamente por esse motivo que o verdadeiro sócio não
dá muita atenção ao preço de suas ações, mas sim à saúde financeira de
sua empresa.
Imagine que você é dono de um negócio, uma padaria por exemplo. Ao
final do mês a sua padaria costuma dar lucro, o qual você usa para
comprar suas coisas. O lucro é o dinheiro que você ganha depois que pega
todo o dinheiro recebido pela padaria, também chamado receita, e tira as
contas e os impostos que devem ser pagos, como matéria prima e imposto
de renda. Ou seja, lucro é um dinheiro que você realmente ganhou.
O lucro da sua padaria é também a sua fonte de renda, é de onde você
tira dinheiro para poder viver.
Você acredita que sua padaria pode crescer e lhe render mais dinheiro.
Para isso, você costuma separar parte do lucro que recebe para investir na
padaria, comprando maquinário e fazendo mais produtos, fazendo
propaganda e aumentando as vendas, etc.
Observe que esses investimentos podem demorar um tempo para trazer
resultado, mas à medida que o tempo vai passando é possível perceber que
o valor da sua padaria tende a crescer.
Suponha que é possível a você saber quanto vale a sua padaria a
qualquer hora do dia. Isto faria alguma diferença para você? Se você visse
que após a compra de uma nova máquina o preço de sua padaria subiu
25% em um dia, você venderia toda ela? Provavelmente não, pois o que
mais lhe interessa é a renda que ela é capaz de gerar e o patrimônio que ela
representa, não qual o preço que pagariam por ela naquele momento.
Ao investir em ações você deve raciocinar como o dono da padaria, você
é dono da empresa, seu interesse é na renda que ela pode lhe gerar e não
em seu preço.
Observe também que, assim como na padaria, se a sua empresa for boa,
além do lucro que você recebe, o valor da empresa tende a aumentar e
quando você é o dono da empresa, isto significa que seu patrimônio está
valorizando e consequentemente, você está ficando mais rico.
É fato que boas empresas, no longo prazo, verão suas ações valorizarem-
se acompanhando o crescimento da empresa. Se você quiser se aprofundar
nessa área, leia o livro “Investindo em Ações no Longo Prazo” de Jeremy
Siegel.
Então, investindo em ações de boas empresas, você pode ganhar de duas
formas: participação nos lucros e valorização das ações.
A oportunidade de receber periodicamente a sua parte dos lucros da
empresa, proporciona um aumento à sua renda. Investimentos de renda
fixa não costumam ter essa característica, pois a maioria deles atua
somente no valor do seu investimento principal. Aumentando sua renda,
você pode melhorar sua qualidade de vida e aumentar a quantidade de
dinheiro que você junta para investir. Investindo mais e comprando mais
ações, você receberá maior participação nos lucros, entrando num ciclo
virtuoso que no longo prazo pode efetivamente deixá-lo rico, atingindo a
independência financeira.
Como é feita a distribuição dos lucros de uma empresa para seus
acionistas? Ela é feita através de eventos chamados Pagamento de
Dividendos e Pagamento de Juros sobre Capital Próprio.
Além destes eventos, há alguns outros que discutiremos com maiores
detalhes.
Para saber os eventos que foram divulgados por uma empresa, acesse a
página dela no site da BM&FBOVESPA.
As empresas são obrigadas a divulgar com certa antecedência tudo o que
pretendem fazer e que, pelas regras da Bolsa, são considerados fatos
relevantes. É possível ter acesso a esses informes de diversas formas, até
mesmo pelo site da própria empresa, mas, o local oficial, é o site da Bolsa.
Ao informar um evento como o pagamento de dividendos por exemplo,
a empresa informa uma data chamada “COM” e uma data chamada “EX”.
A data “COM” é a data limite para se possuir a ação e poder receber o
dividendo. Por exemplo:
Se uma empresa divulga fato relevante de pagamento de dividendos
relativos ao exercício 2014 a partir do dia 25/12, com base na posição
acionária de 27/10, isto significa que a empresa distribuirá parte dos
lucros do ano 2014 para os acionistas que possuírem a ação até o dia
27/10. O pagamento será feito a partir do dia 25/12.
Nesse caso, o dia 27/10 é o dia “COM” e o dia 28/10 é o dia “EX”. Se
você possuir a ação até o dia 27/10, você terá direito aos dividendos
anunciados. Se você só possuí-la a partir do 28/10, você não terá direito
aos dividendos.
DIVIDENDOS
Depois que uma empresa encerra o ano e tem lucro, ela pode escolher
entre distribuir o lucro ou reinvestir na empresa.
O percentual mínimo dos lucros a ser distribuído por uma empresa
como dividendos é determinado em seu estatuto.
Assim, uma empresa pega suas receitas, pagas suas contas e
fornecedores, paga o imposto de renda e o que sobra é lucro. Este lucro
pode ser distribuído aos acionistas como dividendo.
Normalmente ele é pago como um valor em reais relativo a uma ação.
Por exemplo: R$0,22 por ação.
Os dividendos são isentos de imposto de renda para o acionista, isto
porque a empresa já pagou imposto de renda e agora está distribuindo
somente seu lucro efetivo.
BONIFICAÇÃO
SUBSCRIÇÃO
SPLIT ou DESDOBRAMENTO
GRUPAMENTO
ANÁLISE DE EMPRESAS
CLASSIFICANDO EMPRESAS
Uma análise que também pode ser utilizada como critério de seleção de
empresas é o destino que elas dão aos seus lucros.
Algumas empresas buscam o crescimento rápido. Para crescer é preciso
investimento: compra de maquinário, construção de fábricas, propaganda,
etc. Normalmente essas empresas utilizam todo o seu lucro para reinvestir
na empresa.
Outras empresas não têm mais como crescer, afinal, nenhuma empresa
pode crescer para sempre. Outras ainda, optam por crescer de forma lenta
e gradual, havendo também aquelas que preferem não crescer, apenas
mantendo suas atividades com pouca necessidade de investimentos. Como
resultado, elas podem distribuir grande parte dos seus lucros para os
acionistas.
Empresas de crescimento normalmente são as que têm maior retorno no
valor das ações, suas ações valorizam-se rápido, por outro lado elas não
distribuem ou distribuem pouco dos seus lucros para os acionistas,
reinvestindo tudo e as vezes fazendo dívidas para sustentar o crescimento.
Empresas que distribuem grande parte de seus lucros em forma de
dividendos são chamadas empresas de dividendos. Estas empresas
oferecem uma participação maior dos lucros aos acionistas, por outro lado
suas ações não têm a oportunidade de valorizar-se tanto quanto as de
empresa de crescimento.
Estas classificações não possuem regras rígidas, existem empresas que
crescem e também distribuem dividendos e empresas que passam de uma
fase para a outra durante sua existência. O importante é ter consciência de
que não se deve esperar dividendos gordos ao se investir em empresas de
crescimento e nem valorizações rápidas nas ações de empresas de
dividendos.
