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Seguranca e Medicina

do Trabalho
Material Teórico
Acidentes de Trabalho

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Jacqueline Mazzoni

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Rose Toffoli
Acidentes de Trabalho

• Introdução;
• Classificação dos Acidentes;
• Causas dos Acidentes;
• Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT;
• Análise de Acidentes de Trabalho;
• Doenças Ocupacionais.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Como distinguir e diferenciar um acidente de um incidente, assim como a doença profis-
sional e a doença do trabalho?
• Quais são as causas que se devem identificar para a prevenção dos acidentes de trabalho?
• Quando e quais os procedimentos corretos para se comunicar um acidente de trabalho?
• Como analisar um acidente de trabalho a fim de prevenir?
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Acidentes de Trabalho

Contextualização
Em Brasília, ato homenageia mortos por acidentes e doenças do trabalho.
Explor

Brasília – Para marcar as comemorações do Dia Mundial da Saúde e Segurança no Traba-


lho, celebrado neste domingo (28), representantes de trabalhadores, empregadores, de
diversos setores do governo e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) reuniram-se
na manhã de hoje (26), em Brasília, para homenagear os mortos por doenças e acidentes
decorrentes do trabalho. A data também é conhecida como Dia em Memória das Vítimas
de Acidentes de Trabalho. Segundo a OIT, mais de 2,3 milhões de pessoas morrem em
todo o mundo anualmente em consequência de atividades que exercem profissionalmen-
te – das quais 2 milhões são acometidos por doenças profissionais. Leia a reportagem na
íntegra, disponível em: http://bit.ly/2ZPG0XN

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Introdução
A palavra acidente vem do latim accidens, que significa acaso, portanto, aci-
dente seria qualquer fato inesperado e indesejado que interrompe o curso normal
de um acontecimento, causando na pessoa que sofre a ação um determinado dano,
seja à integridade física e/ou ao patrimônio. Comumente é originado por fatores
ambientais, sociais, instrumentais, humanos etc. (CARDELLA, 2010).

Portanto pode-se dizer que, o acidente é um evento não programado nem pla-
nejado, portanto indesejável, que pode provocar no trabalhador lesão, doença ou
morte, além de causar algum dano à propriedade.

Por outra parte, no trabalho também se produzem incidentes, frequentemente


chamados de quase acidentes, e, na maioria dos casos, o uso desta expressão é
bastante apropriada.
O incidente é qualquer evento ou fato negativo com potencial para provo-
car danos, mas que não chegam a causá-los. (COSTELLA, 1999, p. 98)

Consideramos um exemplo de incidente:


Uma trabalhadora de indústria de confecção de roupas, cuja tarefa é ajuste de coletes.
No momento de sentar-se na cadeira, o assento não estava bem seguro, firme, a mesma
quase caiu não fosse o fato de segurar-se na ponta da mesa evitando algum ferimento.

Dessa forma, observa-se que os incidentes não geram perdas diretas, mas po-
dem alterar o desenvolvimento normal das operações. Portanto, o conhecimento
e análise de incidentes permitirá obter informações que podem ser utilizadas para
evitar ou controlar os acidentes com lesões pessoais ou danos à propriedade.

O acidente de trabalho deve ser entendido sobre dois enfoques, o conceito legal
e o prevencionista.

Lei n.º 8213/91, que dispõe em seu artigo 19 define:


Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturba-
ção funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.

São consideradas também acidente do trabalho segundo Ministério do Trabalho


e Previdência Social:
• Doença profissional: aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade;
• Doença do trabalho: aquela adquirida ou desencadeada em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

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UNIDADE Acidentes de Trabalho

Segundo a Lei n.º 8213/91, em seu artigo 21, equiparam-se também ao aciden-
te do trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa úni-
ca, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução
ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho,
em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decor-
rentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário
de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade
da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando finan-
ciada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão
de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aque-
la, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de proprie-
dade do segurado.

Importante! Importante!

No acidente de trajeto quando o funcionário se acidenta utilizando-se de veículo particu-


lar ou mesmo recebendo vale-transporte para uso de transporte coletivo, será conside-
rado acidente de trabalho, pois não importa o meio de locomoção e, sim, a causalidade
do evento. Mas atenção, devemos observar que nada impede que o funcionário sofra
alguma penalidade por parte da empresa por cometer uma falta grave ou que o próprio
INSS entenda que houve um desvio de trajeto e de conduta.
Vejamos alguns exemplos que podem descaracterizar acidente de trabalho:
• Mudar o seu trajeto para comprar algo pessoal, tomar um café em um bar ou passar
num supermercado, perdendo um bom tempo e, ainda sofra um acidente;
• Utilizar de vale-transporte e identificar que faz uso de transporte coletivo em seu
trajeto e sofre um acidente quando estava na carona de uma moto;
• O acidente também só será considerado a partir da saída de sua residência, caso ele
ainda esteja em casa, escorrega e cai, por exemplo, não será acidente de trabalho.