O múltiplo utilizado para avaliar a distribuição de dividendos é o
payout. O payout é a percentagem dos lucros que são distribuídos como
dividendos. Para obter esse número basta dividir o valor dos dividendos
pelo valor dos lucros. Ex: lucro de R$100,00 e dividendos distribuídos no
valor de R$10,00. Nesse caso o payout é de 10%.
Muitos investidores gostam de utilizar um múltiplo conhecido como
dividend yield, que representa o valor do dividendo de uma ação dividido
pelo preço da ação, como uma forma de avaliar o retorno do investimento
feito na empresa. Para efeitos de análise este é um múltiplo pobre, pois um
de seus fatores é o preço da ação, o qual pode variar a cada segundo.
Existem empresas chamadas de blue chips, termo em inglês que faz
menção às fichas azuis do jogo de pôquer. As empresas blue chips são
empresas de grande porte, bem estabelecidas e que valem muito dinheiro.
Normalmente são empresas com longo histórico na Bolsa e boa liquidez,
no entanto, isto não quer dizer que sejam boas empresas para se investir.
O oposto das blue chips são as small caps, empresas pequenas com
patrimônio reduzido e baixo valor de mercado.
A classificação das empresas em blue chips ou small caps não deve
interferir nos seus critérios para escolha de empresas, é apenas uma forma
de dividir as ações em relação ao valor de mercado das empresas (valor
obtido ao se multiplicar o preço de uma ação pelo número total de ações
da empresa).
Para fazer a análise dos resultados de uma empresa, é preciso que você
tenha uma noção básica de como são organizadas as demonstrações de
resultado divulgadas pelas mesmas. As demonstrações são feitas na forma
de Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado de Exercício e
Demonstrativo de Fluxo de Caixa.
As empresas são obrigadas a publicar seus balanços em dois períodos:
trimestralmente e anualmente. Para acessar os balanços oficiais enviados
pelas empresas utilize o site da BM&FBOVESPA. Inicialmente , preocupe-se
apenas com as informações anuais, balanços trimestrais não irão lhe dar as
informações completas para uma boa análise.
À medida que ganhar experiência, poderá consultar os informes
trimestrais para acompanhar mais de perto os resultados da empresa.
BALANÇO PATRIMONIAL
Imagine uma empresa que fabrica o produto de marca X. Ela possui uma
fábrica, maquinários e funcionários. Todo mês ela compra a matéria prima
necessária para fazer o produto X, faz o produto X, estoca o produto X e
vende o produto X com lucro.
Pode ser que ela venda o produto X a seus revendedores a prazo e só
receba o dinheiro depois de algum tempo. Para poder comprar sua matéria
prima, é possível que ela utilize o dinheiro de uma dívida, já que ainda
não recebeu nada pelos produtos que vendeu.
Mensalmente, ela tem que pagar seus funcionários, comprar material de
escritório, pagar impostos.
De vez em quando pode ser que ela tenha despesas com algum processo
que tenha perdido na justiça, ou receba dinheiro vendendo um terreno não
utilizado.
Ás vezes a empresa também faz investimentos financeiros, em
aplicações no banco por exemplo.
São muitas características e para analisá-las é preciso ter um padrão. O
padrão para demonstrar aquilo que a empresa possui, em um determinado
período, é o Balanço Patrimonial.
A ciência que cuida da confecção dessas demonstrações é a
Contabilidade. Para fins de padronização, diversas regras e leis regem esta
matéria e como são muitas as variáveis, é comum você se deparar com
lançamentos nos balanços que existem para algumas empresas e para
outras não, no entanto, é comum que a própria empresa costume
enriquecer os seus balanços com notas explicativas que permitem
entender o que houve.
O Balanço Patrimonial representa o que a empresa possui, seja em
dívidas, direitos ou bens num determinado período.
Repare no seguinte: se uma empresa tem funcionários, ela sabe que
precisa pagá-los todo mês, portanto ela possui uma obrigação: pagar os
salários. Ela também precisa pagar seus fornecedores, os quais venderam-
lhe a matéria prima: mais uma obrigação.
Por outro lado, se ela possui dinheiro aplicado no banco, ela tem direito
a esse dinheiro. Se ela possui dinheiro em caixa, este dinheiro é um bem
que ela possui. Caso ela tenha estoques do produto X, será mais um bem
possuído pela empresa. Se ela tem dinheiro a receber de clientes, este é
um direito que ela possui.
De forma geral, direitos e bens da empresa, são considerados como
ATIVO no balanço patrimonial e as obrigações da empresa são
consideradas PASSIVO.
O Balanço Patrimonial é representado por uma tabela de duas colunas
com o Ativo à esquerda e o Passivo à direita, onde cada linha é chamada
de “conta”:
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa Fornecedores
Clientes Salários
Estoques
Uma empresa também possui entre seus bens sua fábrica, suas máquinas
e o estoque dos produtos que fabrica.
Marcas, apesar de não serem algo palpável, também têm valor e é
possível à uma empresa vender uma marca. Existem empresas cujo maior
bem é a própria marca, por exemplo a Coca-Cola. Para entender isso basta
imaginar que uma empresa que comprar a marca Coca-Cola
provavelmente conseguirá ter boas vendas, pois essa é uma marca já
bastante conhecida.
Bens como fábricas e máquinas entram em subcontas do Ativo Não
Circulante. Bens como Marcas entram na subconta Intangível:
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa Fornecedores
Clientes Salários
Estoques
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo Empréstimos realizados
Contas a receber
Imobilizado
Imóveis
Máquinas
Intangível
Marca
RECEITA BRUTA
(-) Deduções (abatimentos,
impostos etc.)
RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA
(-) Custo De Produtos Vendidos
RESULTADO BRUTO
Depreciações e amortizações entram aqui, diminuindo o
(-) Despesas operacionais
resultado operacional.
(-/+) Encargos financeiros
líquidos
RESULTADO OPERACIONAL
(-) Despesas não operacionais
(+) Receitas não operacionais
RESULTADO ANTES DOS
IMPOSTOS
(-) Impostos
RESULTADO LÍQUIDO
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Líquido 100
Ajustes 2
Recursos gerados pelas atividades operacionais: 102
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Líquido 100
Ajustes 2
Recursos gerados pelas atividades operacionais: 102
Fluxo de Caixa
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aquisição de imobilizado (50)
Recursos gerados pelas atividades de investimento: (50)
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Líquido 100
Ajustes 2
Recursos gerados pelas atividades operacionais: 102
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aquisição de imobilizado (50)
Recursos gerados pelas atividades de investimento: (50)
FCL(Recursos operacionais-Recursos de investimento) 52
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Dividendos pagos (10)
Amortização de juros (5)
Recursos gerados pelas atividades de financiamento: (15)
Equivalente de caixa: 37
Você pode procurar por empresas que estão presentes no seu dia a
dia, como o seu banco, operadora de telefonia, máquina de cartão
de crédito ou posto de gasolina.
Você pode procurar empresas que lidam com atividades nas quais
você também trabalha e acha que tem mais conhecimento para
poder analisar.
Você pode ir direto aos sites que apresentam resumo dos
resultados das empresas e simplesmente filtrar as que atendam aos
seus critérios.
Após finalizar sua análise, conclua se irá ou não comprar ações daquela
empresa. Por fim, lembre-se que quem deseja ser sócio sempre compra
ações Ordinárias.
E nunca se esqueça que, apesar de tudo, você pode estar errado. Não
escolha somente uma empresa para investir todo o seu dinheiro. Selecione
pelo menos umas 10 empresas, de setores diferentes da economia pois em
caso de crises elas não serão afetadas todas da mesma maneira. Faça
investimentos periódicos (mensais ou semanais), comprando uma pequena
quantidade de cada vez e, uma vez por ano, analise os resultados anuais de
suas empresas, decidindo se irá manter-se sócio para o ano seguinte ou se
sairá da empresa, vendendo suas ações, porque ela deixou de atender seus
critérios.
1 Dados disponíveis em www.bmfbovespa.com.br
CAPÍTULO 27
RESUMO DE AÇÕES
RENDIMENTOS
1 12.000,00 1.200,00
1 12.000,00 1.200,00
2 25.200,00 2.520,00
3 39.720,00 3.972,00
4 55.692,00 5.569,20
5 73.261,20 7.326,12
6 92.587,32 9.258,73
7 113.846,10 11.384,61
8 137.230,70 13.723,07
ANO APLICADO DIVIDENDO
9 162.953,70 16.295,37
10 191.249,10
TAXAS
VALOR INICIAL
Para investir em ações você só precisa ter o suficiente para comprar uma
ação. O preço de uma ação varia de empresa para empresa, indo de
centavos a milhares de reais. De qualquer forma, para não fazer com que
as taxas de corretagem sejam maiores do que o valor das ações que você
está comprando, é recomendado que você comece investindo pelo menos
R$500,00 por ação.
LIQUIDEZ
RISCOS
FII DE TIJOLO
Pode ser que não seja possível alugar o imóvel, sendo necessário
arcar com as despesas de manutenção do mesmo.
Pode ser que a construtora vá à falência antes do prédio ficar
pronto.
Pode ser que depois de pronto, o imóvel não valorize.
Para imóveis já prontos, é possível que não ocorra uma
valorização ao longo do tempo. Às vezes serão necessárias
reformas para corrigir avarias e sempre haverá os custos para
manutenção, que podem tornar-se insustentáveis.
Sempre existe o risco de não conseguir alugar o imóvel, tendo que
arcar com as despesas. Se você fez uma dívida para adquirir o
imóvel e esperava a ajuda do aluguel para tirá-lo do sufoco
quando o imóvel ficasse pronto, você poderá ficar em uma
situação complicada.
FII DE PAPEL
FIIde prazo indeterminado são aqueles que não têm prazo para
acabar. Enquanto os prédios estiverem lá, ou enquanto houver
novos CRI para se investir, o fundo manterá sua estratégia.
FIIde prazo determinado são FII que já nascem criados com data de
término. Normalmente, são fundos que buscam um objetivo muito
específico, como por exemplo um fundo que busca comprar
diversos imóveis no setor hoteleiro porque espera que haverá
grande valorização no médio prazo e os imóveis serão vendidos
com lucro. O lucro é distribuído aos cotistas em forma de
rendimento, e o valor investido nos imóveis é devolvido em forma
de amortizações. Ao final, o fundo deixa de existir.
Renda Mínima Garantida (RMG): Rendimento fixo pago por alguns FII
durante prazo determinado em prospecto, com o objetivo de propiciar
rendimento aos cotistas enquanto o fundo não consegue obter seus
próprios rendimentos.
RENDIMENTO
TAXAS
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
RISCOS
Já foram citados alguns riscos relacionados aos FII de tijolo e papel que são
intimamente ligados ao mercado imobiliário. Estes riscos podem ser
maiores ou menores de acordo com os ativos do fundo.
Prédios podem ficar sem inquilinos, o que aumenta os custos do fundo
que terá de arcar com as taxas de condomínio e manutenção, diminuindo
os rendimentos dos cotistas.
Se você possui um imóvel e não consegue alugá-lo, terá que pagar as
contas, retirando dinheiro do seu bolso. Se um FII tem um imóvel 100%
vago ainda assim ele tem que pagar as despesas. Como FII não mantém
dinheiro em caixa, pode ser que os cotistas sejam chamados a aportar
capital (dar mais dinheiro) para cobrir as despesas do fundo. Este é um
risco para FII com grande vacância ou que têm despesas que superam as
receitas.
Inquilinos problemáticos podem gerar muito transtorno para o fundo,
dando calote, entrando na justiça para revisão do aluguel e outras coisas
que acabam sempre prejudicando o rendimento dos cotistas.
Em fundos que estão construindo imóveis e utilizam o recurso da Renda
Mínima Garantida (RMG) é possível que o prédio demore mais tempo para
ficar pronto do que o previsto. Isto fará o prazo da RMG acabar e o fundo
ficar sem pagar rendimentos.
É possível também que o prédio fique pronto no prazo, mas o fundo não
consiga inquilinos suficientes para ter uma receita que possa igualar ou
superar os pagamentos da RMG, o resultado é que quando a RMG acaba, o
rendimento do fundo cai drasticamente e o preço da cota acompanha. A
receita que um fundo recebe dos aluguéis de seus imóveis ou de suas
aplicações financeiras é chamada de Renda Real. Em FII que paga RMG é
preciso avaliar se a renda real está se equiparando a RMG ou se o fundo terá
condições de igualar as duas antes do fim da RMG; caso contrário, o
resultado não será bom para o cotista.
Figura 28-1: Preocupe-se com a renda real, pois a RMG um dia acaba.
FII que possui somente um imóvel e um inquilino tem mais chances de
ficar numa situação ruim caso não consiga renovar o aluguel do que um FII
que possua diversos prédios alugados para diversas empresas diferentes.
Por outro lado, há FII que possuem apenas um prédio alugado para somente
um inquilino, no entanto este inquilino é algum órgão do governo ou
grande corporação que opta por fazer um contrato longo (duração de cinco
ou dez anos), o que dá grande segurança ao fundo.
FII de papel que investe somente em um CRI, terá seu risco concentrado
naquele CRI, enquanto FII que investem em diversos CRI farão uma
dispersão do risco.
Há o risco de queda no preço da cota, que varia de acordo com o humor
dos investidores. As cotas de FII em especial têm-se mostrado intimamente
ligadas à taxa de juros da economia, a nossa já conhecida taxa SELIC, de
forma que o preço das cotas tende a se ajustar de acordo com os
rendimentos distribuídos pelo fundo para que estes equivalham à taxa de
juros oferecida pelo governo nos seus títulos.