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Segundo Cardella (2010), o conceito prevencionista de acidente do trabalho
é muito mais amplo, ou seja, o acidente é considerado qualquer ocorrência não
programada, inesperada, que modifica ou interrompe o processo normal de uma
atividade, podendo ocorrer outras consequências como danos materiais (aos equi-
pamentos, aos produtos, as instalações e ao meio ambiente).
Através do conceito legal, percebemos que o acidente só ocorre se dele resultar
um ferimento. Mas devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das consequên-
cias do acidente. Esta definição não é interessante para a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho porque cria uma dependência de ocorrer um agravo direto ao
trabalhador, pois, só é considerado acidente do trabalho aquele que tem uma vítima
com lesões. No entanto, o conceito prevencionista deixa claro que o acidente pode
ocorrer sem provocar lesões pessoais.

Classificação dos Acidentes


A NBR 14280:2001 classifica os acidentes pela severidade das lesões sofridas
pelo acidentado:
• Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tem-
po): Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia ime-
diato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente.
Nota: Esta lesão pode provocar incapacidade permanente total, incapacidade
permanente parcial, incapacidade temporária total ou morte.
• Incapacidade permanente total: Perda total da capacidade de trabalho, em
caráter permanente, sem morte;
Nota: Causa essa incapacidade as lesões que, não provocando a morte, impos-
sibilitam o acidentado, permanentemente, de trabalhar ou da qual decorre a
perda total do uso ou a perda propriamente dita, entre outras, as de:
» ambos os olhos;
» um olho e uma das mãos ou um olho e um pé, ou;
» ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.
• Incapacidade permanente parcial: Redução parcial da capacidade de tra-
balho, em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade
permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo,
perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução per-
manente de função orgânica.;
• Incapacidade temporária total: Perda total da capacidade de trabalho de que
resulte um ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade perma-
nente parcial e a incapacidade permanente total;
• Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de
tempo): Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no
dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente.

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UNIDADE Acidentes de Trabalho

Causas dos Acidentes


Os princípios da prevenção dos acidentes apontam que todo acidente tem causas
que os originam e que podem ser evitados ao se identificar e controlar as mesmas.
Estamos falando das causas básicas e das causas imediatas. Vejamos a seguir a
seguinte sequencia de causalidade demonstrada pela figura 1:

Sequência Causal dos Acidentes

Causas
Fatores Pessoais Fatores de Trabalho
Básicas

Causas Atos Inseguros Condições Inseguras


Imediatas

Acidentes

Esse é um modelo que deve ser usado para explicar como ocorrem os acidentes.

As causas básicas são também chamadas de causas raízes ou indiretas, porque


é a condição que inicia a sequencia para a ocorrência dos acidentes, é a origem
das causas imediatas Segundo Cardella (2010) são classificadas geralmente em dois
grupos: fatores pessoais e fatores de trabalho.

Os fatores pessoais dizem respeito a, falta de conhecimento para manejar equi-


pamentos; incapacidade física ou mental para o trabalho; baixa autoestima; con-
flitos; frustração; desmotivação; nervosismo; excesso de confiança; desrespeito às
instruções; má interpretação das normas, falha ou falta de comunicação. Quanto
aos fatores de trabalho, temos aumento do ritmo de produção; tecnologia inade-
quada para os equipamentos; projeto, construção ou manutenção inadequada das
ferramentas e equipamentos; normas de compras inadequadas; desgaste normal
das ferramentas e equipamentos; materiais com baixa exigência de qualidade.

As causas imediatas são circunstâncias que se apresentam originando direta-


mente o acidente. É a causa que verdadeiramente contribuiu para a ocorrência do
mesmo (fonte do acidente). Observam-se facilmente e se referem aos atos inse-
guros e as condições inseguras (CARDELLA, 2010).

Antes de seguir vamos ver um exemplo: a causa imediata de um acidente pode


ser a falta de um tipo específico de EPI, mas a causa básica pode ser que esse tipo
de proteção não foi utilizado porque é incomodo.