Por exemplo: Se a SELIC está em 10% a.a., um FII que distribua R$10,00
em rendimentos durante um ano, terá sua cota com o preço próximo a
R$100,00, de forma que os rendimentos (R$10,00) equivalham a cerca de
10% a.a. em relação ao valor da cota. Caso a SELIC suba para 20% a.a., o
que se tem observado é que os investidores irão derrubar o preço da cota
para R$50,00 para fazer o rendimento de R$10,00 ser equivalente a 20%
a.a.
FII que investem nas cotas de outros FII costumam acumular os riscos
que você viu até aqui. Assim, além de redução nos rendimentos se houver
algum problema nos FII em que investem, quedas nos preços das cotas
também os afetam. Se isso ocorre, o fundo não consegue vendê-las com
lucro, diminuindo seu rendimento. Isso derruba o preço da sua cota acima
do ajuste de preços realizado pelos investidores nos outros fundos.
Sempre pense duas vezes antes de comprar cotas na emissão ou IPO de
um FII. O custo pago pelas cotas no IPO inclui o valor da execução do IPO,
material publicitário, intermediários e outros gastos não relacionados à
compra do ativo do FII. No final, você paga mais do que o patrimônio do
fundo realmente vale, isto pode fazer com que você pague R$100,00 em
uma cota no IPO e no primeiro dia de negociação o mercado ajuste o preço
para R$96,00.
Preste atenção com fundos de prazo determinado. Se um fundo possui
um patrimônio de R$100 milhões e 100.000 cotas e pretende encerrar em
10 anos, sua cota deveria valer R$1.000,00 que é o valor total do
patrimônio dividido pelo número de cotas. Este valor é o chamado Valor
Patrimonial da cota (VP). No entanto, é impossível saber com precisão qual
o verdadeiro Valor Patrimonial de um FII, visto que o preço teórico de seus
ativos pode não ser o preço pelo qual eles serão vendidos. Isto faz com que
o preço das cotas no mercado possa ficar distorcido. Por exemplo, o FII
pode possuir um prédio que está avaliado em 100 milhões mas somente
consegue vender por 90 milhões. Se o mercado estava precificando a cota
deste fundo baseado no preço de 100 milhões do prédio, ela provavelmente
estaria mais cara do que o ideal e o investidor que tinha comprado uma
cota esperando receber sua parte dos 100, receberá sua parte somente de
90.
Se você comprar as cotas de um FII de prazo determinado, num momento
em que as cotas estão distorcidas para cima, você irá perder dinheiro,
porque está pagando mais caro do que o valor que será amortizado até o
fim do fundo. Por outro lado, se comprar num momento em que elas estão
distorcidas para baixo, poderá ganhar mais.
Por exemplo:
Patrimônio do Fundo: R$100.000.000,00
Número de cotas: 100.000
VP cota: R$1.000,00
Prazo: 10 anos
Suponha que esse fundo fará amortizações iguais até o término. Isso
equivale a amortizações de dez milhões de reais por mês, ou R$100,00 por
cota. Se você por acaso comprar a cota por R$1.200,00, no término de 10
anos você terá recebido R$1.000,00 de amortização, o fundo deixará de
existir e você terá o prejuízo dos R$200,00 que pagou a mais. Se por
algum motivo você conseguir comprar a cota por R$900,00, ao final de 10
anos receberá R$1.000,00 em amortizações e ainda receberá os
rendimentos do fundo, tendo um bom lucro.
Apesar disso, é difícil saber com precisão o VP de um fundo e a não ser
que o administrador seja específico no valor que irá amortizar no total,
não é possível afirmar com segurança qual o VP da cota, que seria o valor
justo a se pagar por ela.
O mais importante a se aprender aqui é: ao analisar um fundo de prazo
determinado, procure se informar sobre qual valor será amortizado até o
fim do fundo. Com essa informação será possível estimar um preço justo a
se pagar pela cota.
FII é investimento de Renda Variável. Todas as regras vistas sobre a
renda variável valem para os FII. Para investir em FII você deve utilizar
dinheiro que não pretende gastar e pensar sempre no longo prazo. Não se
deve escolher um FII pelo rendimento, mas sim pelos ativos que ele possui,
pela qualidade de seus inquilinos e pela sua capacidade de manter uma
baixa vacância.
Por último, se o governo alterar a legislação e iniciar a cobrança de
imposto de renda sobre os rendimentos pagos pelos FII, o preço das cotas
certamente será afetado negativamente, portanto, alterações na legislação
do imposto de renda também representam um risco para o investidor dos
fundos de investimento imobiliário.
ANALISANDO FII
ABL: Área bruta locável. Espaços de um imóvel que realmente podem ser
locados.
Vacância: Percentual de um imóvel ainda não locado.
Vacância contratada: Inquilinos ainda no imóvel mas que anunciaram
intenção de sair.
Vacância financeira: Valor de aluguel que não está sendo recebido em
relação ao total possível de se receber.
1 Acesse www.bmfbovespa.com.br/Fundos-Listados/FundosListados.aspx?
tipoFundo=imobiliario&Idioma=pt-br
CAPÍTULO 29
FUNDOS DE INVESTIMENTO
TIPOS DE FUNDOS
FUNDOS DI
Fundos que buscam igualar o rendimento da taxa DI (Depósito
Interbancário). Normalmente, aplicam em títulos pós-fixados de renda
fixa e baixo risco, executando também operações de proteção contra a
variação da taxa SELIC. São fundos estáveis, que apresentam rendimento
positivo constante, porém pequeno.
FUNDOS MULTIMERCADO
Fundos mais arriscados, que buscam rentabilidade acima da taxa DI,
investindo em diversos tipos de mercados como renda variável,
derivativos e câmbio. Normalmente, têm taxas de administração mais
elevadas e são mais voláteis (têm grande variação nos rendimentos),
podendo inclusive render negativamente, resultando em cotas
desvalorizadas).
FUNDOS DE RENDA FIXA
Buscam rendimento próximo da taxa DI aplicando em títulos públicos.
Oferecem maior risco que os fundos DI por estarem expostos ao efeito da
variação da taxa SELIC nos valores dos títulos.
FUNDOS DE CURTO PRAZO
Semelhante aos fundos de Renda Fixa e DI, porém as operações desses
fundos são limitadas a um número específico de dias.
FUNDOS DE AÇÕES
São fundos que investem em ações. Podem ter como critério: investir em
ações de um determinado setor, investir em ações de uma empresa
específica, investir nas mesmas ações que compõem algum índice – como
o IBOVESPA, investir com estratégias de compra e venda específica, entre
outras.
FUNDOS CAMBIAIS
Acompanham a variação do câmbio (valor de uma moeda em relação a
outra). Por exemplo: fundos de câmbio que investem em dólar tendem a
ter rendimentos positivos em caso de valorização do dólar frente ao real e
rendimentos negativos em caso de desvalorização.
Os fundos de investimento também podem aplicar em outros fundos que
possuem o mesmo objetivo e características descritos em seus
regulamentos.
Mais uma vez, perceba que investir em fundos de investimento é colocar
um intermediário entre você e os ativos de investimento. Há fundos de
investimento em ação por exemplo que nada mais fazem do que comprar
as ações de uma só empresa, coisa que você pode muito bem fazer por
conta própria. Outros, como os cambiais, lidam com ativos e operações
aos quais o pequeno investidor não tem muito acesso no Brasil, o que pode
ser uma vantagem caso você esteja interessado neste tipo de investimento.
Os fundos costumam ser classificados pelo risco: baixo, médio e alto.
Normalmente esta classificação está mais relacionada à volatilidade dos
rendimentos do fundo do que ao risco das aplicações em que eles
investem. Por isso, para compreender com clareza quais são os riscos de
um fundo, você deve ler o prospecto, identificar em que tipos de ativo o
fundo investe e analisar o risco desses ativos.
TAXAS
PAGAMENTO DE JUROS
VALOR INICIAL
LIQUIDEZ
RISCOS
ESCOLHENDO UM BANCO
Para escolher um banco é bom ter em mente o fato de que, se o banco falir,
você pode perder todo o dinheiro que estava lá depositado. Por isso, a não
ser que você tenha um motivo especial, é melhor optar por um dos grandes
bancos de varejo nacionais.
Você deve levar em conta os serviços que pretende usar e quais os
serviços que os bancos disponibilizam. Os pacotes de serviço dos bancos
de varejos são em grande parte padronizados, no final das contas a escolha
passa a ser mesmo sua própria preferência. Você também pode levar em
consideração a disponibilidade de agências e caixas eletrônicos na sua
cidade ou algum outro critério do seu interesse.
Para fins de investimento na Bolsa, ao analisar os pacotes de serviço dos
bancos procure por disponibilidade de Internet Banking e transações (TED e
DOC) grátis. Para o dia a dia, busque por taxas pequenas e disponibilidade
de cartões de crédito que lhe agradem.
Está previsto em lei que todo banco deve oferecer como opção a
abertura de uma conta corrente onde todas as transações devem ser
realizadas de forma digital, sem a cobrança de taxas e sem a mensalidade
de pacote de serviços. Esta opção é comumente chamada de ”conta
digital” e pode ser uma boa opção caso você necessite apenas dos serviços
básicos de um banco e faça todas as operações pela internet.
A maioria dos bancos passam a dar descontos e vantagens à medida que
você investe em fundos e aplicações do banco, tem renda estável e se torna
um cliente antigo.
Bancos ganham dinheiro emprestando dinheiro. Eles gostam de pessoas
que pegam dinheiro emprestado e que possam pagar, ou de pessoas que
deixam seu dinheiro no banco de forma que ele possa utilizar o seu
depósito para financiar suas atividades.
Se você tiver uma renda mensal estável e crescente, como funcionários
públicos por exemplo, você verá, aos poucos, sua disponibilidade de
crédito ir aumentando e o seu gerente ligando para oferecer alguma
“vantagem”.
Tempo de existência da conta e quantidade de investimento em ativos do
Banco podem lhe dar um argumento para “chorar” com o seu gerente
descontos nas taxas dos serviços e acessos aos cartões de crédito com mais
vantagens sem pagar as anuidades.
Para quem deseja investir, o ideal é buscar por pacotes de serviços que
disponibilize transações financeiras (Doc e TED) sem taxa, no mínimos uma
por mês, pois você utilizará estes serviços quando for transferir seu
dinheiro para a corretora de valores. Quanto menos taxas, melhor.
Acesso ao Internet Banking também é um ponto importante e facilitará
sua vida. No Brasil, ir ao banco pessoalmente não só é perigoso como
exige tempo e filas desnecessárias. Gerencie sua conta pela internet e tudo
será mais fácil.
CAPÍTULO 31
Abra sua conta na corretora pela internet. É o jeito mais fácil e rápido. Se
você é maior de 18, precisará do seu documento de identidade, CPF,
comprovante de endereço, uma caneta e um scanner. Se você é menor de
18, precisará também do seu responsável.
O processo todo é muito simples, bastando você preencher seus dados,
selecionar onde quer operar e aceitar os termos. Na sequência terá que
mandar a cópia dos seus documentos e do contrato assinado via internet e
pronto. No próximo dia útil você terá sua senha de acesso.
Para se cadastrar proceda assim:
Pronto. Se alguma coisa der errado você será informado ou, caso demore
a receber informações, entre em contato com a corretora (primeiro teste de
qualidade). Dando certo, você recebe seu login e senha de acesso.
Após fazer o cadastro e ele ser aprovado, a corretora enviará o número
da conta onde você deverá depositar o dinheiro para iniciar suas
operações. Você só pode enviar e retirar dinheiro da corretora por alguma
conta de banco que tenha seu CPF atrelado (ou do responsável, no caso de
menores). O prazo para o dinheiro aparecer no seu saldo da corretora
depende se você fez TED (mesmo dia útil) ou DOC (próximo dia útil).
Quando tiver enviado o dinheiro, entre no site, faça o login e observe
sua página de acesso.
No primeiro acesso, algumas corretoras solicitarão o preenchimento de
um questionário para definir se você é um investidor conservador ou
arrojado. Farão perguntas como “você está disposto a perder todo o seu
dinheiro?” e este tipo de coisa. Responda como lhe for conveniente. Suas
respostas serão utilizadas para que a corretora o classifique em
determinada categoria de investidor e permita seu acesso a alguns tipos
específicos de operações conforme as regras da Bolsa. Na prática,
qualquer um que investe em renda variável deve ser arrojado e estar
preparado para perder todo o seu dinheiro investido, pois é isso que
acontece quando a empresa em que você investe vai à falência. Já é hora
de compreender que dinheiro aplicado em ações é dinheiro que você não
pretende usar por muito tempo e que, em último caso, não vai mudar sua
vida se for perdido. Fique tranquilo. Escolha boas empresas e acredite nas
suas decisões.
Nas crises, até as ações das melhores empresas despencam trinta ou
quarenta por cento. Variações na taxa SELIC, podem fazer o valor do seus FII
variarem mais de trinta por cento para cima ou para baixo do dia para a
noite. Nada disso muda os fundamentos, as empresas boas continuam
sendo boas e os prédios dos FII continuam lá com os mesmos inquilinos
pagando os mesmos aluguéis.
2 www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-instituicoes-financeiras-habilitadas
3 www.bmfbovespa.com.br/corretoras/BolsaDeValores.aspx?idioma=pt-br
CAPÍTULO 32
USANDO O HOMEBROKER
Quando você abrir o programa se deparará com algo mais ou menos assim:
ÍNDICE BOVESPA
Você provavelmente já deve ter assistido a algum jornal na televisão em
que é comentado que o Índice Bovespa caiu tanto ou subiu tanto e esta
variação é usada como se fosse o resultado que a Bolsa de Valores teve
como um todo. Mas o que é o Índice Bovespa?