Suponhamos que um trabalhador foi ferido no olho por um resíduo qualquer.


Investigado o caso se comprova que não levava seus óculos de segurança:

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• Causa imediata: ausência de proteção individual;
• Causa básica: é fundamental descobrir porque não carregava com ele os ócu-
los, poderia ser por vários motivos, de ordem pessoal, por exemplo.

O ato inseguro seria a forma como um trabalhador pode se expor, consciente


ou inconscientemente, ao risco de sofrer um acidente. Vejamos alguns exemplos
a seguir:
• Operar um equipamento sem autorização;
• Desativar os dispositivos de segurança das máquinas;
• Usar equipamento com defeito;
• Usar equipamentos ou ferramentas incorretamente;
• Não sinalizar ou comunicar os riscos;
• Não usar o equipamento de proteção individual (EPI);
• Postura do corpo incorreta para levantar cargas pesadas,
• Realizar manutenção de equipamentos quando estão em funcionamento;
• Fazer brincadeiras com colegas e perder o foco da atenção;
• Trabalhar embriagado;
• Realizar o trabalho estando doente;
• Fazer trabalhos sem capacitação prévia;

Condições Inseguras seria todo fator de risco que depende única e exclusiva-
mente das condições existentes no ambiente de trabalho (irregularidades em má-
quinas, equipamentos, etc.) ou da forma com que o trabalho é administrado (falta
de treinamento, horas extras excessivas, etc.) que podem levar a ocorrência de
acidentes. Seguem alguns exemplos:
• Sistemas de sinalização e alarmes inadequados;
• Organização inadequada do trabalho;
• Falta de espaço físico para trabalhar;
• Ausência de manual de operações e funções;
• Condições atmosféricas perigosas;
• Perigo de incêndios e explosões;
• Ruído excessivo;
• Exposição a gases, vapores, poeiras, fumos;
• Iluminação inadequada;
• Organização e limpeza inadequadas;
• Posto de trabalho construído sem levar em conta as características do trabalhador;
• Falta de equipamentos de proteção individual (EPI);

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UNIDADE Acidentes de Trabalho

Antes de prosseguir convido você a refletir sobre o acaso falado na definição de


acidentes no início do texto, será que é possível dizermos que algo que causa danos,
lesões e até a morte, pode ser ao acaso? Não, pois quando falamos em acidentes
existem muitos fatores envolvidos, riscos, condições ambientais no trabalho, maqui-
nários, ferramentas, não uso dos EPI’s, comportamento e percepção das pessoas,
que podem levar um indivíduo a sofrer um acidente, e não uma mera casualidade,
produto da fatalidade ou do destino, portanto, acidentes não existem.

Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT


CAT é a Comunicação de Acidente do Trabalho realizada pela empresa à Pre-
vidência Social, no prazo legal, independente de ter ocorrido ou não afastamento
do trabalhador.

Para uma visão completa da CAT, com o formulário e forma de preenchimento acesse o link,
Explor

disponível em: https://bit.ly/2k9xTCB

Análise de Acidentes de Trabalho


O propósito de uma análise de acidentes é encontrar as causas que ocasionaram
o desencadeamento do acidente, a fim de propor medidas de controle para evitar
que um acidente similar ocorra.

Em uma análise de acidentes é necessário analisar tanto as Causas Imediatas


(atos e/ou condições inseguras) como as Causas Básicas (fatores pessoais e fatores
de trabalho).

A fim de poder determinar tanto as causas imediatas como as causas básicas é


necessário montar uma comissão de análise de acidentes, ir ao local do acidente
o mais rápido possível, para obter o maior número de evidências, entrevistar a as
pessoas que foram de alguma maneira testemunhas, chefes imediatos, ver ante-
cedentes, planos, normativa, experiência do trabalhador em seu cargo, condições
do trabalhador acidentado, em fim são muitos detalhes que exige uma análise de
acidentes. (COSTELLA, 1999)

É fundamental levar em conta que um acidente de trabalho sempre é multicau-


sal, nunca existe uma única causa e é missão da comissão determinar tais causas.
Para isso o grupo que for analisar deve ser interdisciplinar e competente de acordo
com o acidente a investigar.

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Costella,(1999) aponta que é necessário reunir todas as informações que possam
levar a multicausalidade da ocorrência do evento, tais como:
• Versões do acidente dadas por todas as pessoas que presenciaram o acidente.
• Versão dada pelo chefe imediato.
• Versão dada pelo encarregado de Saúde Ocupacional.
• Versão dada pelo pessoal da manutenção.
• Visita de inspeção ao local dos fatos, para evidenciar a situação, é aconselhável
fotografar, filmar, etc.
• Anotar a data, horário, tempo que o acidentado estava trabalhando, local exa-
to da ocorrência e atividade realizada.