O Índice Bovespa, ou Ibovespa, simula o resultado que alguém teria se
tivesse aplicado em ações que atendessem alguns critérios estipulados
pela Bolsa. Entre esses critérios estão ter negócios na maioria dos pregões
e ter representatividade no volume financeiro negociado diariamente. São
critérios que buscam incluir as principais empresas com alguma
significância na BMF&BOVESPA.
Trata-se de uma tentativa de representar o desempenho geral das ações
da Bolsa de Valores de São Paulo. Porém, os ativos não são computados de
forma igual, sendo a participação de cada ação ponderada em relação ao
valor de mercado do free float da empresa. Isto significa que algumas
ações têm maior participação que outras.
Observe alguma das ações da carteira teórica para o mês de julho de
2015:
QTD
CÓDIGO AÇÃO TIPO PART %
TEÓRICA
Pode ser que a sua corretora também cobre corretagem diferenciada para
operação em diferentes mercados. Fique atento.
Alguns exemplos de códigos de FII:
AEFI11 = FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO AESAPAR
Sua senha para acesso ao Tesouro Direto também é enviada pela sua
corretora. As corretoras que estão integradas ao sistema oferecem o acesso
ao Tesouro Direto pelo próprio site da corretora. Você faz o login pelo site
da corretora, seleciona a área de Tesouro Direto e faz suas operações por
ali mesmo.
Se a sua corretora não é integrada, você deve acessar o site do Tesouro
Direto1, selecionar a aba “Já é investidor? Acesse aqui” e em seguida
selecionar o menu “Investidor Cadastrado”, chegando à página de login:
INVESTIMENTO PROGRAMADO
INVESTIMENTO TRADICIONAL
Você deve ter um controle próprio das suas operações na Bolsa de Valores,
em primeiro lugar, para acompanhar o desenvolvimento do seu patrimônio
e o cumprimento dos seus objetivos e, em segundo lugar, porque um
controle preciso tornará o preenchimento do imposto de renda muito mais
simples e rápido.
Apesar de ser possível visualizar no homebroker sua custódia atual, lá
não está especificado o preço que você pagou pelas ações nem o seu preço
médio, que é o que você deve lançar no imposto de renda. Além disso,
pode ser que por algum evento do destino você não receba seus informes
de rendimentos no final do ano, e caso você não tenha anotado tudo o que
recebeu no ano, terá problemas para encontrar as informações necessárias
sem o seu registro próprio.
Com o hábito, controlar o seu patrimônio acabará se tornando uma
atividade rotineira, às vezes prazerosa, por isso, sempre faça registro
completo de todas suas operações e dos valores que recebeu dos seus
investimentos.
Há pessoas que gostam ou precisam deixar tudo na mão de outros, se
você é desses, terá que, no mínimo, imprimir todas suas ordens de
corretagem e extratos mensais da corretora para que o contador faça o
serviço e você se resguarde em caso de problemas.
Este livro vai lhe mostrar uma das maneiras de fazer esse controle. Você
pode seguir o que for mostrado e aperfeiçoar para o seu gosto ou encontrar
outras maneiras que considere melhores, o importante é que você tenha
um bom controle.
Nesta maneira de controlar investimentos em renda variável, será
utilizado o Microsoft Excel. Qualquer outro programa de tabelas pode
funcionar. O Excel oferece vantagens porque permite desenvolver suas
próprias fórmulas e é muito versátil. As tabelas mostradas aqui podem ser
baixadas do site http://www.investindo.org.
NOTAS DE CORRETAGEM
Quando você faz uma compra ou vende algum ativo na Bolsa de Valores,
após o término do pregão, sua corretora lhe enviará, normalmente via e-
mail, a nota de corretagem:
Ou:
Coluna “G”:
Na Coluna “H” coloque o valor percentual que você deseja para essa
ação dentro do total da sua carteira. Por exemplo, se você quer que essa
ação represente 10% do valor investido em ações, registre nessa célula o
valor 10%.
Coluna “I”:
Coluna “J”:
Coluna “K”:
Quando tiver preenchido as linhas com todas as ações que possui, crie
após a última linha, uma linha que representa o somatório de todas as
linhas de cada coluna.
Nesta linha, nas colunas “C”, “D”, “F”, “G”, “H”, “I” e “J” insira a
fórmula:
Troque a letra C pela letra de cada coluna, a X pela primeira linha da
tabela que contém uma ação (normalmente a linha 2, pois a primeira é o
cabeçalho) e a letra Y pela última linha que contém uma ação.
Feito isto, nomeie as células que possuem o total da coluna “C” para
“ACOES_IN” e da coluna “F” para “ACOES_AT”.
O que essa tabela faz é o seguinte:
Coluna “A”: Código da ação.
Coluna “B”: Somatório do número de ações de todas as compras e
vendas registradas na tabela “Lançamentos-Ações”.
Coluna “C”: Somatório do valor total de todas as compras e vendas
registradas na tabela “Lançamentos-Ações”.
Coluna “D”: Define o percentual do dinheiro investido naquela ação em
relação ao dinheiro que você investiu no total, representado pela célula
“ACOES_IN”.
Coluna “E”: Mostra a cotação atual da ação.
Coluna “F”: Mostra o valor atual de todas as suas ações daquela
empresa. É o resultado do somatório do número de ações com o código
da coluna A multiplicado pelo valor da cotação.
Coluna “G”: Define quantos % o valor atual desta ação representa em
relação ao valor atual total de todas as suas ações, representado pela
célula ACOES_AT.
Coluna “H”: É o valor percentual que você definiu para esta ação ter na
sua carteira. Utilize para compará-lo com as colunas D e G e ver se o
que você planejou está de fato acontecendo.
Coluna “I”: É a diferença ente o valor investido e o valor atual, colunas
C e F.
Coluna ”J”: É a diferença percentual entre o valor investido e o valor
atual. Utilize para verificar se suas ações se valorizaram e quantos %
elas valorizaram em relação ao dinheiro que você aplicou inicialmente.
Coluna “K”: Somatório do valor investido mais o valor das bonificações
e subscrições que ocorrerem com esta ação. Você verá com mais
detalhes estes lançamentos na próxima seção. Esta coluna é importante
para facilitar o preenchimento do IR.
Uma vez construídas as tabelas “Lançamentos – Ações” e “Custódia –
Ações”, basta você efetuar os lançamentos das notas de corretagem e a
tabela de custódia se atualizará sozinha, mantendo você a par da situação
dos seus investimentos em ações. Para que as cotações online funcionem
você deverá estar conectado à internet e com os programas da corretora
abertos, para que eles forneçam o sinal.
Caso você compre uma ação que não tinha inserido antes, basta inserir
uma nova linha e copiar os códigos da linha de cima, apenas alterando o
código da ação, o código para obter a cotação e o valor percentual alvo na
coluna “H”.
A tabela Custódia permite que você verifique se o valor de uma ação em
sua carteira está de acordo com o percentual que você definiu na coluna
“H”. Dessa forma, quando for comprar mais ações você saberá de qual
ação comprar, basta ver qual tem a maior diferença entre o % alvo e o %
carteira. Para fazer essa análise, compare os valores das colunas “H” e “G”
ou, se preferir, pode comparar as colunas “H” e “D”.
Utilizar a coluna “G”, com o valor atual da ação, fará com que ações que
valorizaram ganhem percentual maior na sua carteira e ações que caíram
de preço percam valor percentual. O resultado é que você compra mais das
ações que caíram e menos das que estão subindo. Se você fez a lição de
casa e escolheu boas empresas, esta estratégia automaticamente fará você
comprar ações da empresa que está mais barata.
Esta forma de administrar a carteira também facilita na hora de comprar.
Basta comprar a ação que está mais para trás em relação ao percentual
planejado.
Por outro lado, fique atento se você tiver que comprar a mesma ação
várias vezes seguida. Isto indica que o preço dela está em queda durante
muito tempo. Talvez seja interessante você rever sua análise desta
empresa.
É comum que depois que você exerça seus direitos, as novas ações
XXXX3 não apareçam imediatamente em sua conta corrente. Ao invés
disso, surge mais um ativo desconhecido com o código XXXX13. Isto
ocorre porque algumas vezes as ações/cotas que você recebe quando
exerce uma subscrição levam um certo tempo para terem todos os direitos
do ativo original. É como se elas fossem uma larva em um casulo de
XXXX3 se desenvolvendo ali na sua custódia até romperem o invólucro e
se tornarem uma XXXX3 plena. Na prática isto não muda muita coisa na
sua vida.
Se você exercer suas subscrições, registre na tabela “Lançamentos”
como se fosse uma compra normal pelo preço definido na subscrição, com
a vantagem de não pagar nenhuma taxa (figura 34-7).
Se você vender suas subscrições, terá de calcular o lucro que teve na
operação e recolher o imposto devido.
Você também pode exercer somente uma parte e vender o resto ou
simplesmente não fazer nada. No término do período de subscrição seus
direitos desaparecerão.
REGISTRANDO BONIFICAÇÕES
Bonificações são mais comuns em ações do que em FII. É como se a
empresa lhe desse de presente algumas novas ações sem cobrar nada.
Quando informam que irão realizar uma bonificação, as empresas também
informam qual o preço que o investidor deve considerar para cada ação
para fins de declaração de Imposto de Renda.
Figura 34-7: Registro dos eventos acionários.
As bonificações são relativas a uma percentagem das ações que você
possui e caso você tenha direito a frações, já sabe que receberá esta parte
em dinheiro.
Por exemplo:
A empresa cuja ação tem o código XXXX3 informa que realizará uma
bonificação de 10% no valor por ação de R$9,00 a ser creditada em 25/02
para investidores que possuírem ações no dia 20/02.
No dia 20/02 você tinha exatas 115 ações XXXX3. Você terá direito a
11,5 ações nesta bonificação. Na prática, aparecerão na sua custódia 11
novas ações XXXX3 e depois de algum tempo você receberá um dinheiro
relativo a 0,5 ação que faltou.
Para registrar uma bonificação na tabela “Lançamentos”, observe as
considerações abaixo.
Para fins de cômputo da sua custódia, essas ações têm custo zero,
porque você não pagou nada por elas. Portanto deve lançar uma
bonificação como uma nova compra de 11 ações por R$0,00 e sem taxas.
No entanto, se algum dia você vender essas ações, o lucro a ser
considerado para o imposto de renda será calculado pela diferença entre o
preço que você vendeu e o preço que você pagou. Acontece que a própria
empresa já informa que você deve considerar, para fins de imposto de
renda, que estas ações custaram R$9,00.
Tendo em vista que você quer ter um acompanhamento fiel do dinheiro
que realmente investiu e também um acompanhamento do que deve ser
lançado no imposto de renda, criam-se duas colunas na tabela
“Lançamentos”: Bonificação e Valor Nominal. Essas colunas serão
utilizadas para registrar a bonificação (Figura 34-7).
Lance a bonificação como se fosse uma compra normal com custo e
taxas zero e na coluna “L” – Bonificação coloque a fórmula que multiplica
as células da coluna “C” com a coluna “M”, lembre-se de trocar o “X”
pelo número da linha:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No curto prazo nenhum evento com ações faz qualquer diferença para os
investidores, porque a Bolsa desconta do preço de fechamento da ação um
valor proporcional ao evento ocorrido de forma que o valor total das suas
ações antes e logo após o evento permanecem o mesmo. No entanto, com
exceção dos desdobramentos, no longo prazo, se você estiver investindo
em boas empresas e reaplicando os dividendos, bonificações e subscrições
abaixo do preço de mercado podem adicionar um ganho a sua carteira,
pois representam mais ações sendo compradas por um custo reduzido.
Desdobramentos são feitos com a intenção de reduzir o preço das ações
e aumentar a liquidez. Já agrupamentos são feitos para evitar que a ação
caia abaixo de R$0,01. Não alteram o patrimônio de quem já possui a
ação.
Uma possível desvantagem de não exercer suas subscrições é que,
quando as mesmas ocorrem, há um aumento do número total de
ações/cotas e se você não exercer seus direitos, sua posição percentual em
relação ao total será diminuída, o que é chamado de diluição. Se você tem
pouco dinheiro investido e a nova emissão for pequena em relação ao total
de ações/cotas existentes antes, não há por que se preocupar. No entanto,
se você tiver uma posição muito grande (por exemplo, 5% de todas as
cotas de um FII) e ocorrer uma nova emissão significativa (dobrar o
número de cotas que já existem do FII), sua posição será diluída (você terá
agora apenas 2,5% das cotas).
Ser diluído significa que você será dono de um pedaço menor da
empresa, ou terá direito a uma fatia menor dos rendimentos de um FII.
Novas emissões gigantescas tendem a privilegiar apenas um grupo
seleto de pessoas, normalmente os próprios controladores de uma
empresa. Se a empresa em que você investe anda fazendo emissões
grandes e dando números enormes de ações para seus executivos, é hora de
analisar se a governança não está se deteriorando.
1 docs.google.com
CAPÍTULO 35
ESTUDO DE CASO
Para finalizar, analise estas pequenas estórias que servirão para ajudar
você a definir uma estratégia que esteja de acordo com seus objetivos.
A primeira estória trata de estratégias que têm objetivos bem
específicos, obter um determinado valor dentro de um prazo definido.
Para objetivos com prazo definido não sobram outras opções além do
investimento em renda fixa. É impossível prever quanto valerá um ativo
de renda variável na época em que você for precisar do dinheiro que tinha
planejado. Resta então analisar as opções de renda fixa disponíveis para
ver qual se adequa ao seu objetivo e oferece mais vantagens.
ESTÓRIA UM
Este é o Paulo.