Uma vez analisada as informações recolhidas, faz-se uma síntese descritiva de


como ocorreu o acidente. Não estabelecer a ocorrência dos fatos rapidamente,
deve-se analisar toda a informação necessária para chegar a versão definitiva com
a intervenção de todo o grupo.

Para finalizar a análise, a parte vital, são as recomendações, estas devem basear-
-se tanto na normativa legal, nos aspectos técnicos quanto nas contribuições dadas
por toda a comissão. Essas recomendações precisam estar orientadas a evitar que
um acidente similar torne a ocorrer.

Doenças Ocupacionais
Como o acidente do trabalho, as doenças ocupacionais são o resultado de acon-
tecimentos não desejados e, geralmente, envolvem o contato ou exposição do tra-
balhador com um agente (químico, físico, biológico, entre outros) durante um deter-
minado período.

As doenças ocupacionais se caracterizam por ocasionar deterioração lenta e pau-


latina da saúde do trabalhador, produto de uma exposição continuada a situações
adversas no ambiente, que provocam danos em sua saúde. (BELLUSCI, 2001).

Conforme discutido anteriormente a doença profissional é aquela que está


diretamente relacionada com a tarefa ou trabalho que se realiza. A seguir alguns
exemplos mais conhecidos na área de SST (Segurança e Saúde no Trabalho), como
o Saturnismo, que ocorre pela exposição ao chumbo, muito utilizado em fundi-
ções, fábricas de baterias, cerâmicas, etc.; a Silicose derivada da longa exposição
ocupacional do trabalhador, sem proteção adequada, a poeiras de sílica em peque-
nas partículas geradas em processos industriais, como lixamento de cerâmicas, na
britagem de pedras, etc.; a surdez ou hipoacusia (incapacidade parcial ou total da
audição) provocada pela exposição ao ruído ou vibrações existentes no ambiente
de trabalho.

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UNIDADE Acidentes de Trabalho

A doença do trabalho é aquela que se relaciona indiretamente com a profissão


ou trabalho, ou seja, desencadeada em função de condições especiais em que o tra-
balho é realizado podendo afetar qualquer trabalhador independente da tarefa que
realiza. As situações mais comuns são o estresse no trabalho, desgaste profissional
ou Síndrome de Burnout e assédio moral.

Trocando ideias... Importante!


A síndrome de Burnout acomete trabalhadores que desenvolvem atividades laborais
marcadas por um contato interpessoal intenso, e é considerado um transtorno emocio-
nal provocado pelo trabalho.

Desta forma é possível observar que o conceito de saúde (medicina do trabalho,


saúde ocupacional e saúde do trabalhador) merece destaque entre os profissionais
da área de Segurança e Medicina do Trabalho que atuam na prevenção das doen-
ças ocupacionais.

Para uma compreensão maior desses conceitos e das doenças ocupacionais acessem os links
Explor

• Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador, disponível em: http://bit.ly/2LI9jmb


• Lista de doenças relacionadas ao trabalho, disponível em: http://bit.ly/2LH3qW6

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Secretaria de Trabalho
Site do Ministério do Trabalho e Emprego onde são abordados textos relacionados ao
universo dos acidentes de trabalho.
http://bit.ly/2LCzdrh

Leitura
Manual de Perícia Médica da Previdência Social
Artigo sobre perícia médica do INSS relacionando o acidente de trabalho e as doenças
ocupacionais.
https://bit.ly/2iazGFt
Estatísticas sobre doenças e acidentes do trabalho no Brasil: Situação e perspectivas
ANAIS de um seminário Nacional que contêm uma discussão sobre a comunicação de
acidente de trabalho – CAT.
http://bit.ly/2Lxbb0M

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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280:2001. Cadas-
tro de acidente do trabalho – Procedimento de classificação. Rio de Janeiro, 2001.

BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. São Paulo: SENAC, 2001.

BRASIL, Previdência Social. Lei nº 8213 de 24 de junho de 1991. Disponível


em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em abril 2013.

CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abor-


dagem holística. São Paulo: Atlas, 2010.

COSTELLA, M. Análise dos Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais


Ocorridos na Atividade de Construção Civil no Rio Grande do Sul em 1996
e 1997. 1999. 168 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1999.

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