Paulo Tavares ganha cerca de R$3.000,00 por mês. Ele sempre consegue
guardar um pouco no final de cada mês, já tendo juntado cerca de
R$15.000,00 na poupança. Ele considera seu emprego bem estável, acha
que não corre o risco de ser demitido no futuro próximo e está confortável
com o dinheiro que tem na poupança como reserva de emergência.
Paulo possui um veículo que está em bom estado, mas que ele pretende
trocar por um mais novo dali a cerca de dois anos. Ele considera que uma
quantia de R$60.000,00 será o suficiente para adquirir um veículo
adequado dali há dois anos. Estima que conseguirá vender seu veículo
atual por cerca de R$20.000,00 e está disposto a retirar R$5.000,00 da
poupança de emergência para ajudar com a compra. Fazendo as contas ele
conclui que precisará juntar cerca de R$35.000,00 em dois anos, o que dá
algo próximo de R$1.460,00 por mês.
Paulo considera que consegue fazer um esforço e juntar R$1.000,00 por
mês. Para atingir seu objetivo Paulo teria que encontrar uma aplicação
com taxa de 1,1% a.m. Difícil de conseguir.
Como vai fazer aplicações todos os meses, Paulo não conseguirá entrar
na menor alíquota de IR. que ocorre após dois anos com o capital investido.
Ele terá que focar somente nas aplicações isentas de IR. Seu banco
disponibiliza as opções de investir na Poupança, LCI, LCA ou CRI isentos de
imposto.
Com seu capital inicial de R$5.000,00 Paulo não conseguirá aplicar em
LCI, LCA ou CRI do seu banco e ele não está interessado em arriscar em
bancos pequenos. Além disso, nunca se sabe, se ele for demitido vai querer
usar o dinheiro que vinha juntando, precisará de liquidez imediata. Restou
a poupança.
As perspectivas não parecem boas para Paulo e ele já começa a ver seu
futuro carro desaparecendo no horizonte de seus sonhos.
Paulo não está muito animado.
Naquela época a taxa SELIC estava em 12% a.a. e vinha aumentando
seguidamente devido à economia derrapante. Paulo sabe que com a SELIC
nesse patamar a poupança rende 0,5% a.m. mais o valor da TR e a
perspectiva da SELIC manter-se nos dois dígitos ao ano era grande.
Paulo faz uma simulação, considerando uma taxa de 0,6 a.m. para a
poupança, e vê que com a sua estratégia, teria ao final de dois anos cerca
de R$32.600,00.
Uma pontada de esperança tranquiliza o coração agonizante de Paulo e o
carro volta a tomar forma em sua mente. Afinal, se ele não utilizar sua
reserva de emergência nesse período de dois anos, ainda terá R$10.000,00
e poderá completar a diferença. Ou quem sabe, aguardar mais uns dois
meses e não precisa utilizar dinheiro restante em sua reserva.
Então ele se lembra que sua reserva de emergência também está na
poupança e ele não vai fazer outra conta só para o carro, o dinheiro dos
aportes mensais irá para a mesma poupança. Isso mudará o montante
inicial do investimento. Paulo recalcula, agora considerando os
R$15.000,00 como capital inicial. Obtém o resultado de cerca de
R$44.200,00 ao final de dois anos.
No seu caso, diferente do Paulo, pode ser que você não tenha nenhum
objetivo em mente mas tenha dinheiro em mãos para ser investido. Se
você pretende aplicar no mercado financeiro, o primeiro passo é decidir se
você pretende utilizar o dinheiro no futuro. Se você não sabe ou tem
dúvidas, o melhor é ficar longe da renda variável e focar nas opções de
renda fixa.
A segunda estória trata do que fazer quando se recebe uma quantia
grande de dinheiro de uma só vez.
ESTÓRIA DOIS
Todo este livro foi escrito tendo como base uma estratégia de investimento
que busca a independência financeira no longo prazo. Para isso, essa
estratégia tem como fundamentos:
ATENÇÃO
As informações contidas aqui são apenas uma orientação geral. Consulte
os manuais oficiais da Receita Federal ou algum profissional antes de
fazer o preenchimento do seu imposto de renda.
Figura 1: DARF.
Preencha a DARF colocando seu nome, telefone e CPF. O campo 02,
período de apuração, é o último dia do mês que você está considerando
para cálculo do imposto, no caso do exemplo, 28/02. O código da receita é
o 6015, o campo 05, código de referência fica em branco. Na Data de
Vencimento vai o último dia do mês seguinte do mês apurado, neste caso,
31/03. Valor do principal é o valor do imposto, R$2.250,00. O campo 08,
valor da multa é só em caso de atraso no pagamento, para calculá-lo é
melhor utilizar o site da receita. Valor total é a soma do valor principal
com o valor da multa, se houver. Pague a DARF, guarde os comprovantes e
pronto.
No mês de março você tem um resultado diferente:
DATA OPERAÇÃO QTD VALOR TOTAL
No mês de junho não foram feitas vendas, portanto não houve lucro nem
prejuízo. Ainda assim, você deve manter um controle de suas compras
para saber o preço médio que pagou em suas ações, pois é sobre ele que
calculará futuros resultados. Observe que você comprou 1000 ações a
R$20,00 e depois comprou mais 500 a R$21,15. Como saber qual será o
lucro quando as vender?
Basta somar todo o valor investido (R$20.000,00 + R$10.575,00) e
dividi-lo pelo número total de ações compradas (1000+500). O resultado
desse cálculo será R$ 20,3833. Arredonda-se para cima somente quando a
terceira casa decimal for maior que cinco, dessa forma o seu preço médio
será 20,38.
Isto significa que, na média, você pagou R$20,38 pelas suas ações
daquela empresa específica. Este é o preço médio. Mantenha um controle
desse preço para o cálculo do resultado de futuras vendas.
Mês de Julho:
DATA OPERAÇÃO QTD VALOR TOTAL
No mês de julho você comprou mais 100 ações a R$18,00 e vendeu 1000
a R$25,00. O resultado do mês foi um lucro de R$23.200, mas para o
pagamento de imposto, na verdade não foi bem isso que ocorreu.
Lembre-se que você possuía 1500 ações compradas em junho por um
preço médio de R$20,38. Ao comprar mais 100 ações por R$18,00, terá
que calcular seu novo preço médio.
DEBÊNTURES
Os rendimentos recebidos de debêntures não isentas, devem ser lançados
na aba “Rendimentos Sujeitos à tributação exclusiva” item “06–
Rendimentos de aplicações financeiras”. Especifique com o nome da
empresa ou conforme constar no seu informe de rendimentos.
Os rendimentos das debêntures incentivadas são registrados na aba
“Rendimentos Isentos e não tributáveis”, no item “24–Outros”. Será
preciso especificar seu CPF, CNPJ da fonte pagadora, nome da fonte
pagadora e descrição do rendimento.
O saldo investido deve ser lançado na aba “Bens e Direitos” com o
código “45–Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros)”. Discrimine
informando como Debêntures seguido do nome e CNPJ da empresa e
informe o valor conforme lançado em seu informe de rendimentos.